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26 PROCESSO COLETIVO

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PROCESSO COLETIVO
ATUALIZADO EM 27/05/2017
PROCESSO COLETIVO[footnoteRef:1] [1: Essa FUC tem como base o material produzido pelo site Foca no Resumo (https://focanoresumo.com/).] 
- As ações coletivas iniciaram sua história no sistema processual brasileiro com a Ação Popular (Lei 4.717/65). Promoveu duas grandes alterações: legitimação ativa e coisa julgada. 
a) O art. 1º legitimou o cidadão a defender, em nome próprio, os direitos pertencentes a toda população, através da substituição processual. 
	b)A coisa julgada com efeito erga omnes, desde que a ação fosse julgada procedente. 
- Foi com o surgimento da LACP (Lei 7.347/85) que a tutela dos direitos coletivos passou a ser difundida e ter sua importância reconhecida. Porém, a LACP restringiu a utilização da ACP à defesa do meio ambiente, do consumidor, dos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.A LACP só veio a ser ampliada com a CF/88 (possibilidade da ACP para proteção “de outros interesses difusos e coletivos”). 
- A promulgação do CDC, em 1990, trouxe regras específicas e inovadoras para a tramitação dos processos coletivos. 
	AÇÃO POPULAR (1965)
	AÇÃO CIVIL PÚBLICA (1985)
	CDC (1990)
- Os sistemas processuais do CDC e da LACP foram interligados, estabelecendo-se, assim, um MICROSSISTEMA PROCESSUAL COLETIVO, sendo aplicáveis, reciprocamente, a um e outro. Assim, o Título III do CDC deve ser aplicado, no que for compatível, à ação popular, à ação de improbidade administrativa, à ACP e ao mandado de segurança coletivo. Seria como um CPC Coletivo, um ordenamento processual geral. 
- O STJ dá ainda maior amplitude ao microssistema processual coletivo: “a lei de improbidade administrativa, juntamente com a LACP, a Lei da Ação Popular, do mandado segurança coletivo, do CDC e do ECA e Estatuto do Idoso, compõem um microssistema de tutela dos interesses transindividuais e sob esse enfoque interdisciplinar, interpenetram-se e subsidiam-se”. 
- Fredie Didier aponta 3 situações aptas a demonstrar a unidade de tratamento, aplicando conjuntamente a LACP, o CDC e a LAP:
	a) Efeitos em que a apelação é recebida nos processos coletivos (art. 14 da LACP);
	b) Conceito de direitos coletivos lato sensu (art. 82 do CDC);
	c) Possibilidade de execução por desconto em folha de pagamento (art. 14, §3º, da LAP). 
- O CPC, criado para a tutela dos direitos individuais, tem aplicação subsidiária.
- PRINCÍPIO DO INTERESSE JURISDICIONAL NO CONHECIMENTO DO MÉRITO DO PROCESSO COLETIVO o juiz deve buscar facilitar o acesso à justiça, superando vícios processuais, pois as ações de natureza coletiva são de natureza social. O Judiciário deve flexibilizar os requisitos de admissibilidade processual para enfrentar o mérito do processo coletivo. Ex.: o juiz, ao invés de extinguir a ação coletiva por ilegitimidade da parte, publica editais convidando outros legitimados para assumirem o polo ativo da ação. 
- PRINCÍPIO DA MÁXIMA PRIORIDADE DA TUTELA JURISDICIONAL COLETIVA prioridade de feitos destinados à tutela jurisdicional coletiva. Até porque O INTERESSE SOCIAL PREPONDERA SOBRE O INDIVIDUAL. 
- PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE MOTIVADA DA AÇÃO COLETIVAo princípio determina a ANÁLISE DOS MOTIVOS DA DESISTÊNCIA DA AÇÃO PELOS LEGITIMADOS ATIVOS. Se for considerada infundada, caberá ao MP assumir a titularidade do feito quando a ação houver sido originariamente proposta por quaisquer dos legitimados concorrentes.
- E se a desistência for do MP? Há divergência. Alguns entendem que deve ser aplicado o art. 28 do CPP. Outros entendem que deve ser aplicado o art. 9º da LACP (os autos do inquérito ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob pena de incorrer em falta grave, no prazo de 3 dias, ao CSMP). 
- PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DA LEGITIMIDADE AD CAUSAM ATIVA PELA AFIRMAÇÃO DE DIREITO COLETIVObasta a afirmação de direito coletivo para que se presuma a legitimidade ad causam. 
- Com relação ao MP, a aplicação do princípio decorre da própria CF, pois os arts. 127 e 129, III, atribuem legitimidade coletiva institucional, bastando se tratar de direito social para, naturalmente, restar configurada a legitimidade do MP. 
- PRINCÍPIO DA NÃO TAXATIVIDADE OU DA ATIPICIDADE DA AÇÃO COLETIVAnão se pode limitar as hipóteses de cabimento de ação coletiva. Qualquer direito coletivo poderá ser objeto de ação coletiva. 
- PRINCÍPIO DO MÁXIMO BENEFÍCIO DA TUTELA JURISDICIONAL COLETIVA COMUM busca-se o aproveitamento máximo da prestação jurisdicional coletiva, a fim de se evitar novas demandas, principalmente as individuais que possuem a mesma causa de pedir. Devem ser extraídos todos os resultados positivos possíveis da certeza jurídica emergente do julgamento procedente do pedido formulado em sede de uma ação coletiva. 
- PRINCÍPIO DO ATIVISMO JUDICIAL OU DA MÁXIMA EFETIVIDADE DO PROCESSO COLETIVO o Poder Judiciário possui, no direito processual coletivo, poderes instrutórios e deve atuar independente da iniciativa das partes para a busca da verdade processual e a efetividade do processo coletivo. Impõe-se que sejam realizadas todas as diligências para que se alcance a verdade, o que exige do juiz a realização do novo papel a ele conferido pelo sistema constitucional vigente. O próprio papel do juiz modifica-se, enquanto cabe a ele a decisão a respeito de conflitos de massa. Não há espaço para o “juiz neutro”, motivo pelo qual todas as leis processuais têm investido o julgador de maiores poderes de impulso. 
- PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE DA TUTELA JURISDICIONAL COLETIVAsão cabíveis todos os tipos de tutelas no direito processual coletivo: preventivas, repressivas, condenatórias, declaratórias, constitutivas, mandamentais, executivas, cautelares etc. 
- Da mesma forma, podem ser utilizados todos os ritos e medidas eficazes previstos no sistema processual, a fim de se garantir a tutela efetiva dos direitos ou interesses coletivos. 
- PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA EXECUÇÃO COLETIVA previsto nos arts. 15 da LACP e 16 da LAP. Em havendo desídia dos outros legitimados ativos, caberá ao MP, por dever, a promoção da execução coletiva. Assim, ajuizada a ação coletiva e julgada procedente, é dever do Estado (através do MP) efetivar o direito coletivo lato sensu. O autor é obrigado a executar a sentença proferida em ação coletiva em 60 dias, ou o MP o fará. 
	DIREITOS DIFUSOS
	DIREITOS COLETIVOS
	INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
	Ex.: direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
	Ex.: reajuste abusivo das mensalidades escolares.
	Ex: determinado lote de um remédio causou lesão a alguns consumidores.
	São classificados como direitos ESSENCIALMENTE COLETIVOS.
	São classificados como direitos ESSENCIALMENTE COLETIVOS.
	São classificados como direitos SUBESPÉCIE DOS DIREITOS COLETIVOS (isso porque são direitos individuais, mas tratados como se fossem coletivos).
	São transindividuais (há uma transindividualidade real ou material).
	São transindividuais (há uma transindividualidade real ou material).
	Há uma transindividualidade ARTIFICIAL, formal ou relativa (são direitos individuais que, no entanto, recebem tratamento legal de direitos transindividuais).
	Têm natureza INDIVISÍVEL. Tais direitos pertencem a TODOS de forma simultânea e indistinta. O resultado será o mesmo para todos os titulares.
	Têm natureza INDIVISÍVEL. O resultado será o mesmo para aqueles que fizerem parte do GRUPO, CATEGORIA ou CLASSE de pessoas.
	Têm natureza DIVISÍVEL.
O resultado da demanda pode ser diferente para os diversos titulares(ex: o valor da indenização pode variar).
	Os titulares são pessoas:
• indeterminadas e
• indetermináveis.
Não se tem como determinar (dizer de maneira específica) quem são os titulares desses direitos. Isso porque são direitos que não pertencem a apenas uma pessoa, mas sim à COLETIVIDADE.
Caracterizam-se, portanto, pela indeterminabilidade ABSOLUTA.
	Os titulares são pessoas:
• indeterminadas,
• determináveis.
Os titulares são, a princípio, indeterminados, mas é possível que eles sejam identificados.
Os titulares fazem partede um grupo, categoria ou classe de pessoas.
Caracterizam-se, portanto, pela indeterminabilidade RELATIVA.
	Os titulares são pessoas:
• determinadas; ou
• determináveis.
Caracterizam-se, portanto, pela DETERMINABILIDADE.
	Os titulares desses direitos NÃO possuem relação jurídica entre si.
Os titulares são ligados por CIRCUNSTÂNCIAS DE FATO.
Os titulares se encontram em uma situação de fato comum.
	EXISTE uma relação jurídica base entre os titulares.
Os titulares são ligados entre si ou com a parte contrária em virtude de uma RELAÇÃO JURÍDICA BASE.
	Os titulares não são ligados entre si, mas seus interesses decorrem de uma ORIGEM COMUM.
	Outros exemplos: patrimônio histórico; moralidade administrativa; publicidade enganosa divulgada pela TV.
	Outros exemplos:
Interesses ligados aos membros de um mesmo sindicato ou partido; integrantes de um mesmo conselho profissional (ex: OAB).
	Outros exemplos:
Ex: pílula de farinha como anticoncepcional: só tem direito a mulher que comprovar que tomou o remédio daquele lote.
- Os direitos individuais homogêneos (decorrentes de ORIGEM COMUM), são aqueles direitos cujo objeto pode ser dividido (divisibilidade do direito) e cujos titulares são perfeitamente identificáveis (titularidade do direito). O QUE CARACTERIZA UM DIREITO INDIVIDUAL É A ORIGEM COMUM. Ex.: direito dos indivíduos que sofreram danos em decorrência da colocação de produto estragado no mercado.
	MODALIDADE
	DIVISIBILIDADE DO BEM JURÍDICO
	DETERMINAÇÃO DOS TITULARES
	EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA
	DIREITOS DIFUSOS
	Indivisível
	Indeterminados
	NÃO (ligados por 
circunstâncias de fato)
	DIREITOS COLETIVOS
	Indivisível
	Determináveis
	SIM (ligados por uma 
relação-jurídica base)
	DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
	Divisível
	Determinados ou determináveis
	IRRELEVANTE (o que importa é que sejam decorrentes de
origem comum)
- OS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS E DA FAZENDA PÚBLICA NÃO TÊM COMPETÊNCIA PARA JULGAR AS DEMANDAS SOBRE DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS OU INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS (art. 3º da Lei 10.259/01). 
- A Lei 12.016/09 disciplinou o MS individual e coletivo (arts. 21 e 22). Aplica-se ao MSC, mesmo com a nova lei, o microssistema do processo coletivo, conjugando-se a LACP, CDC e os demais diplomas.
- No que diz respeito à prescrição das ações coletivas:
	OBJETO DA ACP
	PRAZO PRESCRICIONAL
	Dano ao erário
	Imprescritível
	Danos ambientais
	Imprescritível
	REGRA GERAL
	5 ANOS (art. 21 da LAP)
	Contra a Fazenda Pública
	5 anos (art. 1º do Decreto 20.910/32)
	Execução INDIVIDUAL
	5 ANOS DOTRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA
- Somente as pessoas com REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA são habilitados a agirem como legitimados ativos nas ações coletivas. Existem dois sistemas para aferir a representatividade adequada: 
	OPE LEGIS
	OPE JUDICIS
	A adequação é previamente determinada em lei. Só o legislador, e não o juiz, poderá prever requisitos para a legitimação (previsão taxativa e menção expressa).
Prepondera no Brasil.
	O juiz tem o dever-poder de verificar a adequada representação, sendo que nestes casos o controle será in concreto, em decisão fundamentada.
Prepondera nos Estados Unidos.
	Determina o critério objetivo da PERTINÊNCIA TEMÁTICA como forma de controle da adequada representação (as associações civis devem incluir em seus fins institucionais a defesa dos interesses objetivados na ACP por elas propostas).
	Tem sido utilizado no Brasil para o controle da adequada REPRESENTAÇÃO DO MP NOS CASOS DE DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS DISPONÍVEIS (“RELEVANTE INTERESSE PÚBLICO”).
- STF e STJ entendem que há LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA (SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL), pois os legitimados defendem em juízo, em nome próprio, direito alheio (de toda coletividade). Esse é o posicionamento majoritário. Há outras correntes minoritárias sobre o assunto: 
	Legitimação ordinária das “formações sociais”
	Legitimação autônoma para a condução do processo
	Quando as “formações sociais” estiverem defendendo o “grupo”, de acordo com seus objetivos institucionais, estarão atuando como titulares do direito (legitimados ordinários).
Ada Pellegrini e Kazuo Watanabe.
	A dicotomia extraordinária/ordinária só tem cabimento para o direito individual. O legitimado não está defendendo direito alheio em nome próprio porque não se pode identificar o titular do direito. Assim, a lei escolhe alguém ou algumas entidades para que os defendam em juízo.
Nelson Nery Jr.
- Características da legitimação extraordinária nas demandas coletivas:
	PLÚRIMA
	Mais de um legitimado previsto em lei.
	MISTA
	Órgãos estatais e privados entre os legitimados.
	EXCLUSIVA
	Só são legitimados aqueles indicados na lei ou pelo ordenamento.
	AUTÔNOMA
	Não depende de autorização dos titulares do direito material.
	CONCORRENTE
	Qualquer co-legitimado pode propor a ação, ou, até mesmo, ingressar como assistente em litisconsórcio ativo. 
	DISJUNTIVA ou SIMPLES
	Os mesmos co-legitimados poderão figurar sozinhos na demanda, não sendo necessário o ajuizamento conjunto. A legitimação não é complexa. 
- Rol de legitimados para o CDC e para a LACP: 
	ART. 82 DO CDC
	ART. 5º DA LACP (LEI 7.346)
	- MP;
- União, Estados, Municípios e DF;
- Entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, AINDA QUE SEM PERSONALIDADE JURÍDICA, ESPECIFICAMENTE DESTINADOS À DEFESA DOS INTERESSES E DIREITOS PROTEGIDOS POR ESTE CÓDIGO;
- Associações legalmente constituídas há pelo menos 1 ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, DISPENSADA A AUTORIZAÇÃO ASSEMBLEAR.
ATENÇÃO: A DP NÃO CONSTA DO ROL.
	- MP;
- DEFENSORIA PÚBLICA (Lei 11.448/07);
- União, Estados, Municípios e DF
- Autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; 
- Associação que, concomitantemente
a) Esteja constituída há pelo menos 1 ano nos termos da lei civil; 
b) Inclua, entre as suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
- Há possibilidade de litisconsórcio entre MPU, MPDF e MPE. Além disso, também é viável a atuação do MPF na Justiça Estadual ou do MPE na Justiça Federal. Não pode ser invocada a divisão da estrutura administrativa do MP (federal ou estadual) para obstar o desempenho de sua função constitucional. 
- MPHÁ NECESSIDADE DE RELEVÂNCIA SOCIAL PARA A DEFESA DOS DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS PELO MP. 
	DIREITOS COLETIVOS (lato sensu)
	Direitos DIFUSOS
	Direitos COLETIVOS (stricto sensu)
	Direitos INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
	O MP está SEMPRE legitimado a defender qualquer direito difuso (sempre possui representatividade adequada).
	O MP está SEMPRE legitimado a defender qualquer direito coletivo (sempre possui representatividade adequada).
	Direitos indisponíveisSIM (ex.: saúde de um menor).
Direitos disponíveis só se houver RELEVÂNCIA SOCIAL.
- O MP NÃO INTERVÉM NAS AÇÕES PARA A TUTELA DE DIREITOS INDIVIDUAIS DOS CONSUMIDORES (direito individual NÃO HOMOGÊNEO). 
- Súmula 329: o MP tem legitimidade para propor ACP em defesa do patrimônio público. 
- STJ e STF entendem que a vedaçãoà discussão de tributos só diz respeito a demandas envolvendo matéria tributária movidas contra a Fazenda Pública e em prol de beneficiários que podem ser individualmente determinados. Quando o objeto da ação trata de benefícios fiscais que possam causar danos ao patrimônio público, aplica-se a súmula 329 (o MP tem legitimidade para propor ACP em defesa do patrimônio público). Ex.: um acordo que beneficia uma empresa privada pode implicar lesão ao patrimônio público, fato que, por si só, legitimaria a atuação do MP. Nesse caso, o MP está tutelando a defesa do erário e a higidez da arrecadação tributária. 
- O MPE é ilegítimo para a tutela coletiva de bem da União. Não pode ser parte, nem custo legis. 
- DEFENSORIA PÚBLICAO CDC NÃO PREVIU EXPRESSAMENTE A LEGITIMIDADEDA DEFENSORIA, a previsão está somente na LACP. Contudo, existem precedentes do STJ reconhecendo a legitimidade de “ENTE DESPERSONALIZADO”, órgão especial de defesa do consumidor – NUDE-CON – Núcleo de Defesa do Consumidor, da Defensoria Pública do RJ, haja vista que O CDC RECONHECE A LEGITIMIDADE DE “ENTES DESPERSONALIZADOS” PARA O AJUIZAMENTO DA AÇÃO COLETIVA (LEGITIMAÇÃO EXPRESSA). 
- A DP SERÁ LEGITIMADA SEMPRE QUE HOUVER INTERESSES DE NECESSITADOS (missão constitucional). É imperativa a existência de hipossuficientes no grupo, econômicos ou jurídicos, mas a existência de pessoas não necessitadas no grupo não elide a legitimação. 
- A jurisprudência predominante dos Tribunais Federais e STJ reconhece a legitimidade da DPU para ajuizar ACP. No entanto, existe ADIN ajuizada pela CONAMP perante o STF ainda pendente de decisão final.
- ASSOCIAÇÕES devem demonstrar 2 requisitos:
	REQUISITO TEMPORAL
	Deve estar constituída há pelo menos 1 ANO nos termos da lei civil.
	PERTINÊNCIA TEMÁTICA
	Deve incluir, entre suas FINALIDADES INSTITUCIONAIS, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
- Para fins de pertinência temática, NÃO PRECISA TER UMA FINALIDADE ESPECÍFICA, BASTANDO QUE TENHA FINALIDADES INSTITUCIONAIS COMPATÍVEIS COM A DEFESA DO INTERESSE TRANSINDIVIDUAL QUE PRETENDAM TUTELAR. 
- O REQUISITO DA PRÉ-CONSTITUIÇÃO PODERÁ SER DISPENSADO PELO JUIZ, quando haja manifesto INTERESSE SOCIAL evidenciado pela DIMENSÃO OU CARACTERÍSTICA DO DANO, ou pela RELEVÂNCIA DO BEM JURÍDICO a ser protegido. Essa dispensa é aplicável a todo microssistema. 
*PROCESSO COLETIVO. Importante!!! A associação não tem legitimidade ativa para defender os interesses dos associados que vierem a se agregar somente após o ajuizamento da ação de conhecimento. STJ. 2ª Turma. REsp 1.468.734-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 1º/3/2016 (Info 579).
*A associação precisa da autorização dos associados para propor a ação na defesa de seus interesses? SIM. O inciso XXI do art. 5º da CF/88 exige que as associações tenham sido expressamente autorizadas. Veja: Art. 5º (...) XXI — as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
- Para o STF, a autorização estatutária genérica conferida à associação não é suficiente para legitimar a sua atuação em juízo na defesa de direitos de seus filiados. Assim, para cada ação a ser proposta, é indispensável que os filiados a autorizem de forma expressa e específica. Trata-se de hipótese de legitimação processual (a associação defende, em nome dos filiados, direito dos filiados que autorizaram).
- O tema foi decidido pelo STF em sede de repercussão geral, tendo sido firmada a seguinte tese: O disposto no artigo 5º, inciso XXI, da Carta da República encerra representação específica, não alcançando previsão genérica do estatuto da associação a revelar a defesa dos interesses dos associados. As balizas subjetivas do título judicial, formalizado em ação proposta por associação, é definida pela representação no processo de conhecimento, presente a autorização expressa dos associados e a lista destes juntada à inicial. STF. Plenário. RE 573232/SC, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 14/5/2014 (Info 746).
- Como deverá ser feita essa autorização? A autorização poderá ser manifestada: por declaração individual do associado; ou por aprovação na assembleia geral da entidade.
- A regra acima exposta apresenta alguma exceção? A associação precisará da autorização expressa para toda e qualquer ação a ser proposta? Existe exceção. No caso de impetração de mandado de segurança coletivo, a associação não precisa de autorização específica dos filiados. Veja o que diz a CF/88: Art. 5º (...) LXX — o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: (...) b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Trata-se de hipótese de legitimação extraordinária (substituição processual), ou seja, a associação defende, em nome próprio, direito dos filiados.
- Súmula 629-STF: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.
- IMPOSSIBILIDADE de a ação coletiva ser ajuizada pela associação em favor de seus filiados futuros. “A associação não tem legitimidade ativa para defender os interesses dos associados que vierem a se agregar somente após o ajuizamento da ação de conhecimento.” STJ. 2ª Turma. REsp 1.468.734-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 1º/3/2016 (Info 579).
*#OUSESABER: O STF proferiu emblemático julgado em que decidiu acerca da eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva. De acordo com o Supremo (RE 612.043/PR, Informativo 864): ‘A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva de rito ordinário, ajuizada por associação civil na defesa dos interesses dos associados, somente alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da relação jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento. Com base nesse entendimento, o Plenário, apreciando o Tema 499 da repercussão geral, por maioria, negou provimento ao recurso extraordinário e declarou a constitucionalidade do art. 2o-A da Lei 9.494/1997.’ (...) O Plenário ressaltou que, ante o conteúdo do artigo 5o, XXI da Constituição Federal, autorização expressa pressupõe associados identificados, com rol determinado, aptos à deliberação. Nesse caso, a associação, além de não atuar em nome próprio, persegue o reconhecimento de interesses dos filiados. Decorre daí a necessidade da colheita da autorização expressa de cada associado, de forma individual, ou mediante assembleia designada para esse fim, considerada a maioria formada". Vale salientar que o posicionamento até então consolidado no STJ é em sentido diverso (AgInt no REsp 156215/SC, DJe 09/03/2017), apesar de notória tendência à evolução jurisprudencial da Corte Superior (ARE 901.963-SC). Agora, com o julgamento do STF, em sede de repercussão geral, a questão deve ser pacificada nos Tribunais Superiores.
- ENTES DESPERSONALIZADOS são legitimados na DEFESA DO CONSUMIDOR (ex.: PROCON), mesmo que sejam desprovidos de personalidade jurídica. 
- Pode haver ação coletiva passiva? 
	PODE HAVER
	NÃO PODE HAVER
	Na LACP, o art. 5º, §2º faculta ao Poder Público e outras associações legitimadas habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes. Assim, se a intervenção no processo de entes legitimados pode se dar como litisconsortes do autor ou do réu, é porque a demanda pode ser intentada pela classe ou contra ela. 
Ademais, o CDC contempla a “convenção coletiva de consumo”. Caso a convenção coletiva não seja observada, de seu descumprimento se originará uma lide coletiva, que só poderá ser solucionada em juízo pela colocação dos representantes das categorias face a face, no polo ativo e no polo passivo da demanda, respectivamente. 
A possibilidade também se extrai do art. 83, quando assegura que “para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este Código, são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela”. 
	O art. 82 do CDC só previu a legitimidade ativa e não a passiva, portanto, faltaria autorização legislativa para tanto. 
Ademais, o art. 472 do CPC diz que “a sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros”. 
No plano constitucional, a admissibilidade da presença de uma associação no polo passivo, como substituto de terceiros, violaria a garantia individual do contraditório e da ampla defesa. 
O sistema de tutela coletivaadotado no Brasil apenas permite que os efeitos de uma sentença judicial alcance a coletividade de pessoas (erga omnes ou ultra partes) se o resultado for favorável a tais pessoas, jamais quando for contrário aos interesses dessas. 
- Em 2010, o STJ asseverou que O RÉU NÃO PODE FAZER PEDIDO DE DECLARAÇÃO INCIDENTAL EM AÇÃO COLETIVA. 
- TUTELA ESPECÍFICA OU RESULTADO PRÁTICO EQUIVALENTESE IMPOSSÍVEL, PERDAS E DANOS (SE POR ELAS OPTAR O AUTOR). 
- O juiz poderá também aplicar MULTA DIÁRIA (astreintes) em decorrência do não cumprimento da obrigação, independentemente da condenação em perdas e danos, uma vez que essa tem caráter indenizatório, enquanto aquela tem caráter coercitivo. 
- NÃO HÁ ADIANTAMENTO DE CUSTAS, EMOLUMENTOS, HONORÁRIOS PERICIAIS E QUAISQUER OUTRAS DESPESAS, SALVO COMPROVADA MÁ-FÉ. Dispositivo igual ao da LACP. 
- LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ DAS ASSOCIAÇÕESA ASSOCIAÇÃO E OS DIRETORES RESPONSÁVEIS PELA PROPOSITURA DA AÇÃO SERÃO SOLIDARIAMENTE CONDENADOS EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E AO DÉCUPLO DAS CUSTAS, SEM PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE POR PERDAS E DANOS(= LACP). 
- Aplicação subsidiária do CPC e da LACP. Assim, por exemplo, todo o regulamento contido no art. 8º da LACP sobre o inquérito civil pode ser utilizado para investigar fatos sobre relações de consumo, assim como o juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos com base no art. 14 da LACP. 
- AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
	Dano de âmbito local
	Justiça Estadual local
	Dano de âmbito regional
	Justiça Estadual na capital do Estado
	Dano de âmbito nacional
	Justiça Estadual na capital do Estado ou no DF
	Causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes
	Justiça Federal
- Súmula 489 do STJ: RECONHECIDA A CONTINÊNCIA, DEVEM SER REUNIDAS NA JUSTIÇA FEDERAL AS AÇÕES CIVIS PÚBLICAS PROPOSTAS NESTA E NA JUSTIÇA ESTADUAL. 
- Proposta a ação, será publicado edital para que os interessados possam intervir como LITISCONSORTES. Atenção: SE O CONSUMIDOR FOR LITISCONSORTE E A DEMANDA FOR JULGADA IMPROCEDENTE, ELE NÃO PODERÁ PROPOR AÇÃO INDENIZATÓRIA A TÍTULO INDIVIDUAL (FOI ABRANGIDO PELA COISA JULGADA). 
- A SENTENÇA É GENÉRICA se for procedente, ou seja, somente estabelecerá a obrigação de indenizar (SENTENÇA ILÍQUIDA). Os consumidores devem demonstrar, na LIQUIDAÇÃO, os danos sofridos, para que seja possível mensurar o que cada um tem direito. Essa liquidação será POR ARTIGOS (alegação de fatos novos: o evento danoso, o dano e o nexo causal). 
	Legitimados para a LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO – DIREITOS INVIDUAIS HOMOGÊNEOS
	Legitimados do art. 82
(SE, EM 1 ANO, NÃO HOUVER A HABILITAÇÃO DE UM NÚMERO DE INTERESSADOS COMPATÍVEL COM A GRAVIDADE DO DANO)
	Vítimas e sucessores
- O prazo para habilitação dos interessados (vítimas e sucessores) não é de 1 ano, mas sim o PRAZO PRESCRICIONAL do direito material. Ex.: na ação coletiva condenatória em razão de danos causados pelo fato do produto ou serviço, o prazo para habilitação será de 5 anos. 
- Caso não se habilitem interessados e os legitimados do art. 82 promovam a liquidação, a indenização será revertida ao FUNDO, contudo, DEVE SER RESERVADA QUANTIA ATÉ QUE FLUA O PRAZO PRESCRICIONAL (PARA OS RETARDATÁRIOS). 
- COMO A LIQUIDAÇÃO É REALIZADA POR CADA UM DOS TITULARES INDIVIDUAIS, HAVERÁ UM PROCESSO AUTÔNOMO. SE A LIQUIDAÇÃO FOR COLETIVA, PODE SER BUSCADA NUMA FASE DO PROCESSO COLETIVO. 
- Em sede de execução de direitos individuais homogêneos, a liquidação é IMPRÓPRIA: tem objetivo mais amplo do que a liquidação tradicional e elevada carga cognitiva (individualização, liquidação, juízo sobre a titularidade do exequente). 
- Para que se dê a execução coletiva, é necessário que se tenham as indenizações fixadas em sentença de liquidação. Assim, a execução promovida pelos entes legitimados somente abrangerá as vítimas que já tiverem suas indenizações liquidadas. 
	EXECUÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA GENÉRICA – DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
	Execução de danos individuais
	Proposta pelas vítimas (art. 97)
	No juízo da LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA ou no JUÍZO DA AÇÃO CONDENATÓRIA
	
	Proposta pelos legitimados coletivos (somente as vítimas com indenizações liquidadas)
	No juízo da AÇÃO CONDENATÓRIA
	Execução de indenização para o fundo – “fluidrecovery” (somente quando não haja habilitação individual no prazo de 1 ano)
	Proposta pelos legitimados coletivos (art. 100)
	No juízo da AÇÃO CONDENATÓRIA
- Ex.: há uma sentença condenatória (genérica) em ação coletiva proferida em Porto Alegre e o consumidor domiciliado em São Paulo. Poderá o consumidor promover a liquidação individual e a respectiva execução tanto em seu domicílio (São Paulo) como em Porto Alegre (juízo da ação condenatória). No entanto, se for feita coletivamente por um dos legitimados do art. 82, a liquidação e a execução deverão ser feitas, necessariamente, em Porto Alegre. 
- Tudo o que foi exposto se refere à execução de sentença envolvendo direitos individuais homogêneos. Da mesma forma, QUANDO A SENTENÇA CONDENATÓRIA COLETIVA SE REFERIR A DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS, SERÁ POSSÍVEL A EXECUÇÃO INDIVIDUAL, POR FORÇA DO TRANSPORTE IN UTILIBUS DA COISA JULGADA COLETIVA PARA O PLANO INDIVIDUAL, previsto no art. 103, §3º do CDC. Assim, também como no art. 98, em ações coletivas sobre direitos difusos e coletivos, a execução poderá ser tanto coletiva, quanto individual, pelo transporte in utilibus da coisa julgada coletiva (ex.: danos causados pelo produto nocivo). Quando a sentença coletiva sobre direitos difusos e coletivos envolver condenação pecuniária, deverá observar o art. 99 sobre concursos de créditos com os danos causados a título individual. Isso porque, conforme veremos, os credores individuais têm privilégio no recebimento de seus créditos. 
	EXECUÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA COLETIVA (DIREITOS DIFUSOS/COLETIVOS)
	Execução da pretensão coletiva
	Proposta pelos legitimados coletivos
	No juízo da AÇÃO CONDENATÓRIA
	Execução de pretensão individual – transporte in utilibus da coisa julgada coletiva para o plano individual (art. 103, §3º)
	Proposta pela vítima
	No juízo da LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA ou da AÇÃO CONDENATÓRIA
- O MP é ilegítimo para liquidação e execução de direitos individuais reconhecidos em ação coletiva. No ressarcimento individual, a liquidação e execução serão obrigatoriamente personalizadas e divisíveis, devendo prioritariamente ser promovidas pelas vítimas ou seus sucessores de forma singular. A legitimidade do MP para instaurar a execução exsurgirá, se for o caso, após o escoamento do prazo de 1 ano do trânsito em julgado se não houver a habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano.
- CONCURSO DE CRÉDITOS (INDENIZAÇÕES INDIVIDUAIS E INDENIZAÇÃO DESTINADA AO FUNDO) PREVALECEM AS INDIVIDUAIS.
- SE AS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO PELOS DANOS INDIVIDUAIS ESTIVEREM PENDENTES DE DECISÃO DE 2º GRAU, A DESTINAÇÃO DA IMPORTÂNCIA FICARÁ SUSPENSA, SALVO SE O PATRIMÔNIO DO DEVEDOR FOR MANIFESTAMENTE SUFICIENTE PARA RESPONDER PELA INTEGRALIDADE DA DÍVIDA. 
- Os legitimados do art. 82 somente poderão realizar a liquidação e a execução da sentença proferida em ação coletiva para a proteção dos direitos individuais homogêneos na hipótese eventual e residual prevista no art. 100 do CDC, se decorrido o prazo de 1 ano sem habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano.
- O prazo de 1 ano conta-se a partir da publicação do edital, não sendo esse prazo preclusivo ou decadencial. Enquanto não ocorrida a prescrição ou a decadência, o indivíduo pode promover a liquidação e a execução, ainda que já tenham iniciado a liquidação e a execução coletivas. 
- A quantia arrecadada, baseada nos danos causados e não nos prejuízos sofridos, não será entregue aos consumidores lesados, mas a um fundo criado pela LACP, devendo os recursos ser destinados à reconstituição dos bens lesados. É o FLUID RECOVERY (reparação fluida). 
	DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOSQUALQUER LEGITIMADO DO ART. 82 PODE PROPOR A AÇÃO COLETIVA NO LOCAL DO DANO.
	Proposta a ação, há PUBLICAÇÃO DE EDITAL PARA QUE OS CONSUMIDORES SE HABILITEM COMO LITISCONSORTES. 
	Sentença procedente CONDENAÇÃO GENÉRICA (sentença ilíquida).
A doutrina entende que deve haver a publicação da sentença por editais, para que os interessados possam promover a liquidação (princípio da publicidade).
	LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO INDIVIDUAL
- VÍTIMAS E SUCESSORES podem promover a liquidação e a execução no PRAZO PRESCRICIONAL. 
- Liquidação imprópria: individualização, liquidação, juízo sobre a titularidade do exequente. 
- Processo autônomo de liquidação. 
- Após a liquidação, é competente para a execução o JUÍZO DA LIQUIDAÇÃO ou da AÇÃO CONDENATÓRIA. 
	LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO COLETIVA
- Promovida pelos LEGITIMADOS DO ART. 82 SÓ SE EM 1 ANO NÃO HOUVER A HABILITAÇÃO DE UM NÚMERO DE INTERESSADOS COMPATÍVEL COM A GRAVIDADE DO DANO. 
- A liquidação pode se dar como fase do processo coletivo.
- Após a liquidação, é competente para a execução necessariamente o juízo da AÇÃO CONDENATÓRIA. 
- A indenização será revertida a fundo (fluid recovery), mas deve ser reservada quantia até que flua o prazo prescricional(vítimas e sucessores retardatários).
	Concurso de créditos (fluid recovery e indenizações individuais) prevalecem as INDIVIDUAIS.
	A destinação da importância recolhida ao fluid recovery ficará SUSTADA enquanto PENDENTES DE DECISÃO DE 2º GRAU AS AÇÕES DE INDENIZAÇÃO PELOS DANOS INDIVIDUAIS, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.
- DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDER DE PRODUTOS E SERVIÇOSPODEM SER INTENTADAS NO DOMICÍLIO DO AUTOR. É uma faculdade atribuída ao consumidor. Se lhe for mais conveniente, pode optar pela regra geral do CPC: o domicílio do réu. 
- O CDC estipulou uma SOLIDARIEDADE LEGAL ENTRE O SEGURADO E A SEGURADORA, fazendo com que o primeiro utilize do CHAMAMENTO AO PROCESSO para possibilitar a integração da última à lide. Essa é a única hipótese de chamamento ao processo prevista no CDC. 
- O chamamento ao processo estipula uma solidariedade entre as partes de modo que, se condenados, o consumidor poderá pleitear a indenização tanto do fornecedor como da seguradora, ampliando a garantia ao efetivo ressarcimento. 
- Em decisão de abril de 2012, o STJ pacificou o seguinte: EM AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MOVIDA EM FACE DO SEGURADO, A SEGURADORA DENUNCIADA PODE SER CONDENADA DIRETA E SOLIDARIAMENTE JUNTO COM ESTE A PAGAR A INDENIZAÇÃO DEVIDA À VÍTIMA. 
- Quando a ação for proposta contra o consumidor no domicílio do fornecedor, o juiz deve declinar, de ofício, para o foro do DOMICÍLIO DO CONSUMIDOR. O STJ entende que se trata de modalidade de COMPETÊNCIA ABSOLUTA. 
- Para o STJ, a cláusula de eleição de foro firmada em contrato de adesão é válida, desde que não tenha sido reconhecida a hipossuficiência de uma das partes ou embaraço ao acesso da justiça.
	ANÁLISE DA COISA JULGADA MATERIAL SECUNDUMEVENTUMLITIS NOS DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS
	Sentença
	Coisa julgada
	Direitos difusos
	Direitos coletivos
	Procedente
	Coisa julgada material
	Efeito erga omnes
	Efeito ultra partes
	Improcedente (por outro motivo que não a insuficiência de provas)
	Coisa julgada material
	Efeito ergaomnes.
Obs.: impede somente nova propositura de ação coletiva. Não impede que os consumidores intentem ações individuais pelos danos individualmente sofridos (art. 103, §1º)
	Efeito ultrapartes.
Obs.: impede somente nova propositura de ação coletiva. Não impede que os consumidores intentem ações individuais pelos danos individualmente sofridos (art. 103, §1º)
	Improcedente por insuficiência de provas
	Não faz coisa julgada material
	Qualquer legitimado do art. 82 poderá intentar novamente a ação coletiva, bastando possuir nova prova.
	Qualquer legitimado do art. 82 poderá intentar novamente a ação coletiva, bastando possuir nova prova.
- COISA JULGADA SECUNDUM EVENTUM LITIS, formada de acordo com o resultado do processo. 
- As ações individuais foram preservadas pelo legislador, pois os efeitos da coisa julgada nos direitos difusos e coletivos não prejudicarão os direitos individuais dos envolvidos, podendo os consumidores ainda intentar ações pelos danos individualmente sofridos, uma vez que se tratam de ações diversas, não só com relação às partes, como também pelo objeto, não induzindo, portanto, litispendência.
	ANÁLISE DA COISA JULGADA MATERIAL SECUNDUM EVENTUM LITIS NOS DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS
	Sentença
	Coisa julgada
	Direitos individuais homogêneos
	Procedente
	Faz coisa julgada material
	Efeito erga omnes, bastando o consumidor se habilitar na liquidação e promover a execução, provando o dano sofrido.
	Improcedente
	Se o consumidor integrou o processo como litisconsorte, sofre os efeitos da coisa julgada material
	Não poderá intentar a ação individual.
	Improcedente
	Se o consumidor ficou inerte ao processo, não sofre os efeitos da coisa julgada material
	Poderá intentar a ação individual.
- Em todos os casos de ações coletivas (direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos), a coisa julgada erga omnes ou ultra partes não beneficiará aqueles autores de ações individuais que, mesmo tendo ciência da ação coletiva, deixam de requerer a suspensão no prazo de 30 dias.
*#OUSESABER: O right to opt out é o direito de auto exclusão, ou seja, é o direito de o autor de um processo individual escolher não se submeter aos efeitos da decisão coletiva, isto é, compreenda-se: o autor tem um processo individual, mas poderia escolher por fim ou suspender seu processo individual para participar do processo coletivo, MAS OPTA POR SE AUTO EXCLUIR DA TUTELA COLETIVA PARA SEGUIR NO SEU PROCESSO INDIVIDUAL. A fundamentação legal, na esteira da doutrina, aponta o right to opt out na segunda parte do art.104, CDC, in verbis: "Art. 104. [...] os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva". Nesses termos, o autor que possui um processo individual e há, em paralelo o ajuizamento de um processo coletivo, necessita ser avisado desse processo coletivo para escolher “suspender” ou “desistir” de seu processo individual para poder ser beneficiado pela tutela coletiva. Esse aviso sobre a existência do processo coletivo é o que se chama de "fair notice". Em que pese exista divergência sobre quem deve realizar a comunicação, é um fato, até mesmo pelo Art. 104, parte final, que é necessária a "fair notice" ("ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva") para que se conte o prazo para o exercício "right to opt out". Tais termos têm nomes em inglês, pois são influência das class actions americanas. 
- A Lei 9.494/97 deu nova redação ao art. 16 da LACP (“a sentença civil fará coisa julgada erga omnes, no limite da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo de nova prova”). A doutrina consumerista tem entendido que essa modificação na LACP não alcança as ações coletivas para a defesa dos direitos dos consumidores. O art. 90 do CDC manda aplicar o CPC e a LACP “naquilo que não contrariar suas disposições” (aplicação subsidiária). O CDC já tratou expressamente dessa matéria (art. 93 – competência territorial do órgão prolator da sentença em ação coletiva). 
- Por fim, o legislador ampliou, ainda, o objeto do processo coletivo, ao dispor que AS SENTENÇAS PENAIS CONDENATÓRIAS TAMBÉM PODERÃO SER APROVEITADAS PELAS VÍTIMAS E SEUS SUCESSORES, promovendo diretamente a liquidação e a execução, nos termos dos arts. 96 a 99, não havendo necessidade assim, pelo princípio da economia processual, de nova sentença condenatória a título individual.Dessa forma, a coisa julgada penal poderá ser transportada, in utilibus, às ações de indenização por danos pessoalmente sofridos. 
- AS AÇÕES COLETIVAS NÃO INDUZEM LITISPENDÊNCIA PARA AS AÇÕES INDIVIDUAIS, podendo ambas coexistirem paralelamente. 
- Para a configuração da litispendência, deve haver a identidade de partes, de objeto e de causa de pedir entre dois processos. AS AÇÕES A TÍTULO INDIVIDUAL POSSUEM OBJETOS DIFERENTES DAS AÇÕES A TÍTULO COLETIVO. 
- Embora não tratado pelo artigo, as ações individuais homogêneas também não induzem litispendência para com as ações individuais. No entanto, para que possa ser beneficiado pela sentença coletiva, o autor da ação individual terá que fazer uma opção, pois ao tomar ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva, terá duas alternativas: ou continua com sua demanda pessoal e, nesse caso, estará se excluindo da coisa julgada; ou requere a suspensão de sua ação individual no prazo de 30 dias e espera a decisão da ação coletiva, caso em que, se for procedente, poderá se beneficiar dela. Se improcedente, poderá ainda ainda continuar em sua demanda individual. 
DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR
- DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO semelhante ao que acontece no direito do trabalho, no qual os sindicatos podem celebrar convenções com eficácia normativa válida para uma determinada coletividade, o CDC, preocupado com os possíveis conflitos e no intuito de criar instrumentos que possam solucioná-los ou, ao menos, estabelecer parâmetros que possam reger tais situações, possibilitou às entidades civis de consumidores e às associações de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica regularem, através de convenção coletiva, certas condições para as relações de consumo.
- Deve ter necessariamente a forma ESCRITA. 
- A convenção é celebrada ENTRE PARTICULARES. 
- O descumprimento é passível de reparação, devendo ser comprovado em juízo em AÇÃO DE CONHECIMENTO. 
- AS ENTIDADES CIVIS DE CONSUMIDORES E AS ASSOCIAÇÕES DE FORNECEDORES OU SINDICATOS DE CATEGORIA ECONÔMICA PODEM REGULAR, POR CONVENÇÃO ESCRITA, RELAÇÕES DE CONSUMO QUE TENHAM POR OBJETO ESTABELECER CONDIÇÕES RELATIVAS AO PREÇO, À QUALIDADE, À QUANTIDADE, À GARANTIA E CARACTERÍSTICAS DE PRODUTOS E SERVIÇOS, BEM COMO À RECLAMAÇÃO E COMPOSIÇÃO DO CONFLITO DE CONSUMO (ART. 107 DO CDC). A CONVENÇÃO TORNAR-SE-Á OBRIGATÓRIA A PARTIR DO REGISTRO DO INSTRUMENTO NO CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS (§1º). A CONVENÇÃO SOMENTE OBRIGARÁ OS FILIADOS ÀS ENTIDADES SIGNATÁRIAS (§2º). NÃO SE EXIME DE CUMPRIR A CONVENÇÃO O FORNECEDOR QUE SE DESLIGAR DA ENTIDADE EM DATA POSTERIOR AO REGISTRO DO DOCUMENTO

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