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Fundamentos de Radiografia Eastman Kodak Company 2 Sumário Os Raios X e Sua Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 O Feixe de Raio-X e a Formação de Imagem . . . . 14 Radiação Dispersã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Gravação da Imagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Resposta do Filme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Qualidade da Imagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Cálculos de Mudanças nos Fatores de Exposição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Métodos Radiográficos Especiais . . . . . . . . . . . . . . 77 Armazenagem e Manuseio de Filme . . . . . . . . . . 88 Revelação de Filmes Radiográficos . . . . . . . . . . . . 94 Anexo A-Unidades Métricas e Fatores de Conversão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Anexo E- Relações Matemáticas .... .. .... ... . 112 Referências Bibliográficas ... . .. .. .. .. . . ..... 118 ©Eastman Kodak Company, 1980 Introdução O uso de radiação ionizante (frequentemente os raios x ou gamma) para produzir a transmissão da imagem de um objeto em um material fotossensível (frequen- temente um filme) é chamado radiografia. Após a exposição por radiação ionizante, o material foto- ssensível deve ser processado; isto é, deve-se dar um tratamento especial (frequentemente químico) para tornar a imagem visível e estável. O material exposto e processado que contém a imagem radiográfica chama-se radiografia. Nós iremos nos limitar ao uso de materiais de haletos de prata em radiografia médica. O objetivo de uma radiografia médica é o de obter a maior quantia possível de informações diagnósticas, com a mínima exposição ao paciente. Isto rerver certas considerações. Por exemplo, para se fazer um uso mais eficiente da energia de raio-X disponível, usa-se comumente telas intensificadoras fluorescentes ( ecrans) que convertem a energia do raio-X em luz. O resultado é a vantagem de uma exposição reduzida com o preçõ de uma imagem menos nitida. Esta bro- chura se preocupa com os princípios fisicos funda- mentais que governam a produção de imagens radiográficas de alta-qualidade. O uso do termo qualidade de imagem radiográfica restringe-se a relação objetiva destes princípios à aparência da imagem. Este uso não deve ser confun- <lido com a qualidade diagnóstica da imagem que leva em consideração o tipo de informação que se pretende obter e as necessidades de diagnoses do radiologista. Começaremos por discutir o que são raios X, como eles são produzidos, e como eles são usados na formação de imagens radiográficas. Isto é seguido por seções que tratam dos fatores que afetam a qualidade da imagem, dos equipamentos e materiais usados para a gravação da imagem, assim como também da armazenagem, manuseio, e processamento de tais materiais. Esperamos que tudo aqui contido forneça um entendimento que irá complementar outros conheci- mentos, tais como anatomia e posicionamento (do paciente), necessários para produzir radiografias de alta-qualidade. Se a informação contida nesta bro- chura for estudada com atenção e aplicada em situações práticas que se apresentem ao leitor, ela fornecerá meios úteis na resolução de muitos pro- blemas que possam se apresentar. Tentamos fornecer, da forma mais simples e con- cisa possível, informação que tenha aplicação prática. Para aqueles que desejam informação mais deta- lhada, oferecemos referências suplementares. Esperamos que esta brochura lhe seja de utilidade. 3 4 FOCO DISPOSITIVO LIMITADOR DE FEIXE RADIAÇÃO-X Figura 1 Diagrama esquematizado mostrando os fundamentos de uma exposição radiográfica. O feixe de raio X após deixar o tubo de raio X passa através de um dispositivo limitador de feixe (muitas vezes chamado de colimador). Após emergir do dispositivo limitador de feixe, o feixe de raio X entra na cunha escalonada onde ocorre vários graus de absorção de feixe. As partes mais escuras do filme representam as partes mais penetráveis do objeto (as partes finas da cunha escalonada), e as áreas mais claras representam as menos penetráveis (os degraus mais grossos da cunha). FILME DE RAIO-X Os Raios X e Sua Produção Capítulo 1 Comecemos por definir o que é uma radiografia. É uma gravação fotográfica visível, em filme, produzida pela passagem de raios X através de um objeto ou corpo (Figura 1 ). A radiografia torna possível estudar as estruturas internas do corpo como auxiliar de diagnóstico. Como uma radiografia é produzida - quais as reações físicas e químicas que ocorrem - é o assunto desta brochura. O que são raios X? Por definição, raios X são uma forma de radiação eletromagnética parecida com a luz visível mas de menor comprimento de onda. O primeiro passo para o entendimento da produção de uma radiografia é o conhecimento da natureza dos raios X e seu compor- tamento. Desta forma, consideremos os dois aspectos de seu comportamento como ondas e partículas. Uma onda pode ser definida como uma variação ou pertubação que transfere progressivamente energia radiante de um ponto a outro através de um meio. (Energia é simplesmente a capacidade para realizar um trabalho.) Uma vez que esta energia radiante viaja com movimento ondulador, uma característica mensurável é seu comprimento de onda (Figura 2). O fato de que raios X têm ambos aspectos de ondas e partículas, isto não quer dizer que um feixe de radiação muda irregularmente de ondas para partículas ou vice-versa. Na verdade, outros fatores, tais como a maneira pela qual a radiação está sendo utilizada ou o método usado para localizá-la ou gravá- la, determina qual dos dois aspecto (ondas ou partículas) constituem o conceito mais adequado. Para ajudar a esclarecer o conceito de ondas e com- primento de onda, imagine a pertubação causada num lago tranqüilo quando se atira a este uma pedra. Assim que a pedra toca na água, alguma de suas energias produzem ondas que viajam externamente em círculos cada vez maiores. Embora a água esteja em movimento, ela não viaja progressivamente para frente. Por exemplo, uma folha que flutua subiria e desceria com os ondas, mas não sairia de seu local original. A energia aplicada à água é convertida em ondas que procedem de dentro para fora. O compri- mento de onda das ondas da água é a distância de uma crista a outra ou de uma depressão a outra. Em qualquer sistema de ondas, a distância entre dois locais sucessivos correspondentes no padrão de ener- gia em movimento chama-se comprimento de onda. O Espetro Eletromagnético Raios X, raios gamma, ondas de rádio, luz, etc. são ondas de energia de influência elétrica e magnética. Elas são chamadas de ondas eletromagnéticas e via- jam a enorme velocidade - aproximadamente 300.000 quilômetros por segundo. Todas estas formas de radiação eletromagnética são agrupadas de acordo com o seu comprimento de ondas no que se chama de espetro eletromagnético. O diagrama (Figura 3) mos- tra sua localização no espetro e alguns de seus usos mais comum. O comprimento de cada onda eletromagnética gerada por corrente alternada de 60 hertz (ciclos por segundo) é aproximadamente a distância entre uma costa e outra dos Estados Unidos. Os comprimentos , , Figura 2 Diagrama esquematizado de algumas ondas. A dis- tância entre um ponto no padrão de uma onda a outro ponto onde o padrão começa a se repetir chama-se comprimento de onda ou ciclo. Neste diagrama o comprimento de onda é medido pela a distância entre depressões de ondas. O comprimento de onda da curva de traços é duas vezes maior do que a da curva sólida. 5 6 MEDIDOS EM NANÕMETROS MEDIDOS EM METROS RAIOS ULTRA VIOLETA LUZ ONDAS DE RÃDIO RADIAÇÃO HSOCIADA COM ONDAS B.É1'RICA8 .. Figural DlaiP•••eepetroduuJ'1;lm....,... ltlce. Exemplos das aplicações de alguns comprimentos de onda. de ondas usadas em televisão é mais ou menos igual a altura de um homem. Os raios X médicos- medem aproximadamente 1/10.000 do comprimento de onda da luz visível - têm um comprimento de onda de mais ou menos um bilionésimo de uma polegada. Eles são comumente medidos em nanômetros (abreviado nm) - que é igual a um-milionésimo de um milimetro. Em radiografia médica se empregam comprimentos de ondas de aproximadamente 0.01 a O.OS nm (0.1 a 0.5 angstrom). Em publicações anteriores, o compri- mento de ondas para radiação eletromagnética era comumente dado em unidades de angstrom (abre- viado À). Uma unidade de angstrom é igual a 1/ 10 de nanômetro. O comprimento de onda da luz no centro de um espetro visível é de aproximadamento 550 nm enquanto que os raios X usados para radiografia - aqueles próximos ao centro do espetro de raio-X médico - têm um comprimento de onda de aproxima- damente 0.055 nm ou mais ou menos 1/10.000 da · luz visível. Ondas e Partículas Conforme mencionamos anteriormente, uma parte de natureza dupla dos raios X é sua habilidade de agir como se se consistissem de pequenos pacotes separados de energia chamados quanta ou fotônio. Em certas circunstâncias, a ação de um feixe de raio-X é mais fácil de se compreender se for considerado como uma chuva de partículas em vez de uma sucessão de ondas. As duas "naturezas" dos raios X são inseparáveis. Por exemplo, para se saber a energia de um único quanta (um dos pequenos pacotes separados de ener- gia), deve-se saber o comprimento de onda da radiação. O comprimento de onda, entretanto, é uma característica de onda e deve ser determinada através da consideração da natureza ondulatória da radiação. Propriedades Fundamentais dos Raios X Os raios X obedecem todas as leis da luz. Entretanto, por causa de seu curto comprimento de onda, é dificil demonstrar fenômenos, tais como reflexão, para raios X usando aparelhagem óptica comum. Eles também têm certas propriedades de especial interesse. 1. Por causa de seu comprimento de onda extrema- mente curto, eles são capazes de penetrar materiais que absorvem ou refletem luz visível. 2. Fazem fluorescer algumas substâncias; isto é, emi- tem radiação de maior comprimento de onda (por exemplo, radiação visível e ultravioleta). 3. Assim como a luz, eles podem produzir uma ima- gem em um filme fotográfico que poderá então se tornar visível através da revelação. 4. Eles produzem mudanças biológicas valiosas em radioterapia, mas necessitam cuidado no uso da radiação X. 5. Eles podem ionizar os gazes; isto é, eles removem elétrons dos átomos para formar ians, os quais podem ser usados para medir e controlar a exposição. Estas especiais propriedades têm aplicações em radiografia médica e industrial, em radioterapia e em pesquisa. O Tubo de Raio X Como são gerados os raios X? Os raios X são produ- zidos quando elétrons em alta velocidade (partículas minúsculas, cada uma carregando uma carga elétrica negativa) chocam-se com matéria em qualquer forma. Dentro de um tubo de raio X isto é feito pela direção de uma corrente de elétrons em alta veloci- dade contra um objetivo de metal. Conforme eles se chocam com os átomos do objetivo, os elétrons liberam a maior parte de sua energia na forma de calor. Para condições normais de exposição usadas em radiografia médica, aproximadamente um por cento de sua energia é emitida em forma de raios X. A maneira mais eficiente de se gerar raios X é através de um tubo de raios X, e a forma mais simples de tubo de raios X é um invólucro de vidro vedado do qual tenha-se evacuado o ar. As duas partes impor- tantes do tubo são o catodo e o anodo (Figura 4 ) . INVÓLUCRO DE VIDRO ANODO FILAMENTO CATODO OBJETIVO JANELA CAMPO FOCAL Figura 4 Tubo de raio X de anodo fixo. O diagrama mostra a relação do anodo e do catodo. Catodo ( - ) O Catodo (eletrodo negativo) é com- posto de um fio de tungstênio (filamento) enrolado na forma de uma espiral com aproximadamente 1,5 mm de diâmetro e de 10 a 15 mm de comprimento. É 7 8 montado em um prendedor chamado de copo de foco, aproximadamente 2,5 cm longe do anodo. Os fios do filamento se extendem ao lado de fora do tubo de maneira a produzir conexões elétricas. O filamento é aquecido e se ilumina (incandesce) da mesma forma que o filamento de uma lâmpada comum. Entrentato, não é aquecida para produzir luz, mas sim para agir como uma fonte de elétrons que são emitidos pelo filamento (Figura 5). O compri- mento e diâmetro do filamento espiral, a forma e tamanho do copo de foco, e suas relativas posições são fatores que afetam a forma e tamanho do local onde os elétrons irão chocar-se com o anodo. A tem- peratura do filamento controla a quantidade de elétrons emitidos. Se a temperatura é aumentada, mais elétrons são emitidos, e o fluxo da corrente elétrica através do tubo de raio X (mA) aumenta. Veja a página 13 para uma discussão sobre mA. Anodo ( +) O anodo (eletrodo positivo) é comu- mente formado de um bloco de cobre, o qual extende de um lado até ao centro do tubo. Uma placa de tungstênio de aproximadamente 10 a 15 mm qua- drados e 3 mm de espessura se localiza na face ante- rior do anodo, ao centro do tubo. Este é chamado de objetivo e é comumente feito de tungstênio porque e 1) o tungstênio tem um ponto de fusão alto e aproxi- madamente 3400° e e desta forma suporta o calor extremo ao qual está sujeito, e (2) tem um número atômico alto (74) e é um produtor de raios X mais eficiente do que materiais com números atômicos menores. A pequena área do objetivo na qual os elétrons se chocam é chamado de ponto de foco ou fonte, e é a origem dos raios X. OBJETIVO CORRENTE DE ELÉTRONS COPO DE FOCO G CATODO (- ) ANODO (+) Figura 5 Emissão de elétrons a partir do filamento aquecido do catodo. Os elétrons se chocam com o objetivo fixo do anodo e raios X são produzidos no ponto de foco real do anodo. A Figura mostra esquematicamente os raios de diferentes comprimentos de ondas e poderes de penetração. Em aplicações especializadas usa-se outros tipos de materiais para objetivo, tais como o molibdênio. Há dois tipos de anodo - fixo e giratório. Mais detalhes serão dados sobre isto nesta brochura. A Produção de Raio X Quando um potencial elétrico muito alto e quilovolts ou milhares de volts) é aplicado através dos dois com- ponentes do tubo de raios X - o catodo e o anodo - os elétrons emitidos são atraídos pelo anodo de tal ma- neira que eles se chocam ao ponto de foco com tre- menda força (Figura 5). Quanto maior o potencial (voltagem), maior a velocidade destes elétrons. Alta voltagen resulta em raios X de comprimento de ondas mais curtas e de maior poder de penetração, assim como de maior intensidade. Entretanto, mesmo os elétrons que tenham a mesma energia, quando atin- gem o ponto de foco podem produzir raios X que diferem em energia ou comprimento de onda. Esta variação em energia de raio X resulta das diferenças nas maneiras que elétrons individuais se relacionam com os átom os dose objetivo. De qualquer forma, quanto maior a voltagem aplicada ao tubo de raio X, maior é o número de fotônios de raio X de maior energia. A Produção de Calor O calor (assim como os raios X) são gerados pelo impacto de elétrons. Somente aproximadamente um por cento da energia resultante deste impacto é emi- tida do ponto de foco ou fonte em forma de raios X. A maioria da energia se dissipa em forma de calor. Este calor deve ser retirado do ponto de foco da maneira mais eficiente possível. Do contrário o metal poderá se derreter e o tubo poderá ser destruído. Em tubos com anodos fixos, coloca-se na parte pos- terior do objetivo um metal que seja bom condutor de calor, tal como o cobre, que muitas vezes, se extende através do invólucro de vidro a um radiador de chapa para dissipar o calor para fora do tubo. Outro método de esfriamento consiste em colocar o tubo junto a um recipiente metálico contendo óleo ao qual será trans- ferido o calor do anodo. Como anteriormente mencionado, o ponto defoco real é a área do objetivo no qual se chocam os elétrons do filame nto aquecido. O tamanho do filamento espiral e a forma e tamanho do copo de foco do catodo no qual a espiral está localizada são fatores que afetam a forma e tamanho do ponto de foco. Quanto menor as dimensões da corrente de elétrons, menor é a área do objetivo onde eles se chocam (ponto de foco real). O tamanho do ponto de foco (fonte) tem um efeito muito importante na formação da imagem de raio X. Quanto menor o ponto de foco, mais nítida é a ima- FILAMENTOS DISPOSITIVO DO CATODO I A 7 COPOS DE FOCO Figura 6A Dispositivo do catodo mostrando os copos de foco e os dois filamentos de tamanhos diferentes. O posiciona- mento destes elementos produzem corrente de elétrons que são focalizados aos retãng ulos estreitos no objetivo. O filamento pequeno produz uma corrente de elétron com uma área transver; sal menor e portanto um ponto de foco menor. gem (outros fatores continuam os mesmos); mas um ponto de foco grande pode resistir mais ao calor do que um pequeno. Assim, deve-se encontrar métodos de se obter um ponto de foco que forneça uma ima- gem bem detalhada e com boa dissipação de calor. Eles são: o emprego do princípio de foco linear e rotação do anodo. Princípio de Foco Linear O princípio de foco linear tem o efeito de fazer com que o tamanho do ponto de foco real pareça menor quando visto da posição do filme, por causa do ângulo do objetivo com referência à corrente de elétron. Como sugere a forma dos copos de focos e filamentos (Figura 6a), a corrente de elétron está focalizado em ANODO GIRATÓRIO 1 FEIXE DE ANODO (+) CATODO(-) B ~ ~L o ' ..... RAIO CENTRAL --1!>:111 ':::~./ FOCO REAL PONTO DE FOCO EFETIVO Figura 68 Uso do princípio de foco linear e o ângulo da face do objetivo (anodo) para fornecer um ponto de foco efetivo pequeno. Quando observado da direção do raio central, o ponto de foco real parece ser muito menor (ponto de foco efetivo) . un retângulo estreito no objetivo (Figura 6b ). A face do objetivo é comumente feita (Figura 5) a um ângulo de aproximadamente 15 a 20 graus com relação ao catodo (embora em alguns tubos possa ser tão baixo quanto 10 graus). Quando o ponto focal retangular é visto por debaixo, na posição do filme, parece ser mais um pequeno quadrado - o ponto focal efetivo ou aparente. Assim, a área do ponto de foco efetiva ou projetada é somente uma fração da área real; e quanto menor o ângulo do objetivo, menor é o ponto de foco efetivo, os demais fatores permanecem os mesmos. Isto está ilustrado na Figura 7 onde o tamanho do ponto de foco efetivo para um ângulo de 10 graus com relação ao objetivo (b) parece ser menor do que para um ângulo de 17 graus (a). ANODO GIRATÓRIO ÂNGULO DO / ELÉTRON OBJETIVO ! 1 FEIXE DE ÂNGULO DO f ELÉTRON Figura 7 Efeito do àngulo do objetivo no ponto de foco projetado. Os feixes de elé- trons que se chocam com cada objetivo (ponto de foco real) têm o mesmo tamanho . Entrentanto, o ângulo mais acentuado do anodo em (B) produz em ponto de foco efe- tivo menor do que o ângulo maior do anodo em (A). V I I I I 17° • PONTO DE FOCO EFETIVO OBJETIVO f 1 ~/ : ~o· • PONTO DE FOCO EFETIVO 9 10 TUBO DE RAIO X JANELA DO TUBO INVÓLUCRO DE VIDRO ----11--- DISPOSITIVO DO ANODO GIRATÓRIO FILAMENTO NO COPO DE FOCO Figura 8A Tubo moderno de raios X de anodo giratório. O esquema detalhado monstra o relacionamento entre o filamento e o objetivo giratório. CATODO A NODO GIRATÓRIO 1 1 11 1 1 PISTA 1 1 FOCAL 11 1 1 1 1 11 11 1 1 1 1 li PONTO DE FOCO EFETIVO Figura 88 Vista frontal do anodo giratório. O ponto de foco real permanece fixo no espaço enquanto que o anodo em movi- mento continuadamente proporciona uma superfície fria para receber a corrente de elétrons. Ao denominar o tamanho do ponto de foco, os fabricantes usam uma dimensão que é do tamanho do foco efetivo. Quer dizer, um tubo conhecido como 1.0 mm tem um ponto de foco nominal projetado de 1 por 1 mm. Na prática, o ponto de foco projetado ou efetivo pode variar com respeito ao seu tamanho no- minal em até 50 por cento, de acordo com as margens de tolerâncias permitidas pela National Electrical Manufacturers' Association (NEMA) - Associação Nacional de Fabricantes Elétricos - (Referência 1 ). Seu tamanho pode também variar de acordo com as condições de exposição. Por exemplo, o foco tende a " expandir" ou aumentar quando o número de elétrons que chegam a cada segundo (corrente do tubo) torna -se muito grande . Para maiores informações sobre a medição do tamanho do ponto ANODOS GIRATÓRIOS Figura 8C. Vista frontal de anodos giratórios. Note as diferenças nos diâmetros dos objetivos . Um anodo maior resulta em uma maior pista focal com maior capacidade de suportar e dissipar calor. de foco efetivo, veja as referências de 1 a 5. A utilização dos raios X que emergem a partir do ângulo menor melhora a definição radiográfica, ao mesmo tempo que aumenta a capacidade de dissipar calor do anodo uma vez que a corrente de elétrons se espalha por uma superficie maior. Entretanto, há um limite prático para o ângulo do anodo. Se for muito pequeno, pode causar um excessivo declínio de inten- sidade no lado anódico do feixe de raio X, acentuando, desta forma, o efeito de talão. (Para uma discussão sobre o efeito de talão, veja o Capítulo II) . Também, na medida em que o ângulo do anodo diminue, o campo coberto pelo feixe de raio X também diminue em tamanho. Até o momento nós descrevemos um tubo de anodo fixo. Por causa da limitada dissipação de calor e do tamanho do ponto de foco associado com o anodo fixo, seu uso se restringe a aparelhos portáteis para radiografia médica e aparelhos para raio X dental. Anodo Giratório O tubo de anodo giratório foi desenvolvido para aumentar ainda mais a capacidade do anodo de resis- tir ao calor (Figura Ba) . Como o nome já diz, o anodo em forma de disco, composto de tungstênio, molibdênio, ou algumas vezes de grafite ao qual se une a uma liga de rênio e tungstênio, gira sobre um eixo colocado ao centro do tubo. O filamento é posi- cionado de maneira a dirigir a corrente de elétron contra a área enviesada do disco de tungstênio. Assim, a posição do ponto de foco (a área do objetivo atingida pelos elétrons) permanece fixa no espaço enquanto que o disco de anódio gira rapidamente durante a exposição, fornecendo uma superficie continuada- mente fria para a recepção da corrente de elétron (Figura Bb ). Desta forma o calor é distribuído sobre uma área larga circular ou pista de foco, e, para as mesmas condições de exposição, pode-se fazer uma área de ponto de foco um sexto ou menor do que os tubos de anodo fixo. Conforme ilustrado na Figura Bc, a capacidade calorífica do anodo e a intensidade da corrente de elétron que ele pode acomodar pode ser aumentada através do aumento do diâmetro do disco giratório. Isto permite que o calor resultante do impacto do elétron possa ser distribuído sobre uma área maior. O eixo no qual o disco do anodo está montado é comumente de molibdênio. O molibdênio é resistente, tem um ponto de fusão alto, e baixa condutibilidade térmica que reduz o fluxo de calor do anodo para o rotor e seus suportes. A tecnologia atual permite ao anodo ser operado continuadamente em tempera- turas acima de 1200° C, e nestas temperaturas a maioria do calor é transferido por radiação (em vez 11 12 de condução) ao óleo depositado ao redor do tubo e do alojamento do tubo. Para tubos designados a tra- balhos pesados, tais como os usados em angiografia e tomografia computadorizada, o óleo do alojamento do tubo é muitas vezes circulado através de um per- mutador de calor. A maioria dos tubos contém dois filamentos separados, cada um com o seu próprio copo de foco que fornece pontos de foco de tamanhos diferentes e capacidade para acomodar uma variedade detécnicas e exames (Figura 6a). Há um crescente interesse em tubos com pontos de foco pequenos e diâmetros nominais de aproximada- mente 0,1 mm) para uso em radiografia de ampli- ficação. Alguns destes tubos usam anodos fixos com grande ângulo de objetivo e de até 45 graus); mas por razões anteriormente mencionadas, sua carga instantânea de calor é limitada. Os fabricantes fornecem tabelas com todos os tipos de tubos de raio X para indicar os limites de funciona- mento sem perigo - a quilovoltagem máxima, miliam- peragem, e o tempo que pode ser usado sem perigo para cada exposição. Existem também tabelas de res- friamento de tubos que indicam quando a exposição pode ser repetida. Os tubos devem sempre ser usados dentro dos limites de suas capacidades. Funcionamento do Tubo de Raio X O equipamento elétrico necessário para o funciona- mento do tubo de raio X consiste de uma variedade de componentes básicos tais como transformadores para produzir alta voltagem, retificadores para manter a polaridade do anodo e+) e catodo e - ), fornecedores de força e controles para o filamento, cronômetros e dispositivos protetores (por exemplo, proteção contra radiação e travamentos térmicos). É impossível tratar destes dispositivos e seu funciona- mento detalhadamente nesta brochura. Para tais informações, deve-se consultar textos de física médica, assim como também as referências de 6 a 14. Os circuitos do tubo de raio X, do retificador e do transformador de alta voltagem estão posicionados de maneira que grande quantidade de voltagem positiva seja aplicada no extremo anódico no tubo; e grande quantidade de voltagem negativa seja aplicada no extremo catódico. Os elétrons do filamento quente do catodo são carregados negativamente e são rejeitados pelo catodo e atraídio ao anodo positivamente carre- gado. Como resultado os elétrons aceleram a enormes velocidades e chocam-se contra o anodo com muita força. A alta voltagem é representada em quilovolts, abreviada kV (1 quilovolt = 1.000 volts). A quilovoltagem controla a velocidade do fluxo dos elétrons do catodo ao anodo. Quanto maior for a quilovoltagem, mais rapidamente os elétrons se movi- mentam e mais energético e penetrante é o feixe de raio X que eles produzem. Forma de Onda de Voltagem Por tudo o que foi dito sobre a quilovoltagem aplicada ao tubo de raio X, a velocidade dos elétrons, e as energias de raio X produzidas, assume-se que se usa uma voltagem constante e que, desta forma, todos os elétrons envolvidos em uma exposição têm a mesma velocidade quando eles atingem o ponto de foco. Na realidade não é assim por vários motivos, principal- mente o fato de que para as unidades médicas de raio X, a voltagem aplicada ao tubo muda constanta- mente com o tempo. Nos Estados Unidos quase toda a energia elétrica é fornecida na forma de 60-hertz (60 ciclos por segundo) de corrente alternada ( ac ). Isto significa que a direção do fluxo e corrente) do elétrom se reverte 60 vezes por segundo. A Figura 2 demonstra a forma na qual a voltagem muda com o tempo para produzir corrente alternada. A voltagem começa com um valor zero à esquerda da figura, sobe a um valor positivo máximo, e retorna a zero depois de 1/ 120 segundo. Ai então ela adota um valor negativo, alcança um valor negativo máximo e retorna a zero em outro 1/120 segundo, ou 1/60 segundo após o início do ciclo. Assim, o pico ou a voltagem máxima se aplica só por um instante. Na maioria das vezes, a voltagem é menor do que esta e cai a zero 120 vezes por segundo. A curva que demonstra como a voltagem se modifica com o tempo chama-se forma de onda de voltagem. Normalmente, a voltagem fornecida a um gerador de raio X tem um valor máximo de aproximadamente 220 volts. Através de transformadores esta voltagem é elevada ou "acelerada" para fornecer as altas volta- gens necessárias para a produção de raio X. Ao mesmo tempo, a direção do fluxo da corrente é con- trolada por dispositivos denominados retificadores de maneira que o fluxo do elétron através do tubo de raio X seja sempre do catodo ao anodo. Desta forma, a voltagem fornecida ao tubo de raio X tem sempre a mesma direção ou polaridade. Isto é o mesmo que tirar a depressão entre duas ondas abaixo da linha na Figura 2 e invertê-las de forma a aparecerem como cristas acima da linha. Neste caso, o valor da voltagem sobe de zero a um máximo positivo e retorna a zero duas vezes em 1/ 60 segundo em vez de alcançar um máximo positivo e um negativo para cada ciclo. Assim, o tubo de raio X recebe uma série de impulsos ou pulsos de voltagens, cada um com uma duração de 1/120 segundo, e, desta maneira, produz os raios X em pulsos. A energia aplicada aos elétrons em viagem em direção ao anodo, sem dúvida, muda com a volta- gem aplicada de maneira que somente alguns elétrons alcançam a energia máxima disporúvel - isto associado com o máximo da quilovoltagem de onda (kVp ). Como resultado, o feixe de raio X criado por estes elétrons contém radiação de comprimento de ondas diferentes e somente parte desta radiação X é energética o bastante para ser utilizada na produção de uma imagem radiográfica. Geradores Trifásicos A forma de onda que descrevemos, na qual há dois impulsos por ciclo vem de linhas de força elétrica monofásica. Outras formas de onda podem ser produzidas pelo uso de linhas de força trifásicas. Um circuito trifásico pode ser imagi- nado como três circuitos monofásicos combinados para fornecer três ondas intercaladas em um único circuito. Há dois tipos de geradores de raio X que utilizam energia elétrica trifásica. Um tipo produz seis impulsos por ciclo ( 1/ 60 segundo); o outro produz doze impulsos por ciclo. Conforme se produz mais destes pulsos intercalados em um intervalo de 1/60 segundo, mais próximos são os picos de suas formas de ondas individuais, assim o seu contorno dá uma aparência de pequenas ondulações em vez de grandes ondas. Além do mais, assim que a voltagem de um pulso começa a cair, aquela do pulso interca- lado próximo começa a subir de forma que esta com- binação de esforço previne a voltagem de cair a zero como acontece em um gerador monofásico. De fato, o rúvel núnimo alcançado pela quilovoltagem de um gerador trifásico, de seis-impulsos-por-ciclo é de somente mais ou menos 13 por cento abaixo do valor do pico. Para um gerador de doze impulsos, o kV núnimo é de aproximadamente 3 por cento menor do que o valor do pico. De tudo isto, pode-se ver que o feixe de raio X produzido por um gerador trifásico difere daquele produzido por um gerador monofásico nas seguintes maneiras: 1. A energia média de raio X produzida por um gera- dor trifásico é maior do que a produzida por um gerador monofásico com a mesma quilovoltagem. Por exemplo, para uma instalação de 100-kV, a quilovoltagem média fornecida ao tubo por um gerador monofásico é de aproximadamente 64 kV; para um gerador trifásico de seis impulsos, mais ou menos 96 kV; e para um gerador de doze impulsos, aproximadamente 99 kV - somente 1 kV abaixo do valor do pico. Isto significa que um feixe de raio X produzido por um gerador trifásico é mais energético e penetrante do que um produzido por gerador monofásico, todos os outros fatores permanecem o mesmo. 2 . A intensidade de raio X produzido por um gerador trifásico é maior do que a produzida por um gera- dor monofásico com a mesma quilovoltagem e miliamparagem. Por exemplo, usando as mesma técnicas, um gerador trifásico de seis impulsos requer um tempo de exposição de mais ou menos um terço do tempo requerido por um gerador monofásico para produzir o mesmo escurecimento no filme. Para um gerador de doze impulsos é necessário somente metade do tempo de exposição de um gerador monofásico. 3. A carga de calor no anodo para a produção do mesmo tipo de escurecimento no filme é menor para um gerador trifásico do que para um gerador monofásico. Este fato é de especial interesse em angiografiaonde, uma vez que em dada quilovol- tagem, pode-se fazer aproximadamente duas vezes mais exposições com um gerador trifásico de doze pulsos do que com um gerador monofásico antes de se alcançar o limite de tolerância de calor. Miliamperagem O número de elétrons é controlado pela temperatura (grau de incandescimento) do filamento do catodo. O controle é feito através do ajuste da corrente do fila- mento com seu próprio circuito elétrico de baixa vol- tagem. Quanto mais quente for o filamento, maior o número de elétrons disporúvel para formar a corrente de elétron; quer dizer, a corrente do tubo do raio X. No tubo de raio X, o número de elétrons por segundo é medido por miliamperes, abreviado mA (1 miliâmpere = 111.000 âmperes ). A intensidade de raios X produzida a uma certa quilovoltagem depende deste número. Por exemplo, se o número de elétrons por segundo dobra, a corrente ( miliampera- gem) também dobra, e por sua vez a intensidade de raio X também dobra. Ajustar a máquina de raio X a uma miliamperagem específica significa, na verdade, ajustar a temperatura do filamento para produzir a corrente ( miliamparagem) indicada. 13 14 O Feixe de Raio X e a Formação da Imagem Capítulo II Os raios X, assim como a luz visível, irradiam de fontes em linhas retas em todas as direções (Figura 9) até que são detidos por um absorvente. Por este motivo, o tubo de raio X está situado em um aloja- mento de metal que detém a maioria da radiação X. Somente uma pequena quantidade de raios úteis saem do tubo através de uma janela ou abertura. Estes raios úteis constituem o feixe primário. O centro geométrico do feixe primário é chamado de raio central. Na maioria dos equipamentos de raio X usados em medicina, a quilovoltagem pode ser variada dentro de um amplo limite - comumente entre 40 kV a 125 kV ou mais. Quando as baixas quilovoltagens são usadas, os raios X têm maiores comprimentos de ondas (baixa energia) e são facilmente absorvidos. Estes são algumas vezes referidos como raios X "suaves". As radiações produzidas em alta quilovoltagem têm maior energia e menor comprimento de onda. Esta radiação mais penetrante é algumas vezes chamada de radiação "dura" . Feixes de raio X usados em radio- grafia médica são heterogêneos porque eles consistem LÂMINA rE CHUMBO CATODO RAIOS X ÚTEIS de radiação de diferentes comprimentos de ondas e poderes de penetração. Absorção de Raio X Como dissemos anteriormente, uma das principais propriedades dos raios X é a sua capacidade de pene- trar matéria. Entretanto, nem todos os raios X que entram na matéria a penetram; alguns deles são absorvidos. Aqueles que entram formam a imagem aérea (Veja a página 16 para maiores detalhes sobre a imagem aérea.) Fatores que Afetam a Absorção de Raio X Segue-se abaixo alguns dos fatores que influenciam a absorção da radiação X. Espessura do Absorvente. A relação entre a absorção de raio X e a espessura é intuitivamente óbvia: um pedaço de material grosso absorve mais radiação X do que um pedaço fino do mesmo material. Por exemplo, seis polegadas de água absor- vem mais raios X do que uma polegada. INVÓLUCRO DE VIDRO Figura 9 Radiação de raios X desde sua fonte. O diagrama mostra que a radiação de raios X desde sua fonte é feita em linhas retas em todas as direções. Por causa disto, os tubos são colocados em alojamentos de metal protetores. A porção útel do feixe é aquela que saí pela janela do tubo. Densidade do Absorvente. Para materiais que diferem em densidades (messa por unidade de volu- me), um material de maior densidade é mais absor- vente do que um de menor densidade, permanecendo os demais fatores. Por exemplo, uma polegada de água absorverá mais raios X do que uma polegada de vapor porque o vapor pesa menos por polegada cúbica do que a água. Número Atômico do Absorvente. O número atômico do material que compõe o objeto também afeta as características de absorção de raio X. Por exemplo, uma folha de alumínio que contém um número atômico menor do que o chumbo absorve uma quantia menor de raios X do que uma folha de chumbo com a mesma área e peso. É por isso que se usa o chumbo em vez do alumínio como alojamento do tubo e também como um revestimento para as paredes das salas de raio X, assim como em luvas e aventais protetores. A absorção depende do número atômico de ma- neira um tanto complicada que está relacionada com a energia da radiação X incidente. Assim, de duas substâncias que contêm um número atômico próximo, uma pode ser mais absorvente do que a outra para raios X de determinadas energias. Entre- Figura 1 O Efeito do meio de contraste na absorção de raio X. Mostra-se um arteriograma renal seletivo. Os vasos sanguíneos associados com o rim são facilmente visíveis porque eles contêm um composto orgânico de iodo que absorve mais radiação X do que as estruturas a seu redor. tanto, a situação pode se reverter para raios X de energias diferentes (veja as referências 8, 12, 14 e 15). Estas relações entre o número atômico e a energia dos raios X são fatores que entram na seleção de fósforo para écrans intensificadores fluorescentes. Meios de Contraste. Com o objetivo de acentuar as diferenças de absorção entre as estruturas do corpo e as regiões ao redor das mesmas, algumas vezes, meios de contraste são introduzidos a estas estruturas. Meios de contrastes são substâncias que diferem em densidade e número atômico dos tecidos ao redor da região na qual eles são introduzidos. Algumas das substâncias mais comum usadas como meios de contrastes são: suspensões aquosas de sulfato de bário, compostos orgânicos líquidos con- tendo iodo e gases, tais como o ar ou o dióxido de carbono. O sulfato de bário ou o ar é usado para realçar o trato gastro-intestinal. Os vários compostos de iodo têm muitos usos, entre eles a radiografia dos sistemas vascular, urinário, linfático ou respiratório, e o canal vertebral. A figura 10 mostra um arterio- grama renal seletivo no qual as veias sanguíneas con- tendo um meio de contraste de iodo são facilmente diferenciadas das estruturas ao redor por causa da alta absorção dos raios X pelo iodo. Substâncias tais como o sulfato de bário, as quais absorvem mais radiação X do que a área ao seu redor são conhecidas como radiopaco. Aquelas tais como o ar, que são menos absorventes do que os tecidos adjacentes, são conhecidas como radiolucente. Para informação adicional sobre o meio de contraste, veja a referência 16. Quilovoltagem. Conforme mencionado anterior- mente, raios X produzidos a baixas quilovoltagens - quer dizer, aqueles com grande comprimento de onda - são facilmente absorvidos. Raios X de alta energia ou quilovoltagem - quer dizer, aqueles de curto com- primento de onda - penetram materiais com mais facilidade. (Para uma discussão sobre os efeitos da quilovoltagem, veja a página 17.) Forma de Onda de Voltagem. No capítulo I foi mostrado que uma dada quilovoltagem média apli- cada ao tubo de raio X por um gerador trifásico é maior do que a de um gerador monofásico por causa das diferenças de forma de onda. Assim, mudando-se de um gerador monofásico a um trifásico tem um efeito na energia média do feixe de raio X de certa forma semelhante ao aumento da quilovoltagem. O feixe trifásico contém uma maior proporção de quanta energética e mais penetrante do que o feixe produzido por um gerador monofásico funcionando com a mesma quilovoltagem máxima. Como resul- tado, para um absorvente, um número relativamente 15 16 RAIOS X FILTRO BAIXA ENERGIA LONGO COMPRIMENTO DE ONDA ALTA ENERGIA CURTO COMPRIMENTO DE ONDA Figura 11 Efeito da filtragem. Note os diferentes comprimentos de ondas no feixe de raio X antes que ele chegue ao filtro. O filtro elimina mais radiação de baixa energia e longo comprimento de onda do que a radiação de alta energia e curto comprimento de onda. maior de quanta é removida de um feixe de raio X monofásicodo que de um trifásico; isto é, a absorção em feixe monofásico é maior. Filtragem. Filtragem é a maneira preferida de se remover quanta ( fotônios) de baixa energia do feixe de raios X através de um absorvente (filtro). Deno- mina-se filtragem inerente aquela que é feita com elementos tais como a parede de vidro do tubo de raios X e pelo óleo isolante ao redor do tubo. Chama-se filtragem adicional, o filtro que consiste de uma folha de metal inserida dentro do feixe de raio X (normal- mente alumínio no caso de radiografia médica) . A filtragem total do feixe (inerente mais a adicionada) é muitas vezes especificada em termos de espessura de alumínio o qual produz a mesma absorção e é deno- minado de alumínio equivalente ou espessura equi- valente. Como foi dito anteriormente, o feixe de raio X é composto de fotônios de diferentes energias e poderes de penetração. Quando um filtro é colocado dentro de um feixe, ele elimina mais fotônios de baixa energia e menos penetrantes do que os fotônios de alta energia (Figura 11 ). Assim, pode-se dizer que a inserção de filtros endurece o feixe de raio X - quer dizer, aumenta a proporção de quanta de alta energia e maior poder de penetração no feixe. Mesmo em instalações de alta quilovoltagem, o feixe contém sempre alguns raios X de baixo poder de penetração, mas é pouco provável que estes raios X de baixa energia passarão pelo corpo do paciente e formarão uma inagem útil. A maioria deles irão somente adicionar-se à dose absorvida pelo paciente. Desta forma, é desejado e obrigatório pelas leis federais que certas quantias de filtragem sejam colo- cadas no feixe para eliminar estes raios inúteis. A quantidade de filtragem necessária depende da quilo- voltagem usada. A filtragem pode ser especificada em termos de equivalente alumínico (a espessura do alumínio que produziria a mesma ação de filtragem) ou em termos de camada de meio valor ( CMV) - quer dizer, a espessura do material necessário para reduzir a intensidade do feixe pela metade do seu valor origi- nal. As agências federais e estaduais de regulamentos e os fabricantes de equipamentos podem fornecer maiores informações a respeito dos requerimentos de filtragem. Veja também a referência 17 e o Capítulo III. Composição do Objetivo. A distribuição de energia - quer dizer, a quantia relativa de radiação de baixa e alta energia - no feixe de raio X é também afetada pelo material que compõe o objetivo. Como já notamos, na maioria das aplicações médicas, o obje- tivo do tubo de raios X é composto de tungstênio ou de uma liga de rênio e tungstênio. Para algumas aplicações especiais - por exemplo a mamografia - usa-se às vezes outros materiais tais como o molibdnênio. Em um dado equipamento, o feixe de raio X produzido em um objetivo de molibdnênio contém uma maior porcentagem de fotônios de baixa energia, facilmente absorvidos, do que um feixe de um objetivo de tungstênio. Absorção Diferencial no Corpo Humano Em se considerando as aplicações médicas dos raios X, deve-se levar em conta que o corpo humano é uma estrutura complexa constituída não somente de diferentes espessuras mas também de diferentes matérias. Estas matérias absorvem os raios X em graus variáveis. Por exemplo, o osso contém ele- mentos de número atômico maior do que o tecido macio e também a sua densidade é de certa forma maior do que a do tecido macio. Por isso, o osso absorve mais raios X do que o tecido macio. Além do mais, estruturas doentes muitas vezes absorvem raios X de forma diferente que os ossos e a carne normais. A idade do paciente também pode ter alguma influência na absorção. Em pessoas idosas, os ossos podem ter menor conteúdo de cálcio e por isso ter menor absorção de raio X do que em jovens. Deve-se lembrar também que a diferença na absorção do osso e do tecido macio é também alterada pela quilovoltagem usada para fazer a radiografia. Conforme a -quilovoltagem aumenta, a diferença na absorção do osso e do tecido macio diminue. Este assunto será tratado com mais detalhes na página 17. Conforme o feixe de raios X emerge do corpo, diferentes áreas do feixe contêm diferentes intensi- dade de radiação. Este tipo de intensidade resulta das diferenças em absorção que ocorrem quando o feixe passa através do corpo. Este padrão invisível ou dis- tribuição de intensidades de raio X no espaço é referido como a imagem aérea ou imagem no espaço para distinguí-la da imagem radiográfica. Considere, por exemplo, as intensidades de raio X que emergem de uma parte do corpo que consiste de osso rodeado por tecido macio, conforme mostra o corte transversal no esquema da Figura 12. Por causa de seu número atômico e densidade maior, o osso é mais absorvente do que a carne ao redor, consequen- temente, a intensidade do feixe de raio X através do osso é menor do que a intensidade do feixe através do tecido macio sozinho. Para maiores informações sobre a fisica da absorção de raio X, veja as referên- cias 8, 12, 14, 15, 18 e 19. Contraste do Sujeito A relação entre intensidade de raio X que emerge de uma parte de um objeto e uma intensidade que emerge de um parte próxima mais absorvente é cha- mada de contraste do sujeito ou da radiação. Na Figura 12, considerando um exemplo hipotético, se a intensidade de raio X na carne for três vezes maior do que a intensidade na área do osso, o contraste do sujeito deverá ser 3. O contraste do sujeito depende de sua própria natureza (diferenças de espessura e de composição), qualidade da radiação ( quilovoltagem, voltagem da forma de onda, filtragem e material do objetivo) - em outras palavras, ele depende dos fatores que afetam a absorção do raio X - assim como também da intensi- dade e distribuição da radiação dispersa (veja o Capítulo III) . Entretanto, o contraste do sujeito é inde- pendente do tempo de exposição, miliamparagem, das características e tratamento do filme e, para os objetivos práticos, da distância. (De um ponto de vista prático, a miliamparagem usada pode afetar a quilo- voltagem real produzida por um aparelho de raio X, assim, influenciando até certo ponto o contraste do sujeito.) Fatores de Exposição que Afetam a Imagem Aérea Alguns dos fatores de exposição que afetam a imagem aérea (isto é, o padrão de intensidades de raio X que emerge do corpo) são: miliamparagem, distância, quilovoltagem e forma de onda da voltagem. Miliarnparagem. No Capítulo I nós aprendemos que aumentando a miliamparagem aumenta-se a intensi- dade de raios X, e que diminuindo a miliamparagem, diminue-se a intensidade (Figura 13). Desta forma, conforme a miliamparagem ou a intensidade da radiação X do ponto de foco aumenta, todas as inten- sidades correspondentes ao padrão que emergem do corpo também aumentam - quer dizer, as diversas intensidades de raio X continuam a manter a mesma relação entre si. Por exemplo, consideremos na Figura 12, que no início são medidas três unidades de inten- sidade de raio X sob a carne somente e uma unidade emerge sob o osso. Depois consideremos que a miliamparagem que flui através do tubo de raio X seja dobrada, resultando em uma duplicidade da produção do raio X. Isto por sua vez dobra as intensi- dades que emergem da carne somente em seis uni- dades e sob o osso em duas unidades, mantendo uma relação de 3:1 em contraste do sujeito, a mesma que antes da miliamparagem ter sido dobrada. Em outras palavras, a intensidade sob a carne somente vai ser sempre três vezes maior do que a sob o osso, não importa se a miliamparagem seja aumentada ou diminuída - permanecendo os demais fatores. Distância. As intensidades de raio X na imagem aérea podem também ser alteradas uniformemente de outra maneira: colocando o tubo longe ou perto do objeto. Em outras palavras, a distância entre o tubo e o objeto tem um efeito na intensidade da imagem. Isto pode ser facilmente demonstrado: num quarto escuro, coloque uma lanterna a pilha perto desta página;quanto mais perto do livro está a luz, mais claramente iluminada é a página. Exatamente o mesmo processo ocorre com os raios X. Conforme a distância entre o objeto e a fonte de radiação diminue, a intensidade de raio X no objeto aumenta, e con- forme a distância aumenta, a intensidade de radiação no objeto diminue. Tudo isto acontece devido ao fato de que tanto os raios X como a luz viajam em linhas retas divergentes. O efeito da mudança na distância é similar ao da mudança na miliamparagem. Em outras palavras, o contraste do sujeito não é afetado pelas mudanças nas distâncias. Deve-se mencionar que em se mudando a distância, deve-se considerar o efeito que isto pode ter na borro- sidade da imagem e em exposição na qual se usa uma grade de enfoque para reduzir a dispersão de radiação. Estes tópicos serão discutidos detalhada- mente mais tarde. Pode-se calcular aritmeticamente a quantia da intensidade geral da imagem quando se modifica a miliamperagem ou distância. Veja o Capítulo VII. Quilovoltagem e Forma de Onda da Voltagem. Previamente foi demonstrado que por causa das diferenças na forma de onda da voltagem, o efeito da 17 (a) 18 ,.,....... __ ~ ..... ? INTENSIDADE RELATIVA (e) 3 DO RAIO X 2 QUE EMERGE DA PERNA TECIDO MACIO o DISTÂNCIA TECIDO MACIO mudança de um gerador monofásico a um trifásico é a mesma que um aumento na quilovoltagem e vice- versa. Desta forma, o efeito nas mudanças de forma de onda no contraste do sujeito e na intensidade, energia e poder de penetração do raio X é similar às mudanças em quilovoltagem tratadas a seguir. Uma mudança em quilovoltagem causa diversos efeitos. Em primeiro lugar, uma mudança em quilo- voltagem resulta em uma mudança no poder de pene- tração dos raios X, e a intensidade total do feixe também é modificada. Esta mudança em intensidade ocorre mesmo que a corrente do tubo não seja alterada. Além do mais, mudando-se a quilovoltagem, muda-se também o contraste do sujeito. Quando a quilovoltagem é incrementada produz-se novo e curto comprimento de onda e raios X mais penetrantes são produzidos que não existiam em um feixe de quilovoltagem menor. (O poder de pene- tração do feixe aumenta.) Também, todos os compri- mentos de onda presentes no feixe de baixa quilovol- tagem estão presentes na alta quilovoltagem e em intensidade muito maior (a intensidade total do feixe aumenta). O os•o rodeado pelo tecido macio mostrado esque- maticamente na Figura 12 é usado novamente na Figura 14 para ilustrar o efeito que o aumento do poder de penetração e da intensidade têm sobre a imagem aérea. Vamos assumir que a Figura 14a mos- Figura 12 Radiografia - da exposição à radiografia revelada (a) Sujeito: O fêmur inferior. Uma seção transversal foi removida da coxa e virada de modo a ficar de frente para o leitor com o objetivo de mostrar o efeito de absorção dos tecidos. (b) Exposição: As estruturas na coxa produzem uma variação na intensidade da radiação que forma a imagem (imagem aérea) que é gravada em filme radiográfico (imagem latente). (e) Revelação: A imagem latente se torna visível através da reve- lação do filme. (d) A radiografia: A seção transversal é reorientada (esquerda) e é reposicionada na radiografia da parte anteposterior do joelho acabada e revelada. (e) Absorção diferencial e contraste do sujeito: Diagrama ilus- trando a passagem do feixe de raio X por uma perna. Con- forme o feixe de raio X emerge, a intensidade no osso é menor do que na carne porque o osso é mais absorvente do que a carne. O gráfico mostra as mudanças de intensidade através do feixe que emerge da perna. A intensidade que emerge somente da carne é três vezes maior do que a sob o osso. Desta forma, o contraste do sujeito entre estas estrutura é 3. 19 20 BAIXA MILIAMPARAGEM B ALTA MILIAMPARAGEM Figura 13 Efeito das mudanças de miliamparagem. Con- forme a miliamparagem diminue (Figura 13A) ou aumenta (Figura 138). o número de elétrons disponíveis na produção do feixe de raio X também diminue ou aumenta e a intensidade do feixe de raio X se modifica da mesma forma. tra um padrão de intensidade produzido com uma radiação de 50 kV e que a Figura 14b mostra um padrão para 70 kV, sendo que a miliamparagem con- tinue a mesma. Note que a intensidade de raios X penetrando a carne é duas vezes maior para raios X de 70 kV na Figura 14b do que aquela produzida a 50 kV (6 versos 3). Entretanto, note também que o contraste do sujeito a 70 kV na Figura 14b é menor (6/3 = 2) do que o contraste de sujeito a 50 kV na figura 14a (3/1 = 3). Agora, se a miliamparagem para um feixe de 70 kV for reduzida pela metade de seu valor real, a intensidade dos raios X que emergem da carne somente é também reduzida por um fator de 2, con- forme demonstra a Figura 14c; entretanto, o contraste do sujeito permanece inalterado (3/1.5 = 2). Resumo. Com o propósito de revisar os fatores de exposição que afetam a imagem aérea, deve-se lem- brar os seguintes pontos: 1 . A intensidade da imagem aérea é afetada por qua- tro fatores: miliamparagem, distância, quilovolta- gem e forma de onda. 2. Quando a miliamparagem ou distância é usada como um fator de controle da intensidade, o con- traste do sujeito não é afetado. 3. Quando a quilovoltagem ou forma de onda é modi- ficada, altera-se não somente a intensidade do raio X, mas também o contraste do sujeito. Aumen- tando-se a quilovoltagem ou mudando-se de um gerador monofásico a um trifásico diminue o con- traste do sujeito; diminuindo-se a quilovoltagem ou mudando-se de um gerador trifásico para um monofásico aumenta-se o contraste do sujeito. Este ponto é ilustrado com mais detalhes no Capítulo V. Efeito de Talão Até este ponto assumiu-se que a intensidade de radiação na totalidade da área coberta pelo feixe que entra no paciente é constante. Isto não é verdade. Na realidade, há uma variação na intensidade devido ao ângulo no qual os raios X emergem a partir do material do objetivo. Aqueles raios X que viajam em ângulos quase paralelos da face do objetivo tendem a ter trajetos maiores, mais absorventes no material do objetivo e também têm mais probabilidades de serem bloqueados por irregularidades da superficie do que a radiação que emerge em ângulos maiores da face do objetivo. Esta variação em intensidade através do feixe do raio X associada com o ângulo da emissão do raio X do ponto de foco é chamada de efeito de talão. Con- forme demonstra a Figura 15, a intensidade do feixe diminue bastante rapidamente do raio central em direção ao extremo anódico do tubo e aumenta leve- TECIDO MACIO 3 2 e( A z a: w 11. ;§ w CI a: w 6 :E w w ::::i a >< o ~ 4 o Q 3 ~ j:: 2 s w a: w Q B c( Q iii z w 1- 4 ~ 3 2 e osso DISTÂNCIA DISTÂNCIA DISTÂNCIA SEÇÃO TRANSVERSAL DO FÊMUR INFERIOR TECIDO MACIO 100 MILIAMPARES 70 QUILOVOLTS 100 MILIAMPARES 70 QUILOVOLTS 50 MILIAMPARES Figura 14 Efeito da quilovoltagem e da miliamparagem na imagem aérea. Gráficos ilustrando as diferenças na imagem aérea da perna (parecido com a seção transversal na Figura 12) resultante de mudanças em quilovoltagem e miliamparagem. Comparando a distribuição de intensidade entre um feixe de 50 kV (A) e um feixe de 70 kV (B) demonstra que conforme o kV aumenta, a intensidade e o poder de penetração também aumenta enquanto que o contraste do sujeito diminue (de 3 a 2 neste exemplo hipotético) . Comparando-se os padrões resultantes da redução de miliamparagem de 100 mA (B) a 50 mA (C) demonstra que a intensidade de raio X foi reduzida pela metade, mas que as intensidades correspondentes mantêm a mesma relação entre si - quer dizer, o contraste do sujeito não modificou pela alteração da miliamparagem (2 tanto para (B) e (C). ANOOO~ /1 A ~.l lw I 1 17º I 1 I 1 I 1 I 1 INTENSIDADE CRESCENTE FEIXE DE RAIOX- B INTENSIDADE CRESCENTE Figura 15 Efeito de Talão.O Diagrama mostra a variação típica na intensidade do feixe de raio X ao longo do eixo longitudinal do tubo - o efeito de talão. A intensidade diminue em direção ao lado anódico. O efeito de talão aumenta conforme o ângulo do objetivo diminue. mente em direção ao extremo catódico. Como foi discutido no Capítulo I, o efeito de talão aumenta conforme o ângulo do anodo diminue (Figura 15b ). O efeito de talão pode ser usado para obter densi- dades equilibradas em radiografias das partes do corpo que diferem em absorção. Por exemplo, em radiografias das vértebras torácicas, a área cervical fina deve receber a menor intensidade de radiação da porção do anodo do feixe enquanto que a área grossa do peito deve ser exposta a uma radiação mais intensa da porção do catodo do feixe, conforme mostra a Figura 16. A Figura 16a mostra uma deficiência de equilfürio nas densidades porque a área cervical foi sobreexposta e o tórax subexposto devido ao alinha- mento incorreto do tubo e do paciente. A Figura 16c mostra a melhora obtida ao se tirar vantagem do efeito de talão e ao dirigir a porção mais intensa do feixe através da parte mais absorvente da área do peito. Devido a intensidade do feixe de raio X ser mais uniforme perto do raio central, o efeito de talão é menos notado quando só se usa a porção central do feixe. Este seria o caso quando a distância do receptor 21 22 Figura 16 Radiografias das vértebras torácicas demons- trando o efeito de talão. (a) A vértebra cervical ficou sobreexposta e a vértebra torácica subexposta porque o tubo foi incorretamente posicionado em relação ao paciente. A porção mais intensa do feixe de raio X (a qual está a um ângulo em direção da extremidade do catodo do tubo) foi dirigida através das estruturas mais finas e menos absorventes da área cervical. A porção menos intensa do feixe (a qual está a um ângulo em direção da extermidade do anodo do tubo) foi dirigido através das estruturas mais grossas da área torácica. (b) As densidades radiográficas toram equilibradas ao se dirigir a porção do anodo do fei xe através da área cervical e a porção do catodo através da área torácica mais grossa. de fonte-imagem (SID) - quer dizer, a distância do ponto de foco-filme - é maior ou quando dispositivos limitadores de feixe reduzem a área do feixe de raio X, por exemplo, quando se expõe um filme pequeno. Filtros de Espessura Variável Deve-se mencionar um outro método de se obter den- sidades equilibradas em radiografia: o uso de filtros de espessura variável. Se se coloca um filtro cunei- forme ou afilado dentro do feixe de raio X, ele produ- zirá uma maior redução na intensidade sob a extre- midade grossa do que sob a extremidade fina. Esta mudança na distribuição de intensidade pode ser usada para obter densidades equilibradas em radio- grafias de estruturas anatômicas as quais variam em espessura, tais como o pé ou o peito. Isto se obtém através da orientação adequada do filtro com respeito à estrutura. Para informações adicionais, veja a referência 20. A B e D Figura 17 O efeito nas sombras do tamanho e da distância da fonte. (a) Uma sombra mais nítida é obtida com uma pequena fonte de luz e com a mão perto da parede. (b) Ainda com a mão perto da parede mas com uma fonte de luz maior, a sombra é um pouco borrada. (c) Usando uma luz pequena com a mão afastada da parede, a sombra aumenta e é meio turva. (d) Usando uma luz maior com a mão afastada da parede, a sombra aumenta e tornar-se ainda mais borrada. D Geometria da Formação de Imagem Borrosidade Geométrica e Amplificação. Pegue uma lâmpada pequena, clara tal como a de 7 watts e coloque-a a uns três pés da parede (90 centímetros), acenda-a e coloque sua mão a uma ou duas polegadas (5 centímetros) da parede. Note que a sombra produ- zida por esta pequena fonte de luz é quase que do mesmo tamanho da sua mão e que os contornos são O objetivo de uma radiografia é o de obter imagens as mais exatas quanto possível. Os dois fatores que afe- tam esta nitidez são o grau de borrosidade e 0 tamanho da imagem. Uma demonstração que pode ser feita com lâmpadas mostrarão como estes fatores são aplicados em radiografia (Figura 17). A B i•ONTEOE i RADIAÇÃO 1 { 1 ti\ 1 111 1 1/ \\ 1 1 1 1 ,, li 11 1 1 / 11 1 1 11 \\ \1 kJ I 11 1 / ~ \ I 1 I \ ~' FONTE DE RADIAÇÃO OBJETO \ OBJETO ,, " J PLANO DE " '1 PLANO DE ti \1 e 1 FONTE DE RADIAÇÃO 111 1 ,111 i' 1: 1 /1 11 l' li / 11 ,/ 11 f ti 11 11 : ~ PLANO DE GRAVAÇÃO // \\ SOMBRA GRAVAÇÃO l1 11 SOMBRA GRAVAÇÃO , 1 OBJETO 1/ 1\ f 1 // 11 i 'º~º· 1,\ RADIAÇÃO 1':\ \ 11, \ 11 \ \ 11 ,, \\ \~ li ~ I\ ~ ' ~ ~ ~no ~ODE n GRAVAÇÃO \\ \ SO "'- 1 \ E ~ •ONTE~E ~\ RADIAÇAO //1\ // ;1 l i/ \\ 1\ li 1 \ PLANO DE GRAVAÇÃO ' A OBJETO 11 // \ SOMBRA 11 \ I Figura 18 Geometria da formação de Imagem. (a) Borrosidade da imagem radiográfica causada por um ponto de foco grande, uma distância entre objeto e filme relativamente longa, e uma distância relativamente curta entre a fonte e o objeto. (b) Melhora (borrosidade diminuída) produzida por um ponto de foco menor. (e) Resultado superior de uma fonte Pecuena, uma distância mínima entre o objeto e o plano de grava- ção, e uma longa distância entre a fonte e o objeto. Note que o tamanho é mais preciso (X2) quando o objeto está perto do plano de gravação quando se compara com a amplificação (X 1 ) produzida quando estava mais longe. (d) Mesmo que a fonte não esteja verticalmente acima do objeto circular, ela produz uma sombra circular, desde que o objeto e o plano de gravação sejam paralelos. (e) As distorções ocorrem quando o objeto e o plano de recepção de imagem não estão paralelos. 23 24 bem definidos (Figura 17a). Agora, mova sua mão em direção à luz - e observe como a sombra se torna maior e os contornos mais turvos (Figura 17b). Em seguida, substitua a pequena luz por um bulbo fosco e riote que os contornos da sombra ficam um pouco turvos mesmo quando sua mão está perto da parede (Figura 17b). A borrosidade é causada por uma fonte de luz maior. Novamente, mova sua mão em direção à luz e veja como a sombra se torna maior e a borrosi- dade aumenta (Figura 17c). Finalmente, mantenha a sua mão a uma distância fixa da parede e mova a fonte de luz para perto de sua mão. Perceba como a sombra aumenta em tamanho e o seu contorno parece mais borroso. Uma vez que a imagem aérea do raio X é também uma sombra do objeto, estes mesmos princípios de formação de sombra são aplicados em radiografia. Quanto menor for a fonte de radiação (ponto de foco), quanto mais perto estiver o objeto do plano receptor de imagem e filme) e quanto mais longe estiver o objeto da fonte, menos borrosa e mais rútida é a imagem. Por outro lado, quanto maior a fonte de radiação, mais longe estiver o objeto do plano receptor de imagem, e mais perto da fonte estiver o objeto, maior é a borrosidade e a amplificação. Estes pontos estão ilustrados na Figura 18. A Figura 18a mostra a borrosidade de uma imagem radiográfica causada por um ponto de foco grande, uma grande distância entre objeto e filme, e uma curta distância entre a fonte e o objeto. A melhoria produzida pela redução do tamanho do ponto de foco está demostrada na Figura 18b (as distâncias continu- am as mesmas). Um resultado superior pelo uso de um ponto de foco pequeno, uma curta distância entre objeto e filme, e uma longa distância entre a fonte e o objeto pode ser vista na Figura 1&. Um tamanho ampliado da imagem (X1) resultante do uso de uma grande distância entre o objeto e o filme e uma curta distância entre a fonte e o objeto é também mostrado na Figura 18b. Note o tamanho de imagem mais rútido (X2) na Figura 1& quando o objeto está o mais perto possível do receptor de imagem e o mais longe possível do ponto de foco. Distorção. Se o ponto de foco não estiver vertical- menteacima do objeto, ele produzirá uma ampli- ficação da imagem, como demonstra a Figura 18d, mas a sombra continuará sendo circular. Nas Figuras 18a, b, c, e, d o objeto e a superficie' de gravação são parelelas e, por esta razão. Os objetos circulares aparecem como sombras circulares. Se eles não forem FONTEi;?E ~ RADIAÇAO 1 \ 1 \, 1 \\ \\ 1 \\ 1 \ \ 1 \ \ 1 \ \ 1 \ \ 1 \ ' 1 \ ' 1 \ \ 1 \ \ OBJETO 1 OBJETO 1 ~' \ ~\' 1 \ \ 1 \ ' 1 ~ OBJETO 2 \ ~\ OBJETO 2 1 ' SOM~ PLANO DE GRAVAÇÃO PLANO DE GRAVAÇÃO Figura 19 Dependendo da direção da radiação, dois objetos localizados em diferentes planos irão produzir sombras (A) separadas ou intercaladas. Figura 20 Um exemplo de amplificação desigual. A imagem do fêmur esquerdo o qual está mais afastado do filme mostra maior amplificação e menor nitidez do que o fêmur direito o qual está mais próximo do filme. paralelos, como na Figura 18e, a sombra será distor- cida. Na Figura 18e, a parte da sombra mais longe do objeto é mais ampliada do que a parte mais próxima do objeto, o que faz com que o objeto pareça oval no plano de gravação. Esta amplificação desigual de partes de uma estrutura por quantias diferentes é conhecido como distorção. A distorção e a ampliação podem muitas vezes serem úteis quando elas tornam fáceis examinar estruturas que de outra maneira seriam obscuras. Para uma discussão sobre como calcular a ampli- ficação e a borrosidade geométrica veja a referência 11. Note também que mesmo que não haja distorção em nenhum dos objetos da Figura 19a - quer dizer, ambos os objetos e as sombras são circulares - na Figura 19b uma modificação na direção da radiação modifica o relacionamento das sombras mesmo que a relação dos objetos continue a mesma. Assim, na Figura 19b, se só for possível ver as sombras e não as estruturas que as produzem e como é o caso para estruturas internas em radiografia), pode-se concluir que a sombra da Figura 19b foi pro- duzida por uma única estrutura em forma de oito. Para se determinar se a sombra foi causada por dois objetos separados, deverá se fazer uma outra projeção de um ângulo diferente. Em radiografia, não somente a sombra da ponta de um objeto, mas todas as sombras das suas estruturas estão envolvidas porque os raios X penetram o objeto. Os mesmos princípios se aplicam tanto para as som- bras de estrutura internas como para as bordas. Por exemplo, se uma destas estruturas internas estiver mais afastada do plano receptor de imagem do que uma outra, a estrutura que estiver mais afastada será menos nítida e mais amplificada (Figura 20). Esta informação pode ser útil na estabelecimento da posição de uma lesão (referência 21). Resumo. Esta discussão sobre a geometria da formação da imagem pode ser resumida em cinco regras para a exata formação de imagem, como se segue: 1. O ponto de foco deve ser o menor possível. 2. O receptor de imagem deve estar o mais perto possível do objeto a ser radiografado. 3. A distância entre o tubo de raio X e o objeto a ser examinado dever ser a maior possível. 4. De modo geral, o raio central deve ser perpendicu- lar ao receptor de imagem para grava:ç estruturas adjacentes em suas verdadeiras relações espaciais. 5. Conforme possível, o plano de interesse no objeto deve ser paralelo ao filme. Antes de terminar esta seção, um outro fator que contribuí para a borrosidade da imagem deve ser mencionado: movimento. Movimento. O movimento, tanto das estruturas sendo radiografadas quanto do equipamento de exposição, podem causar severa borrosidade de ima- gem. Quando possível, a parte que está sendo exa- minada deve ser imobilizada. O tempo de exposição também deve ser o mais curto possível de maneira a diminuir a borrosidade causada pelo movimento. 25 26 Radiação Dispersa Capítulo III Ao se tratar da absorção de raio X e da formação de sombra, nós dissemos que quando os raios X chocam- se com um objeto, alguns raios passam através do mesmo e alguns são absorvidos. Em outras palavras, está implícito que todos os raios que saem do objeto vieram diretamente do ponto focal (feixe primário) e percorrem pela parte a ser examinada para formar uma imagem bem definida e nítida - e todos os raios que não a penetraram, foram absorvidos e podem deixar de serem considerados. Infelizmente este não é o caso. Algumas das radiações são dispersas em todas as direções pelos átomos do objeto em que se chocam, semelhante à luz dispersa pela neblina. Esta radiação secundária é conhecida por radiação dispersa. Os raios X podem atuar de diversas maneiras com os átomos do objeto sendo radiografado. Em algumas destas interações, os quanta do raio X são absorvidos e depositam suas energias no material que compõe o objeto. Algumas dão lugar à radiação característica. (Veja as referências 8, 12, 14, 15, 18, 19.) Em outros casos, os quanta do raio X passam por urna mudança de direção chamada dispersão. Alguns autores se referem à radiação que emerge de todas as interações como radiação secundária, outros restringem o termo radiação secundária somente à radiação característica. De qualquer forma, no caso de quanta eliminados do feixe primário através da interação com o tecido a quilovoltagens usadas para radiografia médica, o componente principal que emerge do corpo é a radiação dispersa e não a radiação característica. Efeito no Contraste do Sujeito Por causa destas interações o objeto é uma fonte de radiação capaz de expor o filme, mas é inconveniente porque não contribui para a formação da irnagen útil. Ao contrário, ele produz uma intensidade de raio X geral que se sobrepõe na imagem aérea. O resultado desta intensidade de revestimento é o de reduzir o contraste do sujeito - isto é, o de diminuir a proporção de intensidades de raio X entre as estruturas vizinhas na irnagen aérea. Fontes de Radiaçáo Dispersa De maneira geral, a principal fonte de radiação dis- persa é a parte do paciente que se irradia. A quantia A RADIAÇÃO DISPERSA B PONTO FOCAL PONTO FOCAL RADIAÇÃO PRIMARIA SEM LIMITE FILME DISPOSITIVO LIMITADOR DE FEIXE RADIAÇÃO PRIMARIA LIMITADA ..- OBJETO Figura 21 Diagramas mostrando o valor de um dispositivo limitador de feixe. (a) Quando o feixe de raio X não é limitado, produz-se consider- ável quantidade de radiação dispersa em um objeto grosso. (b) Quando o volume irradiado pelo feixe é reduzido, produz-se menor quantidade de radiação dispersa. de radiação dispersa geralmente está relacionada com o volume da matéria irradiada - quanto maior o vo- lume, maior a intensidade de radiação_ dispersa, os outros fatores continuando os mesmos. Entretanto, porque nossa preocupação pela dispersão vem princi- palmente de seu efeito indesejado no contraste do sujeito, frequentemente é melhor saber a proporção da radiação dispersa no feixe que atinge o receptor de imagem do que sua quantia. Em outras palavras, de modo geral nos interessa conhecer a relação entre as intensidades dispersas e primárias na formação da imagem. No caso das partes do corpo consideradas pesadas, tais como o abdômen, a intensidade de radiação dispersa pode ser 10 ou mais vezes maior do que a radiação primária atenuada. Para um exame do peito, registra-se que a intensidade média de radiação dispersa que c!.ega ao receptor de imagem é mais ou menos igual à da radiação primária e veja as referências 11 e 22). Entretanto, a proporção da dispersão com relação à radiação primária depende dos relacionamentos entre as estruturas sendo radio- grafadas. Por exemplo, no caso do peito, a radiação dispersa representa uma porcentagem maior de radiação total abaixo da sombra do coração do que abaixo dos pulmões (referência 23). Redução da Radiação Dispersa Limitação do Feixe. É óbvio que por causa de seu efeito adverso na imagem, procura-se diminuir a -t e _l A CONE DIAFRAGMA m D radiação dispersa. Desta forma, uma regra muito importanteque deve ser lembrada é : o feixe primário deve ser limitado a um tamanho e forma que cubra precisamente a área de interesse diagnóstico. As áreas não irradiadas não podem contribuir para a dispersão nem para a dosagem do paciente (Figura 21 ). Para acentuar a importância desta regra, uma regulação federal exige que todos os sistemas de raio X para diagnóstico agora fabricados devem fornecer limita- dor de feixe positivo (referência 17). Há diversos tipos de dispositivos que podem ser adicionados ao tubo de raio X com o objetivo de limitar o campo de raio X (Figura 22). Diafragmas de Abertura (Figura 22a). Consistem em lâminas de chumbo com aberturas rectangulares, quadradas ou circulares colocadas no feixe de raio X perto dajanela do tubo e são comumente usados em conjunto com um cone ou um dispositivo limitador de feixe de abertura variável. Cones (Figura 22b ). São tubos metálicos de várias formas e tamanhos - alguns fornecem campos circu- lares, enquanto que outros fornecem caínpos retan- gulares. O comprimento do cone assim como também o tamanho de sua abertura afetará o tamanho do campo de raio X. Dispositivos Limitadores de Feixe de Abertura Variável (Figura 22c). Contêm placas de chumbo ou obturadores que podem ser ajustados para modificar e e DISPOSITIVO LIMITADOR DE FEIXE Figura 22 (b) Cone com diafragma anexado (e) Dispositivo limitador de feixe de abertura variável e de obturadores múltiplos. O dia- fragma mais próximo de janela do tubo está posicionado de maneira a reduzir radiação fora de foco. Dispositivos limitadores de feixe. (a) Diafragma de abertura colo- cado perto da fonte de raio X. 27 28 o tamanho do feixe. Em alguns destes dispositivos, o obturador é posicionado manualmente altravés de botões rotativos indicadores. Atualmente, dispositivos limitadores de feixe estão sendo fabricados com obturadores que são controlados automaticamente através de sensores que ajustam o campo ao tamanho do receptor de imagem ( chassis). Em ambos os casos, a limitação de feixe positivo é obrigatória por lei. Além do mais, o dispositivo limitador de feixe de abertura variável normalmente contém um retículo de fio cruzado, uma fonte de luz, e um espelho para projetar sobre o paciente o centro e o contorno do campo de raio X definido pelos obturadores. Deve-se mencionar que os dispositivos limitadores de feixe são comumente, mas incorretamente, cha- mados de colimadores. O colimador é um dispositivo que produz raios que são paralelos entre si. Os raios que emergem destes dispositivos limitadores de feixe não são paralelos, mas sim divergentes. Dimensões do Campo Projetado. A fim de limitar o feixe primário a um tamanho que irá cobrir exclusi- vamente a região de interesse diagnóstico, é muitas vezes útil poder calcular as dimensões do campo pro- duzido por um dispositivo limitador de feixe . Para se RADIAÇÃO RADIAÇÃO DISPERSA NÃO ABSORVIDA ~ 1 ', ~\\ RECEPTOR DE IMAGEN ':\ \ \ ' 1 RADIAÇÃO DISPERSA r' ~'ORVIDA I t \, / I / 1 / I / GRADE DE TIRA DE CHUMBO ------ Figura 23 Corte Transversal de uma grade. Acima: Diagrama de uma pequena seção de uma grade mostrando como uma grande proporçao de radição dispersa é absorvida e como a radiação primária da for- mação de imagem passa através do detector de imagem. Este diagrama mostra uma única tira de chumbo como absorvente completo. Em uma grade real, os raios dispersos pas- sam por várias tiras de chumbo antes de serem completamente absorvidos. A direita: Diagrama de um diafragma Potter- Bucky enfocado sendo movido à direita. RECEPTOR DEIMAGEN calcular a largura do campo projetado, use a seguinte fórmula: AxB X----- C onde: (veja a Figura 22) X é a largura do campo projetado no plano do receptor de imagem, A é a distância da fonte ao plano do receptor de imagem, B é largura da abertura do dispositivo limitador de feixe, C é a distância entre a fonte e a abertura menor ou de controle do dispositivo limitador de feixe. Por exemplo, imagine A para uma distância de 105 cm entre o receptor de imagem e a fonte; B para um cone com 10 cm de diâmetro; e C para uma distância de 30 cm do ponto focal a uma ponta inferior do cone. Usando a fórmula acima, o diâmetro do campo projetado seria: X PONTO FOCAL 105 X 10 30 35 cm RADIAÇÃO PRIMARIA A Figura 24 Desenfoque da Grade. (a) Sem desenfoque. Diagrama de uma grade enfocada colocada no centro , abaixo e perpendicular ao raio central. A distância entre a grade e a fonte está dentro da margem de foco reco- mendada pelo fabricante. Com este posicionamento a radia- ção primária está aproximadamente paralela com as tiras de chumbo. Assim, a intensidade de raio X transmitida pela grade é bastante uniforme de um lado ao outro e não há desenfoque. (e) Desenfoque causado pela distância incorreta entre a grade e a fonte. Quando uma distância entre a fonte e a grade cai fora da margem de foco recomendada pelo fabricante, o desalinha- mento do feixe primário e das tiras de chumbo aumentam progressivamente em diraçâo às laterais da grade causando um declínio na intensidade do raio X transmitido em direçâo às laterais da grade. B (b) Desenfoque causado por uma grade paralela. O desalinha- mento do feixe primário e das tiras de chumbo aumentam progressivamente em direçâo às laterais da grade, tornando maiores as sombras produzidas pelas tiras de chumbo. Isto faz com que a intensidade de raio X transmitida diminua em direção às laterais da grade e é chamado de " desenfoque". Para evitar desenfoque com uma grade pararela, deve-se usar grandes distâncias entre a fonte e a grade e pequenos receptores de imagem que podem ser limitados à porção central da grade. D (d) Desenfoque causado por uma grade inclinada. Quando a grade não está perpendicular ao raio central , as tiras de chumbo tendem a bloquear a passagem do feixe primário, produzindo assim uma distribuição irregular das intensidades de raio X sob a grade. 29 30 Consideremos outro exemplo, no qual é necessário saber a graduação requerida para um dispositivo li- mitador de feixe de abertura variável. Reformulando a equação anterior, teremos B XxC A Vamos assumir que a largura do campo projetado ao plano do filme, X, seja limitada a 35 cm; a distância entre a fonte e a abertura de controle do dispositivo limitador de feixe, C, seja de 20 cm; e a distância, A, entre a fonte e o receptor de imagem seja de 140 cm. Desta forma, a largura da abertura do dispositivo limitador de feixe deve ser de: B _ 35 X 20 140 = 5 cm. De modo similar, se a largura do campo projetado no plano do filme, X, deve ser limitado a 42 cm, a largura do dispositivo limitador do feixe deve ser de: B 42 X 20 140 6 cm Estes tipos de cálculos podem ser facilmente verifi- cados através da exposição de um filme e da medida do tamanho do campo produzido pelas especificações escolhidas. Grades Como vimos acima, as partes grossas e pesadas do corpo, tais como o abdômen produzem uma proporção muito maior de radiação dispersa do que as partes finas, tal como a mão. Desta forma, quando se radiografa partes pesadas do corpo são necessários outros meios de controlar a radiação dis- persa além dos dispositivos limitadores de feixe. Um mecanismo bastante eficaz para este propósito é a grade (Figura 23). A grade é um dispositivo composto de tiras alterna- dadas de chumbo e material espaçador. O material espaçador (fibra ou alunúnio) é escolhido para ter baixa absorção de raio X. Estas tiras são envolvidas em capas protetoras para fornecer força e durabili- dade. Como demonstrado na Figura 23, as tiras de chumbo absorvem uma considerável quantia de radiação dispersa oblíguas; isto é, os raios que não percorrem em direção ao feixe primário. Os espaçadores transparentes de raio X permitem a passagem ao filme da maioria dos raios primários. Índice de Grade. "Indice de grade"
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