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CASO CONCRETO 16 PROCESSUAL CIVIL III PROFESSOR: Valdinei Rangel ALUNA: Pamela Rejane Afonso dos Santos MATRÍCULA: 2016.028.4499-2 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA D0O ESTADO XXX PROCESSO XXXX. ANGELINA, já qualificada nos autos em epígrafe, que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa), vêm perante Vossa Excelência, não se conformando com o transitado em julgado que a condenou incursa no Artigo: 155 § 5º do Código Penal, propor: REVISÃO CRIMINAL, nos termos do Artigo: 621 , I e III do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I – DOS FATOS: Angelina, no dia 10 de outubro de 2012, na cidade de São Paulo, subtraiu veículo auto motor de propriedade de Cátia Flávia. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando - o aberto e com a chave na ignição. Angelina ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê - lo no Chile. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e está empreendeu perseguição ininterrupta, tendo prendido Angelina em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando esta tentava cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que estava guardado em local não revelado. Em 31 de outubro de 2013, a denúncia foi recebida. No curso do processo, as testemunhas arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no país vizinho e que havia um comprador, terceiro de boa - fé arrolado como testemunha, o qual, em suas declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Angelina possuía maus antecedentes e reincidente específica nesse tipo de crime, bem como que Cátia Flávia havia morrido no dia seguinte à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua subsistência. A ré confessou o crime em seu interrogatório. Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco anos de reclusão no regime inicial fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais sejam, a morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua subsistência. A condenação transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou o cumprimento da pena em 10 de junho de 2014. II - DO DIREITO: Ocorre que a nobre decisão não deve prosperar, pois após a sentença proferida pelo nobre julgador, ocorreu o arrependimento de Angelina, o qual telefonou para o filho da vítima e relatou onde estava o veículo, este sendo recuperado posteriormente em perfeito estado. Ora, desta forma, angelina faz jus ao benefício penal do arrependimento posterior, conforme dispõe no Artigo: 16 do Código Penal. Anteriormente ao recebimento da denúncia, por ato voluntário, restituiu ao bem furtado, que tal restituição foi integral e que , portanto, faz jus ao máximo de diminuição. Desta forma, faz jus com base no Artigo: 626 do Código de Processo Penal, a modificação da pena imposta, para que seja considerada referida causa de diminuição de pena. Doravante, o fato novo comprova que o veículo não chegou a ser transporta do para o exterior, não tendo se iniciado qualquer ato de execução referente à qualificadora prevista no Artigo: 155 § 5 º do Código Penal. Desta forma, resta a desclassificação do furto qualificado para o furto simples, previsto no Artigo: 155 ''caput'' do Código Penal. Por fim, Angelina como consequência da aplicação da causa especial de diminuição de pena prevista no Artigo: 16 do Código Penal e da desclassificação do delito, em que pese a reincidência da mesa, o STJ em sua Súmula: 269 tem entendimento sumulado no sentido de que poderá haver atribuição do regime semiaberto para cumprimento da pena privativa de liberdade. ementa oficial recurso especial. penal. arrependimento posterior. art. 16 do cp. reparação integral do dano. circunstância objetiva. comunicabilidade aos demais autores. pena-base. personalidade. valoração negativa. processos criminais em curso. ilegalidade flagrante. súmula 444/stj. 1.Pela aplicação do art. 30 do Código Penal, uma vez reparado o dano integralmente por um dos autores do delito, a causa de diminuição prevista no art. 16 do mesmo Estatuto estende-se aos demais coautores, por constituir circunstância de natureza objetiva, cabendo ao julgador avaliar a fração de redução que deve ser aplicada, dentro dos parâmetros mínimo e máximo previstos no dispositivo, conforme a atuação de cada agente em relação à reparação efetivada. 2. É vedado considerar negativa a personalidade em razão da existência de processos criminais em curso (Súmula 444/STJ), razão pela qual houve ilegalidade flagrante na dosimetria da pena. 3. Recurso especial conhecido e improvido. Habeas corpus concedido de ofício, para afastar a valoração negativa da personalidade, ficando a reprimenda do recorrido redimensionada para 2 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão e 22 dias-multa, mantidos o regime aberto e a substituição efetivada pelas instâncias ordinárias. (REsp 1187976/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 07/11/2013, DJe 26/11/2013). III - DOS PEDIDOS: Ante o exposto, com base no Artigo: 626 do Código de Processo Penal, os seguintes pedidos: a) a desclassificação da conduta , de furto qualificado para furto simples; b) a diminuição da pena privativa de liberdade; c) a fixação do regime semiaberto (ou a mudança para referido regime) para o cumprimento da pena privativa de liberdade. Termos em que Pede deferimento. Local e data xxx. ____________________ Advogado OAB /Estado
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