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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO 2 - ARQUIVOS PESSOAIS

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PROVA AV2 PROFESSORA SOLANGE
NOME: DION ALIF CRUZ DE SOUZA MATRÍCULA: 201510756868
HORÁRIO – QUINTA MANHÃ – PARANGABA
DATA: 18.06.2020
RESPOSTAS
1.Em 20.04.2010, Boulevard Teixeira emitiu um cheque nominal, à ordem, em favor de Gol de Craque Esportes Ltda., no valor de R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais), decorrente da compra de diversos materiais esportivos. O título foi apresentado ao sacado na mesma praça em 29.05.2010, tendo este se recusado a promover o pagamento, justificando não haver fundos disponíveis na conta do sacador. O administrador da credora, então, foi orientado a, como forma de coagir o devedor ao pagamento do título ante o abalo do seu crédito, promover o protesto do cheque. A competente certidão foi expedida pelo cartório em 20.06.2010. Contudo, diante de contatos telefônicos feitos por prepostos do devedor, buscando obter parcelamento para realizar o pagamento extrajudicial, o credor se manteve inerte. Malograda a tentativa de perceber, amigavelmente, a importância devida, em 02.12.2010, resolveu o tomador ajuizar a competente ação executiva. Em embargos de devedor, aduziu o executado que o título estava prescrito e, portanto, deveria ser julgada extinta a pretensão executiva. Por outro lado, o advogado do exequente sustenta que a pretensão não estaria prescrita em razão do protesto realizado. Diante da resistência apresentada e buscando uma posição mais abalizada, o credor procurou-o(a), como advogado(a), apresentando algumas dúvidas a serem por você dirimidas. Com base nesse cenário, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) A prescrição foi realmente alcançada?
 b) Qual(is) embasamento(s) legal(is) serviria(m) para sua tese? 
c) De forma geral, é indispensável a realização do protesto de um cheque para o ajuizamento de ação de execução em face dos coobrigados?
a) Professora, A prescrição não ocorreu. Tudo por que ele protestou, conforme art. 202, III CC/02
b) Estamos diante de um cheque de mesma praça, assim pela lei do cheque, artigo 33 da lei 7.357/85, ele deveria ter sido apresentado em 30 dias a partir da sua emissão. O que não ocorreu. logo, após os 30 dias, começar a ocorrer o prazo de prescrição. Esse prazo também é previsto no artigo 59 da lei 7.357/85, para que se posso promover a execução do cheque, também no art. 47 da lei 7357/85. O prazo então deveria se esgotar em novembro, pois completaria os 6 meses. Mas ai vem a cereja do bolo, ele protestou. Com o protesto, conforme artigo 202, III, do código Civil, citado anteriormente, o protesto interrompe a prescrição. Já ouve posicionamento divergente pelo STF, mas com enunciado de 1963, e sem efeito nenhum no momento atual (sum 153 stf). Então, o caso supracitado, ele esta dentro do prazo pelo benefício do protesto. 
c) Não. Todavia, conforme a questão anterior existe este benefício de dilação do seu prazo prescricional. Em regra, este protesto é dispensável, pois a lei 7.357 artigo 43 §§ 4 tras a seguinte redação; 
Art . 47 Pode o portador promover a execução do cheque:
§ 1º Qualquer das declarações previstas neste artigo dispensa o protesto e produz os efeitos deste.
§ 4º A execução independe do protesto e das declarações previstas neste artigo, se a apresentação ou o pagamento do cheque são obstados pelo fato de o sacado ter sido submetido a intervenção, liquidação extrajudicial ou falência
Assim, vemos que a lei dos cheques é clara em afirmar que não é necessário, o § 4 fala sobre a possibilidade do banco ser submetido a intervenção, liquidação extrajudicial e até no caso da falência do mesmo. E o § 1 aponta que as declarações que vemos no próprio artigo dispensa o protesto.
2. João emitiu uma letra de câmbio contra José e em favor de Carlos, no valor de R$ 10.000,00, com vencimento a dia certo. Faltando 10 (dez) dias para o vencimento, Carlos apresentou a letra para José, objetivando que fosse dado o aceite. Todavia, José informou que só concordaria em dar o aceite sobre R$ 5.000,00. Diante dos seus estudos sobre títulos de crédito, responda aos seguintes questionamentos: 
a) se for dado o aceite nos termos propostos por José, esse aceite é válido?
 b) quais as consequências do referido aceite?
2 a) Sim, o aceite é válido, conforme artigo 30 da Lei uniforme de Genebra, nestes termos:
O Pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte, garantido por aval. Esta garantia é feito por um terceiro ou mesmo por um signatário da letra. 
b) O Aceite Parcial se desdobra na recusa parcial, provocando o vencimento antecipado do título. Se o sacado não se comprometeu integralmente, mas apenas parcialmente, o tomador será satisfeito parcialmente. Conforme Lei Uniforme de Genebra, artigo 39 alínea 3:
39, linea 3 LUG: No caso de pagamento parcial, o sacado pode exigir que, desse pagamento se faça menção na letra e que dele lhe seja dada quitação. 
Somado ao artigo, vemos que, conforme LUG artigo 26, o aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da importancia sacada. Assim, o aceitante fica obrigado nos termos do aceite. 
Para evitar que isto aconteça, se for o caso dele so ter o valor integral na data do vencimento, ele poderá recorrer ao artigo 22 da LUG, ele pode emitir aquela letra de câmbio com a cláusula não aceitável, assim, ele não será pego de surpresa. 
Assim, conforme a questão, a consequência via de regra do aceite parcial é o vencimento antecipado do título. Nesse caso abriremos aqui a possibilidade de execução direta do sacador conforme art. 43 da LUG. vejamos o § 1 do art. 43 da LUG:
Se houver recusa total ou parcial do aceite. 
3.Mário vendeu um carro ao seu irmão Luigi e lhe foi entregue uma nota promissória com vencimento para dali a trinta dias. Como Mário precisava do dinheiro de imediato, endossou em preto a nota promissória para Koppa. No dia do vencimento, Koppa apresentou a nota promissória para cobrança de Luigi, mas este disse que não pagaria porque o carro apresentou defeitos que o impediam de ser usado logo após a primeira semana. Koppa, revoltado, consulta você, o advogado, querendo saber se Luigi pode se negar a pagar em razão do defeito do carro.
3) A nota promissória é uma promesssa de pagamento, conforme LUG art. 75. É também um título executivo extrajudicial conforme artigo 784 inciso I do CPC. Após o vencimento, inicia o prazo de 3 anos para a execução, conforme art. 70 LUG. Analisando o contexto, vemos que temos dois princípios que devem ser aplicados aqui: Autonomia e Boa-Fé. A Autonomia prevista no art. 887 CC/02, e boa fé prevista no art. 422 CC. A nota promissória tem como seu pilar o princípio da autonomia, e na questão vemos que o título foi realizado de boa-fé. No caso citado o credor poderá protestar o título por conta do inadiplemento do devedor. (lei 9492/97). Ainda poderá ajuizar ação de execução de dívida, uma independente da outra. O devedor não pode alegar problemas com outras relações jurídicas, a exceção era a comprovada má-fé (916 CC), que não é o caso. Assim, poderá ser movida ação de execução de título executivo extra-judicial conforme art. 783 CPC. Ademais, conforme artigo 47 da LUG, os endossantes são todos responsáveis solidariamente para com o portador, Assim ele pode acionar Luigi, e também pode Ajuizar Mário. A Lei confirma que ele pode acionar os dois individualmente, sem estar adstrito a observar a ordem por que eles se obrigaram. 
Por excesso de zelo menciono que Luigi pode posteriormente ajuizar ação de regresso contra Mário a respeito do defeito do negócio Jurídico
4.João Garcia emite, em 17.10.2010, uma Letra de Câmbio contra José Amaro, em favor de Maria Cardoso, que a endossa a Pedro Barros. O título não tem data de seu vencimento. Diante do caso apresentado, na condição de advogado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) Pedro poderá exigir o pagamento da letra de câmbio em face da omissão da data do seu vencimento? b) Que efeitos podem ser verificadoscom a transmissão do título por meio do endosso?
4) a) Professora, a senhora ensinou-nos sobre esta situação muito bem. Aqui se trata de letra de Câmbio sem data de vencimento, então para todos os efeitos ela é considerada a vista. Assim vemos no artigo 2 da lei uniforme de genebra: (...) Aletra que não não indique a época do pagamento entende-se pagável a vista (...). Também seguindo a LUG vemos que o artigo 34 nas primeiras linhas nos sinaliza que o mesmo é pagável à apresentação. Se for o caso de ultrapassar um ano, ai o portador se limitar a sua ação apenas contra o aceitante (53 LUG). Se fosse levar em conta a data atual, já estaria prescrito (art. 70 LUG)
b) Quando realizado o endosso a gente ver que, no primeiro momento temos a transferencia não so da propriedade como também dos direitos da letra. (14 LUG). No mesmo artigo, ele fala sobre a possibilidade de fazer o endosso em preto ou em branco. O endosso em branco permite que as proximas transações se façam por tradição, já o em preto limita a transmissão por meio de endosso, afinal o endosso em preto diz que o endossatário sempre será nomeado no título, assim, o pagamento sera realizado somente se verificar se quem está portando documento é aquele nomeado por ultimo. Assim, conforme a LUG, ao decorrer mais de um ano, a cobrança se limitará apenas ao aceitante.
5.Fernando Lopes emite uma letra de câmbio em face de Luan e a favor de Eduarda, que a endossa em branco para Rebeca, a qual endossa em preto para Maria que, por sua vez, também endossa em preto para João. Este endossa em branco e repassa o título para Dora, que repassa o título por tradição para Eunice, e assim vai por Emerson e Vitor. Por fim, Vitor transmite o título para Miro, através de endosso em preto. Diante disso: 
a) Determine quais os obrigados pelo pagamento do referido título
 b) Especifique o principal efeito do endosso realizado por Vitor.
5) A) Sacador: Fernando Lopes
 Sacado: Luan
Tomador: Eduarda
Fez Endosso em preto: Rebeca, Maria, Vitor
Fez Endosso em Branco: Eduarda, Joao
Recebeu por Tradição: Eunice, Emerson e Vitor.
Responsáveis: Fernando Lopes , Luan, Eduarda, Rebeca, Maria, João e Vitor. 
Endossantes, Sacador e Sacado. 
 b) Neste caso, o principal efeito é tornar o título em titulo nominal. Assim caso queira transferir, se faz necessário fazer através de endosso. Em contrapartida, Caso o Devedor faça o pagamento, neste caso terá que verificar se o título está com aquele nomeado por ultimo e com título. 
Assim, o pagamento sera realizado somente se verificar se quem está portando documento é aquele nomeado por ultimo.

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