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Medula ossea

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FACULDADE DE CIÊNCIAS E SAÚDE 
 CURSO DE ANÁLISES CLÍNICAS E LABORATÓRIAIS 
 2° ano laboral- HEMATOLOGIA CLÍNICA 
 Nome de estudante: Letícia Renato Andremane Nr° 705160428
 Morfologia e componentes da medula óssea 
 Medula óssea
A medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso rico em nutrientes localizado principalmente no interior de ossos é constituída por uma delicada rede de sinusóides, ditos primários e coletores, que se localizam entre duas trabéculas ósseas , pela qual penetra uma artéria nutritiva e uma veia. A artéria divide-se em capilares que vão desaguar nos sinusóides poligonais primários e que fluem para os sinusóides coletores, que por sua vez desembocam na veia coletora. O espaço entre os sinusóides é ocupado por células adiposas, que perfazem de um a dois terços do espaço medular em condições normais. Os sinusóides são cobertos por células endoteliais, algumas das quais contém ferro identificado pela reação do azul da Prússia.
Células reticulares dispõem-se na superfície das células adiposas, margeando os sinusóides. A partir destas células reticulares são encontradas as células hematopoiéticas, numa disposição de cachos. Junto às células dos sinusoides são encontradas as células plasmáticas. Já os mastócitos são encontrados junto às estruturas vasculares. Este sistema apresenta modificações em sua microvasculatura na dependência de uma maior ou menor atividade hematopoiética. Existem dois tipos de medula óssea: medula óssea vermelha e medula óssea amarela. A medula óssea amarela possui uma quantidade muito maior de células de gordura que a medula vermelha. Ambos os tipos de medula óssea contêm vasos sanguíneos. A medula óssea vermelha é responsável pela produção das células do sangue, enquanto que a medula óssea amarela é formada apenas por gordura e não produz células sanguíneas. (Oliveira 1990 p37)
Medula óssea vermelha 
A medula óssea vermelha está presente nos fetos, em quase todos seus ossos, e essa quantidade de hemocitoblastos vai diminuindo conforme aumenta a idade do indivíduo, sendo substituída por células adiposas e modificando a cor da medula, de vermelha para amarela e já não produz mais sangue, servindo como depósito de gordura. A produção de sangue se concentra na extremidade dos ossos. medula óssea vermelha é constituída pelo tecido hematopoético. Ela é rica em células-tronco medulares, capazes de formar tipos celulares sanguíneos distintos: hemácias, plaquetas, e leucócitos. Estes componentes do sangue são renovados continuamente e a medula óssea é que se encarrega desta renovação. Trata-se portanto de um tecido de grande atividade. Também é constituída por uma população de células fixas presas as fibras reticulares que são: células reticulares , os macrófagos fixos, rede de sinusoides, e por uma população de células livres que são as células precursoras dos ele mentos figurados do sangue. A medula óssea vermelha é constituída por células reticulares, associadas a fibras reticulares de colágeno tipo III. Essas células e fibras organizam-se em uma rede, percorrida por numerosos capilares sinusóides, que vão se originar dos capilares do endósteo (fina camada de tecido conjuntivo frouxo que reveste a superfície do tecido ósseo), e terminam em um amplo vaso central, da qual o sangue desemboca na circulação sistêmica venosa através das veias emissárias (veias que fazem anastomose entre os seios da dura-máter e as veias extra craniana). (Kazenbraum,2008)
Artérias são encontradas na medula, especialmente na região cortical, rente ao endósteo. A inervação da medula equivale basicamente em fibras nervosas mielínicas (são as que apresentam envoltório com as células de Schwann e bainha mielína) e amielínicas (apresentam apenas envoltório com as células de Schwann sem a presença da bainha de mielína) existentes na parede das artérias. Algumas fibras amielínicas terminam em regiões de hemocitopoese (processo contínuo de produção do sangue e também regulador), e alguns neurotransmissores (p. ex., substância P) contribuem para a regulação deste processo. O endotélio dos capilares e as células reticulares são fontes de citosinas hemocitopoiéticas. A hemocitopoiese ocorre nos espaços entre capilares e células reticulares, sendo regulada por citocinas estimulatórias e inibitórias, contatos intercelulares e proteínas da matriz extracelular existentes neste estroma. (Junqueira e Carneiro,2013 p 238)
Células adiposas ocupam aproximadamente 50% da medula óssea vermelha no indivíduo adulto. O aumento do tecido adiposo se continua gradualmente com o envelhecimento. Diferentemente de outros adipócitos do organismo, essas células são relativamente resistentes à lipólise (processo onde há a degradação dos lipídios em ácidos graxos e glicerol) promovida pelo jejum prolongado. A matriz extracelular, além de colágeno tipos I e III, contém fibronectina (fator natural de aderência celular), laminina (importante no crescimento embrionário), tenascina (glicoproteína adesiva), trombospondina (agregação de plaquetas), vitronectina (promove adesão celular, ajuda na migração, proliferação e na diferenciação de diferentes tipos de linhagens celulares), glicosaminoglicanos e proteoglicanos. Muitas dessas moléculas e outras com afinidade à hemonectina, interagem com receptores celulares mantendo as células fixas temporariamente e interferindo de modo positivo ou negativo em suas funções de diferentes citocinas. Essas interações formam algumas micro-regiões especializadas que podem auxiliar no desenvolvimento de linhagens sanguíneas específicas, favorecendo a sobrevivência de células tronco ou a quiescência (um estado de repouso) celular.( Mds,2013)
A liberação de células maduras da medula para o sangue irá ocorrer através de migração pelo  endotélio, perto das junções intercelulares. Em geral, o desenvolvimento e maturação envolve a perda de receptores de adesão célula-célula e célula-matriz, assim podem ser controladas por fatores de liberação (moléculas produzidas em resposta às necessidades do organismo). Além de produzir as células do sangue, a medula óssea também armazena ferro sob a forma de ferritina e de hemossiderina, essencialmente no citoplasma dos macrófagos. A ferritina é constituída pelo ferro ligado a uma proteína, denominada apoferritina. A hemossiderina é um complexo heterogêneo que contém ferro, apoferritina e outras proteínas, glicídios, lipídios e outras moléculas. Outra função da medula óssea vermelha é a destruição de eritrócitos envelhecidos. (Mds,2018)
Medula óssea amarela 
Medula óssea amarela é constituída pelas mesmas células fixas, porém, as células livres são substituídas por células adiposas. Na criança toda a medula óssea é vermelha. No adulto apenas a crista ilíaca , costelas, vértebras e esterno possuem medula vermelha, portanto, produtores de elementos figurados do sangue . Nos outros ossos só há medula amarela, e portanto, em condições normais, são incapazes de produzir sangue. Quando há uma necessidade maior, como no caso de anemias ou em hemorragias muito intensas, a medula amarela é capaz de se converter em medula vermelha e passar a produzir glóbulos sanguíneos. No entanto, há casos em que tal comportamento da medula é insuficiente para promover seu bom funcionamento, sendo necessário que a pessoa receba um transplante de medula óssea. (Kumar,2013)
Células Tronco 
A medula óssea funciona como uma “fábrica” que produz todas as células encontradas na medula e na corrente sanguínea. Esta fábrica depende da função das células tronco pluripotentes. A medula óssea possui dois tipos de células tronco, mesenquimal e hematopoética. Este processo de desenvolvimento de células sanguíneas diferentes a partir destas células-tronco pluripotentes é conhecido como hematopoese. Células hematopoéticas pluripotentes podem formarqualquer tipo de célula do sistema sanguíneo. Sob a influência fatores tissulares e hormonais, estas células se desenvolvem em linhagens de células sanguíneas específicas. Quando estas células se diferenciam ou maturam, estas se tornam células que podemos reconhecer na corrente sanguínea. 
Mesenquimal-é o tecido embrionário a partir do qual tecido conectivo, vasos sanguíneos e vasos linfáticos são formados.
Hematopoese- é a formação e desenvolvimento de células sanguíneas na medula óssea. Estas incluem os eritrócitos ou hemácias (glóbulos vermelhos). As hemácias são responsáveis pelo transporte de oxigênio a partir dos pulmões para todas as partes do corpo. Os leucócitos (glóbulos brancos) incluem os linfócitos, a base do sistema imunológico, e células mieloides que incluem os neutrófilos, monócitos, eosinófilos, e basófilos. Os leucócitos combatem infeções atacando e destruindo bactérias ou vírus e estão envolvidos em uma variedade de processos imunológicos. Plaquetas são fragmentos do citoplasma de magacariócitos, um outro tipo de célula da medula óssea.(Junqueira e Carneiro 2013 p233)
A maior parte das hemácias, plaquetas e a maioria dos leucócitos são formadas na medula vermelha, enquanto somente algumas poucas destas são formadas na medula amarela. Todas as pessoas precisam de um ciclo de produção contínuo de células sanguíneas a partir da medula óssea durante a vida, já que cada célula sanguínea possui uma expectativa de vida estabelecida. A medula óssea saudável produz o número de células que nosso corpo necessita. A produção de hemácias aumenta quando o corpo necessita de oxigênio adicional, as plaquetas aumentam quando ocorre hemorragia e os leucócitos aumentam quando existe infeção. (Kumar,2013)
No feto, a hematopoiese começa durante o primeiro trimestre em ilhotas hematopoiéticas encontradas no saco vitelino, e continua após o segundo trimestre no fígado e em seguida, no baço. Durante o sétimo mês de vida intra uterina, a medula óssea se torna o sítio primário de hematopoiese, onde permanece durante a vida adulta. No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha e, consequentemente é eficaz na produção de células do sangue. Com o avançar da idade, grande parte da medula óssea transforma-se na pluralidade da medula amarela, sendo a medula vermelha no adulto observada apenas em alguns ossos, como por exemplo no esterno, nas vértebras, costelas e nos ossos do crânio; no adulto jovem, é encontrada nas epífises proximais do fêmur e do úmero. (Kierzenbram,2008 p33)
A medula óssea é uma fonte de células-tronco para outros tecidos, onde podem produzir diversos tecidos, e não apenas células sanguíneas. Possuindo um grande potencial de diferenciação, essas células tornam viável a produção de células especializadas que não são rejeitadas pelo organismo, uma vez que se originam da medula da própria pessoa. Depois de coletadas da medula óssea e isoladas por meio de marcadores especificos, as células-tronco são cultivadas em meio que dirige a diferenciação para que possa originar as células especializadas que se ansia transplantar. Desse modo, podem ser então utilizadas para substituir as células de que o paciente carece. Nesse caso, o doador e o receptor são a mesma pessoa, e existe total histocompatibilidade, o que reduz exponencialmente a possibilidade de rejeição. (Kumar,2013)
Todos esses estudos ainda estão em desenvolvimento, porém os resultados parecem promissores. Os benefícios têm sido atribuídos a dois mecanismos de ação, porém ainda não estão totalmente esclarecidos, o efeito parácrino de fatores secretados pelas células-tronco e diferenciação das células-tronco in situ para reposição do tecido lesionado, necessitando assim resultados mais precisos.
A medula óssea consiste em:
· (1) células-tronco hematopoiéticas, células multipotentes capazes de auto renovação;
· (2) células precursoras comprometidas (célula-tronco mielóide e célula-tronco Iinfóide);
· (3) células em maturação.
As células-tronco hematopoiéticas possuem a capacidade de auto renovação, e produzem duas células precursoras comprometidas: a célula-tronco mielóide e a célula-tronco linfóide, que se desenvolvem em suas progenies celulares diferentes. A auto renovação é uma propriedade essencial das células-tronco, fornecem progenitores mielóides comuns e progenitores Iinfóides comuns para a via de diferenciação ou maturação. (Junqueira e Carneiro 2013 p 238)
As células-tronco hematopoiéticas são difíceis de identificar, principalmente porque elas representam aproximadamente 0,05% do total de células hematopoiéticas (cerca de 106 a 107 células-tronco). Em transplante de medula óssea, são necessários apenas 5% de células-tronco normais para repovoar a medula óssea inteira. Assim, não podem ser identificadas por sua morfologia, mas podem ser reconhecidas por marcadores específicos de superfície celular (c-kit e Thy-l).
As células-tronco mielóides e linfóides são células multipotentes (que diferenciam-se em apenas alguns tecidos), são comprometidas com a formação de células sanguíneas e dos órgãos linfóides. As células em maturação se desenvolvem a partir de células chamadas Unidades Formadoras de Colônias (UFCs). A célula-tronco mielóide produz as UFCs responsáveis pela regeneração dos eritrócitos (UFCs eritróides), plaquetas (UFCs megacariocíticas), basófilos (UFCs basófilas) e eosinófilos (UFCs eosinofílicas). Os monócitos e neutrófilos derivam de uma célula progenitora comprometida em comum (UFCs de granulócito-macrófago). A célula-tronco linfóide gera a progênies de células B na medula óssea e as progênies de células T no timo.(Kumar,2013)
Referências bibliográficas 
https://www.mds-foundation.org
OLIVEIRA, Halley Pacheco. Hematologia clínica. 3ª ed. São Paulo: Atheneu,1990 p37-39
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013 p233-238
KIERZENBAUM, Abraham L. Histologia e Biologia Celular: uma introdução à patologia. Revisão científica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
KUMAR, Vinay. et al. Robbins Patologia Básica. 9° ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

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