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DESCRIÇÃO
Descrição dos processos físicos envolvidos na produção da radiação em um equipamento radiográfico,
componentes fundamentais e apresentação de outros acessórios de um equipamento de radiografia.
PROPÓSITO
Compreender as diferentes etapas que concernem à produção dos raios X em um equipamento
radiográfico, identificando a função do tubo de raios X e os demais componentes e acessórios que
participam da exposição de um paciente durante a realização de um exame radiológico.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer as funções dos elementos integrantes do tubo de raios X
MÓDULO 2
Identificar os fenômenos relacionados à produção de raios X
MÓDULO 3
Reconhecer os acessórios envolvidos na produção de raios X e suas funções
MÓDULO 1
 Reconhecer as funções dos elementos integrantes do tubo de raios X
INTRODUÇÃO
Neste tema, estudaremos os conceitos da produção e exposição da radiação artificial que, amplamente,
pode ser observada nas diversas práticas de diagnóstico por imagem na Medicina e procedimentos
industriais. Apresentaremos o tubo de raios X, a partir da descrição de cada um dos componentes
elétricos e eletrônicos, para a compreensão da funcionalidade de cada item nas etapas da geração da
radiação.
TUBO DE RAIOS X
O tubo, também conhecido como ampola de raios X, é considerado o principal componente na
produção da radiação artificial. Em um equipamento de radiodiagnóstico, este componente estará
presente internamente em uma estrutura denominada cabeçote.
O funcionamento de uma ampola baseia-se na produção da radiação (artificial) por indução elétrica.
Diferente das exposições geradas por fontes radioativas em que, ininterruptamente, há emissão da
radiação em equipamentos que utilizam exposição da radiação artificial, só haverá emissão durante a
alimentação elétrica e, por consequência, acionamento do tubo de raios X.
 
Foto: Shutterstock.com
 Ampola de raios X.
COMPONENTES DE UM TUBO DE RAIOS X
Para que haja um pleno funcionamento de uma ampola de raios X, além da alimentação elétrica
necessária, é primordial que todos os integrantes cumpram sua função no processo de produção da
radiação. Caso um dos itens tenha sua funcionalidade comprometida, a produção da radiação pode ser
impossibilitada ou prejudicada.
Os principais integrantes de uma ampola são:
Pirex de vidro
Polos da ampola
Óleo
Carcaça


Catodo
javascript:void(0)
CATODO
Foco grosso e foco fino
Circuito primário de baixa tensão 
Capa focalizadora
Anodo
ANODO
Fixo e giratório 
Circuito secundário de alta tensão (D.D.P) 
Haste de cobre
PIREX DE VIDRO (VIDRO DE BOROSSILICATO)
A ampola de raios X é um invólucro de vidro, em cujo interior não há presença de nenhum gás, ou seja,
existe uma condição de vácuo. Durante o processo de produção da radiação, os elétrons liberados no
polo negativo (catodo) possuem altíssima energia cinética. Para que essa energia não seja perdida no
trajeto entre os polos (positivo e negativo) do tubo, é necessário que não haja nenhum obstáculo, por
isso, a ampola de raios X possui condição de vácuo.
 
Imagem: Wellington Guimarães Almeida
 Ilustração do pirex de vidro da ampola.
POLOS DA AMPOLA
javascript:void(0)
Cada extremidade da ampola possui um polo com carga bem definida, sendo um negativo (catodo) e
um positivo (anodo). O lado negativo abriga o filamento (foco grosso e/ou foco fino) e é confeccionado
por tungstênio (W74). O lado positivo apresenta uma região denominada alvo ou ponto focal, também
confeccionado por tungstênio.
Os dois polos estão diretamente envolvidos na produção da radiação, sendo o catodo responsável pela
liberação de elétrons, enquanto o anodo será onde os elétrons irão se chocar para que haja produção
dos raios X.
CATODO (POLO NEGATIVO DA AMPOLA)
Nesta região da ampola de um equipamento de raios X convencional, encontramos dois filamentos
(focos) de tungstênio ligados a um circuito elétrico primário de baixa tensão. Esses focos possuem
diâmetros diferentes que também geram resultados diferentes na imagem. O menor (foco fino) mede de
0,3 a 1,0mm, enquanto o maior (foco grosso) mede entre 2,0 e 2,5mm.
Para selecionar um dos focos do catodo, o profissional de radiologia escolherá um valor de corrente
(mA, de miliamperagem) na mesa de comando. A depender do valor selecionado, o equipamento,
automaticamente, determinará qual filamento (foco fino ou grosso) será utilizado. Para alta
miliamperagem (>100mA), é utilizado o foco grosso e, para baixas, o foco fino.
Vale lembrar que existem 3 fatores de controle da qualidade da imagem radiológica na mesa de
comando: a tensão (kV, de quilovoltagem), o mA e o tempo (s, de segundo). O mA, em conjunto com o
tempo, é o principal fator de controle primário da densidade óptica (grau de enegrecimento) de uma
radiografia e o kV é o controle primário de contraste (diferença entre tons de cinza em pontos
adjacentes).
 
Imagem: Shutterstock.com, adaptado por Wellington Guimarães Almeida
 Polo negativo da ampola (catodo).
Todo o processo inicia-se no catodo, onde, após uma passagem de corrente elétrica de baixa tensão,
ocorrerá o efeito termiônico. Por meio da excitação dos elétrons do filamento, em função da resistência
no material, ocorrerá um efeito denominado Edson-Richardson, que consiste na formação de nuvens
de elétrons ao redor do filamento, também denominada carga espacial.
EFEITO TERMIÔNICO
javascript:void(0)
Efeito físico que ocorre em materiais condutores de eletricidade, onde, a partir de certa resistência
elétrica, há a geração de luz, calor e excitação dos elétrons.
O elétron é definido como uma partícula subatômica de carga negativa. Dessa forma, obedece à lei de
Coulomb, que define a interação entre corpos possuidores de carga. Logo, haverá uma repulsão natural
e mútua entre todos os elétrons que compõem a nuvem.
Para que essa nuvem de elétrons seja direcionada em forma de um feixe fino e colimado, será
necessária a participação de um componente denominado capa focalizadora. A capa é responsável
pelo “achatamento” do feixe de elétrons, de modo que a força de repulsão não gere uma trajetória de
maneira isotrópica (em todas as direções).
A capa focalizadora é carregada negativamente para que o feixe de elétrons liberados siga focalizado
em uma única direção, ou seja, na direção do alvo.
 
Imagem: Wellington Guimarães Almeida
 Ação do “achatamento” do feixe de elétrons pela capa focalizadora.
CIRCUITO SECUNDÁRIO E A D.D.P. (DIFERENÇA DE
POTENCIAL)
Após a seleção da tensão elétrica na mesa de comando (escolha do kVp), o circuito de alta tensão será
acionado para que seja criada uma diferença em energia potencial elétrica entre os dois polos da
ampola (anodo e catodo). O nome do movimento de elétrons em alta velocidade entre os polos é Efeito
Forest.
A diferença de potencial, também denominada tensão, é definida pelo trabalho necessário para que uma
carga se desloque de um ponto X para um ponto Y, quando imersa em um campo elétrico.
Para simplificar esse entendimento, o polo positivo ficará muito mais positivo, enquanto o negativo muito
mais negativo. Como os elétrons são cargas negativas, estes sofrerão, simultaneamente, força de
repulsão (do catodo de carga igualmente negativa) e força de atração (do anodo de carga oposta,
positiva). Isso fará com que os elétrons possam adquirir energia cinética relativa ao kVp selecionado,
percorrendo o trajeto do catodo até o alvo do anodo.
ANODO (POLO POSITIVO DA AMPOLA)
O anodo é o polo positivo da ampola, também conhecido como alvo. É nele que os elétrons liberados do
filamento do catodo se chocam; nessa interação, haverá produção de aproximadamente 99% de calor e
1% de radiação X.
 
Imagem: Shutterstock.com, Adaptado por Wellington Guimarães Almeida.
 Ilustração do polo positivo da ampola (anodo).
Tipos de anodo em uma ampola de raios X
Existem dois tipos de anodo, o fixo e o giratório. Essa configuração irá variar com a tecnologia envolvida
na fabricação do equipamento. Emsuma, aparelhos mais modernos são projetados com anodo giratório.
Equipamentos com anodo giratório possuem maior durabilidade. Isso é justificado pelo fato de os
elétrons não se chocarem em um único ponto focal, e sim em toda uma área circular chamada de pista
focal. Para que o anodo faça o movimento do giro, é necessário que a ampola possua um sistema
eletromecânico composto por rotor e estator.
 
Imagem: Wellington Guimarães Almeida
 Vista anterior do anodo (fixo e giratório).
Ao se chocarem no anodo, os elétrons poderão gerar calor, raios X característicos e raios X de
frenamento (Bremsstrahlung, do alemão bremsen – frear e strahlung - radiação). Essas ocorrências irão
variar de acordo com o trajeto do elétron em relação aos átomos do alvo, podendo ser interação elétron-
núcleo ou interação elétron-elétron.
A angulação da pista focal é a necessária para que os raios X produzidos sejam, preferencialmente,
projetados em uma direção específica. O feixe que será utilizado nos procedimentos radiológicos é o
que sai através da janela, denominado feixe útil. A janela da ampola é o local onde o vidro possui a
menor espessura em comparação com o restante, permitindo que o feixe de raios X atravesse com a
mínima atenuação possível.
 
Imagem: Shutterstock.com, Adaptado por Wellington Guimarães Almeida
 Interação do feixe de elétrons com a pista focal angulada.
CARACTERÍSTICA DO TUNGSTÊNIO
Este elemento químico é responsável por compor os focos do catodo e o alvo do anodo em
equipamentos radiográficos. Os motivos de sua escolha se justificam por seu alto ponto de fusão
(3.370°C), boa condutividade térmica (próxima à do cobre), alto número atômico, baixa taxa de
evaporação e, por consequência, sua alta resistência física quando aquecido.
 
Foto: Shutterstock.com
 Ampola de raios X.
DISSIPAÇÃO DE CALOR
Devido à grande produção de calor gerada no anodo, é necessária uma haste de cobre (material com
característica de ser um excelente condutor térmico) para ajudar a dissipar o calor. Como vimos
anteriormente, durante a produção de raios X, 99% da energia cinética dos elétrons projetados é
convertida em calor e apenas 1% em raios X.
Para garantir durabilidade e funcionalidade da ampola, é necessário que esse calor seja dissipado. O
calor pode ser dissipado por três diferentes formas: irradiação, condução e convecção.
TROCA DE CALOR POR IRRADIAÇÃO
É a troca na qual não é necessário contato físico; as ondas de calor são transmitidas por ondas
infravermelhas. Por isso, as salas de exame devem possuir um efetivo de controle da temperatura (entre
18°C e 20°C). Em uma sala com temperatura superior a essa faixa, pode haver danos no equipamento e
queima da ampola.
 
Imagem: Shutterstock.com, Adaptado por Wellington Guimarães Almeida
 Ampola de raios X dissipando seu calor para a sala de exame.
TROCA DE CALOR POR CONDUÇÃO
A haste de cobre presente no anodo auxilia a dissipação do calor produzido no alvo para a camada de
óleo que envolve a ampola de raios X.
 
Imagem: Shutterstock.com, Adaptado por Wellington Guimarães Almeida
 Dissipação do calor para o óleo através da haste de cobre.
TROCA DE CALOR POR CONVECÇÃO
É através do movimento do óleo aquecido, próximo à parede do pirex de vidro (na imagem à esquerda,
o óleo aquecido é representado pela tonalidade amarela mais clara), para a região mais distante e,
consequentemente, menos aquecida (amarelo mais escuro). O aquecimento influencia na densidade do
óleo e, por isso, o movimento é natural.
Caso haja vazamento do óleo presente na ampola, surgirão pequenas bolhas de ar, impedindo a
eficiente troca de calor do sistema de refrigeração, acarretando danos na ampola, como demonstrado na
figura à direta.
 
Imagem: Shutterstock.com, Adaptado por Wellington Guimarães Almeida
 Dissipação de calor por movimento de conexão do óleo e ausência de movimento por presença de
bolhas de ar.
O óleo mineral presente entre a carcaça e a ampola de raios X apresenta a característica de ter alta
impedância de elétrons, ou seja, não permite a formação de corrente elétrica. Na presença de bolhas de
ar no óleo, essa característica é diminuída, reduzindo também a propriedade de isolante elétrico.
FUNCIONAMENTO DO ANODO GIRATÓRIO
O especialista abordará o processo eletromecânico que resulta no giro do anodo. Explicará a relação
entre a eletricidade (defasagem de tempo) e o campo magnético aplicado ao rotor (sem o contato).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE O POLO POSITIVO DE UMA AMPOLA DE RAIOS X, ONDE O PRINCIPAL
COMPONENTE DESTA REGIÃO É O ANODO DE TUNGSTÊNIO, DIGA QUAL O
NOME DO PONTO DE IMPACTO DOS ELÉTRONS, RESPECTIVAMENTE, EM UM
ANODO FIXO E GIRATÓRIO.
A) Ponto focal e rotor
B) Pista focal e ponto focal
C) Ponto focal e pista focal
D) Ângulo do anodo e pista focal
E) Foco real e foco efetivo
2. DENTRO DE UMA AMPOLA DE RAIOS X, QUAL É A FUNÇÃO DA CAPA
FOCALIZADORA?
A) Liberar uma nuvem de elétrons.
B) Direcionar o feixe de elétrons projetados para a região específica do alvo do anodo.
C) Criar uma diferença de potencial.
D) Dissipar o calor produzido na ampola até o óleo.
E) Direcionar os fótons de radiação produzidos até a janela da ampola.
GABARITO
1. Sobre o polo positivo de uma ampola de raios X, onde o principal componente desta região é o
anodo de tungstênio, diga qual o nome do ponto de impacto dos elétrons, respectivamente, em
um anodo fixo e giratório.
A alternativa "C " está correta.
 
A alternativa C está correta. Em um anodo fixo, a região pontual onde os elétrons se chocam denomina-
se ponto focal, enquanto em um anodo giratório, a região da área da coroa circular é denominada de
pista focal.
2. Dentro de uma ampola de raios X, qual é a função da capa focalizadora?
A alternativa "B " está correta.
 
A capa focalizadora possui carga negativa para que o feixe de elétrons projetados siga focalizado em
uma única direção, ou seja, na direção da pista focal do alvo (anodo).
MÓDULO 2
 Identificar os fenômenos relacionados à produção de raios X
INTRODUÇÃO
Apresentamos no módulo 1 o tubo de raios X, seus componentes e o início do processo de produção da
radiação. Neste módulo, veremos o que ocorre quando os elétrons que saem do catodo percorrem o
interior da ampola em condição de vácuo e se chocam com uma região específica do anodo.
Sobre esse processo, será determinante a compreensão dos possíveis efeitos físicos que ocorrem
durante esta interação, pois estes fenômenos têm relação direta com o espectro de raios X e a
qualidade do feixe.
COMPONENTES DA ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA
Após a produção da energia elétrica em uma usina, esta será conduzida através de uma rede de
transmissão e pode ser administrada com alta ou baixa tensão. Para consumo da população, é
convencionalmente feita a comercialização de energia de baixa tensão, justificando-se devido à maior
facilidade de sua transmissão.
Podemos definir a energia elétrica que chega em nossos domicílios como uma energia de baixa tensão
e corrente alternada. Para o funcionamento de equipamentos radiológicos, a condição citada não poderá
permanecer e, para que alguma mudança ocorra, será necessária a participação de componentes como
transformadores e retificadores de corrente. Este conjunto de componentes é indispensável para a
alimentação elétrica dos equipamentos de raios X. Para isso, podem ser utilizados sistemas de
retificação monofásica, trifásica (6 ou 12 pulsos) ou de alta frequência. Atualmente, a maioria dos
equipamentos possui sistema de retificação de alta frequência.
A produção de raios X ocorre devido à movimentação de elétrons no interior da ampola, pois cargas de
sinais opostos se atraem e cargas de sinais iguais se repelem. A corrente alternada da nossa rede
elétrica possui uma frequência de 60Hz, ou seja, se alterna 60 vezes por segundo, não garantindo que
os elétrons sejam atraídos, eficientemente, para o lado positivo durante a realização do exame. Para
que haja eficiência na produção de raiosX, a corrente precisa ser ajustada pelo circuito retificador,
aumentando a frequência da corrente alternada.
CIRCUITO RETIFICADOR DE ALTA FREQUÊNCIA
Trata-se de um circuito eletroeletrônico que transforma a corrente alternada em corrente quase contínua
de baixo valor (aproximadamente 300V). Essa corrente é então novamente transformada em corrente
alternada, porém, com 10.000Hz ou mais, dependendo do fabricante. Como a frequência é muito alta, a
variação (alternância) torna-se praticamente nula, garantindo a eficiência dos processos elétricos no
interior da ampola.
TRANSFORMADORES
Os transformadores terão ação direta em diversos comandos em uma ampola de raios X. Por exemplo:
Regular a tensão elétrica de entrada
Regular a tensão (quilovoltagem ‒ kV)
Regular a intensidade de corrente elétrica (miliamperagem ‒ mA)
 
Imagem: Shutterstock.com
Compensador de alta frequência (transformador estabilizador ou isolador) ‒ é o responsável por
medir a tensão de entrada e efetuar ajuste necessário para que a tensão permaneça exatamente em
127 ou 220V. Por meio da participação deste componente nos equipamentos radiográficos, não haverá
necessidade de acrescentar voltímetros para calibração manual, pois todo ajuste da tensão será
automático.
 
Imagem: Shutterstock.com
Transformador elevador (aumentador ou de alta) ‒ gera a grande diferença de potencial da ampola;
seu funcionamento é baseado na ação de duas bobinas, uma primária e outra secundária, ambas
envoltas por fios de cobre em forma de espiras. No centro do transformador, há o denominado núcleo,
que é composto de material ferromagnético.
Toda corrente elétrica gera campo magnético e todo campo magnético gera corrente elétrica.
A quantidade de espiras em cada bobina será determinante na função do transformador. No
transformador aumentador, o número de espiras é menor no circuito primário e maior no secundário. A
baixa tensão de entrada é aumentada no circuito secundário, pois há um maior número de espiras, ou
seja, mais material disponível para gerar corrente elétrica e, quanto maior a corrente elétrica, maior a
tensão. Então, esse transformador converte a tensão de entrada da casa de volt para milhares de volts
(kV). É o transformador aumentador que recebe a informação da mesa de comando relacionada à
tensão utilizada no exame (entre 40 e 150kV).
A intensidade de corrente elétrica é diretamente proporcional à tensão, o que pode ser percebido
através da equação V = R x I, onde V é a tensão, R é a resistência e I é a intensidade de corrente
elétrica. Isso quer dizer que, ao aumentarmos a corrente, também aumentamos a tensão.
 
Imagem: Shutterstock.com
Transformador abaixador – funciona pelo mesmo princípio do transformador aumentador, porém,
reduz a corrente e/ou tensão. Isso porque, no circuito primário, o número de espiras é maior que no
circuito secundário. É o responsável por receber a informação da seleção no comando do equipamento,
relacionado à corrente do filamento (mA que será utilizado no exame).
DEFINIÇÃO DE ENERGIA
A energia é uma grandeza física definida como a capacidade de realizar trabalho por meio de uma ação
ou movimento. Ela pode se manifestar por distintas formas, por exemplo: cinética, mecânica, potencial
elástica e gravitacional, térmica, elétrica e nuclear.
Apesar de Antoine-Laurent de Lavoisier definir a energia como uma grandeza que conserva sua
unidade, existe a possibilidade de que alguns tipos de energia possam ser intercambiados em
diferentes formas de apresentação. Por exemplo, a energia mecânica oriunda de quedas-d´água nas
usinas hidrelétricas que são convertidas em energia elétrica.
ANTOINE-LAURENT DE LAVOISIER
Foi um nobre e químico francês fundamental para a revolução química no século XVIII, além de ter
grande influência na história da Química e na história da Biologia. Ele é considerado na literatura
popular como o "pai da química moderna". Foi eleito membro da Royal Society em 1788. Fonte:
Wikipedia.
GRANDEZA QUE CONSERVA SUA UNIDADE
Seu surgimento não pode ser atribuído ao acaso, assim como seu fim.
O processo de intercâmbio de energia análogo ao exemplo anterior ocorre dentro de uma ampola de
raios X. Nesse caso, a energia cinética dos elétrons projetados é convertida em energia térmica (calor) e
energia eletromagnética (infravermelho e raios X) ao entregarem sua energia para os átomos
constituintes do alvo, através de interações com os orbitais eletrônicos e com os campos nucleares.
INTERAÇÃO DOS ELÉTRONS COM O ALVO NA
PRODUÇÃO DE CALOR
A maior parte das interações entre os elétrons projetados e o alvo do anodo determina conversão em
calor. Isso ocorre devido à interação do feixe de elétrons oriundos do catodo com os elétrons de orbitais
javascript:void(0)
javascript:void(0)
mais externos dos átomos do alvo. Ao ocorrer transferência de energia, o elétron pode ser excitado ou
ionizado (desde que a energia cedida seja maior que a energia de ligação daquele elétron). Durante a
excitação (evento predominante), o elétron é, momentaneamente, promovido para um maior nível
energético, retornando para o seu nível normal de energia, ao emitir ondas eletromagnéticas
infravermelhas. Esse processo será responsável pela maior parte do calor produzido em um tubo de
raios X.
 
Imagem: Shutterstock.com, adaptado por Wellington Guimarães Almeida
 Orbitais eletrônicos segundo a teoria atômica da Física clássica.
RELAÇÃO DA PRODUÇÃO DE CALOR VS.
RAIOS X
Durante o processo de produção da radiação, podemos ressaltar sua grande ineficiência, pois 99% da
energia cinética do feixe de elétrons é convertida em calor e apenas 1% em raios X, nas diversas
energias do espectro produzido.
A quantidade de calor produzida na ampola cresce diretamente proporcional à corrente elétrica aplicada
no tubo e, igualmente, eleva-se com o acréscimo da tensão de pico aplicada, de forma mais aproximada
e não linear. Na produção da radiação, a eficiência não varia com a alteração da corrente elétrica
aplicada ao tubo, enquanto isso, ela irá aumentar com a utilização de tensões mais elevadas.
 EXEMPLO
Se utilizarmos 60kVp, apenas 0,5% da energia cinética será convertida em radiação e, se subirmos para
100kVp, essa porcentagem subirá para 1%. Para equipamentos de megavoltagem (MV = 106 volts, não
possuem aplicação diagnóstica), com a tensão de 20MV (20.000kV), a porcentagem de radiação produzida
será 70%.
INTERAÇÃO DOS ELÉTRONS COM O ALVO NA
PRODUÇÃO DA RADIAÇÃO
Quando os elétrons chegam ao polo positivo, após ser acionado o circuito de alta tensão (atraídos pela
diferença de potencial – DDP), chocam-se com uma estrutura metálica de tungstênio, produzindo fótons
de calor e radiação. O fator determinante para essa produção será a energia atribuída a esse fóton.
Quanto maior for essa energia, assim como, quanto mais próximo ao núcleo os elétrons passarem ou se
chocarem, maior será a probabilidade de serem fótons de raios X. A produção dessa radiação poderá
ocorrer por dois tipos de interação elétron-alvo: frenamento (Bremsstrahlung) e radiação característica.
Vale ressaltar que os elétrons que se desprendem dos filamentos (catodo) são acelerados pela atração
e repulsão entre as diferentes cargas dos polos e a carga do elétron, e que devido à condição de vácuo
no interior da ampola, os elétrons apenas perdem energia na interação com o alvo. Será a diferença da
energia inicial e final que determinará o tipo de radiação eletromagnética produzida.
PRODUÇÃO DE RADIAÇÃO POR FRENAMENTO
(BREMSSTRAHLUNG)
A produção de radiação por frenamento ocorre quando os elétrons, que são cargas negativas altamente
aceleradas, ao passarem próximo do núcleo (possui carga positiva), serão atraídos por meio da
influência do campo eletromagnético do núcleo, desviando sua trajetória e perdendo energia cinética.
Como existe a lei de conservação da energia cinética, a diferença da energia inicial do elétron menos a
energia final será exatamente a energia do fóton. Quanto mais próximodo núcleo o elétron passar,
maior será a influência sofrida pelo campo magnético nuclear, que é extremamente forte.
O ângulo de espalhamento do elétron, após interação com o campo elétrico do núcleo, será proporcional
à energia cinética cedida neste processo. O valor exato da energia cedida será exatamente igual à
energia do fóton produzido.
Energia do
fóton
Orbital que o elétron
passou
Ângulo de
espalhamento
Tipo de
energia
Baixa L, M, N, O, P e Q Pequeno Calor
Alta
Entre o núcleo e o orbital
K
Grande Raios X
Fonte: Adaptado Wellington Guimarães Almeida.
 
Imagem: Shutterstock.com, Adaptado por Wellington Guimarães Almeida
 Ilustração da interação elétron-alvo Frenamento ou Bremsstrahlung com produção de raios X.
PRODUÇÃO DE RADIAÇÃO CARACTERÍSTICA
Os raios X característicos têm esse nome devido à relação energética entre o fóton produzido e o orbital
do elemento alvo no qual o elétron acelerado interagiu. Para que ocorra essa interação, os elétrons
devem se chocar com outros elétrons. O elétron incidente (acelerado) transfere energia suficiente ao
elétron do orbital “K ou L”, para que seja ejetado de sua órbita, deixando uma vacância, que logo será
preenchida por elétrons de orbitais mais externos. A energia do fóton produzido será igual à diferença de
energias entre o elétron ejetado e o elétron do orbital mais externo que ocupou a vacância. Devido à sua
menor ocorrência em relação à produção por frenamento, esses fótons serão responsáveis por uma
pequena parcela dos raios X produzidos.
 
Imagem: Shutterstock.com, Adaptado por Wellington Guimarães Almeida
 Ilustração da produção de radiação característica.
Orbital K L M N O P
Energia de ligação (keV) 69 12 3 1 0,1 -
Energias de ligação aproximada do átomo de tungstênio para cada orbital. Fonte: Adaptada de
BUSHONG, Stewart Carlyle. Ciência radiológica para tecnólogos. 9ª edição –2010.
Se considerarmos um elétron do orbital L preenchendo a vacância deixada no orbital K, a energia dos
raios X característicos produzidos será a subtração destas duas energias de ligação, ou seja, 57,4keV.
Caso o elétron do orbital M preencha essa vacância, a energia das radiações características será
66,7keV.
 
Imagem: Adaptado por Wellington Guimarães Almeida
 Espectro da radiação com fótons de energia mínima de 16kV, valor pico de 80kVp, dois picos de
radiação característica, respectivamente 57 e 66.
PRODUÇÃO DE RADIAÇÃO CARACTERÍSTICA –
RAIOS X K (KALFA E KBETA)
Embora a ionização possa acontecer com elétrons de qualquer orbital, devido à grande diferença
existente entre as energias de ligação de cada orbital, apenas é válido considerar ejeções do orbital K,
com preenchimento da vacância realizado por elétrons dos orbitais L e M. Para esses cenários,
denominamos de Kalfa (elétron da camada L para K) e Kbeta (elétron da camada M para K). Por uma
questão de localização, a radiação característica Kalfa ocorrerá em maior proporção quando comparada
com Kbeta, porém, fótons Kbeta serão mais energéticos, uma vez que a diferença de energia entre os
orbitais K e M é maior.
ESPECTRO DA RADIAÇÃO
A ciência define espectro de energia como a representação de energias eletromagnéticas de acordo
com suas diferentes características, como amplitude, intensidade e energia. A forma que o espectro de
radiação assume depende do material que compõe o alvo, kVp, espessura e material do filtro.
O espectro possuirá uma porção contínua que será composta pelos fótons produzidos por frenamento e
uma porção discreta formada pelos fótons de radiação característica. Ele contará com fótons da energia
mínima até a energia máxima, nominalmente, atribuída na mesa de comado (kVp – quilovolt pico).
A proporção de radiação característica e de frenamento estará diretamente relacionada à energia pico,
nominalmente, selecionada. Para alvos de tungstênio e energia abaixo de 65kVp, 100% dos fótons
serão produzidos por radiação de frenagem. Para energia de 100kVp, cerca de 85% dos fótons serão
produzidos por radiação de frenagem e 15% por raios X característicos.
ESPECTRO DA RADIAÇÃO PARA DIFERENTES
TIPOS DE ALVOS E FILTROS
 
Imagem: Ciência radiológica para tecnólogos, BUSHONG, Stewart Carlyle, 2010, pág. 327
 Espectro de raios X para diferentes tipos de alvo e filtro. 
A) alvo e filtro de ródio; B) alvo tungstênio e filtro alumínio e C) alvo e filtro de molibdênio.
ENERGIA CINÉTICA E A PRODUÇÃO DE RAIOS
X
Especialista relaciona a tensão aplicada ao tubo (kV) e a energia cinética dos elétrons acelerados (keV),
distinguindo essas grandezas. Explica também como o número atômico do material alvo é importante
para a eficiência da produção dos raios X de frenamento.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUAL ALTERNATIVA RELACIONA DE FORMA INCORRETA A PRODUÇÃO DE
RADIAÇÃO?
A) Característico – devido à grande diferença de energia de ligação, torna-se mais relevante a interação
com o elétron do orbital K.
B) Frenamento – ocorre quando os elétrons passam próximos às camadas mais externas.
C) Característico – na ejeção do elétron do orbital K, haverá preenchimento da vacância realizado por
elétrons dos orbitais L e M.
D) Frenamento – também conhecido como Bremsstrahlung.
E) Característico – por uma questão de localização, a radiação característica Kalfa ocorrerá em maior
proporção quando comparada com Kbeta.
2. SOBRE A PRODUÇÃO DA RADIAÇÃO EM UMA AMPOLA DE RAIOS X, QUAL
DAS OPÇÕES ABAIXO NÃO ESTÁ CORRETA?
A) Por meio da diferença de potencial (D.D.P.), os elétrons são deslocados do polo negativo para o polo
positivo.
B) É necessário que haja uma condição de vácuo para que os elétrons não percam energia na trajetória
entre os polos da ampola.
C) A haste de cobre e o óleo auxiliam na dissipação do calor produzido na ampola.
D) O ângulo do anodo permite o direcionamento dos fótons para a janela da ampola.
E) Durante a produção da radiação, onde os elétrons se chocam no alvo do anodo, 99% produz
radiação, enquanto 1% corresponde ao calor.
GABARITO
1. Qual alternativa relaciona de forma incorreta a produção de radiação?
A alternativa "B " está correta.
 
Na produção de radiação por frenamento, os elétrons, que são cargas negativas altamente aceleradas,
ao passarem próximo do núcleo que possui carga positiva, são atraídos por meio da influência do campo
eletromagnético do núcleo, desviando, assim, sua trajetória e perdendo energia nesse desvio. Quanto
mais próximo do núcleo, maior será a influência do campo eletromagnético (campo coulombiano).
2. Sobre a produção da radiação em uma ampola de raios X, qual das opções abaixo não está
correta?
A alternativa "E " está correta.
 
A proporção dos fótons produzidos pelos elétrons que se chocam no alvo do anodo é a seguinte: 99%
dos fótons produzidos são de calor e apenas 1% são fótons de raios X.
MÓDULO 3
 Reconhecer os acessórios envolvidos na produção de raios X e suas funções
INTRODUÇÃO
No processo de exposição do paciente, durante um exame, inúmeros outros componentes serão
necessários para que haja uma prática efetiva. Assim, este módulo possui o objetivo de descrever
importantes itens que atuam após a produção da radiação, como filtração, cabeçote, óleo, colimadores e
grade antidifusora.
ESTATIVA
A estativa, também conhecida como estativa porta-tubo, é uma coluna de sustentação e movimentação
do tubo de raios X ao longo da mesa. Ela permite que o tubo realize movimentos transversais e
longitudinais ao longo da mesa de exames/paciente. Existem algumas configurações de estativas, em
função de seus pontos de ancoragem em relação à estrutura da sala de exames:
 
Imagem: Shutterstock.com
 Estativa chão-chão.
Estativa chão-chão – trata-se de uma estativa porta-tubo com apoio somente no chão da sala de
exames e, por trilho no chão, percorre a mesa longitudinalmente.
 
Imagem: Shutterstock.com
 Estativa teto-chão.
Teto-chão – esse tipo de estativa é presa ao teto e ao chão, garantindo mais segurança e estabilidade
ao tubo. Há trilhos no teto e nochão, os quais permitem o movimento longitudinal do tubo.
 
Foto: Shutterstock.com
 Estativa teto-teto.
Teto-teto – neste caso, a estativa é presa somente no teto, onde por sistema telescópico é realizado o
movimento de subida e descida do tubo e, por trilho no teto, é realizado o movimento longitudinal.
Todas as estativas permitem que o tubo de raios X faça 3 movimentos perpendiculares, anterior-
posterior, direita-esquerda e superior-inferior, além do movimento rotacional, permitindo que o tubo gire
90° para exames no Bucky mural (ortostáticos) ou outras angulações menores para exames oblíquos ou
axiais. Esses movimentos são ativados através de freios mecânicos (menos comuns) ou freios
eletromecânicos, através de botões na frente da cúpula/cabeçote do equipamento.
 
Foto: Shutterstock.com
Tubo rotacionado em 90°, direcionado para o Bucky mural.
 
Imagem: Shutterstock.com
Cúpula de um equipamento de raios X, com destaque para o controle dos freios de movimento (círculos
vermelhos na imagem).
 
Foto: Shutterstock.com
Profissional manipulando o comando dos freios eletromecânicos.
FILTRAÇÃO DOS FEIXES DE RAIOS X
Ao produzir os fótons de raios X, o profissional de radiologia seleciona na mesa de comando o kVp
(quilovoltagem pico). Este valor representará os fótons de maior energia dentro do espectro de radiação
emitido. Contudo, nesta mesma exposição, fótons com energia de menor valor também estarão
presentes.
Fótons de baixo poder energético não contribuem na formação da imagem, pois são absorvidos ou
espalhados nas camadas mais externas do corpo e, com isso, aumentam a dose de entrada na pele.
Então, para evitar que isso ocorra, alguns componentes entre a produção da radiação e o paciente
proporcionarão filtração no feixe, atenuando exatamente os fótons de menor energia, mantendo apenas
os feixes de média e alta energia. Esse processo é definido como endurecimento do feixe, implicando na
produção de uma imagem com melhor qualidade e doses mais otimizadas no paciente.
O processo supracitado é dividido em dois processos, a filtração inerente e a filtração adicional, além
do somatório destes dois fatores que é definido como filtração total.
Filtração inerente 
 
São incluídos todos os componentes que, naturalmente, estão no trajeto da radiação e exercem algum
nível de atenuação do feixe. São considerados como integrantes da filtração inerente à janela da ampola
de vidro: óleo, corpo do anodo, cabeçote e colimador.
&
Filtração adicional 
 
É realizada através da adição de placas metálicas, posicionadas junto à janela da ampola ou por dentro
do cabeçote. Na maioria dos casos, utilizam-se placas de alumínio, mas, em alguns casos, também são
utilizadas placas de cobre, que possuem maior poder de endurecimento do feixe.
Para equipamentos radiográficos, a RDC (Resolução de Colegiado da ANVISA) 330 com a
IN (Instrução Normativa) 52 utilizam o alumínio (Al) como referência para determinar a filtração
equivalente total. Nestes equipamentos, o valor referência será de 2,5mm Al e para equipamentos
radiográficos odontológicos intraorais com tensão igual ou inferior a 70kV, filtração total não inferior a
1,5mm Al.
 
Imagem: Adaptado por Wellington Guimarães Almeida
 O espectro de raios X sendo alterado por diferentes composições e espessuras de alumínio e cobre.
EFEITO DA FILTRAÇÃO ADICIONAL
Ao observar a imagem acima, note que, ao utilizar diferentes tipos de materiais na filtração (alumínio (Al)
e cobre (Cu)) e combinação de espessuras (1mm Al, 0,25mm de Cu + 1mm de Al e 0,5mm de Cu +
1mm de Al), o espectro de radiação é consideravelmente alterado. A eficiência de endurecimento do
cobre é maior que a do alumínio. Sendo assim, seria necessária uma menor espessura de Cu para que
se realize o mesmo objetivo. Vale salientar a questão econômica, pois o alumínio custa $1.760 e do
cobre $7.257 (preço em dólares referente a uma tonelada em 10/01/2014), de acordo com a LME e Dow
Jones Newswires.
LME
The London Metal Exchange - Centro mundial de comércio de metais industriais e gerenciamento
de preços e riscos.
A ação de endurecimento do feixe executada pela filtração determina redução da intensidade da
radiação, contudo haverá aumento da energia média. Notem que em nenhum dos cenários existe
alteração da energia pico (energia máxima do espectro). A filtração não altera o espectro discreto da
radiação característica, apenas o contínuo (radiação de frenamento).
javascript:void(0)
ENDURECIMENTO DO FEIXE
Especialista aborda a filtração do feixe, explicando o que é espessura equivalente e como a energia
média do feixe aumenta em função da filtração.
CARCAÇA DO EQUIPAMENTO DE RAIOS X
A carcaça pode ser classificada como cúpula ou cabeçote; para equipamentos com anodo fixo, nos
quais o bloco de alta tensão é integrado à ampola, denomina-se cabeçote e equipamentos com anodo
giratório, nos quais o bloco de alta tensão fica separado da ampola, denomina-se cúpula. Em ambos os
casos, trata-se de uma calota de metal com função de abrigar a ampola, o óleo refrigerante e através de
uma blindagem interna (recobrindo o vidro da ampola), reduzir a emissão isotrópica dos raios X. A
região de interesse de saída dos raios X possui a menor espessura possível para que não tenha um
impacto negativo na energia dos feixes úteis. Nessa região, também encontraremos estruturas
denominadas colimadores.
 
Foto: Shutterstock.com
 Equipamento com carcaça tipo cúpula (anodo giratório).
Ao comercializar um equipamento radiográfico, a blindagem do cabeçote deverá ser certificada pelo
fabricante na instalação do tubo de raios X.
ÓLEO DE REFRIGERAÇÃO DA AMPOLA
O óleo é um isolante térmico que absorve o calor produzido na ampola. Como vimos nos módulos
anteriores, ao produzir raios X em uma ampola, aproximadamente 99% das interações resultaram em
produção de calor. Vimos que esse calor produzido deve ser dissipado da ampola para que sua vida útil
não seja comprometida. Como uma das formas de dissipação de calor é por convecção, será necessário
um processo de encapsulamento do tubo dentro da carcaça realizado à vácuo, ou seja, sem que haja
presença de ar entre o tubo e o cabeçote/cúpula. Além de participar da refrigeração do tubo, o óleo tem
a função de isolante elétrico, pois não permite a geração de corrente elétrica entre os eletrodos externos
ao tubo, relativos ao catodo e anodo. Caso houvesse a comunicação entre os eletrodos externamente
ao tubo, haveria um arco voltaico (arco elétrico), causando a queima do sistema.
ARCO VOLTAICO
“Um arco elétrico (AO 1945: arco eléctrico) é resultante de uma ruptura dielétrica de um gás a qual
produz uma descarga de plasma, similar a uma fagulha instantânea, resultante de um fluxo de
corrente em meio normalmente isolante tal como o ar. Um termo arcaico para ele é arco voltaico
como usado na expressão lâmpada de arco voltaico, já o termo popular mais utilizado é curto-
circuito.”
COLIMADORES
Em equipamentos radiográficos convencionais, os colimadores são compostos por dois pares de
lâminas ou palhetas de chumbo. Cada par possui movimentos independentes no eixo “x” e “y”. Sua
função é delimitar o campo irradiado, variando o campo entre campos quadrangulares e retangulares,
seu tamanho varia de 0x0cm a 43x43cm a 1 metro. Devido à composição do material formador, as
lâminas não permitem a passagem dos raios X, deixando a passagem livre apenas na região central não
coberta por elas.
O uso do colimador possibilita que apenas as regiões de interesse sejam expostas, poupando algumas
regiões cuja exposição à radiação não seria justificada. A ação de colimar uma região anatômica
interfere positivamente no contraste da imagem.
O movimento das lâminas no mesmo eixo, obrigatoriamente, deve ser simétrico. Para isso, a RDC 330 e
IN 52 determinam que, semestralmente, seja realizado o teste de exatidão do sistema de colimação,
evitando a perda dessa simetria.
 
Imagem: Wellington Guimarães Almeidam
javascript:void(0) Imagem ilustrativa dos pares de lâminas delimitando o campo que será exposto.
CAMPO LUMINOSO
O campo luminoso serve para que o profissional de radiologia, previamente, determine a região de
interesse antes da real exposição ao paciente. Ele simula o campo irradiado com a luminosidade de uma
lâmpada. A lâmpada possui um temporizador que pode variar de 20 a 60s. Alguns fabricantes orientam
que não se acenda a lâmpada por mais de 5 vezes consecutivas em um curto intervalo de tempo para
que sua vida útil seja preservada.
Como pode ser visto na imagem abaixo, há um espelho que reflete a luz, reproduzindo o caminho dos
raios X; o espelho possui liberdade de angulação de alguns graus. Para realizar o ajuste do campo
luminoso, basta variar a angulação do espelho e, com isso, a angulação que a luz incide sobre o
espelho muda a conformação do campo luminoso.
 
Imagem: Ciência radiológica para tecnólogos, BUSHONG, Stewart Carlyle, 2010, pág. 160
 Demonstração do campo luminoso.
GRADE ANTIDIFUSORA
A grade antidifusora foi desenvolvida pelo médico alemão Dr. Gustav Bucky, em 1913. Este acessório é
constituído por um conjunto de finas lâminas de chumbo, separadas por um material radiotransparente
(papel, fibra de carbono etc.), cujas bordas superior e inferior são paralelas.
Foram desenvolvidos dois tipos de grades, as fixas e as móveis.
Grades fixas 
 
Não possuem movimento e, por este motivo, as finas lâminas de chumbo atenuam a radiação e acabam
sendo projetadas nas imagens. Apesar desse problema, podem ser utilizadas em exames realizados no
leito.

Grade móvel 
 
Também conhecida como Potter-Bucky, foi desenvolvida pelo médico americano Dr. Hollis E. Potter, em
1915. Seu grande diferencial é a movimentação lateral da grade. Devido ao movimento, ocorre o
borramento, onde o objeto em movimento aparece pouco ou quase nada na imagem e o objeto que está
parado é evidenciado, no caso, as estruturas de interesse no corpo do paciente.
Como o nome sugere, sua função é não permitir que a radiação difusa, espalhada no corpo do paciente,
chegue ao receptor de imagem, prejudicando a qualidade do exame. A presença destes fótons prejudica
qualitativamente a imagem, principalmente reduzindo o contraste.
Os modelos atuais de grade possuem movimento na direção perpendicular das lâminas de chumbo. A
grade sempre estará posicionada após o paciente e antes do receptor de imagem. As principais
características de uma grade são a razão de grade e a frequência de grade.
Razão ou coeficiente de grade (r) ‒ corresponde à razão entre a altura das lâminas de chumbo e a
distância entre elas, representada pela equação.
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Onde r é a razão da grade, D é a distância entre as linhas de chumbo e h é a altura das lâminas de
chumbo.
 
Imagem: Wellington Guimarães Almeida
 Ilustração da grade antidifusora.
 ATENÇÃO
A razão de uma grade pode ser representada de duas maneiras distintas: r = 4:3 e r = 1,33.
A razão de grade, normalmente, pode variar de 5:1 até 16:1, o que significa uma redução respectiva de
85% a 97% na radiação secundária. Em geral, as grades mais usadas possuem razão de 8:1 e 10:1.
Quanto maior for a razão de grade, mais eficientes na eliminação de radiação secundária.
Outras razões de grade utilizadas:
r  =  
 h
D
Tórax (Bucky mural): 12:1 (exames com alta tensão)
Mesa: 10:1
Seriógrafo: 8:1 ou 6:1
A frequência de grade mede o número de linhas ou lâminas por centímetros. Normalmente, os
fabricantes produzem grades com frequências de 25 a 45 linhas por centímetro. Grades de alta
frequência implicam em uma elevação da dose de radiação, mantendo, assim, a qualidade da imagem
obtida.
LOCALIZAÇÃO (MONTAGEM) DE UMA GRADE
A montagem de uma grade requer determinados cuidados: o primeiro cuidado é sobre a centralização
da grade, pois este erro produz um sombreamento não uniforme, evidenciado pelas barras de larguras
diferentes.
 
Imagem: Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica, BONTRANGER, Kenneth L. 2001, pág. 41
 Imagem da grade com e sem centralização e impacto no feixe útil.
Na inversão da posição da grade, esta se comportará como um filtro. Isso se justifica pela inclinação das
lâminas que acompanham o ângulo de divergência do feixe de radiação.
 
Imagem: Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica, BONTRANGER, Kenneth L. 2001, pág. 41
 Imagem da grade na posição correta e invertida e impacto no feixe útil.
Outros problemas observados em grades são:
FOCALIZAÇÃO DA GRADE COM O ANODO
Tem sua origem na utilização de uma distância foco-paciente fora dos padrões usuais. As grades
também possuem uma distância máxima do foco para que não aconteça a filtração excessiva da
radiação.
GRADE NÃO FOCALIZADA
Ocorre pelo não nivelamento da grade em relação ao feixe e receptor de imagem.
 
Imagem: BONTRANGER, Kenneth L. Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica, 2001, pág. 41
 Imagem da grade sem nivelamento e nivelada, e o seu impacto no feixe útil.
Algumas pessoas confundem a função do filtro e da grade antidifusora. Enquanto o filtro retira os fótons
de baixa energia, a grade retira os fótons que interagiram com o corpo e desviaram a sua trajetória.
Enquanto no primeiro caso a consequência do uso é diminuir a dose no paciente, no segundo caso a
consequência é diminuir o borramento na imagem. A grade não diminui a dose no paciente, pois está
posicionada após o fóton interagir com o paciente. Sua utilização requer um aumento da técnica e,
consequentemente, da dose em relação a uma radiografia da mesma região sem o uso dela.
BUCKY MURAL OU VERTICAL
Este componente é responsável por acomodar o receptor de imagem e a grade antidifusora, quando o
exame for realizado na posição ortostática. Sua estrutura anterior é constituída por matéria o mais
transparente possível à radiação, normalmente, composta pelo mesmo material que constitui a mesa,
porém, com dimensão menor.
Em modelos anteriores, sua estrutura era fixada na parede, enquanto em modelos mais recentes, essa
estrutura é fixada em uma coluna vertical, que possibilita regulagem da altura do paciente com o
receptor de imagem.
 
Foto: Wellington Guimarães Almeida
 Gaveta do Bucky mural.
MESA DE EXAMES COM GAVETA PARA FILME
Seu objetivo é acomodar o paciente quando o exame for realizado em algum tipo de decúbito. Além
disso, é responsável por sustentar o filme e a grade antidifusora. O material que compõe a mesa de
exames deve ser rígido para suportar o peso do paciente e, ao mesmo tempo, minimizar a atenuação de
fótons e fina espessura, para que não haja distorção das imagens pelo aumento da distância objeto-
receptor de imagem.
MOBILIDADE DA MESA DE EXAME
FIXAS
Não possuem nenhum tipo de movimento; o cabeçote do equipamento é que se alinha com a região
anatômica de interesse, em movimentos longitudinais e transversais.
MOVIMENTO TRANSVERSAL
Apresenta apenas o movimento na direção da largura da mesa de exame; os movimentos no eixo do
comprimento da mesa serão obtidos através do movimento do equipamento radiográfico pela dimensão
de um trilho.
MOVIMENTO TOTAL OU TAMPO FLUTUANTE
Movimentam-se tanto longitudinalmente quanto lateralmente. Em aparelhos que possuem esse tipo de
mesa, geralmente, o cabeçote e o porta chassi não possuem movimento lateral.
MOVIMENTO VERTICAL
Apresentam movimento vertical no sentido horário, até atingir um ângulo de 90°. Esses equipamentos
auxiliam em procedimentos contrastados, principalmente nas avaliações de intestino e dos rins.
MESA TELECOMANDADA
É um tipo de mesa de exames controlada remotamente pelo profissional de radiologia, através de
controles na mesa de comando e, para isso, possuem motores que a fazem mover em qualquer direção.
PORTA CHASSI E BUCKY MESA
Esses dispositivos são responsáveis pela centralização do receptor de imagem. Existem duas “pás” que
se movimentam de forma sincronizada. Ao movimentar a pá que fica aparente, automaticamentea outra
também se movimenta, garantindo, assim, que o receptor de imagem sempre esteja no meio do porta
chassi.
 
Foto: Wellington Guimarães Almeida
 Gaveta da mesa de exame.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ASSINALE QUAL DAS OPÇÕES ABAIXO NÃO REPRESENTA UMA VANTAGEM
OBTIDA QUANDO SE REALIZA A AÇÃO DE COLIMAR ADEQUADAMENTE UMA
REGIÃO ANATÔMICA.
A) Aumenta a vida útil do tubo, pois o calor será mais bem dissipado.
B) Evita irradiar regiões sem que haja justificativa para o exame.
C) Melhora a qualidade da imagem radiográfica.
D) Aumenta o contraste na imagem.
E) Diminui o índice de radiação espalhada e fótons excessivamente divergentes na formação da
imagem.
2. ASSINALE QUAL DAS OPÇÕES ABAIXO REPRESENTA A FUNÇÃO DA GRADE
ANTIDIFUSORA COLOCADA ENTRE O FILME E O PACIENTE.
A) Evitar que os raios X incidam na tela fluorescente, emitindo luz verde.
B) Evitar que os raios X incidam no filme radiográfico.
C) Reduzir a radiação espalhada originada no filme radiográfico e que chega ao paciente, causando
perda de contraste.
D) Reduzir a radiação espalhada originada no paciente e que chega ao filme radiográfico, causando
perda de contraste.
E) Endurecer o feixe de radiação evitando acréscimo da dose no paciente.
GABARITO
1. Assinale qual das opções abaixo não representa uma vantagem obtida quando se realiza a
ação de colimar adequadamente uma região anatômica.
A alternativa "A " está correta.
 
A ação do colimador em nada tem relação com a produção da radiação e nem com a dissipação de
calor. Sobre as demais opções, ele auxilia na melhoria da imagem e contribui para radioproteção de
regiões que não seriam interessantes ao diagnóstico.
2. Assinale qual das opções abaixo representa a função da grade antidifusora colocada entre o
filme e o paciente.
A alternativa "D " está correta.
 
A principal aplicação da grade antidifusora é relativa à melhoria da qualidade da imagem radiográfica.
Desse modo, é importante que todos os fótons de radiação que espalharam ao interagir no paciente
sejam retirados antes que alcancem o receptor de imagem.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, estudamos do tubo de raios X aos acessórios periféricos para a realização do exame
radiológico convencional. Identificamos os componentes do tubo de raios X e suas funções no primeiro
módulo, abordando o catodo e a emissão de elétrons e sua recepção pelo anodo. No módulo 2,
estudamos a produção de raios X e calor no tubo, assim como as características do espectro
eletromagnético na faixa energética do radiodiagnóstico e demos ênfase à sua importância para a
qualidade da imagem. Por fim, conhecemos os acessórios externos à carcaça do equipamento, que
auxiliam na realização do exame e qualidade do feixe.
Obter estes conhecimentos é de suma importância para o desenvolvimento das competências
profissionais, pois através deles será possível aprimorar suas práticas, culminando na excelência
diagnóstica e melhores condições possíveis para laudos radiológicos.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BIASOLI JR., A. Técnicas Radiográficas. Rio de Janeiro: Rubio, 2006.
BONTRANGER, K. L. Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica. 5. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara, 2001.
BUSHONG, S. C. Ciência radiológica para tecnólogos. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos explorados neste tema, pesquise na internet por vídeos que
abordem a produção de raios X.
CONTEUDISTA
Wellington Guimarães Almeida
 CURRÍCULO LATTES
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