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ROTEIRO DO JÚRI SIMULADO Isa- Juiza Flávia - Oficial de Justiça Gabrielle - Jurada Réu - Emidio Diego Testemunha de acusação - José Carlos Testemunha de defesa - Anderson Perita - Giovana Escrivão - Caio Promotora - Thais Assistente de acusação - Rodrigo Advogadas de defesa - Larissa e Paloma Juiz Isa > Boa noite, senhoras e senhores. Daremos início à presente sessão de julgamento pelo tribunal do júri simulado desta instituição de ensino superior, faculdade SÃO LUCAS. 1. A princípio dispensamos a chamada dos 25 jurados dispostos no art.462 do código do processo penal, tendo em vista que já foram escolhidos os 7 jurados para fazerem parte deste conselho. 2. A medida em que a oficial de justiça for chamando o nome dos jurados, o jurado, chamado deverá levantar a mão e dizer presente. Peço à Sra. Oficial de justiça ao chamamento dos Jurados. Flávia > GABRIELLE [completo] Gabrielle > presente Juiz Isa > Peço aos senhores jurados que fiquem atentos a tudo o que for dito em plenário, uma vez que hoje os senhores serão os juízes de fato, ou seja, são responsáveis pelo julgamento do feito. Busquem formar sua convicção e sintam-se à vontade para pedir esclarecimentos a qualquer momento. Levantem-se todos “Senhores jurados: em nome da lei, concito-vos a examinar com imparcialidade esta causa e a proferir a vossa decisão, de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça”. Nos termos do § 1º do art.466 do CPP, advirto, ainda, os Srs. Jurados, que a partir do momento em que forem sorteados não poderão comunicar-se com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do conselho de sentença e aplicação de multa. Agradeço, neste momento o comparecimento dos jurados não sorteados e se algum dos senhores necessitar de certidão poderá se dirigir ao cartório crime no primeiro andar deste fórum. Podem-se sentar. JUIZ 1. Nos termos do art.463 do CÓDIGO DO PROCESSO PENAL, estando em ordem as cédulas com os 7 nomes dos jurados e tendo comparecido o nº suficiente, eu, ISA BEATRIZ DOS SANTOS MOREIRA DA COSTA – juiz de direito. Declaro iniciada a 1º Sessão do tribunal popular do júri da comarca de CAÇAPAVA. Da turma do Direito do corrente ano para o julgamento do processo nº2020-1, tendo como o réus: DIEGO DA SILVA EMÍDIO, como vítima: SAMUEL COSTA BARROS como testemunha de acusação: JOSÉ CARLOS SOUSA DA SILVA, como testemunhas de antecedentes: ANDERSON MEIRELLES Solicito que a senhor(a) oficial de justiça faça o pregão das partes. Flávia > SR(A) 1. Promotor: Dr. THAÍS PATRÍCIO DOS SANTOS, 2. Assistente De Acusação: RODRIGO VIEIRA, 3. Advogados De Defesa: Dr. LARISSA PIRES, Dr. PALOMA LARISSA, SR. PERITO – 4. Sr. Perito Criminal - GIOVANNA ALVES OLIVEIRA, 5. Testemunha De Acusação: JOSÉ CARLOS SOUSA DA SILVA 6. Testemunha De Antecedentes: ANDERSON MEIRELES Isa > Juiz: estando todos presentes nesta seção peço a polícia militar que traga a(o) ré(u). Juiz: determino ao escrivão à leitura da denúncia. CAIO > Denúncia O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, por seu Promotor de Justiça que oficia perante este D. Juízo, no exercício de suas atividades, com base no inquérito policial anexo, vem à presença de V. Exa., oferecer DENÚNCIA contra DIEGO DA SILVA EMIDIO, brasileiro, solteiro, engenheiro, nascido em 02/06/1988, natural de Caçapava, portador da C.I. n° 35.144.110-4, inscrito no CPF sob o n° 583.422.938-74, residente à Rua Benedito Geraldo Pereira, n° 960, Bairro Tijuco Preto, Cidade Caçapava, Estado São Paulo, CEP. 12294-496, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: Consta do Inquérito Policial em anexo, que no dia 15 de novembro de 2019, feriado da Proclamação da República, por volta das 11 horas, quatro homens entraram na Caverna do Diabo, em Eldorado-SP, a fim de realizar uma visita que lhes era rotineira mas não profissional. Horas após terem entrado na caverna, houve um deslizamento que resultou no confinamento destes homens. Após dias sem contato com a parte externa, o acusado executou a vítima Samuel para servi-lo como alimento. O resgate ocorreu somente no dia 19 de dezembro de 2019, onde 3 homens foram encontrados com vida e constatando ainda o corpo de SAMUEL COSTA BARROS estava nas seguintes condições, segundo o laudo da necropsia às fls. (xxx): I. Sufocamento causado por lesão na região cervical; II. Uma perfuração na região jugular determinante na causa morte; III. Lacerações pelo corpo. O RÉU FOI PRONUNCIADO COMO incurso no artigo 121, § 1°, do Código Penal Brasileiro. ISA> Juiz: Muito bem, daremos início a Instrução: JUIZ: PEÇO QUE ENTRE A TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO JUIZ: QUAL O SEU NOME? Há algum problema em falar na presença dos Réus? José > TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO: NÃO Isa > O Senhor (a) está aqui para falar a verdade, sob pena que, na falta desta poderá ser processada pelo crime de falso testemunho, art. 342 do Código Penal. O Sr. poderia nos contar o que sabe? Elaborar perguntas… [Perguntas: Acusação? Assistente? Defesa? Jurados?] Testemunha elabora um resuminho JOSÉ > Conheço o Diego há anos e sei que é uma pessoa de pavio curto, não precisa de muito para se alterar. Perguntas: Acusação? Assistente? Defesa? Jurados? Promotor elabora perguntas e testemunha respostas THAÍS > : Vocês cresceram juntos, certo? Diego era o típico líder na escola? Brigão? daqueles que os demais alunos respeitam por medo? José: ele não era de bater, mas colocava medo só de conversar, bem persuasivo. Assistente elabora pergunta e testemunha resposta RODRIGO: Ele seria capaz de tudo para sobreviver ? JOSÉ > Acredito que sim. RODRIGO: Obrigado Defesa elabora perguntas e testemunha respostas LARISSA: Diego não tem histórico de problemas no colégio. Você tinha problemas diretamente com meu cliente? JOSÉ: Nada pessoal, mas ele colocava medo em qualquer outro aluno. Jurado elabora uma pergunta e testemunha resposta GABRIELLE >: Nada a perguntar. ISA > JUIZ: PEÇO QUE ENTRE A TESTEMUNHA DE ANTECEDENTES JUIZ: QUAL O SEU NOME? Anderson Meirelles ISA > Há algum problema em falar na presença dos Réus? ANDERSON > Não ISA > O Senhor está aqui para falar a verdade, sob pena que, na falta desta poderá ser processado pelo crime de falso testemunho, art. 342 do Código Penal. O Sr. poderia nos contar o que sabe? Testemunha elabora um resuminho ANDERSON > Diego e eu estudamos juntos durante todo ensino médio. Sempre foi uma relação tranquila. Também foi meu vizinho, sempre apresentou ser um homem trabalhador e honesto, com bom convívio em sociedade. Perguntas: defesa? Acusação? Assistente? Jurados? defesa elabora perguntas e testemunha respostas PALOMA: Diego era um amigo parceiro, ajuda a todos ou mais reservado? ANDERSON: Embora fosse bravão, ele é um cara de coração gigante, sempre ajudou quando pôde. PALOMA: Diego apresentava algum comportamento agressivo ou impulsivo ? ANDERSON: Não. é uma boa pessoa. Acusação elabora perguntas e testemunha respostas THAIS: Diego é um cara bravo então ? ANDERSON: Ah… Ele é muito justo, não gostava de ver ninguém sendo prejudicado. Assistente elabora pergunta e testemunha resposta RODRIGO: Já testemunhou alguma briga do Diego ?? ANDERSON: Uma só, mas foi porque mexeram com a irmãdele no colégio. Jurado elabora uma pergunta e testemunha resposta ISA (representando a jurada GABRIELLE): Se Diego sair livre daqui, vocês continuam amigo ou pretende se afastar de alguém que cometeu um crime tão ruim ? ANDERSON: Ele não pensou só nele, fez isso por todos que sentiam fome naquele lugar. Ele continua sendo meu amigo sim. ISA > Dou por encerrada a instrução das testemunhas. Peço que entre o Sr. Perito Criminal da Policia Científica de SP: Dr. Giovanna Alves de Oliveira para prestar esclarecimentos. Boa noite! Dr. o Sr. quem elaborou o Laudo da arma utilizada no crime. Correto? Indago à qual conclusão o Sr. chegou? Perito GIOVANNA > O corpo da vítima apresentava sinais de asfixia, dado o golpe de “mata-leão” usado para imobilização e um corte extenso e profundo na veia aorta, ferimento causado com o emprego de uma faca de escalada, que ocasionou uma hemorragia levando-a óbito. Haviam outros cortes pós-morte na região das pernas, braços e barriga. Não há evidência de lesões que indiquem reação da vítima. Perguntas: Acusação? Assistente? Defesa? Jurados? Acusação elabora perguntas e perito resposta THAIS: Quanto tempo é preciso esperar para declarar óbito após um corte na veia jugular ? GIOVANNA: Se a pessoa não for socorrida brevemente, após 20 minutos é possível atestar óbito. Assistente elabora pergunta e testemunha resposta RODRIGO: Sem perguntas, excelência. Defesa elabora pergunta e perito resposta LARISSA/PALOMA: Dra, a senhora pode me dizer quais são os sintomas combinados de privação de luz e alimentação adequada? GIOVANNA: É possível que a pessoa nessas condições sofra inicialmente com ansiedade, depressão, irritabilidade, e em casos mais graves, stress excessivo, severa agressividade, perda de memória, e delírios. Jurado elabora uma pergunta e testemunha resposta GABRIELLE: Sem perguntas, Excelência. Perguntas: Acusação? Assistente? Defesa? Jurados? ISA > Satisfeitos Dr. Grata por suas considerações. INTERROGATÓRIO DOS RÉUS ISA > Daremos início ao interrogatório do réu: Diego da Silva Emídio Peço que traga o réu e que retire suas algemas. Qual O Seu Nome? Réu: Diego da Silva Emídio ISA > O Sr. tem o direito de permanecer calado, porém, hoje quem lhe julga são esses sete jurados e eles não conhecem a sua versão, portanto este é o momento para dar a sua versão sobre os fatos, o Sr. pretende falar? Se o(a) senhor(a) ficar calado(a) isso não a prejudicará. Muito bem... ISA: Você Tem Advogado DIEGO > Réu: Sim, Vossa Excelência ISA: Qual O Nome Dele? DIEGO > Réu: _Dra. Larissa Pires e Dra. Paloma ISA > O Sr.. está ciente das imputações que lhes foram feitas? Réu SiM ISA > O que o Sr tem para falar sobre os fatos? Réu Sou inocente ISA > O Sr(a), deseja falar algo que eu não tenha lhe perguntado e que julga ser importante? DIEGO > Réu Nunca vou esquecer desses dias, eu pensei que iria morrer enterrado dentro daquela caverna. Perguntas: Acusação? Assistente? Defesa? Jurados? PROMOTORIA: THAIS > Vocês cogitaram a possibilidade de esperar alguém morrer naturalmente para se alimentar ? DIEGO > A ideia de jogar a faca foi do próprio Samuel. Estavámos todos confusos sobre o que fazer e as coisas foram acontecendo THAIS > Você teve força para aplicar um mata leão, não dava pra esperar mais pelo resgate ? DIEGO > [fica em silêncio] THAIS > Sem mais perguntas, Excelência. DEFESA: LARISSA > Diego, você ficou em silêncio na pergunta da promotoria, você poderia me dizer o motivo? DIEGO > Sim, fiquei em silêncio porque não sei explicar como tive forças para aplicar aquele golpe, estávamos a dias sem comida, fracos e desesperançosos, foi tudo tão rápido que mal me lembro. LARISSA > Certo. Você é capaz de detalhar tudo o que aconteceu naquele momento? DIEGO > Não, como eu disse, foi tudo muito rápido, não estava pensando direito, principalmente naquele momento, foi como uma explosão, só caí em mim depois. LARISSA > Posso concluir então que há possibilidade do réu ter experienciado uma descarga de adrenalina, o que explica sua força momentânea. Sem mais perguntas, Excelência. Daremos início ao Debates: Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação. 1o O assistente falará depois do Ministério Público. 2o Finda a acusação, terá a palavra a defesa: promotoria THAIS Tese – construção da argumentação Consta do Inquérito Policial que o réu Diego, a vítima Samuel e mais dois amigos, no dia 15 de novembro de 2019, feriado da Proclamação da República, por volta das 11 horas, entraram na Caverna do Diabo, em Eldorado-SP, a fim de realizar uma trilha, uma visita à caverna que lhes era rotineira mas não profissional. Horas após terem entrado na caverna, houve um deslizamento que resultou no confinamento destes homens. Os familiares notificaram as autoridades que encaminharam equipes de resgate ao local. Informados de que o grupo possui apenas um rádio, foi montado um acampamento próximo a saída da caverna e uma estação de comunicação. Conseguiram contatar os homens presos no 4º dia após o deslizamento. As equipes de remoção das pedras informaram que levariam aos menos mais 10 dias para retirá-los com segurança, contando com o bom tempo e sem novos deslizamentos. No 8º dia a bateria do rádio que estava dentro da caverna acabou e ficaram a própria sorte para se guiar até que o resgate fosse realizado. Após 20 dias presos dentro da caverna, sem suprimentos, Samuel apresentou aos outros a ideia de lançar a sorte através de um jogo usando uma faca de escalada que um deles possuía para escolha da vítima que seria usada como alimento para o fim da sobrevivência dos demais. A faca fora colocada sobre o chão e deveria ser girada até que parasse sozinha, a pessoa que estivesse à frente dela estava livre. Samuel foi o último. Porém, aqui, senhoras e senhores, sabemos que não havia sido combinado como seria feita a execução, sabia-se apenas que usariam aquela mesma faca. O acusado, relatou que aplicou um mata-leão para “apagar” Samuel, assim não ia ouvir qualquer gemido. Diego ainda tinha força aqui ? Por que não esperou a decisão do grupo de como fariam isso ? Continuando: após “apagar” a vítima, Diego, usou a faca de escalada que tinham e cortou o pescoço de Samuel para sangrar até morrer. Depois de ter certeza que Samuel estava morto, começou a distribuir sua carne aos demais. O resgate só aconteceu no dia 19 de dezembro de 2019, por volta das 4 horas, onde a equipe de resgate conseguiu finalmente acessar o interior da caverna e resgatar os 3 homens com vida, constatando ainda o corpo de SAMUEL COSTA BARROS com várias partes cortadas como consta no laudo da perícia. Tese – construção da argumentação RODRIGO > assistência de acusação a promotoria gostaria de entender por quais motivos Diego pode voltar a sociedade sem oferecer riscos aos outros ? Vocês se sentem seguros com esse homem gozando de sua liberdade ? Obrigada, Excelência. Defesa Tese – construção da argumentação LARISSA/PALOMA: Como consta no inquérito, Diego, o réu, Samuel,a vítima, e os demais colegas adentraram na caverna a fim de realizar uma atividade que para eles lhes era comum. Por infelicidade do acaso, houve um deslizamento que culminou no confinamento desses amigos no interior da caverna. Aqui, gostaria de ressaltar que o fato aqui julgado aconteceu somente vinte dias após o fatídico dia do deslizamento. Sem mais delongas, vamos aos fatos: A defesa vai se embasar em algo que não deixa dúvidas, a ciência, e através dela vou mostrar aos senhores como eles podem, e foram afetados pelas circunstâncias, e por isso não podem ser julgados como pessoas que estavam em plenas condições de escolher com "altruísmo e humanidade", porque nosso conceito de humanidade é baseado na sociedade que vivemos hoje, o que não era uma verdade dentro da caverna. Bom, é sabido através de dados científicos que a privação de luz causa distúrbios ao cérebro humano. Inclusive, em países em que há ausência de sol por vários dias consecutivos, há um aumento na taxa de suicídio e de doenças mentais nessa época. E perceba que, nesses países as pessoas são privadas apenas da luz do sol, não de toda luz. Podemos imaginar então como a ausência semi completa de luz pode ter afetado esses homens, como a escuridão pode ter contribuído com o desespero e a falta de esperança. Juntamos então a ausência de luz, com a ausência de alimento. Vejamos, quando não há consumo de alimentos que provêm nutrientes, o corpo sofre com os bloqueios de glicemia, causando diversos distúrbios musculares, não sendo de espanto que o cérebro, enquanto músculo, também se afete com a ausência de alimentação adequada, causando comprovadamente situação de stress e ansiedade. Como esperar então que nessas circunstâncias os homens tomassem qualquer atitude que não a de se alimentar e saciar o instinto que nos trouxe à evolução, o de sobrevivência? É preciso lembrar ainda que o ser humano, antes de ser civilizado, ele é animal. Racional, sim. Mas só civilizado porque as condições permitem que ele seja. Se você tira as circunstâncias, tudo o que sobra é o ser humano pré-histórico, que só conseguiu se tornar o que é hoje em decorrência de "homicídios" que a em circunstâncias de extrema necessidade, chamamos de sobrevivência. Sim, meu cliente ainda possuía forças, mas isso não significa que ainda possuía lucidez. Devido às circunstâncias, não devemos falar em homicídio, mas sim em um ato desesperado, em uma situação de extrema necessidade, que resultou sim na morte de um dos seus amigos, mas não nos esqueçamos que resultou também na salvação do resto do grupo. Estamos aqui hoje para decidir uma punição. Porque o réu precisa pagar pelo ato que cometeu, mesmo que em nome da sobrevivência. Para finalizar, lhes deixo um questionamento: não teria sido o próprio ato, uma punição? Matar um amigo, de maneira ancestral, mesmo que por sobrevivência, não é algo que se esquece. Ter que lidar com isso, viver com isso, com as consequências, com as sanções morais, e pessoais já não é a punição que alguém poderia sofrer? ISA > Dou por concluídos os debates Indago se jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos. Indago ao Conselho de Sentença sobre os seguintes quesitos: I – a materialidade do fato; Ou seja, a existência real do acontecimento. O Fato efetivamente ocorreu. II – a autoria ou participação; O(A) ré(u) é(são) autor(a) ou de alguma forma participou do crime. III – se o acusado deve ser absolvido; IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. Sala secreta Srs. Jurados, não restando mais dúvidas. Iremos proceder com a votação. A Sra. Escrevente irá vos entregar cédulas que contém os 5 quesitos e os senhores em cada um deverão responder se julgam que SIM ou se julgam que NÃO. Determino o recesso de 5 minutos para a Votação. ISA > Dou por encerrada a votação. Determino o recesso de 5 minutos para a leitura da sentença. Em seguida, o presidente proferirá sentença. LEITURA DA SENTENÇA ISA > − "Convido a todos a ficarem de pé para a leitura da sentença." SENTENÇA CONDENATÓRIA Vistos, etc. Relatório já realizado e juntado aos autos. CONSIDERANDO que o Egrégio Conselho de Sentença, por maioria de votos, ao responder o primeiro quesito, reconheceu que no dia 15/11/2019, a vítima SAMUEL COSTA BARROS foi asfixiada e esfaqueada, causando-lhe as lesões descritas no Laudo Cadavérico juntado aos autos; CONSIDERANDO que o Egrégio Conselho de Sentença, por maioria de votos, ao responder o segundo quesito, reconheceu que o acusado DIEGO DA SILVA EMÍDIO, qualificada nos autos, concorreu para o crime; CONSIDERANDO que o Egrégio Conselho de Sentença afirmou, por maioria de votos ao responder o terceiro quesito, que NÃO absolve o acusado; CONSIDERANDO que o Egrégio Conselho de Sentença, por maioria de votos, ao responder ao quarto quesito, reconheceu que não existe nenhuma atenuante CONSIDERANDO que o Egrégio Conselho de Sentença, por maioria de votos, ao responder ao quinto quesito, reconheceu que o crime foi praticado mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e com requinte de crueldade. ISTO POSTO, e considerando a vontade soberana do Tribunal Popular do Júri, declaro, por sentença, a PROCEDÊNCIA PARCIAL DA PRETENSÃO PUNITIVA ESTATAL, para o fim de CONDENAR o réu DIEGO DA SILVA EMÍDIO, devidamente qualificado nos autos, como incurso na pena do artigo 121, parágrafo 2º, incisos III e IV. A pena em abstrato para o delito tipificado no art. 121, §2º, do Código Penal Brasileiro é de 12 (doze) a 30 (trinta) anos de reclusão. Em consonância com o preceito constitucional da individualização da pena (art. 5º, XLVI, da CRFB/88) e em obediência ao sistema trifásico adotado pelo Código Penal Brasileiro (art. 68) passo a aferir as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal, para fixação da pena. Sobre a sua conduta social, é considerada boa. Os motivos não justificam a sua conduta. As circunstâncias do crime lhe são desfavoráveis, eis que praticado com extrema violência. O comportamento da vítima não contribuiu para o evento delituoso. A situação econômica do acusado é razoável. Assim, analisando as circunstâncias judiciais, fixo-lhe a pena-base em de 22 (vinte e dois anos) anos de reclusão. Fixo o regime fechado para o início do cumprimento da pena, nos termos do art. 33, § 2º, alínea “a”, do Código Penal Brasileiro. Deixo de substituir-lhe a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, uma vez que totalmente incabível, seja pelo quantum da pena fixada, que ultrapassa 04 (quatro) anos de reclusão, ou, ainda, porque as circunstâncias indicam que essa medida não é suficiente para o caso, nos termos do art. 44, incisos I, e III, do Código Penal Brasileiro. Incabível a concessão de sursis. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais. Não reconheço ao acusado o direito de aguardar o julgamento de eventual recurso em liberdade,revelando-se a sua custódia como sendo necessária para garantir a futura aplicação da lei penal e a ordem pública, nos termos do art. 312, do CPP. Expeça-se a competente guia de execução provisória. Após o trânsito em julgado, LANCE-SE o nome do réu no rol dos culpados, EXPEÇA-SE Guia de Execução Criminal definitiva, PROCEDAM-SE às comunicações de estilo e ARQUIVEM-SE. Dou esta por lida e publicada no plenário do Tribunal do Júri e dela intimadas as partes. Registre-se. Caso encerrado SENTENÇA ABSOLUTÓRIA DIEGO DA SILVA EMIDIO, devidamente qualificado nos autos, foi pronunciada como incurso nas penas do art. 121, § 2º, III e IV do Código Penal Brasileiro (xxxxxxxxxxx) porque teria, com emprego de uma faca de escalada, ceifado a vida de SAMUEL COSTA BARROS, ao efetuar o golpe para imobilização e as facadas que produziram na vítima as lesões descritas no Laudo de Exame Cadavérico juntado aos autos e após se alimentado de seu corpo. Submetido, hoje, a julgamento pelo Tribunal do Júri, o Soberano Conselho de Sentença, por maioria de votos, respondeu positivamente ao 3º quesito, reconhecendo assim, deveria ser absolvido, restando prejudicados os demais quesitos. Posto isso, julgo IMPROCEDENTE a pretensão punitiva do Estado, para ABSOLVER o réu DIEGO DA SILVA EMIDIO, da imputação que lhe foi feita, em face do reconhecimento da excludente de ilicitude da estado de necessidade, nos termos do art. 386, V do Código de Processo Penal. Transitado em julgado, arquivem-se os autos e proceda-se às anotações devidas para retirar às restrições contra a ré relativamente ao presente processo. PROCEDAM-SE às comunicações de estilo e ARQUIVEM-SE. Dou esta por lida e publicada no plenário do Tribunal do Júri e dela intimadas as partes. Registre-se. Caso encerrado DA ATA DOS TRABALHOS De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará ata, assinada pelo presidente e pelas partes. CAIO > Dou por encerrada esta sessão julgamento POLICIAIS: SRA. Roberta Silvana Gomes Oliveira (PM FEMININO) SRA. Janaína Ramalho da Silva (PM FEMININO) SRA. Márcia de Almeida (PM FEMININO) SR. Carlos Eduardo Mendes Pinto (PM MASCULINO) TRIBUNAL DO JÚRI Fórum Criminal da Comarca de São Paulo 1ª Vara Criminal do Júri PROCESSO Nº 8005232-12.2020.8.05.0000: --- MAGISTRADO (A): ISA BEATRIZ DOS SANTOS MOREIRA DA COSTA Ação: Ação Penal de Competência do Júri em: 20/06/2020---VÍTIMA: SAMUEL COSTA BARROS. Representante: RODRIGO VIEIRA (ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO) DENUNCIADOS: Réu- EMÍDIO DIEGO (Larissa) OAB 27896472 (Paloma) OAB 65830144 PROMOTOR:THAÍS PATRÍCIO (PROMOTOR DO TRIBUNAL DO JURI) Publique-se. Registre-se. Cumpra-se. São Paulo, 20 de junho de 2020. ISA BEATRIZ DOS SANTOS MOREIRA DA COSTA Juiz de Direito Titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. CAIO VINÍCIUS NOGUEIRA CUSTÓDIO Escrevente Técnico Judiciário http://www.jusbrasil.com.br/topicos/26841903/null http://www.jusbrasil.com.br/topicos/29559515/n-r-da-c http://www.jusbrasil.com.br/topicos/100267743/oab-3985 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/26841903/null http://www.jusbrasil.com.br/topicos/26841903/null CAIO > Solicito que a senhor(a) oficial de justiça faça o pregão das partes. SRA. Flávia Candida Vasconcelos FLAVIA > Promotor:Thaís Patrício Assistente De Acusação:Rodrigo Advogados De Defesa: Dra. Larissa Pires Dra. Paloma Larissa Sra. Perita Criminal: Giovanna Alves Oliveira Testemunha De Acusação:José Carlos Sousa da Silva Testemunha De Antecedentes: Anderson Meireles Indago ao Conselho de Sentença sobre os seguintes quesitos: Se O ACUSADO deve ser absolvida; NÃO SIM Indago ao Conselho de Sentença sobre os seguintes quesitos: Se as acusadas devem ser absolvidas; NÃO SIM Indago ao Conselho de Sentença sobre os seguintes quesitos: Se as acusadas devem ser absolvidas; NÃO SIM Indago ao Conselho de Sentença sobre os seguintes quesitos: Se as acusadas devem ser absolvidas; NÃO SIM Indago ao Conselho de Sentença sobre os seguintes quesitos: Se as acusadas devem ser absolvidas; NÃO SIM Indago ao Conselho de Sentença sobre os seguintes quesitos: Se as acusadas devem ser absolvidas; NÃO SIM Indago ao Conselho de Sentença sobre os seguintes quesitos: Se as acusadas devem ser absolvidas; NÃO SIM
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