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15
A AUTONOMIA COMO ELEMENTO ESSENCIAL DA DIGNIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
AUTORIA DA FICHA DE LEITURA:
Vinicius Almeida de Oliveira
Matrícula: 369201112
Disciplina: Bases das Relações Privadas
Docente: Victor Fróis Rodrigues
Turma: 1º Semestre, Turno Matutino
	
REFERÊNCIA DA OBRA
GARCIA, Marcos Leite; SILVA, Lucas Gonçalves da; JUNIOR, Clodoaldo Moreira dos Santos. Direitos e Garantias Fundamentais I. XXVIII ENCONTRO NACIONAL DO CONPEDI GOIÂNIA – GO. Goiás, 2019. 
O trabalho dos autores baseia-se na dignidade da pessoa com deficiência com base na capacidade civil e plena dos Direitos Fundamentais à acessibilidade. Grupo especial em comento detém um direito constitucionalmente partido, mas, normalmente requer uma provocação jurídica para fazer valer tais direitos. 
Os autores dividem o texto em quatro fases: Introdução, Capitulo 2, 3, 4 e Conclusão. Na primeira fase trabalharemos a introdução para entender sucintamente do que se tratará na realidade o objeto de estudo. Na segunda fase a importância primordial ao “Princípio da Dignidade Humana”. Na terceira fase, da “Capacidade Civil à Acessibilidade Social” da pessoa com deficiência. E por fim, na quarta fase teremos “Elementos Essenciais para uma Vida Digna”. 			
INTRODUÇÃO
“A luta por direitos da pessoa com deficiência é histórica. Durante séculos os considerados inválidos e defeituosos eram simplesmente descartados pela comunidade. Essa realidade começou a se transformar apenas com o fortalecimento das ideias cristãs, que pregavam as máximas de igualdade, respeito e solidariedade1, e com o desenvolvimento dos conhecimentos científicos, despertando o interesse no estudo e no tratamento das deficiências. ”[pág. 66]
De fato, a luta sobre querer direito fundamental inerente a dignidade humana sempre foi discutida, buscado, sufocado, proibido e extremamente reprimido. Pessoas que nasciam sobre algum tipo de deficiência física eram excluídas, escondidas, abandonadas, assassinadas, violadas na sua inocência e desproteção, o que muitas vezes isso era praticado por quem deveria proteger, cuidar, e amar. Entretanto, há uma discordância num ponto: ideias cristãs. Desde o auge da Era Cristã, a igreja pregava perfeição, ela não pregava igualdade, respeito e solidariedade para com os outros, mais sim, para ela – Igreja. Pessoas deficientes não eram consideradas no convívio social. A família de antes a família atual ainda relutam para aceitar seus deficientes com solidariedade. 
“A autonomia é, sem dúvida, elemento caro à dignidade, decorrendo daí uma construção interessante. A pessoa com deficiência depende de alterações estruturais, sociais e sensoriais para exercício de suas ações cotidianas, a depender do tipo e grau da deficiência. Sem as alterações não há autonomia e independência, não havendo também participação social. ” [Pág. 66] 					 
Observe ao seu redor, nas pequenas coisas como uma calçada, uma entrada de supermercado, uma ida a praia, um pegar ônibus, ou um taxi. Não existe acessibilidade para essas pessoas como deveriam ser, e quando tem, em alguns casos a acessibilidade se apresenta com obstáculos tenebrosos e desgastante, com isso, fica muito mais difícil uma autonomia independente em se locomover, em desenvolver atividades que poderiam ser bem mais fáceis. O mundo ainda é egoísta. O mundo enxerga caminhos perfeitos para pessoas perfeitas. Não há participação social ao deficiente sem que ele grite por isso. 
2 BREVE ANÁLISE SOBRE O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
“O conceito de dignidade da pessoa humana está intimamente relacionado aos valores cristãos, que pregam o ideal de que o homem representa a imagem divina, portanto perfeita e acabada, de natureza insubstituível. Assim sendo, a dignidade seria uma característica concedida ao homem pelo simples fato dele ser criação de Deus, não podendo esta condição ser dele retirada sob nenhuma justificativa. ” [Pág. 68] 
A palavrinha chave: “o homem representa a imagem Divina, portanto prefeita e acabada...” Será???? Ideologias bonitas, mais que na pratica do dia a dia não são executadas. Imagem perfeita e acabada são bem aceitas na sociedade, mais imagens imperfeitas e inacabadas (deficientes) não são aceitas com sinceridade. O cristão verdadeiro luta pelo diferente, pelo desprezado, por aqueles que não tem acesso a dignidade mínima. Mais, há cristão que só praticam aquela obra sem ação. 
Observe o que o autor João Anatalino (2017, p. 01-01): Se, por um lado, organizações piedosas como a Ordem dos Franciscanos, a Ordem dos Beneditinos, os Carmelitas, por exemplo, desenvolviam trabalhos meritórios nesse sentido, havia, por parte de um grande segmento da Igreja uma tendência de atribuir às pessoas deficientes alguma influência maligna, que os levava, mais do que à uma vida de reclusão e repulsa por parte da sociedade, não raras vezes, a serem até banidas ou mesmo mortas para satisfazer as crendices que se criavam em torno de pessoas com essas características. 
Infelizmente, a questão da repulsa, da piedade disfarçada ainda perdura na sociedade, mesmo com os avanços atuais. A Igreja atribuía uma pessoa deficiente física como um ser abominável, um ser que recebia um castigo Divido pela expiação de um pecado cometido pela família, ou pela comunidade. Seja deficiência física ou mental a igreja já o excluía da sociedade. 
“ [...] Rosseau expõe que a natureza dotou todos os animais de um aparelho sensorial dirigido a protege-lo de tudo o que tende a destruí-lo. Todavia, enquanto a natureza tudo faz nas operações dos animais, o ser humano contribui com as suas qualidades próprias de agente livre nas operações humanas. O animal escolhe e rejeita por instinto; o homem escolhe e rejeita por um ato de liberdade. [...] Por ser livre, o homem é ainda o único ser perfectível, isto é, capaz de construir o seu próprio destino, ‘ao passo que o animal é, ao final de alguns meses, o que será a vida inteira, e sua espécie é ao final de mil anos, o que ela era no primeiro’. (Destaque nosso) ” [Pág. 68]
Rousseau estava certo quando dizia que somos seres provido de pensamento, de escolhas, de liberdade, de construir seu próprio destino. O ser humano ao mesmo tempo que é racional, as vezes se torna irracional em atitudes e ações, principalmente nos seus interesse e objetivos pessoais e gananciosos. Digo isso porque no meio social há praticas cometidas por alguns milhares de pessoas que destroem a capacidade dos outros seres humanos conviventes de usufruir a sua dignidade, a sua forma pensante, a sua liberdade de expressão, do ir, do vir, do escolher, do decidir o que lhe é bom ou ruim, não existe autonomia. As parece até que um quadrupede são mais sensíveis e amorosos que muitos humanos.
“Assim, baseado na razão, o indivíduo tem o poder de autogoverno. Já o elemento dignidade “tem por fundamento a autonomia”. [Pág. 69]
Senhor do seu destino, essa é liberdade maior que o ser humano pode ter, é a dignidade nas suas mãos, é a autonomia de escolher seus caminhos na sua vida. É o livre arbítrio que vem do Divino para o homem, do homem pelas suas leis sociais, e da pratica cotidiana a todos, mais que muitos também não têm. 
“Remanesce, porém, a influência jus naturalista, pois a dignidade decorre da simples condição de ser humano, os direitos decorrentes da dignidade deverão ser garantidos sem qualquer condição. [...] o ser humano tem dignidade porque tem a capacidade de razão para a autonomia, quer dizer, a capacidade de ser legislador universal e de, ao mesmo tempo, submeter-se à lei que dá a si. [...] O valor de cada ser humano não é maior nem menor do que o de outro, mas exatamente igual, pelo que cada um deve ser tratado, na sua humanidade, como fim em si, e nunca meramente como meio [...]. (WEYNE, 2013, p. 315-316). ” [Pág. 69]
Num contexto legal os valores humanos devem ser iguais a todos, e tratados na sua humanidade. Concordo plenamente, mais, como venho sempre lembrando, na prática a realidade é bem diferente. Vivemos num mundo e num país em que a minoria detém o poder e odinheiro, o que faz com que a dignidade humana a um trabalho, ao lazer, a educação, ao saneamento básico, a política pública, a saúde dentre outros seja distribuída desproporcionalmente entre a sociedade, em que poucos tem muito, e muitos têm pouco. Infelizmente, muitos são tratados “meramente como meios”. A igualdade de todos já vem sendo lapidada com mais ênfase desde a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, de 1969, o Pacto de San Jose da Costa Rica que, traz em seu artigo 24 o seguinte: “Igualdade perante a lei. Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm direito, sem discriminação alguma, à igual proteção da lei. ”
“Toda construção conceitual da dignidade se fortaleceu e influenciou a ordem jurídica, principalmente após as duas grandes guerras mundiais. Como é possível deduzir, as guerras acabaram por implementar toda forma de violação aos direitos dos homens. ” [Pág. 69]
Toda guerra traz grandes proporções catastróficas de todos os tipos possíveis que o homem pode apresentar, dentre elas e uma das primeiras são a autonomia humana, e o auto governo. Numa guerra mundial como as duas que a humanidade presenciou, derrubaram por terra todo e qualquer direito humano. Não se tinha direito, não se tinha “eu quero, eu posso, é meu, eu posso falar, eu posso ir ali, eu posso passar, eu posso come, eu, eu, eu”. Você (pessoa) não tinha que querer nada. O poder, a subjugação passa a ser controlada por um grupo pequeno de ditadores que nunca souberam o significado de respeito e dignidade ao próximo. Suas ideologias insanas destroçaram qualquer direito fundamenta conquistado até o momento. Após a 2ª Grande Guerra Mundial, com a criação da Liga das Nações que analisaram as numerosas atrocidades acometidas, surgiu novos direitos a dignidade humana. Uma nova perspectiva é alisada, passam a controlar o poderio de guerra dos países, novos crimes como o genocídio passou a ter mais dispositivos legais mais severos, a liberdade de expressão veio com mais força, o direito de defesa, de ouvir e ser ouvido tiveram grande flexibilidade, violências contra mulheres, crianças e idosos foram mais acentuadas e dispositivos legais específicos tornaram-se foco de prioridade para reestabelecer a dignidade humana com mais força na sociedade. Hoje, observo pessoas dizendo que: “ antigamente as coisas eram melhores”, engana-se, hoje as coisas são melhores. Essa geração do século XXI usufrui de mais direitos fundamentais que o século XX, mas, há ainda muito o que conquista, principalmente a mudança de pensamento e ações de muitas pessoas egoístas, ruins e gananciosa que vivem da desumanidade social. 
“Surge, assim, em 1948, por intermédio da ONU, a Declaração Universal dos Direito Humanos, que prevê em seu Preâmbulo: Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e no valor da pessoa humana, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se declaram resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla (ORGANIZAÇÃO ..., 1948). (Destaque nosso) ” [Pág. 70]
A Carta das Nações Unidas declara claramente a retomada de um direito que foi arrancado do mundo numa Guerra que quase devastou a humanidade da fase da terra. Houve um resgate mais humanizado, mais compaixão, mais amor ao próximo, mais dedicação ao bem, a luta, a igualdade, ao bem estar físico, mental, social, econômico de um povo, de uma Nação, de um país. 
“A retomada e a reafirmação dos direitos humanos, baseados na dignidade da pessoa humana, influenciou a legislação internacional e acabou migrando para as constituições dos países, dentre eles o Brasil, que teve a maior representação disso na Constituição Federal de 1988. ” [Pág. 70]
Bom, nem precisa falar mais nada. O Brasil recepcionou e ratificou na integra toda a Carta de Direitos Humanos da s Nações Unidade de 1948. Observamos isso na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 em seu Preâmbulo, e em consequência bem distribuídos nos artigos 5º. 
“A dignidade da pessoa humana, cabe afirmar, possui uma dimensão positiva e outra negativa. Da visão positiva irá decorrer deveres de prestação do Estado, ou seja, direitos mínimos para uma existência digna que dependem da implementação do Estado, como os direitos sociais, por exemplo; de outra banda, da visão negativa decorrerá deveres de respeito e não interferência, ou seja, âmbito exclusivamente do indivíduo. ” [Pág. 71] 
De um lado o Estado nas suas normas Jusnaturalista para garantir a contraprestação do Estado em manter as normas assegurada ao máximo em direitos aos seus cidadãos. De outro lado, a interferência no âmbito exclusivamente individual, que nada mais é do que o Direito Natural, em que o direito fundamental deve ser respeitado dentro uma orbita de bom senso, nos princípios morais e éticos, equidade e liberdade entre todos os indivíduos. No Jusnaturalismo, o Estado é o resultado de transformações econômicas e sociais que impuseram mudanças na concepção de poder do Estado, que passou a ser compreendido como uma instituição criada através do consentimento dos indivíduos através do contrato social. Observe que a atualidade existe uma perfeita combinação entre o Estado tendo poderes representativos consentido pelo povo que deve fazer valei as Leis de Direitos Humanos ratificadas, e as pessoas agem na sociedade como meros fiscalizadores uns dos outros para assegurar essa garantia. 
Segundo o autor Bedin (2014, p. 248-249), na Revista Direito em Debate: “Um da maior representante deste tipo de Direito Natural é, sem dúvida, o pensador inglês John Locke (1632-1704). Este autor defende que os homens possuem um conjunto de direitos naturais inatos (vida, liberdade e propriedade) e que eles não são transferidos para o corpo político quando do estabelecimento do contrato social que dá origem ao Estado moderno. Por isso, sustenta que toda a lei positiva que contrarie estes direitos inatos é inválida, podendo ser desobedecida por todos os cidadãos, que podem exercer o seu direito de resistência diante da lei injusta. Esta doutrina do Direito Natural inspirou a revolução americana e a revolução francesa, e contribuiu para o início da conformação do constitucionalismo moderno e do Estado de Direito. ” 
“A dignidade da pessoa humana, cabe afirmar, possui uma dimensão positiva e outra negativa. Da visão positiva irá decorrer deveres de prestação do Estado, ou seja, direitos mínimos para uma existência digna que dependem da implementação do Estado, como os direitos sociais, por exemplo; de outra banda, da visão negativa decorrerá deveres de respeito e não interferência, ou seja, âmbito exclusivamente do indivíduo. ” [Pág. 71] 
Como todo lado na vida representa o positivo e o negativo, não seria diferente aos princípios da dignidade humana atribuídas pelo estado garantidor e protetor do Direito. No nosso mais atual Estado Democrático de Direito, nossa sociedade brasileira vive o tempo de maior plenitude quando se fala em direitos fundamentais e dignidade humana, vale ressaltar, também, que existem pontos falhos na sociedade em que tais direitos continuam sendo desrespeitados. Ora, o Estado está atuando positivamente nos seus deveres em resguardar ao cidadão um direito “mínimo” para uma existência digna, mas, sabemos também, que o estado em alguns pontos é omisso na sua atuação, o que deixa brechas ruins que geraram problemas sociais difíceis de serem resolvidos. Quando o Estado não distribui, aplica, orienta, delega, instituo os direitos sociais descritos no artigo 6º da Constituição federal de 1988, como exemplo a citar: educação, postos de trabalho, lazer, cultura, moradia, assistência aos desamparados, alimentação, segurança pulica, saúde, previdência e seguridade social, ocorrerá uma destruição ou desiquilíbrio em escala dos direitos fundamentais descritos no artigo 5º da mesma Constituição. Um depende que o outro ande em sincronia com o outro, ou seja, são todos Direitose Garantias Fundamentais. 
3 A CAPACIDADE CIVIL E O DIREITO À ACESSIBILIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
“A pessoa com deficiência deixou a invisibilidade social de maneira paulatina, principalmente após a revolução industrial e as guerras mundiais, isto porque o trabalho em condições desumanas e as batalhas contribuíram de maneira considerável para o aumento de pessoas com deficiência e, consequentemente, incapacitadas para o trabalho e dependentes do Estado. Esta realidade social, juntamente com a já comentada Declaração Universal de 1948, fortaleceram a luta pela consolidação dos direitos das pessoas com deficiência. ” [Pág. 72]
Após a Grande 2ª Guerra Mundial o cenário devastador era preocupante, países devastados, muitas mortes, muitos órfãos, falta de moradia, falta de saúde, falta de comida, e muitos sobreviventes da Guerra mutilados fisicamente e psicologicamente. O que fazer por essas pessoas que não tinham nenhum amparo legal, social, e humano? Eis que na Declaração Universal de 1948, fortalece os direitos das pessoas com deficiência. Observe esse trecho bíblico em Levíticos (21: 21-23) trazido por Damasceno (2015, p.01-01 apud Lopes, 2009, p.24): Para os antigos hebreus, a deficiência aparecia como um sinal de impureza. No Levítico, havia expressa disposição nesse sentido: “O homem de qualquer das famílias de tua linhagem que tiver deformidade corporal, não oferecerá pães ao seu Deus, nem se aproximará de seu ministério; se for cego, se coxo, se tiver nariz pequeno ou grande, ou torcido; se tiver pé quebrado ou a mão; se for corcunda (...). ” Foi somente no século XX que a sociedade passa a se sensibilizar e se envolver positivamente quando o assunto era pessoa com deficiência. Era a busca pelo bem star. Com o fim da Guerra 2º Guerra o número de deficientes físico era muito grande, a maioria soldados de guerra, então, começaram a exigir serviços de reabilitação, infraestrutura e acessibilidade na cidade, foi quando a ONU se sentiu na obrigação de criar programas assistenciais para minimizar os danos sofridos. Foi tão, e somente, nessa hora que deficientes não combatentes de guerra passaram ser inseridos destro desta mesma luta de igualdade e reconhecimento como pessoa humana provida de direitos iguais. Mais, foi em 2006 que a Convenção de Nova York sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência elaborou um documento amplo e especifico a pessoa com deficiência. No Brasil, esse protocolo foi ratificado pelo Congresso Nacional deu-se pelo Decreto Legislativo n.º 186/2008 e promulgado através do Decreto n.º 6.949, de 25 de agosto de 2009. Antes tarde do que nunca. 
“O processo de integração começou a se desenvolver no Brasil nas décadas de 70 e 80 (LANNA JÚNIOR, 2010). Neste período, somente as pessoas com deficiência capazes de se adequar às demandas sociais eram inseridas nas atividades cotidianas. ” [Pag. 73]
Como toda Lei que passa por anos de lutas de reconhecimento, precisam de tempo para se adequarem ao contexto social. No final do século XX para o deficiente físico a palavra chave era: adequação as demandas sócias. Ainda se duvidada, ou estava sendo colocada à prova se realmente o deficiente físico está apto a exercer algumas atividades rotineiras e laborais. Para muitos foi e é um trabalho difícil convencer a sociedade da sua capacidade em desenvolver tarefas, são pessoas que precisam constantemente provar que são melhores do que as pessoas normais fisicamente, precisam convencer em ações, se desdobrar, se dedicar para merecer os direitos que lhe foram ofertados. Hoje, presenciamos relatos impressionante de deficientes físicos que ultrapassam fronteiras na habilidade, e faz jovens perfeito fisicamente ser vergonhados por não fazerem nem 1/3 do que eles fazem. 
“No final da década de 80, o modelo médico de deficiência começa a ser abandonado, passando a utilizar os ensinamentos do modelo social, que considerava as barreiras sociais obstáculos capazes de impedir a vida plena da pessoa com deficiência. A tese central do modelo social permitiu o deslocamento do tema da deficiência dos espaços domésticos para a vida pública (NUSSBAUM, 2007, p. 35 apud DINIZ; BARBOSA; SANTOS, 2009, p. 69).” [Pág. 73]
 
De um lado temo o modelo médico, de outro temo o modelo social. Observando a conceituação do autor podemos entender que o modelo médico trazia a ideia de que a pessoa com deficiência física não estava apta as atividades e suas limitações corporais eram duvidosas. No modelo social nasce a credibilidade e a confiança naquele deficiente em ser inserido na sociedade normalmente como qualquer pessoa. Bampi (et al 2010, p. 04): “A mudança na abordagem da OMS foi fruto de mais de vinte anos de luta das comunidades de deficientes. ” 
“A inclusão social influenciou a Constituição Federal de 1988, que dentre outras previsões, vedou qualquer tipo de tratamento discriminatório (art. 3º). Com fundamento na dignidade da pessoa humana (art. 1º, III), prescreve que todos devem ser tratados com respeito e igualdade, basta ter a característica essencial, que é ser homem (RIBEIRO, 2010, p. 33). ” [Pág. 74]
A Constituição Federal vigente deixa claro quando se trata de direitos a dignidade da pessoa, dando igualdade a todos. Entretanto, na realidade cotidiana esses direitos enfrentam dificuldades quando aplicadas ao deficiente físico, prova disso que durante mais de vinte anos a OMS, Tratados Internacionais, a Classe dos Deficientes por todo mundo e no Brasil lutam para serem tratados com respeito e igualdade. Leis foram criadas no ordenamento infraconstitucional e que vem ajudando muito em alguns seguimentos aos deficientes, mais a acessibilidade ainda deixa a desejar, contratações empregatícias ainda são duvidosas. 
“A Lei nº 13.146/2015 alterou os arts. 3º e 4º do Código Civil de 2002, retirando do rol das incapacidades absolutas aqueles sem discernimento para os atos da vida civil (em razão de enfermidade ou deficiência mental) e aqueles que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. [...]Portanto, não há mais a previsão de incapacidade absoluta para as pessoas com deficiência ou doentes mentais, de modo que a presunção passou a ser de plena capacidade para os atos da vida civil. ” [Pág. 74]
Anão há o que discordar sobre a alteração desta lei promulgada em 2015, o legislador deixo claro que a pessoa com deficiência física por não estar isenta de exercer seus direitos, participar d avida pública e política, não deve ser mais discriminada. Hoje o deficiente físico não se enquadra mais no rol dos absolutamente incapazes, exceto em algumas situações deficientes não podem reger sobre assuntos patrimoniais, como o caso do deficiente mental desprovido de qualquer decisão, tendo que ter um curador. Esse dispositivo legal está diretamente direcionado aos deficientes que tem não só a capacidade de direito, mais a capacidade de fato, ou seja, segundo a Revista Online Jus. (2017, p. 01-01), com expressão ao pensamento dos autores Figueiredo e Figueiredo (2016, p. 141). “Traduz um poder de autodeterminação e discernimento, reunindo capacidades físicas e psíquicas de compreender as consequências de seus atos. ” Ora, um avanço significativo na sociedade jurídica e social ampliando o rol de direitos, garantias e dignidade ao deficiente físico. 
“As alterações representam uma verdadeira transformação na forma de se ver a pessoa com deficiência. A regra de capacidade plena permite que o indivíduo decida sobre sua própria vida, com autonomia e independência, sem interferência de outras pessoas. Somente em casos de extrema necessidade haverá a limitação da capacidade. ” [Págs. 74-75]
O texto por si só fala, não há muito o que comentar, ou algo a questionar ou discordar. Simplesmente a Lei formalizou o que já estava na pratica social: as pessoas com deficiência física já há algum tempo pela sua imposição e postura e com a ajuda da família, amigos e simpatizantes pela causa são vistas de forma diferente, não mais como incapazes, mais dotados de toda boa vontade de superar seus obstáculospessoais. O indivíduo passa ater mais autonomia, mais liberdade, menos interferência de outras pessoas e a acessibilidade crescente. 
“A acessibilidade, portanto, é direito que permite a efetivação de outros direitos, prevendo, para cada superação de obstáculo, medidas para implementação da inclusão da pessoa com deficiência. Visa, em linhas gerais, a construção de uma sociedade inclusiva, de uso para todos, em igualdade. É o que se retira do art. 53 do Estatuto: “A acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social” A Constituição Federal de 1988 tratou a acessibilidade em dois dispositivos, o art. 227, § 2º e o art. 244 (ambos tratando da adaptação de logradouros, prédios e transporte público). [Pag. 75-76]
O direito de autonomia e independência alavancada com a Lei 13.143/2015 trouxe junto a acessibilidade, ou seja, é o acesso a prédios adaptados, a cinemas, a restaurantes, a ônibus, carros adaptados, áreas de lazer púbica e provada, acesso a bancos, a órgão públicos, a participar de atividades físicas, e quem sabe futuramente competições esportivas oficiais. 
4 A AUTONOMIA COMO ELEMENTO ESSENCIAL PARA A EFETIVAÇÃO DA 
VIDA DIGNA
“É de se concluir que a autonomia da pessoa com deficiência decorre da acessibilidade (agir e viver cotidianamente de maneira segura e plena) e da capacidade civil (possibilidade de decidir sobre seu destino). Sem a conjugação destes importantes elementos, não há vida digna, pois não há independência, liberdade e igualdade. A autonomia, portanto, é a chave para a efetivação da dignidade da pessoa humana. ” [Pág. 76]
União perfeita para sacramentar a dignidade humana do deficiente físico: acessibilidade e capacidade civil. O que o Estado quis com a implementação da Lei? O próprio estado esta respeitando a lei? Está havendo fiscalização de órgão públicos, da sociedade, dos próprios usuários do direito legal???? São perguntas que nos trazem pela duvida de saber se de fato a acessibilidade está sendo desenvolvida a favor do beneficiário, e preciso saber se sua capacidade civil está sendo ouvida e atendida nos casos de necessidade pelo órgão competente. 
“Destarte, para a Convenção, a dignidade, a autonomia, a liberdade, a independência e a acessibilidade (alínea “f” do mesmo dispositivo) são princípios norteadores para a inclusão da pessoa com deficiência. Reconhecer que a pessoa com deficiência pode gerar sua vida sem interferência certamente lhe garante dignidade. A ideia de deficiência conectada à incapacidade não pode mais ser admitida (não como regra). ” [Pág. 77]
Muitos membros da sociedade ainda creditam que o deficiente é um coitadinho, um digno de piedade, e que precisa constantemente de alguém para guia-lo, orienta-lo, que é desprovido de vontades, de pensamentos, de ideias, de inteligência, ao qual não podem sozinhas fazer suas próprias decisões. Ora, quanta ignorância. O que deixa claro, que pessoas que pensam assim sobre o deficiente seja tão somente, controlar sua vida, sias decisões, subjugá-lo, e manápulas seus movimentos e ações, e fazê-lo acreditar que ele é incapaz de ter sua vida na sua mão, além de prova-lo dos seus direitos fundamentais. Infelizmente, essa é ainda a realidade de muitos por esse mundo a fora. 
“Além de todo o exposto, é importante relembrar que é dever do Estado, da sociedade e da família a efetivação dos direitos das pessoas com deficiência, dentre eles o respeito à sua autonomia. ” [Pág. 78]
São interesses comuns, são deveres comuns, porém, ainda esbaram em entraves sociais. A autonomia do deficiente ainda é violada e desrespeitada. 
“Destarte, não cabe à sociedade questionar a autonomia da pessoa com deficiência, mas sim viabilizar mecanismos que possibilitam a efetivação de seus direitos. A dignidade da pessoa com deficiência passa necessariamente pela possibilidade de decidir, de forma racional, sobre seus caminhos. Qualquer interferência nesse sentido deve ser considerada ilegítima, ilegal e também inconstitucional. ” [Pág. 79] 
Em suma, direitos e deveres legais devem ser respeitados, amparados na sua necessidade e plenitude, e não apedrejados por pessoas que não desejam sua implementação, ou porque se julgam melhores do que qualquer pessoa na sociedade. Não é justo haver uma diferenciação só porque não concordam ou não aceita as pessoas na sua diferença. Afinal, quem seria o deficiente na história? O deficiente de fato, ou o preconceituoso ignorante. 
CONCLUSÃO
Ao longo da humanidade se luta por direitos e deveres simples e básicos ligados a ampla liberdade em todos os sentidos são violados a qualquer custo por interesses de poder, domínio, controle, ditadura, escravidão física e psicológica, subjugação, e a satisfação de dificultar a vida de algumas pessoas. Infelizmente, existiram, existem e existirão pessoas que irão dificultar ao máximo as conquistas dos direitos e garantias fundamentais, da dignidade da pessoa humana, da igualdade, e da autonomia. 
A conquista legal e social ao deficiente que chegou até os dias atuais trilhou caminhos difíceis e contestáveis, mais diante do cenário na Antiguidade Clássica e principalmente no período da Idade das Trevas o deficiente não era bem visto pela igreja católica – Estado – que controlava e ditava as regras, tratando-os como seres amaldiçoados pela ira de Deus, e com isso implantou o ódio na sociedade da época para despreza-los, maltrata-los e bani-los do convívio sócia e familiar. 
Essa ideologia implantada pela igreja percorreu séculos da humanidade, e, as pessoas caíram no mecanismo de da ignorância e do preconceito. Observemos que, as mudanças de atitude e pensamentos social e familiar começou a ganhar forma positiva nos Pós Guerras Mundiais. Nessa época o deficiente era aquele cara sadio, viçoso, perfeito que saiu para lutar pela sua Pátria, pelo seu povo, sobreviveu, mais voltou deficiente. Como poderiam desprezá-lo depois do esforço patriótico acometido. Mais como lhe dar com essa nova realidade? Começaram as cobranças desses sobreviventes e de seus familiares por um tratamento igualitário, afinal, não tinham morrido, e nem estavam desprovidos de sua capacidade civil de decisão. Como o Estado iria lhe dar com isso? Muitos vinham destroçados fisicamente e mentalmente pela barbárie enfrentada. 
Começa a luta dos deficientes e adeptos pela sua dignidade, direitos que lhe foram negados. Eis que após 1945 começam a trilhar uns caminhos que seria longo, penoso, difícil, mais que iriam conquistar a tão almejada autonomia, capacidade civil, e dignidade humana. Saímos de um modelo medico extremamente retrógrado inferiorizando o deficiente em todas a suas esferas vitais, e passamos a entender que o modelo social seria o resgate a vida dessas pessoas ao convívio social, a sua aceitação e a igualdade que tanto a nossa Constituição Federal, bem como os Tratados de Direitos Humanos tanto apregoam e exigem atualmente.
Assim, não há o que questionar quanto a esses direitos, e sim, unir forças para fiscalizar e exigir que ela seja cumprida sobre a quem de direito e punir aos contrários a ela. O Estado a partir do momento que ratificou tais Tratados não pode mais ser omisso, e a sociedade tem que passar a ser menos julgadora e mais abraçadora da causa, ou então, não haverá dignidade e nem democracia. 
REFERÊNCIA
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WEYNE, Bruno Cunha. O princípio da dignidade humana: reflexões partir da filosofia de Kant. São Paulo: Editora Saraiva, 2013.

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