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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

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Livro Eletrônico
Aula 00 (Prof. Herbert Almeida)
Noções de Administração Pública p/ TJ-PE (Itens 1 ao 4) Técnico - Função
Administrativa
Professores: Carlos Xavier, Herbert Almeida
00000000000 - DEMO
Noções de Administração Pública p/ TJ-PE 
Técnico Judiciário (Área Administrativa) 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Herbert Almeida – Aula 0 
 
 
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AULA 0: Contratos administrativos 
SUMÁRIO 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ...................................................................................................................... 4 
CONCEITO .............................................................................................................................................................. 4 
FORMALIDADE ........................................................................................................................................................ 7 
CLÁUSULAS NECESSÁRIAS ........................................................................................................................................ 11 
EXIGÊNCIA DE GARANTIA ......................................................................................................................................... 14 
VIGÊNCIA CONTRATUAL (DURAÇÃO DO CONTRATO) ...................................................................................................... 16 
CLÁUSULAS EXORBITANTES (PRERROGATIVAS DE DIREITO PÚBLICO) .................................................................................. 18 
ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS ................................................................................................................................... 20 
TEORIA DA IMPREVISÃO .......................................................................................................................................... 22 
RESERVA DE VAGAS ................................................................................................................................................ 30 
ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DO CONTRATO ................................................................................. 30 
RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO ................................................................................................................... 35 
SUBCONTRATAÇÃO ................................................................................................................................................ 37 
ESPÉCIES DE CONTRATOS ......................................................................................................................................... 39 
RECURSOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................................... 46 
CONVÊNIOS E TERMOS SIMILARES ............................................................................................................................. 48 
QUESTÕES MÚLTIPLA ESCOLHA ...................................................................................................................... 52 
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................ 76 
GABARITO ....................................................................................................................................................... 90 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 90 
 
Olá concurseiros e concurseiras. 
É com muita satisfação que estamos lançando o curso de Noções de 
Administração Pública para o concurso de Técnico Judiciário (Área 
Administrativa) do Tribunal de Justiça de Pernambuco - TJ/PE. 
De imediato, vejamos as características deste material: 
✓ todos os itens do edital serão abordados de forma completa, sem 
perda da objetividade; 
✓ grande quantidade de questões comentadas; 
✓ referências atualizadas, com ampla pesquisa na doutrina e 
jurisprudência recente; 
✓ contato direto com o professor através do fórum de dúvidas. 
Caso ainda não me conheçam, meu nome é Herbert Almeida, sou 
Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito 
Santo aprovado em 1º lugar no concurso para o cargo. Além disso, 
obtive o 1º lugar no concurso de Analista Administrativo do TRT/23º 
Região/2011. Meu primeiro contato com a Administração Pública ocorreu 
0
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Noções de Administração Pública p/ TJ-PE 
Técnico Judiciário (Área Administrativa) 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Herbert Almeida – Aula 0 
 
 
Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 91 
através das Forças Armadas. Durante sete anos, fui militar do Exército 
Brasileiro, exercendo atividades de administração como Gestor Financeiro, 
Pregoeiro, Responsável pela Conformidade de Registros de Gestão e Chefe 
de Seção. Sou professor de Direito Administrativo e Administração Pública 
aqui no Estratégia Concursos e palestrante da Turma Estratégica. 
Além disso, no Tribunal de Contas, participo de atividades relacionadas 
com o Direito Administrativo. 
Ademais, os concursos públicos em que fui aprovado exigiram diversos 
conhecimentos, inclusive sobre Direito Administrativo. Ao longo de meus 
estudos, resolvi diversas questões, aprendendo a forma como cada 
organizadora aborda os temas previstos no edital. Assim, pretendo passar 
esses conhecimentos para encurtar o seu caminho em busca de seu 
objetivo. Então, de agora em diante, vamos firmar uma parceria que levará 
você à aprovação no concurso público para Técnico Judiciário do TJ/PE. 
Observo ainda que o nosso curso contará com o apoio da Prof. Leticia 
Cabral, que nos auxiliará com as respostas no fórum de dúvidas. A Prof. 
Leticia é advogada e trabalha também como assessora de Procurador do 
Estado em Vitória-ES. Atualmente também é aluna do mestrado em Direito 
Processual na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo). Com isso, 
daremos uma atenção mais completa e pontual ao nosso fórum. 
Falando do nosso curso, vamos abordar o seguinte conteúdo para a 
nossa disciplina: 
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 1 Legislação administrativa. 1.1 
Administração direta, indireta e fundacional. 1.2 Atos administrativos. 1.3 Requisição. 
1.4 Processo Administrativo. 1.4.1 Lei nº 9.784/1999. 2 Gestão por competências. 3 
Tendências em gestão de pessoas no setor público. 4 Licitação pública. 4.1 
Modalidades, dispensa e inexigibilidade1. 4.2 Pregão. 4.3 Contratos e compras. 4.4 
Convênios e termos similares. 4.5 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações. 4.6 Lei nº 
10.520/2002. 
Para maximizar o seu aprendizado, nosso curso estará estruturado em 
quatro aulas, sendo esta aula demonstrativa e outras três, vejamos o 
cronograma: 
AULA CONTEÚDO DATA 
Aula 0 
4.3 Contratos e compras. 4.4 Convênios e termos similares. 4.5 Lei 
nº 8.666/1993 e suas alterações. 
Disponível 
 
1 Os itens tachados não serão abordados neste curso, pois são objeto de estudo do curso de Direito 
Administrativo p/ Técnico Judiciário (Função Administrativa). 
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Noções de Administração Pública p/ TJ-PE 
Técnico Judiciário (Área Administrativa) 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Herbert Almeida – Aula 0 
 
 
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Aula 1 4.2 Pregão. 4.6 Lei nº 10.520/2002. 01/08 
Aula 2 1.4 Processo Administrativo. 1.4.1 Lei nº 9.784/1999. 15/08 
Aula 3 
2 Gestão por competências. 3 Tendências em gestão de pessoas no 
setor público - Prof. Carlos Xavier 
24/09 
Vamos fazer uma observação importante! Ao longo da aula, vamos 
colocar questões de verdadeiro ou falso do Cespe, tendo em vista que o tipo 
de assertiva destabanca, além de elevado nível, facilita a contextualização 
com os assuntos intermediários da aula (enquanto o assunto ainda está 
“fresco na cabeça”). Ao final da aula, após apresentar toda a teoria, vamos 
trabalhar com questões de múltipla escolha. 
Atenção! Este curso é completo em pdf, sendo as videoaulas 
utilizadas apenas de forma complementar, para facilitar a compreensão dos 
assuntos. Somente serão disponibilizados vídeos para os principais 
assuntos (aulas 0, 2 e 3). 
Por fim, se você quiser receber dicas diárias de preparação para 
concursos e de Direito Administrativo, siga-me nas redes sociais (não 
esqueça de habilitar as notificações no Instagram, assim você será 
informado sempre que eu postar uma novidade por lá): 
 @profherbertalmeida 
 www.facebook.com/profherbertalmeida/ 
 Λprofherbertalmeida 
Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso 
curso. 
Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 
 
 
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Noções de Administração Pública p/ TJ-PE 
Técnico Judiciário (Área Administrativa) 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Herbert Almeida – Aula 0 
 
 
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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
Conceito 
Segundo Hely Lopes Meirelles2, 
Contrato administrativo é o ajuste que a Administração Pública, agindo 
nessa qualidade, firma com o particular ou outra entidade administrativa 
para a consecução de objetivos de interesse público, nas condições 
estabelecidas pela própria Administração. (grifos nossos) 
O conceito apresentado pela Lei 8.666/1993 é encontrado no artigo 2º 
nos seguintes termos: 
Art. 2º [...] Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato 
todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública 
e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de 
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a 
denominação utilizada. 
Dessa forma, o contrato é um acordo de vontades realizado entre a 
Administração Pública e outra pessoa, seja ela física ou jurídica, pública ou 
privada, com o objetivo de atender a determinado interesse público, como 
a prestação de um serviço, realização de uma obra ou fornecimento de um 
produto. 
Em regra, o contrato é a consequência da licitação, estando, portanto, 
vinculado aos termos do instrumento convocatório (edital ou convite) e da 
legislação aplicável, principalmente a Lei 8.666/19933 (Lei de Licitações e 
Contratos). 
Para finalizar, é importante diferenciar os contratos administrativos dos 
contratos da administração: 
• contratos da administração: são os ajustes firmados pela 
Administração Pública e os particulares, nos quais a Administração 
não figura na qualidade de poder público. Esses contratos são 
regidos predominantemente pelo direito privado. Dessa forma, o 
Poder Público não age com supremacia sobre o privado. Também 
são conhecidos como contratos atípicos, semipúblicos ou 
horizontais; 
 
2 Meirelles, 2013, p. 223. 
3 Ao longo desta aula, quando não mencionarmos a qual lei estamos nos referindo, considere que se trata da Lei 
8.666/1993. Além disso, vamos utilizar os termos Lei de Licitações e Contratos, LLC, Lei de Licitações, Estatuto 
geral das licitações ou somente Estatuto para nos referir à Lei 8.666/1993. 
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Noções de Administração Pública p/ TJ-PE 
Técnico Judiciário (Área Administrativa) 
Teoria e exercícios comentados 
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• contratos administrativos: são os ajustes que a Administração, 
nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas 
ou privadas, para consecução de fins públicos, segundo o regime 
jurídico de direito público. Nesse caso, a Administração age com 
supremacia sobre o particular. Também são conhecidos como 
contratos típicos ou verticais. 
A diferença fundamental dos contratos da administração e dos 
contratos administrativos é que, no primeiro caso, a Administração age 
como se particular fosse, utilizando predominantemente o regime jurídico 
de direito privado. São exemplos desse tipo de ajuste os contratos de 
locação, quando a Administração age como locatária; e os contratos de 
compra e venda de bens de uma sociedade de economia mista (SEM) 
relacionados com a atividade fim da entidade (por exemplo, uma SEM que 
produza minério, quando firmar um contrato de venda de minério, utilizará 
predominantemente as normas de direito privado). 
Como exemplos de contratos administrativos, podemos mencionar as 
contratações de obras, serviços e/ou compras realizados pelos órgãos da 
Administração direta, buscando satisfazer o interesse público. 
Vamos ver como isso pode constar em provas. 
 
1. (Cespe - TNS/MP/2013) Contrato administrativo é todo e qualquer ajuste entre 
órgãos ou entidades da administração pública e entes particulares, em que haja um 
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações 
recíprocas. 
Comentário: de acordo com parágrafo único do artigo 2º da LLC, considera-
se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da 
Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades 
para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual 
for a denominação utilizada. 
Gabarito: correto. 
2. (Cespe - TA/IBAMA/2012) Todo contrato celebrado pela administração pública 
será considerado um contrato administrativo. 
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Noções de Administração Pública p/ TJ-PE 
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Teoria e exercícios comentados 
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Comentário : somente será considerado contrato administrativo aqueles que a 
Administração, agindo nesta qualidade, celebra com pessoas físicas ou 
jurídicas, públicas ou privadas, para consecução de fins públicos, segundo o 
regime jurídico de direito público. Nos contratos administrativos, a 
Administração goza das prerrogativas inerentes ao princípio da supremacia 
do interesse público sobre o privado, e exemplo das cláusulas exorbitantes. 
Por outro lado, existem contratos em que a Administração age em igualdade 
com os particulares, sem possuir, portanto, as prerrogativas do Poder 
Públicos. Esses são chamados de “contratos da administração”. Como 
exemplo, pode-se citar um contrato do Banco do Brasil S.A. com um de seus 
clientes. 
Gabarito: errado. 
3. (Cespe - TJ/TRT 10/2013) Para os fins legais, somente será considerado 
contrato o ajuste firmado entre a administração pública e particular que seja assim 
expressamente denominado em documento formal por escrito. 
Comentário : para os fins da Lei 8.666/1993, considera-se contrato todo e 
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e 
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo 
e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação 
utilizada (art. 2º, parágrafo único). Assim, desde que preenchidos esses 
requisitos, o ajuste será considerado um contrato, independentemente do 
nome que as partes lhe atribuírem. Portanto, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
4. (Cespe - Proc/AGU/2013) Os contratos administrativos, embora bilaterais, não 
se caracterizam pela horizontalidade, já que as partes envolvidas não figuram em 
posição de igualdade. 
Comentário: os contratos administrativos são firmados sob regime jurídico de 
direito público e, portanto, a Administração Pública goza das prerrogativas 
inerentes ao princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. 
Como exemplo, temos as cláusulas exorbitantes, que permitem a alteração 
unilateral dos termos contratuais. Dessa forma, ainda que sejam bilaterais, os 
contratos administrativos são marcados pela verticalidade . Assim, o item está 
perfeito! 
Gabarito: correto. 
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Noções de Administração Pública p/ TJ-PE 
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Teoria e exercícios comentados 
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Formalidade 
Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus 
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número 
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos 
contratantes às normas da Lei de Licitações e Contratos e também às 
próprias cláusulas contratuais (art. 61). 
Além dessas exigências, é necessária a publicação resumida do 
instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial 
como condição indispensável para sua eficácia. Essa publicação deve 
ocorrer independentemente do valor do contrato, inclusive se ele for sem 
ônus. A eficácia representa a produção dos efeitos do contrato. 
De acordo com a Lei 8.666/1993, 
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de 
concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e 
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites 
destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que 
a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais 
como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de 
compra ou ordem de execução de serviço. 
Entenda como instrumento de contrato é o termo formal, que é 
assinado pelas partes pactuantes. 
De acordo com o TCU, a contratação deve ser formalizada 
obrigatoriamente por meio de termo de contrato nas seguintes 
situações4: 
• licitações realizadas nas modalidades tomada de preços, 
concorrência e pregão5; 
• dispensa ou inexigibilidade de licitação, cujo valor esteja 
compreendido nos limites das modalidades tomada de preços 
e concorrência; e 
• contratações de qualquer valor das quais resultem obrigações 
futuras, por exemplo: entrega futura ou parcelada do objeto e 
assistência técnica. 
Veja que a jurisprudência do TCU inclui o pregão no rol das 
modalidades de licitação que exigirão, posteriormente, a celebração de 
 
4 Brasil. Tribunal de Contas da União, 2011, p. 652. 
5 Percebam que o TCU inclui também a modalidade pregão, sem prejuízo da ressalva prevista no Art. 
62, §4º. 
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Noções de Administração Pública p/ TJ-PE 
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Teoria e exercícios comentados 
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termo de contrato. Contudo, a Lei 8.666/1993 só inclui a tomada de preços 
e a concorrência. Assim, se o enunciado tomar por base somente a Lei 
8.666/1993, as modalidades são apenas concorrência e tomada de preços. 
Nas demais situações, o termo de contrato é facultativo, podendo 
ser substituído pelos instrumentos hábeis a seguir: 
• carta-contrato; 
• nota de empenho de despesa; 
• autorização de compra; ou 
• ordem de execução de serviço. 
Ademais, é dispensável o termo de contrato nas compras com entrega 
imediata e integral dos bens adquiridos, das quais não resultem obrigações 
futuras, inclusive assistência técnica, independentemente do valor e da 
modalidade realizada (Art. 62, §4º). Nesse caso, é facultada a 
substituição pelos instrumentos apresentados acima. Ou seja, se a 
Administração realizar um pregão ou uma tomada de preços para compra 
de um milhão de unidades de lápis de escrever para entrega imediata e 
integral, sem obrigações futuras, poderá dispensar o termo de contrato. 
Mas o que vem a ser carta-contrato, nota de empenho etc? Segundo o 
TCU, 
Carta-contrato, nota de empenho, autorização de compra ou ordem 
de execução de serviços são documentos mais simples utilizados para 
formalização da compra, obra ou serviço, que devem ser precedidos de nota 
de empenho. A esses instrumentos se aplicam, no que couber, as 
exigências do termo de contrato. Exemplo: descrição do objeto, preço, 
prazos de entrega do bem ou da execução da obra ou da prestação do 
serviço, o crédito pelo qual correrá a despesa, entre outras exigências. 
Assim, eles são instrumentos mais simples, sem tanta burocracia, mas 
que não dispensam algumas exigências, como descrição do objeto, preço, 
prazos de entrega do bem ou da execução da obra ou da prestação do 
serviço, o crédito pelo qual correrá a despesa, etc. 
Os contratos e seus aditamentos devem ser numerados e 
arquivados em ordem cronológica, na sequência das datas de 
assinaturas e registro sistemático dos respectivos extratos em meio 
eletrônico ou em livro próprio. Para os contratos que tiverem por objeto 
direitos reais sobre imóveis, ou seja, compra, venda ou doação de bens 
imóveis, devem ser formalizados por instrumento lavrado em cartório de 
notas, juntando-se cópia de tudo no processo que lhe deu origem. 
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Em geral, os contratos são formais e escritos. Porém, a Lei permite 
a utilização de contrato verbal para pequenas compras de pronto 
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a R$ 
4.000,00, feitas em regime de adiantamento. Para os demais casos, o 
contrato verbal será nulo e de nenhum efeito. 
 Formalidade dos contratos administrativos 
Termo de contrato 
obrigatório 
• concorrência, tomada de preços e pregão; 
• dispensas e inexigibilidades cujos valores de contratação 
estejam dentro dos limites obrigatórios para tomada de preços 
ou concorrência; e 
• contratações de qualquer valor das quais resultem obrigações 
futuras. 
Termo de contrato 
facultativo 
• convites; 
• dispensas e inexigibilidades não englobadas nos limites para 
tomada de preços e concorrência; 
• compras com entrega imediata/integral, das quais não 
resultem obrigações futuras, independentemente do valor e da 
modalidade realizada; e 
• poderá ser substituído 
por: 
• carta-contrato; 
• nota de empenho; 
• autorização de compra; 
• ordem de execução de 
serviço. 
Contrato verbal 
• permitido : pequenas compras de pronto pagamento, ou seja, 
aquelas cujo valor não seja superior a R$ 4.000,00, feitas sob 
regime de adiantamento; e 
• nulo e de nenhum efeito : nos demais casos. 
Vamos resolver algumas questões! 
 
5. (Cespe – APGI/INPI/2013) É obrigatória a publicação resumida dos 
instrumentos de contratos administrativos que apresentarem algum custo para a 
administração pública, sendo facultativo quando não houver ônus. 
Comentário: vejamos o conteúdo da Lei: 
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Art. 61. [...] 
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou 
de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável 
para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia 
útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte 
dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem 
ônus, ressalvado o dispostono art. 26 desta Lei. (grifos nossos) 
Ou seja, até mesmo para os contratos sem ônus a publicação do resumo do 
instrumento de contrato é obrigatória. 
Gabarito: errado. 
6. (Cespe – APGI/INPI/2013) Os contratos administrativos devem ser 
formalizados por meio de instrumentos escritos indicados pela Lei n.º 8.666/1993, 
como o termo de contrato e a carta-contrato, sendo nulo e de nenhum efeito o 
contrato verbal com a administração. 
Comentário: a questão não apresentou a ressalva: 
Art. 60. [...] Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal 
com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto 
pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco 
por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta 
Lei, feitas em regime de adiantamento. 
O valor a que se refere o dispositivo acima é de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). 
Ou seja, há possibilidade de contrato verbal para pequenas compras e de 
pronto pagamento, isto é, aquelas de até R$ 4.000,00 feitas sob regime de 
adiantamento. 
Gabarito: errado. 
7. (Cespe - TNS/MP/2013) A publicação resumida do instrumento de contrato ou 
de seus aditamentos na imprensa oficial não é uma condição necessária para sua 
eficácia, mas pode ser providenciada pela administração até o quinto dia útil do mês 
seguinte ao de sua assinatura. 
Comentário: a publicação resumida do instrumento de contrato é condição 
necessária para sua eficácia – produção dos efeitos jurídicos – (art. 61, 
parágrafo único) . 
Gabarito: errado. 
8. (Cespe - Funasa/2013) O instrumento de contrato é obrigatório em todas as 
modalidades de licitação. 
Comentário: o instrumento de contrato é obrigatório para as modalidades de 
concorrência e tomada de preços. Incluem-se as dispensas e inexigibilidades 
compreendidas cujo valor esteja compreendido nos limites para essas duas 
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modalidades. O TCU inclui, ainda, o pregão e as contratações que resultem 
obrigações futuras. 
Ressalvam-se dessas exigências: os convites; as dispensas e inexigibilidade s 
não englobadas nos limites para tomada de preços e concorrência; as 
compras com entrega imediata/integral, das quais não resultem obrigações 
futuras, independentemente do valor e da modalidade realizada. Nestes casos, 
o termo de contrato poderá ser substituído por: 
 carta-contrato; 
 nota de empenho; 
 autorização de compra; 
 ordem de execução de serviço. 
Gabarito: errado. 
9. (Cespe – Analista/MPU/2013) As licitações realizadas na modalidade pregão 
devem, obrigatoriamente, ser formalizadas por meio de termo de contrato, podendo 
a administração pública dispensar o referido termo, em caso de compras, se os bens 
adquiridos forem imediata e integralmente entregues e se dessas compras não 
resultarem obrigações futuras. 
Comentário : a celebração de termo de contrato abrange também as licitações 
realizadas na modalidade de pregão. Porém, o termo é dispensável para as 
compras com entrega imediata/integral, das quais não resultem obrigações 
futuras. 
Gabarito: correto. 
Cláusulas necessárias 
Enquanto no direito privado os particulares são livres para estipularem 
a maioria das cláusulas do contrato, como consequência da autonomia da 
vontade que impera para os administrados (sociedade em geral); nos 
contratos administrativos existem algumas cláusulas necessárias, 
impostas pelo artigo 55 da Lei de Licitações e que, sempre que for o caso, 
devem constar nos termos do ajuste, sob pena de nulidade. São elas: 
I. o objeto e seus elementos característicos; 
II. o regime de execução ou a forma de fornecimento; 
III. o preço, as condições de pagamento, os critérios de reajuste; 
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IV. os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, 
de recebimento; 
V. o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da 
classificação funcional programática e da categoria econômica; 
VI. as garantias, quando exigidas; 
VII. os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades e 
os valores das multas (obs.: o TCU entende que não se pode 
incluir cláusula prevendo a aplicação de multa ou indenização 
contra a Administração em caso de rescisão); 
VIII. os casos de rescisão; 
IX. o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de 
rescisão administrativa pela inexecução total ou parcial do contrato; 
X. as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para 
conversão, quando for o caso; 
XI. a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou 
ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; 
XII. a legislação aplicável à execução do contrato; 
XIII. a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução 
do contrato, todas as condições de habilitação e qualificação 
exigidas na licitação; e 
XIV. deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o 
foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão 
contratual. 
Percebam, contudo, que algumas dessas cláusulas nem sempre 
estarão presentes. Por exemplo, se o objeto do contrato não exigir garantia, 
não será o caso incluir algum dispositivo para isso. Ou seja, boa parte 
dessas cláusulas não é obrigatória, mas apenas facultativa ou desejável. 
Vamos resolver algumas questões! 
 
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10. (Cespe - TNS/MP/2013) Entre as cláusulas necessárias em contratos 
administrativos estão o objeto e seus elementos característicos, o preço e as 
condições de pagamento e os prazos de início das etapas de execução. Por outro 
lado, entre as cláusulas que não são necessárias nesses contratos, está o 
estabelecimento do foro da sede da administração a ser adotado para dirimir 
qualquer questão contratual. 
Comentário: encontramos a resposta no §2º do artigo 55 da LLC: 
Art. 55. [...] § 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública 
com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no 
estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare 
competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer 
questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei. 
Assim, o estabelecimento do foro da sede da Administração é cláusula 
necessária nos contratos administrativos. As demais exigências 
apresentadas na questão também são cláusulas necessárias. 
Gabarito: errado. 
11. (Cespe - Nível Superior/MC/2013) Conforme a Lei de licitações e contratos 
administrativos, as cláusulas necessárias em todo contrato estabelecem, dentre 
outras coisas, os casos de rescisão contratual. Entretanto, segundo entendimento 
do TCU, é inadmissível, em princípio, a inclusão, nos contratos administrativos, de 
cláusula que preveja, para o Poder Público, multa ou indenização, em caso de 
rescisão. 
Comentário : os casos de rescisão devem constar no contrato, nos termos do 
art. 55, VIII, da Lei 8.666/1993. Além disso, o TCU entende que não se pode 
incluir cláusula prevendo a aplicação de multa ou indenização contra a 
Administração em caso de rescisão contratual. 
Gabarito: correto. 
12. (Cespe - AA/PREVIC/2011) As cláusulas do contrato administrativo devem ser 
negociadas de comum acordo entre a administração e os interessados. 
Comentário: as cláusulas do contratosão aquelas previstas na Lei 8.666/1993, 
em particular no art. 55, e outras conforme dispuser o edital de licitação. 
Ademais, os contratos administrativos são considerados contratos de 
adesão , uma vez que seus termos são todos estipulados pela Administração, 
cabendo ao contratado apenas concordar com os termos ali previstos. 
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Gabarito: errado. 
13. (Cespe - AA/PREVIC/2011) É permitido ao gestor público elaborar contrato 
administrativo sem a cláusula de reajustamento. 
Comentário: a exigência de cláusula de reajustamento consta no art. 55, III: 
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: 
[...] 
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e 
periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização 
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo 
pagamento; 
Logo, o item está errado. 
Gabarito: errado. 
Exigência de garantia 
À Administração é facultada a exigência de garantia a fim de assegurar 
a execução do contrato. Neste caso, porém, a garantia só poderá ser exigida 
do licitante vencedor e deverá estar prevista no instrumento convocatório. 
Ademais, uma vez exigida a garantia, caberá ao contratado optar por 
uma das modalidades previstas na Lei. Ou seja, cabe à autoridade 
competente decidir se é o caso ou não de exigir garantia; contudo, a escolha 
cabe ao vencedor da licitação, dentre uma das seguintes modalidades de 
garantia (Art. 56, §1º): 
• caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo 
estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em 
sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo 
Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, 
conforme definido pelo Ministério da Fazenda; 
• seguro-garantia; 
• fiança bancária. 
O valor da garantia não poderá exceder a cinco por cento do valor do 
contrato, com exceção dos contratos de obras, serviços e fornecimentos de 
grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos 
financeiros consideráveis, nos quais o valor da garantia poderá chegar 
a dez por cento do valor do contrato. 
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Há uma hipótese em que o valor da garantia poderá ser superior aos 
mencionados acima. Nos casos de contratos que importem na entrega de 
bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor 
da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens (Art. 56, §5º). 
Por fim, a garantia prestada pelo contratado deverá ser liberada ou 
restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada 
monetariamente (Art. 56, §4º). 
Vamos ver como isso cai em prova? 
 
14. (Cespe – APGI/INPI/2013) É possível, e lícita, a substituição da garantia 
prestada pelo contratado após a assinatura do contrato, cabendo, à administração 
pública, aceitar ou não essa substituição. 
Comentário: mesmo após a celebração do contrato, o particular pode pleitear 
a substituição da garantia. Contudo, cabe à Administração aceitar ou não a 
substituição. 
Gabarito: correto. 
15. (Cespe – AFCE/2013) Visando resguardar o adequado cumprimento do 
contrato administrativo, a administração pública deve indicar e exigir, entre as 
opções legalmente previstas, a garantia a ser prestada pelo particular contratado 
para executar obras, serviços e compras no âmbito dos poderes da União, dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios. 
Comentário : em primeiro lugar, a exigência de garantia não é obrigatória, 
devendo acontecer “A critério da autoridade competente” (art. 56). Além 
disso, a autoridade competente decide pela necessidade de prestar garantia, 
porém é o contratado que escolhe a modalidade. 
Logo, o item possui dois erros. Primeiro que ela disse que a administração 
“deve” exigir a garantia, quando na verdade essa exigência é facultativa. Em 
segundo lugar, porque a indicação da modalidade cabe ao contratado, ou seja, 
a Administração decide pela necessidade de garantia, enquanto o contratado 
escolha uma daquelas previstas em lei (art. 56, §1º). 
Gabarito: errado. 
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Vigência contratual (duração do contrato) 
Em regra, a duração dos contratos é limitada à vigência dos 
respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos (art. 
57): 
a) aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas 
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados 
se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido 
previsto no ato convocatório; 
b) à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, 
que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos 
períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas 
para a administração, limitada a sessenta meses. Em caráter 
excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da 
autoridade superior, este prazo poderá ser prorrogado por mais 
doze meses. 
c) ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de 
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. 
d) às hipóteses de licitação dispensável previstas nos incisos IX, XIX, 
XXVIII e XXXI do art. 246, cujos contratos poderão ter vigência por até 
120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração. 
 
6 Apenas para ilustrar, vamos apresentar o conteúdo dos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI da Lei 
8.666/1993. Ressalto, contudo, que não há necessidade de decorar esses incisos. Lembrem-se apenas 
que eles estão relacionados com segurança e defesa nacional e tecnologia . 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional , nos casos 
estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; [...] 
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas , com exceção de materiais de uso 
pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela 
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão 
instituída por decreto; [...] 
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, 
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional , mediante parecer de comissão 
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. [...] 
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, 
de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. 
Obs.: a Lei 10.973/2004 dispõe sobre “incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no 
ambiente produtivo e dá outras providências”. 
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Ou seja, em regra os contratos estão adstritos à vigência dos 
respectivos créditos orçamentários, a exceção das hipóteses apresentadasacima, nas quais admitir-se-ão prorrogações dentro dos limites 
apresentados. 
A Lei apresenta os motivos que justificam as prorrogações dos 
prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega dos 
contratos administrativos. Nessas situações, deverão ser mantidas as 
demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu 
equilíbrio econômico-financeiro. Vejamos quais são esses motivos: 
Art. 57. [...] §1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão 
e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do 
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-
financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente 
autuados em processo: 
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; 
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à 
vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de 
execução do contrato; 
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de 
trabalho por ordem e no interesse da Administração; 
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos 
limites permitidos por esta Lei; 
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro 
reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua 
ocorrência; 
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, 
inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, 
impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das 
sanções legais aplicáveis aos responsáveis. (grifos nossos) 
Por fim, nos termos do §2º, Art. 57, toda prorrogação de prazo deverá 
ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade 
competente para celebrar o contrato. 
Vamos dar uma olhada numa questãozinha. 
 
16. (Cespe – AJ/STJ/2012) Na execução dos contratos administrativos, 
prorrogações de prazo devem ser justificadas por escrito e previamente autorizadas 
pela autoridade competente para celebrar o contrato. 
Comentário: vejamos o que dispõe a LLC: 
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Art. 57. [...] §1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão 
e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas 
do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio 
econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, 
devidamente autuados em processo: 
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; 
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à 
vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de 
execução do contrato; 
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo 
de trabalho por ordem e no interesse da Administração; 
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, 
nos limites permitidos por esta Lei; 
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de 
terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo 
à sua ocorrência; 
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, 
inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, 
impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo 
das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. 
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito 
e previamente autorizada pela autoridade competente para 
celebrar o contrato. (grifos nossos) 
Portanto, as prorrogações de prazo devem ser justificadas por escrito e 
autorizadas previamente pela autoridade competente. 
Gabarito: correto. 
Cláusulas exorbitantes (prerrogativas de direito público) 
O regime jurídico de direito público dá à Administração algumas 
prerrogativas que a colocam em situação de superioridade perante o 
particular. Essas prerrogativas, conhecidas como cláusulas exorbitantes, 
representam a principal diferença entre os contratos de direito público 
(contratos administrativos) e os contratos de direito privado. 
As cláusulas exorbitantes existem em decorrência do princípio da 
supremacia do interesse público sobre o privado, que decorre da 
própria razão de existir da Administração, ou seja, a Administração atua 
voltada aos interesses da coletividade. Assim, em uma situação de 
conflito entre interesse de um particular e o interesse público, este último 
deve predominar. Por conseguinte, a doutrina considera esse um princípio 
fundamental do regime jurídico-administrativo. 
As principais cláusulas exorbitantes encontram-se no artigo 58 da LLC, 
vejamos: 
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Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta 
Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de: 
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades 
de interesse público, respeitados os direitos do contratado; 
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do 
art. 79 desta Lei; 
III - fiscalizar-lhes a execução; 
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste; 
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens 
móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do 
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa 
de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do 
contrato administrativo. 
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos 
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância 
do contratado. 
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-
financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o 
equilíbrio contratual. (grifos nossos) 
Podemos mencionar outras prerrogativas encontradas ao longo da Lei 
de Licitações, vejamos: 
• possibilidade de exigir garantia (Art. 60); 
• faculdade para exigência de medidas de compensação comercial, 
industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de 
financiamento (Art. 3º, §11); 
• restrições a aplicação da “exceção do contrato não cumprido” (Art. 
78, XV). 
Explicando este último item, devemos entender que, nos contratos em 
geral, as partes são obrigadas a cumprir os termos pactuados a não ser que 
uma das partes deixe de cumprir alguma norma, fazendo com que a outra 
parte se livre das obrigações assumidas. Ou seja, se você celebrar um 
contrato para pintura de sua casa, mas deixar de pagar uma das parcelas 
acordadas, o pintor poderá se desobrigar de continuar o serviço. 
Porém, nos contratos administrativos as coisas são um pouco 
diferentes. Os requisitos para deixar de cumprir os termos contratuais são 
mais rigorosos para os particulares quando celebram contratos 
administrativos. Vejamos o que dispõe o inciso XV do artigo 78 da Lei 
8.666/1993: 
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
[...] 
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XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos 
pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou 
parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade 
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao 
contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas 
obrigações até que seja normalizada a situação; 
Ou seja, o particular só estarálivre de suas obrigações após um atraso 
superior a 90 (noventa) dias, existindo ainda ressalvas nos casos de 
calamidade pública e grave perturbação da ordem. 
Alteração dos contratos 
Os contratos administrativos podem ser alterados unilateralmente 
pela Administração ou por acordo das partes. Na primeira situação, 
ocorre uma das prerrogativas ou cláusulas exorbitantes. Em todos os casos, 
ademais, deve existir justificativa para a alteração. 
As hipóteses para alteração unilateral pela Administração encontram-
se no inciso I do artigo 65, quais sejam: 
• quando houver modificação do projeto ou das especificações, 
para melhor adequação técnica aos seus objetivos; 
• quando necessária a modificação do valor contratual em 
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu 
objeto, nos limites permitidos por esta Lei. 
Em regra, o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições 
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, 
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial 
atualizado do contrato. No caso particular de reforma de edifício ou 
de equipamento, o limite é de até 50% (cinquenta por cento) para os 
seus acréscimos. 
 
❖ IMPORTANTE: alteração unilateral pela 
Administração 
o em regra, 25% para acréscimos 
e supressões; 
o para reforma de edifício e de 
equipamento, até 50% somente 
para acréscimos. 
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As hipóteses de alteração em virtude de acordo das partes, ou 
alteração bilateral do contrato, são as seguintes (Art. 65, II): 
• quando conveniente a substituição da garantia de execução; 
• quando necessária a modificação do regime de execução da obra 
ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de 
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais 
originários; 
• quando necessária a modificação da forma de pagamento, por 
imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor 
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação 
ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente 
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou 
serviço; 
• para restabelecer a relação que as partes pactuaram 
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da 
administração para a justa remuneração da obra, serviço ou 
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio 
econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de 
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de 
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da 
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso 
fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica 
extraordinária e extracontratual. 
Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos 
do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o 
equilíbrio econômico-financeiro inicial (Art. 65, §6º). 
A doutrina costuma mencionar que as alterações unilaterais alcançam 
apenas as cláusulas regulamentares, também conhecidas como 
cláusulas de serviço ou de execução. Recebem este nome, pois se 
referem às cláusulas que dispõem sobre o objeto do contrato e sua 
execução. Porém, a alteração unilateral não alcança as cláusulas 
econômico-financeiras (relação entre remuneração e encargos do 
contratado). 
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Quanto à substituição da garantia de execução, Marçal Justen Filho7 
destaca que “Numa contratação administrativa, nada obsta a que o 
particular pleiteie a substituição da garantia prestada, desde que a 
nova preencha os requisitos do ato convocatório. A Administração 
somente pode opor-se caso a garantia seja insuficiente”. Ou seja, o 
particular pode, mesmo após a celebração do contrato, pleitear a 
substituição da modalidade de garantia prestada, desde que a nova 
preencha os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório. Apesar 
da exposição do autor, a Administração deve analisar o caso, podendo 
aceitar ou não a substituição pleiteada. 
Teoria da imprevisão 
A teoria da imprevisão abrange os fatos extracontratuais, 
extraordinários e imprevisíveis – ou previsíveis, mas que ocorreram 
num grau imprevisível – surgidas ou descobertas após a celebração do 
contrato, que acarretam, na execução do contrato: (a) maior demora; 
(b) excessiva onerosidade para uma das partes; ou (c) a 
impossibilidade absoluta de execução. 
A origem da teoria da imprevisão vem da doutrina e da jurisprudência, 
mas, atualmente, encontra-se normatizada na legislação. Nessa esteira, em 
que pese não consta na Lei 8.666/1993 exatamente a designação “teoria 
da imprevisão”, podemos encontrar diversas formas de sua aplicação, em 
especial no trecho do art. 65, II, “d”, que permite alteração para 
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato: “na 
hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de 
conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da 
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso 
fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica8 
extraordinária e extracontratual” (grifos nossos). 
Inicialmente, cumpre frisar que a regra geral é que os termos dos 
contratos sejam cumpridos, trata-se do que a doutrina chama de princípio 
pacta sunt servanda, ou “os pactos devem ser cumpridos”. Dessa forma, 
 
7 Justen Filho, 2012, p. 886. 
8 Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2014, p. 295), álea econômica ͞é todo acontecimento externo ao 
contrato, estranho à vontade das partes, imprevisível e inevitável, que causa desequilíbrio muito grande, 
tornando a execução do contrato excessivamente oneroso para o contratado͘͟ 
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uma vez firmado um contrato, os seus termos devem ser cumpridos pelas 
partes. 
No entanto, existe outra regra igualmente aplicável, expressa ou 
implicitamente, aos contratos de execução prolongada – inclusive aos 
contratos administrativos. Trata-se da regra rec sic standibus, que 
significa que o contrato deve ser cumprido, desde que presentes as mesmas 
condições existentes no cenário dentro do qual foi o pacto ajustado. Se 
forem alteradas tais condições, rompe-se o equilíbrio contratual, sem que 
se possa imputar culpa à parte inadimplente9. 
O entendimento é simples. As partes tomaram suas decisões com base 
na situação vigente. Assim, se a situação se modificar, o contrato poderá 
ficar excessivamente oneroso ou vantajoso para uma das partes, o que 
ensejará a sua revisão ou rescisão. 
No entanto, deve ficar claro que não é qualquer alteração do estado de 
fato originário que gera a revisão ou rescisão contratual, mas somente os 
fatos imprevisíveis, extraordinários e extracontratuais. 
Feita essa abordagem inicial, podemos analisar as principais aplicações 
da teoria da imprevisão segundo a doutrina: caso fortuito, força maior, fato 
do príncipe, fato da Administração e interferências imprevistas. 
Caso fortuito e força maior 
É comum utilizar os termos “caso fortuito” ou “força maior” para indicar 
a ocorrência de eventos da natureza ou de atos de terceiros, de caráter 
extraordinário, imprevisível e inevitável, estranhos à vontade das partes, 
que acarretem onerosidadeexcessiva, retardamento ou impossibilidade de 
execução do objeto do contrato. 
A doutrina administrativista10 costuma utilizar o caso fortuito para 
indicar os eventos da natureza – p. ex. tufão em uma região não sujeita a 
esse tipo de fenômeno, inundação imprevisível que cause estragos onerosos 
no local de execução, etc. –, enquanto a força maior resulta de um fato 
decorrente da ação ou vontade humana – p. ex. greve que paralise o 
transporte da matéria prima. No entanto, o Código Civil, ao tratar do tema, 
no parágrafo único do art. 393, não apresenta tal distinção, vejamos: “O 
caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos 
 
9 Carvalho Filho, 2014, p. 213. 
10 Nesse sentido podemos citar: Meirelles (2013, p. 251); Carvalho Filho (2014, p. 214); e Justen Filho (2014, p. 
552). 
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não era possível evitar ou impedir”. Com efeito, a Lei 8.666/1993 atribui os 
mesmos efeitos aos dois eventos, motivo pela qual não é necessário fazer 
tal distinção. 
Nos termos do art. 78, inc. XVII, a ocorrência de caso fortuito ou de 
força maior, regularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato 
é considerada motivo para a rescisão do contrato. Nesse caso, se não 
existir culpa do contratado, a Administração deve indenizá-lo pelos 
prejuízos decorrentes do desfazimento do acordo. 
Esses eventos também são causas para a alteração do contrato, 
mediante acordo das partes, com o objetivo de obter a revisão para 
recompor o equilíbrio econômico-financeiro inicial (art. 65, II, “d”). 
Como já dito, a situação deve caracterizar-se como imprevisível, 
inevitável e com impossibilidade total do cumprimento das obrigações nos 
termos iniciais. Fora disso, os fatos serão considerados álea normal inerente 
aos riscos de qualquer contrato11. Com efeito, o contratado só pode invocar 
o caso fortuito e a força maior como eventos justificadores da inexecução 
do contrato se provar que não contribuiu para colocar-se em situação 
prejudicada pelo evento. Por exemplo, imagine que uma tempestade 
imprevisível causou sérios danos a uma obra contratada. Porém, o 
cronograma estava atrasado injustificadamente e por culpa do contratado. 
Se restar comprovado que os danos só ocorreram em virtude do atraso, o 
contratado não poderá utilizar o evento como causa justificadora para a 
inexecução de suas obrigações. Vale dizer, se a obra estivesse em dia, a 
tempestade não teria gerado os danos e, portanto, isso não será 
justificativa para a inexecução da avença. 
Fato do príncipe 
O fato do príncipe é uma determinação estatal geral, imprevisível 
ou inevitável, que atinge reflexamente o contrato, ocasionando oneração 
excessiva ao particular, independentemente da vontade deste. Por 
conseguinte, o fato do príncipe autorizará a revisão ou a rescisão do 
contrato, neste último caso quando tornar impossível o cumprimento das 
obrigações. 
Segundo Marçal Justen Filho, a teoria do fato do príncipe consagra o 
direito de indenização a um particular em vista da prática de ato lícito e 
 
11 Carvalho Filho, 2014, p. 215. 
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regular imputável ao Estado. Ademais, a determinação estatal deve ser 
geral, influenciando no contrato apenas de forma reflexa ou indireta. Por 
exemplo, a elevação da carga tributária incidente sobre a execução da 
prestação devida pelo particular. 
O fato do príncipe difere do fato da Administração porque este 
corresponde a uma ação ou omissão do Poder Público que reflete 
diretamente na execução do contrato, ou seja, direcionado 
especificamente ao contrato; enquanto os efeitos daquele surgem de 
forma indireta. Por exemplo, o aumento da carga tributário não se direciona 
especificamente ao contrato, mas pode atingi-lo de maneira reflexa. Agora 
se a Administração Pública não liberar um bem que estava previsto no 
contrato para viabilizar a sua execução, teremos um ato da Administração, 
uma vez que se vocacionou especificamente ao contrato. 
O fato do príncipe está previsto no art. 65, II, “d” como uma forma de 
alteração bilateral, ou seja, por acordo das partes, buscando garantir o 
reequilíbrio econômico-financeiro. 
Além disso, a Lei dispõe no §5º do art. 65, que quaisquer tributos ou 
encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a 
superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da 
apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços 
contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, 
conforme o caso. 
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo consideram que essa hipótese do 
art. 65, §5º, é a mesma que embasa a revisão do fato do príncipe. Contudo, 
os autores dispõem que esse caso não é exatamente um fato do príncipe, 
uma vez que a Lei não exige que a alteração torne o contrato 
extraordinariamente oneroso. Assim, o dispositivo é ainda mais benéfico do 
que a teoria da imprevisão tradicionalmente descrita. 
Por outro lado, o dispositivo exige a alteração tanto para mais como 
para menos, resguardando, assim, também os interesses da Administração. 
Isso ocorreria, por exemplo, no caso de extinção ou redução de um tributo 
que incide sob o objeto do contrato. 
Por fim, vale destacar que a maior parte dos administrativistas12 
considera o fato do príncipe como um ato estatal geral; porém, Maria Sylvia 
Di Pietro, apresenta um posicionamento divergente. Segundo a autora, só 
 
12 e.g. Carvalho Filho. 2014, p.213-214; e Justen Filho, 2014, 548-549. 
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é fato do príncipe os atos gerais oriundos da mesma esfera de governo em 
que se celebrou o contrato (União, estados e municípios). 
Todavia, conforme já destacado, esse não é o posicionamento 
majoritário, motivo pela qual concluímos que o fato do príncipe alcança 
todos os atos estatais gerais do Poder Público, independentemente da 
esfera de governo. 
Fato da Administração 
O fato da Administração é toda ação ou omissão do Poder Público, que 
incide direta e especificamente sobre o contrato, retardando ou 
impedindo a sua execução. 
Ocorre, por exemplo, quando a Administração deixa de entregar o local 
da obra ou serviço, não providencia as desapropriações necessárias, atrasa 
os pagamentos, ou pratica qualquer ato impeditivo dos trabalhos a serem 
desenvolvidos pela outra parte13. Nessa esteira, podemos mencionar como 
hipóteses de fato da Administração as situações previstas no art. 78, incs. 
XIV a XVI da Lei 8.666/1993, vejamos: 
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: 
[...] 
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, 
por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade 
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por 
repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente 
do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e 
contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras 
previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela 
suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja 
normalizada a situação;XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela 
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas 
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, 
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado 
o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até 
que seja normalizada a situação; 
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto 
para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, 
bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto; 
Nesse contexto, o fato da Administração é uma ação ou omissão do 
Poder Público na qualidade de parte contratante. Representa, portanto, 
descumprimento das obrigações contratuais por parte da Administração, o 
 
13 Meirelles, 2013, p. 254. 
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que permite que o contratado busque o reparo, seja por acordo com a 
própria Administração, seja por meio judicial. 
Interferências imprevistas 
Segundo Hely Lopes Meirelles, as interferências imprevistas são 
ocorrências materiais, não cogitadas pelas partes na celebração do 
contrato, mas que surgem na sua execução de modo excepcional e 
surpreendente, dificultando ou onerando extraordinariamente o 
prosseguimento e a conclusão dos trabalhos. 
Diferentemente das outras hipóteses da teoria da imprevisão que 
estudamos, as interferências imprevistas já existiam quando da 
celebração do contrato, no entanto não eram conhecidas pelas partes. 
Imagine, por exemplo, que a descrição do objeto de uma obra 
considerava a existência de um terreno arenoso. Porém, ao iniciar as 
escavações, descobre-se que o solo é rochoso, fato este que implicará em 
gastos excessivamente maiores que os previstos inicialmente. 
Com efeito, as interferências imprevistas não são causas impeditivas 
da execução do contrato, mas geram maiores dificuldades e onerosidades, 
ensejando, portanto, a adequação dos preços e dos prazos. Justamente por 
isso que esse tipo de situação enquadra-se nas hipóteses de alteração por 
acordo das partes, nos termos do art. 65, II, “d”, da Lei 8.666/1993. 
Vejamos como isso pode ser cobrado. 
 
17. (Cespe – Técnico Superior/Detran ES/2010) Entre as ações de gestão de 
contrato público admitidas após a sua celebração, inclui-se a sua modificação 
unilateral pela administração pública. 
Comentário: a Lei 8.666/1993 estabelece algumas hipóteses de alteração 
unilateral do contrato, vejamos: 
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com 
as devidas justificativas, nos seguintes casos: 
I - unilateralmente pela Administração: 
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para 
melhor adequação técnica aos seus objetivos; 
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência 
de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites 
permitidos por esta Lei; (grifos nossos) 
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Gabarito: correto. 
18. (Cespe – AJ/STF/2008) O poder público tem a prerrogativa de modificar, 
unilateralmente, sem prévia concordância do contratado, as cláusulas econômico-
financeiras dos contratos administrativos, para adequá-los melhor às finalidades 
de interesse público. 
Comentário: vamos novamente ao texto da Lei: 
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as 
devidas justificativas, nos seguintes casos: 
[...] 
II - por acordo das partes: 
[...] 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram 
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da 
administração para a justa remuneração da obra, serviço ou 
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos 
imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, 
retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso 
de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea 
econômica extraordinária e extracontratual.” (grifos nossos) 
Ou seja, as cláusulas econômico-financeiras do contrato só podem ser 
modificadas através de acordo entre as partes, não se admitindo alteração 
unilateral. 
Gabarito: errado. 
19. (Cespe - Nível Superior/MC/2013) Os contratos administrativos podem ser 
alterados, com as devidas justificativas, unilateralmente pela administração ou por 
acordo das partes. Entretanto, o contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas 
condições contratuais, quaisquer acréscimos ou supressões de valores que se 
fizerem nas obras, serviços ou compras. 
Comentário: o contratado é obrigado a aceitar, nas mesmas condições 
contratuais, os acréscimos ou supressões, feitos de forma unilateral, que se 
fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do 
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício 
ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus 
acréscimos. 
Dessa forma, não são quaisquer acréscimos e supressões que podem ser 
feitas, mas somente aqueles compreendidos nos limites apresentados. A Lei 
estabelece ainda uma possibilidade de supressão maior que 25%. Entretanto, 
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este tipo de supressão só poderia ocorrer por acordo entre as partes, 
vejamos: 
Art. 65. [...] § 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os 
limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: 
I - (VETADO) 
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os 
contratantes. (grifos nossos) 
Gabarito: errado. 
20. (Cespe – Analista/Planejamento e Orçamento/MPU/2013) Havendo 
necessidade de adequar determinado contrato administrativo às finalidades do 
interesse público, a administração poderá alterá-lo unilateralmente, se a alteração 
incidir sobre cláusulas de serviço. 
Comentário: as alterações unilaterais alcançam as cláusulas de serviço, 
também chamadas de cláusulas regulamentares ou de execução. Não 
alcançam, contudo, as cláusulas econômico-financeiras. 
Gabarito: correto. 
21. (Cespe - AA/PREVIC/2011) O gestor público pode, unilateralmente, diminuir o 
valor do contrato administrativo previamente estipulado. 
Comentário: o contratado é obrigado a aceitar, nas mesmas condições 
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços 
ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do 
contrato . No caso particular de reforma de edifício ou de equipamento , o limite 
é de até 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos (art. 65, §1º). 
Com efeito, a Administração pode alterar, unilateralmente, os termos do 
contrato “quando necessária a modificação do valor contratual em 
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos 
limites permitidos por esta Lei ” (art. 65, I, “b”). 
Gabarito: correto. 
22. (Cespe - AA/PREVIC/2011) O contrato administrativo deve ser executado até 
o fim sem alterações das condições remuneratórias, mesmo que elas se tornem 
desvantajosas para o contratado. 
Comentário: a LLC apresenta diversas hipóteses de alteração unilateral ou por 
acordo das partes. Além disso, a Lei prevê várias aplicaçõesda teoria da 
imprevisão que ensejam a revisão ou rescisão do contrato em decorrência os 
fatos extracontratuais, extraordinários e imprevisíveis – ou previsíveis, mas 
que ocorreram num grau imprevisível – surgidas ou descobertas após a 
celebração do contrato, que acarretam, na execução do contrato: (a) maior 
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demora; (b) excessiva onerosidade para uma das partes ; ou (c) a 
impossibilidade absoluta de execução. 
Com efeito, a teoria da imprevisão se aplica nas situações em que não há 
culpa do administrado, permitindo a revisão dos termos contratuais. 
Por fim, a lei determina que alteração unilateral do contrato que aumente os 
encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por 
aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial (Art. 65, §6º). 
Assim, há possibilidade de alteração das condições remuneratórias, daí o erro 
da questão. 
Gabarito: errado. 
Reserva de vagas 
O art. 66-A da Lei 8.666/1993, incluído pela Lei 13.146/2015, 
determina que as empresas enquadradas no critério de desempate previsto 
no inciso V do § 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º da Lei de Licitações (ou 
seja, as empresas que se beneficiarem do critério de desempate ou da 
margem de preferência por reserva de vagas para pessoa com deficiência 
ou para reabilitado da Previdência Social) deverão cumprir, durante todo o 
período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para 
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, bem como 
as regras de acessibilidade previstas na legislação. Nesse caso, caberá à 
administração fiscalizar o cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos 
serviços e nos ambientes de trabalho. 
Acompanhamento e fiscalização da execução do contrato 
O artigo 67 da Lei 8.666/1993 estabelece que a execução do contrato 
deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da 
Administração especialmente designado, permitida a contratação de 
terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa 
atribuição. 
O representante da Administração anotará em registro próprio todas 
as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o 
que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados (Art. 
67, § 1º). Além disso, as decisões e providências que ultrapassarem a 
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competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em 
tempo hábil para a adoção das medidas convenientes (Art. 67, §2º). 
O Anexo I da Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 02 de 30 de abril de 
2008 define o fiscal ou o gestor do contrato como o representante da 
Administração, especialmente designado para exercer o 
acompanhamento e a fiscalização da execução contratual, devendo 
informar a Administração sobre eventuais vícios, irregularidades ou baixa 
qualidade dos serviços prestados pela contratada, propor as soluções e as 
sanções que entender cabíveis para regularização das faltas e defeitos 
observados. 
Ao lado do representante da Administração, há o preposto, que é o 
representante do contratado, no local da obra ou serviço, durante a 
execução do contrato. O preposto é indicado pelo contratado, mas deve ser 
aceito pela Administração. Devemos entender o preposto como o “elo de 
ligação” entre o contratado e a Administração. Ele e o fiscal do contrato 
devem manter contato constante para que o contrato seja executado de 
forma satisfatória. 
Cabe destacar, ademais, que o contratado é responsável pelos danos 
causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua 
culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa 
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão 
interessado (art. 70). Ou seja, o exercício do poder-dever de fiscalizar por 
parte da Administração não diminui a responsabilidade do contratado pelos 
danos eventualmente causados à própria Administração ou a terceiros na 
execução do contrato. 
Atribuições do fiscal do contrato 
O fiscal do contrato é designado pelo ordenador de despesas. 
Normalmente, a designação é realizada por meio de portaria. O fiscal deve 
atuar preventiva e proativamente, com vistas a garantir a fiel execução do 
contrato. 
Vejamos as atribuições do fiscal do contrato, conforme ensinamentos 
de Augustinho Paludo14: 
 
14 Paludo, 2013, p. 366-367. 
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• providenciar cópia do contrato, do edital e da proposta da empresa 
vencedora da licitação, para fins de análise e arquivamento em pasta 
apropriada; 
• identificar a necessidade de contratação de terceiros para assisti-lo 
e subsidiá-lo com informações pertinentes à execução, se 
necessário; 
• anotar em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a 
execução do contrato, determinando o que for necessário à 
regularização das falhas ou defeitos observados; 
• levar ao conhecimento de seus superiores as decisões e providências 
que ultrapassarem sua competência, com vistas à adoção das 
medidas convenientes; 
• comunicar à autoridade competente, com a antecedência necessária, 
indícios de não cumprimento do objeto contratado com vistas à 
adoção de providências; 
• levar ao conhecimento do preposto as reclamações de funcionários 
do ente contratante, ou dos empregados da contratada, para fins de 
solução; 
• acompanhar e fiscalizar, diariamente se necessário, e execução do 
objeto contratado; 
• verificar se os prazos e as quantidades foram atendidos, e se as 
demais especificações estão de acordo com o contratado; 
• realizar medições (individualmente ou em conjunto com a 
contratada) com vistas a avaliar o cumprimento do cronograma e 
autorizar o pagamento parcial do objeto, se for o caso; 
• lavrar termo provisório e/ou definitivo de recebimento do objeto – 
individualmente ou mediante comissão designada; 
• atestar a execução total ou parcial do objeto contratado, 
encaminhando as notas fiscais ao setor competente; 
• manter controle dos pagamentos efetuados; 
• acompanhar a variação/evolução dos preços de mercado referente 
ao objeto contratado com vistas a identificar a melhor vantagem 
para a administração: prorrogação da vigência ou nova contratação; 
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• instruir processo visando à rescisão e/ou anulação do contrato; 
• monitorar o prazo de vigência do contrato, identificando a 
providência a ser tomada: prorrogação ou nova contratação, se 
necessário; 
• elaborar projeto básico e encaminhar em tempo hábil para os 
procedimentos de contratação, de forma a evitar a interrupção do 
serviço; 
• elaborar relatórios periódicos sobre a execução (para contratos 
complexos); 
• prestar informações relacionadas ao contrato sempre que solicitado. 
Não são todas as situações que demandam o acompanhamento ou 
fiscalização por parte do fiscal de contrato. Por exemplo, para o caso de 
compra de material, com entrega única e que não demande maiores 
cuidados (como

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