Buscar

PETIÇÕES PARA ENTREGAR

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

NOME: 
MATRÍCULA: 
NPJ- NÍCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE
PEÇA PROCESSUAL – ATIVIDADE 1
PLANO DE AULA 2
Pedro, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus amigos, parentes e colegas de trabalho. Além disso, também utiliza constantemente as ferramentas da Internet para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo contemporâneo. No dia 19/04/2016, sábado, Pedro comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos. Helena, vizinha e ex-namorada de Pedro, que também possui perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então, de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Pedro. Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte comentário: não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha e, com o propósito de prejudicar Pedro perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê -lo! Imediatamente, Pedro, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de Helena em seu perfil pessoal. Pedro, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Marcos, Miguel e Manuel, que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Pedro tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada. No dia seguinte, Pedro procurou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia ser visualizada. Passados quatro meses da data dos fatos, Pedro procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Pedro, deve assisti-lo. Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais Criminais. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. Indique também o último dia para oferecimento da peça cabível.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE NITERÓI/RJ
	PEDRO, nacionalidade, estado civil, engenheiro, RG xxxxx, CPF xxxxx, residente e domiciliado na rua, nº, Icaraí, Niterói/RJ, CEP, endereço eletrônico, por meio de seu procurador que esta subscreve, mediante procuração anexa com poderes especiais, vem respeitosamente, perante este juízo , com a presente ação de QUEIXA-CRIME, com base nos artigos 41 e 44 do Código de Processo Penal e artigo 100, §2°, do Código Penal, combinado com o artigo 30 do código de processo penal, contra HELENA, , nacionalidade, estado civil, engenheiro, RG xxxxx, CPF xxxxx, residente e domiciliado na rua, nº, Icaraí, Niterói/RJ, CEP, endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos expostos.
I. DOS FATOS
No dia 19 de abril de 2016, a querelada difamou e infjuriou o querelante, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação, ofendendo-lhe, ainda, a dignidade e o decoro por meio de ser perfil em uma rede socal.
Naocasião, a querelada, ex-namorada e também vizinha do querelante, que possui perfil na mesma rede do social que a do querelante, e que inclusive está no rol de amigos da mesma, por meio de seu computador pessoal, que se encontra instalado em sua residência, em um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou no perfil pessoal do querelante o seguinte comentário: “ não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha e, com o propósito de prejudicar Pedro perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”.
O querelante que no momento estava em seu apartamento e também conectado à sua rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com o comentário ofensivo da querelada em seu perfil pessoal.
Por se tratarem de crime contra a honra e sendo portanto, de iniciativa privada o querelante decidiu ingressar com a queixa crime para reparação do dano causado. A querelante agiu dolosamente quando insultou no sentido de ofender e humilhar o querelado perante todos seus amigos, após saber que este faria uma festa em seu aniversário. Helena e Enrico já tiveram uma relação amorosa, mas hoje não se encontram mais juntos e por isso ela resolveu envergonhá-lo publicamente. No momento da consumação dos fatos, o querelante estava na companhia de alguns amigos e vários outros estavam online o que tornou seu constrangimento ainda maior. Por conta desse ocorrido deve a querelada ter em sua pena o aumento de 1 terço com fulcro no art.141, III do CP, por conta da exposição sofrida
A querelada, ao utilizar pessoal para inserir as expressões injuriosas e difamatórias, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou a divulgação da difamação e injúria, incidindo a causa do aumento de pena prevista no artigo 141, inciso III, do Código Penal.
II. DO DIREITO
Ao afirmar que o querelante não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha, a querelada praticou cirme de injúria, previsto no artigo 140 do código Penal.
Ao afirmar qu o querelante trabalha todo dia embriagado e que no dia 10 do mês passado , ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo, a querelante praticou o crime de difamação, previsto no artigo 139 do Código Penal.
A querelada ao utilizar seu computador para realizar expressões inurisas e difamatórias no perfil da rede social do querelante, utilizou um meio no qual facilitou a divulgação no mesmo contexto, mediante única publicação e com alcance maior de pessoas que ficaram sabendo de sua difamação e injúria, desta forma, incidindo a causa do aumento e pena prevista no artigo 141, inciso III, do Código Penal e também o artigo 70 do Código Penal.
Sendo desta forma perceptível que houve uma única conduta da querelada, a qual ensejou em uma única publicação, com designos autônomos, que levaram a prática de dois crimes, a saber: injúria e difamação.
PENAL. INJÚRIA (CP, ART. 140). ATIPICIDADE DA CONDUTA REJEITADA. INDÍCIOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE. RECURSO PROVIDO. I. Recurso interposto contra a sentença que rejeitou a queixa-crime ajuizada por A.C.A. em desfavor de A.C.G.T, a qual narra o cometimento, em tese, dos crimes de calúnia, difamação, injúria, ameaça e extorsão (CP, Arts. 138, 139, 140, 147 e 158). A insurgência recursal cinge-se tão somente quanto ao suposto cometimento do crime de injúria. II. No caso concreto, o querelante teria logrado, em 17.12.2019, julgamento favorável em ação de despejo (autos n. 0706140-73.2019.8.07.0001),na qual o querelado era seu inquilino. Em razão disso, o querelado, no mesmo dia do pronunciamento judicial e em 18.12.2019, teria enviado as seguintes mensagens de "e-mail" ao querelante e ao seu causídico: "Seu Vagabundo! Suma de Brasília! Do DF! Do Brasil! Você e sua família! Minha vida esta perdida mesma. Então se prepare, canalha! Vagabundo! Ladrão do dinheiro das pessoas! Sua canalhice vai custar caro pra você e pra quem estiver do seu lado! Quer ir a delegacia? Va la e faça essa queixa. Leve isso aqui porque vou deixar claro que haverá um VAGABUNDO a menos neste mundo. Eu avisei. Vagabundo!"; e "Eu avisei. Não foi por falta de aviso. Esse canalha do Ademar, pilantra, vagabundo vai pagar caro por querer nos tirar dinheiro na mão grande. Um porcaria. Minha vida já não existe mais. Ele que trate de sumir do Brasil junto com a família porque avisei. Onde ele for, eu o acho. Canalha! Vagabundo! Fizemos um trato entre homens, sobre quando ia começar o pagamento do aluguel, ai bandido vai a justiça. Ah, mas não vejo a hora de encarar esse covarde e vagabundo. Pilantra! E foi acolhido por um advogado vagabundo igual a você, Quer ir a delegacia? Vão, seus vagabundos! Aviso novamente: minha vida perdeu o sentido mas ele sujeito vagabundo vai pagar caro". III. Nesse quadro fático-jurídico, quanto ao crime de injúria, a douta Magistrada rejeitou a inicial acusatória, por atipicidade da conduta (CPP, Art. 395, I e III), sob o fundamento de inocorrência de animus injuriandi, mas tão-somente de animus criticandi (ID 17162581). IV. Nesse toar, verifica-se que a queixa-crime descreveu a infração penal, com todas as suas circunstâncias (artigo 41 do CPP), e estão presentes indícios da autoria e materialidade do crime de injúria. Ademais, a circunstância de o querelado ter enviado os "e-mails" com conteúdo injurioso, em suposto momento de exaltação, não afasta, em tese, o animus injuriandi, para efeito de atingir a honra subjetiva do querelante. V. E como bem pontuado pela douta Promotoria de Justiça, "Não se pode perder de vista que a existência do elemento subjetivo especial previsto no crime em comento deve ser analisada pela perspectiva da vítima, que no caso concreto sentiu sua honra afetada a ponto de ir a delegacia e registrar ocorrência policial. As pessoas que são chamadas de vagabundas, bandidos e canalhas merecem sim a proteção da lei penal e da lei civil. Atos tem consequências" (ID 17273291). VI. Impõe-se, portanto, a anulação da decisão, e retorno dos autos à origem para a apreciação do recebimento da queixa-crime, sem embargo de eventual aplicação de medida alternativa ("despenalizadora"). VII. Recurso conhecido e provido. Sentença anulada, para que o processo cumpra o seu regular curso na origem (Lei n. 9.099/95, Art. 82 § 5º). Sem custas nem honorários.
(Acórdão 1276792, 07633824220198070016, Relator: FERNANDO ANTONIO TAVERNARD LIMA, Terceira Turma Recursal, data de julgamento: 26/8/2020, publicado no PJe: 31/8/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
III. DO PEDIDO
Assim agindo a querelada Helena praticou delitos previstos nos artigos 139 e 140, combinado com artigo 141, inciso III, combinado com Artigo 70, todos do Código Penal, razão pela qual requer o querelante:
a) A designação de audiência preliminar ou de conciliação;
b) Citação da querelada;
c) O recebimento da queixa-crime;
d) A oitiva de testemunhas arroladas
e) A procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada nas penas dos artigos 139 e 140, combinado com artigo 141, inciso III, combinado com Artigo 70, todos do Código Penal;
f) A fixação de valor mínimo de indenização, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal.
Nestes termos, 
Pede deferimeno.
Rio de janeiro, xx de xxxxx de xxxxx.
ADVOGADO 
OAB/RJ
Rol de testemunhas 
1) Testemunha Marcos 
2) Testeunha Miguel 
3) Testemunha Manoel
	 
PROCURAÇÃO
Pedro, brasileiro, engenheiro civil, solteiro, portador da documento de identidade nº ____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob nº ______, residente e domiciliado na cidade de Niterói, nomeia e constitui como procurador o advogado (NOME DO ADVOGADO), inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob nº ______, com escritório profissional no endereço _____, a quem concede, com fulcro do art. 44 do Código de Processo Penal, PODERES ESPECIAIS PARA INGRESSAR EM JUÍZO COM QUEIXA CRIME contra Helena(ex-namorada de Pedro), brasileira, profissão_____, solteira, portadora da documento de identidade nº ____, inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob nº ______, residente e domiciliada na cidade de Niterói, porque, há menos de seis meses, precisamente no dia 19/04/2019, dia do aniversário de Outorgante, por meio de um computador pessoal, instalado na residência dela, em um prédio na Praia de Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal do Outorgante a seguinte mensagem: “não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha” e, com o propósito de prejudicar o Outorgante perante os colegas de trabalho, bem como denegrir a reputação dele, acrescentou ainda que “ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”, tendo assim praticado os crimes de DIFAMAÇÃO e INJÚRIA, ambos previstos no Código Penal Brasileiro, arts. 139 e 140, respectivamente, motivando a presente Ação Penal Privada.
Niterói, 19 de agosto de 2016.
_____________________________
Pedro
PEÇA PROCESSUAL – ATIVIDADE 2
(Plano de Aula 03)
Mateus, de 26 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no art. 217-A, §1º, c/c art.234-A, III, todos do Código Penal, por crime praticado contra Maísa, de 19 anos de idade. Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos: No mês de agosto de 2016, em dia não determinado, Mateus dirigiu-se à residência de Maísa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Maísa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. Nos autos, havia somente a peça inicial acusatória, os depoimentos prestados na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do acusado. O juiz da 2.ª Vara Criminal do Estado XXXX recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para se defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 18/11/2016. Mateus procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou-lhe procuração ad juditia com a finalidade específica de ver-se defendido na ação penal em apreço. Disse, então, a seu advogado que a vítima não era deficiente mental, e que já a namorava havia algum tempo. Disse ainda que sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas. Disse, ainda, que a vítima não quis dar ensejo à ação penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Mateus informou que não havia qualquer prova da debilidade mental da vítima e que a mesma poderia comparecer para depor a seu favor em juízo. Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) constituído(a) pelo acusado, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa de seu cliente. Indique, ainda, o últimodia para oferecimento da peça cabível.
AO JUÍZO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE __________-___.
Nº do processo__________
MATEUS, já qualificado nos autos da presente ação penal em epígrafe movida pelo membro do ministério público, sob alegação de ter violado norma penal prevista no artigo 217-A § 1º c/c 234-A, inciso III, ambos do código penal, o seu advogado infra-assinado, vem respeitosamente, a presença de vossa excelência apresentar:
RESPOSTA A ACUSAÇÃO
com fulcro nos artigos 396 e 396-A ambos do CPP, pelas razões de fato de direito a seguir aduzidas.
DOS FATOS
        O acusado foi denunciado por ter, supostamente, praticado a conduta tipificada no artigo 217-A § 1º c/c 234-A, inciso III, ambos do código penal. De acordo a denúncia, não houve violência ou grave ameaça, mas a vítma seria vulnerável por sofrer de deficiência mental.
A peça acusatória foi recebida por esse Juízo, tendo sido citado o DENUNCIADO para oferecer a presente resposta à acusação.
        Ocorre que os fatos narrados na exordial acusatória não merecem prosperar, como passa a demonstrar a seguir:
DOS FUNDAMENTOS
        Inicialmente, pode-se verificar nos autos que o ora denunciado orientou suas ações, motivado pelo erro de tipo, previsto no artigo 20 do diploma repressivo brasileiro.
        Destaca-se que a suposta vítima possuía comportamento compatível com o indivíduo dentro dos padrões de normalidade exigíveis para o chamado “homem médio”.
        Ademais o denunciado frequentava a residência da mesma com habitualidade sem que ninguém o alertasse a respeito de alguma enfermidade que a suposta vítima seria portadora, não havendo qual quer outro elemento que permitisse que o mesmo identificasse tal enfermidade. Cumpre salientar que a mãe e a avó materna do acusado, sabiam da relação que o denunciado mantinha com a suposta vítima.
A presente ação padece de evidente nulidade ab initio, uma vez que deveria ter sido rejeitada devido à falta de condição de procedibilidade, com fulcro no art. 395, inc. II, do CPP.
Diferentemente do alegado na inicial, a suposta vítima é plenamente capaz, fato esse que, caso tivesse havido violência ou grave ameaça, desclassificaria a acusação para o tipo previsto no art. 213 do CP, que é crime de ação pública condicionada à representação.
Diante da não existência de vulnerabilidade da vítima e mesmo que se pudesse enquadrar a conduta do réu no tipo previsto no art. 213 do CP, a presente ação deve ser declarada nula, diante da falta de representação, bem como a decadência de tal direito, levando-se em consideração a data do fato e data de início da ação, com fundamento no art. 103 do CP.    
Portanto, deve a ação ser anulada devido à falta de representação, com fulcro no art. 564, III, do CPP, com a consequente absolvição sumária do réu, de acordo com o disposto no art. 395 do CPP.
Cbe salientar a tempestividade da resposta a acusação que o último dia se dá na data 02 de dezembro de 2016.
 PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:
a) preliminarmente, a nulidade do feito desde o oferecimento da denúncia, considerando a ausência da condição de procedibilidade (Representação), e, conseguintemente, a rejeição da Denúncia, nos termos dos artigos 564, III, a, e 395, II, ambos do CPP;
APELAÇÃO CRIMINAL. CONTEXTO DOMÉSTICO FAMILIAR. ESTUPRO DE VULNERÁVEL (ARTIGO 217-A, CAPUT, C/C ART. 226, INCISO II, DO CÓDIGO PENAL). ABSOLVIÇÃO POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. IMPROCEDÊNCIA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME PREVISTO NO ARTIGO 232 DA LEI N. 8.069/1990. PROCEDÊNCIA. DOSIMETRIA DA PENA. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO DAS EXECUÇÕES PENAIS.
1. A conduta do agente que passa a mão nos seios e na vagina de sua filha, de forma rápida e furtiva, a gerar dúvida razoável acerca da sua intenção libidinosa, embora reprovável, não configura o delito de estupro de vulnerável, sujeitando-o à reprimenda do art. 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente, cujo objeto jurídico é, exatamente, a integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente.
2. O pedido de gratuidade judiciária deve ser formulado, após o trânsito em julgado da condenação, ao douto Juízo das Execuções Penais.
3. Em sede de recurso exclusivo da Defesa, inviável a alteração do decisum no tocante ao direito de aguardar em liberdade o trânsito em julgado, sob pena de incidir em reformatio in pejus.
4. Apelação criminal conhecida e parcialmente provida.
(Acórdão 1105439, 20140510118355APR, Relator: WALDIR LEÔNCIO LOPES JÚNIOR, , Revisor: DEMETRIUS GOMES CAVALCANTI, 3ª TURMA CRIMINAL, data de julgamento: 14/6/2018, publicado no DJE: 29/6/2018. Pág.: 138/150)
b) no mérito, a absolvição sumária por atipicidade, com fundamento no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal;
d) na hipótese de superação de todos os itens anteriores, a título de provas, a determinação de exame pericial de capacidade na vítima e a notificação das testemunhas adiante arroladas para que compareçam à audiência de instrução e julgamento.
Local, 2 de dezembro de 2016.
[nome do advogado]
OAB/RJ n. XXXXX
Rol de Testemunhas:
1.      Olinda;
2.      Alda.
PROCURAÇÃO
OUTORGANTE: MATEUS , nacionalidade, xxxxxx, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade RG n.º xxxxxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxxxxxxxxxxxxxxx S/N, xxx, xxxxx
OUTORGADO: xxxxxxxxxxxxx, brasileirO, solteiro, advogado, inscrito na OAB/RJ n.º xxxxxxxxxxx, portador da Cédula de Identidade RG n.º xxxxxxxxxxx, com endereço profissional na Av. xxxxxxxxxxxxxxxxxx
PODERES: ad juditia para o fim especial de defendê-lo no Processo Criminal sob n.º 0000/03, em trâmite nesta MM Comarca de xxxxxxxx, que lhe move a Justiça Pública, dando-o como incurso nas penas do artigo 217-A, §1º combinado com artigo 234-A, III, ambos do código penal. Podendo, para tanto, em qualquer instancia ou tribunal, usar de todos os meios de recursos em direito admitidos, podendo ainda, requerer revogação de prisão preventiva, relaxamento de prisão, impetrar hábeas corpus, apresentar defesa previa, resposta a acusação, alegações finais, produzir provas e tudo o mais que for necessário ao fiel e cabal desempenho deste mandato, inclusive, substabelecer.
xxxxxxxxxx, __ de _______ de xxxx.
________________________________
MATHEUS
TAREFA 03 – ALEGAÇÕES FINAIS
PLANO DE AULA 4
Jorge, com 21 anos de idade, em um bar com outros amigos, conheceu Analisa, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal e trocarem beijos, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias, e Analisa, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com Jorge. Depois da noite juntos, ambos foram para suas residências, tendo antes trocado telefones e contatos nas redes sociais. No dia seguinte, Jorge, ao acessar a página de Analisa na rede social, descobre que, apesar da aparência adulta, esta possui apenas 13 (treze) anos de idade, tendo Jorge ficado em choque com essa constatação. O seu medo foi corroborado com a chegada da notícia, em sua residência, da denúncia movida por parte do Ministério Público Estadual, pois o pai de Analisa, ao descobrir o ocorrido, procurou a autoridade policial, narrando o fato. Por Analisa ser inimputável e contar, à época dos fatos, com 13 (treze) anos de idade, o Ministério Público Estadual denunciou Jorge pela prática de dois crimes de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217- A, na forma do artigo 69, ambos do Código Penal. O Parquet requereu o início de cumprimento de pena no regime fechado, com base no artigo 2º, §1º, da lei 8.072/90, e o reconhecimento da agravante da embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, II, alínea l, do CP. O processo teve início e prosseguimento na XX Vara Criminal da cidade de Curitiba, no Estado do Paraná, local de residência do réu. Jorge, por ser réu primário, ter bons antecedentes e residência fixa, respondeu ao processo em liberdade. Na audiência de instrução e julgamento, a vítima afirmou que aquela foi a sua primeira noite, mas que tinha o hábito de fugirde casa com as amigas para frequentar bares de adultos. As testemunhas de acusação afirmaram que não viram os fatos e que não sabiam das fugas de Ana para sair com as amigas. As testemunhas de defesa, amigos de Jorge, disseram que o comportamento e a vestimenta da Analisa eram incompatíveis com uma menina de 13 (treze) anos e que qualquer pessoa acreditaria ser uma pessoa maior de 14 (quatorze) anos, e que Jorge não estava embriagado quando conheceu Analisa. O réu, em seu interrogatório, disse que se interessou por Analisa, por ser muito bonita e por estar bem vestida. Disse que não perguntou a sua idade, pois acreditou que no local somente pudessem frequentar pessoas maiores de 18 (dezoito) anos. Corroborou que praticaram o sexo oral e vaginal na mesma oportunidade, de forma espontânea e voluntária por ambos. A prova pericial atestou que a menor não era virgem, mas não pôde afirmar que aquele ato sexual foi o primeiro da vítima, pois a perícia foi realizada longos meses após o ato sexual. O Ministério Público pugnou pela condenação de Jorge nos termos da denúncia. A defesa de Jorge foi intimada no dia 24 de abril de 2014 (quinta-feira). Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no último dia do prazo, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes.
AO DOUTO JUIZ DA 20ª VARA CRIMINAL DA CIDADE DE CURITIBA
AUTOS Nº___________
JORGE, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do documento de identidade nº____, incrito no CPF sob o nº _____, residente e domiciliada na (endereço), vem, por meio  do advogado infra-assinado, cujo endereço encontra-se na procuração em anexo, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS NA FORMA DE MEMORIAIS
com fundamento no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal, pelas razões de fato e de Direito a seguir expostas.
I – FATOS
            O RÉU conhcceu a VÍTIMA em um bar, e, no mesmo dia, praticou com ela, de forma consentida, sexo oral e vaginal.
            Somente no dia seguinte, quando acessou uma rede social, foi que o RÉU descobriu que, apesar da aparência de adulta, a VÍTIMA possuía somente 13 anos.
            EM SEGUIDA, o RÉU foi denunciado pela suposta prática do delito previsto no artigo 217-A, c/c art. 69, ambos do Código Penal.
            Requer o Ministério Público a condecação do RÉU nos termos da inicial.
II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS
ERRO DE TIPO
É flagrante a ocorrência, no caso em questão, de erro de tipo.
            As circunstâncias fáticas, consubstanciadas no local e horário nos quais o RÉU e a VÍTIMA se conheceram, ou seja, à noite em um bar, que, conforme imposição legal, só pode ser frequentado por maiores de 18 anos, evidenciam a falta de dolo do RÉU, que em nenhum momento desconfiou que a VÍTIMA pudesse ser menor de idade.
            A própia vítima afirmou em depoimento que estava acostumada a fugir de casa para frequentar bares de adultos, o que influiu diretamente para que ela já soubesse se comportar e se vestir como uma pessoa adulta.
Ademais, as testemunhas de defesa foram enfáticas ao dizer o comportamento e as vestimentas da VÍTIMA eram incompatíveis para uma adolescente de 13 anos, e que qualquer pessoa acreditaria se tratar de pessoa maior de idade.
JURISPRUDÊNCIA
A existência de fundadas dúvidas sobre a consciência do acusado acerca da idade da vítima EM razão da precocidade por ela dEMonstrada configura ERRO de TIPO inevitável, que torna a conduta atípica. Trata-se de apelação interposta pelo Ministério Público contra a sentença na qual o Juízo a quo absolveu o acusado do crime de ESTUPRO de VULNERÁVEL (art. 217-A do Código Penal) devido à ausência de provas robustas de que o agente tinha conhecimento de que a vítima era menor de 14 anos de idade. Segundo a DesEMbargadora, apesar de comprovada a prática dos atos libidinosos assim como a idade da vítima inferior a 14 anos, tais elEMentos não bastam para a configuração do crime, devendo ser analisada a presença do elEMento subjetivo da conduta, o dolo do agente. Destacou a norma prevista no art. 20 do CP, que trata da falsa percepção da realidade acerca dos elEMentos constitutivos do TIPO penal, o chamado ERRO de TIPO que, quando for inevitável, exclui o dolo e, por consequência, a própria tipicidade da conduta. Ao analisar o caso, a Relatora verificou uma série de indícios – como a aparência física da vítima, a idade muito próxima aos 14 anos (faltavam apenas 2 meses), o grau de discernimento e desenvoltura para relacionamentos amorosos que ela dEMonstrava, o pouco convívio entre as partes, entre outros fatores – que reforçam a teoria de que, de fato, o acusado não tinha consciência de se tratar de uma jovEM com menos de 14 anos. Por fim, a Magistrada asseverou que a desenvoltura da menor, seu consentimento ou sua eventual experiência anterior não afastam a ocorrência do delito, uma vez que, no crime do art. 217-A, a vulnerabilidade é presumida pela idade pueril da vítima; entretanto, podEM contribuir para dEMonstrar, como no caso, que o acusado não tinha consciência, nEM tinha condições de tê-la, de que praticou atos libidinosos com menor de 14 anos de idade. Assim, por haver dúvidas sobre a consciência do acusado quanto à idade da vítima, a Turma invocou o princípio do in dubio pro reo e negou provimento ao recurso.
O número deste acórdão não pode ser divulgado EM razão de o processo tramitar EM segredo de justiça.
FONTE: https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/informativos/2018/informativo-de-jurisprudencia-n-363/estupro-de-vulneravel-absolvicao-por-falsa-percepcao-da-realidade
AUSÊNCIA DE CONCURSO MATERIAL DE CRIMES
Comete grave erro o Ministério Público ao imputar ao réu a prática de 2 crimes concurso material, pois inobservou o Princípio da Alternatividade, que é princípio básico do Direito Penal.
O estupro de vulnerável é tipo penal misto alternativo. Dessa forma, ainda que praticada mais de um ato sexual no mesmo contexto fático,  o agente deve responder por um único crime.
AUSÊNCIA DE EMBRIAGUEZ PRÉ-ORDENADA
Deve ser completamente afastada a agravante realativa à ocorrência de embriaguez pré-ordenada, pois não restou comprovado que o RÉU  estivesse embriagado no momento do fato nem muito menos que se embriagou para supostamente cometer o crime.
APLICAÇÃO DO REGIME SEMIABERTO
É de conhecimento de todos a declaração de inconstitucionalidade, pelo Supremo Tribunal Federal, do artigo  2°, § 1° da lei 8.072/90 (Lei dos crimes hediondos), impondo ainda a análise do caso concreto e não somente a pena em abstrato.
  No caso em questão, temos o réu primário, com bons antecedentes, empregado, residência fixa, portanto, não se mostrará razoável a aplicação do referido regime inicial, tendo em vista que, diante do reconhecimento de crime único, na REMOTÍSSIMA hipótese de condenação, a pena deverá ser fixada em 8 anos de prisão.
III - PEDIDOS
Ante o exposto requer:
a.            a absolvição do réu, com base no art. 386, III, do CPP por ausência de tipicidade;
b.            caso não seja esse o entendimento para absolvição, que seja concedido o afastamento do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime único;
c.            fixação da pena-base no mínimo legal, o afastamento da agravante de embriaguez pré-ordenada e a incidência da atenuante da menoridade;
d.            fixação do regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base no art. 33, §2°, alínea “b”do CP, diante da inconstitucionalidade do art. 2°, § 1° da lei 8.072/90.
Local e data.
[nome do advogado]
OAB/PR n. XXXXX
CASO 4
PLANO DE AULA 5
Tício, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após mais um dia de trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que Tício, de forma imprudente no caminho de volta, imprime velocidade excessiva, sem observar o seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo de futebol do seu time do coração que seria transmitidonaquela noite. Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. Os bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Maria para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou -se que a gravidez de Maria havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos. Com base nessas informações, o Ministério Público da Comarca da Capital do Estado XXXXX ofereceu denúncia em face de Tício e imputou ao mesmo a conduta descrita no delito de aborto provocado por terceiro e, assim, incurso nas penas do art. 125 do CP. O processo foi normalmente instruído, tendo sido realizadas todas a oitiva da vítima Maria, das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa e, em seguida com o interrogatório do acusado Tício, tudo na forma do art. 411 do CPP. A defesa de Tício foi intimada no dia 9 de fevereiro de 2017 (quinta-feira). Registre-se que Tício respondeu ao processo em liberdade. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no último dia do prazo, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, as teses jurídicas pertinentes.
AO DOUTO JUIZ DA xx VARA CRIMINAL DA CAPITAL DO ESTADO XXXXX
PROCESSO Nº.: XXXXXXXX 
TÍCIO, nacionalidade XXX, estado civil XXX, profissão XXX, portador do documento de identidade nº XXX, incrito no CPF sob o nº XXX, residente e domiciliada na XXX, vem, por meio  do advogado infra assinado, cujo endereço encontra-se na procuração em anexo, apresentar
ALEGAÇÕES FINAIS NA FORMA DE MEMORIAIS
com fundamento no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal, nos seguintes termos.
I – FATOS
            O Réu é funcionário da mesma empresa da Vítima, e, após mais um dia trabalho,  solidarizado com a condição dela de gestante, ofereceu-lhe carona na volta para casa.
             Na intenção de chegar a casa a tempo de assitir ao jogo do time de coração dele, o Réu, IMPRUDENTEMENTE, imprimiu velocidade excessiva, quando, ao fazer uma curva, perdeu o controle e capotou o veículo no qual trafegavam.
            Após o socorro imediato, prestado pelos Bombeiros, a Vítima foi encaminhada ao hospital mais próximo, onde foi constatada a ausência de qualquer lesão. No entanto, apesar da inexistência de lesões, restou verificada a interrupção da gravidez, em razão da violência do acidente, conforme comprova-se pelo Laudo do Instituto Médido Legal juntado às fls. 14.
            Em seguida, o Réu foi denunciado pela suposta prática do delito previsto no artigo 125 do Código Penal.
Requer o Ministério Público a condecação do réu nos termos da inicial.
           
II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS
           
            A ação penal em questão é totalmente improcedente, diante da manifesta atipicidade da contuda, restando imperiosa a absolvição do réu.
            O acidente ocorreu devido à imprudência do Réu, o que caracteriza a ocorrência de culpa, ou seja, não houve, por parte dele, dolo de interromper a gravidez da Vítima. O aborto se deu em deccorrência da conduta culposa do Réu.
            
O artigo 18, Parágrafo único, do Código Penal prevê expressamente que “Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.”. Portanto, a conduta do Réu é atípica, uma vez que não existe o tipo do “aborto culposo”.
Órgão: Segunda Turma Criminal
Classe: APR - Apelação Criminal 
Num. Processo: 2001 01 1 057336-0
1º Apelante: TEREZA CRISTINA BASÍLIO ALVES DOS SANTOS 
2º Apelante: JULIANO BORBA ROCHA
3º Apelante: FERNANDA CRISTINA AFONSO SALUM
Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
Relator: DESEMBARGADOR GETULIO PINHEIRO 
Relator Designado: DESEMBARGADOR ROMÃO C. OLIVEIRA
EMENTA.
PENAL. PROCESSUAL. QUESTÕES PRELIMINARES REJEITADAS. HOMICÍDIO CULPOSO DECORRENTE DE NEGLIGÊNCIA NO EXERCÍCIO DA MEDICINA - ART. 121, §§ 3º E 4º C/C O ART. 13, CAPUT E § 2º, “A”, AMBOS DO CÓDIGO PENAL. NEGLIGÊNCIA CARACTERIZADA. RECURSO NÃO-PROVIDO. MAIORIA.
Verificando-se que todos os denunciados negaram a imputação, deixando de atribuir uns aos outros a culpa pelo resultado do fato tido como delituoso, não há falar em colidência entre as defesas.
A ausência de autenticação de fotocópias não é capaz de torná-las ineficazes como meio de prova, se não impugnadas com os originais.
O feto nascente pode ser vítima de homicídio quando, demonstrada sua vitalidade, inicia-se o trabalho de parto.
Se a morte do feto decorreu da negligência dos denunciados, que não adotaram os procedimentos necessários ao trabalho de parto que se iniciava, configurado está o crime previsto no art. 121, §§ 3º e 4 º c/c o art. 13, caput e alínea “a”, ambos do CP.
Acórdão
Acordam os Desembargadores da Segunda Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, GETULIO PINHEIRO - Relator, ROMÃO C. OLIVEIRA e SOUZA E ÁVILA - Vogais, sob a presidência do segundo, em REJEITAR AS PRELIMINARES E NEGAR PROVIMENTO AO APELO, POR MAIORIA, VENCIDO O RELATOR, REDIGIRÁ O ACÓRDÃO O PRIMEIRO VOGAL, de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas.
Brasília (DF), 19 de julho de 2007.
Desembargador ROMÃO C. OLIVEIRA
Presidente e Relator
            Diante dos fundamentos apresentados, é evidente a necessidade de absolvição do Réu, pois o fato não constitue infração penal.
                       
III - PEDIDOS
Ante o exposto requer:
a.            a absolvição do réu, por ausência de tipicidade, com base no art. 415, III, do CPP,
Local, 14 de fevereiro de 2017.
[nome do advogado]
OAB/UF n. XXXXX
TAREFA 06
PLANO DE AULA 6
Alberto e Benedito foram presos em flagrante por agentes policiais do 4º Distrito Policial da Capital, na posse de um automóvel marca Fiat, Tipo Uno, que haviam acabado de furtar. O veículo quando da subtração, encontrava-se estacionada regularmente em via pública da Capital. O Dr. Delegado de Polícia que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante capitulou os fatos como incursos no artigo 155, § 4º, IV, do Código Penal. Motivo pelo qual não arbitrou fiança, determinando o recolhimento de ambos ao cárcere e entregando-lhes nota de culpa. A cópia do Auto de Prisão em Flagrante foi remetida pelo juiz da 4ª Vara Criminal da Capital, Alberto reside na Capital, é primário e trabalhador. Elaborar na qualidade de defensor de Alberto a medida cabível.
AO DOUTO JUIZ DA 4ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL
PROCESSO Nº.: XXXXXXXX 
ALBERTO, nacionalidade XXX, estado civil XXX, profissão XXX, portador do documento de identidade nº XXX, incrito no CPF sob o nº XXX, residente e domiciliada na XXX, vem, por meio  do advogado infra assinado, cujo endereço encontra-se na procuração em anexo, requerer a concessão de
LIBERDADE PROVISÓRIA
com fundamento no artigo 5º, inciso LXVI, da Constituição da República Federativa do Brasil, bem como nos artigos 310, III, e 321, ambos do Código de Processo Penal, nos seguintes termos.
EMEN: HABEAS CORPUS. FURTO QUALIFICADO TENTADO. CONCESSÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA MEDIANTE O PAGAMENTO DE FIANÇA. IMPOSSIBILIDADE DE ADIMPLEMENTO. CONSIDERÁVEL TEMPO DE PRISÃO APÓS A DECISÃO CONCESSIVA. HIPOSSUFICIÊNCIA VERIFICADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. ORDEM CONCEDIDA, RATIFICADA A LIMINAR. 1. É cediço nesta Casa que o inadimplemento da fiança imposta, por si só, não é capaz de fundamentar a manutenção da custódia cautelar, devendo ser observado o que preconiza o art. 350 do Código de Processo Penal. 2. Na espécie, o paciente permaneceu custodiado mesmo após a decisão concessiva da liberdade, em virtude de não ter condições de adimplir com o valor arbitrado a título de fiança, ante a sua hipossuficiência, o que se extrai do tempo que permaneceu no cárcere - não obstante a soltura condicional que lhe foi deferida. 3. Habeas Corpus concedido, ratificada a liminar. ..EMEN:(HC - HABEAS CORPUS - 444263 2018.00.79280-8, ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, STJ - SEXTA TURMA, DJE DATA:01/06/2018 ..DTPB:.)
	Fonte da publicação
	DJE DATA:01/06/2018 ..DTPB:
	
I – FATOS
            O acusado, na companhia de indíviduo de nome Benedito,  foi preso em flagrante, por agentes policiais do 4º Distrito Policial da Capital, na posse de um automóvel marca Fiat, Tipo Uno, sob a acusação de ter furtado tal veículo, que encontrava-se estacionado em uma  via pública da Capital.
A suposta conduta do acusado foi tipicicada pelo Delegado de Polícia que presidiu o Auto de Prisão em Flagrante como a prevista no artigo 155, § 4º, IV, do Código Penal.
Devido a pena cominada ao referido tipo, o delegado não arbitrou fiança, determinando o recolhimento dos acusados ao cárcere e entregando-lhes a nota de culpa.
II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS
           
            O artigo 5º, inc. LXVI, dispõe claramente que: “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”.
            A concessão de liberdade provisória ao acusado se impõe, diante do evidente descumprimento da homogeneidade da medida cautelar a ele imposta.
            A pena cominada ao furto qualificado por concurso de duas ou mais pessoas é de 2 a 8 anos de reclusão. O acusado é primário e trabalhador, portanto, na remota hipótese de condenação ao fim da instrução processual, a pena a ele aplicada não passaria de 2 anos de reclusão, pena essa que, em observância ao diposto no art. 33, §2º, alínea c, do Código Penal, seria cumprida em regime aberto.
            Diante do expoxto, demonstra-se desnecessária a prisão cautelar do acusado.
III – PEDIDOS
Ante o exposto requer a concessão de liberdade provisória ao acusado, com a expedição do respectivo alvará de soltura.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data.
ADVOGADA
OAB/UF n. XXXXX
TAREFA 07
PLANO DE AULA 7
No dia 15/11/2016, por volta das 22 horas, Matias conduzia veículo automotor, marca Volkswagen, modelo Gol, placa XYX0611, pela Av. Brasil, na Comarca da Capital, na altura do nº YY, quando foi abordado por uma guarnição da Policia Militar, sendo certo que os policiais constataram que o Matias dirigia veículo produto de crime. Desta maneira, Matias foi preso em flagrante delito pelos PM´s como incurso nas penas do art. 180, do CP. Já em sede policial, a Sra. Miranda , proprietária do veículo, reconheceu, em conformidade com o art. 226 do CPP, Matias como autor do crime de roubo ocorrido 2 dias antes, ou seja, em 13/11/2016. Observado o procedimento de lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, Matias agora encontra-se preso, como autor do delito previsto no art. 180 do CP. Você, advogado criminalista é procurado pela família de Matias para tomar as medidas cabíveis nesse caso.
AO DOUTO JUIZ DA xx VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL
PROCESSO Nº.: XXXXXXXX 
MATIAS, nacionalidade XXX, estado civil XXX, profissão XXX, portador do documento de identidade nº XXX, incrito no CPF sob o nº XXX, residente e domiciliada na XXX, vem, por meio  do advogado infra assinado, cujo endereço encontra-se na procuração em anexo, requerer o
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
com fundamento no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição da República Federativa do Brasil  e no art. 310, I do Código de Processo Penal, nos seguintes termos:
jurisprudência
0261428-69.2015.8.19.0001
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE ROUBO COM EMPREGO DE ARMA POR SEIS VEZES. PRISÃO EM FLAGRANTE. CONVERSÃO EM PRISÃO PREVENTIVA. PLANTÃO JUDICIÁRIO. REANÁLISE PELO JUÍZO COMPETENTE. RECONHECIMENTO DA ILEGALIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE. RELAXAMENTO DA PRISÃO. INCONFORMAÇÃO. ACUSADO PRESO MAIS DE 19 HORAS APÓS O COMETIMENTO DO CRIME DE ROUBO. AUSÊNCIA DE IMEDIATIDADE DA PRISÃO. INEXISTÊNCIA DE FLAGRANTE IMPRÓPRIO OU IMPERFEITO. ARTIGO 302 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. RECURSO NÃO PROVIDO. DECISÃO CONFIRMADA.
 
O suposto autor imediato do delito, aqui representado pelo ora Recorrido, apenas foi preso pelos Policiais Militares depois de decorrido mais de 19 (dezenove) horas do cometimento do crime de roubo.
 
Estamos, por via de conseqüência, diante de um flagrante impróprio ou imperfeito e, para essa hipótese, a lei estabelece um limite para a adequação do momento posterior ao cometimento do crime para a finalidade de se entender ter realmente ocorrido esse estado flagrancial.
 
Não se pode aquilatar uma elasticidade para a situação dada ao flagrante impróprio ou imperfeito, pois, caso contrário, estaríamos autorizando a perseguição de qualquer pessoa apontada como suspeita.
 
Sendo assim, mesmo que o acusado, ora Recorrido, tenha sido preso na posse dos bens subtraídos e do reconhecimento das vítimas, de modo algum essa situação fática, por si só, faz concluir a presença de um estado flagrancial impróprio ou imperfeito, em razão do lapso temporal bastante considerável entre a prática do crime e da prisão dele, conforme elencado na norma do artigo 302 do Código de Processo Penal, o que suscita realmente o reconhecimento da ilegalidade da prisão em flagrante, justificando o seu relaxamento.
 
 
                                 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso em Sentido Estrito nº 0261428-69.2015.8.19.0001, em que é Recorrente Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e Recorrido Robson Alves de Mello Nogueira Pereira.
 
                                 A C O R D A M os Desembargadores que compõem a Colenda 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso em Sentido Estrito, nos termos do voto do Relator.
 
Rio de Janeiro, 6 de outubro de 2015.
 
Desembargador Sidney Rosa da Silva
Relator
I – FATOS
            O acusado, no dia 15/11/2016, por volta das 22 horas, foi preso, por uma guarnição da Policia Militar, como incurso no artigo 180 do Código Penal, quando conduzia, pela Av. Brasil, na altura do nº YY, um veículo automotor, marca Volkswagen, modelo Gol, placa XYX0611, veículo esse que os policiais constataram ser produto de crime.
Em sede policial, a Sra. Miranda, proprietária do veículo, reconheceu, o acusado como autor do crime de roubo ocorrido 2 dias antes, ou seja, em 13/11/2016.
Lavrado o Auto de Prisão em Flagrante, o acusado encontra-se preso, como autor do delito previsto no art. 180 do CP.
II – FUNDAMENTOS JURÍDICOS
            O artigo 302 do CPP dispõe que se considera em flagrante delito quem está cometendo a infração penal, acaba de cometê-la, é perseguido, logo após, de cometer a infração penal ou é encontrado, logo depois, com objetos que façam presumir ser ele o autor da infração.
            O acusado foi preso, no dia 15/11/2016, dirigindo o veículo produto de roubo, que, segundo narrou a vítima, ocorreu no dia 13/11/2016, ou seja, 2 dias anteriores à prisão, o que não caracteriza nenhuma das circuntâncias previstas no referido dispositivo legal, demonstrando claramente a inexistência de possibilidade de prisão em flagrante do acusado.
            Não obstante ter a suposta vítima reconhecido o acusado como sendo o autor do roubo, esse fato, por si só, não importa na imediata possibilidade de prisão em flagrante do acusado, pois, cofnorme exposto, não houve a ocorrência de nenhuma das circunstâncias previstas no artigo 302 do CPP.
            Diante do exposto, não resta outra alternativa a não ser o reconhecimento da ilegalidade da prisão em flagrante do acusado, devendo a medida cautelar ser imediatamente relaxada.
III – PEDIDOS
Ante o exposto requer o imediato relaxamento da prisão em flagrante do acusado, com a expedição do respectivo alvará de soltura.
Nestes termos,
Pede deferimento
Local e data.
Advogado
OAB/UF n. XXXXX
ATIVIDADE PASSADA EM AULA PELA PROFESSORA
PEÇA – PARA TREINAR
Daniel, nascido em 02 de abril de 1990, é filho de Rita, empregada doméstica que trabalha na residência da família Souza. Ao tomar conhecimento, por meio de sua mãe, que os donos da residência estariam viajandopara comemorar a virada de ano, vai até o local, no dia 02 de janeiro de 2010, e subtrai o veículo automotor dos patrões de sua genitora, pois queria fazer um passeio com sua namorada. Desde o início, contudo, pretende apenas utilizar o carro para fazer um passeio pelo quarteirão e, depois, após encher o tanque de gasolina novamente, devolvê-lo no mesmo local de onde o subtraiu, evitando ser descoberto pelos proprietários. Ocorre que, quando foi concluir seu plano, já na entrada da garagem para devolver o automóvel no mesmo lugar em que o havia subtraído, foi surpreendido por policiais militares, que, sem ingressar na residência, perguntaram sobre a propriedade do bem. Ao analisarem as câmeras de segurança da residência, fornecidas pelo próprio Daniel, perceberam os agentes da lei que ele havia retirado o carro sem autorização do verdadeiro proprietário. Foi, então, Daniel denunciado pela prática do crime de furto simples, destacando o Ministério Público que deixava de oferecer proposta de suspensão condicional do processo por não estarem preenchidos os requisitos do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que Daniel responde a outra ação penal pela prática do crime de porte de arma de fogo. Em 18 de março de 2010, a denúncia foi recebida pelo juízo competente, qual seja, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Florianópolis. Os fatos acima descritos são integralmente confirmados durante a instrução, sendo certo que Daniel respondeu ao processo em liberdade. Foram ouvidos os policiais militares como testemunhas de acusação, e o acusado foi interrogado, confessando que, de fato, utilizou o veículo sem autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo, tanto que foi preso quando ingressava na garagem dos proprietários do automóvel. Após, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Daniel, que ostentava apenas aquele processo pelo porte de arma de fogo, que não tivera proferida sentença até o momento, o laudo de avaliação indireta do automóvel e o vídeo da câmera de segurança da residência. O Ministério Público, em sua manifestação derradeira, requereu a condenação nos termos da denúncia. A defesa de Daniel é intimada em 17 de julho de 2015, sexta feira.
AO Doutor Juiz de Direito da 1º Va ra Criminal da Comarca de Florianópolis do Estado de ____ 
 
 
Autos nº _____/___ 
 
 
 
 	Daniel, já qualificado, nos autos da A ção Penal que lhe mo ve a Ju stiça Púb lica, processo em epígrafe, por seu defensor infra -assinado, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal, apresentar seus MEMORIAIS, apoiados nas seguintes razões: 
DOS FATOS
 	 Daniel, nascido em 02 d e abril de 1990, é filho d e Rita, empregada doméstica que trabalha na residência da família Souza. Ao tomar conhecimento, por meio de sua mãe , que o s donos da residência estariam viajando para comemorar a virada de ano, fo i até o local, no dia 02 de janeiro de 2010, e su btrai o veículo automotor dos patrõe s de sua genitora, pois queria fazer um passeio com sua namorada. 
Desde o início, contudo, pretende apenas utilizar o carro para fazer um passeio pelo quarteirão e, depois, após encher o tanque de gasolina novamente, devolvê -lo no mesmo local de onde o subtraiu, evitando ser descoberto pelos proprietários. Ocorre que, quando foi concluir seu plano, já na entrada da garagem para devolver o automóvel no mesmo lugar em que o havia subtraído, foi surpreendido por policiais militares, que, sem ingressar n a residência, perguntaram sobre a propriedade do bem. 
Ao analisarem as câmeras de segurança da residência, fornecidas pelo próprio Daniel, perceberam os agentes da lei que ele havia retirado o carro sem autorização do verdadeiro proprietário. Foi, então, Daniel denunciado pela prática do crime de furto simples 
DO DIREITO
 
 	Preliminarmente Excelência, requer que seja extinta a punibilidade do fato em f avor do réu, visto haver prescrição da punibilidade, com fulcro no art. 109, IV C/C a rt. 115, ambos CP. A pena máxima aplicada para o caso é de 04 anos, o prazo prescricional seria de 8 anos, ocorre que o réu era na data do fato era men or de 21 anos, a ssim sendo, o prazo prescriciona l se rá contado pela metade. Porém o fato ocorreu em 02/01/2010 e a denúncia foi oferecida em 18/03/2010 e desde então passaram-se 5 anos que não f oi proferida sentença con denatória. Diante d isso, a pena do réu já está prescrita.
Do exposto, insta mencionar V. Eª, n ão haver tipicidade na conduta do acusado, uma vez que o mesmo não atuou com o necessário dolo para a configuração do d elito de fu rto , art. 155, CP, pois não tinha o do lo de ter a coisa para si ou para outrem. Seu interesse era, apenas de usar a coisa alheia e devolvê-la, sem qua lquer prejuízo para o dono. Portanto, restando configurada a atipicidade da conduta do Acusado, não há falar em crime. 
 	 Para esse propósito, imprescindível descrever o s argumento perfilados pelo doutrinador 
Rogério Sanches Cunha: 
 O agente deve ter a intenção d e não devolver a coisa à vítima 
(animus rem sibi habendi).
Subtraindo coisa apenas para usá-la momentaneamente, 
devolvendo-a, logo em seguida, haverá mero forto de uso, um 
indiferente penal (caso de atipicidade por ausência do e lemento 
subjetivo caracterizador do delito- animus forandi). S ão, em 
resumo, requisitos do furto de uso: a) intenção, desde o início, de 
uso momentâneo da coisa subtraída; b) coisa não consumível; c) 
sua restituição imediata e integral à vítima. 
Nesse diapasão, cumpre trazer a lume os regramentos insertos no art. 386, III do CP: 
Art. 386. O j uiz absolverá o réu, mencionando a c ausa na parte dispositiva, 
desde que reconheç a: 
 III - não constitu ir o fato infraç ão penal;
Conforme ex positis, o furto de uso praticado pelo réu não está enquadrado na tipificado penal e a demais, não houve ilícito civil, pois na hora de sua abordagem, e stava o réu devolvendo o bem no mesmo lugar e nas mesmas condições adquirida, não havendo assim dano a o bem jurídico tutelado. 
 	Subsidiariamente, caso V. Eª. não entenda da forma acima exposta, que seja a pena aplicada no mínimo legal, pois conforme súmula 444 d o STJ, ações penais em curso não podem justificar antecedentes. 
 	 No vertente caso, faz -se enaltecer que deve-se reconhecer os a ntecedentes da menoridades e da confissão espontânea, conforme art. 65, I e III, “c” do CP, pois o réu na data do fato era menor de 21 e confessou o fato espontaneamente. 
 Por f im, seja substituída a pena privativa d e liberdade por uma restritiva de direito, pois preenche os requisitos do art. 44, CP. 
DO PEDIDO
 	Diante do exposto, requer preliminarmente, que seja reconhecida a extinção da punibilidade do acusado, com força nos arts. 109, IV e 11 5 d o CP . Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência, requer que se ja reconhecida a absolvição do acusado visto ser um fato atípico; não entendendo assim V. Eª, ser cas o de absolvição que a pe na seja aplicada no mínimo legal, conforme disposto na súmula 444, os antecedentes não depõem contra o acusado, é p reciso ser reconhecida as atenuantes da menoridade e da confissão espontânea e, por fim, que seja substituída a pena privativa de liberda de por uma restritiva de direito, por questões de JUSTIÇA! 
 
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Florianópolis, 24 de julho de 2015
______________________
ADVOGADO...
OAB/... nº ...

Outros materiais