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APS DIREITOS COLETIVOS E SOCIAIS

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Universidade Anhembi Morumbi
Atividade Prática Supervisionada (APS) – Direitos Sociais e Coletivos
Vila Olímpia – Noturno – 7° Semestre
Danielle Viana de Souza – 21022720
Direito de greve e o exercício desse direito nos serviços e atividades consideradas essenciais
A Carta Magna brasileira de 1988 tornou a greve um direito fundamental do cidadão. Com previsão no art. 9° da Constituição Federal, o direito de greve passou então a ser assegurado, conferindo aos trabalhadores decidirem sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devem ser defendidos por meio dele. De acordo com Mauricio Godinho Delgado: 
A natureza jurídica da greve, hoje, é de um direito fundamental de caráter coletivo, resultante da autonomia privada coletiva inerente às sociedades democráticas. É exatamente nesta qualidade e com esta dimensão que a Carta Constitucional de 1988 reconhece esse direito (art. 9º). É direito que resulta da liberdade de trabalho, mas também, na mesma medida, da liberdade associativa e sindical e da autonomia dos sindicatos, configurando-se como manifestação relevante da chamada autonomia privada coletiva, própria às democracias. Todos esses fundamentos, que se agregam no fenômeno grevista, embora preservando suas particularidades, conferem a esse direito um status de essencialidade nas ordens jurídicas contemporâneas. Por isso é direito fundamental nas democracias (DELGADO, 2009, p. 1315).
 O parágrafo primeiro do artigo supracitado trouxe a possibilidade de esse direito ser exercido por aqueles que desempenham atividades essenciais à comunidade, sendo que, para ser posto em prática, seria necessário edição de uma lei específica que definisse quais são esses serviços. E assim foi regulamentado pela mesma lei ordinária eu dispôs sobre o exercício de direito a greve na iniciativa privada, a Lei Nº 7.783 de 1989. As atividades essenciais, como o próprio nome define, são aquelas consideradas imprescindíveis para o efetivo funcionamento de uma sociedade, a lei 7.783 /89 dispõe que:
Art. 10 São considerados serviços ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; 
II - assistência médica e hospitalar; 
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; 
IV - funerários;
 V - transporte coletivo; 
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; 
VII - telecomunicações; 
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; 
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; 
X - controle de tráfego aéreo; 
XI - compensação bancária. 
Com os conceitos e fundamentações apresentadas no referente artigo, há de se desapegar da ideia que o exercício do direito de greve, quando utilizado por servidores que atuam em áreas de serviços essenciais, tem que ser ponderado entres os princípios gerais dos trabalhadores de exercerem suas paralisações e o direito da população de ter uma assistência mínima por parte do Estado no que se refere às suas necessidades. O art. 11 da mesma lei, diz que nesses casos os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Nesse sentido, Amauri Mascaro afirma que:
[...] atividade essencial deve ser o serviço cuja interrupção poderá colocar em perigo a vida, a segurança e a saúde das pessoas, em parte ou na totalidade da população, e não simplesmente, os serviços cuja cessação possa causar mero incômodo ao cidadão. (AMAURI MASCARO NASCIMENTO, 1989, p. 106)
Fica caracterizado assim o não abuso do direito de greve por parte dos trabalhadores em detrimento da continuação da prestação de serviço por parte do Estado, considerados essenciais a sociedade, não podendo assim causar prejuízos a mesma.
 O direito de greve nos serviços essenciais é conhecido por não ser um direito absoluto, mas que se encontra em uma área cinzenta de dúvidas quanto a sua real efetivação. Porém, para ser exercido existe uma série de formalidades e requisitos para que o mesmo não seja considerado abusivo. Um deles é a necessidade de convocação de uma Assembleia Geral com o estabelecimento de um quórum mínimo de votação para deliberação quanto à deflagração ou não da greve, mas que antes disso, é preciso exaurir todas as possibilidades de negociação coletiva com os empregadores e, caso seja decidido pela paralisação, que seja comunicado com antecedência, tanto aos empregadores quanto a sociedade sobre a greve, assim como instituir a manutenção do atendimento as necessidades inadiáveis da sociedade, se tratando dos serviços essências. 
O primeiro requisito para a ascensão da greve deve ser a real tentativa de negociação. A greve deve manter o sentido de uma ratio. Significa que devem ser esgotados todos os meios de diálogos e a sua repulsa quando o fim que se propõe podem ser alcançados pela via judicial.
Outro requisito é o aviso prévio, sendo mantido com coerência no princípio da boa fé. Nas greves que afetam os serviços e atividades essenciais, o prazo mínimo para comunicar é de 72h, e além do empregador, o comunicado deve ser feito aos usuários, para que ninguém seja pego de surpresa.

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