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Conselho de direito como garantia de efetivação das políticas sociais para LGBT'S

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ELIELMAX EDUARDO RAMOS 
CONSELHO DE DIREITO COMO GARANTIA DE EFETIVAÇÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS PARA LGBT’s
Cuiabá
2017
ELIELMAX EDUARDO RAMOS
CONSELHO DE DIREITO COMO GARANTIA DE EFETIVAÇÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS PARA LGBT’s
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Cuiabá, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Serviço Social.
Orientador: Marina Bertonccini de Andrade
Cuiabá
2017
nome do(s) autor(es) em ordem alfabética
CONSELHO DE DIREITO COMO GARANTIA DE EFETIVAÇÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS PARA LGBT’s
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Cuiabá, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Serviço Social.
Aprovado em: __/__/____
BANCA EXAMINADORA
Prof(ª). Msc. Ana Paula Pinto
Prof(ª). Msc. Francismary de Amorim Silva
Dedico este trabalho...
A todas as pessoas que sofrem preconceito em seu cotidiano por serem homossexuais e a todos os gestores e profissionais que abraçam essa causa e lutam por uma sociedade mais justa e igualitária.
AGRADECIMENTOS 
Agradeço a toda minha família, amigos e meu namorado que me apoiaram e me deram muita força para que eu permanecesse em meu curso e nunca prevaricasse. Também a todos os professores com todo seu conhecimento que nos fortaleceram com toda a base, a coordenadora do curso Geny Luz que sempre nos deu a visão sobre a profissão Assistente Social e a minha orientadora Marina de Andrade que me apoiou sobre o tema, acreditando que eu poderia contribuir muito com essa pesquisa.
RESUMO
Faz-se necessário discutir e criar políticas sociais voltadas a população LGBT, pois o preconceito e a violência contra essas pessoas têm evoluído de uma forma agravante, desse modo analisaremos o papel dos Conselhos de direitos em defesa a essa comunidade, abordando a luta e o desempenho desses órgãos em sua defesa. Levantando-se uma metodologia de pesquisa bibliográfica em busca de elementos e informações esclarecedoras em obras com assuntos relevantes a homossexualidade, direitos e conselhos de participação sociopolítica. Abordando essa pesquisa percebe-se o quão grande é a luta por igualdade de indivíduos que lidam com o preconceito, onde muitas vezes são consideradas desajustadas a sociedade “padrão” e seus direitos garantidos pela nossa Constituição não são levados em consideração nas relações interpessoais em sociedade, onde é necessário a criação de Conselhos de direitos para a implantação e efetivação e garantir um melhor convívio nessas relações. Levando em conta ainda um reconhecimento dos direitos humanos aos mesmos, estes advindos de movimentos e políticas sociais em conjunto com essas instituições onde tem-se efetivado a garantia desses direitos muitas vezes negados e negligenciados a seres humanos iguais a como todos os outros. É de extrema importância implantar essas políticas de forma efetiva a toda população LGBT que muitas vezes ficam inerte perante a tanto preconceito.
Palavras-chave: LGBT; Direitos; Política Social; Conselhos; Direitos Humanos.
ABSTRACT
It is necessary to discuss and create social policies aimed at the LGBT population, because prejudice and violence against these people have evolved in an aggravating way, thus we will analyze the role of the Councils of rights in defense to this community, addressing the struggle and the Performance of these bodies in their defense. Raising a methodology of bibliographical research in search of elements and information enlightening in works with subjects relevant to homosexuality, rights and councils of socio-political participation. Addressing this research, one notices how great is the struggle for equality of people who suffer prejudice, where the "standard" society is often considered as misfit and its rights guaranteed by our Constitution are not taken into account in interpersonal relations in society, where It is necessary to create Councils of rights for the implementation and enforcement and to ensure a better coexistence in these relations. Taking into account also a recognition of human rights to them, these come from social movements and policies in conjunction with these institutions where it has been made effective the guarantee of these rights often denied and neglected to human beings just like all the others. It is of the utmost importance to effectively implement these policies for the entire LGBT population, which often become inert in the face of such prejudice.
Keywords: LGBT; Rights; Social Policy; Advices; Human rights.
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LGBT	LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS, TRANSEXUAIS E TRANGÊNEROS
CF	CONSTITUIÇÃO FEDERAL
ONU ORGANIZAÇĀO DAS NAÇÕES UNIDAS
DST’s DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
CFESS CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	10
2 A HOMOSSEXUALIDADE e suas especificidades diante o preconceito e discriminação	14
2.1RELAÇÕES DE GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL....................................................................15
2.2 DISCRIMINAÇĀO E VIOLÊNCIA CONTRA LGBTs........................................................................17
2.2.1HOMOFOBIA. É CRIME NO BRASIL?..........................................................................................19
2.3 OPÇÃO SEXUAL OU ORIENTAÇÃO SEXUAL?............................................................................20
3	A LUTA DOS HOMOSSEXUAIS PELA VISIBILIDADE E GARANTIA DOS SEUS DIREITOS	24
3.1	MOVIMENTO SOCIAL: PARADA DO ORGULHO lgbt	25
3.2	direitos: das garantias a efetivaçāo	27
3.3	A representaçāo da onu e os direitos humanos para os lgbt’s	28
3.4	EDUCAR PARA RESPEITAR	31
4	o PAPEL DOS CONSELHOS DE DIREITOS LGBT E A EFETIVAÇĀO DOS DIREITOS PELOS PROFISSIONAIS DO SERVIÇO SOCIAL	34
4.1	A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇĀO SOCIOPOLÍTICA	36
4.2	CONSELHOS DE DIREITOS LGBT	38
4.3	POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇĀO LGBT	40
4.4	aSSISTENTES SOCIAIS NO TRABALHO CONTRA A DISCRIMINAÇĀO	41
CONsiderações finais	44
REFERÊNCIAS	45
9
1 INTRODUÇÃO 
A presente pesquisa apresentou como desígnio explicitar as diretrizes dos conselhos de direitos, contando com seus princípios e valores em prol da população LGBT em nosso país. Qual o papel de um Conselho Estadual de Direitos em defesa aos LGBT’s?
Essa organização é realizada devido a grandes estatísticas de violência contra homossexuais, a negação e negligência de seus direitos e ao enfrentamento desses cidadãos em seu cotidiano diante o preconceito.
Esse estudo tem como objetivo analisar o papel dos Conselhos Estaduais na defesa dos direitos das minorias LGBT’s e atuação dos Assistentes Sociais nessas instituições e também compreender a homossexualidade e suas especificidades diante o preconceito e discriminação ainda descrever o histórico da busca e luta por visibilidade e garantia de seus direitos e apresentar as políticas, serviços e efetivação dos direitos, executadas por profissionais do Serviço Social com sua atuação nos Conselhos de direitos LGBT.
Perante métodos empíricos retratados, aborda-se uma militância em busca de igualdade, de reconhecimento como ser humano, de possuir direitos humanos como qualquer outra pessoa. Entende-se que os Conselhos de Direitos vêm buscando esses subsídios por parte do poder público com a participação da sociedade para efetivação desses direitos.
Busca-se com essa análise ilustrar o enfrentamento dos homossexuais por seus direitos, assim como a luta por igualdade, por respeito a intolerância da sociedade. Faz-se necessário encontrar soluções em um órgão público para intervir, discutir e analisar, através de políticas, vendo que o homossexual também é um indivíduo como todos e é inadmissível que haja descaso por parte do Estado, enquanto a homofobia se alastra por toda parte e crimes ficam impunes ou não é visto como um crime homofóbico. É algo alarmante que necessita de uma representação descentralizada em nosso país, e os ConselhosEstaduais LGBT pode estar mudando as estatísticas causadas pela homofobia, e como pode estar salvando milhares de vidas, que tem seus direitos negados ou que simplesmente precisa de um espaço na sociedade por uma vida livre e sem preconceito.
A exclusão e marginalização desses indivíduos derivou-se da questão social, objeto de trabalho do Assistente Social e como princípio ético de sua profissão tem dedicado o seu trabalho em defesa e respeito a diversidade. Nos Conselhos, a atuação desses profissionais é de grande relevância para a execução e criação de políticas públicas voltadas a viabilização e efetivação dos direitos do cidadão.
É ampla e incansável a luta por igualdade, visibilidade e respeito perante a sociedade, sendo necessário discutir, debater e criar políticas voltadas aos LGBT’s com a participação dos conselhos e profissionais do Serviço Social.
Um Conselho Estadual LGBT deve representar essa massa que abarba todos os tipos de discriminações nas mais variáveis situações cotidianas causadas pela homofobia, o órgão juntamente com Assistentes Sociais é de extrema importância para a resguarda, integridade física e moral dessas pessoas ao exercerem seus papéis como cidadãos na sociedade. 
O tema foi relacionado com importantes autores que contribuíram satisfatoriamente para a compreensão e interpretação dialética, esclarecendo e discutindo os conceitos por toda a investigação, diante abordagens relevantes para uma construção sócio histórica de uma sociedade mais justa e igualitária sem discriminação na disseminação das diferenças que abarcam e assombram as relações interpessoais.
Em seu primeiro capítulo a pesquisa executada traz a compreensão da homossexualidade e como essas pessoas perpassam diante o preconceito, discriminação e violência através de lutas e movimentos em seu dia a dia, trazendo as tensões sobre essas relações.
No segundo capítulo discute como foi a construção, o reconhecimento e a conquista dos homossexuais por seus direitos e a visibilidade a partir de uma visão política e humanitária, onde possuem direitos assegurados na constituição, mas ainda necessitam uma representatividade maior nesse país de desigualdades.
Por fim no terceiro capítulo trouxe a apresentação dos Conselhos de Direitos, em seus serviços como garantia e efetivação das políticas e direitos assegurados a todo o público LGBT, realizado por profissionais do Serviço Social por uma construção de uma sociedade igualitária e livre de preconceitos.
Todas as informações, interpretada por um futuro profissional da transformação com uma sede de justiça e por uma sociedade melhor, espera-se revelar toda a grande luta que uma pessoa homossexual vive diante uma sociedade conservadora e o quanto um Assistente Social pode fazer para os cidadãos repleno de direitos.
Pretende-se instruir e apresentar informações que nos leva conhecer um grande problema enfrentado por uma minoria de indivíduos, essa parte da população onde passa por preconceito e exclusão dos meios de relações em nosso cotidiano.
Essa observação poderá nos mostrar como um Conselho Estadual LGBT pode estar mudando as estatísticas causadas pela homofobia, e como pode estar salvando milhares de vidas, que tem seus direitos negados ou que simplesmente precisa de um espaço na sociedade por uma vida livre e sem preconceito.
Contudo ao finalizar essa pesquisa espera-se alcançar a todos envolvidos originando um conhecimento aprofundado sobre o que é a homossexualidade e porque essas minorias lutam para que sejam atendidos seus direitos, e como os Conselhos de direitos LGBT juntamente com o Assistente Social podem desempenhar através de políticas públicas essa viabilização de direitos, além de levar para futuros projetos e apelos ao poder público do Estado de Mato Grosso a importância de um Conselho Estadual LGBT que ainda não foi instituído.
Problema de Pesquisa
Qual o papel de um Conselho Estadual de Direitos em defesa aos LGBT’s?
Objetivos do Trabalho
Geral:
Analisar o papel dos Conselhos Estaduais na defesa dos direitos das minorias LGBT’s e atuação dos Assistentes Sociais nessas instituições.
Específicos:
· Compreender a homossexualidade e suas especificidades diante o preconceito e discriminação.
· Descrever o histórico da busca e luta por visibilidade e garantia de seus direitos.
· Apresentar as políticas, serviços e efetivação dos direitos, executadas por profissionais do Serviço Social com sua atuação nos Conselhos de direitos LGBT.
2 A HOMOSSEXUALIDADE e suas especificidades diante o preconceito e discriminação
Iniciando o primeiro capítulo deve-se compreender melhor o debate nas relações entre pessoas do mesmo sexo. O que é essa homossexualidade que incomoda muita gente? É um questionamento inclusive para as ciências que buscam respostas nas mais diversas áreas dentre a biologia e medicina indagando se essa condição vem do gene e desde a construção do feto da criança, ou será que vem da psicologia que trata do subconsciente e desejos do ser humano ou então vem das ciências sociais que interpretam as relações homossexuais de uma construção história desde a Grécia Antiga.
Muito tem-se estudado e levantado diversas discussões e teorias, o que se sabe até o momento é que a homossexualidade sempre existiu e que dentre as diversas culturas entre os povos tem causado estranheza e repúdio por diferir essas relações do “padrão” onde a grande maioria percebe-se que este ato interfere nas relações em sociedade, julgando como errado.
Analisa-se, assim, o que Marciano Vidal diz sobre homossexualidade:
“Por homossexualidade entendemos a condição humana de um ser pessoal que, ao nível da sexualidade, caracteriza-se desta peculiaridade de sentir-se constitutivamente instalado na forma de expressão exclusiva com um parceiro do mesmo sexo’. “ (Vidal, 1985, p.58).
Segundo Ceccarelli, o autor lembra que: 
 O termo “homossexualismo” foi proposto, em 1869, pelo médico húngaro Benkert, a fim de transferir do domínio jurídico para a medicina esta manifestação da sexualidade. Antes do século XVIII, a palavra “homossexual” era utilizada nas certidões de nascimento de gêmeos. Quando eram do mesmo sexo, eram registrados como “homossexuais”. A “homossexualidade”, como doença, só foi excluída do DSM (Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana) em 1973, após acalorados debates. Há quem argumente, entretanto, que tal decisão foi puramente política. Devido ao radical ismo presente em homossexualismo que remete à doença, optou-se pelo uso da palavra homossexualidade. (CECCARELLI, 2008, p.74)
 Nos dias atuais denota a terminologia como um sentido amplo e global inserida nas relações humanas, inúmeras obras desde os primórdios relatam suas críticas, partindo da abordagem da sexualidade apresentada nas relações interpessoais dos indivíduos, onde muitas vezes é vista pelo seu caráter sexual e não como um ser humano de condição social, transformando suas acepções em tabu, por sua vez, a questão de gênero é compreendida de forma imoral diante questões teológicas, sendo que o homem nasceu homem e mulher nasceu mulher e assim devem ser, e que homem nasceu para se relacionar com mulher, dentre esses princípios torna-se abominável tais práticas contrárias. Michel Foucault um importante autor na interpretação das sexualidades diz que:
“É necessário lutar para dar espaço aos estilos de vida homossexual, às escolhas de vida em que as relações sexuais com pessoas do mesmo sexo sejam importantes. Não basta tolerar dentro de um modo de vida mais geral a possibilidade de fazer amor com alguém do mesmo sexo, a título de componente ou de suplemento. (...) O fato de fazer amor com alguém do mesmo sexo pode muito naturalmente acarretar toda uma série de escolhas, toda uma série de outros valores e opções para os quais ainda não há possibilidades reais. “ (Foucault, 2004, p.119).
 Todas as concepções defensoras da homossexualidade trazem um grande poder teórico para se por em prática a coragem de lutar por um espaço e uma visibilidade que estarem uma condição homossexual está muito além de práticas e desejos, é uma condição da vida humana, é algo natural que deve ser encarado em quaisquer relações dentro e fora da família. O problema surge com as atitudes de quem não segue essa linha de raciocínio, nele aporta o preconceito:
(...)atitude interior (no sentido interno) de um sujeito que viola os atributos e os qualificativos em relação ao outro sujeito, estabelecendo o funcionamento cognitivo e os contactos perceptivos de forma equivocada, cindida e traumática; portanto, pondo sempre aprova (ou derrotando) as capacidades e os recursos simbólicos do outro. (TAUSSIG, Michael, 1999, p. 159.)
Sendo assim, nas relações em sociedade e nas expressões estabelecidas em nosso convívio, ou seja, na prática em nosso cotidiano existe um grande preconceito contra pessoas que fogem do modelo de gênero imposto desde o início da população, seja por religiosidade, crenças e formas morais de viver. Do preconceito configura-se a discriminação, ação essa que causa uma grande barreira para a resolução dos conflitos que tange a garantia dos direitos no convívio em sociedade. Segundo apreciação de Walter Ceneviva;
  O ato de discriminar consiste em ação dolosa do agente depreciando alguém, ao tratá-lo diferenciadamente, em função de sua raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A discriminação corresponde sempre a uma exteriorização intencional de vontade do agente, por ação ou omissão, recusando ou impedindo o exercício regular do direito pela pessoa discriminada. (1997, p.2)
 O que se deve levar em conta é que por mais que se existam ideias contrárias de convívio entre os indivíduos, todos são seres humanos, e todos possuem direitos em regra, a prática não é levada a sério perante as normas. É notório que exista uma falta de conhecimento da população quando o assunto é homossexualidade, na mídia ou por senso comum, as pessoas não compreendem o que se passa em uma relação de pessoas do mesmo sexo, agindo de forma discriminatória apenas por acreditar que seja errado a maneira de viver do outro.
2.1RELAÇÕES DE GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL
 Outro fator que entra em debate na sociedade quando o assunto descreve as sexualidades, são as relações de gênero. O gênero desde que o mundo é mundo tem sua construção histórica e suas premissas fundadas a partir das relações interpessoais e movimentos. Segundo Pierucci, ressalta que “os seres humanos não são iguais, porque não nascem iguais e assim não podem ser tratados como iguais”. (Pierucci,1990, p.11). A partir dessa teoria levantou-se diversos movimentos em busca do respeito as diferenças, contando que os seres humanos são diferentes, mas devem seguir do mesmo propósito de direitos. Joan Scott diz que “gênero é um elemento constitutivo de relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos, e o gênero é uma forma primeira de significar as relações de poder” (1995, p.21).
Desse modo constituído de um conjunto de saberes, essas relações não são naturais e sim composta de diferenças que buscam um reconhecimento por igualdade a partir de seu levantamento sócio histórico, no mesmo sentido caminham a diversidades sexuais e de gênero, assim:
Uma compreensão mais ampla de gênero exige que pensemos não somente que os sujeitos se fazem homem e mulher num processo continuado, dinâmico [...]; como também nos leva a pensar que gênero é mais do que uma identidade aprendida, é uma categoria imersa nas instituições sociais (o que implica admitir que a justiça, a escola, a igreja etc. são “genereficadas ”, ou seja, expressam as relações sociais de gênero). (LOURO, 1995, p.103)
 Essa ideia parte do reconhecimento como de como ser, muito além dos fatores biológicos, ou seja, de como ela se insere na sociedade na maneira que sua identidade não está ligada ao seu corpo, e sim com o seu comportamento e suas relações, logo são valores sociais que são agregados a sua construção pessoal. Apesar dos princípios distribuídos a partir do julgamento da sociedade que homem nasce homem e mulher nasce mulher e assim devem seguir, tal pessoa não se afirma como tal e em sua percepção cabe qual ideologia de gênero deve seguir. 
 A ideologia de gênero ainda difere da identidade sexual, tais pessoas podem se sentir de um determinado modo, mas podem não seguir como modelo social a sua sexualidade. Assim os conceitos de gênero não devem ser rotulados como o papel de homem ou da mulher na sociedade. As sexualidades também podem obter papéis diferentes nas maneiras de pensar e agir como forma de comportamento em suas relações. 
 Entrando nesse assunto cabe a diversidade sexual explicitar as diversas sexualidades existentes em nosso mundo que está em constante transformação de construção histórica de pensamentos, ideias, em busca de respeito, espaço e liberdade. 
Os estudos sociais e antropológicos desmistificam os assuntos relacionados as diversidades sexuais, onde o senso comum dotado de preconceitos com suas desinformações vão contra a busca dos LGBT’s por respeito e igualdade. Nos dias atuais a mídia vem avançando diante essa luta, trazendo visibilidade e mostrando as diferenças de todos os lados, mesmo assim a temática se torna complexa a quem não está muito interessado em discutir o assunto. A sexualidades e os gêneros quebram paradigmas indo contra as posturas conservadoras.
Gays e lésbicas (homossexuais), bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. Muitas pessoas não sabem nem o significado real dessas palavras, então o certo é conhecer um pouco mais sobre cada orientação sexual ou identidade de gênero quer dizer:
Homossexual: Pessoa que se atrai afetivo-sexualmente por pessoas de gênero igual àquele com o qual se identifica. 
Bissexual: Pessoa que se atrai afetivo-sexualmente por pessoas de qualquer gênero. 
Transexual: Termo genérico que caracteriza a pessoa que não se identifica com o gênero que lhe foi atribuído quando de seu nascimento. Evite utilizar o termo isoladamente, pois soa ofensivo para pessoas transexuais, pelo fato de essa ser uma de suas características, entre outras, e não a única. Sempre se refira à pessoa como mulher transexual ou como homem transexual, de acordo com o gênero com o qual ela se identifica. 
Travesti: Pessoa que vivencia papéis de gênero feminino, mas não se reconhece como homem ou mulher, entendendo-se como integrante de um terceiro gênero ou de um não-gênero. Referir-se a ela sempre no feminino, o artigo “a” é a forma respeitosa de tratamento. 
Transgênero: Conceito “guarda-chuva” que abrange o grupo diversificado de pessoas que não se identificam, em graus diferentes, com comportamentos e/ou papéis esperados do gênero que lhes foi determinado quando de seu nascimento. (JESUS, Jaqueline Gomes de, 2012, p. 14-16)
Existe uma grande falta de conhecimento quanto a essas terminologias e a forma de tratamento que são dadas como identificação de gênero, muitas vezes confundem ou desconhecem as diferenças entre um travesti, transexual ou transgênero, dessa forma é necessário interpretar seus conceitos na luta por direitos e inserção na sociedade.
A discriminação e o preconceito quanto as diversidades sexuais e de gênero deriva de uma grande parte por ideais conservadores da religiosidade, onde creem que a divindade abomina essas transformações societárias, vistas como pecadores e desajustados aos modelos de relações. Desse modo configura-se que não cabe um discurso de ódio e repúdio aos LGBT’s reprimidos pelas ideologias religiosas.
2.2 DISCRIMINAÇĀO E VIOLÊNCIA CONTRA LGBT's
Partindo das concepções de intolerância e preconceitos, surge a discriminação e com ela a violência, um grande problema ao enfrentamento a questão social em nosso país. Observa-se o conceito de violência, elaborado por Rocha (1996) para um melhor entendimento do assunto:
A violência, sob todas as formas de suas inúmeras manifestações, pode ser considerada como umas vis, vale dizer, como uma força que transgrida os limites dos seres humanos, tanto na sua realidade física e psíquica, quantono campo de suas realizações sociais, éticas, estéticas, políticas e religiosas. Em outras palavras, a violência, sob todas as suas formas, desrespeita os direitos fundamentais do ser humano, sem os quais o homem deixa de ser considerado como sujeito de direitos e de deveres, e passa a ser olhado como um puro e simples objeto. (ROCHA, 1996, p.10)
Os crimes motivados por ódio e preconceito que geram a violência, não se estabelecem somente nas ruas, mas se encontram inseridos também nas instituições e até mesmo dentro de casa. Através da psicologia Freud diz que “o ódio, enquanto relação de objeto, é mais antigo que o amor: nos primórdios da origem ele tem sua fonte na recusa do mundo exterior que emite estímulos, recusa que emana do Eu narcísico" (Freud, 1915/2004, p.184). Sendo assim, essa recusa ao seu exterior, ao que é diferente do que se vive, provocam uma discriminação e inúmeros tipos de violência, seja ela psicológica ou física, essas violam os direitos dos homossexuais, que acarretam em uma luta diária de sobrevivência por parte dessas minorias.
No Brasil crimes contra homossexuais, causados por apenas possuírem uma identidade diferente do qual tenha nascido ou por sua orientação sexual tem crescido de maneira alarmante, a cada dia as estatísticas sobem, na maioria dos casos não são solucionados, ou os autores ficam impunes, apenas porque o poder público não reconhece os casos como sendo voltados e/ou motivados especificamente por ódio e preconceito contra homossexual.
Os casos de violência contra orientação sexual e de gênero são contra homossexuais, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros. Essa ação surge da homofobia;
A homofobia se converte assim na guardiã das fronteiras sexuais (hetero/homo) e de gênero (masculino/feminino). Por isso os homossexuais não são as únicas vítimas da violência homofóbica, que também atinge todos aqueles que não se aderem à ordem clássica dos gêneros: travestis, transexuais, bissexuais, mulheres heterossexuais com forte personalidade, homens heterossexuais delicados ou que manifestam grande sensibilidade. (BORRILLO,2001, p.16)
A homofobia segundo Smigay diz que: 
Homofobia ainda é um conceito ambíguo, geralmente associado a homossexualidade, uma postura de rejeição, de medo de contato [...] se tomamos sua etimologia, a palavra homo, seja em grego ou latim, quer dizer o mesmo, o idêntico, mas também homem; e fobia o medo – nesse caso, o medo de outros homens. (SMIGAY, 2002, p. 34) 
Sendo constante e crescente os casos de homofobia em nosso país, ainda tem muito o que discutir e viver uma cultura de respeito entre as pessoas, a cada dia tem sido preocupante as notícias de violência contra essas pessoas, a educação e o conhecimento é uma grande chave para tal mudança, porém raízes conservadoras querem desnortear essa ideia, devido ao preconceito intitula-se mais preconceito.
Os direitos universais conquistados são violados ou retirados sem um reconhecimento ou atenção específica, assim os homossexuais são violentados por não se encaixarem nos padrões morais impostos pela sociedade. É necessária uma noção das vítimas para que procurem ajuda, conselhos, e denunciem os casos de violência. Existe uma proteção e existe acima de tudo uma vida que merece todo o respeito e dignidade. A Homofobia não ficará invisível diante tamanha impunidade.
2.2.1 HOMOFOBIA. É CRIME NO BRASIL?
Infelizmente os crimes motivados por ódio e preconceito as diversidades sexuais e de gênero não tem reconhecimento específico em nosso país, mesmo com projetos de leis criados para essa punição eles foram arquivados e esquecidos, na atualidade os crimes por homofobia ficam equiparados aos crimes por discriminação racial, que não faz muito sentido, por se tratarem de motivos diferentes. 
Por mais que há um avanço nos direitos LGBT, o país caminha vagarosamente quando o assunto é homofobia, as representações religiosas na política insistem em vetar artifícios relacionados ao assunto, se os movimentos não aumentarem a pressão, nada será efetivado quanto aos direitos penais tratando-se de homossexuais. Assim a luta pela visibilidade é contínua e árdua como aponta a autora: 
Tudo indica que será́ necessário, nos próximos anos, um esforço ainda maior de incorporação de organizações de travestis e transexuais dentro do movimento GLBT, na medida em que são esses grupos que vivem as experiências mais criticas de violência e que, portanto, devem exercer papel decisivo na elaboração de demandas de políticas e na participação direta em práticas de prevenção, como ocorreu no processo de respostas à epidemia de Aids. (RAMOS, SILVIA, 2006, pág.199)
A deficiência quanto ao atendimento a essas demandas de forma específica e o não reconhecimento muitas vezes que tais crimes são motivados por homofobia traz uma grande insegurança na esguelha da convivência em sociedade por parte da população LGBT. Luiz Mott (2001) traduz que:
Quando um gay, lésbica ou transgênero é assassinado por um não- homossexual, tendo como móvel ou inspiração do crime o fato da vítima pertencer a uma minoria sexual socialmente estigmatizada e extremamente vulnerável, ou por ostentar um estilo de vida diferenciado, aí então não se trata de um homicídio passional, mas um crime homofóbico. (MOTT,2001, pág.9)
Ainda o autor cita que “minimizam a gravidade de tais homicídios ou atribuem à vítima parte da responsabilidade do sinistro, seja por se expor a situações e contactos de risco, seja por tentar "seduzir" o agressor. “ (MOTT,2001, pág.9). As vítimas aqui são culpabilizadas pelo crime, sendo inadmissível tamanha negligência e visão funcionalista e pequena perante a tantos problemas.
Em pleno século XXI ainda existem homossexuais que tenham que se esconder para não serem discriminados, torturados e terem suas vidas ceifadas por uma cultura que degenera o ser humano, quando o respeito deveria ser mútuo de igualdade e dignidade a todos. As pessoas que vivenciam essa condição ainda tenham que se deparar com situações que retratam a homossexualidade como doença ou como escolha, o pouco que eles precisam é de respeito, o mínimo possível para um viver mais harmonioso. Diante esse desrespeito qual a interpretação carece de oferecer a quem é homossexual? É uma opção ou não?
2.3 OPÇĀO SEXUAL OU ORIENTAÇĀO SEXUAL?
O primeiro passo a descortinar o preconceito é interpretar a condição da pessoa homossexual, afinal é uma escolha ou orientação? A forma correta de expressar-se é orientação sexual, pois a pessoa homossexual não tem escolha sobre seus instintos, desejos e/ou sentimentos. Se ele gosta de se relacionar com alguém do mesmo sexo é algo individual, particular, assim como algumas pessoas não escolheram serem heterossexuais ou em qual família nasceriam, os gays não escolhem serem gays do dia para a noite. É muito além de condições externas, são práticas naturais da pessoa (...) embora tenhamos a possibilidade de escolher se vamos demonstrar, ou não, os nossos sentimentos, os psicólogos não consideram que a orientação sexual seja uma opção consciente que possa ser modificada por um ato da vontade (BRASIL, 2004, p.29). 
A homossexualidade vai muito além do emprego semântico que se deve ser pronunciado, é algo de uma construção social histórica e por essa falta de visibilidade, conhecida como anormalidade ou algo diferente, é taxativo a maneira como as pessoas os reconhecem, simplesmente falta o conhecimento dessas relações e diversidades sexuais para a consciência da sociedade em desmistificar essa visão de que homem tem que se casar com mulher e mulher tem que se casar com homem. Gênero e sexualidade é tão comum nas relações desde que o mundo é mundo, mas as contradições seguem princípios e padrões em uma sociedade que está em constante transformações em busca de igualdade nas diferenças. 
A educação é o caminho mais harmonioso para uma construção de igualdade e respeito, é de extrema importância discutir e dar visibilidade a essas relações e diversidades, desde no antro da família, e em espaços públicos e educacionais, faz-senecessário políticas e ações para eliminar o ódio, o preconceito e a discriminação. Oliveira e Diaz aponta isso claramente: 
A desigualdade de gênero, como outras formas de diferenciação social, é um fenômeno estrutural com raízes complexas instituído social e culturalmente de tal forma que se processa cotidianamente de modo quase imperceptível. Com isso, é disseminada deliberadamente ou não por instituições sociais como a escola, a família, o sistema de saúde, a igreja etc. (OLIVEIRA e DIAZ, 1998. p.147). 
Portanto muito além de uma orientação, a homossexualidade perpassa caminhos de lutas por reconhecimento de seu espaço por uma vida como de qualquer outra pessoa passível de direitos e deveres. Todas as pessoas possuem a garantia como cidadãos de serem livres, de serem quem são. O conhecimento sobre as diversidades e diferenças deve chegar a todos os cantos do mundo, a cultura é algo construído e diversificado por momentos e espaços geográficos, e independente de crenças ou princípios, existe acima de tudo o respeito. A vida humana deve ser respeitada e é por esses e demais motivos que possuímos o direito, e nada nem ninguém deve nos tirar o que nos foi conquistado e garantido com muita batalha.
Nas relações sociais construímos e desconstruímos a nossa sexualidade, ou seja, ela não é cristalizada e imutável, mas é vivenciada na transitoriedade e no movimento entre o tradicional e o moderno. Ao mesmo tempo em que a sexualidade é explicada pelo conceito biológico como essência da vida humana, ela também é alterada “pelas trocas com o mundo, que empresta um novo sentido e significado a cada vida” (GUIMARÃES, 1995, p. 31). 
Desse modo como foi citado no início do capítulo, as sexualidades são estudadas e abordadas em todas as áreas, elas se situam em todo o contexto histórico nas mais variadas concepções, o que se sabe concretamente é que ela parte das relações interpessoais, instauradas por métodos e teorias existem um conjunto de manifestações que apresentam características que se situam por toda a sociedade. Oferecidos os conceitos, na praticidade são construídos, modificados e nas diferentes formas é que crescem as lutas por igualdade.
A homossexualidade é algo que consta e sempre constou em nosso cotidiano e podem se passar milhares de anos ela sempre existirá, portanto o preconceito e a homofobia devem sim ser combatidos, com uma luta por uma sociedade mais justa e igualitária e limpa de qualquer tipo de discriminação, viver sentido o preconceito na pele não é dos sentimentos mais prazerosos, só quem enfrenta dia a dia essas barreiras sabe o quão é dificultoso conviver em um mundo conservador que distribui o ódio por seres humanos. Viver dia pós dia, mas viver por um futuro melhor o transformará em uma melhor pessoa sempre. 
Contudo serão abordados os movimentos sociais e as lutas por homossexuais pela visibilidade, respeito e igualdade de direitos, apesar de muitas conquistas terem sido realizadas, a cobrança ainda é constante para que sejam feitas ações políticas voltadas a população LGBT para que assim não sejam negados o que são deles por direito.
Existe todo um conceito social, econômico e político que devem ser levados em conta a participação da sociedade na construção e garantia de seus direitos, aos homossexuais não é diferente, mesmo com movimentos e conquistas, a integralização da população é necessariamente conduzida a efetividade das políticas públicas.
3 A LUTA DOS HOMOSSEXUAIS POR VISIBILIDADE E GARANTIA DE SEUS DIREITOS 
Muito atenciosamente percebemos a dificuldade enfrentada a comunidade LGBT em busca do reconhecimento de seus direitos, através de movimentos em uma incessante luta contra religiosidades e culturas. Em diversos países tem-se um significativo avanço, resguardando os direitos humanos e a dignidade dessas pessoas, porém o cenário envolve muito mais limitações de liberdade, no qual é constatado todo tipo de violência e negação de direitos.
A homossexualidade era antes vista como doença, estes eram punidos, torturados e coercitivamente exclusos da sociedade, assim a diversidade sexual trouxe uma construção de grandes ações de combate a esses desagravos e levantou militância por todos os lados do mundo fortalecendo a sociedade civil a favor da liberdade e igualdade. Através de uma forte pressão e a necessidade da intervenção de políticas sociais voltadas a população LGBT foi-se construindo o alicerce para a conduta de respeito, direitos e justiça social. De acordo com Gohn (1997) os movimentos sociais se ergueu em resposta as manifestações inerentes a natureza humana:
O indivíduo (que era visto isolado) contrapunha-se à sociedade à medida que esta oprimia, ou bloqueava e o frustrava. Assim que as tensões adquiriam um caráter de insuportabilidade, os indivíduos se aglutinavam em torno de um objetivo comum e criavam novas instituições. A isto davam o nome de mudança social. (GOHN,1997, pág.40)
Em resposta aos avanços dos movimentos da diversidade sexual e de gênero a ONU juntamente com os países de acordo desenvolveu políticas em respeito a liberdade e diferenças existentes em todos os meios sociais e culturais. Tais medidas culminaram em um grande salto na efetivação de direitos que antes inexistiam.
A essa mudança social define-se que as pessoas podem ter sua liberdade, se expressar, se relacionar e respetivamente viver com dignidade. Teoricamente não é o bastante, a moral e os costumes enraizados trazem uma cultura conservadora e messiânica que precisa ser “lapidada” e desenvolvida na maneira que a sociedade gera suas transformações, os termos em lei ainda precisam ser expandidos voltando-se a políticas públicas. O direito conquistado faz referência como um grande avanço, contudo o preconceito não cessa em sua totalidade. A Constituição Federal de 1988 determinou as garantias fundamentais dos direitos dos brasileiros independente de qual seja seu gênero ou sua sexualidade, nela se dirige todas as outras as leis necessárias ao combate a discriminação e ações governamentais voltadas ao público LGBT, como o autor seguinte cita, não é o bastante o que conta em nossa Carta Magna:
A promulgação da Constituição Federal de 1988 representou grande avanço na consolidação de direitos fundamentais de toda a sociedade. Entre tais direitos, estabeleceu-se o direito à igualdade, a liberdade e à segurança. Ainda, a dignidade da pessoa humana foi alçada à condição de fundamento da República Federativa do Brasil, limitando e orientando, assim, toda a legislação infraconstitucional, que de tal preceito não pode se afastar. Nesse cenário, é indispensável analisar se tais promessas de cidadania e dignidade se consubstanciam em mera exaltação retórica ou, em verdade, efetivamente orientam a atuação dos órgãos e poderes responsáveis por sua implementação, sobretudo em relação às pessoas que se encontram em situação de maior vulnerabilidade social. Fala-se, em específico, de um segmento da população que historicamente tem sido alvo de todo tipo de preconceito e discriminação – LGBT. (MATTOS, FERNANDO.2015)
O grito e a luta por visibilidade dos homossexuais têm como objetivo gerar representações que exprimam o preconceito como algo desprezível a convivência. As lutas avançam de acordo com o apoio dos indivíduos que espalham a afeição, assim garantindo um mundo melhor a todos que dele carece. Os movimentos LGBT são movimentos de orgulho como seres humanos dotados de uma consciência intensa por mudanças e melhorias de uma vida digna e coesa.
3.1 MOVIMENTO SOCIAL: PARADA DO ORGULHO LGBT
Um marco importante para a população LGBT foi a “revolta de Stonewall” onde tudo começou pela luta dos direitos e a liberdade aos homossexuais, na década de 60 nos Estados Unidos, esses indivíduos eram fortemente represados na sociedade pela força policial, pois o governo temia a educação da população quanto ao conceito da homossexualidade;
Stonewall é uma palavra com forte significado para a comunidade LGBT.
Foi em um bar gay chamado Stonewall, em Nova York, há pouco mais de 40anos, que gays, lésbicas, travestis e drag queens se uniram pela primeira vez para lutar contra a intolerância. Pela primeira vez todos eles se sentiram iguais – por serem diferentes. Iguais por causarem estranhamento ao padrão heteronormativo da sociedade. (RIBEIRO, Deco, 2011, pág.153)
Naquele momento a homossexualidade não tinha representações políticas, sendo assim todos hostilizados por leis homofóbicas. Com pouco apoio e diante tanta agressão aos seus direitos, os grupos homossexuais uniram-se e grande parte da população os reconheceu perante seu prélio. Sendo assim organizado um grande movimento gay. A partir desta ocasião iniciou a conquista por direitos coletivos da população LGBT.
No Brasil a Parada do Orgulho LGBT é considerada a maior do mundo, motivo esse pelo país vir apontando grandes dificuldades ao enfrentamento das questões motivadas por preconceito e homofobia, o movimento cresce a cada ano, trazendo as temáticas abordadas pela luta contra as diferenças e a favor da igualdade. Nos dias atuais a população gay é representada por alguns defensores da causa em cadeiras políticas que por outro lado são extremamente condenados por idealistas religiosos no mesmo espaço. Sendo assim a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo ganha força partindo de uma premissa que seus direitos devem ser amparados.
Hoje, São Paulo possui a maior Parada Gay do mundo e o Brasil é um dos países que conta com o maior número de cidades que realizam esse tipo de manifestação. O tímido movimento passou a ser uma referência mundial, entrando na rota do turismo gay mundial e colocando São Paulo entre as cidades mais gays do mundo. Durante suas edições, proporciona encontros entre homossexuais, bissexuais, transgêneros, simpatizantes e heterossexuais dos mais diversos lugares do país; reafirmam-se redes de solidariedade, diversificam-se discussões sobre o tema por meio de filmes, peças de teatro, artes plásticas, música e debates para um público amplo. Intensificam-se as ocupações de lugares públicos na feira cultural no Largo do Arouche, no gay day do Hopi Hare, no trajeto da Parada, na premiação realizada no Centro Cultural São Paulo. Tais espaços, nesses momentos, deixam ver então as trocas de carícias, escrachos e paqueras entre pessoas do mesmo sexo. (TRINDADE,2011, p.92-93)
Por mais que o Brasil tenha um grande reconhecimento pela sua militância a diversidade sexual, a mídia não traz o lado obscuro dessa importância, o país podendo ser considerado um dos que mais mata transexuais e homossexuais no mundo apresenta-se seus motivos a tantos movimentos levantados em busca de direitos e visibilidade aos gêneros. Assim cita o autor:
No Brasil, os estudos sobre movimentos sociais demoraram a perceber na homossexualidade um espaço de antagonismo social e produção de identidades coletivas e políticas. Os estudos sobre estes agrupamentos desde o início estiveram ocupados em enfocar questões mais político-identitárias do que político-institucionais. Isto manteve a luta contra o preconceito e a discriminação sem um inimigo claro, relegando ao plano privado e à cultura toda a hierarquização em virtude das posições sexuais, além de associar esta luta a outras, tais como a luta contra a ditadura e a desigualdade social (Marsiaj, 2003), dissolvendo nelas seu teor político. (PRADO e MACHADO,2008, p.87, apud MARSIAJ,2003, p.18-19)
Partindo de ideias em busca da visibilidade da identidade de gênero e sexual, falta muito ainda no que se construir, a cobrança por políticas sociais voltadas a institucionalização dos problemas sociais causados por preconceitos, discriminação e violência deve ser abordada a partir do contexto do núcleo do problema. Na medida que as exigências crescem, o desconhecimento das causas rebate ao enfrentamento das lutas, continuando assim uma cultura conservadora. Mesmo assim o cidadão é dotado de direitos e a militância e os movimentos não devem cessar quando estes são negados ou negligenciados, toda a população deve estar ciente de seus direitos garantidos para que sejam efetivados em todas as suas relações em sociedade.
3.2 DIREITOS: DAS GARANTIAS A EFETIVAÇĀO
Um grande avanço para o Brasil com toda certeza foi a promulgação da Constituição Federal de 1988, trazendo os direitos civis, sociais e políticos implementados como uma grande conquista para todo e qualquer cidadão brasileiro. Estes, portanto, garantem o mínimo de uma vida digna, como dever do Estado sendo assim fundamentais a sobrevivência de todos os seres humanos. A partir das relações também são garantidos o respeito a todas as pessoas e no Art. 5º, no inciso XLI acrescenta o seguinte:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. (1988, p.16)
No entanto a lei é clara que todos são iguais independente de qualquer natureza, gênero, raça, ou orientação sexual, todas as pessoas que vivem nesse país são asseguradas por nossa CF com seu direito a vida e sua liberdade sem ser discriminado.
Mesmo assim, o preconceito se alastra, e todos os dias pessoas são violentadas e perdem suas vidas, a teoria e as leis justificam as dificuldades e os problemas de deficiência da sociedade, mas os indivíduos em convívio perpassam todas essas barreiras e deveres, o sincronismo para uma sociedade harmoniosa e livre desses conflitos está distante de ser alcançado. A perspectiva por uma estruturação e mudança é um desafio a diversos profissionais das ciências sociais e demais áreas que buscam através de seus ideais e trabalho a melhor maneira de avançarem em seus objetivos.
Importante ressaltar que decorrem do princípio da dignidade da pessoa humana várias normas e direitos, como o direito à vida e à integridade física e psíquica. Destaque-se, outrossim, o direito à igualdade, uma vez que o princípio da dignidade da pessoa humana é universal, não fazendo restrição a nenhum ser humano, independentemente de cor, etnia, credo, orientação sexual ou qualquer outra forma de distinção. Por meio da igualdade, consolida-se o tratamento não discriminatório dos seres humanos, bem como o respeito aos grupos minoritários. (FIUZA e PEREIRA, 2013, p.42)
Portanto deve-se haver uma efetividade nas garantias dos direitos consolidados e instituídos pela Constituição e a maior reivindicação das classes vulneráveis a esses direitos é o respeito as diferenças, sendo muito mais que uma questão política, mas sim social de igualdade e consenso humanitário que todos são iguais perante a lei. O respeito e a educação da população são a prioridade nesse contexto. Porque além do que diz a CF, os direitos LGBT são sim direitos humanos e o acordo por diversos países do mundo existe para que seus governantes desenvolvam ações para proteger e amparar suas minorias marginalizadas a essa temática.
3.3 A REPRESENTAÇĀO DA ONU E OS DIREITOS HUMANOS PARA OS LGBT’S
Inicializando sobre direitos humanos aos LGBT’s, aborda-se primeiramente sobre o que é os direitos humanos? Qual sua importância para as políticas sociais e como os profissionais utilizam em seus instrumentos na abordagem das demandas?
Questionamentos esses necessários para a intervenção e construção em uma práxis profissional. Então Bobbio exemplifica o que são os direitos do homem:
Os direitos do homem, apesar de terem sido considerados naturais desde o início, não foram dados de uma vez por todas. Basta pensar nas vicissitudes da extensão dos direitos políticos. Durante séculos não se considerou de forma alguma natural que as mulheres votassem. Agora, podemos também dizer que não foram dados todos de uma vez e nem conjuntamente. Todavia, não há dúvida de que as várias tradições estão se aproximando e formando juntas um único grande desenho da defesa do homem, que compreende os três bens supremos da vida, da liberdade e da segurança social.(BOBBIO,1992, p.97)
Desse modo os direitos fundamentais e universais não são o bastante para concluir uma construção societária, os direitos humanos vieram como um acordo para assegurar todos os direitos do cidadão. Ilimitados a todos os seres humanos, muito além da jurisdição e dos direitos sociais, são garantias de uma vida digna de liberdade e valorização de possuir o direito. Após a Segunda Guerra Mundial em 1948 tendo como princípio a igualdade, a fraternidade e a liberdade foi instituído a Declaração Universal dos direitos humanos que em seus primeiros artigos cita esses princípios:
Artigo 1º
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. 
Artigo2º
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 
Não será tampouco feita qualquer distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania. 
Artigo  3º
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. (DECLARAÇĀO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS,1948, p.4-5)
A partir da interpretação desse acordo entre os países e os direitos garantidos pela CF, se desenvolve as políticas sociais, como dever do Estado e dos profissionais que nele atuam, efetivando assim a luta e a conquista da sociedade pelos seus direitos, cabe as políticas públicas o papel para alinhar todas essas prerrogativas e com isso desenvolver ações que garantam o mínimo possível de dignidade as pessoas vulneráveis a questão social na sociedade. O Assistente Social tem uma importante ação nessas políticas utilizando de sua base teórico-metodológica para a construção de uma instrumentalidade voltada a valorização do ser humano.
Com a homossexualidade não é diferente, e é citada os direitos humanos como direitos LGBT, afinal os direitos humanos não possui distinção alguma atendendo a todas as pessoas, e em 2011 foi um marco para essa população que perpassa com muita luta em busca contínua por seus direitos garantidos e efetivados se igualando aos direitos humanos, devido orientação sexual e identidade de gênero não serem citadas e dialogadas em termos universais.
Em junho de 2011, pela primeira vez na história, a ONU declarou que os direitos LGBT são Direitos Humanos. Tal declaração foi pontuada na Resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU, de n. º L9, na Assembleia Geral. Desta Resolução resulta a seguinte interpretação: o país que não cuidar dos seus cidadãos LGBT, não estará respeitando os Tratados Internacionais que passaremos a apontar a seguir, já que, em tal documento, a ONU interpreta e alarga o conceito de Direitos Humanos. (GORISCH,2004, p.21)
Grandes mudanças surtiram o efeito dessa Resolução consentindo as sexualidades e gêneros como direitos humanos também, e países como o Brasil com grandes dados de violência homofóbica trouxe a esperança de uma vida segura para os cidadãos LGBT, contudo a violência não é só corporal “a violação no direito á vida também ocorre, mesmo quando não há morte física propriamente dita. “ (GORISCH,2004, p.61). As pessoas marginalizadas padecem ao desenvolvimento das desigualdades e do preconceito e por mais que haja garantias de seus direitos a teoria pena com a desenvoltura dos métodos.
A vulnerabilidade das minorias sexuais é tamanha, que as consequências da intolerância implicam, muitas vezes, no comprometimento do próprio direito á vida. Mas aqui, não estamos falando somente nas mortes ocorridas quase que diariamente (a cada 26 horas) no Brasil.
Partimos do pressuposto de que a sexualidade faz parte da essência humana e, sendo da essência humana, é um direito de todas as pessoas. Sendo a sexualidade humana diversa, a homossexualidade, bissexualidade e transexualidade fazem parte do rol das sexualidades, das expressões de desejo e amor. (GORISCH,2004, p.61)
A educação a partir dos direitos sociais é primordial para a construção e desenvolvimento da sociedade, a sexualidade e gênero pouco é dialogada em sala de aula, sendo assim a discriminação e o preconceito se expandem muitas vezes dentro de casa e fora dela, não obtendo uma desconstrução dessa temática que deveria abordar o respeito e um conhecimento mais aprofundado sobre o que é a sexualidade ou uma pessoa transgênera/transexual. A educação é sim um caminho para uma vida de liberdade e harmoniosa com um grande respeito ao ser humano.
3.4 EDUCAR PARA RESPEITAR
Muito se discute sobre educação na esfera global, alguns países seguem modelos de países desenvolvidos e ditam o conhecimento como princípio básico para a construção cidadã e desenvolvimento da sociedade. Mesmo por trás dos melhores modelos educacionais, as desigualdades estão presentes, com maior vigor ainda nos países subdesenvolvidos. E um problema a ser trabalhado em meio a disciplina é o respeito, as crianças e jovens são preparados para um futuro profissional e promissor ao mercado e já o lado relacional com a sociedade é ofuscado ou deixado de lado pela ideologia conservadora.
Identidade de gênero e sexualidade é um tabu que nem é levado ao conhecimento dos alunos, muitas vezes sendo proibido sua discussão, dando lugar ao preconceito e a discriminação, fazendo com que muitas crianças ou jovens tenham medo da convivência escolar por não poder expressar sua liberdade vivida.
Uma criança que não é amparada em casa e nem em sua escola por se sentir diferente, sofre com medo e frustações, fazendo com que nem ela e nem as outras pessoas entendam o porque dela não ser igual a todas as outras. É muito preocupante não abordar essa temática nas escolas, no entanto políticas que levam esse conhecimento as crianças e a população são necessárias para se alcançar o respeito entre as pessoas, a educação é um enorme caminho para essa construção. Como Paulo Freire cita:
Daí, mais uma vez, a necessidade da invenção da unidade na diversidade. Por isso é que o fato mesmo da busca da unidade na diferença, a luta por ela, como processo, significa já́ o começo da criação da multiculturalidade. É preciso reenfatizar que a multiculturalidade como fenômeno que implica a convivência num mesmo espaço de diferentes culturas não é algo natural e espontâneo. É uma criação histórica que implica decisão, vontade política mobilização, organização de cada grupo cultural com vistas a fins comuns. Que demanda, portanto, uma certa prática educativa coerente com esses objetivos. Que demanda uma nova ética fundada no respeito às diferenças. (FREIRE,1992, p.79-80)
O respeito a diferenças deve sim ser citado e trabalhado na educação da população, utilizar a alteridade como conceito nas relações que busca a união e a consciência que todos devem viver ligados pela mesma classe, independente de cor, raça, crença, sexualidade e gênero. Todo esse contexto vem de uma construção histórica de nossa cultura que precisa ser moldado e modificado, levantar lutas e movimentos para a implementação de uma educação que respeite o ser humano é uma pauta que deve ser discutida em todos os ambientes educacionais. O profissional tanto da educação quanto das mais diversas áreas possui seus métodos instrumentais e éticos que por práticas articuladas levam o respeito como conhecimento para uma inclusão social e democrática do cidadão.
O caminho para uma sociedade mais justa e igualitária deve se iniciar da educação de todos, o pré-julgamento e o preconceito surgem da falta de conhecimento, basta delinear como meta a transformação desse modelo conservador que abarca lacunas que precisam ser preenchidas por uma convivência digna entre as pessoas.
A necessidade em conseguir assimilar melhor a respeito da sexualidade,esta exatamente, em compreender um grupo de pessoas que cada vez mais se posicionam de forma positiva dentro da sociedade: os chamados homossexuais, que vem conseguindo impor seu espaço, lutando por direitos, e mostrando que são “normais”. A escola sempre proporciona aos alunos uma educação sexual voltado aos heterossexuais, e esquecem-se deste grupo que sempre existiu, porém por muitos anos ficou escondido, com medo de “falsos” valores morais que condenavam os adeptos, quando não como doentes mentais, taxavam como criminosos e sem vergonhas, como se a orientação sexual, fosse algo que o sujeito pudesse alterar ao seu bel prazer. (SANTOS,2012, p.06)
Essa educação para a heteronormatividade excluem os alunos que não se identificam como tal, daí surge a necessidade de uma intervenção por parte da metodologia pedagógica e o ensino das diferenças, tais evasões desses alunos homossexuais das escolas, retratam essa falta de políticas públicas e projetos da educação para o respeito, tanto na escola, quanto fora dela. Em casa a criança também sofre com o preconceito da família, e quando ela não se reconhece em seu gênero de nascimento e ainda passando por mudanças e transição, a família desconhece a situação negando apoio e amparo, no meio escolar acontece a mesma situação, os alunos não são orientados a lidar com essas condições e muito menos existe um modelo de preparo dos profissionais.
A importância da educação para a convivência nas relações aborda as ciências desde o começo do mundo, o preparo das crianças, jovens e adultos é moldado pelos interesses do mercado que traz uma dicotomia. Assim a sociedade amplamente deve participar para assegurar os seus valores, pois as políticas sociais é um direito do cidadão e dever do Estado. O país vive um modelo sócio democrático em tese, pois atualmente as políticas públicas vêm sendo cobradas por fortes pressões, movimentos e lutas pelos indivíduos vulneráveis ao modelo capitalista. A educação não deve ser mantida como mercadoria, ela é um direito social conquistado e garantido de maneira universal e dentro dela necessita de junturas que eliminam as tensões e dificuldades que as desigualdades ocasionam. A participação sócio política é um importante caminho através da educação para melhorias em todos os campos que permeiam o cidadão.
Então “a luta pela democratização do ensino assume, no âmbito da educação básica, o caráter da qualidade, da busca da permanência e da conclusão da escolaridade como um direito social”. (OLIVEIRA,2001, p.101). A democracia deve seguir firme para um caminho que seja de liberdade para a convivência e direito de todos, a participação do cidadão é de extrema importância para o controle social e o Estado democrático de direito seja atribuído como deve ser.
4 o PAPEL DOS CONSELHOS DE DIREITOS LGBT E A EFETIVAÇĀO DOS DIREITOS PELOS PROFISSIONAIS DO SERVIÇO SOCIAL
As importantes contribuições dos conselhos representativos na face atual dos governos moldam um novo tipo de se fazer política, as políticas sociais em conjuntura a sociedade carregam um viés democrático, construído pelos indivíduos que se organizam através de movimentos utilizando instrumentos representativos á frente dos direitos. O cidadão inserido nos problemas das desigualdades elabora táticas e criam-se discussões para a resolução dos conflitos envolvendo-se de maneira mais abrangente nos subsídios necessários a população. A participação da sociedade nesse mecanismo estabelece uma maior relação entre o Estado e o povo. Fazendo-se assim partícipes de suas próprias políticas públicas que são necessárias para o ajuste da questão social.
A participação da sociedade nessa representatividade e criação de políticas é fundamental para a viabilização dos direitos sociais garantidos e que são possibilizados por meio das políticas públicas de acordo com o enfrentamento dos problemas sociais, políticos e econômicos. Os conselhos são deliberados a partir de objetivos coletivos, comum e sociais, de forma gestora ou cultural:
A forma “conselho” utilizada na gestão pública, ou em coletivos organizados da sociedade civil, não é nova na história. Alguns pesquisadores afirmam que os conselhos são uma invenção tão antiga quanto a própria democracia participativa e datam suas origens desde os clãs visigodos. (GOHN,2011, p.68)
Desse modo é benéfico a atividade civil nessa forma de gestão e controle social para se praticar a democracia defendendo seus direitos e interesses. Como o autor Faundez ilustra que é participando das atividades e das tomadas decisões e que o povo se tornará animador do próprio povo e sujeito de sua história entre o individual e o coletivo, a comunidade, o grupo e a classe, onde a democracia e a liberdade se criarão na própria história dos povos. (FAUNDEZ,1993, p.49)
Essa participação com as políticas fortalecem os movimentos e caminham para uma igualdade de justiça para corromper todo o preconceito, dessa forma uma representação a classe LGBT articula estratégias educacionais, tanto sexuais quanto de gênero, como também questões de saúde que são problemas por falta de conhecimento e proteção contra as DST’s, amparo aos jovens exclusos e ou sem apoio familiar, contribuição em análises para crimes e discriminação por homofobia. Um órgão como um Conselho de direito LGBT fazem políticas plurais aos problemas enfrentados a essa população, de uma maneira totalizada abarca as políticas no sentindo amplo e focalizado ao mesmo tempo, pois tratando de modo universal, não são reconhecidas as diferenças e suas dificuldades enfrentadas no convívio em sociedade.
Assim o trabalho do Assistente Social em sua atuação em um conselho de direito LGBT, aborda sua contribuição com seu projeto ético-político e hegemônico para a eliminação da discriminação e preconceito, focalizando em políticas públicas para o enfrentamento da questão social que atinge a comunidade da diversidade sexual e de gênero.
Desde documentos que tangem a necessidade do “nome social” para transexuais, travestis e trangêneros, á viabilização de tratamento hormonal as mesmas, a palestras de educação sexual, projetos e programas que fundem a sociedade a participação da eliminação do preconceito, o papel do Assistente Social nessa temática é fundamental na elaboração da cidadania e acesso aos direitos.
Questão social que, sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem e se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movidos por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade(...)Assim, apreender a questão social é também captar as múltiplas formas de pressão social, de invenção e de re-invenção da vida construídas no cotidiano, pois é no presente que estão sendo recriadas formas novas de viver, que apontam um futuro que está sendo germinado.(IAMAMOTO,2000,p.24)
Portanto os Assistentes sociais atuam nas facetas das desigualdades caminhando pela liberdade e justiça social na sociedade, dentro dos interesses antagônicos esse trabalho também leva ao cidadão o conhecimento dos seus direitos e a consciência de classe para construir um futuro melhor a partir dos valores da grande massa vulneráveis aos seus direitos sociais, civis e políticos. A violência e o preconceito inseridos na questão social tem sido dedicado nas expressões das políticas públicas para atender toda a população que tenham seus direitos violado e negligenciados. Mas é importante a participação da sociedade, ela deve nortear os problemas vivenciados que atingem as dificuldades enfrentadas em seu cotidiano nas múltiplas relações, seja em casa, no trabalho, na escola ou na rua.
A abordagem dessa participação leva a consciência que os indivíduos são autores de suas políticas para o controle dos conflitos e desigualdades sociais que acarretam em inúmeros problemas atingindo a todos que são marginalizados ou exclusos da políticaou cultura societária.
4.1	A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇĀO SOCIOPOLÍTICA
Falar em participação sociopolítica é falar em construção de políticas sociais e cidadania, cabe a sociedade organizada contribuir na elaboração das leis, no controle social e na avaliação de políticas públicas. Todas essas ações ao cidadão que possui direitos e deveres na organização da sociedade também podem explicitar as dificuldades apresentadas diante suas necessidades e deveres do Estado. As participações dos indivíduos garantem que seus direitos sejam efetivados como são garantidos de fato através da CF e das leis que podem também serem contributivas com o poder da democracia.
Brasil é um país democrático de direito, mas para que exista uma efetividade é necessário a participação da sociedade nos mais diversos canais disponibilizados ao cidadão para o controle social, sendo através de fóruns, de audiências públicas, dos conselhos, de reuniões e movimentos sociais organizados pela população. Quando a população não participa ela acaba abdicando seus interesses, ficando somente a cargo dos gestores decidir o caminho que seguirá as políticas públicas podendo assim favorecer o lado econômico e neoliberal, desmontando assim os direitos sociais conquistados em todo o processo histórico de nosso país.
Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de interesse comum. Esse dever tem, sobre- tudo, dois fundamentos: em primeiro lugar, a vida social, necessidade básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e serviços, não havendo uma só pessoa que não receba alguma coisa de outras; em segundo lugar, se muitos ficarem em atitude passiva, deixando as decisões para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, acabará dominando, sem resistência e limitações. (DALLARI,1983, p.32)
A partir do momento que um homossexual sofre agressão, seus direitos estão sendo violados e cabe a necessidade de políticas para intervir nessa questão, a violência como um problema a ser combatido é uma obrigação da gestão pública e deve ser feito uma pressão por parte da sociedade quando ocorre ineficiência dessas políticas. Todos têm o direito a liberdade, segurança e o dever de participar das direções dessas ações para que não sejam negados em suas instâncias o papel de cidadão.
A soberania popular é o princípio regulador da forma democrática: a participação é concebida como um fenômeno que se desenvolve tanto na sociedade civil – em especial entre os movimentos sociais e as organizações autônomas da sociedade; quanto no plano institucional – nas instituições formais políticas (...) A concepção democrático-radical sobre a participação objetiva fortalecer a sociedade civil para a construção de caminhos que apontem para uma nova realidade social, sem injustiças, exclusões, desigualdades, discriminações etc. (GOHN,2011, p. 19-21)
A população LGBT deve estar ativamente na participação democrática, são interesses comuns de uma comunidade que padece de extremas dificuldades dos problemas da sociedade, estas devem se alinhar e se organizar para que atitudes e decisões sejam tomadas para criação e controle de políticas eficazes a esses conflitos, é exorbitante as estatísticas que crescem a cada dia alinhando o preconceito e a violência. Os movimentos sociais alertam para a visibilidade do problema, melhor ainda é recobrar intensamente em defesa aos seus direitos.
O que acontece agora é que o processo de democratização, ou seja, o processo de expansão do poder ascendente, está se estendendo da esfera das relações políticas, das relações nas quais o indivíduo é considerado em seu papel de cidadão, para a esfera das relações sociais, onde o indivíduo é considerado na variedade de seus status e de seus papéis específicos, por exemplo de pai e de filho, de cônjuge, de empresário e de trabalhador, de professor e de estudante e até mesmo de pai de estudante, de médico e de doente, de oficial e de soldado, de administrador e de administrado, de produtor e de consumidor, de gestor de serviços públicos e de usuário, etc. (...) Em outras palavras, podemos dizer que o que acontece hoje quanto ao desenvolvimento da democracia não pode ser interpretado como a afirmação de um novo tipo de democracia, mas deve ser entendido como a ocupação, pelas formas ainda tradicionais de democracia, como é a democracia representativa, de novos espaços, isto é, de espaços até agora dominados por organizações de tipo hierárquico ou burocrático.
Deste ponto de vista, creio que se deve falar justamente de uma verdadeira reviravolta no desenvolvimento das instituições democráticas, reviravolta esta que pode ser sinteticamente resumida numa fórmula do seguinte tipo: da democratização do estado à democratização da sociedade. (BOBBIO,1986, p.55-56)
Ao usufruir do direito político, utiliza-se o voto consciente para a representação legislativa a favor do cidadão, mas a democratização da política vai muito além do voto, continuamente a população deve acompanhar o seguimento das leis, e do trabalho dos poderes federativos, estaduais e municipais. Com a participação da sociedade a população caminha pelo seu bem estar e um desenvolvimento contínuo, um meio participativo e cultural para a idealização das políticas são os conselhos, hoje não só os conselhos gestores fazem parte dessa democratização, outros conselhos foram criados para a resolução dos conflitos e desigualdades sociais, um deles é o Conselho de direito LGBT, articulador de estratégias e de políticas públicas para as diversidades sexuais e de gênero que atendem as vulnerabilidades de pessoas que lidam com o preconceito, discriminação e violência urbana causadas pela homofobia.
4.2 CONSELHOS DE DIREITOS LGBT
Um grande passo inicial para a efetivação dos direitos da comunidade LGBT visando atender as demandas dos movimentos no Brasil foi a criação do Conselho Nacional de Combate a Discriminação (CNCD/LGBT) pelo então governo de Fernando Henrique Cardoso e pelo Decreto Nº 3.952, de 4 de outubro de 2001, no âmbito do Ministério da Justiça. (OLIVEIRA,2013, p.116)
 Em 2010 por meio de Decreto que dispõe sobre a composição, estruturação, competências e funcionamento do Conselho Nacional de Combate à Discriminação para a promoção de direitos através de políticas públicas em ação governamental de combate a discriminação contra LGBT’s, com representantes da sociedade civil e do governo movendo ações em defesa dessa população. Como cita Rosa Maria Rodrigues de Oliveira: 
 Decreto no 7.388, de 09 de dezembro de 2010 – Dispõe sobre a composição, estruturação, competências e funcionamento do Conselho Nacional de Combate à Discriminação – CNCD/LGBT. A partir de 2010, com o Dec. 7.388/2010, e a criação de outros conselhos específicos por população, o CNCD passou a atuar de forma a promover a articulação entre órgãos governamentais e representantes da sociedade civil organizada, voltadas à promoção e defesa de direitos da população LGBT; da comunidade cientifica, que desenvolvam estudos ou pesquisas sobre a população LGBT; representantes nacionais, de natureza sindical ou não, que congreguem trabalhadores ou empregadores, com atuação na promoção, defesa ou garantia de direitos da população LGBT; e classe, de caráter nacional, com atuação na promoção, defesa ou garantia de direitos da população LGBT. (OLIVEIRA, 2013, p.115-116)
Por fim esse grande salto para a viabilização dos direitos LGBT trouxe também a criação de conselhos estaduais. Como a autora ilustra:
O decreto 7.388, de dezembro de 2010, sancionado pelo Presidente Lula e pelo Ministro Paulo Vanucci, divide-se em 05 capítulos que tratam da finalidade e competência, da composição, do processo seletivo, da presidência e de seu funcionamento. Assim, citamos os seguintes trechos: “fomentar a criação de conselhos, coordenações e planos estaduais voltados à promoção de políticas públicas para a população LGBT” (IRINEU,2014, p.206 apud Brasília (DF), ano 14, n. 28, p. 193-220, jul. /dez. 2014)A partir de muitas lutas, essas conquistas têm sido articuladas por meio de políticas públicas nos diversos Conselhos de direitos LGBT criados pelo país em combate a homofobia e a favor da diversidade sexual e identidade de gênero.
Os conselhos são órgãos institucionais atuais nos modelos de gestão governamental democrática, alcançando novos desafios na formulação das políticas sociais, sendo de grande importância para a população LGBT. Esse conselho de direito traz representações tanto civil quanto do poder público criando táticas para dissolver os problemas e os conflitos originados da questão social.
Para a implementação dos conselhos, eles dependem de leis ordinárias estaduais e municipais. Em algumas áreas, essas leis já foram estabelecidas, ou há prazos para a sua criação. Os conselhos gestores são novos instrumentos de expressão, representação e participação; em tese, eles são dotados de potencial de transformação política. Se efetivamente representativos, poderão imprimir um novo formato ás políticas sócias, pois se relacionam ao processo de formação das políticas e tomada de decisões. (GOHN, 2011, p.89-92)
Ainda Maria da Glória Gohn (2011) a partir de sua análise exemplifica que os conselhos abrangem uma diversidade no conceito de participação e gestão, no universo da realidade e das políticas sociais atuais dentro da esfera da participação sociedade civil (...). E os conselhos não substituem o Poder legislativo, sendo específicos em suas áreas não obtendo poder sobre as questões gerais, como tem o Poder Legislativo (...). Os conselhos gestores urbanos usam mecanismos para políticas focalizadas em problemas sociais que interferem diretamente na qualidade de vida no meio urbano, apesar de ter grande repercussão na sociedade, são os que menos possui apoio com recursos e infraestrutura. (GOHN, 2011, p.97-102)
Os profissionais atuantes nesses conselhos, como o Assistente Social possui uma prática interventiva a lidar com sua instrumentalidade para desenvolver critérios a uma totalidade, através de levantamentos de dados qualiquantitavos, podendo elaborar projetos e programas atendendo a população LGBT, mas não somente as demandas espontâneas ou que surgem de acordo com os conflitos, mas também na proteção, no desenvolvimento ao conhecimento da sociedade em como respeitar as diferenças. São desafios a serem articulados juntamente com a população, recebendo a participação dos usuários; homossexuais, lésbicas, transexuais, travestis e transgêneros e a sociedade civil em geral. Há muito o que expandir em políticas públicas para esse público, seja na educação, na segurança, na assistência e na jurisdição. O papel do conselho de direito e o trabalho do Assistente Social é justamente a viabilização dos direitos que devem ser articulados como política sendo justo e igualitário de maneira universal, sem distinção alguma e utilizando dos princípios éticos para uma liberdade infinita de direitos.
Infelizmente no estado de Mato Grosso ainda não possui esse conselho, contando apenas com um conselho municipal, mesmo que a demanda que compete ao estado seja cada vez mais crescente e números alarmantes de crimes por homofobia geram comoção a sociedade ainda a população não obteve essa conquista. A luta contínua e árdua caminha pela justiça social e igualdade de direitos, articulando diariamente contra a discriminação a favor das minorias em especial a LGBT, o Assistente Social batalha bravamente pela transformação e uma sociedade cada vez melhor e as políticas públicas continuam sendo feitas com ou sem conselho Estadual. 
4.3 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇĀO LGBT
A cerne das políticas sociais no Brasil se deu com as desestruturas e desigualdades causadas a partir da grande crise de 1929 no país, seguindo para um modelo de produção e reprodução social, fortes tendências de movimentos mobilizados pela população descontente com a ampliação da burguesia e o mínimo ou quase nada de direitos aos cidadãos. A política social foi uma formação histórica para os profissionais do Serviço Social construindo sua hegemonia e projeto ético-político a partir da intervenção nessas políticas.
As políticas sociais a partir de análises sociais, econômicas e culturais têm sido desenvolvidas para a estruturação de uma sociedade com consciências coletivas a partir de uma totalidade e um processo histórico de problemas enfrentados pelas mesmas. O diagnóstico social é muito importante para a resolução dos fenômenos encontrados, e nele se distingue ideias, culturas, crenças que resultam os conflitos, o profissional articulando em políticas públicas buscam a solução e a possibilidade de consensos nas relações entre os seres humanos.
Nessa perspectiva, o estudo das políticas sociais deve considerar sua múltipla causalidade, as conexões internas, as relações entre suas diversas manifestações e dimensões. Do ponto de vista histórico, é preciso relacionar o surgimento da política social ás expressões da questão social que possuem papel determinante em sua origem - e que, dialeticamente, também sofrem efeitos da política social. (BEHRING,2011, p.43)
As políticas públicas voltadas a população LGBT buscam desenvolver o papel do Estado na garantia dos direitos, através de projetos, criação de leis, e programas que atuem na promoção e proteção dos direitos desses indivíduos, e na dimensão cultural organizar ações nas relações do âmbito educacional ou do conhecimento geral na sociedade abrangendo o respeito e efetivando o direito a liberdade e a vida digna.
Atualmente, a agenda do Movimento LGBT brasileiro envolve um conjunto bastante amplo de reivindicações: direito ao reconhecimento legal de relações afetivo-sexuais, à adoção conjunta de crianças, à livre expressão de sua orientação sexual e/ou de gênero em espaços públicos, à redesignação do “sexo” e à mudança do nome em documentos de identidade, ao acesso a políticas de saúde específicas e, ainda mais fundamental, à proteção do Estado frente à violência por preconceito. Tal agenda tem sido promovida através de uma rede complexa e múltipla de relações, em que alguns atores sociais (ONGs, agências governamentais, partidos políticos, parlamentares, juízes, juristas, centros de pesquisa universitários, atores do mercado, agências de fomento, organizações religiosas e profissionais etc.) atuam conscientemente no sentido de apoiá-la, enquanto outros lutam para negá-la ou desqualificá-la. (CARRARA,2010, p.135-136)
Através dessas lutas e reinvindicações faz-se necessário a intervenção do Assistente Social para a garantia e efetivação dos direitos de todos atuando contra a discriminação e o preconceito e transformando o conservadorismo e os valores invertidos em justiça social, igualdade e liberdade.
4.4 ASSISTENTES SOCIAIS NO TRABALHO CONTRA A DISCRIMINAÇĀO
Os profissionais do Serviço Social atuam conforme consta em seu código de ética como princípio fundamental nas diversas demandas da questão social lutando contra discriminação e preconceito e combatendo a aversão as diferenças em qualquer modo ou situações, formulando ações que contribuem a sua competência e deveres. Sua base de princípios no código de ética do Assistente Social diz:
XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. (1993, p. 24)
O trabalho do Assistente Social tem sido reconhecido cada vez mais no campo das políticas sociais e acesso aos direitos, tornando-se um importante transformador dos conflitos e problemas que afetam os indivíduos, tais como os LGBT’s, que são minorias vulneráveis lidando com negação e negligência dos direitos carecendo a atuação do profissional do Serviço Social. Compete a esses, a inserção dos cidadãos marginalizados nas mais diversas questões sociais do país, utilizando de mecanismos e atribuições necessários a articulação e execução das políticas públicas LGBT’s na área da saúde, assistência, educação, seguridade,

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