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Trabalho de Penal I

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FACULDADE DOM ALBERTO 
 TRABALHO ACADÊMICO I
SENTENÇA 
 MARIA EDUARDA PAZ SANTANA
 
 
 
 
SANTA CRUZ DO SUL, 23 DE ABRIL DE 2020
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MARIA EDUARDA PAZ SANTANA 
TRABALHO ACADÊMICO I
SENTENÇA 
	
Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina de 
Direito Penal I, sob a Orientação da professora 
Roberta Eggert Poll, como requisito parcial 
para aprovação.
SANTA CRUZ DO SUL, 23 DE ABRIL DE 2020.
1. Sentença – Opinião a respeito do caso 
 Temos em mãos um caso montado através de “falácias” e “disse não disse”, pois o caso trata de uma criança aparentemente feliz, bem cuidada e que para a sua mãe, com quem a menor reside, ela nunca aparentou nada fora do normal e nem se quer relatou se sentir coagida na presença de seu padrasto. Tudo começou quando a menina resolveu relatar os fatos ocorridos para sua avó materna, que imediatamente contatou o seu marido o avô materno da menina e ambos acharam melhor entrar em contato com o Conselho Tutelar, a conselheira que atendeu ao caso não encontrou provas concretas de abuso, apenas o relato dos avós e o parecer da psicóloga que atendeu a menor e alegou que a menina tinha traços aparentes de quem sofreu um recente abuso. 
 Devemos observar dois fatos muito importantes nesse caso, o primeiro é que a menina tinha uma irmã recém-nascida o que pode ter desencadeado todo esse comportamento “estranho”, de estar mais quieta, mais brava, até mesmo mais agressiva, de não querer ficar só e também de querer ficar somente com os avós, pois eles tinham condição de dedicar atenção exclusiva somente para ela e supria tudo o que ela precisava naquele momento, pois agora sua mãe estava dividindo a atenção entre ela e a imã. A psicóloga designada pelo Conselho Tutelar disse que comportamentos assim são típicos de quem sofreu abuso sexual, mas será que ela lembrou que Yasmin tinha uma irmã de apenas 4 meses de idade, ou apenas se focou no caso de que ela morava com o padrasto e que ele realmente era o “monstro” da história. Vindo a esquecer de pesquisar mais a fundo os detalhes do dia a dia e como a menina era antes da irmã nascer. 
 O segundo fato que chama a atenção é o relato de uma testemunha de que o avô paterno demostrava comportamento abusivo no que se trata de sua filha a mãe da menor. Aqui nós temos uma pequena menina em desenvolvimento, facilmente manipulável e que perdeu toda a sua atenção exclusiva pois agora tem uma irmã, é nesse momento que entram os avós na história, relatando que o padrasto andava estranho mas que não sabem o motivo, que nem se quer adentrava em sua residência, permanecendo sempre em seu veículo, motivo esse que pode ser a intromissão excessiva dos sogros em seu lar e não por estar com medo de a menina ter relatado algo, pois para isso tinha a mãe em seu próprio lar. Com toda essa situação e a fragilidade da neta, poderiam muito bem os avós terem manipulado a menina para inventar toda essa história, com a promessa de que ela iria ficar com eles e ter toda a atenção que naquele momento ela não estava tendo em seu lar. Mas e a motivação desses avós em prejudicar Guilherme, qual seria, fácil responder pois todos sabemos que as relações familiares não são nada fáceis e que as pessoas por pequenas coisas se tornam extremamente vingativas, o genro não era dos mais simpáticos e eles queriam tomar conta da vida de sua filha e netas, mas como Guilherme estava em seu caminho e não daria o braço a torcer, então resolvem usar a neta para isso. Todos nós sabemos que as crianças são facilmente manipuláveis e que também mentem muito bem, ainda mais se for para se beneficiar e se favorecer de algo. 
 O caso foi montado baseado no valor da palavra da vítima nos crimes de abuso sexual contra crianças, mas temos apenas uma criança de nove anos relatando atos considerados “abuso sexual”, sabemos que muitas pessoas são julgadas, processadas e tem seus nomes expostos, mas no final era uma mãe com ciúmes, uma mãe que não aceitava o fim de uma relação, uma avó que queria a neta e não gosta de seu genro ou até mesmo uma tia solitária que acha que vai cuidar mil vezes melhor da criança do que sua própria mãe.
 Um levantamento em 2018 registrou 32 mil casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes no Brasil segundo o Ministério da Saúde, dói ler isso, dói saber que existe pessoas que tem coragem de fazer isso, dói porque dependendo da idade da criança é um trauma irreparável e deixa marcas para sempre, acho que quem tem a coragem de cometer esses atos é uma pessoa doente e também “nojenta”. Mas também dói em saber que todo um sistema pode falhar e julgar alguém que não tem culpa, pois tem em mãos apenas relatos sem provas, apenas um diagnóstico de uma psicóloga que atende casos mais do que o normal. Não acho que é o suficiente, pois casos assim deveriam ser investigado nos mínimos detalhes e com mais tempo, claro que em meio a tudo isso mantendo a criança ou o adolescente sempre em lugares seguros até que se prove toda a história.
 Como advogada de defesa teria investigado mais a fundo a vida dos avós paternos, pois acho que não aconteceu como eles contaram e também contrataria uma psicóloga particular para dar um novo parecer da menina e também um parecer de seu avô, já que o mesmo apresenta comportamentos “abusivos” aos olhos de pessoas da sociedade.
 E como juíza do caso não condenaria Guilherme, pois não acho que ele é culpado, colaborou do início ao fim do processo, arrolou testemunhas para provar sua inocência, nunca apresentou comportamentos considerados anormais, não tinha antecedentes e se considerou inocente em todo o desenrolar do processo. Lembrando que poderia beneficiar o réu com o In dubio pro reo “na dúvida, a favor do réu”, é o princípio jurídico da presunção da inocência, que diz que em casos de dúvidas (por exemplo, insuficiência de provas) se favorecerá o réu.
2. Referencias 
Nikitenko, V. G. Aspectos do princípio da presunção de inocência e do princípio in dubio pro reo, apud SOUZA NETTO, José Laurindo de. Processo Penal: sistemas e princípios. Curitiba: Juruá, 2003, p. 155
https://pt.wikipedia.org/wiki/In_dubio_pro_reo Acesso em: 13.04.2020
https://bebe.abril.com.br/familia/ciume-do-novo-irmao-como-contornar/ Acesso em: 15.04.2020
https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/03/02/ministerio-da-saude-registra-recorde-de-abusos-sexuais-infantis-no-brasil.htm Acesso em: 21.04.2020
http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-1447.html Acesso em: 20.04.2020
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28003927/artigo-217a-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 Acesso em: 22.04.2020
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633092/artigo-61-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 Acesso em: 22.04.2020

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