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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE FORTALEZA-CE. SÉRGIO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do documento de identidade nº …, CPF n° …, residente e domiciliado na Rua …, nº …, bairro, CEP: …, Fortaleza-CE, com endereço eletrônico..., por meio de sua advogada signatária, legalmente constituída nos termos do instrumento de mandato em anexo, com escritório situado na Rua …, nº …, bairro, CEP: …, Fortaleza-CE, onde recebe notificações e intimações, endereço eletrônico..., vem respeitosamente perante Vossa Excelência propor AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM OBRIGAÇÃO DE FAZER E DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO, em face de ALFA, pessoa jurídica com CNPJ de nº …, com sede na Rua …, nº …, … bairro, CEP: …, São Paulo-SP, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir. DOS FATOS O autor foi comunicado pela empresa ALFA que constava um débito referente a uma fatura vencida no mês de Maio de 2019 no valor de R$ 749,00 (setecentos e quarenta e nova reais) e, caso a dívida não fosse quitada junto à operadora de telefonia no prazo de 15 (quinze) dias contados da data do recebimento da comunicação, seu nome seria inscrito nos cadastros dos órgãos de proteção ao crédito. Ocorre que, ao consultar os documentos pertinentes à utilização do serviço, o autor encontrou o comprovante de pagamento da fatura supostamente em aberto, enviando-o via e-mail e fax à empresa ALFA com a finalidade de sanar qualquer equívoco. Passado algum tempo, o autor tentou adquirir um veículo mediante financiamento, no entanto viu frustrada a negociação ante a informação de que seu nome estava negativado nos cadastros de maus pagadores pela empresa ALFA, devido ao débito já relatado anteriormente. O autor, Vossa Excelência, como cidadão de índole ilibada, que cumpre rigorosamente com suas obrigações e inconformado com o constrangimento infundado, busca a imediata retirada do seu nome no cadastro de inadimplentes, bem como a composição do dano moral, visto que consta uma dívida em aberto que já foi liquidada. DO DANO MORAL Em decorrência do ocorrido, o autor experimentou situação vexatória, angustiante, tendo sua moral abalada ao tentar realizar uma transação comercial e não obter êxito por conta da indevida inclusão de seu nome no cadastro dos órgãos de proteção ao crédito, sendo isso o suficiente para ensejar danos morais. Sendo a moral um bem jurídico de considerável relevância, sua proteção é amparada pela Carta Magna, em seu artigo 5º, inciso X: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Assim sendo, ao cometer o ato relatado, a empresa ré afrontou o texto constitucional acima transcrito, devendo, por isso, ser condenada à respectiva indenização pelo dano moral sofrido pelo autor. Do mesmo modo, os artigos 186 e 927 do Código Civil dispõem: Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Por se tratar de uma relação consumerista, os artigos 6º, VI e 14 do Código de Defesa do Consumidor estabelecem: Art. 6º - São direitos básicos do consumidor: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Conforme dispositivos legais acima transcritos, o fornecedor responde, independentemente de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, dessa forma, deve a empresa ré ser responsabilizada pela ausência de cuidado no exercício de sua atividade. O Supremo Tribunal Federal tem se manifestado sobre o tema: “a indenização, a título de dano moral, não exige comprovação de prejuízo” (RT 614/236), por ser este uma consequência irrecusável do fato e “um direito subjetivo da pessoa ofendida” (RT 124/299). Vê-se claramente que o entendimento da doutrina e jurisprudência, pautados no ordenamento jurídico, é pacífico no sentido de que o dano moral deverá ser reparado mediante indenização. A responsabilidade civil da ré pelos danos morais causados à autora pela cobrança de um débito que já foi quitado é incontestável, não cabendo a necessidade de prova efetiva do abalo do crédito. DA TUTELA DE URGÊNCIA O artigo 300 do Código de Processo Civil dispõe que o juiz poderá conceder liminarmente a tutela de urgência, desde que sejam evidenciados a probabilidade do direito, o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. A probabilidade do direito baseia-se no fato de não existir motivação legal alguma para que o autor tenha sido inscrito no cadastro de inadimplentes, comprovada a total ausência de zelo da empresa ré, sendo provado, conforme doc. anexo, que a dívida cobrada foi totalmente adimplida e ainda assim gerou indevidamente a inscrição. Ante o exposto e fundamentado pelo artigo 14 do CDC, fica evidente a falha da ré. O perigo de dano está relacionado à impossibilidade de o autor realizar determinados negócios jurídicos em decorrência do fato e consequentemente inviabilizando atos da vida civil. Destarte, se faz necessária a concessão liminarmente da tutela de urgência para que a ré proceda com a retirada imediata do nome do autor dos órgãos de proteção ao crédito. É medida que se impõe pela ilegitimidade do débito, sob pena de aplicação de multa a ser arbitrada por este Juízo. DOS PEDIDOS Por tudo que foi exposto, requer o autor: a) A concessão liminarmente da tutela de urgência para excluir seu nome dos cadastros de inadimplentes, sob pena de multa; b) A citação da ré para, querendo, responder os termos da presente ação sob pena de revelia; c) No mérito, a declaração de inexistência do débito e confirmação da tutela antecipada eventualmente deferida; d) Indenização pelos danos morais sofridos no valor de R$...; e) Condenação do réu a pagar as custas processuais e honorários advocatícios; f) A juntada do pagamento das custas iniciais; g) Requer que as intimações e demais atos sejam direcionados ao endereço profissional...; Ainda, protesta por todas as produções de provas em direito admitidas, mormente, provas documentais. Dá-se à causa o valor de R$... Nestes termos, pede e espera deferimento. Fortaleza-CE, ... ADVOGADA OAB n° …. – CE
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