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APOSTILA A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

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A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
E A EXPERIÊNCIA DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
 (
Fabrício Marques
Bacharel em Teologia
Pela Faculdade de Teologia 
Hokemãh
)
PINHEIRO
2019
 (
“E, tendo dito isso, Soprou sobre eles e disse-lhes: “recebei o espírito santo”
João 20.22
)
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	4
2.	PNEUMATOLOGIA – CONCEITO E DEFINIÇÃO	5
3.	A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO	5
3.1	Atributos Pessoais Do Espírito Santo	5
4.	A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO	6
4.1	O Espírito Santo Na Trindade – Uma Relação de Igualdade	7
4.2	O Espírito Santo E Os Atributos Divinos	7
4.3	O Espírito Santo E Os Nomes Divinos	8
4.4	A Blasfêmia Contra O Espírito Santo Como Prova Da Sua Divindade	8
4.4.1 Mas Que Tipo de Pecado Tão Grave Seria Este?	9
4.4.2 O Teor Da Blasfêmia	10
4.4.3 De Que Maneira Tudo Isto Prova A Divindade Do Espírito Santo?	10
5.	O ESPIRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO	11
6.	O ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO	11
6.1 O Espírito Santo Na Vida E Ministério De Jesus Cristo	12
6.1.1 O Espírito Santo Na Concepção	12
6.1.2 O Espírito Santo No Batismo De Jesus E Na Tentação	12
6.1.3 O Espírito Santo No Ministério De Jesus	13
6.1.4 O Espírito Santo Na Ressurreição	14
6.2 O Espírito Santo E A Obra Da Salvação	14
6.3 O Espírito E A Igreja	14
7.	O ESPÍRITO SANTO E AS ESCRITURAS	15
7.1 A Revelação Das Escrituras	16
7.2 A Inspiração Das Escrituras	16
7.3 A Iluminação Das Escrituras	16
8.	OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO	17
9.	O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO	18
9.1 O Batismo É Com O Espírito Santo Ou No Espírito Santo?	18
9.2 O Que Não É O Batismo Com O Espírito Santo?	19
9.3 O Batismo Com O Espírito Santo É Uma Promessa Para Todos	19
9.4 As Marcas Do Batismo Com O Espírito Santo	20
9.5 As Evidências Do Batismo Com O Espírito Santo	23
10.	CONCLUSÃO	23
REFERÊNCIAS	24
INTRODUÇÃO
A partir do século XIX o mundo passou a viver uma verdadeira explosão de invenções, inovações e descobertas, conduzindo a sociedade daquela época a vivenciar o que chamamos no campo sociológico de era pós-moderna. Os muros de separações de ideais caíram, o consumismo, o secularismo, o subjetivismo se agigantaram sobre os conceitos de moralidade e tradicionalismo. Encontramo-nos, hoje, descansando nos braços do conforto trazido pelas grandes conquistas desta era, ao mesmo tempo em que assistimos uma vasta multidão de crianças, jovens, adultos e até mesmo idosos sendo seduzidos pelos engodos do sistema relativista deste século. Nem mesmo as igrejas escaparam destes engodos. Estamos presenciando um tempo de invenções e também de inversões no meio evangélico. Vivemos dias de comunicações instantâneas, porém existem grupos inteiros que perderam o contato com os céus. Este é o século das grandes inovações, mas a cristandade deixou de oferecer um novo cântico ao Senhor. Cânticos vazios em essência e desprovidos de espiritualidade são o que têm sido oferecidos nos grandes ajuntamentos. São dias de conhecimento, mas a maioria dos evangélicos está sendo destruída pelo analfabetismo bíblico. Não conhecem a Deus e muito menos sua Palavra
De fato este é o mundo das descobertas, mas há uma igreja que foge e se esconde do seu verdadeiro chamado.
Cristo sabia que seriamos apanhados pelas influências perniciosas que aí estão e por isso nos enviou o Espírito Santo, que o mundo não conhece, para estar em nós e se relacionar conosco. Pois somente um relacionamento verdadeiro e profundo com o doce Espírito nos manterá vivos diante das tentações e aflições do mundo presente.
Portanto este presente trabalho se propõe a despertar em sua vida uma ardente vontade de conhecer e se relacionar de forma cada vez mais íntima com a Pessoa do Amado Espírito Santo.
PNEUMATOLOGIA – CONCEITO E DEFINIÇÃO
Pneumatologia é a junção de dois termos gregos: PNEUMATÓS = SOPRO, ESPÍRITO + LOGOS = PALAVRA, DOUTRINA, ESTUDO, TRATADO. Portanto, Doutrina do Espírito (Santo). Também podemos chamar esta doutrina de Paracletologia (PARACLETOS = CONSOLADOR + LOGOS = PALAVRA, DOUTRINA, ESTUDO, TRATADO). Logo, Doutrina do Consolador.
Assim sendo, entendemos Pneumatologia ou Paracletologia como o estudo sistemático sobre o Espírito Santo, que é o Consolador e Ajudador da Igreja. É a parte da teologia que busca aclarar esta pessoa da Trindade Santíssima, bem como seus atributos, divindade, personalidade e assim por diante.
A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
Em sua revista “Despertai! Julho de 2006, página 14” as Testemunhas de Jeová afirmaram que o Espírito Santo não pode ser uma pessoa e para embasar esse ensino herético citam Lucas. 1.41, alegando assim que uma pessoa não pode ficar cheia de outra. Diante deste falso ensino e, tantos outros, como por exemplo, o Unicismo Modalista, que também nega a pessoa do Espírito Santo, vemos a necessidade de aclarar o ensino bíblico sobre a personalidade do Espírito de Deus.
O Espírito Santo não é apenas uma força, uma energia ou algo do tipo. Não é apenas o poder de Deus agindo no mundo. O Espírito Santo é uma pessoa, como provaremos aqui, e é distinto do poder de Deus, segundo a própria Escritura:
Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder (...)
(ATOS. 10. 38)
1.1 Atributos Pessoais Do Espírito Santo
Atributos ou traços de personalidade é o conjunto de pensamentos e ações coordenadas e conscientes que qualificam um ser, como pessoal. São estes os atributos da personalidade: INTELECTO, EMOÇÃO E VONTADE.
O Espírito Santo é apresentado como uma pessoa justamente porque Ele manifesta esses atributos de acordo com as Escrituras. Vejamos abaixo:
 (
23
)
O Espírito Santo Possui Intelecto
· Ele ouve e transmite – Jo 16.14
· Ele convence – Jo 16.8
· Ele fala – Mt 10.19,20; At 13.2
· Ele conhece – 1 Co 2.10
· Ele revela – Lc 2.26
· Ele testifica – Rm 8.16; 1 Jo 5.6
· Ele pensa – Rm 8.27
· Ele ensina – 1 Co 2.13
· Ele advoga – Jo 14.16
O Espírito Santo Possui Vontade
· Ele separa e chama – At 13.2; 20.28
· Ele toma decisões – 1 Co 12.11; At 15.28
· Ele proíbe – At 16.7
· Ele guia – Jo 16.13; Rm 8.14
· Insiste – Gn 6.3
O Espírito Santo Possui Emoção
· Ele se entristece – Ef 4.30
· Ele Pode ser afrontado – Mt 12.32
· Ele Possui amor – Rm 15.30
O Espírito é um ser pessoal, e como pessoa ele deseja se relacionar com a sua igreja de forma pessoal e com cada crente, em especial, de forma íntima. A ideia da personalidade do Espírito Santo estava tão latente na Igreja Primitiva, que um casal achou que poderia mentir a Ele, desconsiderando inclusive sua divindade. Porém, este é mais um aspecto do Espírito de Deus que não pode ser negado. O Espírito é Deus. (At 5.1-3).
A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
A Escritura mostra o Espírito Santo como uma pessoa inteiramente consciente, independente e dotada de todos os aspectos que o qualificam como tal. Mas muito mais do que isto, segundo a Escritura, o Espírito Santo é uma Pessoa Divina. Sendo mais objetivo o Espírito Santo é Deus Vivo e Verdadeiro, juntamente com o Pai e o Filho (At 5.3,4).
O Credo de Atanásio cita:
“A fé cristã consiste em adorar um só Deus em três pessoas e três pessoas em um só Deus. Sem confundir as pessoas nem separar a substância. Porque uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo.
Mas uma só é a Divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual a glória e coeterna a majestade” (...) 
(CREDO DE ATANÁSIO 3-6)
Pelas Escrituras tomamos conhecimento da plena Divindade do Espírito Santo. Isto se mostra pela sua relação de igualdade com as demais pessoas da Trindade e pelos atributos divinos que o mesmo possui.
1.2 O Espírito Santo Na Trindade – Uma Relação de Igualdade
Segundo alguns pais da igreja como Tomás de Aquino e Agostinho de Hipona, o Espírito Santo é o vínculo de amor entre o Pai e o Filho. Isto é, o Espírito é o amor emanado da Pessoa do Pai para o Filho e do Filho para o Pai. Por isso estas três pessoas, embora distintas, são inseparáveis, pois compartilham da mesma substância divina.
Tanto essa igualdade quanto a perfeita comunhão entre as três pessoas são elucidadas nos textos a seguir:· Jo 14.16 – Note aqui a presença das três pessoas de forma distinta, porém unidas, e mais do que isso, Jesus iguala o Espírito Santo a si mesmo ao usar o pronome OUTRO que no grego é ALLOS = outro do mesmo tipo.
· Jd 20.21 – Aqui as três pessoas atuam juntamente para a edificação e firmeza do cristão. Observe também que o Espírito Santo é citado Primeiro que o Pai e o Filho, mostrando o nível de igualdade entre as pessoas, e que a idéia de enumerar as pessoas não é um uso correto. Veja abaixo outros textos que mostram esta “desordem” na posição das pessoas: Fp 3.3; 1Pe 1.2; 2 Co 13.13; 1 Co 12.4-6.
· Mt 28.19 – Aqui na fórmula batismal, o Espírito Santo compartilha do mesmo nome (onoma) que o Pai e o Filho. Visto que ONOMA nesta passagem é uma metonímia que expressa o caráter total da divindade com todos os seus atributos, só podemos concluir que o Espírito Santo é Deus.
 Outros textos que mostram este relacionamento, a unidade e a igualdade entre as pessoas da Trindade são: Mt 3.16-17; Ap 4.1-5; 5.5-7.
1.3 O Espírito Santo E Os Atributos Divinos
Os Atributos da Divindade são os aspectos característicos da natureza divina.
Os principais atributos da divindade elucidados nas Escrituras são: ETERNIDADE, ONIPOTÊNCIA, ONICIÊNCIA E ONIPRESENÇA. O Espírito Santo possui estes atributos. Veja a seguir:
· O Espírito possui a onipotência como o Pai e o Filho (Lc 1.35; 1Co 12.11);
· O Espírito possui a onisciência como o Pai e o Filho (1Co 2.10,11);
· O Espírito possui a onipresença como o Pai e o Filho (Sl 139.7-10);
· O Espírito possui a eternidade como o Pai e o Filho (Hb 9.14).
Estes atributos são incomunicáveis e inerentes ao Único Deus Verdadeiro.
1.4 O Espírito Santo E Os Nomes Divinos
Os nomes pelos quais o Espírito Santo é reverenciado nas Escrituras também revelam sua natureza divina:
· Espírito de Deus / Espírito de Cristo (1Co 3.16; Jz 14.6; 1Pe 1.11) – Revelam Sua procedência e Sua substância;
· Espírito da Vida (Rm 8.2) – Nele reside e Dele emana toda a vida;
· Espírito Santo (Sl 51.11; At 2.4) – Sua essência é santa, pois Ele é a sede de toda santidade;
· Espírito da Verdade (Jo 15.26) – Ele é o portador da verdade absoluta;
· Espírito da Graça (Hb. 10.29) – Nele habita e Dele emana toda graça;
· Espírito da Glória (1Pe 4.14) – Nele reside e Dele emana toda a glória;
· Consolador (J0 14.16) – Nele reside e Dele emana toda a Consolação.
1.5 A Blasfêmia Contra O Espírito Santo Como Prova Da Sua Divindade
Temos em Mateus 12.31-32 a declaração de Cristo acerca do agravo ao Espírito Santo. Estes versos além de provarem a personalidade do Espírito, realçam também a sua natureza divina. Vamos ao texto!
“Portanto, eu vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada ao homens.
E se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado, mas se alguém falar contra o Espírito Santo , não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.”
Algumas observações precisam ser feitas ao texto, quanto ao pecado da blasfêmia:
a) Cristo diferencia pecado de blasfêmia, logo blasfêmia não se enquadra na categoria dos pecados comuns cometidos contra o próximo ou contra Deus;
b) Blasfêmia é identificada no texto pela expressão “falar contra” (ARC, ARA, KJA). Portanto, não se trata apenas de uma rejeição, no coração, ao chamado do Espírito. É algo que envolve também o campo das ideias.
c) Cristo clarifica que este pecado é tão grave que ultrapassa os limites do perdão de Deus;
d) Cristo também esclarece que este pecado é até mais grave que pecar contra o próprio Filho do Homem (o Cristo).
4.4.1 Mas Que Tipo de Pecado Tão Grave Seria Este?
 Lançando mão de Hebreus 6.4-8 e 10.29, que também trata deste pecado, temos as seguintes expressões: “expõem ao vitupério o Filho de Deus” (...) Hb 6.6; “tiver por profano o sangue do testamento” (...) Hb 10.29; “fizer agravo ao Espírito da Graça” (...) Hb 10.29.
Essas expressões lançam luz ao nosso entendimento acerca da blasfêmia, pois:
· Expor ao vitupério significa ridicularizar publicamente de algo sagrado;
· Ter por profano é o mesmo que desconsiderar a santidade, depravar, sujar, desmoralizar;
· Fazer agravo é ofender profundamente ao ponto de ferir, geralmente com injúrias.
Diante destas pontuações concluímos que o pecado da blasfêmia contra o Espírito Santo não se trata somente de rejeitar deliberadamente o seu chamado ao arrependimento, mas muito além disto. Aquele que blasfema, além de rejeitar conscientemente o apelo do Espírito ao arrependimento, também se põe a ridicularizar e zombar publicamente, escarnecer e expor ao desprezo toda a obra da cruz, da qual o Espírito Santo é a Fiel Testemunha.
4.4.2 O Teor Da Blasfêmia
Toda a graça descrita em Hb 6.4-5 é simbolizada pela chuva que cai sobre a terra nos versos 7 e 8. Terra aqui é o coração humano. E o objetivo com que esta chuva cai é a “produção de frutos”. Porém, embora o verso 7 revele que a terra boa, ao receber a chuva, produz seus frutos e recebe bênção de Deus, por outro lado, o verso 8 mostra a terra ruim, que ao receber a chuva, em vez de dar bons frutos produz espinhos e abrolhos, recebendo assim reprovação e perdição eterna.
Aqui consiste a seriedade da blasfêmia contra o Espírito Santo. Pois da mesma forma que a terra recebe a chuva para a produção de frutos, todos os homens recebem por intermédio e por testemunho do Espírito Santo toda a graça divina necessária para crerem na Obra da Cruz. Porém, enquanto alguns, ao ouvir a voz do Espírito produzem frutos de arrependimento, outros rejeitam seu chamado e o ferem com os abrolhos do vitupério. Ridicularizando publicamente o seu testemunho, desmentindo sua verdade e profanando sua santidade.
Alguém que agrava de tal maneira o Espírito da Graça está no mais desgraçado nível de dureza e cauterização e perdeu eternamente a chance de salvar-se.
4.4.3 De Que Maneira Tudo Isto Prova A Divindade Do Espírito Santo?
a) Em Hebreus 10.29 o escritor ao fazer uma inferência ao pecado da blasfêmia cita as características de tal pecado: 
Pisar o Filho de Deus; Ter por profano o Sangue do Testamento; Fazer agravo ao Espírito da Graça. Note que aqui além de ser atribuído um nome divino ao Espírito, o agravo feito a este é posto em grau de igualdade ao ato de pisar o Filho e profanar seu sangue;
b) Se o Espírito Santo fosse uma força ou uma criatura, como pode ser mais grave ofendê-lo do que ofender o próprio Filho de Deus? Portanto, só podemos conceber a ideia de que o Espírito é Deus.
O ESPIRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
A partir deste tópico começaremos a compreender a abrangência da obra do Espírito Santo através da história. Começaremos então pelo Antigo Testamento. Lembrando que a revelação de algumas doutrinas bíblicas, como esta, por exemplo, foram progressivas. Ou seja, algumas compreensões só ficaram claras, de fato, no Novo Testamento. Por exemplo, no AT a compreensão sobre a pessoa e natureza divina do Espírito Santo é um tanto que escassa. Porém, ainda assim, se tivermos o profundo cuidado de analisar as Escrituras veremos a participação ativa do Santo Espírito em todo o desenrolar do Antigo Testamento, como está listado a baixo:
· O Espírito Como Criador – Gn 1.1,2; Jó 26.13; 33.4; Sl 33.6;
· O Espírito Como Autor da Vida – Gn 2.7; Jó 27.3; Ez 37.6;
· O Espírito Como Inspirador dos Salmistas e Profetas e Seus Escritos – 2sm 23.2; At 1.16,20; Hb 3.7-11; Nm 11.29; 1sm 10.5,6,10; 2cr 20.14; 24.1,20; Ne 9.30; Mq 3.8; Zc 7.12;
· O Espírito Como Poder de Deus – Jz 3.9,10; 6.34; 11.29; 14.5,6; 15.14-16;
· O Espírito Como Capacitador – Nm 11.16; 27.18; 1sm 16.13; Zc 4.6; Gn 41.38-40; Ex 31.1-11; 35.30-35;
· O Espírito Como Guia – Ne 9.20; Sl 143.10; Ez 37.1;
Pelas referências acima, observamos que a atuação do Espírito Santo no Antigo Testamento nunca foi plena sobre a vida dos poucos que tinham o privilégio de recebê-lo para executarem alguma tarefa ou profetizar. No entanto, é nas páginas do Antigo Pacto que temos a maravilhosa promessa de um derramamentocompleto do Espírito sobre toda a carne. A mais simbólica profecia que temos a cerca desta promessa é Joel 2.28-32, na qual o derramamento prometido compungiria os corações a clamar pelo Senhor (v. 32; Rm 8.15).
Outros textos que ratificam esta promessa são: Is 32.15-17; 44.3-5; 59.20,21; Ez 11.19,20; 36.26,27; 37.14; 39.29. 
O ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO
A Pneumatologia (Doutrina do Espírito Santo) é mais bem clarificada e de fato concretizada nos escritos do Novo Testamento. É no Novo Testamento que temos uma melhor compreensão da personalidade, natureza e obra desta Pessoa Divina. Por isso este tópico se dedicará a compreender as manifestações do Espírito Santo na vida e ministério de Senhor Jesus Cristo, na Obra da Salvação e na Vida da Igreja, segundo a Teologia do Novo Testamento.
6.1 O Espírito Santo Na Vida E Ministério De Jesus Cristo
Acerca da atuação do Santo Espírito na vida do Cristo já temos desde o Antigo Testamento a promessa de que tal atuação seria plena e singular. Em Isaías 11. 1,2 temos:
“Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e de suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, e o Espírito de Sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.
 O verbo “repousar” citado no texto denota que o Espírito estaria de forma permanente sobre o Ungido, e intimamente relacionado à sua missão. (Ver também Isaías 61.1,2).
De fato no Novo Testamento vemos esta atuação desde a concepção de Jesus no ventre de Maria até os últimos dias do seu ministério.
6.1.1 O Espírito Santo Na Concepção
De acordo com Lucas 1.35 a concepção imaculada de Jesus só foi possível pela atuação direta do Espírito Santo em Maria e em seu ventre. O texto é claro em afirmar que aquele que haveria de nascer era “Santo”. Isto mostra que além do milagre da concepção virginal de Maria, a virtude emanada do Espírito refreou o pecado na alma e no corpo do Cristo. (Ver também 1Pe 2.22; 2Co 5.21; 1Jo 3.5).
6.1.2 O Espírito Santo No Batismo De Jesus E Na Tentação
O batismo de Jesus nas águas do Jordão é um dos eventos mais simbólicos na sua vida e ministério, pois, é no ato do batismo que, tanto sua natureza divina (este é meu Filho amado... Mt 3.17) como sua missão são reveladas (eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Jo 1.29). Tirar o pecado do mundo seria a árdua missão de Jesus e foi por isto que ele foi ungido pelo Espírito Santo (Mt 3.16,17). 
A partir de então a plenitude do Espírito Santo sobre a vida de Cristo tornou-se notória. Lucas registra no capitulo 4, verso 1, que ele estava cheio do Espírito Santo quando foi pelo mesmo Espírito impelido para o deserto para ser tentado pelo Diabo. De fato o batismo e a tentação no deserto mostram que somente pelo Espírito Santo o pecado e o Diabo podem ser vencidos.
6.1.3 O Espírito Santo No Ministério De Jesus
Sobre a atuação do Espírito no ministério de Jesus temos as seguintes declarações bíblicas:
“Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galileia” (...)
“E foi lhe dado o livro do profeta Isaias; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor”.
“Então começou a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos”. 
(LUCAS 4.14,17, 18, 19, 21)
O texto citado por Lucas é uma referência direta de Isaías 61.1, e nos oferece uma compreensão mais clara acerca desta atuação do Espírito Santo em Cristo, em especial em seu ministério:
a) Pelo texto de Isaías 61.1 depreendemos que a plenitude do Espírito seria um selo de identificação do ministério do verdadeiro Messias. Foi por isso que Jesus ratificou: “Hoje se cumpriu esta Escritura” (...);
b) Como já vimos o Espírito Santo não atuava em Jesus de maneira esporádica, como era comum no Antigo Testamento, mas de acordo com o texto em apreço a atuação seria plenamente e permanentemente.
c) Deus ungiu a Jesus com o Espírito Santo e com poder, pois uma vez encarnado, o Filho necessitaria da ajuda do Espírito para vencer e ser triunfante sobre o reino de Satanás.
6.1.4 O Espírito Santo Na Ressurreição
De acordo com Rm 1.3,4 o Espírito Santo atuou em Jesus para Ressurreição. Foi pelo Espírito de Vida que Cristo foi trazido dentre os mortos, para ser declaro Filho de Deus, sendo vitorioso sobre a morte.
Por isso também na sua ressurreição temos a garantia, não só de uma ressurreição espiritual ao aceita-lo pela fé, mas também de sermos ressuscitados física e gloriosamente pelo poder do mesmo Espírito (Rm 8.11; 1Ts 4.14)
6.2 O Espírito Santo E A Obra Da Salvação
Na obra da salvação o Espírito Santo tem papel importantíssimo, visto que é Ele quem:
· Testifica de Cristo junto com a Igreja – Jo 15.26,27; Ap 22.17;
· Convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo – Jo 18.8;
· Liberta o homem do poder do pecado e da morte – Rm 8.2;
· Sela a todos os que recebem a Jesus pela fé – Ef 1.13,14; 2Co 1.22;
· Regenera e renova a todos que são selados – Jo 3.3-6; Jo 20.22;
· Santifica a todos quantos regenera – Rm 15.16; 1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pe 1.2;
· Adota como filhos a todos os pecadores arrependidos – Rm 8.15-17
6.3 O Espírito E A Igreja
“Todavia digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque se eu não for o consolador não virá para vós; mas se eu for, enviá-lo-ei”
(JOÃO 16.7)
Para que a obra de Cristo continuasse a ter eficácia no mundo, o Espírito Santo precisaria ser enviado logo após a ascensão de Jesus, pois o Senhor garantiu aos seus discípulos que não lhes deixaria órfãos, mas que enviaria o Consolador para ficar com a igreja para sempre e habitar no meio dela (Jo 14.16,17).
De fato e de verdade o Espírito desceu sobre a igreja reunida (At 2.1-4) como um golpe de vento, como um violento vendaval, com línguas repartidas como que de fogo, ungindo os crentes da mesma maneira como havia ungido a Jesus nas águas do Jordão.
Assim como aconteceu com Jesus, a igreja também precisou e continua precisando ser cheia e revestida do Espírito Santo para continuar a obra da evangelização mundial, bem como trazer libertação aos cativos do reino das trevas.
O ministério do Espírito Santo na igreja pode ser visto da seguinte maneira:
· Foi derramado no início da igreja – At 2.1-4
· Equipa a igreja com dons e armas espirituais – 1Co 12.8-9; Ef 6.10-17;
· Produz frutos na igreja – Gl 5.22
· Intercede pelos crentes – Rm 8.26
· Ensina a igreja – Jo 14.26; 16.13-15;
· Governa a igreja e separa seus obreiros – At 13.2; 20.28;
· Insere os novos membros no corpo e unifica a igreja – 1Co 12.12,13; Ef 2.22; 4.3,4;
· Impulsiona a igreja a adorar a Cristo – Jo 16.14; 1Co 12.3;
· Capacita a igreja para a obra missionária – At. 1.8; 4.31;
· Opera na igreja o anseio pela redenção eterna e pelo Reino de Cristo – Rm 8.23; Ap 22.20;
O ESPÍRITO SANTO E AS ESCRITURAS
As Escrituras, conforme 2Tm 3.15 e 2Pe 3.15,16, são todos os escritos que englobam o Antigo e o Novo Testamento da Bíblia. Elas constituem para nós, os cristãos, a nossa única regra de fé e prática, como reza a nossa Declaração de Fé:
“Cremos, professamos e ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação escrita de Deus dada pelo Espírito Santo, escrita para a humanidade, e que o Senhor Jesus Cristo chamou as Escrituras Sagradas de a “Palavra de Deus”, (...)
(DECLARAÇÃO DE FÉ DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS, Cap. I pag.15)
Dado estas verdades dedicaremos este tópico para elucidar o papel do Espírito na inspiração, revelação e iluminação das Escrituras. 
7.1 A Revelação Das Escrituras
A revelação é o ato pelo qual Deus comunicou suas verdades às mentes dos seus profetas e apóstolos. Verdade estas que posteriormente seriam escritas para aceso visual do seu povo. 
O termo “revelar” significa “tirar o véu”, “mostrar o escondido”, “trazer ao conhecimento”, as verdadesque estavam ocultas em Deus.
E foi pelo Espírito de Deus que este processo foi feito. Pois somente Aquele que penetra as profundezas de Deus poderia comunicar suas profundas verdades à rasa mente humana (1Co 2.9,11; Jo 16.13)
7.2 A Inspiração Das Escrituras
O termo grego para inspiração é “theospneutos”, que significa literalmente “respirado por Deus”. É o ato mediante o qual Deus capacitou os escritores bíblicos a serem infalíveis no registro da revelação. É por isto que Paulo registrou dizendo que “toda a Escritura é divinamente inspirada” (...) 2Tm 3.16.
Este texto resulta em: Deus respirou a Escritura para dentro dos escritores através do seu Espírito, e por isso a Escritura é vida, é infalível e inerrante (2Pe 1.20,21).
7.3 A Iluminação Das Escrituras 
Uma vez que a Escritura foi revelada e inspirada, precisamos então, examiná-la para recebermos dela a vontade de Deus para nossa vida. Porém, visto que a Bíblia, embora, seja um livro “aparentemente” como qualquer outro, é acima de tudo a Palavra de Deus revelada e inspirada pelo Espírito Santo. Como disse Tomas Watson: “As Escrituras são a biblioteca do Espírito Santo”.
Portanto trata-se de um Livro Espiritual. Devendo assim sua compreensão ser buscada de maneira espiritual (1Co 2.14,15). 
Iluminação significa “fazer brilhar a luz” e é o processo mediante o qual o Espírito Santo esclarece o sentido das verdades escritas ao leitor. Somente o próprio autor é quem pode nos dar o sentido veraz de sua obra (Jo 14.26; 1Co 2.13).
OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO
Símbolo é uma figura de linguagem que se utiliza de um elemento que, por convenção arbitrária, representa ou designa uma realidade complexa, por valor evocativo, mágico ou místico. 
Em relação ao Espírito Santo esta figura está bem presente nas Escrituras e busca memorar as obras do Espírito Santo sobre seu povo e nunca sua natureza. Vejamos alguns símbolos recorrentes do Espírito Santo:
· Selo – na antiguidade o selo era um instrumento de marcação usado geralmente nos dedos, como anéis, por senhores e soberanos. O selo era um sinal de validade, identificação e possessão em documentos e propriedades. Como símbolo do Espírito indica que o Espírito Santo é a garantia, o penhor da nossa redenção e que somos propriedade exclusiva de Deus. Somos selados no momento em que cremos para salvação (Ef 1.13; 4.30; 2Co 1.22).
· Vento – na verdade o próprio termo “Espírito” em Hebraico é Ruach = sopro. No vale de ossos secos em Ez 37 e em At 2. A maneira como o Espírito atuou lembra tanto a fúria dos ventos que Lucas usa a seguinte expressão: “um som como de um vento veemente”. O vento como símbolo mostra a força impetuosa com a qual o Espírito Santo levanta seu povo para a obra. Indica também a vida e a dinâmica do Espírito dentro da igreja (At 2.1-4; Ez 37.9,10).
· Pomba – as pombas foram classificadas entre os animais limpos (Lv.11). Revela gentileza, afeição e fidelidade (Os 7.11; Mt 10.16). Simboliza a delicadeza, a sensibilidade e a santidade do Espírito Santo. (Ef 4.30). 
Em Jo 1.32,33 o Espírito desceu sobre Jesus na forma de uma pomba. 
· Óleo – o óleo era usado como cosmético, medicamento e principalmente como elemento de consagração de pessoas e objetos para o serviço do Senhor. O ato de derramar o óleo sobre algo ou alguém era chamado de “unção”. Em algumas passagens bíblicas o Espírito Santo é revelado como o novo elemento da unção (Lc 4.18). A unção é o poder capacitador do Espírito Santo, que também separa o crente para a obra (At 10.38).
· Água – outro símbolo do Espírito Santo é a água. Em Jo 7.38 Jesus disse: “aquele que crê em mim como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. O verso 39 afirma que Jesus falava do Espírito. 
A água como símbolo do Espírito lembra a obra sanadora, purificadora e santificadora do Espírito Santo (Tt 3.5).
· Fogo – o Espírito Santo tem como símbolo o fogo em várias passagem bíblicas (At 2.3; Ap 4.5; Mt 3.11; 1Ts 5.19), e muitas vezes revela o seu caráter zeloso, mas também pode indicar o fervor espiritual que o Espírito injeta na igreja. 
O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
O batismo com o Espírito Santo antes de ser uma doutrina pentecostal é uma doutrina genuinamente bíblica (Mt 3.11; At 1.5) e é um evento distinto da regeneração, pois os discípulos já haviam recebido o Espírito Santo para serem regenerados em Jo 20.22, mas mesmo assim o Senhor lhes promete o revestimento do Espírito, como vemos em At 1.5. Por isso este tópico se dedicará a conhecer esta experiência.
9.1 O Batismo É Com O Espírito Santo Ou No Espírito Santo?
Quem nunca se fez esta pergunta?
A preposição grega que aparece após o verbo batizar é  (en) que pode ser traduzida por: com, em, no. Portanto, as duas maneiras estão corretas.
Isto indica que não é o Espírito Santo quem efetua este batismo, mas ele mesmo é o elemento no qual somos batizados pelo Senhor Jesus Cristo.
9.2 O Que Não É O Batismo Com O Espírito Santo? 
Algumas pessoas costumam confundir esta doutrina com outros ensinamentos bíblicos. Por isso neste tópico procuraremos desfazer algumas dessas confusões.
Não é ser selado com o Espírito Santo – como já vimos no tópico 8, somos selados com o Espírito Santo no momento em que cremos e nos entregamos a Cristo (Ef 1.13). O selo é o momento em que recebemos o Espírito em nosso coração. Já o batismo é uma experiência posterior a esta (At 2.38).
Não é ser cheio do Espírito Santo – ser cheio com o Espírito Santo é uma experiência independente do batismo, embora haja certa relação. Ser cheio significa ser preenchido, ser pleno, ser controlado pelo Espírito Santo. Tratasse de uma renovação da fé e da vida espiritual que todo crente, sendo batizado ou não, pode desfrutar. Veja alguns casos de pessoas que não eram batizadas no Espírito, mas que foram cheias por Ele, bem antes do dia de Pentecostes: Lc 1.41,67. 
Em Ef. 5.18 encontramos a expressão: “enchei-vos do Espírito Santo” (...).
– O verbo está conjugado no modo imperativo passivo presente e tem o sentido de “ser cheio repetidas vezes”. É por isso que os mesmos discípulos que foram cheios no Pentecostes, foram cheios novamente em At 4.31.
Portanto, o enchimento do Espírito Santo é uma renovação interior, que pode ser vivida várias vezes, já o batismo com o Espírito Santo ocorre uma única vez.
Não é o batismo nas águas – o batismo nas águas é uma ordenança para a igreja. É uma declaração pública da fé cristã. Efetuado por um ministro do evangelho, tendo como elemento a água. Já o batismo com o Espírito Santo é espiritual, efetuado por Jesus Cristo na vida do crente, tendo como elemento o Espírito Santo. Veja esta distinção em Mt 3.11.
9.3 O Batismo Com O Espírito Santo É Uma Promessa Para Todos
A igreja do Senhor Jesus tem nesta terra a árdua missão de evangelizar o mundo e desfazer as fortalezas de Satanás. A carreira da igreja neste mundo é comparada por Paulo como a marcha de um exército em guerra (2Tm 2.3,4), e de fato o é. 
A nossa guerra é espiritual (Ef 6.10-12). Todos os dias temos que lutar contra seres demoníacos poderosíssimos, libertando vidas da escravidão e da perdição eterna. Por isso o Senhor Jesus além de encher-nos com o seu Espírito também prometeu revestir nossas vidas com o poder do mesmo Espírito. 
Esta promessa foi ratificada pelo Senhor Jesus em At 1.4,5 e de acordo com Pedro em At 2.39 é uma promessa para todas as gerações. 
9.4 As Marcas Do Batismo Com O Espírito Santo
Chamamos de marca tudo aquilo que caracteriza ou identifica algo.
As marcas do batismo com o Espírito Santo são as manifestações que acontecem como consequências do batismo e/ou imediatas a este. São elas:
· Poder Divino – Jesus prometeu aos seus discípulos que os mesmos receberiam a virtude quando fossem batizados com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.8)
O termo original para virtude (ou poder) citado na referência a cima é dunamis (de onde vem a palavra dinamite) e significa poder em ação. A ideia aqui é que os crentes ao serem batizados no Espírito Santo seriam dotados do poder do próprio Deus para realizaremobras poderosas no mundo espiritual e físico.
Ao longo de Atos dos Apóstolos e algumas epístolas vemos homens usando este poder para:
· Pregar – At 4.33;
· Realização de milagres e prodígios – At 6.8;
· Pregação seguida de demonstrações miraculosas – 1Co 2.4; 1Ts 1.5;
· Expulsão de demônios – At 16.18;
· Curas divinas – At 3. 6-8; 9. 33,34;
· Ressurreição – At 9.36-41; 20.9-12.
· Testemunho – outra marca do batismo com o Espírito Santo é o testemunho. Jesus disse em Lc 24.48 e At 1.8 que os discípulos receberiam o Espírito Santo para serem testemunhas. O termo grego para testemunha é martys (de onde vem a palavra martírio) e pode significar um depoente que testemunha de um caso que presenciou, mas também pode significar alguém que com sua própria morte dá testemunho da verdade (At 22.20). Jesus disse aos seus discípulos que eles seriam odiados e perseguidos, entregues aos tribunais e muitas vezes à morte, como foi o caso de quase todos os apóstolos. Mas o Senhor através do batismo com o Espírito Santo nos garante uma poderosa ousadia para pregarmos a Cristo e testemunharmos da verdade mesmo diante da morte, sem negarmos a fé.
· O Fogo Divino – João testificou de Jesus Cristo às margens do Jordão dizendo:
 “e eu na verdade vos batizo com água para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com Fogo”
(MATEUS 3.11)
Este versículo tem sido alvo de inúmeros debates acerca do “batismo com o Espírito Santo e com Fogo”. Alguns teólogos encontram nessa expressão dois batismos distintos:
O primeiro seria o Batismo no Espírito Santo efetuado por Jesus na vida dos fiéis, o outro seria o batismo com fogo (no fogo do inferno) para os saduceus e fariseus ali presentes.
Os que defendem esta tese em geral são teólogos de linha reformada. Eles se agarram ao argumento do contexto imediato dos versos 10 e 12. 
Mas queremos aqui defender o entendimento de que o batismo com o Espírito Santo e com fogo se trata na verdade de um mesmo batismo. Vamos para os argumentos:
· Contexto Imediato X Contexto Remoto – O contexto imediato não é a única maneira de se interpretar um texto bíblico. A hermenêutica oferece outras regras de interpretação para textos complexos como este. Uma destas regras é observar o texto em questão a partir de outros textos bíblicos. Isto é o que chamamos de contexto remoto. 
Quando observamos outras passagens bíblicas constatamos que de fato em algumas ocasiões o fogo foi usado como sinônimo de juízo. Por outro lado há uma vasta quantidade de referências em que o fogo é retratado como símbolo da glória de Deus e da sua pureza. Por exemplo – Deus se apresentou a Moisés em uma sarça ardente (Ex 3.1-4); Deus guiou e aqueceu seu povo no deserto com uma coluna de fogo, e Deus estava nela (Ex 13.21; 14.24); Isaías foi purificado por uma brasa (Is 6.6,7); Deus derramava fogo do céu como aceitação de sacrifícios (2Cr 7.1-3; 1Rs 18.38; Lv 9.24); o Espírito Santo é representado pelo fogo no NT (Ap 4.5; 1Ts 5.19; At 2.3).
· A Palavra “Batismo” – esta palavra que no grego é “baptidzo” tem como seu significado literal primário: “tornar totalmente submerso”. Mas o seu sentido literal é: purificar, banhar, limpar.
Em todo o Antigo e Novo Testamento não encontramos nenhum caso em que esta palavra seja atribuída à condenação eterna.
· A Preposição “Com” – esta preposição que aparece na maioria das versões brasileiras não consta em muitas cópias antigas do texto original, e por isto é uma adição feita pelos tradutores (eis o motivo pelo qual esta preposição aparece em itálico em muitas versões). Sendo assim a expressão que temos nos textos originais é esta: “ele vos batizará com o Espírito Santo e Fogo”. Isto indica que os mesmos que recebem o Batismo no Espírito Santo são automaticamente inflamados pelo fogo divino.
· O Alvo Do Batismo – devemos sempre perguntar ao texto com quem o locutor estar falando. Se perguntarmos a Mt 3.11 a quem João estava se dirigindo ao falar do Batismo com o Espírito Santo e com fogo, descobriremos que, embora, João estivesse fazendo um discurso de condenação contra fariseus e saduceus que ali estavam, ao falar, em especial, deste batismo, ele abre um parêntese e passa a se comunicar com aqueles que, arrependidos dos seus pecados, desciam às águas (eu vos batizo para o arrependimento...), e se olharmos novamente para o texto veremos que é para esses mesmos arrependidos que João está dizendo “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”.
Logo, o batismo com fogo não é condenatório e nem é distinto do batismo com o Espírito Santo. O fogo aqui representa o ardente fervor espiritual, o que passa a nascer na vida do crente que foi revestido pelo Espírito Santo.
9.5 As Evidências Do Batismo Com O Espírito Santo
“O falar em línguas é a evidencia inicial desse batismo, mas somente inicial, pois há evidência contínua da presença especial do Espírito como o fruto do Espírito (Gl 5.22) e a manifestação dos dons (1Co 12.17-11)”
(DECLARAÇÃO DE FÉ DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS. Cap. 19, Pag. 91)
A profecia de Joel 2.28-30 mostra categoricamente que como consequência do derramamento do Espírito Santo haveria manifestações espirituais e visíveis:
· Sonhos e Visões – representação dos dons do saber;
· Prodígios e Sinais – representação dos dons de poder;
· Profecias – representação dos dons vocais, nos quais está inserido o “falar em línguas”.
Conforme está registrado em At 2.4; 10.44-47; 19.6 – todas as vezes que alguém recebia o batismo no Espírito Santo, essa pessoa falava em “outras línguas” (e/ ou profetizava) como evidência imediata dessa experiência.
No entanto como já vimos acima o verdadeiro batismo também será evidenciado por uma vida plenamente guiada pelo Espírito de Deus (Gl 5.24,25).
Por final, o batismo com o Espírito Santo e com fogo é uma experiência espiritual e sobrenatural, vivida uma única vez, após ou imediato à regeneração (At 2.18). É o ato em que o Senhor Jesus reveste os seus santos da plenitude do Espírito Santo e do seu poder, afim de que estes possam lutar contra as forças do mal e pregar o evangelho com toda ousadia e demonstração de poder.
 CONCLUSÃO
O Espírito Santo é o melhor e mais fiel amigo do crente em Jesus. Não foi à toa que Jesus o chamou de “Paracletos” – AQUELE QUE ESTÁ AO LADO. O mais doce Conselheiro está conosco e habita em nós. E assim estará pelos séculos dos séculos. Por isso, não temos mais o que temer. Busque conhecê-lo! Ouça suas palavras! Sinta o seu afago! E abra sua alma para Ele, pois, certamente, Ele é o Intérprete dos gemidos mais profundos do ser.
REFERÊNCIAS
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BÍBLIA – Bíblia De Estudo Palavras Chave: Hebraico e Grego. 4ª Ed. 2015.
BÍBLIA – Bíblia Sagrada. Trad. João Ferreira de Almeida: Revista e Corrigida. 4ª Ed. Rio de Janeiro-RJ: CPAD, 2019.
BÍBLIA – Bíblia Sagrada: Revista e Atualizada
BÍBLIA – Bíblia Sagrada: King James
CREDO DE ATANÁSIO. Versos 3-6.
DECLARAÇÃO DE FÉ DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS. 2016, p. 15,91.
LINDOSO, P. C. Curso Básico Em Teologia. 3ª Ed. Coque-MA: Editora Grafia, 2010.
LOPES, H. D. Batismo Com Fogo, 2010. Disponível em: http://hernandesdiaslopes.com.br/batismo-com-fogo/comment-page-1/
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ROCHA, G. F. M. Inspiração, Revelação e Iluminação, 2013. Disponível em: http://palavraaserio.blogspot.com/2013/10/inspiracao-revelacao-e-iluminacao_26.html?m=1
VINCENT, M. R. Vincent: Estudo No Vocabulário Grego Do Novo Testamento. Volume I: 2ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.
ZIBORDI, C. S. Teologia Sistemática I. 6ª Ed. Denobi e Acioli Empreendimentos Educacionais, 2016.

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