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Fundamentos do Turismo Noções básicas dos fundamentos teóricos do turismo. Conceitos, definições e tipologia. Contextualização histórica do lazer e do turismo. Principais impactos do fenômeno turístico. Motivações e fatores condicionantes. O sistema turístico. Ciclo de vida das destinações turísticas. Segmentação do trabalho dentro da atividade turística, atendendo às mudanças exigidas pela sociedade pós-industrial. A visita técnica. Organismos oficiais do turismo. Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 1 Reflexão ......................................................................................................................................................... 2 1. QUANDO SURGIU O TURISMO?...................................................................................................... 2 O TURISMO NA PRÉ-HISTÓRIA (Das origens do homem até c. 4000 a.C.)................................ 2 O TURISMO NA ANTIGUIDADE (De c. 4000 a.C. a 476 d.C.) ..................................................... 1 O TURISMO NA IDADE MÉDIA (De 476 d.C. a 1453 d.C.) .......................................................... 3 O TURISMO NA IDADE MODERNA (De 1453 d.C. a 1789 d.C.) ................................................ 5 O TURISMO NA IDADE CONTEMPORÂNEA (De 1789 d.C. aos dias atuais).......................... 6 O TURISMO NO BRASIL .................................................................................................................. 9 2. ORIGEM DA PALAVRA TURISMO................................................................................................. 11 2.1 O que é o turismo? ................................................................................................................. 12 3. A ATIVIDADE TURÍSTICA .............................................................................................................. 15 3.1 O tempo e a atividade turística ............................................................................................. 15 3.2 Definições básicas em Turismo ............................................................................................ 17 3.3 Tipos e formas de turismo. .................................................................................................... 18 3.4 Fluxo Turístico ........................................................................................................................ 19 4. SISTEMA TURÍSTICO ........................................................................................................................ 20 4.1 Definição de Sistema Turístico? ........................................................................................... 22 4.2 Oferta Turística E Demanda Turística ................................................................................. 22 4.2.1 OFERTA TURÍSTICA ........................................................................................................ 22 4.2.2 ATRATIVOS TURÍSTICOS: ............................................................................................ 25 4.2.3 DEMANDA TURÍSTICA .................................................................................................. 31 5. RELAÇÃO ENTRE TURISTAS E RESIDENTES. ............................................................................. 35 6. MERCADO TURÍSTICO .................................................................................................................... 37 7. TURISMO E ORGANIZAÇÕES TURÍSTICAS ................................................................................. 48 8. O PLANEJAMENTO TURÍSTICO .................................................................................................... 55 8.1.1 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO .................................................................... 55 8.1.2 QUAIS OS CONCEITOS, TIPOS E OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO? ................ 56 Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 2 Reflexão O que você sabe sobre o turismo? Você sabe como começou? Que características assumiram no decorrer da história? A que serve? História do Turismo 1. QUANDO SURGIU O TURISMO? Podemos dizer que não há um consenso entre os mais diversos autores do tema, sejam eles brasileiros ou mesmo estrangeiros, sobre quando efetivamente se deu o início da atividade turística. Alguns consideram o seu surgimento na Antiguidade, outros na Grécia Antiga, outros durante o período de existência do Império Romano e outros, ainda, consideram o seu surgimento na época dos Fenícios. Existem também aqueles que consideram o surgimento do Turismo há milhões de anos! Como não há uma data definida e acordada para o início do Turismo, elaboramos nesta seção um resumo cronológico sobre o surgimento da atividade que, segundo a nossa ótica, é de maior importância para uma melhor contextualização do Turismo. Acompanhe, a seguir, a evolução do turismo na ordem cronológica, seguida, inclusive, de contextualizações conceituais. a) O TURISMO NA PRÉ-HISTÓRIA (Das origens do homem até c. 4000 a.C.) O homem sempre precisou viajar! Para sobreviver, para proteger-se, para conquistar, comerciar, por curiosidade natural, por lazer, enfim, há registros desde a pré-história de deslocamentos individuais e em grupo. O homem sempre precisou viajar! Para sobreviver, para proteger-se, para conquistar, comerciar, por curiosidade natural, por lazer, enfim, há registros desde a pré-história de deslocamentos individuais e em grupo. As civilizações mais antigas fizeram longas viagens nas regiões onde surgiram, atuais Oriente Médio, parte da África e da Ásia, graças aos avanços “científicos e tecnológicos” da época. Caverna de Madasin - Há quem acredite que um turismo embrionário era praticado por povos primitivos ainda na pré-história. Registros arqueológicos na Caverna de Madasin, nos Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 1 Pirineus, identificaram que seus habitantes, há 13.000 anos A.C., viajavam até o mar e retornavam (LEAKEY, 1999 apud BADARÓ, 2005). Stonehenge - Na planície de Salisbury, sul da Inglaterra, é que se ergue esse estranho e indecifrável complexo monolítico chamado Stonehenge, um enigma tão grande quanto ao das pirâmides. Stonehenge é o monumento pré-histórico mais importante da Inglaterra e não há nada semelhante à ele em todo o mundo. Este altar de pedras tem sido usado há 5000 anos e até hoje não se tem certeza absoluta qual era sua finalidade. Rituais Druidas, cerimônias em homenagem ao sol, ou portal para seres de outros planetas são algumas das possibilidades sempre lembradas. Povos Mesopotâmios - É muito provável que já houvesse algum olhar turístico nas longas viagens marítimas dos fenícios, inventores do comércio e da moeda, três milênios antes da era cristã, ou nas caravanas dos povos mesopotâmios (sumérios, babilônios, assírios) que atravessavam as regiões áridas do Oriente Médio, dando início a um culto singular à hospitalidade. Apesar da vida nômade desses povos, sempre havia uma tenda pronta a receber os estranhos. Civilização Maia (Pré-colombianas) - O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (região sul do atual México). Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia. Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da civilização e eram governadas por um estado teocrático. O império maia era considerado um representante dos deuses na Terra. Nesta época surgiu o caminho que ligava os Andes ao Oceano Atlântico, denominado Caminho do Peabiru. A grande importância histórica do caminho de Peabiru foi, primeiramente, guiar asmigrações indígenas de todos os indígenas latinos americanos, mas também serviu para facilitar a circulação de mercadorias, o comércio e as missões religiosa. b) O TURISMO NA ANTIGUIDADE (De c. 4000 a.C. a 476 d.C.) Alguns estudiosos atribuem ainda um dos marcos iniciais do turismo na Antiguidade à viagem da rainha de Sabá, que no século 10 a.C. deixou seu palácio a sudoeste da Arábia para fazer uma visita ao Rei Salomão, em Jerusalém. Grécia Antiga - Mas foi na Grécia Antiga que o Turismo começou a tomar forma como atividade econômica. Por volta do século 7 a.C., os eventos desportivos realizados a cada quatro anos na cidade-estado de Olímpia atraíam não apenas atletas como, também, Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 2 espectadores. Os Jogos Olímpicos motivaram as primeiras viagens de lazer, que se tornaram importantes a ponto de se fazer trégua nas guerras para salvaguardar os viajantes. Todos os demais pontos do trajeto, e não apenas Olímpia, adaptaram-se e criaram estruturas de alojamento, alimentação e transporte para esses primeiros turistas (CEZAR, 2005). A expansão do Império Romano trouxe motivos ainda mais numerosos e atraentes para se viajar. As conquistas territoriais fizeram surgir intenso intercâmbio comercial, dando origem também a viagens de lazer, em que não faltavam atrações como espetáculos circenses e lutas de gladiadores. Os romanos, portanto, contribuíram de forma significativa para o que viríamos a chamar de Turismo, como afirma Rui Aurélio de Lacerda Badaró, no artigo “O direito do Turismo através da história e sua evolução”. “Os romanos podem ser considerados os primeiros a viajar por prazer. Diversas pesquisas científicas (análise de azulejos, placas, vasos e mapas) revelaram que o povo romano ia à praia e a centros de rejuvenescimento e tratamento do corpo, buscando sempre divertimento e relaxamento” (BADARÓ, 2005). Roma Antiga - Roma foi o centro do maior império do mundo ocidental na Idade Antiga e por quase dois séculos viveu um período de relativa paz, sob forte domínio militar, que ficou conhecido como “Pax Romana” (de 29 a.C., quando Augusto César declarou o fim das guerras de conquista, até 180 d.C., com a morte de Marco Aurélio). Durante essa “paz romana”, foi intensa a construção de estradas, hospedarias e até mesmo centros de tratamento termal, no vastíssimo império que ia da Inglaterra até a Mesopotâmia, incluindo metade da Europa, grande parte do Oriente Médio e do norte da África. O intercâmbio comercial e as movimentações militares promovidas pelo Império Romano deram origem não apenas ao costume das viagens de lazer como também às próprias palavras que passaram a designar essa nova atividade humana. Vikings - As pessoas que viviam na Escandinávia por volta do ano 800 da nossa era até cerca de 1100 são conhecidas como vikings. A antiga palavra escandinava vikings significava pirata e muitas pessoas pensam nos vikings apenas como invasores selvagens. Os vikings, porém, também eram notáveis exploradores, conquistadores, fazendeiros, comerciantes e artífices. Desenvolveram leis justas e um sistema de democracia. Os legendários Vikings se tornaram famosos por serem guerreiros e aventureiros corajosos e ambiciosos. Até o final do século VIII, a Escandinávia era uma região praticamente ignorada pela Europa. De repente, em 780, os Vikings se deslocaram da Noruega, Dinamarca e Suécia e começaram a saltear a Europa cristã, devastando cidades e campos. Nestes deslocamentos aconteciam as paradas, utilizando estalagens e acampamentos. Recarregavam os barcos com alimentos, especiarias, animais e peles. Civilização Asteca (Pré-colombianas) - Povo guerreiro, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e XVI. Fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual Cidade do México), numa região de pântanos, próxima do lago Texcoco. Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 3 A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides). Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos. Estes eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses. Acreditavam que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes. Civilização Inca (Pré-colombianas) - Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532. O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média (funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas. Os sacrifícios eram a principal parte dos cultos e na época das grandes festas, eram feitas oferendas não somente ao Deus Sol, mas também a outras divindades, afim de manter a benevolência para com seus seguidores, para estes eventos acontecia o êxodo dos vilarejos e províncias, o que acarretava em um numero maior de pessoas em torno dos grandes templos. A maioria dos sacrifícios eram de llamas, cuys, roupas, ouro, prata, frutas e chicha, mas ao longo da história peruana houveram muitos sacrifícios humanos, pois se encontraram evidências disso em escavações arqueológicas e nos relatos dos cronistas. Há quem diga que essa prática foi mais freqüente ao norte do país e que na época dos Incas, os sacrifícios humanos diminuíram. c) O TURISMO NA IDADE MÉDIA (De 476 d.C. a 1453 d.C.) O declínio do Império Romano e sua queda por volta do ano 400 d.C. marcaram o fim do período inicial da história do Turismo. As guerras sucessivas prejudicaram as estradas e o comércio tornou-se muito difícil. Acabaram as viagens como forma de lazer. A partir daí, o Turismo ganha características de aventura ou de manifestação da fé. Com a expansão do Cristianismo no mundo, multiplicaram-se as peregrinações religiosas a Jerusalém, mais especificamente à Igreja do Santo Sepulcro, construída pelo imperador Constantino em 326 d.C. Os peregrinos eram conhecidos então como “palmeiros” Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 4 e, a partir do século 6, passam a ser chamados de “romeiros”, já que a cidade de Roma foi incluída nos roteiros das peregrinações (BADARÓ, 2000). As viagens de caráter religioso se intensificaram entre os séculos VII e IX. Foi desse período final, por exemplo, a descoberta da tumba do apóstolo São Tiago, no norte da Espanha, o que atraiu grande veneração a ponto de motivar o peregrino francês Aymeric Picaud a escrever as histórias sobre o apóstolo e um roteiro de viagem sobre a travessia da França até o sepulcro de São Tiago. Este roteiro, editado em 1140, foi considerado o primeiro guia turístico impresso da Europa. E até hoje o “Caminho de Santiago de Compostela” é um dos roteiros mais visitados do mundo. A peregrinação a Santiago de Compostela suscitaria também as primeiras excursões pagas registradas pela História, organizadas por adeptos dos Jacobitismo, movimento político surgido na Escócia em resposta à deposição de James II da Grã-Bretanha. No século XI, Jerusalém foi dominada pelos turcos seljúcidas, que nessa época ocupavam grandes extensões da Ásia central e ocidental. A partir daí, entre os séculosXI e XIII, com a motivação inicial de libertar o Santo Sepulcro das “profanações” turcas, o mundo cristão organizou as expedições militares-religiosas conhecidas como Cruzadas. As pousadas que até então funcionavam principalmente para os viajantes religiosos, em nome da caridade samaritana, assumiram características de negócio lucrativo diante do movimento intenso de soldados, peregrinos e mercadores nos caminhos europeus, e um grande número de novos estabelecimentos foi aberto nesse período. Essa mudança do perfil da hotelaria, firmando-se agora como atividade profissional, tem como marco significativo a criação do primeiro grêmio dos proprietários de pousadas, em Florença, na Itália, no ano de 1282 (BADARÓ, 2005). A partir do século XIII, portanto, as relações entre Comércio e Turismo tornaram-se mais sólidas, ficando difícil separar uma atividade da outra. Neste cenário surgiu a Liga Hanseática, um grupo mercantil que controlava o comércio e as feiras em mais de 90 cidades, trazendo mercadorias de Novgorod, na Rússia, e comercializando-as com preços tabelados (BOYER, apud Badaró, 2005). Além de franquias e entrepostos no norte europeu, a Liga Hanseática organizava grupos de viagem para percorrer diversas cidades, visando mostrar aos viajantes sua organização e suas atividades mercantis. “Esses grupos eram acolhidos por pousadas já predeterminadas pela liga, onde eram tratados de forma diferenciada com massagens, vinhos e outras peculiaridades de cada região”, afirma Rui Aurélio Badaró, no artigo “O Direito do Turismo através da história e sua evolução”. Estavam plantadas as raízes também do turismo de negócios. Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 5 d) O TURISMO NA IDADE MODERNA (De 1453 d.C. a 1789 d.C.) Nos séculos XIV a XVI, o Renascentismo floresceu como um período de intensa produção artística e científica na Europa. Viajar passou a ser uma ambição cultural, uma oportunidade para acumular conhecimentos, aprender línguas e desfrutar aventuras. Até então, a atividade turística era coisa para jovens, em sua maioria acompanhados de professores ou religiosos (BADARÓ, 2005). Eram viagens realizadas principalmente pela nobreza masculina e pelo clero. Na Europa do século 16, alguns países se destacavam como centros de efervescência cultural. Visitar esses países era, fazia parte de um aprendizado indispensável à boa educação. E se estas eram viagens “educativas”, necessário se fazia contar com um professor ou tutor que falasse a língua do país visitado e que conhecesse os hábitos e costumes locais. Florença e Roma despontaram como destinos culturais, desencadeando na sociedade inglesa, por exemplo, uma verdadeira “febre italiana”. Os nobres que não conhecessem a Itália sentiam-se inferiores, inclusive porque formavam-se clubes reservados somente àqueles que já tivessem viajado às capitais do Renascimento (BADARÓ, 2005). Apesar do incremento do Turismo comercial, a experiência de hospedar peregrinos, deixada pelo período das Cruzadas, havia reforçado nas ordens religiosas o compromisso de acolher pobres e enfermos. O estatuto da Santa Casa de Misericórdia de Lisboa, por exemplo, datado de 1516, evidencia o compromisso de “abrigar os viajantes e os pobres”. Mas, com o aumento da quantidade de viajantes, a dificuldade de manter num mesmo ambiente doentes e sãos fez com que estes espaços de acolhimento se separassem em “hospitais” e “albergarias”. No século XVI, ocorrem muitas viagens não oficiais realizadas por jovens acompanhados de seu professor particular (que geralmente viajava antes para conhecer os hábitos e costumes locais, além do idioma), que possuía algumas características marcantes, tais como: eram realizadas por uma classe privilegiada, de elite; eram consideradas um tour de aventura; eram feitas majoritariamente pelas pessoas do sexo masculino; eram esporádicas e com duração aproximada de três anos. Nessa mesma época, já se constata o turismo na França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Inglaterra e Espanha. No século XVI, surge o considerado “1º hotel do mundo”, de nome Wekalet Al Ghury no Cairo – Egito - para atender mercadores; Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 6 No século XVII, ocorre uma melhoria nos transportes de então, que eram feitos em lombo de cavalo ou puxados por carroças e carruagens. Inventa-se a Belina (um tipo de carruagem mais rápida, de duas poltronas), e também a diligência; Surgem as primeiras linhas regulares de diligências entre Frankfurt e Paris e entre as cidades de Londres a Oxford; Posteriormente a Revolução Industrial (que altera de maneira significativa as relações de trabalho e de divisão do tempo), o turismo passa a ser educativo, com interesse cultural. e) O TURISMO NA IDADE CONTEMPORÂNEA (De 1789 d.C. aos dias atuais) Nas últimas décadas do século 18, surgiu na Europa o Romantismo, movimento artístico e filosófico que se caracteriza por uma visão de mundo centrada no indivíduo, na subjetividade e na emoção. Em tempos de Romantismo, o Turismo tornou-se também “romântico”. Jean Jacques Rousseau, pai da “Teoria do Bom Selvagem”, viajou a pé por toda a França em 1776 e, dos relatos de viagem, nasceu a obra “La nouvelle Héloïse”, sagrando seu autor como o “primeiro turista do Romantismo”. Nessa época ainda as atividades lúdicas e de recreação firmavam-se como fortes ingredientes do Turismo. Os jogos de azar ganharam espaço na sociedade e nasceram na Europa os primeiros cassinos. No início do século 19, mais precisamente em 1804, entrou em vigor na França um novo código civil, o Código de Napoleão, que deu forma jurídica às principais conquistas da Revolução Francesa de 1789 e serviu de inspiração a mais de 70 países, estabelecendo os traços da moderna sociedade ocidental. Nesse código, pela primeira vez na história da humanidade, foi regulamentada a responsabilidade civil do agente hoteleiro. Thomas Cook, o é considerado o pai das agências de viagens, organizou, em 1841, a primeira excursão para transportar 578 pessoas de Loughborough a Leicester, a fim de participarem de um congresso antialcoolismo. Nesse processo de organização da viagem, ficou claro que o meio de transporte não era o único item necessário, mas também se precisava levar em conta outros segmentos, tais como: hospedagem, alimentação e pontos turísticos. Ainda incluíram-se outras atividades como jogo e dança ao som da banda que acompanhou os viajantes. Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 7 Depois desse feito, Cook passou a explorar comercialmente um novo ramo de transporte e organização de viagens. Em 1845, com o intuito de organizar viagens atendendo aos desejo de clientes, fundou, em parceria com seu filho James, a agência Thomas Cook & Son. Foi ele o primeiro a criar o pacote turístico (preço, passagem, translados, refeições e hospedagem). Em fevereiro de 1919 foi realizada a primeira viagem turística aérea entre Paris e Londres, num avião que seria usado na Primeira Guerra, mas acabou adaptado para passageiros. Tinha 12 lugares e fez o percurso em duas horas e meia. Em 1925 houve um Congresso Internacional em Haia, Holanda, reunindo as Associações Oficiais de Tráfego e Turismo de diferentes países, e providências foram tomadas para a formação de um órgão internacional que viria a ser a UIOOT – União Internacional de Organizações Oficiais de Turismo. Durante a Segunda Guerra o turismo parou, e com a criação da ONU, em 1945, ele foi reconhecido como atividade econômica importante e mundial, e ficou sob a responsabilidade da UNESCO, até a criação da OMT em 1970, no México, e hoje a sede está em Madrid, Espanha. Depois da Segunda Guerra Mundial teve início o período econômico conhecido como Estado do Bem Estar Social, que impulsionou bastante o turismo quando países europeus, e depois em outros continentes, passaram a fazer um controle maior da economia e garantirammelhores condições de sobrevivência dos trabalhadores, através da estatização, educação, saúde e previdência social. A Cultura de Massa, característica da industrialização da sociedade, também incrementou o turismo, através da diferenciação de conhecimentos e produção de obras e eventos de entretenimento, e que também acabou se tornando uma atividade econômica importante na sociedade moderna. Em 1949 foi vendido o primeiro pacote aéreo e a partir daí o avião passou a ser a principal opção de todos os envolvidos com a atividade, tornando-a cada vez mais intensa, fomentadora de outras, e motor da economia de muitas cidades e países. Em 1956 foi realizado o Primeiro Congresso de Turismo Social, em Berna, quando foram aprovadas por outros países europeus as férias remuneradas, impulsionando a criação de agências e operadoras em todo o mundo. Em 1972 houve a Convenção Mundial do Patrimônio, da UNESCO, pois já se manifestava a preocupação com monumentos e o meio ambiente, supostamente agredidos pela indústria turística que hoje é, reconhecidamente, instrumento de preservação do patrimônio histórico, do meio ambiente, de culturas e da paz mundial, demonstrando a transcendentalidade e a heterogeneidade dessa atividade. As melhorias nos transportes, os vôos charters e a internacionalização de redes hoteleiras modificaram o perfil do turismo nas décadas de 80 e 90, com muito mais pessoas Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 8 viajando, exigindo melhor formação dos profissionais, melhor qualidade de serviços, novos parceiros, como o marketing e a publicidade, e mais investimento em infra-estrutura, o que fez com que muitos operadores e centros turísticos adequassem a demanda à oferta desses centros. Na década de 90 o turismo passou a fazer parte da agenda econômica de vários países, focando na preparação de profissionais, promoção e sustentabilidade, além de políticas supranacionais com leis que fomentam o turismo. Na França já existe desde 1999 o ramo do Direito do Turismo devido a necessidade da atividade amparar-se em leis do direito civil, direito do consumidor, direito internacional público e privado, direito comercial, entre outros, que reconheçam suas relações com outras atividades, suas necessidades e objetivos. Mas o fim da Guerra Fria foi também o fim do Estado do Bem Estar Social e foram retomados os ideais do liberalismo econômico, que é a mínima intervenção do estado e a livre circulação de capitais, tendo inicio a globalização, com profundas modificações no mercado de trabalho, tendo sido substituído o emprego formal e o apoio do estado, pela terceirização, empreendedorismo e cooperativas. Deixaram de existir ganhos como férias remuneradas, décimo terceiro salário e fundo de garantia, o que afetou o turismo nos últimos anos, modificando o perfil de turismo de massa para o turismo individual, de negócios e de eventos. A internet e o comércio eletrônico já estão causando novas mudanças e a necessidade de adaptação, não apenas pela comercialização diferente, mas pela quantidade de informações disponíveis a respeito dos atrativos, infra-estrutura, segurança e qualidade de serviços e pessoas que não tinham tempo ou o hábito de ler e escrever agora o fazem pela internet, influenciam e são influenciadas por outras, escrevem segundo sua formação, consciência e interesse e exigem profissionais e competência. Não basta ser bonito, ter atrativos, publicidade ou preço, pois a tendência atual são as viagens mais personalizadas, para lugares limpos, agradáveis, seguros e com bons serviços ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS IDADE CONTEMPORÂNEA: Em 1830, a ferrovia Liverpool – Manchester foi a 1ª a se preocupar mais com os passageiros do que com a carga. Essa é a “Era da ferrovia”, que foi determinante para o desenvolvimento do turismo; Surge o “Pai do Turismo moderno”: Thomas Cook – em 1841 ele andou 15 milhas para um encontro de uma liga contra o alcoolismo em Leicester. Já para um encontro em Loughborough, alugou um trem para levar outros colegas. Juntou 570 pessoas, comprou e revendeu os bilhetes. Esse fato é considerado como sendo um marco na história do Turismo, pois se caracterizou como a 1ª viagem agenciada. Além disso, Thomas Cook organizou o 1º package (pacote) – excursão organizada. Em 1865, editou um guia chamado: Conselhos de Cook para excursionistas e turistas. Em 1867, instituiu o voucher hoteleiro. Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 9 O Turismo no século XX se utiliza do trem como meio de transporte em nível nacional e navios em nível internacional; Os principais fatores que impulsionaram o turismo no século XIX foram: segurança, salubridade e alfabetização crescente. O passaporte surge em 1915, como um mecanismo para realizar o controle do tráfego de turistas pelo mundo. As décadas compreendidas entre 1920 e 1940 são consideradas como a “Era do transporte terrestre”. Em 1929, foi construído o 1º Free Shop no aeroporto de Amsterdã (Holanda). A atividade turística ficou paralisada durante a II Grande Guerra, ocorrida entre os anos de 1939 a 1945. Em 1945, deu-se a criação da IATA (International Air of Transport Association), que visa a regular o direito aéreo e que caracteriza uma nova importante era para o Turismo: A “Era do avião”; Em 1949, ocorre a venda do primeiro pacote aéreo. Já na década de 1960, começaram a existir as operadoras turísticas, que ofereciam pacotes partindo do norte da Europa, Escandinávia, Alemanha Ocidental e Reino Unido para as costas do Mediterrâneo. Datam desta década também significativas e importantes transformações nos meios de hospedagens. Os hotéis, que anteriormente possuíam uma atmosfera familiar ou de hospedaria, passaram para uma fase de profissionalização, com o surgimento das primeiras escolas profissionais na Suíça. Os Estados Unidos contribuíram também de forma decisiva para esse desenvolvimento, com a construção de importantes cadeias ou redes hoteleiras padronizadas, internacionais. Aumente seu conhecimento leia o texto Thomas Cook (Leitura 1) Realize uma redação (1 pagina) que aponte as contribuições de Thomas no turismo atual. f) O TURISMO NO BRASIL No Brasil o turismo como fenômeno social começou depois de 1920. O turismo surgiu vinculado ao lazer e nunca teve cunho de aventura ou educativo, como se pôde verificar na Europa. A partir da década de 1950, um grande número de pessoas passa a viajar, todavia esse movimento não se caracteriza como sendo um turismo de massa, pois não é toda a população que pode usufruir de tal atividade. De uma maneira geral o turismo é mais acessível à camada de alto poder aquisitivo da população, que realiza viagens de médias e grandes distâncias, sendo que o transporte mais utilizado é o aéreo. Já as camadas de menor poder aquisitivo da população, que não têm acesso irrestrito às atividades turísticas, muito por causa da situação econômica do país, fazem uso do transporte rodoviário para as suas excursões de pequena e média distâncias. Fundamentos do Turismo QUANDO SURGIU O TURISMO? 10 Aumente seu conhecimento leia o texto “O turismo no Brasil” (Leitura 2) Em um parágrafo aponte o dado que você considerou mais relevante, e porque? Fundamentos do Turismo ORIGEM DA PALAVRA TURISMO 11 Reflexão Você já refletiu não só sobre os impactos econômicos da atividade turística, mas sim sobre a importância social que essa atividade exerce sobre as populações locais que recebem os turistas? Os grandes fluxos de turistas interferem nas tradições locais e regionais? Origem da palavra Turismo 2. ORIGEM DA PALAVRA TURISMO De acordo com Barbosa (2002), a palavra turismo teve sua origem no inglês tourism, originário do francês tourisme. Etimologicamente, a palavra tour (francês) é derivada do latim tornare e do grego tornos,significando um giro ou um círculo. Ou ainda, o movimento ao redor de um ponto central ou eixo. O significado mudou no inglês moderno, passando segundo o autor a representar especificamente um giro. Entretanto Cunha (1982) aponta que palavra francesa tour, raiz do atual conceito de turismo, provém do substantivo latino tornus (“volta”) ou do verbo tornare (“voltar”). Inicialmente significava “movimento circular” e com o tempo passou a designar também “viagem de recreio, excursão”. O termo francês Tourisme (1643) disseminou-se nos mais diversos idiomas, como se vê no vocábulo inglês Tourism (1811). Na própria etimologia da palavra “Turismo” está refletida a evolução da atividade. Seu primeiro registro em português, no século XX, já designava bem mais do que “uma viagem de ida e volta” (CUNHA, 1982). Vários estudiosos, inclusive o suiço Arthur Haulot, apresentam-na como de origem hebraico antigo, advinda da palavra tur, constante na Bíblia – Êxodo, capítulo XII, versículo 17, quando “Moisés enviou um grupo de representantes ao país de Canaã para visitá-lo e informar-se a respeito de suas condições topográficas, demográficas e agrícolas”. Nessa forma, tur é hebreu antigo e significa “viagem de descoberta, de exploração, de reconhecimento” (CÉZAR, 2005).. Segundo o Novo dicionário da língua portuguesa (FERREIRA, 2004), a matriz da palavra turismo é da língua inglesa, compactuando com o posicionamento do lexicógrafo lusitano Francisco Júlio Caldas Aulete, que em seu Dicionário contemporâneo da língua portuguesa cita que a língua portuguesa adotou o termo através do inglês e não diretamente da matriz francesa. Também o termo “Hospitalidade” teve origem no Império Romano. A palavra hospitium designava o local em que era possível conseguir, durante as viagens, instalações em caráter temporário para alimentação e repouso. Hospitale e hospitalicum eram outras expressões romanas que designavam casa para hóspedes (hospes, hospitus). Fundamentos do Turismo ORIGEM DA PALAVRA TURISMO 12 “Segundo o conceito tradicional das relações entre as pessoas - diz Abdelwahab Bouhdiba - o código da hospitalidade é sagrado. Beber da mesma água e comer do mesmo sal cria um vínculo místico e a hospitalidade é uma comunhão que cria laços duradouros” (apud BELCHIOR e POYARES, 1987). O uso do cavalo como transporte nas vias e estradas romanas fez surgir ainda novos tipos de hospedagem: o stabulum (acomodações para o viajante e tratamento da montaria), as mutationes (mantidas pelo Estado, destinadas à troca de animais e ao repouso de viajantes), as mansiones (destinadas a abrigar tropas militares em marchas) e as tabernae (onde se vendiam produtos da terra, comidas e bebidas). Diante da extensão do Império, era inevitável a incorporação de usos e costumes de hospitalidade dos povos conquistados. Na etimologia da palavra “albergue” pode-se ver a influência de bárbaros (do gótico haribergen, hospedar) ou de árabes (berge). Para Belchior e Poyares, a semelhança entre os dois étimos indica uma provável origem comum. 2.1 O que é o turismo? Desde que se estuda o turismo de forma sistêmica, sempre houve grande controvérsia por parte dos autores em conceituar este fenômeno. A seguir você será apresentado a algumas definições de Turismo, que são aceitas e comumente utilizadas pelos diversos autores da área, seja em nível nacional, seja em nível internacional. Veja quais são: A Organização Mundial do Turismo (OMT) define-o como: “...o deslocamento para fora do local de residência por período superior a 24 horas e inferior a 60 dias motivado por razões não-econômicas.” (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO, 2001) Todavia esta definição sofreu aperfeiçoamento em 1994. Desta data em diante, a OMT passou a considerar que: “...o turismo engloba as atividades das pessoas que viajam e permanecem em lugares fora de seu ambiente usual durante não mais do que um ano consecutivo, negócios ou outros fins.” (OMT, 2001) É importante destacar que o uso do termo ambiente usual tem por finalidade excluir as viagens dentro da área habitual de residência, as viagens frequentes ou regulares entre o domicílio e o lugar de trabalho e outras viagens dentro da comunidade com caráter de hábito. Tal definição serve para padronizar o conceito de turismo nos vários países-membros dessa organização, mas não para definir a real magnitude desse fenômeno. Fundamentos do Turismo ORIGEM DA PALAVRA TURISMO 13 Por essa definição, o turismo é um fenômeno que envolve quatro componentes com perspectivas diversas: o turista que busca diversas experiências e satisfações espirituais e físicas; os prestadores de serviços, que encaram o turismo como uma forma de obter lucros financeiros; o governo, que considera o turismo como um fator de riqueza para a região sobre sua jurisdição; a comunidade do destino turístico, que vê a atividade como geradora de empregos e promotora de intercâmbio cultural. Também pode ser compreendido com um sistema de serviços com finalidade única e exclusiva de planejamento, promoção e excursão de viagem. Mas é preciso que se tenha infraestrutura adequada para atender ao desejo e/ou necessidade da pessoa que adquiriu o serviço, a saber: a recepção, hospedagem, consumo e atendimento às pessoas e/ou grupos oriundos de suas localidades residenciais. Para esclarecer um pouco mais, descreveremos alguns conceitos básicos de turismo fundamentados em autoridades no assunto. O professor e semanticista Hayakawa (1963, p.16) apresenta as acepções de turismo partindo de dois pontos de vista: o do viajante e o do sistema econômico. O do primeiro compreende uma “viagem ou excursão por prazer, a locais que despertam o interesse”; o do segundo, ao afirmar que turismo é o conjunto dos serviços necessários que visa dar condições de atendimento por meio de provisão de itinerários, guias, acomodações, transporte entre outros serviços para atrair os que fazem turismo. Portanto, há o envolvimento de múltiplos interesses conjugados em atividade econômica, contribuindo para a criação de riqueza e melhoria do bem-estar dos cidadãos. Para Hermann Von Schattenhofen (apud MOESCH, 2002, p. 10), o turismo “compreende todos os processos, especialmente os econômicos, que se manifestam na chegada, na permanência e na saída do turista de um determinado município, país ou estado”. Já a EMBRATUR Define como uma atividade econômica representada pelo conjunto de transações compra e venda de serviços turísticos efetuados entre os agentes econômicos do turismo. É gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo, excetuando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local que visita (EMBRATUR, 1992). A Organização Mundial de Turismo (OMT), em 1994, formulou um conceito de turismo que passou a ser referência para a elaboração das estatísticas internacionais. Vejamos: Fundamentos do Turismo ORIGEM DA PALAVRA TURISMO 14 O turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras (OMT, 2001, p. 38). Embora se encontrem diferentes conceitos de atividade turística, o interessante é que, de modo geral, nesses conceitos há inclusos os três aspectos básicos componentes da estrutura do turismo, que são: o físico, o tempo e o indivíduo. O turismo constitui-se fundamentalmente como um conjunto de técnicas baseadas em princípios científicos com o objetivo de prestar uma série de serviços a pessoas que intencionam aproveitar o tempo livre para viajar, denominadas turistas ou excursionistas. Esse tempo disponível para o lazer, fins de semana, férias, feriados prolongados, termina por incentivar um grande número de pessoas a aderir ao turismo como umanecessidade vital para a qualidade de vida. As atividades turísticas influenciam, quer se queira, quer não, o comportamento do indivíduo, na sua forma de ver o mundo, até porque nessas viagens estreita-se a distância não só física mas também cultural, possibilitando, assim, muitas vezes, a compreensão do lugar que o indivíduo ocupa no mundo e a ligação que possa existir entre indivíduos. Esse é um ponto positivo da atividade turística. Fundamentos do Turismo A ATIVIDADE TURÍSTICA 15 Atividade Turística 3. A ATIVIDADE TURÍSTICA De acordo com a definição da OMT, o turismo é descrito como as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadias em lugares distintos de seu entorno habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, com a finalidade de lazer, por negócios e outros motivos, não relacionados com o exercício de atividade remunerada no lugar visitado. (OMT, apud DIAS, 2005, p. 18). Nesta definição incluem-se todas as atividades dos visitantes, como os turistas (visitantes que pernoitam) e os excursionistas (visitantes de um dia), conforme exemplo posto na figura abaixo. 3.1 O tempo e a atividade turística O quadro a seguir define os diferentes tipos de tempo que estão intimamente relacionados com a atividade turística: a) TEMPO LIVRE − Diz-se tempo livre para diferenciá-lo de outras modalidades do tempo. Livre por oposição ao tempo preso, ocupado, obrigado. Tempo livre compreende aquela parcela de tempo ocupada com atividades específicas, fora do tempo de trabalho, a partir de uma decisão tomada livremente. b) TEMPO MORTO − É um tempo livre que não é ocupado nem com atividades de lazer nem com compromissos ou afazeres complementares de ordem econômica, social ou política. É um tempo livre adquirido por lei, mas totalmente estagnado e marcado pelo aborrecimento. As pessoas que consomem este tempo o fazem não por uma livre decisão, mas porque não possuem outra escolha. Fundamentos do Turismo A ATIVIDADE TURÍSTICA 16 Reflexão A divisão do tempo é de fundamental importância para todos nós. Com base no que você pôde verificar sobre essa divisão, tente pensar como ela ocorre para você numa base semanal, por exemplo. Pense em como você divide o seu tempo. Essa divisão é a mais adequada? Você tem dedicado tempo para o lazer e o entretenimento? As suas obrigações de trabalho são levadas para casa para serem feitas nos finais de semana? Você tem alocado um tempo para fazer atividades com a sua família e seus amigos? c) TEMPO COMPROMETIDO − Nem todo tempo livre é consagrado ao lazer. Parte dele é ocupada com atividades igualmente obrigatórias, tais como: afazeres domésticos, compromissos familiares, trabalhos complementares (bicos). O tempo ocupado com essas atividades é um tempo livre, mas desperdiçado, na expressão de R.C. Boullión. É um tempo livre, mas comprometido com um conjunto de atividades que, apesar de não fazerem parte do tempo de trabalho, também se revestem de caráter obrigatório. d) TEMPO DE LAZER − O lazer, na era moderna, “firmou-se não somente como uma possibilidade atraente, mas, também, como um valor”. Valor, porque o lazer não é a negação do trabalho. O trabalho é vital para o homem, sendo considerado por Karl Marx como a “necessidade primeira do homem”. Quadro: Modalidades da divisão do tempo Fonte: Adaptado de CATELLI, Geraldo. Turismo: atividade marcante (1996). O conceito adotado pela Organização Mundial do Turismo – OMT (1994) pode ser utilizado para identificar tanto o turismo entre países como dentro do próprio país. Dentre as definições de turismo há alguns elementos comuns que se encontram em todas elas, que são: há sempre um deslocamento físico de pessoas; o turismo não implica necessariamente alojamento no destino; a estada no destino nunca é permanente; o turismo compreende tanto a viagem como todas as atividades realizadas durante a permanência no destino escolhido; o turismo compreende também todos os produtos e serviços criados para satisfazer as necessidades dos turistas. O conceito de turismo pode ser analisado em duas vertentes principais: Como um sistema econômico formado por uma série de empresas públicas e privadas que oferecem uma variedade de serviços turísticos e porque produtos voltados para o lazer e entretenimento etc. Esse conjunto de empresas voltadas para o entendimento das necessidades dos turistas que geram produtos integrados para o seu consumo denominamos indústria turística. Fundamentos do Turismo A ATIVIDADE TURÍSTICA 17 Como prática social e cultural orientada para atender às necessidades psicossociologias dos turistas, que geram incontáveis interações sociais entre diversos agentes (Turistas x Residentes, Funcionários das empresas turísticas x Viajantes, Turistas x Turistas, Agentes públicos x Turistas, etc. ) provocando mudanças sociais e culturais. 3.2 Definições básicas em Turismo No documento ONU/OMT, o visitante é a unidade básica da estrutura proposta que é definido como "qualquer pessoa que viagem é um lugar que não seja aquele que seu meio habitual por um período de menos de 12 meses e cuja finalidade ao viajar seja alheia ao exercício de uma atividade remunerada no lugar que visite" O visitante pode ser internacional quando viajar para outro país; e interno quando viaja dentro de um país em que reside. Desses visitantes, são considerados turistas aqueles que permanecem em um alojamento coletivo ou privado no lugar que visitam. O visitante por um dia ou excursionista _ é aquele que não pernoita em um alojamento coletivo ou privado lugar que visita, o que inclui os passageiros de cruzeiros que desembarcam em um país, mas não passa umas noites no barco. Fonte: OMT – Diagrama dos Visitantes. Resumindo, temos que o conceito de visitante se subdivide em duas categorias: 1 - Turistas: Os visitantes que pernoitam em local diferente de seu local habitual, que permanecem mais de 24 horas, ocupando qualquer alojamento coletivo ou privado no lugar visitado. Fundamentos do Turismo A ATIVIDADE TURÍSTICA 18 Reflexão Faça uma pesquisa e disserte sobre outras unidades utilizadas pelo turismo mundial; Alojamento Turístico; Encontro Habitual; Classificação por motivo de viagem. 2 - Excursionistas: os visitantes que não pernoitam no local visitado, permanecendo menos de 24 horas não ocupam qualquer alojamento, seja coletivo ou privado. Em 1963 a ONU e a IUOTO adoptou a seguinte definição de turista, devido à necessidade de harmonizar a estatística e por já ser um fenómeno de massas: Turista é qualquer pessoa que visita um país que não o do seu local normal de residência, por qualquer motivo desde que não seja decorrente de uma ocupação remunerada dentro do país visitado TURISTA - visitante temporário que permanece pelos menos 24h num pais; EXCURSIONISTA - visitante temporário que permanece menos 24h e não pernoit; entretanto não contempla os turistas domésticos. 3.3 Tipos e formas de turismo. Conforme a OMT, considera-se a origem e o destino dos visitantes, onde existem três tipos básicos de turismo: Interno (ou doméstico); Receptivo e Emissor. Turismo Interno (ou doméstico): realizado pelos viajantes dentro de seu próprio país. Compreende as viagens aos finais de semana, para o campo ou praia, visitar parentes, excursões religiosas, entre outras. Turismo Receptivo: realizado pelos viajantes que não são residentes no país, na região ou na localidade. Compreende como exemplo as viagens ou visitas pelos europeus a região nordeste. No Brasil, São Paulo é a cidade que mais recebe turistas, tendo alto índice de turismo receptivo. Turismo Emissor: realizado pelos viajantes para fora do país, região ou localidade. Compreende como exemplo a ida de brasileiros ao nordeste; as capitais de Estado são os principais emissoresde turistas para o litoral. São Paulo é o principal Estado emissor de turistas para todo o país. Fundamentos do Turismo A ATIVIDADE TURÍSTICA 19 Desses três tipos básicos de turismo, derivam outras categorias: Turismo Interior, Turismo Nacional e Turismo Internacional. Turismo Interior: combinação do turismo doméstico (interno) com o turismo receptivo. É aquele realizado tanto pelos residentes quanto pelos não residentes, num determinado país. No Brasil, é a soma do movimento de visitantes estrangeiros com o movimento interno de turistas brasileiros. Turismo Nacional: soma do turismo doméstico com o turismo emissor. É o movimento de visitantes residentes tanto dentro como fora do país. Turismo Internacional: movimento de visitantes entre diferentes países. Compreende o turismo receptivo e o turismo emissor. 3.4 Fluxo Turístico De acordo com Montejano (1999) denominamos fluxo ou corrente turística o movimento migratório – por terra, mar ou ar – que desloca os turistas de um ponto geográfico – o núcleo emissor – a outro – o núcleo receptor. Ambos os pontos estabelecem relações de mercado. Estas correntes turísticas podem desenvolver-se tanto dentro como fora de um mesmo país, gerando os tipos ou formas de turismo em função da origem-destino do viajante vistas anteriormente. Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 20 Reflexão Mas o que é um sistema? O que lhe vem à mente quando pensa nessa palavra? Que relação ela pode ter com as atividades do turismo? Sistema Turismo 4. SISTEMA TURÍSTICO Na década de 1950, um grupo de cientistas propôs o conceito de sistema que causou um impacto considerável, afetando diversos campos do conhecimento humano. Surgiram múltiplas referências, nas mais variadas áreas do conhecimento, com abordagem sistêmica. A natureza da atividade turística é um resultado complexo de inter-relações entre diferentes fatores que precisam ser considerados conjuntamente, numa ótica sistemática, isto é, como um conjunto de elementos inter-relacionados entre si que se desenvolvem dinamicamente. Para a OMT – Organização Mundial do Turismo – distinguem- se quatro elementos básicos no conceito da atividade turística: A DEMANDA, que é formada pelo conjunto de consumidores ou possíveis consumidores – de bens e serviços turísticos. A OFERTA, que é composta pelo conjunto de produtos, serviços e organizações envolvidos ativamente na experiência turística. O ESPAÇO GEOGRÁFICO, que é a base física onde tem lugar a conjunção ou encontro entre a oferta e a demanda e onde se situa a população residente; pode ser ao mesmo tempo um destino turístico. OS OPERADORES DE MERCADO, que são empresas e organismos cuja função principal é facilitar a inter-relação entre a oferta e a demanda. Entram nessa consideração as agências de viagens, os meios de transporte e organismos públicos e privados, que, mediante seu trabalho profissional, são artífices da ordenação e promoção do turismo. A ciência do turismo ainda está em construção, mas alguns estudiosos já arriscam mencionar, principalmente na Europa, a “ciência social das viagens”. Parte desses estudos Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 21 consiste na elaboração de teorias sobre o funcionamento do fato e do fenômeno e de modelos explicativos sobre o funcionamento do mercado turístico. De acordo com Beni (1997), “o Turismo, na linguagem da Teoria Geral de Sistemas, deve ser considerado um sistema aberto que [...] permite a identificação de suas características básicas, que se tornam os elementos do sistema. Essa abordagem facilita estudos multidisciplinares a partir de várias perspectivas com ponto de referência comum [...]” Para que seja facilitado o aprendizado e a compreensão do Sistema de Turismo, observe algumas funções inerentes à natureza da atividade de Turismo, segundo os estudos realizados pelo professor Beni: O conjunto de fatores que geram as motivações de viagens e a escolha das áreas de destinação turística; O deslocamento de indivíduos no contínuo espaço/tempo; Os equipamentos de transporte oferecidos ao tráfego de pessoas; O tempo de permanência na área receptora; A disponibilidade e a solicitação não só de equipamentos de alojamento hoteleiro e extra-hoteleiro, mas também de equipamentos complementares de alimentação. A disponibilidade e a solicitação de equipamentos e instalações de recreação e entretenimento; A fruição dos bens turísticos; O processo de produção e distribuição desses bens e serviços; O comportamento de gastos do turista. Desse repertório de funções primárias e inerentes à atividade, derivam funções que ampliam e consolidam o contexto em que ela se processa, contidas nas seguintes áreas: Ambiente natural; Ambiente cultural; Ambiente social e econômico; Nas funções de organização e operacionalização. Dessa maneira, Beni (1997) divide sua teoria de sistemas em três grandes conjuntos: Relações ambientais, que agrupam os subsistemas ecológico, social, econômico e cultural. Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 22 Organização estrutural, que apresenta a superestrutura (ordenamento jurídico- administrativo) e a infra-estrutura (serviços urbanos, saneamento básico, sistema viário e de transportes). Ações operacionais, que englobam os subsistemas de produção, distribuição e consumo do mercado turístico. (Os dois primeiros conjuntos englobam a oferta, e o terceiro, a demanda). 4.1 Definição de Sistema Turístico? Veja que de uma forma bem simples, podemos afirmar que Sistema Turístico é um conjunto complexo de inter-relações de diferentes fatores que devem ser considerados conjuntamente sob uma ótica sistemática, ou seja, um conjunto de elementos inter- relacionados que evoluem de forma dinâmica e cujos quatro elementos básicos são: a demanda, a oferta, o espaço geográfico e os operadores de mercado. No caminho da sua “viagem”, você vai encontrar maiores detalhes sobre demanda turística e o que significa e caracteriza a oferta turística. Aproveite, então, mais uma etapa da viagem para aprimorar seus conhecimentos. 4.2 Oferta Turística E Demanda Turística O que é oferta e demanda turística, dois componentes essenciais da atividade turística. Você Sabia? A oferta turística de uma localidade é constituída da soma de todos os produtos e serviços adquiridos ou consumidos pelo turista durante a sua estada em uma destinação. É importante ressaltar que esses produtos e serviços são oferecidos por uma gama de produtores e fornecedores diferentes que, apesar de atuarem de forma individual, são entendidos pelo turista como um todo que integra a experiência vivencial da viagem. (RUSCHMANN, 1997, p.138). 4.2.1 OFERTA TURÍSTICA Conhecer a oferta turística é de grande importância para que haja uma melhor compreensão do fenômeno turístico; apresenta características próprias, que são relevantes, quando se têm em mente os crescentes fluxos turísticos internacionais. Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 23 Por isso, o planejamento da oferta turística de núcleos receptores deve considerar o desempenho isolado de cada um, integrado a um objetivo geral e cooperado – voltado para a qualidade total dos produtos e serviços oferecidos. A característica mais marcante da oferta turística é sua heterogeneidade, que se constitui da justaposição de bens e serviços oferecidos aos turistas e consumidos por eles. De modo geral, pode-se dizer que a oferta é a quantidade de bens e serviços que uma empresa, ou conjunto de empresas, está apta e disposta a produzir e colocar no mercado por determinado preço, determinada qualidade, determinado local e determinado período de tempo. No curto prazo, as relações de mercado são regidas por uma lógica denominada Lei da Oferta e da Procura1. Diz esta lei que, quando os consumidores queremcomprar um determinado produto em maior quantidade do que a disponível no mercado, o preço tende a subir. Do contrário, quando existe pouca demanda, os ofertantes tendem a reduzir o preço desse produto. Por conseguinte, a quantidade que as empresas se dispõem a colocar no mercado varia na mesma direção do preço. Quanto maior o preço, maior tende a ser a oferta, e vice-versa. A oferta turística, sob o prisma de um dos mais importantes autores a respeito de sistema de turismo no Brasil, professor Mário Carlos Beni, é definida conforme se pode observar a seguir: Em linhas gerais, sem levar em consideração os atrativos naturais das regiões que motivam, numa primeira etapa, a criação de fluxos turísticos, pode-se definir a oferta básica como o conjunto de equipamentos, bens e serviços de alojamento, de alimentação, de recreação e lazer, de caráter artístico, cultural, social ou de outros tipos, capaz de atrair a assentar numa determinada região, durante um período determinado de tempo, um público visitante. Como é evidente, os valores que a natureza oferece sem necessidade da interferência do homem (sol, praias, montanhas, paisagens) são as fontes de atração que sustentam os deslocamentos de pessoas com finalidades especificamente turísticas. Não há dúvida de que esses elementos imprescindíveis, por natureza não-reguláveis, escapam totalmente de um tratamento econômico e ficam à margem do que se pode entender por “oferta” no sentido estrito da palavra. (BENI, 1998, p.153) A oferta em turismo pode ser concebida como o conjunto dos recursos naturais e culturais que, em sua essência, constituem a matéria-prima da atividade turística porque, na realidade, são esses recursos que provocam a afluência de turistas. A esse conjunto agregam-se os serviços produzidos para dar consistência ao seu consumo, os quais 1 Em economia a Lei da Oferta e da procura é a lei que estabelece a relação entre a demanda de um produto, ou a procura de um produto, e a quantidade que pode ser oferecida, ou que o produtor deseja oferecer. Em períodos que temos grande oferta de um determinado produto, o seu preço cai. No entanto se o que tem é uma. Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 24 compõem os elementos que integram a oferta no seu sentido amplo, numa estrutura de mercado. O quadro que se apresenta a seguir serve como exemplo de oferta turística de um país. Quadro: Oferta turística na Espanha Fonte: Secretaria Geral de Turismo, 1993 in OMT. Introdução ao Turismo. São Paulo: Roca, 2001. Sumarizar ou sintetizar a oferta turística requer cuidados, para não se incorrer na possibilidade de uma compreensão equivocada. Contudo, podem-se elencar algumas características que são fundamentais a essa atividade: a) Complementaridade – Certamente, em um núcleo receptor, ninguém oferta turismo isoladamente. Diversas empresas e o Estado complementam, cada qual com suas parcelas, a quantidade de oferta. O turismo, portanto, requer organização entre esses agentes para que a oferta possa existir. b) Estática – Necessariamente, apesar do “turismo virtual”, o turismo se dá em um espaço definido. A oferta está em um local, em um destino turístico. Nesse sentido, os investimentos perdem em mobilidade. O local escolhido para o negócio deve ser muito bem analisado. Por outro lado, por ser estática, a oferta não pode ser exportada nem importada, permitindo um menor grau de variações concorrenciais em curto prazo. Ou seja, uma empresa só entra em um mercado se estiver localizada nele. c) Diversificação – Pelo fato de o produto turístico ser heterogêneo, a oferta turística apresenta um grande leque de alternativas diferentes, o que dificulta mensurá-lo em uma totalização; por outro lado, propulsiona a economia desse setor. d) Sazonalidade - Um dos grandes problemas do turismo é o seu vínculo com as estações climáticas do ano. Logo, a possibilidade de oferta está restrita a temporadas, o que faz gerar ciclos em que se alternam altas e baixas produções. Hotéis 9.436 Acampamentos 928 Restaurantes 50.055 Agências de Viagens (centrais e sucursais) 4.450 Instalações náuticas 335 Estações de esqui 30 Campos de golfe 127 Parques aquáticos 31 Parques de diversões 6 Estações termais 96 Cassinos 20 Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 25 e) Absorção – Uma das grandes vantagens do turismo é que a oferta agregada é maior do que a produção. Em quase todas as atividades produtivas humanas, o resultado _ a oferta colocada no mercado – requer transformação laborativa. No caso do turismo, ofertam-se o clima e as belezas naturais, que não foram produzidas pelo homem. Assim também são os atrativos culturais, históricos, arquitetônicos e sociais, que são criados com outras intenções e depois são convertidos em produto turístico. Dessa forma, o turismo absorve recursos disponíveis e converte-os em oferta. Portanto, tem-se que a quantidade ofertada é maior que a quantidade produzida. Assim, o turismo requer menores investimentos que os resultados econômicos obtidos. Segundo a Organização Mundial de Turismo, oferta turística é “o conjunto de produtos turísticos e serviços postos à disposição do usuário turístico num determinado destino, para seu desfrute e consumo”. (OMT, 2001). Ao avançarmos um pouco mais sobre o tema da oferta turística, optamos por apresentar uma série de quadros e tabelas que, certamente, ilustrarão de forma mais clara a composição da oferta. Sabemos que a oferta turística é composta por um conjunto de elementos que podem ser divididos conforme a seguir: a) Atrativos turísticos; b) Serviços turísticos; c) Serviços públicos; d) Infraestrutura básica; e) Gestão; f) Imagem da marca; g) Preço. 4.2.2 ATRATIVOS TURÍSTICOS: O seu conceito é complexo, dado que a atratividade de certos elementos varia de forma acentuada de um turista para outro. Um museu sobre o fundador de uma cidade pode ter grande importância para os seus habitantes e nenhuma para os visitantes. Um outro exemplo é que um determinado santuário religioso pode ter grande atratividade para adeptos de uma religião e nenhuma para outras. Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 26 Devemos destacar que existem categorias diferentes já elaboradas sobre atrativos turísticos. Para efeito de nossos estudos, adotaremos a divisão simples (que, inclusive, é a mesma adotada pela EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo): atrativos turísticos naturais e atrativos turísticos culturais. Os atrativos naturais podem ser divididos conforme segue: TIPOS SUBTIPOS Montanhas Picos Serras Montes/morros/colinas Outros Planalto e Planícies Chapadas/tabuleiros Patamares Pedras/tabulares Vales/rochedos Costas ou Litoral Praias Restingas Mangues Baías/enseadas Sacos Cabos/pontas Falésias/barreira Dunas Outros Terras Insulares Ilhas Arquipélagos Recifes/atóis Hidrografia Rios Lagos/lagoas Praias fluviais/lacustres Quedas d’água Pântanos Fontes hidrominerais e/ou termais Parques e reservas de flora e fauna Grutas/cavernas/furnas Áreas de caça e pesca Quadro: Tipos de atrativos naturais Fonte: Adaptado IGNARRA. Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 55. Os atrativos turísticos culturais também podem ser classificados em tipos e subtipos. TIPOS SUBTIPOS Monumentos. Arquitetura civil Arquitetura religiosa / funerária Arquitetura industrial / religiosa Arquitetura militar Ruínas Esculturas Pinturas Outros legados Sítios. Sítios históricos Sítios científicos Instituições e Estabelecimentos de Pesquisa e Lazer. Museus Bibliotecas Arquivos Institutos históricos e geográficos Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 27 Manifestações, Usos e Tradições Populares. Festas/comemorações/ atividades religiosas Festas/comemorações populares e folclóricasFestas/comemorações cívicas Gastronomia típica Feiras e mercados Realizações Técnicas e Científicas Contemporâneas Exploração de Minérios Exploração Agrícola / Pastoril Exploração Industrial Assentamento Urbano e Paisagístico Usinas / Barras/ Eclusas Zoológicos / Aquários/ Viveiros Jardins botânicos / Hortos Planetários Outros Acontecimentos Programados Congressos e convenções Feiras e exposições realizações desportivas Realizações artísticas / culturais Realizações sociais / assistenciais Realizações gastronômicas Outros Quadro: Tipos de atrativos turísticos culturais Fonte: Adaptado IGNARRA. Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 60. Como já é do seu conhecimento, o produto turístico é composto, além dos atrativos (conforme as duas tabelas anteriores), pelos serviços turísticos. Para poder usufruir deste atrativo, o turista necessita consumir uma série de serviços. Alguns desses, por atenderem exclusiva ou preferencialmente turistas, são classificados como turísticos. Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 28 TIPOS SUBTIPOS Meios de Hospedagem. Hotéis. Motéis. Flats. Pousadas. Pensões. Pensionatos. Lodges. Hospedarias. Albergues da juventude. Bed & Breakfast. Cruzeiros marítimos. Campings. Acantonamentos. Colônias de férias. Imóveis de aluguel. Alimentação. Restaurantes. Lanchonetes. Sorveterias/docerias. Cafés/casas de sucos/casas de chá. Cervejarias. Quiosques de praias. Agenciamento. Agências emissivas Agências receptivas Transportes Turísticos. Aéreo. Rodoviário. Ferroviário. Aquático. Locação de Veículos e Equipamentos. Carros. Motos. Bicicletas. Embarcações. Equipamentos esportivos. Eventos. Organizadores de eventos. Fornecedores de produtos e serviços. Espaços de Eventos. Centros de convenções Bufês. Centros de feiras. Áreas de exposição e de rodeios. Áreas de eventos culturais. Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 29 Entretenimentos. Bares. Boates. Danceterias. Clubes/estádios/ginásios. Casas de espetáculos. Cinemas/teatros. Parques de diversões. Parques aquáticos. Parques temáticos Boliches. Pistas de patinação Bilhares. Campos de golfe. Terminais de turismo social. Hipódromos. Velódromos. Autódromos/kartódromos. Marinas Mirantes/belvederes. Informação Turística. Guias/mapas. Postos de informações/centros de informações turísticas. Centrais de informações turísticas Jornais e revistas especializadas. Passeios. Cavalo Helicóptero Barco. Comércio Turístico. Souvenirs. Joalherias. Artesanato. Produtos típicos. Quadro: Tipos de serviços turísticos Fonte: Adaptado IGNARRA. Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 64. Outro elemento que merece destaque sobre a oferta turística é o conjunto de serviços públicos necessários ao ato do consumo turístico. Não adianta uma localidade possuir bons atrativos e bons serviços se não coloca à disposição do turista alguns serviços básicos, como transportes públicos, por exemplo. Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 30 TIPOS SUBTIPOS Transportes. Táxi. Ônibus. Metrô. Teleférico. Bonde. Trem. Transporte. Aquático. Aeroporto. Estação ferroviária. Estação rodoviária. Estação portuária. Serviços Bancários. Agências bancárias. Caixas eletrônicos. Serviços de câmbio. Sérvios de Saúde. Farmácias. Prontos-socorros. Hospitais. Clínicas. Maternidades. Serviços de Segurança. Polícia turística. Serviços de salva-vidas. Corpo de bombeiros. Serviços de Informação. Posto de informações turísticas. Sinalização turística. Mapas e guias turísticos locais. Serviços de Comunicações. Postos telefônicos. Orelhões. Rádio e televisão. Disponibilidade de fax e Internet. Serviços de Apoio a Automobilistas. Postos de abastecimento. Oficinas mecânicas. Borracheiros. Lojas de autopeças. Comércio Turístico. Lojas de conveniências. Lojas de artesanato. Lojas de produtos típicos. Serviços Bancários. Agências bancárias. Caixas eletrônicos. Serviços de câmbio. Quadro: Serviços públicos de apoio ao turismo Fonte: Adaptado IGNARRA. Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 68. A infraestrutura básica de uma destinação turística também é elemento fundamental para viabilização da atividade. A sua implantação em determinada localidade depende Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 31 da disponibilidade de alguns insumos básicos. Um resort, por exemplo, a ser implantado em uma praia deserta precisará levar até lá a energia elétrica, a rede de esgoto, etc. Sem esses elementos básicos, o empreendimento torna-se inviável. A seguir, o último quadro desta série, que apresenta alguns tipos de infraestrutura básica. TIPOS SUBTIPOS Acessos. Rodovias. Ferrovias. Fluviovias. Terminais de passageiros, aéreos, rodoviários, ferroviários, marítimos, fluviais. Saneamento. Captação, tratamento e distribuição de água. Coleta, tratamento e despejo de esgotos. Coleta e tratamento de lixo. Energia Produção e distribuição de energia. Comunicações Rede de telefonia comum e celular, antenas de captação de rádio e televisão, serviços de correios, agências telegráficas, postos telefônicos. Vias urbanas de circulação Implantação, conservação, sinalização. Abastecimento de gás. Distribuição. Controle de poluição. Ar, água, som. Capacitação de recursos humanos. Formação e aperfeiçoamento de mão-de-obra. Quadro: Infra-estrutura básica Fonte: Adaptado IGNARRA. Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 72. Essa listagem, apresentada pelas tabelas, de forma alguma esgota todos os quesitos necessários e classificados como “oferta turística”. O turismo depende de uma infinidade de serviços especializados, os quais, por sua vez, dependem de uma infinidade de profissionais com as mais variadas especializações. 4.2.3 DEMANDA TURÍSTICA Por demanda turística pode-se entender: a quantidade de bens e serviços que um consumidor e/ou turista está apto e disposto a adquirir por determinado preço, com determinada qualidade, por determinado período de tempo e em determinado local. Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 32 A demanda por turismo vem apresentando tendências bastante interessantes nos últimos anos. Primeiro, as pessoas estão viajando mais em todo o mundo; segundo, o transporte aéreo de passageiros também apresenta a mesma tendência; terceiro, a duração das viagens e o tempo de permanência nos locais visitados vêm diminuindo para uma semana ou dez dias; quarto, as pessoas fazem mais viagens durante o período de um ano; e quinto, há uma mudança de turismo de massa para turismo de nichos, ou seja, os turistas estão buscando uma forma de diferenciação e diversificação de suas viagens, o que obriga as empresas a saciarem demandas específicas. Você sabia? Que as diversas formas de classificação da demanda não são excludentes? Podemos compor o tipo de demanda que analisamos. Assim, por exemplo, podemos ter uma demanda turística nacional, com vôo fretado, para a participação em uma feira, com cinco dias de permanência, numa viagem intermediada por uma agência e destinada a um grupo de adultos. De outra forma, temos um perfil muito diferente em uma demanda internacional, com ônibus turístico, para a participação num show de rock, em um final de semana, organizada por uma operadora, para um grupo de jovens. (LEMOS, 2001, p.74). Observem que as especificações das demandas supracitadas compõem um perfil de comportamento econômico bastante variado. No primeiro exemplo, tem-se um perfil profissional e, caso se agreguem serviços de entretenimento para esse grupo, eles podem ser desnecessários. No segundo grupo, o entretenimentoé o objetivo e, caso se agreguem serviços mais elaborados, eles somente elevariam os custos da viagem. Certamente, as empresas e as localidades se aprimoram em criar serviços para nichos cada vez mais específicos. O mercado de turismo é um setor de concorrência monopolística, o que significa a busca de um monopólio específico em um nicho de mercado. Todas as operadoras e agências concorrem entre si, mas uma delas pode ser especializada, por exemplo, em um destino, em uma faixa etária etc. De acordo com Lemos (1983 apud FELLINI, 2001, p.75), a classificação da demanda turística pode ser assim apresentada: a) Quanto ao espaço: Nacional ou Doméstico. Internacional. b) Quanto ao meio de transporte utilizado: Automóvel particular. Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 33 Automóvel alugado. Carona. Trem. Ônibus rodoviário. Ônibus turístico. Vôo comercial. Vôo fretado. Marítimo. Misto. c) Quanto ao motivo da viagem: Descanso e lazer. Tratamento médico ou terapêutico. Participação em congressos, cursos e seminários. Participação em feiras e exposições. Cultural. Religioso. Esportivo. Comercial ou de negócios (Business- tourism). Profissional. Ecológico. Visitas a parentes e/ou amigos. d) Quanto à forma de organização: Por agências e operadoras. Sem agências e operadoras. e) Quanto à quantidade de pessoas: Excursões (grupos). Família. Casal. Individual. f) Quanto à idade: Turismo infantil. Turismo para jovens. Turismo para adultos. Turismo para terceira idade. As demandas dos diferentes mercados turísticos são variadas, de acordo com os tipos de ofertas turísticas. Todas, no entanto, em menor ou maior grau de intensidade possuem as seguintes características: a elasticidade, a sensibilidade e a sazonalidade. a) A elasticidade – O turismo é um fenômeno dinâmico marcado por contínuos movimentos de crescimento e diminuição em sua demanda, em fluxos irregulares, motivados pelos diferentes graus de sensibilidade às mudanças provocadas pela Fundamentos do Turismo SISTEMA TURÍSTICO 34 oscilação das condições financeiras e econômicas do mercado. Instabilidade que influi na própria formação das estruturas de preços ao empresário e ao consumidor. b) A sensibilidade – as alterações ou mutações nos campos diversos da atividade humana criam situações individuais e grupais tão diversificadas e profundas que tornam instáveis as realidades e os relacionamentos turísticos. Repugna ao turismo conviver com riscos ou incertezas, situações instáveis e problemas sociais de porte significativo ou de expressiva gravidade, pois é sensível a qualquer tipo de flutuação capaz de afetar tanto a oferta como a demanda, visto que uma não existe sem a outra. c) A sazonalidade – As épocas das temporadas ou as estações altas ou mais apreciadas do ano, cada qual com suas características próprias, também se constituem em fatores importantes de influência no volume e na qualidade da demanda turística. As condições climáticas favoráveis e as épocas reservadas às férias escolares (quando as famílias, em geral, podem viajar completas), tanto quanto os feriados prolongados e os fins de semana concentram os grandes fluxos de demanda que, nas demais épocas e circunstâncias do ano, costumam diminuir de forma muito sensível. Fundamentos do Turismo RELAÇÃO ENTRE TURISTAS E RESIDENTES. 35 Aspectos Sociais 5. RELAÇÃO ENTRE TURISTAS E RESIDENTES. No aspecto social, a principal interação que ocorre nos destinos turísticos, é entre os visitantes e os moradores locais, sendo os turistas um conjunto de pessoas de todo tipo que afluem em determinada localidade para usufruir seus recursos naturais e culturais, incluindo o clima de hospitalidade da população local. Considera-se também a quantidade de turistas que a localidade comporta, pois o número excessivo de turistas prejudica a convivência harmônica com a população local, comprometendo assim a segurança local. As relações entre turistas e residentes em qualquer destino turístico pode ser medido através de um índice de irritabilidade baseado na evolução gradativa dos sentimentos da população residente em relação aos visitantes; é constituído pela euforia, apatia, irritação e antagonismo, conforme escala apontada por Doxey (1972). A euforia: situação encontrada nos primeiros estágios de desenvolvimento do turismo em determinada localidade, sendo os investidores e visitantes bem vindos e não incomodados. A apatia: embora os moradores aceitem os visitantes, a relação entre eles fica mais formal. A irritação: a localidade atingiu o ponto de saturação em termos de números de visitantes, causando questionamentos em relação a presença e importância do turista . O antagonismo: manifestação ostensiva dos residentes contra os turistas, resultando em agressões verbais e até físicas. 5.1 Uma Tipologia dos Turistas Conforme a tipologia citada por Cohen em 1972 indicam-se quatro tipos básicos de turistas, classificados em mochileiros, explorador, turista de massas individual e o turista de massas organizado. Fundamentos do Turismo RELAÇÃO ENTRE TURISTAS E RESIDENTES. 36 Mochileiros: se aventura em caminhos pouco conhecidos em regiões pouco exploradas e distantes. Considera sua experiência como a única autentica. Não é exigente nas acomodações e comida, organiza sua viagem. Explorador: organiza sua viagem, procuram os caminhos menos conhecidos, ficando em acomodações mais confortáveis, utilizando-se de transportes mais confiáveis. Procura mais contato com os moradores, aprendendo e compreendendo os hábitos e costumes locais. Turista de massas individual: aceita algum tipo de organização, recorrendo às agências de viagens na organização de seu passeio. Vive ligado ao seu local de origem, não convivendo com os habitantes locais. Não viaja em grupos organizados pelas agências, adotando seu próprio roteiro turístico. Turista de massa organizado: menos aventureiro, não se arriscando no destino escolhido, isolando-se das culturas locais. Utiliza os meios de transporte mais modernos, acomodando-se em hotéis climatizados com todo conforto, sempre com atendimento diferenciado. Itinerários planejados e passagens pagas no local de origem. Fundamentos do Turismo MERCADO TURÍSTICO 37 O Mercado 6. MERCADO TURÍSTICO Assim como a economia mundial tem se globalizado, com o turismo não é diferente, pois a globalização atingiu vários setores da vida e isto significa que as informações locais podem ser acessadas dos mais longínquos lugares. Essa abertura de fronteiras possibilita conhecer sobre atrativos turísticos de cada localidade, independentemente de onde a pessoa esteja. Segundo Lemos (2001, p.128), o mercado turístico consiste no “conjunto de relações de troca e de contatos entre aqueles que querem vender e os que querem comprar bens e serviços turísticos”. É um local onde existe oferta e procura para as trocas comerciais. Nesse aspecto não se diferencia do comércio tradicional; por outro lado, a diferença está no produto. Vejamos: no tradicional, os consumidores compram uma determinada mercadoria num país e poderão levá-la para o de origem; já no turismo, o processo ocorre ao contrário: são os consumidores que se deslocam para consumir os produtos oferecidos in loco. Figura: Diferentes mercados turísticos Para Oliveira (2001, p. 64), o mercado turístico é formado por: a) Atrativos turísticos - entendidos como todo lugar, objeto ou acontecimento de interesse turístico que motiva o deslocamento de grupos humanos para conhecê-los; Fundamentos do Turismo MERCADO TURÍSTICO 38 b) Equipamentos e serviços turísticos - entendidos como o conjunto de edificações, instalações e serviços indispensável ao desenvolvimento da atividade turística; são constituídos pelos meios de hospedagem,
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