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A SAÚDE MENTAL E OS PRINCIPAIS MOTIVOS DE AFASTAMENTO DO SERVIDOR PÚBLICO BRASILEIRO 1 Rosângela Barros Silva 2 Helen Paola Vieira Bueno 3 RESUMO Considerando que no serviço público existe a necessidade de investimentos na saúde dos colaboradores, com a finalidade de promoção da Qualidade de Vida no Trabalho, diminuição da incidência de doenças ocupacionais e redução do absenteísmo em razão de licenças médicas, a presente pesquisa teve o objetivo de relatar os principais motivos de afastamento do trabalho por questões relacionadas à saúde mental no serviço público brasileiro. Este estudo qualitativo foi realizado por meio da revisão bibliográfica e documental a respeito da prevalência de afastamentos por diagnósticos de doença mental no serviço público. Foram selecionados 61 documentos para análise: 22 artigos publicados na base de dados SCIELO, 24 livros e outras publicações científicas, 15 documentos públicos e legislação. Os documentos pesquisados apresentam inicialmente o entendimento sobre o que representa o trabalho para o indivíduo. Em seguida expõem-se os conceitos relativos à saúde mental no trabalho. Por fim, apresentam-se os dados a respeito de quais patologias mentais são mais prevalentes na composição dos índices de absenteísmo no serviço público. Verificou-se que essa forma de absenteísmo tem se tornado prevalente, constituindo um problema que tende a se tornar grave, principalmente por ser ainda pouco discutido na administração federal, embora o governo federal, nos últimos anos, tenha dado passos importantes para criação de uma política de saúde pública efetiva para esse grupo de trabalhadores, com a criação dos Sistemas de Informação em Saúde do Servidor. PALAVRAS-CHAVE: 1. Saúde Mental. 2. Saúde Mental e Trabalho. 3. Absenteísmo-doença. INTRODUÇÃO A saúde e a doença são processos ligados ao desenvolvimento produtivo da humanidade, e, principalmente aos espaços de trabalho, estes que, em muitos casos, podem 1 Trabalho de conclusão do curso de pós-graduação lato sensu à distância em Saúde Mental pela UCDB/Portal Educação 2 Psicóloga pelo Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Servidora Pública Federal. Pós-graduanda em Saúde Mental pela UCDB/Portal Educação. E-mail: ros.barros@gmail.com 3 Graduação e Mestrado em Psicologia; Doutoranda em Psicologia (2013-2016-UCDB/MS); Professora do Ensino Superior. Integrante do Laboratório de Saúde Mental e Qualidade de Vida no Trabalho do CNPQ. Orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação latu sensu da UCDB. E-mail: helen_psi@hotmail.com mailto:ros.barros@gmail.com mailto:helen_psi@hotmail.com 2 vir a contribuir com formas específicas de adoecimentos que demandam os possíveis afastamentos dos trabalhadores. De acordo com Tittoni e Nardi (2008), a situação de um adoecimento de um trabalhador não pode ser tomada isoladamente, pois o adoecimento coloca em questão as práticas cotidianas e os projetos de vida dos trabalhadores e também das organizações. Dessa forma, a relação “saúde x espaços de trabalho” carece de maior atenção e estudo objetivando a criação de políticas de prevenção, de melhores condições de saúde e de qualidade de vida, além de melhorar a qualificação e a intervenção profissional de equipes técnicas de saúde no Serviço Público. JUSTIFICATIVA No serviço público, espaço público de trabalho, dentre as modalidades de licenças previstas para afastamentos, a licença médica para tratamento de saúde acaba sendo recorrente e é inconteste o elevado índice de afastamento do trabalho por motivos de doença mental e comportamental no serviço público, estudos recentes demonstram esta realidade. Para Ferreira (2014), no serviço público o problema de fundo também consiste na ausência de dados estatísticos gerais sobre do que adoece e do que morre os servidores e servidoras, pois muitos são os agravos, principalmente, sobre os problemas relacionados a transtornos mentais e comportamentais. OBJETIVO Identificar a prevalência de afastamentos do trabalho por problemas de saúde mental no serviço público, através de pesquisa bibliográfica visando o estudo das principais causas de afastamento das atividades laborais por licenças médicas de servidores públicos. MÉTODO Este estudo qualitativo foi realizado por meio da revisão bibliográfica e documental, em português, do período de 2011 a 2015, a respeito da prevalência de afastamentos por diagnósticos de doença mental no serviço público. Para inclusão foram selecionados 61 documentos para análise: 22 artigos publicados na base de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), 24 livros e outras publicações científicas, em português, 15 documentos públicos e legislação. A análise foi realizada entre janeiro e abril do ano de 3 2015, período em que as obras foram consultadas na íntegra para fichamento dos conteúdos específicos para composição da revisão bibliográfica. Foram excluídos sistematicamente todos os documentos que não preencheram os critérios de inclusão: textos de jornais e revistas de grande circulação, fontes de internet de sítios não científicos, etc. Os documentos pesquisados apresentam inicialmente o entendimento sobre o que representa o trabalho para o indivíduo. Em seguida expõem-se os conceitos relativos à saúde mental no trabalho. Por fim, apresentam-se os dados a respeito de quais patologias mentais são mais prevalentes na composição dos índices de absenteísmo no serviço público e que ações o governo federal tem empreendido para seu enfrentamento. REVISÃO DE LITERATURA 1. O TRABALHO O trabalho é considerado peça central na construção da identidade e da vida psíquica do indivíduo e com isso pode ser um gerador de saúde ou de doença. A centralidade do trabalho é percebida na construção da identidade, na realização de si mesmo e na saúde mental ou somática. O termo “Trabalho” deriva do latim Tripalium, que era um instrumento de três pontas de ferro utilizado, na Antiguidade, para a ceifa de cereais. Com o decorrer do tempo o termo Tripalium passou para a história como instrumento de tortura e assim foi associado a sofrimento. Hoje, Trabalho tem duplo significado e representa prazer e sofrimento para a humanidade (BARROS, 2012). Christophe Dejours, médico do trabalho, psiquiatra e psicanalista francês é um pesquisador contemporâneo que, além de afirmar a centralidade do trabalho nas sociedades ocidentais atuais, reconhece a importância das relações psíquicas e a influência da dimensão do trabalho na construção da identidade dos indivíduos (DEJOURS, 1992). Mendes e Ferreira (2002) realçam o significado do trabalho na vida do homem, como espaço de realização pessoal e de formação de identidade. Apontam-no, também, como fator de risco à saúde física e psíquica do trabalhador quando estas vivências positivas não são concretizadas. A esse conceito, acrescenta-se a afirmação de Dejours de que o prazer do trabalhador resulta da descarga de energia psíquica que a tarefa proporciona. Portanto, 4 trabalho tem um duplo significado: prazer e sofrimento. Algumas pessoas percebem o trabalho como sofrimento e outras pessoas o percebem como prazer, variando apenas a predominância de um dos dois significados, pois prazer e sofrimento, em algum grau, sempre existirão (MENDES, 1994). Embora existam críticas, é quase unânime a visão de que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. As condições sociais em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e envelhecem recebem, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a denominação de Determinantes Sociais da Saúde. Portanto, o trabalho influencia a saúde de forma significativa. Esses determinantes incluem as experiênciasdo indivíduo em seus primeiros anos de vida, educação, situação econômica, emprego e trabalho decente, habitação e meio ambiente, além de sistemas eficientes para a prevenção e o tratamento de doenças. Estamos convencidos de que as intervenções sobre esses determinantes — para os grupos vulneráveis e a população como um todo — são essenciais para que as sociedades sejam inclusivas, equitativas, economicamente produtivas e saudáveis. Considerar a saúde e o bem-estar como um dos aspectos principais do que constitui uma sociedade bem- sucedida, inclusiva e justa no século 21 é coerente com o nosso compromisso em relação aos direitos humanos no âmbito nacional e internacional (OMS, 2011, p. 01). 1.1 Trabalho e Saúde De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS (2001, cap.1, pág.2) , “a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”. Saúde Mental é definida, também pela OMS, como sendo “o estado de bem-estar” no qual o indivíduo realiza as suas capacidades, pode fazer face ao estresse normal da vida, trabalhar de forma produtiva e frutífera e contribuir para a comunidade em que se insere (OMS, 2001, cap.1). Dejours critica esse conceito argumentando que a saúde, então, seria algo inatingível, posto que a normalidade é um estado em que as doenças estão estáveis sim, mas devido à ação de estratégias defensivas (LUNARDI, 1999). O conceito de Saúde Mental leva em consideração o homem integral, em seu contexto biopsicossocial. Desta forma, pode-se definir a Saúde Mental como um estado de equilíbrio dinâmico resultante da interação do indivíduo com seu meio interno e externo, orgânico e psíquico e antecedentes pessoais e a genética. Neste contexto, surgem novas 5 conclusões a respeito da saúde mental (TONINI; KANTORSKI, 2007): 1. Saúde mental é tão importante quanto a saúde física para o bem-estar do indivíduo e dos que convivem ao seu redor; 2. Saúde mental e saúde física estão estreitamente interligadas e se influenciam mutuamente e; 3. Muitas doenças físicas e transtornos mentais e comportamentais resultam de uma complexa interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. A saúde mental é tão importante quanto a saúde física para o bem-estar dos indivíduos, das famílias, das sociedades e das comunidades; que a saúde mental e a saúde física são dois elementos da vida estreitamente entrelaçados e profundamente interdependentes; que como muitas doenças físicas, os transtornos mentais e comportamentais resultam de uma complexa interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais (TONINI; KANTORSKI, 2007, p. 126-32). 2. SAÚDE MENTAL E TRABALHO Estudos evidenciam que o trabalho pode gerar saúde ou doença, ser fonte de prazer ou sofrimento e atingir a saúde mental ou física de um indivíduo. A problemática saúde e trabalho passou por uma evolução histórica e observa-se, ao longo do tempo, o desenvolvimento de três modelos principais para a sua organização clínico-epidemiológica: Medicina do Trabalho, Saúde Ocupacional e Saúde do Trabalhador (MENDES e DIAS, 1991; MENDONÇA, 2013). Bernardino Ramazzini, considerado o pai da Medicina do Trabalho, em 1700, já havia publicado o primeiro livro sobre doenças ocupacionais, onde descrevia com riqueza de detalhes várias doenças atribuídas a questões laborais e registrou o sofrimento biopsicossocial dos trabalhadores daquela época (RAMAZZINI, 2000). No seu clássico livro De Morbis Artificum Diatriba (As Doenças dos Trabalhadores), Ramazzini mostrou que o trabalho agride o cérebro, seja pelo uso de substâncias químicas, seja pela organização inadequada. Suas contribuições se estendem à introdução da prática do histórico ou anamnese ocupacional à prática clínica individual, bem como, à análise coletiva ou epidemiológica segundo ocupação ou profissão (cerca de 54), se destacando também no campo da Epidemiologia. (RAMAZZINI, 1999, p. 21) Ramazzini apontou o sofrimento mental dos escriturários e tipógrafos como uma das explicações para a ocorrência de lesões osteomusculares nessas categorias profissionais. Por isso, a obra de Ramazzini, dada a sua completude e atualidade, deu início à sistematização do campo de estudos e práticas em Saúde do Trabalhador, portanto, podem ser consideradas 6 as bases da Medicina do Trabalho, da Saúde Ocupacional e também da Saúde Mental Ocupacional (JACQUES, 2007). Mas somente dois séculos depois, os trabalhadores começaram a ter algumas conquistas sociais na luta pela melhoria das condições de trabalho. Dejours (1992) pontua três grandes períodos históricos como parâmetros gerais para contextualizar o processo de mudanças que deu origem ao estudo da Psicodinâmica do Trabalho (FRANCO, 2004). Os três períodos descritos por ele são: 1. O século XIX, após a revolução industrial capitalista, caracterizado pelo crescimento da produção, o êxodo rural e a concentração de novos centros urbanos, falta de higiene, esgotamento físico, subalimentação, etc., deu novo impulso à Medicina do Trabalho, dado que os trabalhadores eram submetidos à alta exploração da força de trabalho feito “objetos-máquina” e foram descobertos muitos problemas de saúde relacionados com o trabalho que eram chamados Problemas de Higiene Ocupacional (MENDES e DIAS, 1991; MENDONÇA, 2013). 2. O período da I Guerra Mundial até 1968, marcado por movimentos operários de bases mais sólidas, força política e reivindicações específicas de proteção à saúde, principalmente, do corpo e ainda as manifestações de repúdio à alienação física e mental imposta pelas organizações tayloristas e fordistas que predominavam no mundo industrial. O modelo taylorista-fordista implantado em larga escala acabou dando visibilidade aos efeitos do trabalho sobre o psiquismo dos trabalhadores (JACQUES, 2007). Após a I Guerra, a partir dos movimentos e reivindicações trabalhistas e ainda devido aos interesses econômicos de empresários e de seguradoras, desenvolveu-se a Saúde Ocupacional, que tem como objetivos a manutenção do bem estar mental e social dos trabalhadores (MENDONÇA, 2013; NOGUEIRA, 1984). 3. O período após 1968 que foi caracterizado pelo esgotamento do padrão taylorista-fordista e pelas tentativas de reestruturação de tarefas e uma nova organização do trabalho que propiciaram um novo debate a respeito dos objetivos do trabalho, a relação homem-tarefa, as crescentes cargas intelectuais e psicossensoriais exigidas. As reformas sanitárias, trabalhistas, e sociais, impulsionaram o resgate dos sentidos e significados humanos da existência. Surge então a Saúde do Trabalhador que nasce, portanto, buscando valorizar e facilitar a socialização das informações e a participação do trabalhador no processo de trabalho como sujeito ativo na construção de sua própria história e na apropriação da dimensão humana e social de seu potencial produtivo (FERNANDES, 2003; BUSS e FILHO, 2007; MENDONÇA, 2013). 7 Ao longo desses três períodos, evidencia-se uma ampliação da problemática “saúde e trabalho”, sendo que o foco, cada vez mais, foi sendo dirigido para a dimensão psíquica e a saúde mental do trabalhador e os problemas relacionados a essa dimensão eram observados com mais atenção. É notável o quanto as condições de trabalho têm melhorado nos últimos anos e grandes transformações estão acontecendo nos contextos laborais. Os cuidados relacionados à limpeza, salubridade e riscos de acidentes podem ser facilmente observados. Entretanto, observam-se atualmente novas formas de adoecimento, vinculadas ao funcionamento psíquico dos trabalhadores, que se constituem um novo e complexo desafio para a área de Saúde do Trabalhador. Para Camargo (2008, s/p) o campo Saúde Mental e Trabalho é “o estudo da dinâmica, da organização e dos processos de trabalho, visando à promoção de Saúde Mental do trabalhador,por meio de ações diagnósticas, preventivas e terapêuticas eficazes”. 2.1. Saúde mental e afastamentos do trabalho Segundo Camargo, Caetano e Guimarães (2007), o conhecimento acumulado pela área da Saúde Mental e Trabalho tem sido utilizado também como base para a elaboração diagnóstica, do nexo causal e o do grau de incapacidade laborativa provocado pelos transtornos mentais e de comportamento relacionados ao trabalho dentro do que preceitua o Decreto n° 3048/99 de 12/05/1999, n° 89 – do Ministério da Previdência e Assistência Social, sobre a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho. A Classificação Internacional de Doenças - versão 10 (CID-10) é a classificação oficial adotada pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério da Previdência Social para a classificação de doenças. De acordo com o CID-10, os Transtornos Mentais e de Comportamento correspondem ao capítulo V, letra “F” e seguem a seguinte classificação (Quadro 1): F00 - F09 Transtornos Mentais Orgânicos F10 - F19 Transtornos Mentais e de Comportamento Decorrentes do Uso de Substâncias Psicoativas F20 – F29 Esquizofrenia, Transtornos Delirantes, Outros F30 – F39 Transtornos do Humor F40 – F48 Transtornos Mentais Neuróticos, Relacionados ao Estresse e Somatoformes F50 – F59 Síndromes Comportamentais Associadas a Transtornos Fisiológicos e Fatores Físicos F60 – F69 Transtornos de Personalidade 8 F70 – F79 Retardo Mental Quadro 1: CID-10 Transtornos Mentais e de Comportamento Fonte: DATASUS, 1998. A Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho utiliza a CID-10 a para subsidiar a classificação diagnóstica. Para efeitos diagnósticos, a Psiquiatria Ocupacional considera ainda os Fatores Influenciando o Estado de Saúde e Contato com Serviços de Saúde, contidos no Capítulo “Z” da CID-10 (Quadro 2), devido aos mesmos terem fundamentado a construção do “Protocolo de Investigação do Nexo Causal dos Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho. Dentre tais fatores, destacam-se os: Z61 relacionados aos principais eventos da infância Z59 habitação e condições econômicas Z63 circunstâncias familiares Z60 ambiente social Quadro 2: CID-10 Fatores Influenciando o Estado de Saúde e Contato com Serviços de Saúde Fonte: DATASUS, 1998. Embora os transtornos mentais e sintomas psicológicos sejam frequentes na população geral, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, eles costumam ser pouco identificados, referidos ou tratados e tendem a ser subestimados pelos profissionais de saúde, principalmente quando sintomas físicos estão presentes (BANDEIRA et al., 2007). Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS, atualmente, estima-se que em relação ao sofrimento psíquico, no mundo, cerca de 450 milhões de pessoas sofrem de transtornos mentais ou neurobiológicos, 70 milhões de dependência do álcool, 24 milhões de esquizofrenia, um milhão de pessoas cometem suicídio anualmente, entre 10 a 20 milhões tentam o suicídio. Ademais, a depressão situa-se em quarto lugar entre as patologias mais prevalentes (TONINI; KANTORSKI, 2007). Dados divulgados pelo Ministério da Saúde (2004) indicam que das dez doenças mais incapacitantes em todo o mundo, cinco estão relacionadas à saúde mental: depressão, transtorno afetivo bipolar, alcoolismo, esquizofrenia e transtorno obsessivo-compulsivo. Além disso, cerca de 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo consomem abusivamente substâncias psicoativas, independentemente da idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo, sendo o mesmo observado no território brasileiro. Assim, pode-se concluir que os transtornos mentais são causas frequentes de consultas médicas, internações e afastamentos do trabalho por problemas de saúde. 9 Além dos estudos de morbidade psiquiátrica na população geral com critérios da CID ou DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), estudos que tem utilizado instrumentos de triagem diagnóstica, principalmente o SRQ-20, de fácil e rápida aplicação, para estimar Transtornos Mentais Comuns (TMC) na população geral, encontraram no país uma prevalência de positividade no teste variando de 22,7 e 36% (MENDONÇA, 2013). De acordo com dados da OMS(2011), 30% dos trabalhadores ativos sofrem de Transtornos Mentais Comuns – TMC e cerca de 10% sofrem de Transtornos Mentais Graves. Tais transtornos são responsáveis por cerca de um terço dos dias de trabalho perdidos no mundo (GUIMARÃES et.al., 2006). Os Transtornos Mentais Comuns (TMC) se referem aos estados de saúde com sintomas psiquiátricos não-psicóticos, tais como sintomas de ansiedade, depressão e psicossomáticos, que não preenchem os critérios formais para diagnósticos de depressão ou ansiedade segundo as classificações do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders Fourth Edition (DSM-IV) e CID-10, porém provocam incapacidade funcional comparável ou até pior do que quadros crônicos já estabelecidos. Os pacientes que apresentam esses quadros clínicos, em geral, não procuram a assistência necessária, ou quando procuram, são subdiagnosticados podendo, desta forma, não receber o tratamento adequado e evoluir para um quadro mais grave de transtorno mental (SANTOS, 2002). A Organização Internacional do Trabalho – OIT indica que 70% das pessoas que abusam de álcool estão inseridas no mercado de trabalho. O álcool é responsável por 50% das faltas ao trabalho (OIT, 2015). O consumo de álcool e as licenças trabalhistas para tratar o alcoolismo e outras drogas cresceram 69% no Brasil, sem descartar os problemas relacionados ao uso assíduo de medicamentos e calmantes, e ainda, de drogas como cocaína, maconha, etc. Em relação ao alcoolismo e outras drogas, é importante destacar que o Ministério da Saúde preconiza ações de modo integral, articuladas às de prevenção, tratamento e reabilitação dos usuários, tratando essa questão como um problema de saúde pública (BALBINO, 2012). Em março de 2010 a Organização Internacional do Trabalho - OIT ampliou a lista de doenças ocupacionais constantes do anexo da Recomendação nº 194 sobre Doenças Ocupacionais, incluindo doenças de ordem mental e comportamental, além do estresse pós- traumático (SCHMIDT, 2010). No Brasil, o Decreto nº 3.048/99 de 06/05/1999 do Ministério da Previdência e Assistência Social trouxe um avanço no reconhecimento das relações de determinação entre transtornos mentais e condições de trabalho ao apresentar a nova Lista de Doenças 10 Profissionais e Relacionadas ao Trabalho (Quadro 3) que contém doze categorias diagnósticas de transtornos mentais a conhecer: 1. Demência, em “Outras doenças Específicas Classificadas em Outros Locais” (F02.8) 2. Delirium não sobreposto à demência (F05.0) 3. Transtorno cognitivo leve (F06.7) 4. Transtorno orgânico de personalidade (F07.0) 5. Transtorno mental orgânico ou sintomático não especificado (F09.-) 6. Alcoolismo crônico (F10.2) 7. Episódios depressivos (F32.-) 8. Transtorno de estresse pós-traumático (F43.1) 9. Síndrome de fadiga (incluída em Neurastenia) (F48.0) 10. Neurose ocupacional (incluída em Outros Transtornos Neuróticos Especificados) (F48.8) 11. Transtorno do ciclo sono-vigília (incluído em Transtornos do Ciclo Sono-Vigília não Orgânicos) (F51.2) 12. Burnout ou síndrome do esgotamento profissional (Z73.0) Quadro 3: Transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho Fonte: GLINA et.al., 2014 O estudo da relação Saúde Mental e Trabalho nos remete a pensar em questões não só de diagnóstico, mas também, das dificuldades encontradas para se estabelecer o nexo com o trabalho. Glina et.al. (2014) pontuam que não é simples estabelecer relações de determinação entre o trabalho e as doenças ou transtornos mentais. É um processo que se dá em níveis diversos, pois os transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho pode ser definidos comoaqueles determinados pelos lugares, tempo e ações do trabalho. O processo de adoecer é muito específico para cada indivíduo e envolve sua história não só laboral, mas também, de vida. Portanto, só um estudo detalhado de cada caso pode oferecer uma ampla visão para alcançar a relação do desenvolvimento e da dinâmica do adoecimento com a vida laboral (GLINA et.al., 2014). 3. SAÚDE MENTAL E ABSENTEÍSMO NO SERVIÇO PÚBLICO O conceito de absenteísmo-doença, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT, 1991, p. 5), é descrito como “período de ausência laboral (período ininterrupto de falta ao trabalho, desde o seu começo, independente da duração) que se aceita como atribuível a uma incapacidade do indivíduo, exceção para aquela derivada de gravidez normal ou prisão”. O afastamento do trabalho por doença é um fenômeno crescente e preocupante, tanto pelos custos diretos e indiretos para sociedade, quanto em função dos danos causados ao trabalhador e à sua família em razão do adoecimento (CAPELARI, 2013). 11 O serviço público tem apresentado um alto índice desta forma de absenteísmo. No Brasil ainda há pouca investigação desse tema entre os servidores públicos e os estudos ainda predominam na área de saúde e das universidades. Ainda assim, o excesso de registros de licenças médicas levou o Governo Federal, por meio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), a iniciar uma política de atenção à saúde do servidor público federal, fundamentada em informações epidemiológicas oriundas de bancos de dados abastecidos, principalmente, pela Perícia Oficial em Saúde. A atividade médico pericial consiste em avaliar, documental ou presencialmente, a necessidade de licença e a capacidade/incapacidade laborativa 4 do trabalhador (GDF, 2013). Os problemas de saúde podem surgir por inúmeros fatores intrínsecos e/ou extrínsecos aos trabalhadores, onde o ambiente e as relações de trabalho vem se destacando como fontes de adoecimento. A literatura descreve os transtornos mentais, as doenças osteomusculares e as doenças cardiocirculatórias como as principais doenças que geram afastamentos (CONSAD, 2014). No serviço público fatores como o volume ou acúmulo de atividades, problemas de relacionamento, monotonia ou até a rigidez organizacional, contribuem para o aparecimento de doenças. Na esfera pública observa-se que, com a falta de uma política organizacional definida, incertezas, dificuldades interpessoais, falta de reconhecimento, abuso de autoridade e uma ineficiente distribuição de tarefas, a organização do trabalho pode provocar desde uma simples insatisfação até o estresse e/ou desencadear uma depressão em seus colaboradores (MPU, 2011). Em seu estudo, Nogueira e Ferreira (2013) constataram que os transtornos mentais foram bastante representativos e com maior prevalência entre trabalhadores da UFRRJ, ou seja, os servidores públicos que, teoricamente, deveriam apresentar uma melhor qualidade de vida tendo em vista que o exercício profissional tem peculiaridades como a admissão através de concurso público, a estabilidade e uma jornada de trabalho diferenciada em relação aos trabalhadores da iniciativa privada. Os transtornos mentais, sejam eles graves ou comuns (menores), respondem por uma parcela considerável do absenteísmo e outras dificuldades no mundo do serviço público. 4 Capacidade Laborativa: é a condição física e mental para o exercício de atividade produtiva. É a expressão utilizada para habilitar o examinado a desempenhar as atividades inerentes ao cargo, função ou emprego. Incapacidade Laborativa: é a impossibilidade de desempenhar as atribuições laborativas para a função habitual, advindas de alterações médicas, físicas ou mentais, decorrentes de doenças ou acidentes. 12 Estudos demonstram que os transtornos mentais e comportamentais ocupam uma posição de destaque na origem dos problemas, tanto no que se refere aos afastamentos por doenças quanto em relação às aposentadorias. Diversos autores (SALA et.al., 2009; ANDRADE et.al., 2008; CUNHA; BLANK; BOING, 2009, entre outros) chamam a atenção para o fato de que entre os servidores públicos, em geral, grande número de afastamentos são ocasionados por transtornos mentais e comportamentais . Santos e Mattos (2010) encontraram o maior índice percentual de afastamentos (39,59%) para os transtornos mentais (F00-F99), seguidos dos códigos Z00 a Z99 (15,34%) e das doenças do sistema osteomuscular (9,93%). De forma fragmentada, Fakih et.al. (2012), verificaram que 78% das ausências ao trabalho pelo benefício auxílio-doença estavam associadas aos transtornos mentais e comportamentais. Cruz et.al. (2011) encontraram um percentual de 30,8% para os Transtornos Mentais do Grupo F da CID-10 seguidos das doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo. Resultados similares foram encontrados por Dimárzio (2011) e por LEÃO et.al., 2011. Capelari (2013) verificou em seu estudo que a prevalência dos transtornos mentais e comportamentais entre as causas de absenteísmo foi representativa, ficando entre os principais agravos e apresentando um índice de 22,1% do total. Em seu estudo, Garcia et.al. (2013) observaram que em Belém do Pará, no período de julho de 2011 a janeiro de 2013, os Transtornos Mentais e Comportamentais representaram 15% dos afastamentos dos servidores da Unidade SIASS/SFA/MAPA/PA, ficando atrás apenas das patologias do sistema ósteomuscular e tecido conjuntivo (23%), sendo que todos os demais grupos de doenças juntos perfaziam 61,9% do total de afastamentos. Em relação aos transtornos, no mesmo estudo foi observada a predominância de transtornos afetivos (F 30 – F39), transtornos ansiosos (F41) e reação ao estresse grave e transtornos de adaptação (F43), sobre os demais grupos. Em Alagoas, no ano de 2009, 8.249 servidores públicos estaduais foram afastados, sendo que 1.668 dos afastamentos foram por transtornos mentais e comportamentais, o que corresponde a 20,2% dos afastamentos (SILVA et al., 2009). Do total destes, foram prevalentes os transtornos de humor-afetivos (61,0%), seguidos pelos transtornos neuróticos relacionados ao estresse e somatoformes (26,4%). Também, no estado Ceará, foi encontrado um grande número de episódios de afastamentos por doenças devido a transtornos mentais entre 2008 e 2009, sendo esta a maior causa de afastamento entre os servidores da administração pública direta do Estado (MACIEL 13 et al., 2009). De acordo com este estudo, das 8.174 licenças concedidas, 2.460 enquadravam- se no capítulo F da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - Décima Revisão (CID-10), correspondendo a 30,1% do total de afastamentos por transtornos mentais e comportamentais no Ceará Baracho et al.(2013) encontraram registros de afastamentos de 2.840 servidores públicos federais do Estado do Rio Grande do Norte, no biênio 2011-2012, os quais geraram uma demanda de 8.205 afastamentos, sendo 2.019 (aproximadamente, 25%) referentes a servidores afastados pela letra M da CID10 (Doenças Osteomusculares), 1.283 (aproximadamente 16%) referentes à letra F da CID10 (Transtornos Mentais e Comportamentais), 740 (cerca de 9%) referentes à letra I da CID10 (Doenças Cardiocirculatórias) e 4.163 (50,7%) decorreram de causas “outras”. Entre os Transtornos Mentais mais frequentes encontram-se os quadros depressivos (CID10 - F32) e os distúrbios ansiosos (CID10 – F41). Alarcon (2014) constatou que a prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) nos servidores da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) foi de 18,4%, valor considerado alto por tratar-se de população ativa, de trabalhadores. Em estudo pioneiro, realizado no Distrito Federal, com objetivo de produzir dados nacionais sobre absenteísmo-doençados servidores públicos, constatou-se que em relação à CID mais freqüente (ou seja, às doenças relacionadas ao absenteísmo-doença entre os servidores públicos estaduais) e os custos desses afastamentos para os Estados, as Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo (CID M) e os Transtornos Mentais e Comportamentais (CID F) são os capítulos mais críticos, são os que mais afastam e são os que custam mais caro aos Estados. No Distrito Federal, por exemplo, foi constatada a necessidade urgente de intervenções nos Transtornos Mentais por ser este o CID que além de afastar e custar mais ao Estado, afasta os servidores por mais tempo (CONSAD, 2014). Mendonça (2013) demonstrou em seu estudo que os transtornos mentais tiveram a maior carga de incapacitação temporária para o trabalho (22%) no ano de 2010 na população estudada, superando as Doenças Osteomusculares (20%) e Lesões (18%). Em pesquisa monográfica realizada no Ministério Público Militar, ramo do Ministério Público da União em Brasília, baseada na análise de perícias psiquiátricas num período de 6 anos (2000-2006), Soledade demonstrou que dentre as causas de afastamento por licença médica havia o predomínio dos Transtornos Mentais e Comportamentais (38%), em seguida aparecem as Doenças Osteomusculares e do Tecido Conjuntivo (28%) e as lesões e envenenamentos que representam apenas 8% dos afastamentos. 14 DISCUSSÃO Com base na literatura revisada, verificou-se que é elevada a prevalência dos transtornos mentais e comportamentais nos afastamentos por motivo de saúde entre servidores públicos. Dentro desta realidade é importante destacar que, tendo em vista o impacto da saúde mental na população, os governos e instituições têm regulamentado algumas ações neste sentido, tais como (Quadro 4): Portaria nº 1.261/MPOG, de 5 de maio de 2010 – RH – MPOG Reconhece a dimensão psicossocial como imprescindível nas relações de trabalho e institui os Princípios, Diretrizes e Ações em Saúde Mental, visando orientar os órgãos e entidades da Administração Pública Federal sobre os cuidados com a saúde mental dos servidores (BRASIL, 2010); Lei nº 10.216 de 06 de abril de 2001 Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental (BRASIL, 2001); Lei n° 11.343 de 23 de agosto de 2006 Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD (BRASIL, 2006); Convenção n° 155/1981 da OIT, aprovada pelo Decreto n° 2/1992 Trata da segurança e saúde dos trabalhadores e do meio ambiente de trabalho (OIT, 1992); Convenção n° 161 - OIT, promulgada pelo Decreto n° 127/1991 Trata dos serviços de saúde do trabalho (OIT, 1991); Decreto n° 3.048 de 12 de maio de 1999, n° 89 – do MPAS Dispõe sobre a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (BRASIL, 1999); Decreto nº 6.833, de 29 de abril de 2009 Regulamenta o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor – SIASS (BRASIL, 2009); Decreto nº 6.856, de 25 de maio de 2009 Regulamenta o art. 206 - A da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990 – Regime Jurídico Único, que dispõe sobre os exames médicos periódicos de servidores (BRASIL, 1990); Decreto nº 7.003, de 09 de novembro de 2009 Regulamenta a licença para tratamento de saúde, de que tratam os artigos 202 a 205 da Lei nº 8.112 de 11 de dezembro de 1990, e dá outras providências (BRASIL, 2009). Quadro 4: Legislação sobre Saúde Mental do Trabalhador e Saúde Mental no Brasil Fonte: MPU, 2011 Observa-se ainda que, nos últimos anos, com a criação dos Sistemas de Informação em Saúde do Servidor, o governo federal tem caminhado paulatinamente para criação de uma política de saúde pública efetiva para esse grupo de trabalhadores (NOGUEIRA et. al. 2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse estudo confirmou a relevância dos problemas psiquiátricos, principalmente dos Transtornos de Humor e Transtornos de Ansiedade, no afastamento do trabalho de 15 servidores públicos e constatou que pesquisas sobre afastamentos laborais por doença em servidores públicos ainda são escassas e por isso pouco se sabe sobre o perfil de morbidade desses trabalhadores. Entretanto, o presente trabalho verificou que essa forma de absenteísmo tem se tornado prevalente, constituindo um problema que tende a se tornar grave, principalmente por ser ainda pouco discutido na administração federal e ressalta a necessidade de mais pesquisas nessa área. Identificou-se ainda que o governo federal, nos últimos anos, tem dado passos importantes para obtenção de dados e criação de uma política de saúde pública efetiva para esse grupo de trabalhadores, com a criação dos Sistemas de Informação em Saúde do Servidor. Em linhas gerais esta pesquisa alcançou o objetivo proposto, ou seja, relatar os principais motivos de afastamento do trabalho e a relação destes com questões relacionadas à saúde mental no serviço público brasileiro. REFERÊNCIAS ANDRADE, T.; SOUZA, M.; SIMÕES, M.; ANDRADE, F. Prevalência de absenteísmo entre trabalhadores do serviço público. Scientia Medica, v. 18, n. 4, p. 166–171, 2008. ALARCON, Andréia de C. R. S. 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Decreto nº 7.003, de 09 de novembro de 2009. DOU, 09/11/2009. BRASIL. Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. DOU, 23/08/2006. 16 BRASIL. Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001. DOU, 06/04/2001. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma Psiquiátrica e Política de Saúde Mental no Brasil. Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, 2005. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. SVS/CN-DST/AIDS - A Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas. 2.ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Portaria nº 1.261/MPOG, de 05 de maio de 2010. DOU, 05/05/2010. BRASIL. Política Nacional de Promoção de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. BUSS, P.M.; FILHO, A.P.A saúde e seus determinantes sociais. Physis: Rev. 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