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O sistema de produção enxuta ou sistema de produção toyota

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O sistema de produção
enxuta ou sistema de
produção toyota
O Sistema Toyota de Produção (STP) começou a chamar a atenção nos meados dos anos 1970,
num período de recessão econômica, quando muitas empresas americanas viram seus lucros caindo.
A Toyota (empresa de automóveis japonesa), porém, continuou apresentando bons lucros e boas
vendas.
Esse bom desempenho se deve ao sistema de produção enxuto (ou just-in-time) desenvolvido
pela Toyota a partir dos anos 1950. O just-in-time (JIT) é um principio chave do STP, e pode ser
definido como ter a "peça certa no momento certo e na quantidade certa, e podemos acrescentar no
lugar certo" (SLACK, 2009). Um pensamento focado no JIT busca produzir ou comprar apenas quando
for necessário e apenas nas quantidades exigidas, tendo com objetivo diminuir custos relativos à
obtenção de estoques, reduzindo o espaço físico ocupado no chão de fábrica, e assim desmascarar
problemas causados pelo excesso de produção.
Em linhas gerais, a redução dos estoques intermediários faz aflorar os problemas no fluxo
produtivo, como o desbalanceamento da linha de produção, setups longos, quebra de máquinas,
desperdícios com transporte, entre outros, facilitando a busca por soluções e motivando a redução
de custos, frequentemente realizada pelos próprios operadores. O Sistema Toyota de Produção
desenvolveu uma ferramenta chamada kanban para coordenar o fluxo de produtos, visando ao
controle e nivelamento da produção e à minimização dos estoques intermediários e finais (OHNO,
1997).
Kanban
O objetivo do kanban é "puxar" o fluxo de materiais de acordo com a demanda, ou seja,
produzir somente quando o nível seguinte da operação solicitar. Kanban é a
palavra japonesa para cartão ou sinal. Kanban pode ser definido como um sistema de controle de
fluxo de materiais usando cartões (MOURA, 1989).
A lógica do kanban foi adaptada a partir do funcionamento dos supermercados americanos
conforme as observações do fundador do STP (OHNO,1997, p. 45): "Um supermercado é onde um
cliente pode obter (1) o que é necessário, (2) no momento em que é necessário, (3) na quantidade
necessária... os operadores do supermercado, portanto, devem garantir que os clientes possam
comprar o que precisam em qualquer momento."
Para entender o conceito/processo de lógica do kanban , assista ao vídeo/animação abaixo. Este vídeo/animação faz parte da
sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
Just-in-time
O just-in-time é uma proposta de reorganização do ambiente produtivo assentada no
entendimento de que a eliminação de desperdícios visa ao melhoramento contínuo dos processos de
produção, é a base para a melhoria da posição competitiva de uma empresa, em particular no que
se referem os fatores como a velocidade, a qualidade e o custo dos produtos.
Conforme Slack (2009), o principal objetivo da produção just-in-time é atender à demanda
instantaneamente, com qualidade perfeita e sem desperdícios. Apesar da meta não ser fácil, ela
deve servir de norte para as empresas que buscam a excelência. O sistema JIT procura produzir
componentes e produtos no momento certo solicitado pelo cliente – não antes nem depois.
A justificativa central para a produção just-in-time é de que os baixos níveis de estoque por ela
gerados não só economizam investimentos, mas estimulam a busca pela melhoria dos processos.
Por exemplo: uma empresa que trabalha com elevados estoques, quando encontrar defeitos em
alguns de seus produtos, simplesmente substituirá o produto defeituoso por outro. Quando se
trabalha com estoques mínimos, um problema em uma peça ou produto poderá afetar todo o
processo produtivo ou mesmo levar à perda de um cliente. Para isso não ocorrer, o JIT incentiva a
melhoria no processo de maneira a reduzir a zero o número de produtos ou serviços com problemas.
Ao contrário dos sistemas tradicionais de produção, que buscam "empurrar a produção" para o
mercado, com fazia a produção em massa, o JIT busca "puxar" a produção. Ou seja, o cliente ou o
processo seguinte deve iniciar o processo produtivo. Só devemos produzir quando houver a
necessidade.
Para que essa filosofia de produção funcione, é necessário que a produção seja rápida e flexível
a fim de se adaptar rapidamente às necessidades dos clientes. Um dos problemas para isso é o
tempo dos set-up ou tempos de preparação.
O tempo de set-up é definido como o tempo decorrido na troca do processo da produção da
primeira peça boa do próximo lote. Compara o tempo que você leva para trocar o pneu do seu carro
com o tempo levado para isso por uma equipe de Fórmula 1.
Veja a seguir como a Toyota conseguiu reduzir o set-up de um processo: há alguns anos a
Toyota iniciou uma cruzada para baixar os tempos de preparação. Ela demorava 1 hora para
preparar uma prensa de 800 toneladas, que era usada para moldar capôs e para-choques. Após 5
anos de trabalho intensivo, esse tempo foi reduzido para 12 minutos, enquanto na mesma altura um
concorrente americano necessitava de 6 horas para o mesmo trabalho. No entanto, a Toyota não
parou por aqui! Eles queriam atingir um tempo mais baixo, menos do que 10 minutos, e
conseguiram atingir tempos de menos de 1 minuto! Será possível? Conseguir preparar máquinas
gigantes em menos de 10 minutos, em segundos? Tanto é que a Toyota o fez, e hoje em dia outros o
fazem. No caso das prensas de 800 toneladas, tratou-se "somente" de alterar a máquina de forma
para que uma peça feita deslizasse por um dos lados, ao mesmo tempo em que do outro lado
entrava a nova chapa a ser moldada.
Características do just-in-time
O fluxo de cada estágio do processo de manufatura é "puxado" pela demanda do estágio
posterior:
Para entender o conceito/processo de Processo Puxado x Processo Empurrado, veja o infográfico abaixo. Este infográfico faz parte da
sequência desta aula e, portanto, é essencial para a aprendizagem.
O layout do processo de produção deve ser celular, dividindo-se os componentes produzidos em●
famílias com determinada gama de operações de produção, montando-se, dessa forma, pequenas
linhas de produção (células), de modo a tornar o processo mais eficiente, reduzindo-se a
movimentação e o tempo consumido com a preparação das máquinas e equipamentos.
A gestão da linha de produção coloca ênfase na autonomia dos encarregados e no balanceamento●
da linha, na não aceitação de erros, paralisando-se a linha, se for necessário, até que os erros
sejam eliminados.
A produção deve basear-se em grupos de trabalho, em que os trabalhadores multifuncionais●
iniciam e terminam um ou mais tipos de produtos, que serão utilizados pelo grupo seguinte; para
que o sistema funcione é indispensável que todos os produtos que fluem de um grupo para o outro
sejam perfeitos e os erros sejam imediatamente segregados (os erros são facilmente detectados
quando se trabalha com pequenas quantidades).
A responsabilidade pela qualidade é transferida para a produção e é dada ênfase ao controle da●
qualidade na fonte, adaptando os princípios de controle da qualidade total (a redução de estoques
e a resolução de problemas de qualidade formam um ciclo positivo de melhoria contínua); assim, a
responsabilidade pela qualidade está no processo de produção.
A programação nivelada procura suavizar o fluxo de produtos da produção, por meio da
redução do período em que uma determinada sequência da produção é repetida.
Limitações do just-in-time
As principais limitações do just-in-time estão ligadas à flexibilidade do sistema produtivo, no
que se refere à variedade dos produtos oferecidos ao mercado e à variação da procura a curto prazo.
O sistema just-in-time requer que a procura seja estável a curto prazo para que se consiga um
balanceamento adequado dos recursos, possibilitando um fluxo de materiais contínuo e suave. Caso
a procura seja muito instável, há a necessidade de manutenção de estoques de produtos acabados a
um nível tal que permita que a procura efetivamente sentida pelo sistema produtivo tenha certa
estabilidade.
Referências
CORREA, Henrique L.; CORREA,Carlos A. Administração de produção e operações: manufaturas de
serviços. São Paulo: Atlas, 2008.
SLACK, Nigel et al. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
KRAJEWSKI, Lee.; RITZMAN, Larry P. Administração de produção e operações. São Paulo: Pearson,
2005.
MOURA, R. A. Kanban: a simplicidade do controle de produção. São Paulo: IMAM, 1989.
OHNO, T. Sistema Toyota de produção – além da produção em larga escala. Porto Alegre: Editora
Bookman, 1997.

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