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Profa.: Camila Fukuda Materiais Cerâmicos - Definição, características e usos 2 3 Compostos entre elementos metálicos e não-metálicos (óxidos, nitretos e carbetos) Isolantes à passagem de eletricidade e de calor, mais resistentes a altas temperaturas. Apresentam baixa densidade. Podem existir no estado cristalino ou vítreo (amorfo). Cerâmicas – características gerais ALUMINA 4 Com relação ao comportamento mecânico, cerâmicas são duras e muito frágeis. Argilas, cimento, abrasivos, ferramentas de corte e vidro. Matéria prima de custo relativamente baixo Cerâmicas – características gerais 5 Cerâmicas – características gerais Forma-se com átomos de diferentes eletronegatividades (um alta e outro baixa). Os elétrons de valência são “transferidos” entre átomos produzindo íons. A ligação iônica não é direcional, a atração é mútua. A ligação é forte, por isso o PF dos materiais com esse tipo de ligação é geralmente alto. Como conseqüência da ligação ser predominantemente iônica a estrutura cristalina das cerâmicas são compostas por íons carregados eletricamente (CÁTIONS E ÂNIONS) 6 Cerâmicas – classificação geral Cerâmicas tradicionais barro, argila, porcelanas, tijolos, ladrilhos e vidros. Cerâmicas avançadas Utilizadas em inúmeras aplicações tecnológicas tais como encapsulamento de chips, isolamento térmico do ônibus espacial, revestimento de peças, fibras óticas, etc... Ônibus espacial: superfície atinge temperaturas superiores a 1000°C. Proteção térmica com placas cerâmicas com fibras de quartzo. (10s após sua retirada de um forno de 1260°C é possível tocá-la com as mãos. 7 • A extrema fragilidade e dureza dos cerâmicos vem da natureza das suas ligações atomicas iônicas ou covalentes. • Estruturas cristalinas cerâmicas estáveis: aniôns que circundam o cátion estão todos em contato com ele. 8 Cerâmicas – Estrutura cristalina 9 Cerâmicas – Estrutura cristalina As estruturas cristalinas, quando presentes, são extremamente complexas. Exemplo: O óxido de Silício (SiO2) pode ter três formas cristalinas distintas: quartzo, cristobalite e tridimite Cerâmicas – Estrutura cristalina Estutura sal-gema. Duas redes cristalinas CFC que se interpenetram, uma composta de cátions outra de ânions. Ex. NaCl, MgO, MnS, LiF e FeO Estrutura cloreto de césio. CS. Não é uma CCC, pois estão envolvidos íons de espécies diferentes. Cerâmicas – Estrutura cristalina Blenda de Zinco (ZnS) Cerâmicas – Estrutura cristalina Fluorita (CaF2) Perovskita (BaTiO3) 13 Cerâmicas – Estrutura cristalina 14 Cerâmicas – Estrutura cristalina Densidade: 2-3 g/cm3 Embora os materiais cerâmicos sejam em geral isolantes de calor e eletricidade, há uma classe de materiais cerâmicos que são supercondutores A dilatação térmica é baixa comparada com metais e polímeros. Alta resistência a agentes químicos. Cerâmicas – Propriedades Térmicas e Físicas Apresentam baixa resistência ao choque São duros e frágeis em relação à tração (~17 kgf/mm2) São resistentes em relação à compressão (5 a 10x mais que a tração) O módulo de elasticidade é alto: ~45.500kgf/mm2 (aço: 20.000 kgf/mm2) Têm alta dureza e alta resistência ao desgaste. Cerâmicas – Propriedades Mecânicas COMPORTAMENTO FRÁGIL • Característica típica dos cerâmicos: melhor resistência em compressão que em tração. • Comportamento partilhado por ferros fundidos. Al2O3 policristalina • Ensaio de tração é difícil de fazer e dá dispersão de resultados muito grande • Utiliza-se ensaios de flexão! Cerâmicas – Propriedades Mecânicas Cerâmicas – Propriedades Mecânicas Materiais cerâmicos: E entre 70 e 500 GPa 22 3 bd LFf rf 3R LFf rf 19 Cerâmicas – classificação geral VIDRO-CERÂMICOS CRISTALINOS AMORFOS (VIDROS) Incluem os cerâmicos à base de Silicatos, Óxidos, Carbonetos e Nitretos Em geral com a mesma composição dos cristalinos, diferindo no processamento Formados inicialmente como amorfos e tratados termicamente O Silício e o Oxigênio formam cerca de 75% da crosta terrestre, sendo materiais de ocorrência comum na natureza e de baixo custo ! Os cerâmicos avançados são baseados em óxidos, carbonetos e nitretos com elevados graus de pureza Cerâmicas – classificação CERÂMICOS CRISTALINOS DE SILICATOS 2 64 9 25 Cimento Portland 1 30 5 64 Porcelana steatite 1 6 32 61 Porcelana eléctrica ---- 72 28 Mulita refractária 5 45-25 50-70 Tijolo refractário 4 96 Sílica refractária Outro s CaO MgO K2O Al2O3 SiO2 Composição (% em peso) Os cerâmicos cristalinos à base de Silicatos não são usados como materiais estruturais (não são considerados cerâmicos avançados) • Ind. Mecânica, elétrica e química - NITRETO DE SILÍCIO ALUMINA SiC Cerâmicas – aplicações Materiais cerâmicos são extremamente duros podendo atingir 9,5 na escala Mohs Cerâmicas – aplicações Óxidos: podem ser simples ou mistos EXEMPLOS DE ÓXIDO SIMPLES: Alumina (Al2O3), Berília (óxido de berilo), - Magnésia (óxido de Mg), - Zirconia (óxido de zircônio), Tória (óxido de tório) Sílica (SiO2) ÓXIDO MISTOS: são misturas de alumina, magnésia e sílica ALUMINA CARACTERÍSTICAS: Baixo custo Boas propriedades mecânicas Excelente resitividade elétrica e dielétrica Resistente à ação química Aplicações: isoladores elétricos, aplicações aeroespaciais, componentes resistentes à abrasão,…. BERÍLIA • CARACTERÍSTICAS: - Apresenta boa condutividade térmica - Alta resistência Mecânica - Boas propriedades dielétricas - É cara e difícil de trabalhar - A poeira é tóxica - Aplicações: giroscópios, transistores, resistores, … MAGNÉSIA • CARACTERÍSTICAS: - Têm aplicações limitadas porque não é suficientemente resistente e é susceptível ao choque térmico, devido sua elevada dilatação térmica. ZIRCÔNIA • CARACTERÍSTICAS: - Apresenta-se em várias formas (monoclínica, cúbica estabilizada,..) A zircônica estabilizada apresenta: Alta tempratura de fusão (2760°C) Baixa condutividade térmica Alta resistência à ação química TÓRIA CARACTERÍSTICAS: É o material cerâmico mais estável e o de mais alto ponto de fusão (3315°C) Aplicado em reatores nucleares Propriedades típicas de óxidos cerâmicos Outros tipos de materiais cerâmicos CARBONETOS: Carboneto de Tungstênio, carboneto de silício (conhecido como carborundum), carbonto de titânio. BORETOS: Boretos de hafnio, tântalo, tório, titânio, zircônio NITRETOS DE BORO E SILÍCIO: Os nitretos de boro tem dureza equivalente ao diamante e resiste sem oxidação até 1926°C Peça recobertas com TiC Cerâmica e a Indústria automotibilística Nos motores, as peças em cerâmica, resistentes ao calor como os componentes de válvulas, apoios nas caixas de eixos de manivela e os componentes para água e bombas de combustível asseguram maior eficiência, menos desgaste e redução de emissão de ruído. Já se usa a muitos anos cerâmica na fabricação de velas de ignição e rotores dos motores elétricos de veículos. Os materiais preferidos são a zircônia parcialmente estabilizada (PSZ), o carbeto de silício (SiC), o nitreto de silício (Si3N4), o silicato de lítio e alumínio (LAS) e o silicato de alumínio. http://quatrorodas.abril.com.br/reportagens/novastecnologias/cont eudo_143930.shtml http://quatrorodas.abril.com.br/reportagens/novastecnologias/conteudo_143930.shtml http://quatrorodas.abril.com.br/reportagens/novastecnologias/conteudo_143930.shtml Processamento do Material Cerâmico 34 MÉTODO DE CONFORMAÇÃO: Sinterização • Durante o cozimento a peça moldada apresenta uma contração em volume, reduçãoem sua porosidade, melhorias mecânicas. • Os poros se tornam menores e mais uniformes • Temperatura abaixo da temperatura de fusão, não existe fase líquida presente • Difusão atômica das partículas para as regiões de empescoçamento. 48 Vitrificação • Formação gradual de um vidro líquido que preenche os poros • A temperatura de formação da fase líquida reduz com a adição de materiais fundentes • Com o resfriamento, essa fase fundida forma uma matriz vítrea que resulta em um corpo denso e resistente • Grau de vitrificação: resistencia, durabilidade e densidade 50 VIDROS: • Produto inorgânico da fusão, que resfriou a uma condição rígida sem cristalização http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bristol.blue.glass.arp.750pix.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:ObsidianOregon.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Glass02.jpg Vidros são definidos como materiais sólidos completamente amorfos, desprovido de uma estrutura atômica periódica de longo alcance e que apresenta uma região de transição vítrea Estrutura do vidro: Estrutura dos vidros • Óxidos de formação vítrea = formadores de rede • Óxidos de modificação vítrea = modificadores de rede • Óxidos intermediários nos vidros = intermediários Estrutura dos vidros Óxidos intermediários Classificação Formadores Modificadores Intermediários SiO2 Li2O B2O3 B2O3 Na2O PbO P2O5 K2O ZnO V2O5 CaO CdO BaO TiO2 MgO SrO2 Matéria prima dos vidros • Vitrificantes • SiO2: areias de quartzo • B2O3: H3BO3, boratos de sódio • Fundentes • Na2O: Na2CO3, Na2SO4 • K2O: carbonatos de potássio • Li2O: Li2CO3 • CaO: CaCO3 (calcita), feldspato cálcico (anortita) • MgO: CaCO3·MgCO3 (dolomita) • BaO: BaCO3 • Estabilizantes • Al2O3: feldspatos • PbO: Pb3O4 (zarcão), PbO (litargírio), carbonato básico • ZnO: ZnCO3 (smithsonita), ZnO (zinquita) Estrutura dos vidros • Vitrificantes • formadores de rede • SiO2 , B2O3 • Fundentes • modificadores de rede • Na2O, K2O, Li2O, CaO, MgO, BaO • Estabilizantes • Intermediários • Al2O3, PbO, ZnO • Outros componentes • Corantes, descorantes, opacificantes • Água, vidro reciclado Conformação dos vidros: • Prensagem • pratos • Sopro • garrafas • Laminação ou estiramento • vidro plano • Fiação • fios, fibras Tratamento térmicos dos vidros • Recozimento (annealing) • Aquecimento a temperatura de recozimento, seguida de resfriamento • Alívio de tensões térmicas • Têmpera (tempering) • Aquecimento a T>Tg e < ponto de amolecimento • Resfriado a T ambiente com jato de ar ou banho de óleo • Tensões residuais compressivas na superfície e de tração no interior • Têmpera química Têmpera química • Exemplo: • Vidro de sódio aluminossilicato • Banho de nitreto de potássio (50ºC por 6 a 10 horas) • Os íons de sódio próximos a superfície serão substituídos pelos íons de potássio. Têmpera térmica http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://interglass.com.br/wp-content/uploads/2011/09/img_vidros_laminados_1.jpg&imgrefurl=http://interglass.com.br/vidros-laminados/&usg=__qtPNwCixYzgIC31bUHnJPInDryE=&h=375&w=500&sz=180&hl=pt-BR&start=8&zoom=1&tbnid=i_9GXTK_HBTiCM:&tbnh=98&tbnw=130&ei=zpRQUI6vJPOq0AGb1YGQBw&prev=/search%3Fq%3Dvidros%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26tbm%3Disch&um=1&itbs=1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.designsp.com.br/imagens/produtos-vidros/box-vidros-07.jpg&imgrefurl=http://www.designsp.com.br/box-vidros.php&usg=__Xdv1cy1cGCMueRx1sqmb3jwilcc=&h=352&w=467&sz=26&hl=pt-BR&start=12&zoom=1&tbnid=8pBV-h-HT9j2NM:&tbnh=96&tbnw=128&ei=zpRQUI6vJPOq0AGb1YGQBw&prev=/search%3Fq%3Dvidros%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26tbm%3Disch&um=1&itbs=1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://vidros.net/images/vidrostemperados-11.jpg&imgrefurl=http://vidros.net/&usg=__fjHh4KpS-GF2EIcf-D8pBbQ_5xg=&h=275&w=362&sz=17&hl=pt-BR&start=14&zoom=1&tbnid=TeDMJmKOJl7EFM:&tbnh=92&tbnw=121&ei=zpRQUI6vJPOq0AGb1YGQBw&prev=/search%3Fq%3Dvidros%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26tbm%3Disch&um=1&itbs=1 Têmpera química http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/Modulo_V/M5_Lente_oftalmologica_leg.jpg&imgrefurl=http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/Modulo_V/Modulo_V.htm&usg=__szhC5Ndqm_vbvWNIJaKgDosOuoA=&h=480&w=640&sz=60&hl=pt-BR&start=2&zoom=1&tbnid=-drzoLQeYprd_M:&tbnh=103&tbnw=137&ei=Y5VQULCbCce90QHDooGYDw&prev=/search%3Fq%3Dlentes%2Boftalmol%25C3%25B3gicas%2Bde%2Bvidro%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26tbm%3Disch&um=1&itbs=1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://imgs.obviousmag.org/archives/uploads/2008/ZZ024D709A.jpg&imgrefurl=http://obviousmag.org/archives/2008/02/congestionament.html&usg=__SALOq9zzJgfqYkWnNekVUYufoJI=&h=350&w=600&sz=14&hl=pt-BR&start=3&zoom=1&tbnid=wd2n1f76n4YGdM:&tbnh=79&tbnw=135&ei=3ZVQUL_1LYfy0gHL-4DIAQ&prev=/search%3Fq%3Dvidros%2Bde%2Baeronaves%2Bsupers%25C3%25B4nicas%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26tbm%3Disch&um=1&itbs=1 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://cdn.avioesemusicas.com/wp-content/uploads/2012/07/f-2000c-c.jpeg&imgrefurl=http://www.avioesemusicas.com/mirage-2000-da-fab-quebram-vidros-do-stf-apos-passagem-supersonica-em-brasilia.html&usg=__tiMfKimuIurce9sOofcQOxvu_iM=&h=703&w=1135&sz=310&hl=pt-BR&start=17&zoom=1&tbnid=7MIqeX-dFaitjM:&tbnh=93&tbnw=150&ei=3ZVQUL_1LYfy0gHL-4DIAQ&prev=/search%3Fq%3Dvidros%2Bde%2Baeronaves%2Bsupers%25C3%25B4nicas%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26tbm%3Disch&um=1&itbs=1 Deformação viscosa dos vidros Sólido versus líquido • Na década de 1980 Plumb, R.C propôs que os vidros de antigas catedrais eram mais grossos na base, pois teriam escoado com o tempo. • Essa ideia perdura até os dias de hoje, muito embora já tenha sido provada matematicamente falsa. • Edgar D. Zanotto em 1998 publicou artigo na revista American Association of Physics, com um calculo a partir da seguinte equação: τ = η / G • Onde τ é o tempo de relaxação, η é viscosidade (Pa·s) e G o Módulo de cisalhamento (Pa). Em 1999 foi publicada uma revisão do cálculo tomando como base o valor de viscosidade de equilíbrio do vidro na temperatura ambiente. O novo resultado foi de 10²³ anos, ou seja bem mais que uns 2 nonilhões), sendo assim impossível qualquer escoamento perceptível nos poucos milhares de anos de uma catedral. http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1980 http://pt.wikipedia.org/wiki/Mec%C3%A2nica_dos_fluidos http://pt.wikipedia.org/wiki/Artigo_cient%C3%ADfico http://pt.wikipedia.org/wiki/Revista http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tempo_de_relaxa%C3%A7%C3%A3o&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Viscosidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Pascal_segundo http://pt.wikipedia.org/wiki/Cisalhamento http://pt.wikipedia.org/wiki/Pascal_(unidade) http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lculo http://pt.wikipedia.org/wiki/Temperatura_ambiente http://pt.wikipedia.org/wiki/Nonilh%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral Vitrocerâmica Te m p e ra t u ra Tempo Crescime nto Nuclea ção Fusão e conformação 74 • CALLISTER Jr., W. D. Materials Science and Engineering: an Introduction. Tradução de: LTC. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. • CHIAVERINI, V. Aços e ferros fundidos. Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais (ABM) 7ª Edição. São Paulo, 2008. • COSTA, E., M., Diagrama de Transformações – Departamento de Engenharia Mecânica PUC/RS. Aula adaptada. •REFERÊNCIAS
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