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Endocardite Infecciosa Cleidiane Fernanda Isabel Layane Midiã Rômulo Endocardite Infecciosa Conceito: Infecção do endotélio cardíaco Lesão fundamental: formação de vegetações - estruturas compostas de plaquetas, fibrina e microorganismos infecciosos Usualmente se desenvolve nas valvas cardíacas e eventualmente no endotélio não-valvar ou em uma grande artéria Endocardite Infecciosa Classificação: Aguda Decorrente de patógeno com grande capacidade de lesar tecidos cardíacos e extra-cardíacos; Manifesta-se com quadro clínico exuberante e complicações precoces, exigindo diagnóstico imediato; O período de latência entre a bacteremia e o início dos sintomas é de aproximadamente duas semanas; Normalmente causada pelo Staphylococcus aureus e afeta uma válvula cardíaca normal. Subaduda Evolui em semanas ou meses em virtude da baixa virulência do agente infectante; É causada pelo Streptococcus do grupo viridans e afeta as válvulas lesadas. Endocardite Infecciosa Epidemiologia: Cerca de 60 a 80% dos pacientes tem uma lesão cardíaca predisponente; Incidência : 1,7 a 6,2 casos por 100000 pessoas por ano; Incidência pediátrica: 1 em cada 1280 internações/ano Idade de maior acometimento: 47 a 69 anos; Proporção entre homens/mulheres : 1,7 : 1; Causas mais comuns em países desenvolvidos: alterações valvulares degenerativas e próteses; Causas mais comuns em países em desenvolvimento: febre reumática e cardiopatias congênitas (válvula aórtica bicúspide e defeito do septo interventricular); Morbidade: 50 a 60 %; Mortalidade: 12 a 30%. Etiologia Etiologia Válvulas Nativas Streptococus: 60 % Viridans: 35 % Bovis: 15 % Faecalis: 10 % Staphylococcus: 25 % Coagulase + : 23% Coagulase - : 2% Gram negativos < 10% Enterococos Grupo HACEK – Haemophilus, Actinobacillus, Cardiobacterium, Eikenella e Kingella Fungos < 5% Lenira (L) - Etiologia: microorganismo causador varia segundo a porta de entrada para a infecção - S. viridans: cavidade oral - S. bovis e S. faecalis: origem no trato GI - Enterococos: origem no trato GU - S. aureus: pele - HACEK e fungos: trato respiratório superior Endocardite Infecciosa Manifestações Clínicas: A febre é o sintoma mais comum; Sintomas inespecíficos: cefaléia, mialgia, perda de peso, anorexia, mal-estar; Sinais periféricos: petéquias, hemorragias subungueais, nódulos de Osler, lesões de Janeway, manchas de Roth; Sopros cardíacos; Sinais de ICC; Embolias periféricas; Esplenomegalia; Alterações neurológicas. Lenira (L) - Manifestações clínicas: surgem devido à lesão das estruturas intracardíacas - infecção hematogênica - resposta imune aos antígenos bacterianos - embolização de fragmentos da vegetação levando à infecção ou infarto de tecidos à distância - Sinais periféricos: mais comuns na endocardite aguda - Nódulos de Osler: nódulos subcutâneos, eritematosos, dolorosose evanescentes que surgem nas polpas dos dedos - Lesões de Janeway: máculas hemorrágicas que acometem as regiões palmares e plantares; decorrentes de fenômenos embólicos sépticos - Manchas de Roth: manchas na retina com bordos hemorrágicos e parte central pálida - Sopros: lesão valvar ou fístula perivalvar pelo alastramento da infecção - Infecção focal - Alterações neurológicas: perda da força em determinados segmentos corporais, amaurose fugaz, alucinações, delírio e coma Endocardite Infecciosa Lenira (L) - Manifestações clínicas: surgem devido à lesão das estruturas intracardíacas - infecção hematogênica - resposta imune aos antígenos bacterianos - embolização de fragmentos da vegetação levando à infecção ou infarto de tecidos à distância - Sinais periféricos: mais comuns na endocardite aguda - Nódulos de Osler: nódulos subcutâneos, eritematosos, dolorosose evanescentes que surgem nas polpas dos dedos - Lesões de Janeway: máculas hemorrágicas que acometem as regiões palmares e plantares; decorrentes de fenômenos embólicos sépticos - Manchas de Roth: manchas na retina com bordos hemorrágicos e parte central pálida - Sopros: lesão valvar ou fístula perivalvar pelo alastramento da infecção - Infecção focal - Alterações neurológicas: perda da força em determinados segmentos corporais, amaurose fugaz, alucinações, delírio e coma Diagnóstico Laboratorial O diagnóstico laboratorial sugestivo pode ser feito por meio: Hemocultura Positiva; Hemograma; Velocidade de Hemossedimentação ( VHS ) e Proteína C reativa ( PCR ); Fator reumatóide; Elementos anormais do sedimentos urinário ( EAS ) ECG Diagnóstico Laboratorial Hemocultura Deve ser colhida em todos os pacientes com febre inexplicada, sopro cardíaco e cardiopatia. Diagnóstico Laboratorial Hemograma A anemia está presente em 70 a 90 % dos pacientes sendo geralmente normocítica e normocrômica. Em alguns casos encontra-se anemia hemolítica. Velocidade de Hemossedimentação e Proteína C Reativa A VHS é elevada na maioria dos casos, estando acima de 55mm na 1⁰hs, exceto na presença de: →insuficiência cardíaca congestiva →insuficiência renal →coagulação intravascular disseminada. OBS:A PCR é elevada e a sua diminuição identifica a boa resposta terapêutica. Fator Reumatóide A positividade do FR é observada em 40% a 50% dos pacientes com EI e sua dosagem seriada é um monitor da resposta terapêutica ELEMENTOS ANORMAIS DO SEDIMENTO URINÁRIO O EAS pode apresentar proteinúria em 50%a 60% e hematúria microscópia em 30ª 50% dos casos. ELETROCADIOGRAMA É possível encontrar várias alterações do ECG no curso de uma EI: Presença de sobrecarga cavitária Aritimias ventriculares Fibrilação atrial nos casos de regurgitação valvar importante e extensão Perivalvar com lesão do sistema de condução. DIAGNOSTICO POR IMAGEM ECOCARDIOGRAMA Detecta complicações como: Derrame pericárdio ou formação de abscesso miocárdico. Os diagnósticos falso- positivos podem decorre da fibrose e do espessamento prexistentes das válvulas. os falso-negativos dos casos de vegetações menores que 2mm e de difícil visualizações nas localizações intravasculares nas próteses ou em shunts. Ecocardiograma transtoracico(ETT) Possui uma sensibilidade média de 81% porem; possui baixa sensibilidade em pacientes obesos naqueles com grande massa muscular, no pós-operatório de cirurgia cardíaca presença e comprometimento respiratório grave. RESSONÃNCIA MAGNÉTICA(RM) É indicada nos casos de EI com complicações como: Abscesso perivalvar Aneurisma da parede aórtica ou fístulas cavitárias. Profilaxia da Endocardite É recomendada a profilaxia antibiótica nos pacientes portadores de condições de risco, quando submetidos a procedimentos de alto risco. Os pacientes de risco também devem ser orientados a manter uma boa higiene oral, reduzindo potenciais fontes de bacteremia PERCENTUAL DE BACTEREMIA APÓS PROCEDIMENTOS Extração dentária 60% Cirurgia Periodontal 88% Tonsilectomia 35% Broncoscopia rígida 15% Entubação traqueal 10% Inserção\remoção de dispositivo intra-uterino 13% Endoscopia alta 4% Enema baritado 10% Colonoscopia 5% Cateterização cardíaca 2% Profilaxia da Endocardite CONDIÇÕES DE ALTO RISCO Cardiopatias complexas; próteses valvares; shunt sistemicopulmonar ou condutos; e pós-operatório com shunt residual. CONDIÇÕES DE MODERADO DE RISCOA maioria das cardiopatias congênitas que não estão incluídas nos demais grupos; valvopatia reumática; miocardiopatia hipertrófica; prolapso de valva mitral com regurgitação mitral Profilaxia da Endocardite CONDIÇÕES EM QUE A PROFILAXIA NÃO ESTÁ INDICADA by- pass coronariano; prolapso de valva mitral sem regurgitação; doença de kawasaki sem disfunção valvar; marca – passo cardíaco; desfibrilador implantável PROCEDIMENTOS DE ALTO RISCO Dentário(extrações, obturações, tratamento de canal); respiratório(amigdalectomia); trato gastrintestinal(endoscopia); e trato geniturinário( citoscopia, dilatação uretral). ESQUEMA DE PROFILAXIA RECOMENDAÇÃO GERAL PARA PACIENTES DE RISCO Amoxicilina: adultos: 2g (4 comprimidos); crianças : 50mg/Kg via oral 1 hora antes do procedimento. SE NÃO PUDER TOMAR MEDICAÇÃO ORAL Ampicilina: adultos: 2g; crianças 50 mg/Kg IM ou EV 30 min antes PACIENTES ALÉRGICOS PENICILINA/AMPICILINA AMOXICILINA Clindamicina: adultos: 600mg: crianças: 20mg/Kg VO 1 hora antes do procedimento. Se não puder ser via oral, EV 30 min antes. Procedimentos Gastrointestinais e Geniturinário Recomendação geral para pacientes de alto risco Adulto: 2g + Gentamicina 1,5mg/kg (máx. 120mg) IM ou EV 30min antes proced. + Ampicilina 1g Ampicilina após (IM ou EV) Criança: 50mg/kg + Gentamicina 1,5mg/kg (máx. 120mg) IM ou EV 30min antes proced. + Ampicilina 25mg/kg 6h após (IM ou EV) Amoxicilina Adulto: 1g VO Criança: 25mg/kg VO Procedimentos Gastrointestinais e Geniturinário Pacientes de alto risco alérgico a ampicilina/amoxicilina Adulto: 1g EV 1 a 2h antes do proced. + Gentamicina 1,5mg/kg (máx. 120mg) IM ou EV 30min. antes proced. Vancomicina Criança: 20mg/kg EV 1 a 2 horas antes do proced. + Gentamicina 1,5mg/kg IM ou EV 30min. antes proced. Procedimentos Gastrointestinais e Geniturinário Pacientes de risco moderado Adulto: 2g VO 1h antes do procedimento ou Ampicilina 2g IM ou EV 30min. antes do procedimento Criança: 50mg/kg VO 1h antes do procedimento ou ampicilina 50mg/kg IM ou EV 30min. antes do procedimento Procedimentos Gastrointestinais e Geniturinário Pacientes com risco moderado, alérgicos a ampicilina/amoxicilina Adulto: 1g EV 1 a 2 horas Vancomicina Criança: 20mg/kg EV 1 a 2 horas Terminar infusão venosa nos 30min anteriores ao início do procedimento. Tratamento Princípios Gerais Antibioticoterapia venosa prolongada MIC Terapia inicial = antibióticos sinérgicos Tratamento Empírico EI em válvula nativa em comunidade ou EI pós-operatório tardio (por mais de 60 dias) Penicilina Cristalina ou Ceftriaxona + Gentamicina por 4 a 6 semanas Estafilococos => Oxacilina Alérgicos à penicilina => Vancomicina + Gentamicina Tratamento Empírico EI nasocomial associada a cateter ou EI pós-operatória precoce Vancomicina + Gentamicina Tratamento definitivo Para EI EI POR ESTREPTOCOCOS Cepas sensiveis a penicilina: Penicilina G cristalina ou ampicilina por 4 semanas O uso de ceftriaxona não é muito utilizado na área de pediatria Cepas relativamente resistentes: Penicilina G cristalina, ampicilina por 4 a 6 semanas associada a gentamicina nas 2 primeiras semanas Tratamento Definitivo para EI EI POR ESTAFILOCOCOS Sensível a oxacilina: Vancomicina por 6 semanas asociados ou não a gentamicina nos primeiros 3 a 5 dias Resistente a Oxacilina: Vancoicina por 6 semanas podendo ser associado a gentamicina por 3 a 5 dias com ou sem rifampicina Tratamento Definitivo para EI Gram-Negativos Ceftriaxona ou outra Cefalosporina de 3º geração, ampicilina + sulbactam ou ciprofloxacino por 4 ou 6 semanas se houver protese cardiaca EI EM PROTESES VALVARES É indicado o uso de Vancomicina associada a rifampicina Geralmente a infecção é causada por S. epidermidis que são resistente a meticilina EI POR FUNGOS Anfotericina B Flucitosina com a Anfotericina por 8 semanas Indicações Cirurgicas 1 ou mais eventos embolicos importantes durante as duas primeiras semanas de tratamento Ruptura de folhetos ou cordas valvares, ruptura do seio da aorta e do septo interventricular Endocardite fungica Após a cirurgia para substituição da valva afetada utiliza-se o esquema de tratamento para prótese valvar infectada. FIM
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