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DISTÚRBIOS PIGMENTARES

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DISTÚRBIOS PIGMENTARES
 
Conceitos, Pigmentações exógenas patológicas (Tatuagem, argirismo, saturnismo, carotenose e "pneumoconioses" ), Pigmentações endógenas patológicas (Autógenas: Melanose, albinismo e lipofuscinose ) e (Hemoglobíneas: Hematinose, hemocromatose, hemossiderose, porfiria e icterícia)
 
 
 
 INTRODUÇaO
PIGMENTAÇÕES PATOLÓGICAS EXÓGENAS:
De acordo com a via de introdução do pigmento no organismo:
· Via inoculação (cutânea):
Tatuagem: Pigmentos exógenos insolúveis (nanquim, carvão, etc), introduzidos por agulha com propósitos decorativos ou identificadores. Histologicamente o pigmento é visto como pequenos grânulos fagocitados por histiócitos ou retidos no tecido conjuntivo fibroso.
· Via ingestão (oral):
 Argirismo ou argiria: Intoxicação com sais de prata ("Argentum"); mais comumente associada à administração excessiva e prolongada durante o já' ultrapassado tratamento de cistites, coccidioses e oftalmias; com deposição nos glomérulos renais, glândulas sudoríparas e sebáceas e derme superficial de complexos prata - proteína, produzindo uma pigmentação cinzenta azulada permanente na pele e mucosa oral.
 Plumbismo ou saturnismo: Intoxicação com sais de chumbo ("Plumbum"); mais comumente associada à ingestão de capins contaminados com fumaça de fundições ou com água poluída por minas de chumbo; com deposição de sulfeto de chumbo nos ossos (principalmente no fêmur) e na mucosa oral odonto - gengival produzindo uma linha escura -"Linha do chumbo", alem de graves lesões no sistema hematopoiético, no SNC e nos rins.
 Pigmentação bismútica: Intoxicação com sais de bismuto; mais comumente associada ao tratamento com compostos bismúticos ou como doença profissional; com deposição de sulfureto de bismuto principalmente nas gengivas com o aparecimento da "linha bismútica".
 Carotenose ou Lipocromatose exógena: A ingestão excessiva de pigmentos vegetais (caroteno, xantofila, etc...) lipossolúveis (cromolipídeos ou lipocromos exógenos) determina coloração amarelo - pálido na pele e vísceras, sem efeitos deletérios conhecidos. É freqüente em eqüinos e bovinos jérsei e guernsey (cuja gordura é mais amarelada) e em aves cuja ração tenha sido adicionados pigmentos como aditivos (com propósito$ comerciai$). As células que mais captam tais pigmentos são as células epiteliais da adrenal, dos testículos e da vesícula seminal, as luteínicas do corpo lúteo, as células de Kupffer do fígado, as células ganglionares e os adipócitos. A quantidade de carotenóide nos tecidos variam conforme a espécie e está na dependência da eficiência relativa na conversão de caroteno para vitamina A. A carotenose deve ser diferenciada da icterícia e da esteatose com base na seguinte prova:
 
	Fragmento
	
	Copo com água e éter + Agitação
	
	1. Fragmento flutua = Esteatose 
	
	
	
	
	2. Éter se cora = Carotenose 
	
	
	
	
	3. Água se cora = Icterícia 
 
·  Via inalação (respiratória):
As "Pneumoconioses" (Pneumo = pulmões + Conios = poeira + osis = estado de...) são alterações pulmonares e de linfonodos regionais decorrentes da inalação de partículas provindas do ambiente (poeiras/poluição do ar). Não são verdadeiramente distúrbios pigmentares, mas como alguns pigmentos exógenos são freqüentemente inalados serão aqui discutidos superficialmente.
A gravidade de uma pneumoconiose dependerá:
 - do tipo da partícula inalada (qualidade);
 - do tempo de exposição à poeira (quantidade);
 - da presença ou não de infecção associada.
 
O diagnóstico diferencial entre as varias pneumoconioses (quando importante) se faz através de:
 - Histórico (clínico e anatomopatológico);
 - Achados histopatológicos;
 - Análise da estrutura cristalina por difração eletrônica ou de raio X;
 - Análise de composição elementar 
 
Tipos de pneumoconioses:
Antracose: Deposição de carvão nos pulmões, linfonodos regionais e em outros órgãos (via migração de macrófagos com carvão fagocitado). O carvão é o mais inócuo e mais freqüente dentre as substancias inaladas.
· Macroscopicamente verifica-se um pontilhado preto acinzentado, mais intenso nas porções mais ventrais. Linfonodos regionais também escurecidos.
· Microscopicamente observa-se grânulos enegrecidos histoquimicamente resistentes a todos solventes, nos alvéolos e nos septos interalveolares, as vezes dentro de macrófagos.
Silicose: Na verdade não se trata de um distúrbio dos pigmentos, mas devido a se tratar de uma pneumoconiose à semelhança da antracose, a silicose e outras pneumoconioses serão aqui abordadas. Silicose é a inalação de sílica ("terra") sendo altamente irritante, determinando por isso mesmo reações violentas (nódulos altamente fibróticos - de natureza granulomatosa), alem de predispor à infecções pulmonares.
Outras pneumoconioses:
· Asbestose: Inalação de silicato de magnésio (amianto);
· Silicossiderose: de minério de ferro (Hematita);
· "Calcinose": de Carbonato de cálcio (cal);
· Beriliose: de Berílio;
· Cadmiose: de cádmio;
· Plumbose: de chumbo;
· Cuprose: de cobre;
· Argirose: de sais de prata;
· Hidrargirose: de sais de mercúrio;
· Bismutose: de sais de bismuto.
 
 
PIGMENTAÇÕES PATOLÓGICAS ENDÓGENAS:
Patologia dos pigmentos autóctones:
1) Relacionados à Melanina e similares:
· Melanina: Pigmento granular, amarelo, pardo ou negro, de natureza protéica, insolúvel nos solventes comuns, que não contem ferro nem gordura e resiste aos ácidos e álcalis, sendo entretanto destruído pela oxidação (H2O2). Dá cor escura à pele, ao cabelo, à íris, à retina, corpo ciliar e coróide, à mucosa oral de cães, aos cascos e chifres (conforme a raça).
Função: Proteger contra radiações em geral (principalmente Ultra Violeta - que é penetrante.).
Distúrbios ligados à melanina ou similares(*):
A) Aumento Localizado: Nevos, Melanoma, Melanose, Acantose Nigricans e Ocronose(*).
A) 1- Nevos Pigmentados: São má formações de aspecto tumoral ("Hamartomas"), também considerados por alguns como verdadeiras neoplasias benignas ("nevoblastomas"), oriundos dos melanócitos e melanoblastos. Em medicina veterinária são de pouca importância, só sendo citados em cães e suínos (WEISS & FRESE, 1974).
A) 2- Melanomas: Neoplasias comuns em cães, eqüinos tordilhos ou albinos; incomuns em bovinos e suínos; e raros em gatos e ovinos. Localização mais freqüente por espécie:
· Região ocular ou oral - cão;
· Períneo e região da parótida - eqüinos.
· Qualquer lesão pigmentada que comece a crescer, que tenha alterações na pigmentação ou que venha a sangrar deve ser estudada microscopicamente - procurando-se alterações juncionais, invasividade, e mitoses frequentes e anormais, com anaplasia.
A) 3-Melanose: Cutânea (melanodermia facial, similar ao lentigo humano - comum em cães) ou visceral (geralmente congênita, afetando principalmente serosas como as meninges, pleura, capsula de Glisson hepática, e as vezes a aorta). As máculas de melanina se dispõem caracteristicamente em "tabuleiro de xadrez", com limites nítidos, sendo mais frequentes e intensas em animais (principalmente ovinos) jovens. Não tem significado clínico.
A) 4- Acantose Nigricans: Dermatopatia idiopática do homem e de cães (principalmente em dachshunds, airedales e terriers), de curso crônico, caracterizada por hiperpigmentação, alopecia e liquenificação, de maneira progressiva, circunscrita e simétrica. Afeta principalmente a região das axilas, flancos, abdome, região inguinal, face interna dos membros posteriores e escroto.
A) 5- Ocronose: Distúrbio do metabolismo intermediário da fenilalanina, por transtorno na síntese da enzima homogentísico oxidase, que ocasionará alcaptonúria e pigmentação com acido homogentísico (similar à melanina) nas cartilagens. Já' descrito no homem, no chimpanzé e em bovinos (GRABELL & NILSON, 1977).
B) Aumento Generalizado: Melanodermias secundárias (gestação, hipoadrenalismo, radiações).
B) 1- Melanodermias secundárias:
· à gestação: O aumento doHormônio estimulante dos melanócitos, paralelamente ao aumento de estrógenos e progestágenos durante a gestação é responsável pelo aumento da pigmentação (melanodermia gestacional)(ou ainda cloasma ou melasma - quando afetando localmente regiões da face, aréolas mamárias e as vezes na genitália).
· ao Hipoadrenalismo: As disendocrinias, principalmente as ligadas à adrenal, freqüentemente se fazem acompanhar de aumento do Hormônio estimulante dos melanócitos ("melanotropinas"). Assim, é freqüente o aumento da atividade melanocítica na doença de Addison, na corticoidoterapia, nos tumores e hiperplasias da adrenal e na síndrome de Cushing (FURTADO & GUEDES, 1988).
· às radiações: O ultravioleta solar e demais radiações agem nos melanócitos estimulando-os a sintetizar melanina, como fator de autoproteção.
 
C) Diminuição local: Vitiligo, Acromia cicatricial e acromotriquia.
C) 1- Vitiligo: Acromia localizada adquirida, idiopática, geralmente simétrica, irregular e delimitada, com hipercromia periférica. Provavelmente decorrem da perda de atividade enzimática local dos melanócitos. Já' descrita em eqüinos (DUPONT, 1971).
C) 2- Acromia cicatricial: decorre da exaustão dos melanócitos ou de sua destruição.
C) 3- Acromotriquia: Na senilidade (comum no homem, nos eqüinos, nos cães e gatos) e mesmo em algumas deficiências nutricionais (cobre, ácido paraminobenzoico, ácido pantotênico). As radiações intensas, após um período de hiperpigmentação, podem levar à acromotriquia em consequência da exaustão dos melanócitos.
D) Diminuição geral: Albinismo e acromia senil e/ou nutricional.
D) 1- Albinismo: Despigmentação generalizada congênita (geralmente condicionada por gen autosômico recessivo) decorrente da incapacidade dos melanócitos de sintetizar a tirosinase (ou tirosina oxidase), importante na síntese da melanina. Descrito em eqüinos (geralmente estéreis), em coelhos, em cães (principalmente collie e bulldog) e gatos (geralmente surdos, devido à hipoplasia do órgão de Corti) e em coelhos.
 2) Pigmentações patológicas relacionadas a lipofuscina e similares:
Características macroscópicas: Empardecimento do órgão, de fácil evidenciação em tecidos musculares. caracterizando a "Atrofia Parda".
Características microscópicas: Grânulos pardo amarelados ou marrom escuros, fluorescentes (?), ferronegativos, PAS positivos (?). distribuídos esparsamente no citoplasma ou próximo aos pólos dos núcleos nas fibras musculares.
Características ultraestruturais: Massas irregulares compostas de corpúsculos eletrodensos de tamanho variados, embebidos numa matriz de menor densidade.
Significado: Acredita-se que a lipofuscina e similares sejam resultados de autofagia (consequência dos "Citossegresomos"). Assim, os lipídeos oriundos dos componentes celulares fagocitados seriam parcialmente digeridos no interior dos fagolisosomos produzindo os pigmentos. As variações tintoriais poderiam estar relacionadas com as fases do processo de autofagia.
 
3) Pigmentações patológicas hemoglobíneas :
 
Classificação dos Pigmentos hemoglobíneos:
· Pigmentos ferruginosos: (reação positiva com Azul da Prússia)
· Hematinas:
· H. Acida formolínica ou "Pigmento do Formol";
· H. Acida hidroclorídrica ou "Pigmento da Ulcera";
· Hemozoína ou "Pigmento malárico ou Palúdico";
· H. Esquistossomótica ou "Pigmento esquistossomótico"
· Hemossiderina
· Pigmentos não ferruginosos:
· Porfirinas
· Hematoidina
· Pigmentos biliares:
· Biliverdina
· Bilirrubina (Bb) I ou Hemobilirrubina ou ainda Bilirrubina não conjugada ou reagente indireta;
· Bilirrubina (Bb) II ou Colebilirrubina ou ainda Bilirrubina conjugada ou reagente direta;
· Urobilinógeno ou urobilinogênio;
· Urobilina;
· Estercobilina. 
 
 
Porfirias:
 Etiologia:
· Congênita: Doença hereditária condicionada por gen autosômico dominante (no homem, no suíno e no gato) ou recessivo (no bovino).
· Adquirida: Intoxicação com Hexaclorobenzeno (fungicida de trigo e cereais) ou com o Alil isopropil carbamida.
 
Características clínicas e anatomopatológicas:
· Hiperporfirinemia e hiperporfirinuria (urina se torna vermelha escura quando exposta à luz solar);
· Dermatite fotodinâmica ou "Fotossensibilização Como as porfirinas são pigmentos fotodinâmicos, i.e. captam a energia luminosa e a transformam em energia calorifica em reação tipo fluorescência, ao atingir as áreas menos pigmentadas da pele determinam ali' eritrema, edema e mesmo necrose e gangrena cutânea (quando animais estão expostos à luz solar).
· "Rim de Ébano" - Rim de coloração pardo escura, em consequência da deposição de porfirinas no seu parênquima.
· "Pink tooth disease" - ("Doença do dente cor de rosa") - Devido a deposição de porfirnas nos ossos e dentes, o esqueleto fica com uma coloração achocolatada enquanto os dentes se coram com um róseo pardo peculiar.
 
 
 Hemossiderose:
* Hemossiderina: Pigmento brilhante, amarelo ouro ou castanho escuro, resultante da degradação da Hb, cujas características são:
· Reação com Azul da Prússia (convertendo o Ferrocianeto de Potássio em Ferrocianeto Feérico, de coloração azul esverdeado);
· Estrutura química semelhante à da Ferritina (Complexo Proteína - Ferro, presente no plasma sangüíneo).
· Aspecto granular amorfo, de ocorrência principalmente intracelular (dentro dos Mo/), em locais onde esteja ocorrendo desintegração excessiva de hemácias.
Etiologia: Hemólise excessiva, local ou geral de ocorrência local:
· Hemorragias (hemácias fora de vasos entram em lise por não poderem renovar seu suprimento de O2, liberam a Hb que degradada dará' origem à hemossiderina, constatável histologicamente 24 a 48 horas após a hemorragia, com pique entre o 4o e 5o dias.
· Hiperemias passivas prolongadas, principalmente nos pulmões e baço, freqüentemente associadas à ICC e á Cirrose hepática (somente no Baço, nesse ultimo caso).
 de ocorrência geral: Nas anemias hemolíticas, quaisquer que sejam as causas, associada à hiperprodução de hemobilirrubina.
 Características macroscópicas: Quando intensa, a hemossiderose determina uma coloração ocre amarronzada, facilmente detectável no fígado, no baço, nos linfonodos, no miocardio e no pâncreas.
Características microscópicas: Grânulos brilhantes dourados ou pardacentos, azul da Prússia positivos, de tamanhos variados, entre as células (nos linfonodos, principalmente) ou dentro de macrófagos e/ou células epiteliais.
 
 
Hemocromatose:
Distúrbio raro do metabolismo do ferro (não descrito ainda em medicina veterinária) no qual uma quantidade excessiva de ferro é absorvida pelo intestino ou entra no organismo via transfusão, levando á deposição , ao longo dos anos, de pigmentos semelhantes à hemossiderina (neste caso chamado por alguns autores de "hemofuscina"), no interstício, nos macrófagos, e mesmo em células epiteliais da pele, fígado, rins, pâncreas e glândulas salivares. Esta deposição excessiva irrita e acaba por determinar fibroplasia e atrofia parenquimatosa, levando com freqüência à cirrose hepática e à atrofia das ilhotas de Langerhans do pâncreas - "Diabete Bronzeada".
 
Hematinoses:
Tipos de hematinas:
· Hematina acida formolínica ou "Pigmento do Formol": Comum em tecidos hemorrágicos quando fixados em formol ácido, sendo também indício de autólise post mortem. Apresenta-se como grânulos bronzeados ou preto esverdeados, não reagindo com o Azul da Prússia. Não tem significado patológico, mas pode ser confundido com outros pigmentos importantes. O uso de formol tamponado e neutro previne sua ocorrência. Pode ser removido dos cortes, lavando-se em soluções saturadas alcóolicas de ácido pícrico ou de amoníaco.
· Hematina ácida hidroclorídrica ou "Pigmento da úlcera": Formada pela ação do ácido clorídrico sobre a Hb, freqüentemente observada nas proximidades de ulceras gástricas.
· Hematina malárica ou "Hemozoina" ou ainda "Pigmento Palúdico": Resulta da digestão enzimática da Hb pelo Plasmodium spp., que com a ruptura das hemácias, libera grânulos castanho escuros no interstício para os macrófagos do baço, fígado e outros órgãos.
· Hematina esquistossomóticaou "Pigmento esquistossomótico": Resulta da digestão enzimática da Hb no tubo digestivo do Schistosoma mansoni (ingestão de hemácias, digestão e regurgitamento, de maneira intermitente), levando à formação de grânulos castanho escuros, semelhantes à hemozoina, que se acumulam nas células de Kupffer. De modo similar, outros trematódeos (ex: Fascioloides magna) e mesmo ácaros (ex: Pneumonyssus simicola) também determinam o aparecimento de hematinas.
 
Desordens ligadas à hematoidina e pigmentos biliares
· Pigmentos biliares: Grupo de pigmentos oriundos da metabolização do grupo corado (protoporfirina III), azul da Prússia negativos (isentos de ferro) ocorrendo normalmente nas células do sistema monocítico fagocitário em decorrência da hemocaterese (eliminação de hemácias velhas).
Metabolização dos pigmentos biliares:
· A vida útil da hemácia = 90 a 140 dias, conforme a espécie. (126 dias no homem)
· Cumprida seu período de vida ela é fagocitada pelos macrófagos do sistema monocítico fagocitário num processo normal - a hemocaterese. Nesses macrófagos, localizados principalmente no baço, fígado e medula óssea, a hemácia é lisada liberando a Hb que é quebrada em globina e em grupos heme. O grupo Heme, por sua vez, sofre a ação da Heme-oxidase e do citocromo P450, que quebra as pontes alfa meteno do anel pirrólico, liberando o grupo férrico e o grupo corado. Este ultimo será' transformado e, biliverdina, que será' posteriormente reduzida pela biliverdina redutase para bilirrubina (Bb). Esta Bb (ainda insolúvel na água) é liberada no plasma e combina-se com a albumina solubilizando-se, sendo então denominada Bb I ou HemoBb ou ainda Bb não conjugada (reagente indireta na reação de Van den Berg, dando coloração avermelhada ao ácido sulfanílico diazotado somente após a adição de álcool etílico 
· No fígado, os hepatócitos liberam a albumina plasmática da Bb I e a conjugam com o ácido glicurônico (ação da UDP Glicoronil Transferase) à nível do RE, formando assim a Bb II ou colebilirrubina ou Diglucoronato de Bb ou ainda bilirrubina conjugada hidrossolúvel (reagente direta na reação de Van den Berg, dando coloração avermelhada ao ácido sulfanílico diazotado prontamente).
· A coleBb, juntamente com os Sais biliares, é levada ao duodeno pelas vias biliares, onde sofre a ação de redutases bacterianas se convertendo em urobilinóides (urobilinogênio, mesobilinogênio, estercobilinogênio). Parte desses urobilinóides são absorvidos pelo intestino e alcançam a circulação sistêmica. Os urobilinóides absorvidos que passarem a circulação porta hepática são removidos pelos hepatócitos e reconvertidos em ColeBb. Já' os que alcançam a circulação sistêmica são retidos pelos rins, sendo excretados pela urina (a urobilina é responsável pela coloração amarelada da urina). Os urobilinóides não absorvidos no intestino serão eliminados pelas fezes na forma de urobilina e estercobilina (responsáveis pela coloração amarronzada característica.)
Icterícias:
 Classificação:
· Pré' hepática ou Hemolítica ou por superfunção ;
· 
· Hepática ou Toxico infecciosa ou por retenção;
· 
· Pós hepática ou Obstrutiva ou por reabsorção.
Características macroscópicas:
· Facilmente reconhecível em tecidos mais pálidos como a esclerótica ocular, omento, mesentério, gorduras pericardíacas e perirrenais (Importante considerar o diferencial com a lipocromatose exógena, principalmente em eqüinos e bovinos das raças jérsei e guernsey).
 Características microscópicas:
· A Bb impregnada nos tecidos nem sempre atinge concentrações suficientes para permitir a precipitação e assim ser visíveis à microscopia óptica. No fígado e nos rins, no entanto, podem ser observados com freqüência precipitados amarronzados no lúmem dos túbulos contornados renais e no citoplasma das células tubulares; e nos canalículos biliares do fígado na colestase.
Icterícia pré hepática:
 *Causas: Doença hemolíticas graves - AIE (forma aguda), piroplasmose, leptospirose, infecções com Streptococcus hemolíticos, com Clostridium spp, com Bacillus anthracis, intoxicações com ricina, saponinas, veneno de cobra, chumbo, ácido pirrólico e nitrobenzeno.
*Mecanismo:
· Hemólise excessiva   HemoBb, excedendo a capacidade de metabolização e excreção do fígado
 *Achados:  HemoBb no plasma (com deposição nos tecidos);  Urobilinogênio nas fezes e urina.
Icterícia hepática:
*Causas: Quaisquer lesões hepáticas que determinem diminuição da capacidade funcional dos hepatócitos - Intoxicações, Infecções , Neoplasias.
*Mecanismo:
· Lesão nos hepatócitos   Capacidade de metabolização e excreção hepática< ( HemoBb no plasma)  Tumefação de hepatócitos Bloqueio dos canalículos biliares   ColeBb no plasma (colestase)
*Achados:  Hemo e ColeBb no plasma (com deposição tecidual)
Icterícia pós hepática:
 *Causas: Quaisquer obstruções nas vias biliares (intra ou extra hepáticas) que determinem acúmulo de ColeBb no fígado com reabsorção dessa e aumento nos níveis séricos com deposição nos tecidos. Parasitoses intestinais (Ascarídeos, Thysanossoma actinioides); Colelitíases, duodenite, compressões ductais (neoplasias, granulomas, abscessos, tecido conjuntivo na cirrose hepática).
 *Mecanismo e achados:
·  Fluxo biliar  Acúmulo de ColeBb no Fígado com reabsorção   ColeBb no plasma   Formação de urobilinogênio  Fezes descoradas ( esteatorreia) e Urina descorada
Bibliografia

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