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Aulas transcritas dir adm I

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Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2018.
Aula 01 – Dir. Adm. I
→ Origem e formação do Estado
Tendo a figura do estado em qualquer situação, tem direito administrativo presente.
Qualquer ato do Estado tem direito administrativo envolvido.
O Estado começou como strictu sensu, pois desde que o mundo é mundo o Estado
sempre existiu no sentido amplo, isto é, a sociedade ali era considerada Estado, mesmo
que uma sociedade pequena.
Teoria: 
I) Estado é um elemento universal onipresente: O estado é considerado um elemento
universal e onipresente, significa dizer que o Estado sempre existiu. A onipresença aqui é
porque se diz que o Estado sempre existiu e automaticamente há a presença de estado
quando há pessoas morando em determinado local.
II) Surge a partidas necessidades e conveniências da sociedade: O Estado aqui não
é onipresente uma vez que essa teoria aduz que o estado se origina a partir das
conveniências dessa sociedade. Tendo o grupo, o chefe desse grupo, regras internas e
essa coletividade verificando a necessidade de ter um estado, eles criam um Estado.
III) Características fundamentais: soberania, para o território e finalidade (Estado
moderno – Séc. XVII). Para que o Estado possa existir, é necessário a presença de quatro
elementos fundamentais que são a soberania, povo, território e a finalidade. A partir da
presença dessas características na sociedade é que se tem o Estado strictu sensu.
Essa finalidade pública sempre estará no ramo do direito administrativo.
Esse Estado com essas 4 características é que ele se torna uma unidade
política.
→ Unidade política:
– Conceito de Estado: Após as 4 característica é que se tem uma definição de Estado
que é uma ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum (finalidade pública) de
um povo situado em determinado território.
É através do poder do estado que ele poderá exercer atividades administrativas
visando sempre a finalidade pública.
– O Estado é um ente personalidade → Personalidade jurídica do Estado → Sujeito 
de direitos e deveres (pessoa jurídica).
Para que o Estado responda por seus atos ele tem que ter personalidade jurídica, 
isto é, tem seus direitos e deveres, ele possui personalidade jurídica.
Surge o estado como ente personalíssimo mediante as teorias abaixo:
Teorias: ambas afirmam que o Estado tem e tem que ter personalidade jurídica, mas elas
divergem quanto ao surgimento dessa personalidade jurídica.
I) Kelsen e Savigny (Teoria ficcionista): a lei é que vai conceder ao estado em si a
personalidade jurídica. É uma criação, ficção da lei, ficção jurídica. Aqui nasce o respeito
as leis do Estado.
II) Teoria da personalidade jurídica do Estado: É a que prevalece. A personalidade não
é uma criação da lei, mas sim nasce da própria essência do Estado.
Art. 41, I – III CC/02 – Pessoas jurídicas de direito público
– Materialização do Estado em todos os entes da federação → forma federativa.
– Função administrativa – art. 18, CFRB/88 – Descentralização política – repartição de 
competência descrita na CF. Descentralização política é a repartição das competências. 
Os entes da federação possuem autonomias.
Autonomias dos entes federativos
1) Auto Organização: possibilidade de se organizar através da criação de suas
constituições e leis. V.g.: O município tem sua lei orgânica, o Estado tem sua constituição,
etc.
2) Auto Governo: realização de eleições em que a coletividade escolhe seus
representantes.
3) Auto Administrativo: Função administrativa previsto na constituição, isto é, por
exemplo, realização de concurso público, contratos, etc. 
 – Direito Administrativo – Relação com o surgimento do Estado de Direito (Século XIX).
Conceito: 
Normas + Princípios 
Interesse público → Finalidade
Relações: Estado – administrador
Estado – coletivo 
– Objeto:
Administração pública.
De direito Administrativo
Conceito: 
1) José dos Santos Carvalho Filho: é o conjunto de normas e princípios que, visando 
sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do 
Estado e entre este e a coletividade a que deve servir. 
2) Maria Silvia Zaniele di Pietro: é o ramo do direito público que tem por objetivo os 
órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a administração pública,
atividade jurídica não contenciosa que exerce e os que bens que se utiliza para a 
consecução de seus fins de natureza pública. 
3º Helly Lopes Meireles: É o conjunto harmônico de princípios que regem os órgãos, os 
agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os 
fins desejados pelo Estado. 
Rio de Janeiro, 07 de março de 2018.
Aula 02 – Dir. Adm. I
O estado dotado de poder político quando verificamos que esse Estado tem
personalidade jurídica e a partir do momento em que o próprio cria leis ele está se
subordinando a elas mediante a personalidade jurídica.
O dir. adm sempre existiu, pois sempre houve, por exemplo, o rei quando delegava
algo havia uma normativa a ser seguida, porém não ocorria uma positivação, isto é, não
havia uma subordinação do Estado para com essas normas. 
Def. de dir. adm: conjunto de normas e princípios sempre voltados para o
interesse publico, isto é, todo agir é voltado para o interesse público.
– Objeto: Administração pública
O objeto do dir. administrativo é a administração pública (entes) que está presente 
no agir, nas funções.
 – Características: 
I) Direito novo: como ele foi positivado com a instituição do Estado de direito (sec.
XIX) então ela é considerado um ramo do direito mais novo tendo em vista os demais
direitos.
II) Direito mutável: assim como qualquer outro direito, isto é, a partir de novas 
conveniências, necessidades e afins, para se adequar a realidade.
III) Direito sem formação: Não terminou seu ciclo de abrangência como todos 
outros direitos.
 – Fonte: lei – fonte primária. Jurisprudência, doutrina, costumes é secundário.
 – Administração pública, essa nomenclatura tem 2 sentidos:
Objetivo: A própria atividade (Função administrativa). 
Subjetivo: Sujeito, v.g., os entes são a administração pública.
– Administração pública é diferente de Poder executivo (não é sinônimo): porque o poder
executivo a função típica é realizar a administração pública, isto é, aplicar a lei para
realizar a administração pública.
O Estado sendo uma administração pública, ele vai ter diversas funções a serem
realizadas e esses Estados em si, internamente, por terem diversas funções
desempenhadas eles dividem essas funções através de seus órgãos. Esses órgãos que
são integrantes
 – Órgãos públicos – Repartições internas com funções determinadas. V.g.: união tem 
como órgão os ministérios, p.ex. 
 – Estado é uma pessoa jurídica – externas suas vontades através de seus agentes.
 – Reserva legal: art. 48, XI CP. 
 – Relação entre o Estado/órgão/agente: O agente em si é o próprio elemento físico do
Estado, é somente através do agente público que você pode externar a
vontade/competência do poder público.
Todo órgão público ele é criado por lex, isto é, sempre será pautado pela reserva 
legal. Então não cabe ao chefe do poder executivo através de um decreto ou de qualquer 
outro ato normativo criar/extinguir um órgão internamente, é necessária a presença da lei.
- art. 48, XI CP (princípio da reserva legal). 
Existem 3 teorias para a relação entre estado x órgão x agente. Aqui versa como o 
Estado responde sendo ele um sujeito de direitos e deveres mediante a sua 
personalidade jurídica. 
→ Teorias: 
I) Mandato: o próprio Estado outorga um mandato aos seus agentes públicos (mandatário
do estado). Não prevalece porque não tem possibilidade de outorgar um mandato aos
agentes públicos. Aqui o instituto mandato não se adequa a personalidade jur´dica do
Estado.
II) Representação: o agente público seria um representante do poder público. Contudo,
essa palavra representante, no código civil, versa sobre aqueles que são incapazese
qualquer incapaz não é responsabilizado.
III) Órgão – imputação volitiva: é a que prevalece hoje. É a teoria da personalidade
jurídica. O Estado tem suas competências/funções/atividades administrativas e como ele
é uma pessoa jurídica e não consegue externar suas ações, contrata agentes e distribui
em órgãos. Quando o agente pública que exerce uma atividade é o Estado que está
realizando.
Quando houver prejuízo para nós, coletividade, mesmo sendo o agente que
praticou, é o Estado quem responde. Mesmo o agente agindo com dolo e culpa quem
responde é o Estado. Contudo, caso o Estado queira entrar com uma ação regressiva ao
agente pode acontecer. 
 – Conceito de órgão: Compartimento na estrutura estatal a que são cometidas funções 
determinadas, sendo integrado por agentes que, quando as executam, manifestam a 
própria vontade do Estado. 
V.g.: se o agente faz algo de errado, entramos com uma ação em face do Estado, 
contudo, porque não entramos contra o órgão? Em regra, o órgão é despersonalizado, ele
é apenas um compartimento interno, tendo essas divisões internas suas funções. Já que 
ele não tem personalidade ele não tem legitimidade ad causum.
O órgão é despersonalizado → não tem capacidade processual*
* Exceção dos órgãos públicos de natureza constitucional (as funções dos órgãos estão
presentes na constituição) quando se trata de defesa da sua competência. Caso ocorra
violação a competência para defender a sua competência os órgãos podem ingressar ao
poder judiciário (mandado de segurança). Órgãos de alto escalão (seres independentes e
autônomos). V.g.: ministérios.
Questões de um órgãos ingressar no judiciário, muito em relação ao poder
legislativo que possui órgãos, como por exemplo, a câmara municipal x Prefeito. Contudo,
a função da câmara é verificar as contas do Prefeito. Caso o Prefeito não preste as contas
à câmara, ele está violando uma norma constitucional. Então, poderá a câmara entrar
com um mandado de segurança.
Então, concluímos que aqui pode nascer a capacidade processual
(P1) Órgãos despersonalizados e exceções.
 – Classificação dos órgãos
I) Quanto à pessoa federativa: todos os entes da federação podem ter internamente seus
órgãos.
II) Quanto a sua situação estrutural: a) diretivos: órgãos de direção e b) subordinados:
órgãos de execução de ordens.
III) Quanto a hierarquia: Independentes (alto escalão – possuem autonomia financeira,
administrativa, v.g.: Presidência da República, STF), autônomas (possuem autonomia
financeira, administrativa, porém estão subordinados aos órgãos independentes. V.g.: os
ministérios), superiores (não possuem autonomia financeira, apenas possuem autonomia
administrativa. V.g: Superintendência da polícia federal) e subalterno (não possuem
autonomia, eles são os de execução, cumprem ordens dos órgãos acima).
IV) Quanto a composição: em regra são compostos por agentes públicos e essa 
composição pode ser singulares (apenas uma pessoa no órgãos – v.g. presidência da 
república) e coletivos (existem vários agentes no órgãos).
Unitária: é aquele órgão que tem vários agentes e tem a figura do diretor/coordenador.
Mas não basta a vontade do diretor para expressar a vontade do órgão. V.g.: Secretaria
de Saúde.
Plúrima: Orgaos coletivos de representação plúrima tem que expressar sua vontade, mas
essa expressão tem que ser resultado da manifestação dos agentes. Aqui se tem o placar.
V.g.: os tribunais colegiados, STF, comissões, etc. 
– Relação com outros ramos jurídicos: O direito adm. com o dir. constitucional tem relação
direta uma vez que a própria constituição dita regra de direito administrativo (a partir do
art. 37 da CRFB/88).
Tem relação direta com direito penal, há no código penal o crime de peculato que é
um crime contra a administração pública.
Dir. tributário também tem relação direta uma vez que o conceito de poder de
polícia está definido no código tributário e, também, a cobrança de impostos uma vez que
é a figura do estado quem cobra.
No direito do trabalho há a relação direta com o dir. administrativo uma vez que
ainda existe a contratação no regime celetista (vide caso COMLURB).
Coletivos
Representação Plúrima
Representação Unitária
Rio de Janeiro, 14 de março de 2018.
Aula 03 – Dir. Adm. I
Evolução dos Estados contemporâneos
→ Positivação dos direitos fundamentais. 
1) Estado liberal: direitos fundamentais de 1ª geração – direitos civis
 Sucede ao estado totalmente totalitário – mãos de ferro, o governante detinha os
direitos dos indivíduos.
→ Vida, integridade física, liberdade, propriedade.
→ Diretos negativos – funcionavam como linhas constitucional ao poder não mais 
ilimitado do Estado. 
→ Medidas abstencionistas: vedação à censura, não intervenção na propriedade e nem
na vida particular dos indivíduos (acaba não tendo muita noção das necessidades dos
indivíduos. Vai continuar prestando os devidos serviços a coletividade, mas não tem
noção das necessidades, por isso será precário a prestação. Então, o Estado fornecerá
mais coisas em âmbito geral, tais como defesa e segurança, etc). 
→ Atividades: defina nacional, relações internacionais, manutenção de ordem interna,
proteção da moeda e da justiça.
→ Crise: Liberdade meramente formal (No sentido de estar apenas escrita no papel. O
estado não desempenha funções para que essa coletividade possa usufruir da sua
liberdade), crises sociais, desigualdade de fato, liberdade de oprimir os fracos (aquele que
tem o poder aquisitivo maior vai oprimir mais os fracos), menor mediação legislativa e
alocação de recursos.
2) Estado Social: está relacionado aos Direitos fundamentais da 2ª geração – direitos 
sociais.
O estado social vaio se aproximar da coletividade. Ele vai começar a intervir, atuar
de forma positiva em prol da coletividade. Igualdade no sentido de que todos terão os
mesmos direitos. O estado passa a ser:
 – Prestacional, reparador e distribuidor de riquezas
 – Busca de uma igualdade material
 – Prestações positivas – proteger e assegurar os direitos sociais
– Estado intervencionista: Prestador de serviços públicos essenciais. Atuação na esfera 
econômica → obrigação de fazer.
Intervem para beneficiar, prestar serviços a coletividade. Intervem também na área
privada (bancos, etc) com a intenção de gerar uma subsistência a coletividade para que
essa coletividade possa usufruir das suas garantias constitucionais.
 – Definir, executar e implementar as políticas sociais.
Crise dependência dos indivíduos em relação as prestações públicas quando uma massa
de necessitados (assistencialismo), custos e dívidas geradas ao Estado/ mau
atendimento/ insatisfação/ inferência. 
* Desestatização – privatização, concessões.
O Estado não larga mão de sua competência, mas sim transfere a execução para as
mãos do particular e o Estado fiscaliza o serviço, porque aquele serviço continuará sendo
um serviço público. 
3) Estado regulador – agente regulador: 
A saída que o Estado conseguiu para acabar com a estagnação, diminuir/desinflar
a máquina estatal foi a instituição do Estado regulador (art. 75 da CRFB/88).
– Delegação dos serviços aos particulares ou criação da administração pública indireta →
Atuação indireta. Ele poderá criar entidades específicas (autarquias, empresas públicas) e
elas terão uma finalidade específica e atividade especializada para prestar serviços com
mais eficiência (busca de resultados) para a coletividade.
 – Descentralização – Princípio de eficiência – dever funcional de proporcionar resultados 
concretos e materializados → administração de resultados.
 – Diminuir a máquina Estatal. Redução de custos!
 
Rio de Janeiro, 21 de março de 2018.
aula 04 – Dir. Adm II
→ Princípios administrativos
– Postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da administração pública.
Limitam a atuação do poder estatal, ou seja, os princípios nortearão e limitarão o agente
público. A lei é omissa no como o administrador deve realizar a sua atividade.Então, ele,
o administrador, utiliza os princípios, isto é, os princípios norteiam o administrador na falta
de lei. As condutas serão justificadas pelos princípios administrativos.
Robert Alexy aduz que o princípio seria um tipo de norma jurídica e que essa
norma seria o gênero e tem como espécies regras e princípios . Então, a partir do
momento em que os princípios são considerados normas jurídicas quando violamos os
princípios violamos uma norma jurídica.
→ Princípios expressos – art. 37 da CRFB/88. São os princípios que estão elencados
na constituição e todos os entes deverão cumprir os princípios LIMPE.
1) Princípio da legalidade: É através desse princípio a lei será diretriz básica da conduta
dos agentes da administração. Toda e qualquer atividade administrativa deve ser
autorizada por lei.
 – Esse princípio vem em consonância com a Instituição do Estado de Direito. Isso
significa dizer que → O Estado deve respeitar as próprias leis que cria. Caso seja violado
esse princípio a conduta deverá ser retirada do mundo jurídico e o agente penalizado.
– Garantia do direito dos indivíduos. A partir do momento em que o agente respeita as
leis, ele respeita o direito de garantia da coletividade.
V.g.: O edital do concurso público quando prevê as funções desempenhadas pelo
cargo que está em concurso.
2) Princípio da impessoalidade objetiva a igualdade de tratamento – Está vinculado
ao Princípio da isonomia: A administração pública deve voltar-se exclusivamente para o
interesse público (Princípio da finalidade).
V.g.: O agente não pode realizar atos que beneficie a si ou a terceiros, mas sim a
coletividade (agir sempre em prol da coletividade).
3) Princípio da moralidade ou probidade administrativa: preceitos éticos que devem
estar presentes na conduta do agente.
Probidade administrativa, honestidade, lealdade, boa-fé.
O agente tem que ser um bom administrador
 – Medidas de proteção caso haja a violação do princípio da moralidade:
Normas
Regras
Princípios
→ Normas que podem ser
cumpridas ou não.
→ Mandamentos 
definidos.
→ São espécias de Normas 
que ordenam que algo seja 
realizado na maior medida 
possível dentro das 
possibilidades jurídicas e 
fáticas.
→ Mandamentos de otimização.
a) Atos de improbidade – lei 8429/92: Consta no art. 37 §4º da CRFB/88 que os atos de
improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei (lei 8429), sem prejuízo da ação penal cabível.
b) Ação popular – art. 5º, inciso LXXIII da CRFB/88 – Lei 4717/65. Visa o patrimônio
público e que qualquer um do povo sendo cidadão pode impetrar a ação popular em face
da descoberta da violação contra o patrimônio público.
c) Ação civil pública – art. 129, inciso III da CRFB/88 (MP) – Lei 8625/93. Esta ação pode
ser proposta não só pelo MP, mas como também pela defensoria pública. 
d) TCU: Pertence ao legislativo e do art. 70 ao 75 da CRFB/88 tem suas funções
elencadas. As funções precípuas deste tribunal é a realização do controle externo,
podendo ele fiscalizar qualquer pessoa que utilizar de dinheiro público.
e) CPI’s: As comissões Parlamentar de Inquéritos investiga as ações que veem a violar a
constituição praticada por qualquer administrador público. Rementendo após toda
investigação os documentos ao MP.
f) Súmula vinculante nº 13: Veda o nepotismo, isto é, indicação de parentes ao cargo
público. V.g.: esta súmula também veda as nomeações recíprocas, como por exemplo,
uma juíza é amiga de outra juíza. Ambas possuem dois filhos. Uma juíza indica o filho da
outra tentando burlar o sistema de vedação ao nepotismo. Contudo, isso, mediante essa
súmula é vedado!
4) Princípio da publicidade – ampla divulgação dos atos praticados.
Transparência 
 – Direito de petição – art. 5º, inciso XXXIV, línea “a” da CRFB/88: o cidadão ingressar
com recurso, reclamação, perante a administração pública (esfera administrativa). V.g.:
quando você recebe uma multa de trânsito e vai recorrer.
 – Obtenção de certidões – art. 5º, inciso XXXIV, línea “b) da CRFB/88: Conceder uma
certidão para atestar o direito, sendo o ato público. V.g.: quando você vai ao fórum e pede
aquele atestado de que você compareceu o local.
 – Exceções a este princípio – sigilo de informações quando se revela indispensável à
segurança da sociedade e do Estado (art. 5º, inciso XXXIII da CRFB/88). V.g.: inquérito
policial pode ser sigiloso para proteção e interesse da sociedade.
5) Princípio da Eficiência: Esse princípio entrou com uma emenda na constituição por
conta das reclamações da coletividade quanto a eficiência dos atos públicos. “qualidade
do serviço prestado”. Os servidores públicos devem ser capacitados para prestar um
serviço de melhor qualidade, um serviço mais eficiente. (art. 37 §3º da CRFB/88).
Resultado positivo para a coletividade.
Rio de Janeiro, 28 de março de 2018
Aula 05 – Dir. Adm I 
→ Princípios Implícitos: estão nas doutrinas, jurisprudências, etc.
1) Princípio da Supremacia do Interesse Público: caso haja conflito entre o público e o
privado, o público prevalecerá. V.g.: desapropriação para gerar benefícios a coletividade.
As atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício da
coletividade.
Esse princípio deriva dos poderosos da administração.
Aqui se pode valer de cláusulas exorbitantes em prol do interesse público (não tem
aqui cláusula paritária), isto é, quando se tem o poder público no polo contratual pode ter
cláusulas exorbitantes em prol do interesse da coletividade.
2) Princípio da autotutela:
Controle dos seus próprios atos impedindo a ingerência do Poder Judiciário. Pode
rever, revogar e anular seus atos. Deverá ter um Controle interno (fiscalizar internamente)
os atos praticados pelos agentes e se houver irregularidade (vício de ilegalidade) nesses
atos, a própria administração pode anular aquele ato administrativo sem recorrer ao poder
judiciário – revisão. 
Revogação – se atem a aspecto de mérito. O ato administrativo é perfeito, isto é, não
contraria a lei, porém, por alguma razão de conveniência ou de oportunidade o poder
público decide retirar do mundo jurídico. V.g.: digamos que no Méier tem vários bares e
uma calçada larga. Como a calçada é pública os bares solicitam a administração pública
(prefeitura) para utilização da calçada. O poder permite por questões de mérito, mas
depois ele revoga pois não é mais do interesse uma vez que está recebendo reclamações
das pessoas que passam nessa rua com os bares ocupando a calçada.
Anular - 
– Rever aspectos: 1) de legalidade; 2) de mérito.
Súmulas – 346 e 473 do STF. Anulação de atos, revogação por motivo de conveniência,
etc. 
3) Princípio da hierarquia
Estabelece as relações de coordenação e subordinação entre órgãos
(independentes, autônomos, subalterno, etc) e agentes da administração pública.
Prerrogativas: a) rever atos dos subordinados (v.g.: o seu chefe pode rever seu ato); b)
delegar e avocar competência – art. 12-15 lei 9784/99 (processo administrativo) – delegar
competência significa transferir a execução da competência para seu subordinado
devidamente publicado em diário oficial. Também pode acontecer em órgãos e pessoas
que estão no mesmo patamar. A avocação, por sua vez, é a competência do subordinado
(órgão ou agente) que excepcionalmente transfere para seu superior a competência
(momentâneo); c) punir os subordinados: poder disciplinar que é a possibilidade do poder
público punir. É sempre o órgão ou agente superior.
4) Princípio da Indisponibilidade
Os bens e interesses públicos não pertencem à administração nem a seus agentes,
cabendo apenas geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade. Aqui
prevalece a indisponibilidade dos bens, isto é, não pode ceder seus bens, aceitar
depredação do patrimônio, etc.Porque a coletividade é da coletividade, cabendo a
administração pública apenas gerir, conservar e velar.
Bens dominicais: estão na administração pública e não são utilizados, eles podem ser
alienados, isto é, vendidos, mas tem todo um processo pra tal. Licitação, ampla
publicidade, etc. 
5) Princípio da Segurança Jurídica (Proteção a confiança) 
Visa gerar a Estabilidade, ordem, paz social e previsibilidade das atuações estatais.
Evitar mudanças abruptas, sobressaltos e surpresas decorrentes de ações
governamentais.
Foi introduzido no direito brasileiro, mas é conhecido mundialmente, contudo
internacionalmente este princípio se subdivide. O princípio tem relação com o tempo, pois
o tempo realizado por aquele ato administrativo ele tem que ser mantido para gerar uma
segurança jurídica a autoridade. A proteção a confiança seria o aspecto subjetivo, isto é, a
coletividade confiando na administração público em que aqueles atos praticados estão em
conformidade com a lei. É a relação subjetiva da coletividade com a administração
pública.
O princípio da segurança jurídica, por sua vez, aduz que aquele ato foi praticado e
com o passar do tempo este ato não se modificará. 
V.g.: vamos supor que a administração pública muda o ato normativo todos os dias.
Mediante este princípio não pode, uma vez que há essa proteção.
Vamos supor que um ato normativo foi publicado, contudo, o administrador mesmo
de boa fé, publicou erroneamente o ato normativo. Este ato se torna ato de fato e
beneficia a coletividade. O administrador mantém o ato normativo por um tempo para que
não prejudique a paz social, estabilidade, etc.
Digamos que em 2010 a Prefeitura deixou um erro escapar na cobrança do IPTU
no prédio da UCAM. A cobrança de IPTU foi indevida uma vez que cobrou um valor
irrisório e não o valor certo. Com a nova administração, o Prefeito verifica que houve o
erro. Ele pode cobrar? Já passou mais de 5 anos, etc. Então, por ter gerado efeitos
positivos e passado o prazo de 5 anos, o Prefeito deixa isso de lado visando a paz social.
(Vide art. 54 da lei 9784).
6) Princípio da obrigatória motivação/justificação
Todos os atos administrativos devem ser justificados, motivados. Quando o
administrador pratica os atos ele tem que justificar conforme a lei, princípios, etc. V.g.: a
professora é multada por avanço de sinal na rua dias da cruz no Méier. Qual foi a
motivação? Ela avançou o sinal que é uma infração gravíssima no CTB (justificativa).
Dever de indicação dos pressupostos de fato (o fato ocorrido) e de direito (a lei)
que determinaram a prática do ato. 
Art. 2, §único, inciso VII da lei 9784/99.
Fundamentos: a) art. 93, inciso X da CRFB/88.
b) art. 50 da lei 9784/99 (LER)
 – Motivação dispensada (EXCEÇÃO!!!)
a) Motivação evidente: V.g.: quando os guardas municipais (agentes de trânsito) avistam
um sinal quebrado e começa a emanar ordens para que se ultrapasse o sinal ruim. Ele
pode mediante o motivo evidente. Entende-se ali que o agir do agente é voltado pelo
interesse público.
b) Motivação inviável: V.g.: Sinais de trânsito quando estão funcionando e o vermelho é
parada obrigatória. Ou seja, não tem como ficar conversando com o sinal para que ele
mude ou entre em conflito com o sinal por discordância de cores. 
c) Motivação e exoneração de cargos comissionados: cargos de confiança que são
indicados. Os indicados podem ser exonerados sem nenhuma motivação.
7) Princípio de precaução
Origem no direito ambiental. 
– Em caso de Risco de danos graves e degradação ambientais, medidas preventivas
devem ser adotadas de imediatos. É o poder público se antecedendo!
 – A administração pública, os agentes públicos deverão analisar as Ações (do particular)
que possa acarretar risco a coletividade deve a administração adotar postura de
precaução. V.g.: algum bar quer realizar uma atividade, quer construir algo, etc.
Inversão do ônus da prova, isto é, caberá ao particular que estiver solicitando algo
que confronte a administração pública com técnicas específicas, estudos, etc. (provas),
cabíveis dizendo que não haverá nenhum risco de danos graves e degradação ambiental
mediante o pedido do solicitante. 
V.g.: A passarela Tim Maia foi interditada mediante o princípio da precaução uma
vez que ela caiu uma vez mediante evento da natureza.
Rio de Janeiro, 04 de abril de 2018.
Aula 6 – Dir. Adm I
Esses dois princípios se complementam, pois ambos têm relação direta com a
própria conduta do agente, em que esses dois princípios servem de limites para o
exercício da conduta do agente, limitação do poder. Vem pra evitar um excesso de poder
dos agentes.
O agente tem que analisar muito a situação para evitar um prejuízo maior a
coletividade.
8) Princípio da razoabilidade
A conduta do agente deve-se apresentar dentro dos padrões normais da
aceitabilidade. Realizações das funções (decisões) com equilíbrio, coerência e bom
senso. Visando sempre o bem-estar da coletividade.
Como o agente vai conseguir vislumbrar que conduta é razoável, é aceitável? É a
partir daí que vem o princípio da proporcionalidade para nortear, ou seja, ambos se
conectam, atuam de forma conjunta. É através do princípio da proporcionalidade que o
agente descobre como ele tem que realizar tal demanda, tal função, tal decisão, elegendo
o melhor meio possível, o menor prejuízo possível.
9) Princípio da proporcionalidade
O grande fundamento desse princípio é evitar o excesso de poder e o fim a que se
destina é exatamente a de conter atos, decisões e condutas de agentes públicos que
ultrapassem os limites adequados com vistas ao objetivo almejado pela administração. O
objetivo é sempre o interesse público na utilização de meios proporcionais para alcançar o
objetivo.
 – Tríplice fundamento: traz essas três situações para que o agente as utilize quando
agir.
1) Adequação: o meio empregado na atuação deve ser compatível com o fim almejado. É
o melhor meio possível para se chegar ao fim desejado?
2) Exigibilidade: a conduta deve ter-se por necessária, escolhendo o meio que causar o
menor prejuízo possível para a coletividade.
3) Proporcionalidade em sentido estrito: ponderação entre a intensidade da medida
empregada e os fundamentos jurídicos que lhe servem de justificativa.
V.g.: Existe uma lan house perto de um colégio. Nesse estabelecimento a entrada era
liberada para qualquer idade, sendo menor ou de maior. Começou-se a perceber que
naquele bairro havia um enorme número de casos de pedofilia, pornografia e afins. A
administração pública vendo aquilo tomou uma providência equilibrada dando uma
providência razoável através da proporcionalidade.
Mas, vamos supor que a administração pública decide fechar todos os estabelecimentos
desse bairro devido a esse aumento de casos de pedofilia. Essa decisão é razoável? É
proporcional? Claro que não! Deveria apenas fechar a lan house, pois seria mais
ponderável, razoável, proporcional.
------------------------ x ------------------------
→ Poderes administrativos
– Ligado a ideia do princípio da supremacia do interesse público. Se o agente não tem
uma conduta idônea, ele deverá ser julgado conforme o processo administrativo
disciplinar e se for culpado deverá sofrer a penalidade cabível. O que isso tem a ver com
o princípio da supremacia do interesse público? O agente prejudicou o interesse público
ao praticar ato infracionário.
(VAI CAIR NA PROVA) Teoria do órgão: o agente público age como se fosse a
administração pública. Isto é, o poder será representado pelo agente público quando ele
age na sua condição de agente público. Caso ele cometa algum ato infracionário (gerar
danos) quem responderá é a administração pública, pois segunda essa teoria o agente
age em imputação volitiva.
– Prerrogativas indispensáveis a consecução dos fins públicos.
O agente público tem deveres e poderes.– Poderes – deveres.
 – deveres dos agentes públicos.
1) Dever de agir: Aqui está vinculado ao princípio da legalidade, na qual o agente só
pode agir (função desempenhada pelo agente) se estiver pautado em lei. São
irrenunciáveis (não pode abrir mão), devem ser obrigatoriamente exercido pelos titulares.
Muita das vezes pode se ter a delegação de competência. Normalmente é o superior
hierárquico que ordena, mas ele também pode além de ordenar, trazer pra si a
competência. Quando ele delega a competência, ele não quer dizer que ele se torna
incompetente, mas sim apenas delega aquela função momentaneamente.
2) Dever de eficiência: Relacionado ao princípio da eficiência. O agente tem que ter
qualidade nas atividades administrativas. V.g.: o servidor tem que passar por uma
avaliação de desempenho, etc.
3) Dever de probidade: Está ligado a moralidade e o agente tem o dever de ter uma
conduta leal, justa, relacionada a integridade do caráter do agente no momento da
realização de sias atividades. Caso o agente venha a descumprir a probidade, pode gerar
a improbidade administrativa.
Art. 37 § 4º da CRFB/88 c/c lei 8429/92. Versa sobre as penalidades e a regulamentação
todo o processo de julgamento dos atos de improbidade administrativa, respectiva.
4) Dever de prestar contas relacionadas ao princípio da indisponibilidade: A
administração pública tem o dever de proteger, administrar. 
 – Uso do poder: Utilização normal dos poderes – agir dentro dos padrões da lei.
Inverso do dever do poder, ou seja, abuso do poder por parte do agente público.
 – Abuso de poder – conduta ilegitimado administrador, quando atua fora dos objetivos
expressa ou implicitamente traçados na lei.
Esse abuso de poder pode se apresentar de 2 formas: 1) Excesso de poder: o agente
atua fora dos limites de sua competência.
2) Desvio de poder/finalidade: o agente embora dentro de sua competência, afasta-se do
interesse público que deve nortear o desempenho administrativo.
P1 → Até hoje é a matéria da prova.
Não pode usar a lei.
Exemplo de questões de prova: 1) Explique o princípio da proporcionalidade e como é sua
fundamentação. R.: Tríplice fundamento.
2) Teoria do órgão: caso concreto. O agente age como a administração pública.
3) Disserte o princípio tal e suas exceções.
4) Explique o Estado social e suas características. Explique o estado social e suas
características. Qual foi o motivo da crise do estado social? Qual o estado que vigora
hoje? Regulatório? Cite as características.
Obs.: quando a professora colocar indique, ela quer que apenas diga. Dissertar é para
escrever, redigir.

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