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Jogar bola ou peteca na Educação Física

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Prévia do material em texto

Secretaria de Estado da Educação 
Superintendência da Educação 
Departamento de Políticas e Programas Educacionais 
Coordenação Estadual do PDE 
MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO – FOLHAS nº 4676 
 
 
 
Escola: C.E. Tomaz Edison de Andrade Vieira NRE:Maringá 
Autor: Denise Pirolo e-mail: dpirolo@bol.com.br 
Nível de Ensino: Fundamental 
Título: “Jogar bola” outra vez... ou Peteca? 
Disciplina: Educação Física 
Conteúdo Estruturante: Esporte 
Conteúdo Básico: Esportes Individuais 
Conteúdo Específico: Peteca e Badminton 
Validador disciplina Folhas: Roberta Vilas Boas 
Validador relação interdisciplinar 1: Mario Bogoni 
Validador relação interdisciplinar 2: Ilda Quaglia 
 
 
JOGAR BOLA OUTRA VEZ... OU PETECA? 
Denise Pirolo1 
Quando vamos para a aula de Educação Física, a primeira coisa que vem na 
nossa cabeça é... 
 
 
 
 
Imagem 1: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br 
 
 
Isso mesmo. Futebol... E alguém logo grita: “Oba! Vamos jogar bola hoje!” 
 
Afinal, viemos para escola para aprender a jogar bola, não é? Mas, o que há 
de diferente e de importante além de ‘jogar bola’? Vamos refletir... pois, será que 
existe alguma relação entre jogar bola e a peteca? 
 
1 Colégio Estadual Tomaz Edison de Andrade Vieira. 
1 
 
...“Bola de meio, bola de gude o solitário não quer 
solidão... há um menino, há um moleque cravado 
dentro do meu coração.... 
Trecho da música BOLA DE MEIA, BOLA DE 
GUDE (Milton Nascimento, 1980) 
 
 Sabemos que correr atrás de uma bola é 
emocionante, é pura diversão. É bem possível que a 
bola tenha sido um dos seus primeiros brinquedos na 
infância. Esse hábito vem persistindo nas famílias. 
Quem nunca chutou uma bola de plástico, de meia, 
de papel, de lata ou de qualquer outro material? 
Chutar a 
bola é um hábito 
que acompanha o 
ser humano desde tempos primitivos. No século I 
a.C.,os gregos utilizavam bexiga de boi cheia de 
areia, por exemplo. Mas será que o futebol é o dono da bola ou da Educação Física? 
Você consegue identificar as atividades que são mostradas abaixo? Quais 
dessas atividades você já jogou? Note que todos são esportes com bola: futebol de 
campo, tênis de campo, basquetebol, futebol americano, hóquei sobre grama e 
voleibol. Quais delas nem ouviu falar? O que elas têm em comum? Sem dúvida são 
pelo menos duas coisas: todas necessitam de bola 
para serem praticadas, e são todas atividades 
esportivas. 
Você conhece alguém com mais de 30-35 
anos de idade, que já concluiu o Ensino Médio? 
Caso positivo, pergunte a essa pessoa quais 
atividades costumava praticar nas aulas de 
Educação Física, quando frequentavam a escola. É 
bem possível que a resposta seja o esporte. Isso 
porque havia um tempo, década de 60 e 70, em que a escola se via na obrigação de 
formar atletas de: voleibol, handebol, basquetebol e futebol. Até então a ginástica 
dividia espaço com o esporte. Na década de 80 e 90 o esporte foi o “jogador titular” 
da Educação Física. Apesar de o esporte continuar sendo muito popular nas 
escolas, essa situação vem mudando pouco a pouco. 
Assim fica fácil entender o porquê ao falarmos em Educação Física, logo nos 
vem à cabeça bola. Ainda, muitas pessoas 
pensam que a escola é lugar de treinamento 
esportivo e fazem uma confusão entre o esporte 
da escola e esporte na escola. 
Além disso, a escola tem contribuído para 
que o futebol fosse o mais popular entre os 
demais esportes. Podemos dizer que as famílias, 
o governo e os meios de comunicação (televisão, 
rádio, jornais) também incentivaram muito. 
Levante a mão quem, ao assistir uma partida, não 
ficou morrendo de vontade de ir “bater uma 
bolinha”. 
Daí vem a pergunta: na escola é correto 
jogar futebol o ano todo, todos os anos, sem 
aprender outra atividade? Vamos discutir em 
aula? 
Vamos fazer um esforço: lembra do que 
você costuma brincar com seus amigos, avós, 
pais, irmãos e vizinhos? 
 
Imagem 3: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br 
 
 
Imagem 2: Jogo de Bola? - em grafite - Acervo 
pessoal (2008) 
 
 
Imagem 4: Painel (www.diaadiaeducacao.pr.gov.br) 
 
2 
 
Curiosidade: A população dos índios paranaenses 
é pré-cabralina (anterior a chegada de Pedro 
Álvares Cabral e sua tropa portuguesa), são 
consideradas as principais: as PROTO-TUPI - 
Família Tupi-Guarani; e as MACRO-JÊ - 
Família Jê. Atualmente, os indígenas que vivem 
no Paraná são os Caigangues. 
Reflexão: Percebeu a diferenças de cultura entre meninos e meninas? Nas nossas famílias existem diferenças nas tarefas 
do lar? Por que as meninas não podiam brincar como os meninos? Percebeu que naquela época, o indiozinho brincava ao mesmo 
tempo em que se preparavam para a fase adulta e para o trabalho? 
Agora, observe as atividades no painel. Você consegue reconhecer todas as 
atividades? Compare com a sua lista. Note que a bola não está presente em várias 
delas e que nem todas são esportes. 
Atualmente, nas aulas de Educação Física estuda-se outros conteúdos além 
do esporte. 
ESPORTES UMA INVENÇÃO DO SER HUMANO 
Os esportes sempre existiram ou eles são uma invenção do ser humano? 
Para ficar um pouco mais claro, vamos estudar os esportes um pouco mais de perto. 
Será que a dois milhões de anos atrás, por exemplo, o homem primitivo 
jogava futebol? Há registros de 2500 a.C. de soldados chineses usando uma esfera 
de couro. Suspeita-se também que os Maias praticavam um jogo com a cabeça dos 
adversários derrotados e, recentemente, descobriram um campo de bola Maia, com 
data de 500 a.C. Será que podemos chamar isso de esporte? Certamente era uma 
época em que o esporte não era praticado como atualmente. 
Os livros revelam que entre os indígenas, nos séc. XVI e XVII, além dos 
meninos brincarem de arcos e flechas (material dos guerreiros adultos), de huka-
huka (luta indígena, veja a figura do índio guerreiro), também jogavam peteca. As 
crianças naquele tempo viam o que os adultos estavam fazendo e imitava-os 
brincando, tal como vemos nossos pais jogando e queremos jogar também. 
O divertimento natural era imitar os gestos e atitudes dos pais, 
caçando animais, abatendo aves pequenas e pescando de todas as 
maneiras, inclusive apanhando com as mãos os peixes à vista. Essas 
brincadeiras não eram simples passatempo, mas atividades educativas 
que os preparavam para a vida adulta, formando o futuro caçador e 
pescador. As meninas, desde pequenas, acompanhavam e auxiliavam 
suas mães nas tarefas domésticas, tais como: cozer a mandioca, o 
aipim, o cará, fazer a farinha, trazer e colher os legumes das roças, 
cuidar dos irmãos menores a quem carregam às costas numa tipóia. 
(BERNARDES, 2000, p. 548) 
 
Você já brincou de alguma atividade como essas acima? Encontrou algum 
esporte ali? Uma coisa é certa, o esporte é uma invenção do homem, afinal um 
animal selvagem não pratica esporte, não é verdade? 
O índios são os legítimos moradores deste território (Brasil). Quando os índios 
viviam livres em sua aldeia ou comunidade, somente aos arredores era importante 
para eles, o território do Brasil ainda não existia. Os portugueses queriam ser os 
donos definitivos e, ao virem para cá, trouxeram outros hábitos e costumes (festa 
junina, soltar pião). 
Além de ter interferido na cultura dos índios, houve muita guerra e muitos 
seres humanos morreram. Em 1500, o total de índios que habitavam o território 
brasileiro era de 6 milhões e atualmente mal ultrapassa os 220 mil. Não foram 
somente os portugueses, que tentaram tomar posse das nossas terras. Passaram 
por aqui, também, espanhóis, holandeses e 
franceses e, consigo, também trouxeram seus 
costumes. Quando os índios perceberam que a 
intenção dos europeus era a terra, houve então 
várias disputas e batalhas. O indígena estava 
apenas defendendo seu território, família e 
 
Imagem 5: 
www.diaadiaeducacao.pr.gov.
br 
3 
 
 
 
dignidade de não se tornarem seres humanos escravizados. Mas, se os índios já 
moravam aqui no Brasil antes deles chegarem, por que a peteca não faz partedas 
nossas brincadeiras? 
ATIVIDADE: ALDEIA 
Você conhece a brincadeira Bandeirinha? O jogo ALDEIA é uma 
modificação dela. Observe a figura ao lado e suas cores. Divida a turma em 
dois grupos. Um grupo vai representar o grupo dos índios (pequenos 
círculos em vermelho na figura) e o outro o grupo será o grupo dos 
invasores (pequenos círculos em azul na figura). Os índios devem se 
posicionar na floresta (quadra de voleibol, retângulo em verde na figura). Os 
invasores ficam fora da floresta. O objetivo dos invasores é alcançar a 
ALDEIA (círculo central do futsal, em marrom na figura) que está no centro da floresta. Caso isso 
ocorra, a partida terá chegado ao final com vitória do invasor. Para alcançar a aldeia, os invasores 
deverão passar pela floresta. Enquanto estiverem na floresta, os invasores poderão ser capturados 
pelos índios, para isso, basta que um índio toque no invasor. O invasor capturado deverá ficar 
imóveis, “colado” ou “congelado” no lugar que aconteceu a captura. O invasor capturado pode ser 
salvo pelos companheiros, para isso, basta que um companheiro invasor, que não esteja capturado, 
toque no capturado. O invasor que for capturado duas vezes é eliminado do jogo. O objetivo dos 
índios é fazer resistência à invasão, evitar que os invasores alcancem a ALDEIA. Se isso acontecer 
os índios perderão a partida e os invasores dominaram as terras e cultura dos índios. Terminada a 
partida os grupos invertem-se os papéis. Dica: antes de iniciar a partida, reúna seu grupo para fazer 
uma estratégia de ataque e de defesa contra o adversário, pois quem planeja melhor tem mais 
chance de vencer a “luta”. 
Possuir escravos? É um ato muito lucrativo para quem escraviza, pois não 
tem que pagar pelo trabalho pesado, como: plantar, colher, cuidar do gado, cuidar 
da casa, limpar, engomar, lavar. É muito cruel para quem é escravizado, pois 
estamos falando de tortura e de venda de seres humanos, como se eles fossem 
uma mercadoria. Você acha certo, vender um ser humano? Isso mesmo, você acha 
certo escravizar o outro? 
Outra coisa: é possível que guerrear tenha contribuído 
para que índios perdessem o costume de jogar peteca? 
ATIVIDADE: INTENÇÃO 
Veja a figura. Qual mensagem está sendo transmitida? Quem são os 
personagens? A qual cultura eles pertencem? O que representa a peteca nessa figura? Por 
fim, compare sua análise com o título dado à figura. 
A linguagem não verbal inclui as imagens, os sinais, as artes plásticas, os gestos, 
as cores etc. Qual intenção desta imagem? Os sinais do juiz durante o jogo de futebol, o 
apito, o cartão que o juiz mostra para os jogadores e, inclusive, as regras são exemplos de 
linguagem não verbal. Não precisam de palavras – escritas ou faladas – para ser transmitida 
uma mensagem aos jogadores. Mas, todos os jogadores, juiz e torcedores precisam 
conhecer os significados e intenções desses gestos ou sinais. 
VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR NA ORIGEM DOS ESPORTES QUE EXISTEM 
ATUALMENTE? 
Depois que Portugal tomou posse das terras indígenas, imigraram para o 
Brasil: judeus, alemães, árabes, italianos, japoneses. Calcula-se que 3,5 milhões de 
estrangeiros, entre 1890 a 1930, vieram ao Brasil em busca de melhores 
oportunidades de trabalho ou fugindo dos conflitos de seus países de origem, com 
total apoio de nosso governo. Deste, 33% eram italianos, 29% portugueses, 15% 
espanhóis e os demais divididos entre alemães, japoneses, russos, sírio-libaneses, 
lituanos, austríacos. Todos eles tinham costumes e tradições diferentes. Somente a 
cidade de São Paulo recebeu 57% de toda imigração e isso aumentou a oferta de 
trabalhadores, ou seja, diminuiu a vaga no emprego e reduziu os salários agrícolas. 
Esses imigrantes foram obrigados a buscar em outras cidades nova oportunidade de 
trabalho. 
O norte do Paraná foi ocupado pelos migrantes plantadores de café, a partir 
de 1860. Logo depois, surgiram as cidades de Jacarezinho (1900), de Cambará 
Imagem 6: Cultura Expulsa - em 
grafite - Acervo pessoal (2008) 
4 
 
Aculturação: significa adaptação do sujeito a 
uma cultura diferente geralmente obedecendo ou 
dependendo da nova cultura. (FERREIRA, 1999) 
 
(1904), de Bandeirantes (1921) e de Cornélio Procópio (1924). Com passar do 
tempo as terras paranaenses foram comercializadas para os paulistas, os mineiros, 
os nordestinos, os japoneses. O norte do Paraná foi colonizado de forma distinta do 
sul, do leste e do oeste gerando costumes e culturas diferentes entre estas regiões. 
Por isso, existem diferentes sotaques das regiões paranaenses. Será que é por isso 
que existem paranaenses torcendo pelas equipes de futebol do estado de São Paulo 
(palmeirenses, são paulinos, corintianos)? 
Todos esses imigrantes e migrantes trouxeram consigo muitos jogos, alguns 
deles eram ou foram transformados em esportes. Quer um exemplo de um esporte 
com bola, trazido especialmente ao Brasil por imigrantes alemães? Nas primeiras 
décadas do século 20, o punhobol chegou para os países sulamericanos. 
Atualmente é praticado mais ao sul do Brasil e, também, é conhecido como 
Faustball ou Fistball? 
Relatos e documentos de 240 d.C. revelam que o punhobol surgiu da mesma 
fonte do tênis de campo, no Império Romano. Ele se popularizou na Itália que 
publicou as primeiras regras, em 1555. Contudo, este esporte encontrou maior 
repercussão na Alemanha. 
ATIVIDADE: PUNHOBOL 
Se você sabe jogar voleibol, possivelmente já sabe jogar punhobol. Sabe por que do nome punhobol? Descobriu? 
Isso mesmo, a bola só pode ser rebatida por meio do punho de um dos braços, diretamente ao campo adversário. Esta é a 
grande diferença entre o voleibol e este curioso esporte. Vamos à quadra tentar? Leve a bola e estenda a rede nos postes. 
Façam os times e vamos brincar, mas lembre-se de rebater a bola com somente um dos punhos. 
 
Você conhece a bocha? Dizem que existiu uma atividade, praticada no Egito 
e na Grécia antiga, muito parecida com a bocha por usar objetos de formatos 
esféricos, como pedras redondas. Mesmo assim, alguns dizem que a origem do jogo 
bocha é italiana, que surgiu no tempo do Império Romano e, que durante a 
expansão do Império, teria sido levado pelos exércitos a todos os povos por eles 
dominados. 
É fato que a bocha foi trazida para a América pelos imigrantes italianos e, 
desde a Argentina, se espalhou aos demais países. No Brasil, teve início no estado 
de São Paulo, depois Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e 
Minas. É um esporte que utiliza 5 ou invés de 1 bola. Você conhece o jogo ou algum 
jogador de bocha? Será que existe uma confederação de Bocha e torneios oficiais? 
Você já praticou alguma atividade destas acima? Será que elas foram 
esquecidas com o passar do tempo e por isso são pouco praticadas? Qual 
popularidade destas atividades atualmente? 
DE PAI PARA FILHO 
Quem já teve a oportunidade de brincar em casa com a 
família? É gostoso brincar com o irmão ou pai, não? É bem 
provável que muitas brincadeiras em família foram passadas de 
pai para filho, isso quer dizer que seu bisavô também brincava. 
Mas também existe a possibilidade de que essa brincadeira tenha 
vindo de outra família ou de outra cultura imigrante. 
No tempo da imigração, além de desumano, era caro e 
difícil comprar escravos negros ou escravizar o índio para que eles 
lidassem com a terra. O governo imperial do Brasil encontrou uma 
solução para ocupar e trabalhar as terras brasileiras em troca de 
ajuda financeira e alimentação. 
Ele estimulou a vinda de 
estrangeiros ou imigrantes para viver em 
 
Imagem 7: Aculturação - 
em grafite - Acervo pessoal 
(2008) 
5 
 
colônias aqui no Brasil. Assim que é bem possível que muitos de nós tenhamos 
ascendentes italianos, portugueses, alemães, além de indígenas e negros em 
nossas famílias. 
A situação financeira não era muito boa, o colono (imigrante) passou a 
receber uma quantia, em dinheiro, para comprar sementes e equipamentos para seu 
trabalho. Mas, a partir do momento em queo imigrante (colono) encontrava um lugar 
para morar e plantar, o governo parava com a ajuda de alimentação. E ainda, no 
intervalo entre o plantio até o início da colheita, o imigrante realizava serviços para o 
governo como a construção de estradas, por exemplo. Com o tempo, o governo 
deixava-os à própria sorte, para dessa forma organizarem sua vida social, religiosa e 
recreativa. Sabe o que pode significar? 
Com tanto trabalho a fazer, aos imigrantes sobrava pouco tempo em família 
para brincadeiras, jogos e esportes, como bocha ou punhobol. 
No encontro de culturas diferentes pode ocorrer que uma cultura passe a ser 
dominada pela outra. Alguns hábitos e costumes podem deixar de ter tanta 
importância e não serem passados de pai para filho. Será que nossos bisavôs foram 
construtores de estradas? Será que o trabalho pesado foi um dos motivos para que 
o costume de jogar punhobol ou bocha fosse esquecido com o passar do tempo? 
ATIVIDADE: DE PAI PARA FILHO 
Esta atividade tem o objetivo de saber se estes esportes (punhobol, bocha, futebol ou 
peteca) estão presentes na sua família. 
Converse com sua família e descubra se existe algum parente nascido fora do Brasil 
e qual sua nacionalidade. Se eles moraram em outro país, provalvalmente tinham costumes e 
brincadeiras diferentes daqueles encontrados aqui no Brasil, a peteca, por exemplo. 
Nesta atividade é possível descobrir os jogos ou esportes trazidos por imigrantes, 
como italianos, alemães, negros, japoneses entre outros. 
Sabemos que é uma parte difícil de ser respondida, mas não custa tentar, basta ter 
um pouquinho de paciência para pouco a pouco ir descobrindo, não é mesmo? Com certeza vai 
ser uma surpresa aos seus pais e familiares falar um pouco do passado. Então, reúna sua 
família e pergunte ao papai, mamãe, tios, avós, primos onde os familiares ali indicados 
nasceram. Logo em seguida pergunte se alguém se lembra do punhobol, bocha, futebol, 
peteca. Se desejar comunique-se por e-mail ou aproveite uma visita aos parentes para fazer 
essas perguntas. Depois, com a ajuda se seu professor de Educação Física, analise as respostas e para saber se sua família 
passou de pai para filho alguma brincadeira ou jogos destes acima. Depois é só sociabilizar o resultado obtido a todos da sala. 
E o futebol? Será que o futebol foi trazido ao Brasil, igualmente por 
imigrantes? A história do futebol guarda algumas surpresas. Alguns dizem que foi 
Charles Miller, um brasileiro, que morava na Inglaterra, quem introduziu o futebol 
para o Brasil, em 1894. Mas também há relatos que o futebol já era praticado pelos 
trabalhadores brasileiros. 
Nesta época, os homens, as mulheres e até as crianças trabalhavam 15 
horas diárias cada um e somente os patrões tinham tempo para participar de 
campeonatos. Por não terem dignidade de vida, aos trabalhadores restava lutar pela 
melhoria de suas condições de trabalho. A luta era para diminuir a jornada de 
trabalho para 8 horas diárias. Por estarem trabalhando junto com seus pais, as 
crianças não tinham tempo para ir à escola e nem para brincarem como atualmente 
fazemos. 
Ocorreram muitas reivindicações e greves (a primeira em 1917), somente em 
1934 os direitos básicos trabalhistas ficaram garantidos na Constituição do Brasil. 
Um dos motivos que, o futebol caiu nas graças do trabalhador, foi este. 
Um tempo depois, o futebol também ficou bem marcado, mas agora foi com a 
“ajuda” do governo. Dizem que foi para esconder muita coisa que estava 
acontecendo no Brasil. Essa história está no Livro Didático Público do Ensino Médio, 
contada por Santos e Cássias (2006). Vale a pena conferir. Quer saber mais sobre 
este assunto? Então, debata o Folhas “Futebol Paixão Nacional”, escrito por Gilioli, 
em 2008. Peça que seu professor de Educação Física facilite por meio do endereço: 
 
Imagem 8: Peteca do Avô - 
Acervo pessoal (2008) 
6 
 
Reflexão: Atualmente, quantas horas de trabalho são feita por dia? Atualmente existem crianças trabalhando? Quem 
trabalha para sustentar a família? As leis que protegem os trabalhadores são cumpridas? 
 
http://www.diadiaeducacao.pr.gov.br/portals/folhas/frm_detalharFolhas.php?codInscr
=3848&PHPSESSID=2009061500144935 
O que se observa, no Brasil, é o Dia do Trabalhador (1º Maio), sendo 
comemorado com vários campeonatos de futebol. Por sua vez, as crianças têm 
direito de ir à escola, assim como, o trabalho infantil é proibido por lei. 
A PETECA ENTRA EM CAMPO 
Até agora vimos que algumas atividades com bola que foram trazidas pelos 
imigrantes, mas e a peteca? Antes da chegada dos portugueses os índios divertiam-
se: 
[...] em jogos imitando figuras e vozes de animais como: os jogos do jacami, do gavião, peixe pacu, jaguar. 
O jogo de peteca era bastante apreciado, inclusive pelos adultos, sendo confeccionada com palha de milho 
e enfeitada com penas de aves. (BERNARDES, 2006, p. 548) 
Ou seja, a peteca era uma forma de brincadeira entre adultos e crianças. 
Como se joga? Isso! Rebatendo com a palma da mão sempre 
voltada para cima. 
‘Mangá’ é a legítima peteca indígena. Os índios acreditavam que o 
‘mangá’ fosse o jogo dos deuses. Eles jogavam sem parar durante o 
verão. Na época das chuvas, os trovões eram o barulho dos tapas na 
peteca. Na língua tupi ‘peteca’ significa ‘tapear’, ‘golpear’, ‘esbofetear’, 
com as mãos. Os historiadores afirmam, também, que os índios jogam 
com peteca feita de pedra enroladas com folhas de árvore amarradas em 
espigas de milho. (PETECA, 2002) 
Ela também pode ser confeccionada em palha de 
milho, com enchimento de areia ou serragem e com penas de 
galinha. Ao esporte peteca, ela aparece padronizada com 
rodelas de borracha sobrepostas e quatro penas brancas de 
peru (veja figura). Infelizmente, atualmente somos muito mais dependentes do 
dinheiro do que imaginamos, compramos tudo pronto nas lojas, inclusive nossos 
brinquedos. Uma pena, não acha? 
ATIVIDADE: NÃO DEIXE A CULTURA CAIR 
Alguém na sala sabe fazer peteca? Quer aprender a fazer uma? Siga as instruções: os materiais necessários para 
confeccionar a peteca são: 3 bexigas; uma tesoura; um saquinho plástico, um pouco de alpiste; um pedaço quadrado de tecido 
grosso; um pedaço de barbante. O modo de confeccionar uma peteca é: 1 - corte o pescoço das 3 bexigas; 2 - coloque um 
pouco de alpiste num saco plástico, dê um nó bem firme e próximo ao alpiste, depois corte as abas do saco plástico que 
sobrar; 3 – envolva esse saco plástico com alpiste com as 3 bexigas, uma de cada vez, formando a base da peteca; 4 – 
coloque a base da peteca no centro do quadrado do pano grosso; 5- envolva a base da peteca com o pano grossso como se 
fosse embrulhar um ovo de páscoa e amarre bem firme com o barbante para finalizar a peteca. 
Depois que a peteca estiver pronta receberá o nome de “cultura”. 
Agora, vamos à quadra de voleibol. Estenda a rede e use a peteca “cultura” 
que construímos anteriormente. Imagine que somos uma comunidade indígena 
em conflito entre duas classes. Uma classe é resistente e entende a 
importância de manter o costume de se jogar peteca. A outra classe acha 
muito estranha produzir o próprio brinquedo e prefere comprar tudo pronto a 
preservar sua própria cultura. A peteca irá representar a cultura dessa 
comunidade. 
O objetivo do jogo é não deixar a peteca cair, quer dizer a “cultura 
cair”. O jogo acontecerá utilizando o sistema de rodízio do voleibol, mas com 
uma diferença. Cada equipe poderá dar quantas rebatidas de peteca quiser 
para enviá-la ao campo adversário. Não haverá contagem de pontos no placar. 
O grupo que deixar a peteca cair, comete um erro e, ao invés de ceder um 
ponto para classe adversária, perderá um membro da sua classe para a classe 
adversária. Este que deverá permanecer, provisoriamente, dentro do espaço 
da comunidade contrária, sem a permissão de movimentar-se ou jogar. 
A classe que fizer três pontos seguidos conquistará definitivamente o 
membro provisório, que passará ser atuante no jogo como novomembro de 
sua nova classe. Ah! Toda regra merece ser discutida, principalmente aquelas 
que estiverem dificultando a participação de todos. Assim, reflita e indique quais regras precisam ser modificadas. Se desejar 
busque as regras oficiais do jogo peteca. 
Se você gostou de fazer a peteca, vai poder ensinar e brincar com seus amigos e, mais tarde, com seus filhos. Faça 
como os indígenas, chame sua família para brincar também. 
 
Imagem 9: Petecas Indígena e 
oficial - foto - Acervo pessoal (2008) 
 
Imagem 10: Faça sua Peteca - foto - Acervo pessoal 
(2008) 
7 
 
...“Bola na trave não altera o placar 
 Bola na área sem ninguém pra cabecear 
 Bola na rede pra fazer o gol 
 Quem não sonhou em 
ser um jogador de futebol? ... 
Trecho da música É UMA PARTIDA DE 
FUTEBOL (Samuel Rosa e Nando Reis, 1996) 
ESPORTES NÃO É BRINCADEIRA, NÃO! 
Afinal qual diferença entre o esporte e os jogos e brincadeiras? Está na 
estrutura das regras. Qualquer esporte tem regras fixas e rígidas, ou seja, se você 
jogar futebol, atletismo ou outro esporte em outro país, estado ou cidade não precisa 
combinar as regras do jogo antes de iniciar uma partida ou disputa. Basta seguir as 
regras e regulamento que foram determinados pela Federação Internacional. 
Mas, experimente brincar de pega-pega, bola queimada, pé na lata e outros 
jogos e brincadeiras populares. É bem possível que as regras sejam diferentes e 
menos rígidas do que as de qualquer esporte. Ou seja, ping-pong é diferente de 
tênis de mesa; andar de bicicleta é diferente de praticar ciclismo; jogar uma “pelada” 
é diferente de praticar futebol profissional; dentre outros. As regras nos jogos e 
brincadeiras são mais flexíveis, porém não menos importantes. Outra diferença é 
que as regras nos jogos são determinadas por seus participantes, já as regras dos 
esportes são determinadas pelas instituições próprias como federações e 
confederações de cada esporte. 
Regras, normas, leis ou regulamentos estão em todas as partes: na Educação 
Física, na família, na escola. Em sua opinião, para que servem as regras? Elas 
servem para serem respeitadas ou para organizar uma situação? E se elas não 
forem respeitadas o que deve acontecer? Você acha justo que uma regra não possa 
ser modificada? Você conhece alguma regra que não pode ser modificada mesmo 
que dê mais privilégio a uns que a outros? 
No caso do esporte, para mudar as regras, 
não basta se reunir e discutir qual é melhor forma de 
jogar, como fazemos durante uma brincadeira. É 
necessária a autorização de um órgão chamado 
Federação Internacional, responsável por fazer com 
que um determinado esporte seja jogado igual em 
todas as partes do mundo. Assim, o esporte é 
administrado por uma Federação Internacional 
(confira a figura). 
A Federação Internacional pode ter uma filiada em cada país, chamada de 
confederação. E ainda, cada confederação (nacional) pode ter várias federações 
estaduais. Todo esse conjunto de instituições trabalha para o esporte. Por fim, os 
atletas são filiados às federações estaduais. 
O esporte em clubes e federações é algo que surgiu na Europa na segunda 
metade do século XIX. Alguns Clubes montam equipes e mantém financeiramente 
os atletas. Os atletas treinam várias horas por dia para chegar a uma competição de 
nível nacional ou internacional. Treinar é o seu trabalho e, em troca precisam 
receber salário ou remuneração. Uma das formas de remuneração é o contrato de 
emprego ou de patrocínio. No caso do patrocínio, os atletas divulgam algum produto 
ou marca na camiseta ou boné em troca de ajuda financeira. 
Ser ou não um atleta? O fato é que se a 
intenção de praticar uma atividade é para 
manter-se com saúde, não precisa ser 
necessariamente um esporte. Mas, quem não 
sonhou em ser um jogador de futebol? Se a 
intenção é de tornar-se um profissional ou pelo 
menos participar do treinamento de qualquer esporte, o melhor lugar é procurar uma 
empresa, clube ou lugar especializado em formar atletas, não é mesmo? 
8 
 
Curiosidade: Você sabia que o branco europeu 
aprendeu com o índio muita coisa lucrativa, por 
exemplo, a extrair látex (borracha) da seringueira? 
Os seringueiros faziam solas de borracha para 
protegerem seus pés, a mesma borracha que protege 
os pés e amortecem as articulações, 
principalmente, as da coluna pelos impactos 
provocados durante corrida ou saltos. Inclusive a 
bola de látex é ainda fabricada por índios 
brasileiros. 
Por trás de um atleta de sucesso existem muitos outros trabalhadores. Os 
tipos de trabalhos que conhecemos atualmente é uma invenção do ser humano. Os 
homens já trabalharam para sua sobrevivência ou escravizados por outros homens, 
recebendo ou não salário. Se atualmente existem máquinas que fazem o trabalho 
pesado pelo ser humano, elas também tiram a oportunidade do ser humano 
conhecer todo o processo de produção de uma mercadoria, pois a máquina faz uma 
parte ou todo o processo. Além do mais, as máquinas garantem lucro mais 
facilmente que, infelizmente, não é distribuído igualmente para todos que 
trabalharam na produção da mercadoria. 
Com o passar dos anos, vão surgindo e desaparecendo várias profissões, 
quer um exemplo? Para um torcedor vestir a camisa do time precisa que alguém a 
confeccione. Esse processo de costurar pode ser feito por uma costureira ou, em 
seu lugar, máquinas farão o trabalho. Já teve oportunidade de visitar uma grande 
fábrica de confecção de material esportivo? Sabe como são as condições de 
trabalho ali? Você sabia que existe uma fábrica de materiais esportivos que costura 
tênis de marcas internacionais, localizada em Vitória da Conquista (BA)? Acesse 
http://www.youtube.com/watch?v=KSlYRYcjXzI e comprove. 
ATIVIDADE: VOCÊ É O CRAQUE 
Quais trabalhadores do esporte você conhece? São vários: 
atletas, árbitro, zelador, médico, técnico, preparador físico, professor, 
repórter, trabalhadores das fábricas de materiais esportivos e medalhas, 
desenhista, boleiros, voluntários das olimpíadas. Lembrou de mais 
algum? Muitos destes trabalhadores ajudam a indústria cultural a terem 
lucros. 
Bom, a brincadeira é o seguinte: você deve escolher um 
trabalhador do esporte e representar por meio de gestos para os demais 
da sala. Não vale emitir sons, nem utilizar de materiais alternativos. 
Somente pode se comunicar ou se expressar com o corpo. Os demais 
deverão adivinhar qual profissão foi escolhida por você. Seja criativo. 
Bom divertimento! 
TODA JOGO OU BRINCADEIRA TEM QUE VIRAR ESPORTE? 
Toda “pelada” precisa virar esporte? Futebol de cinco, futebol de sete, futebol 
de salão, futsal, futebol de campo, futebol americano, futvôlei... Peteca, tamborete, 
badminton... 
Existem registro de uso da peteca na China, Japão e Coréia para treinamento 
militar ou melhora das habilidades físicas do soldado, há mais de 2.000 anos. Na 
Coréia, os mercadores ambulantes jogavam petecas para se aquecerem do frio. 
Nesta época, por enquanto, nada indica que o jogo peteca era considerado um 
esporte. 
Nos jogos da V Olimpíada realizada na Antuérpia (Bélgica), em 1920, pela 
primeira vez os brasileiros participavam de uma Olimpíada e levaram petecas para 
aquecimento. Outros países mostraram-se interessados por essa prática. 
Inevitavelmente, esta brincadeira dos indígenas transformou-se em esporte entre os 
clubes de Belo Horizonte, na década de 1940. Desde então, as regras foram sendo 
aprimoradas e, finalmente, a Federação Mineira de Peteca - FEMPE (1973) 
conseguiu oficializar o esporte, pelo Conselho Nacional de Desporto – CND, em 
Brasília (1985). 
Prestou atenção nas datas desde que a peteca foi apresentada ao mundo, em 
1920, até ser oficializada como esporte em Brasília, em 1985? Ainda há intenção 
em torná-lo esporte olímpico, mas para isso é necessário que tenha um número 
mínimo de praticantes federados (filiados à federações de seus países). Ao 
masculino é exigida a prática em pelo menos 75 países distribuídos em quatro 
9 
 
continentes; ao feminino exige-se a práticaem pelo menos 40 países distribuídos 
em três continentes. 
Além do Brasil, joga-se peteca no Paraguai, Bolívia, Chile, Estados Unidos, 
Portugal, Holanda, França, Alemanha, Suíça, Estônia, Lituânia, Rússia, China e 
Japão. Na França é praticado por mais de 30 mil pessoas. Será que, quando for 
considerado olímpico, será mais reconhecido aqui no Brasil? 
O curioso nisso tudo é que, uma atividade tipicamente indígena, virou esporte 
sem a participação dos índios. Será que a peteca é uma modalidade presente nos 
Jogos Indígenas? 
Os primeiros Jogos ocorreram em Goiânia com a presença de 25 etnias e 
mais de 400 participantes. Os II Jogos foram realizados na cidade de Guaíra, no 
Paraná (1999) e teve a participação de 31 etnias e mais de 600 atletas. Atualmente, 
cerca de 1100 atletas de 62 etnias praticam atividades indígenas e outros esportes 
da cultura dos não-índios. Os organizadores dos jogos estão preocupados em 
divulgar danças e rituais de suas culturas a todos. 
Se os índios estão aqui no Brasil antes dos europeus, porque somente em 
1996 aconteceu a primeira edição dos Jogos Indígenas. Será que somente por meio 
do evento “Jogos” é que se consegue mostrar as tradições, costumes, expressões 
corporais, artesanato indígenas? Será que os jogos estão desvalorizando as 
tradições indígenas ou é uma forma de dominação da cultura dos brancos sobre a 
indígena? 
Vamos conhecer mais sobre os Jogos Indígenas? Quais as modalidades 
praticadas nos jogos? Será que conhecemos todas elas? 
ATIVIDADE: ESPORTE DA ESCOLA 
Explore um pouco mais os elementos dos Jogos Indígenas. Quer conhecer o Xikunahity (pronuncia-se Zikunariti) ou 
futebol de cabeça praticado pelos homens? Ou o Tihimoré, um tipo de boliche, praticada pelas mulheres? Acesse o site 
http://www.funai.gov.br/indios/jogos/novas_modalidades.htm e descubra quais modalidades e a forma de se jogar de cada uma 
delas. 
Após identificar outras modalidades veja se a peteca está ali presente? Acesse 
http://www.funai.gov.br/indios/jogos/1o_jogos/fotos_1jogos.htm e observe as fotos das competições. 
Busque outras curiosidades. Será que o futebol é jogado com a bola de látex confeccionada pelo índio? Em quais 
outras atividades a bola está presente? Será que as lanças usadas nas competições de Lançamento de Lança, são compradas 
em lojas? 
Viu quanta coisa interessante e diferente? Para saber quem é o idealizador e qual é o objetivo dos jogos, acesse: 
http://www25.ceara.gov.br/noticias/noticias_detalhes.asp?nCodigoNoticia=15945. 
 
Agora é a sua vez. Reúna seus amigos e crie um esporte com seus amigos. Vale misturar regras de vários jogos, 
mas lembre-se que a peteca deve fazer parte deste esporte da escola. Depois de criá-lo, vamos à quadra para testá-lo, certo? 
VAMOS CONHECER OUTRO ESPORTE QUE NECESSITA DE PETECA? 
Esta atividade surgiu há mais de dois mil anos e é popular nos países 
asiáticos. Isso mesmo, nós estamos falando de um esporte muito popular no 
Paquistão, na Índia e, principalmente, na China e na Indonésia, por exemplo. 
Nesses países, para ser considerada uma atividade popular ou que todos apreciem, 
não precisa ser jogada com bola. Ao invés de bola, é usada uma peteca menor e 
mais leve do que aquela em que os índios confeccionam. 
O esporte utiliza raquete para rebater a peteca, sobre uma rede, que divide a 
quadra. A raquete é parecida com a de tênis de campo, porém mais leve. Tem 
regras parecidas com as do punhobol ou peteca. E o que há de curioso é que muitos 
não conhecem o segundo esporte mais praticado no mundo. 
Praticado principalmente pelas crianças na Grécia Antiga, a peteca era 
rebatida por um tamborete (battledore and shuttlecock, em inglês) com objetivo de 
não deixá-la cair no chão. O badminton moderno veio da Índia, na Idade Média. 
Muito tempo depois, por volta de 1870, oficiais do exército britânico, que ocupavam 
esse país e praticavam uma variante da modalidade, levaram-no para a Europa. 
10 
 
Para se comunicar ou transmitir uma mensagem 
verbal ou não verbal para alguém, também 
precisamos entender que existe um contexto de 
produção para que tenhamos sucesso nesse 
objetivo, pois vivemos em constante interação com 
as outras pessoas e temos finalidades específicas 
ao nos comunicarmos (Geraldi, 1997). Um 
exemplo disso – de interação – é que não é possível 
praticar alguns esportes sem outras pessoas, como 
futebol ou peteca. 
Logo ficou popular entre os camponeses que começaram a jogá-lo e o esporte ficou 
conhecido por poona. Passou a chamar-se badminton em 1850; estreou como 
esporte de demonstração nos Jogos Olímpicos de 1974 (Munique) e de 1988 (Seul). 
Desde 1992 (Barcelona) é considerado esporte olímpico. Pode ser praticado 
individualmente ou em duplas. 
Você já teve oportunidade de observar uma apresentação deste esporte? 
No Brasil, o badminton começou a ser mais organizado, em 1994, em clubes 
paulistas, por imigrantes asiáticos. A Federação Brasileira de Peteca estima que 
existem cerca de 100 mil praticantes de peteca, apesar do esforço em deixar um 
esporte mais popular. Enquanto que, o badminton é esporte olímpico e conta com 
apenas 2 mil esportistas no país. Mas, se peteca existe no Brasil, antes da chegada 
dos portugueses, por que o badminto é mais popular? 
Você já aprendeu a fazer o seu material de jogo? 
ATIVIDADE: O ARTESÃO 
Veja, do lado direito da figura, logo abaixo do (A) a raquete, as petecas especiais ou oficiais para o jogo. À esquerda 
(B) tem uma sequência de imagens (1, 2 e 3) para a elaboração de um equipamento de jogo. 1) material necessário: uma meia 
fina, uma lata, um saco plástico pequeno, uma bolinha de tênis de mesa ou de 
desodorante tipo rollon. 2) Para fazer a peteca, coloque a bolinha dentro do 
saco e dê um nó próximo à bolinha, ou seja, encape a bolinha com o saquinho 
como se fosse um ovo de páscoa. Faça a mesma coisa com a raquete, encape 
a lata com a meia fina e dê um nó deixando a meia esticada o suficiente para 
rebater a peteca. Cuide para que o nó fique junto ao fundo da lata e a meia fina 
faça uma redinha na boca da lata. 3) Está pronto o material. 
Segure a lata de forma que boca da lata (redinha feita com meia fina 
esticada) fique voltada para cima. A redinha deve estar para cima para rebater 
a peteca. Para jogar use a linha de 3 metros da quadra de voleibol. As regras 
básicas do jogo, você já conhece, são muito parecidas como as do ping-pong 
ou tênis de mesa: uma rede (pode ser de voleibol) separa os dois jogadores 
adversários; o objetivo é rebater a peteca, diretamente para o adversário, sem 
deixá-la cair. Deixá-la cair constitui erro e ponto para o a adversário. Para 
saber de outras regras do jogo, faça uma pesquisa. Prepare-se, adapte as 
regras e convide os outros alunos para uma partida. Que tal? 
 
Nossa! Perceberam quanta coisa tem por trás de um jogo? Quanta coisa 
existe entre a bola e a peteca que nem podemos imaginar! 
 
E então, na aula vai ter outra vez ‘jogo de bola’... ou de peteca? 
 
ATIVIDADE: VOCÊ BATE O PENALTI 
Para pôr à prova estes conhecimentos apresentados, sugerimos uma síntese em forma de paródia. A paródia é 
geralmente despojada e quase sempre com sentidos diferentes da obra original. É uma adaptação a um novo contexto. 
É uma imitação cômica de uma composição literária, a música. 
Mostre que você e seus amigos sabem se comunicar. Divida a turma em 
4 grupos ou mais. Cada grupo deverá escolher um trecho ou refrão de 
uma música conhecida por todos e fácil de cantar. Sugerimos a música 
mostrada no início deste Folhas (É uma Partida de Futebol) para um 
grupo. Crie uma nova letra, atentos aos seguintes critérios: 1) a paródia 
deverá conter as seguintes palavras obrigatórias: peteca, futebol, 
intenção; 2) a mensagem da paródia deverá ser sobre cultura. Se 
quiserem incrementar prepare uma coreografia e figurino (fantasias) para 
acompanhar a paródia. Depois proponha à turma que contemple a 
apresentação de cada grupo. Não se esqueça que, durante a 
contemplação,o importante é apreciar, refletir e considerar se os 
critérios estabelecidos estão sendo respeitados por todos os grupos. Portanto, durante a apresentação dos grupos, evite se 
manifestar ou interferir na contemplação dos demais. Guarde seu discurso ou comentário para o final da apresentação. Mãos à 
obra e divirtam-se. 
 
ATIVIDADE: ...E GOOOOOOOL 
No decorrer do texto, vimos vários desenhos feito no grafite que continha uma mensagem. Agora você é o artista que 
vai se comunicar com os seus colegas por meio de um desenho. 
Para nos comunicar, precisamos pensar em: quem comunica, para quem, o que comunica, por que comunica e 
como. Escolha uma passagem do texto que lhe chamou a atenção e entre em ação. Mostre sua intenção, se comunique por 
meio de um grafite. 
 
Imagem 11: Faça seu Badmington – foto - Acervo 
pessoal (2008) 
11 
 
 
ÍNDICE DE IMAGENS 
Imagem 1: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br ....................................................................................... 0 
Imagem 2: Jogo de Bola? - em grafite - Acervo pessoal (2008) .......................................................... 1 
Imagem 3: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br ...................................................................................... 1 
Imagem 4: Painel (www.diaadiaeducacao.pr.gov.br) .......................................................................... 1 
Imagem 5: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br ....................................................................................... 1 
Imagem 6: Cultura Expulsa - em grafite - Acervo pessoal (2008) ........................................................ 1 
Imagem 7: Aculturação - em grafite - Acervo pessoal (2008) .............................................................. 1 
Imagem 8: Peteca do Avô - Acervo pessoal (2008) ............................................................................ 1 
Imagem 9: Petecas Indígena e oficial - foto - Acervo pessoal (2008) .................................................. 1 
Imagem 10: Faça sua Peteca - foto - Acervo pessoal (2008) .............................................................. 1 
Imagem 11: Faça seu Badmington – foto - Acervo pessoal (2008) ..................................................... 1 
 
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