Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação Departamento de Políticas e Programas Educacionais Coordenação Estadual do PDE MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO – FOLHAS nº 4676 Escola: C.E. Tomaz Edison de Andrade Vieira NRE:Maringá Autor: Denise Pirolo e-mail: dpirolo@bol.com.br Nível de Ensino: Fundamental Título: “Jogar bola” outra vez... ou Peteca? Disciplina: Educação Física Conteúdo Estruturante: Esporte Conteúdo Básico: Esportes Individuais Conteúdo Específico: Peteca e Badminton Validador disciplina Folhas: Roberta Vilas Boas Validador relação interdisciplinar 1: Mario Bogoni Validador relação interdisciplinar 2: Ilda Quaglia JOGAR BOLA OUTRA VEZ... OU PETECA? Denise Pirolo1 Quando vamos para a aula de Educação Física, a primeira coisa que vem na nossa cabeça é... Imagem 1: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br Isso mesmo. Futebol... E alguém logo grita: “Oba! Vamos jogar bola hoje!” Afinal, viemos para escola para aprender a jogar bola, não é? Mas, o que há de diferente e de importante além de ‘jogar bola’? Vamos refletir... pois, será que existe alguma relação entre jogar bola e a peteca? 1 Colégio Estadual Tomaz Edison de Andrade Vieira. 1 ...“Bola de meio, bola de gude o solitário não quer solidão... há um menino, há um moleque cravado dentro do meu coração.... Trecho da música BOLA DE MEIA, BOLA DE GUDE (Milton Nascimento, 1980) Sabemos que correr atrás de uma bola é emocionante, é pura diversão. É bem possível que a bola tenha sido um dos seus primeiros brinquedos na infância. Esse hábito vem persistindo nas famílias. Quem nunca chutou uma bola de plástico, de meia, de papel, de lata ou de qualquer outro material? Chutar a bola é um hábito que acompanha o ser humano desde tempos primitivos. No século I a.C.,os gregos utilizavam bexiga de boi cheia de areia, por exemplo. Mas será que o futebol é o dono da bola ou da Educação Física? Você consegue identificar as atividades que são mostradas abaixo? Quais dessas atividades você já jogou? Note que todos são esportes com bola: futebol de campo, tênis de campo, basquetebol, futebol americano, hóquei sobre grama e voleibol. Quais delas nem ouviu falar? O que elas têm em comum? Sem dúvida são pelo menos duas coisas: todas necessitam de bola para serem praticadas, e são todas atividades esportivas. Você conhece alguém com mais de 30-35 anos de idade, que já concluiu o Ensino Médio? Caso positivo, pergunte a essa pessoa quais atividades costumava praticar nas aulas de Educação Física, quando frequentavam a escola. É bem possível que a resposta seja o esporte. Isso porque havia um tempo, década de 60 e 70, em que a escola se via na obrigação de formar atletas de: voleibol, handebol, basquetebol e futebol. Até então a ginástica dividia espaço com o esporte. Na década de 80 e 90 o esporte foi o “jogador titular” da Educação Física. Apesar de o esporte continuar sendo muito popular nas escolas, essa situação vem mudando pouco a pouco. Assim fica fácil entender o porquê ao falarmos em Educação Física, logo nos vem à cabeça bola. Ainda, muitas pessoas pensam que a escola é lugar de treinamento esportivo e fazem uma confusão entre o esporte da escola e esporte na escola. Além disso, a escola tem contribuído para que o futebol fosse o mais popular entre os demais esportes. Podemos dizer que as famílias, o governo e os meios de comunicação (televisão, rádio, jornais) também incentivaram muito. Levante a mão quem, ao assistir uma partida, não ficou morrendo de vontade de ir “bater uma bolinha”. Daí vem a pergunta: na escola é correto jogar futebol o ano todo, todos os anos, sem aprender outra atividade? Vamos discutir em aula? Vamos fazer um esforço: lembra do que você costuma brincar com seus amigos, avós, pais, irmãos e vizinhos? Imagem 3: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br Imagem 2: Jogo de Bola? - em grafite - Acervo pessoal (2008) Imagem 4: Painel (www.diaadiaeducacao.pr.gov.br) 2 Curiosidade: A população dos índios paranaenses é pré-cabralina (anterior a chegada de Pedro Álvares Cabral e sua tropa portuguesa), são consideradas as principais: as PROTO-TUPI - Família Tupi-Guarani; e as MACRO-JÊ - Família Jê. Atualmente, os indígenas que vivem no Paraná são os Caigangues. Reflexão: Percebeu a diferenças de cultura entre meninos e meninas? Nas nossas famílias existem diferenças nas tarefas do lar? Por que as meninas não podiam brincar como os meninos? Percebeu que naquela época, o indiozinho brincava ao mesmo tempo em que se preparavam para a fase adulta e para o trabalho? Agora, observe as atividades no painel. Você consegue reconhecer todas as atividades? Compare com a sua lista. Note que a bola não está presente em várias delas e que nem todas são esportes. Atualmente, nas aulas de Educação Física estuda-se outros conteúdos além do esporte. ESPORTES UMA INVENÇÃO DO SER HUMANO Os esportes sempre existiram ou eles são uma invenção do ser humano? Para ficar um pouco mais claro, vamos estudar os esportes um pouco mais de perto. Será que a dois milhões de anos atrás, por exemplo, o homem primitivo jogava futebol? Há registros de 2500 a.C. de soldados chineses usando uma esfera de couro. Suspeita-se também que os Maias praticavam um jogo com a cabeça dos adversários derrotados e, recentemente, descobriram um campo de bola Maia, com data de 500 a.C. Será que podemos chamar isso de esporte? Certamente era uma época em que o esporte não era praticado como atualmente. Os livros revelam que entre os indígenas, nos séc. XVI e XVII, além dos meninos brincarem de arcos e flechas (material dos guerreiros adultos), de huka- huka (luta indígena, veja a figura do índio guerreiro), também jogavam peteca. As crianças naquele tempo viam o que os adultos estavam fazendo e imitava-os brincando, tal como vemos nossos pais jogando e queremos jogar também. O divertimento natural era imitar os gestos e atitudes dos pais, caçando animais, abatendo aves pequenas e pescando de todas as maneiras, inclusive apanhando com as mãos os peixes à vista. Essas brincadeiras não eram simples passatempo, mas atividades educativas que os preparavam para a vida adulta, formando o futuro caçador e pescador. As meninas, desde pequenas, acompanhavam e auxiliavam suas mães nas tarefas domésticas, tais como: cozer a mandioca, o aipim, o cará, fazer a farinha, trazer e colher os legumes das roças, cuidar dos irmãos menores a quem carregam às costas numa tipóia. (BERNARDES, 2000, p. 548) Você já brincou de alguma atividade como essas acima? Encontrou algum esporte ali? Uma coisa é certa, o esporte é uma invenção do homem, afinal um animal selvagem não pratica esporte, não é verdade? O índios são os legítimos moradores deste território (Brasil). Quando os índios viviam livres em sua aldeia ou comunidade, somente aos arredores era importante para eles, o território do Brasil ainda não existia. Os portugueses queriam ser os donos definitivos e, ao virem para cá, trouxeram outros hábitos e costumes (festa junina, soltar pião). Além de ter interferido na cultura dos índios, houve muita guerra e muitos seres humanos morreram. Em 1500, o total de índios que habitavam o território brasileiro era de 6 milhões e atualmente mal ultrapassa os 220 mil. Não foram somente os portugueses, que tentaram tomar posse das nossas terras. Passaram por aqui, também, espanhóis, holandeses e franceses e, consigo, também trouxeram seus costumes. Quando os índios perceberam que a intenção dos europeus era a terra, houve então várias disputas e batalhas. O indígena estava apenas defendendo seu território, família e Imagem 5: www.diaadiaeducacao.pr.gov. br 3 dignidade de não se tornarem seres humanos escravizados. Mas, se os índios já moravam aqui no Brasil antes deles chegarem, por que a peteca não faz partedas nossas brincadeiras? ATIVIDADE: ALDEIA Você conhece a brincadeira Bandeirinha? O jogo ALDEIA é uma modificação dela. Observe a figura ao lado e suas cores. Divida a turma em dois grupos. Um grupo vai representar o grupo dos índios (pequenos círculos em vermelho na figura) e o outro o grupo será o grupo dos invasores (pequenos círculos em azul na figura). Os índios devem se posicionar na floresta (quadra de voleibol, retângulo em verde na figura). Os invasores ficam fora da floresta. O objetivo dos invasores é alcançar a ALDEIA (círculo central do futsal, em marrom na figura) que está no centro da floresta. Caso isso ocorra, a partida terá chegado ao final com vitória do invasor. Para alcançar a aldeia, os invasores deverão passar pela floresta. Enquanto estiverem na floresta, os invasores poderão ser capturados pelos índios, para isso, basta que um índio toque no invasor. O invasor capturado deverá ficar imóveis, “colado” ou “congelado” no lugar que aconteceu a captura. O invasor capturado pode ser salvo pelos companheiros, para isso, basta que um companheiro invasor, que não esteja capturado, toque no capturado. O invasor que for capturado duas vezes é eliminado do jogo. O objetivo dos índios é fazer resistência à invasão, evitar que os invasores alcancem a ALDEIA. Se isso acontecer os índios perderão a partida e os invasores dominaram as terras e cultura dos índios. Terminada a partida os grupos invertem-se os papéis. Dica: antes de iniciar a partida, reúna seu grupo para fazer uma estratégia de ataque e de defesa contra o adversário, pois quem planeja melhor tem mais chance de vencer a “luta”. Possuir escravos? É um ato muito lucrativo para quem escraviza, pois não tem que pagar pelo trabalho pesado, como: plantar, colher, cuidar do gado, cuidar da casa, limpar, engomar, lavar. É muito cruel para quem é escravizado, pois estamos falando de tortura e de venda de seres humanos, como se eles fossem uma mercadoria. Você acha certo, vender um ser humano? Isso mesmo, você acha certo escravizar o outro? Outra coisa: é possível que guerrear tenha contribuído para que índios perdessem o costume de jogar peteca? ATIVIDADE: INTENÇÃO Veja a figura. Qual mensagem está sendo transmitida? Quem são os personagens? A qual cultura eles pertencem? O que representa a peteca nessa figura? Por fim, compare sua análise com o título dado à figura. A linguagem não verbal inclui as imagens, os sinais, as artes plásticas, os gestos, as cores etc. Qual intenção desta imagem? Os sinais do juiz durante o jogo de futebol, o apito, o cartão que o juiz mostra para os jogadores e, inclusive, as regras são exemplos de linguagem não verbal. Não precisam de palavras – escritas ou faladas – para ser transmitida uma mensagem aos jogadores. Mas, todos os jogadores, juiz e torcedores precisam conhecer os significados e intenções desses gestos ou sinais. VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR NA ORIGEM DOS ESPORTES QUE EXISTEM ATUALMENTE? Depois que Portugal tomou posse das terras indígenas, imigraram para o Brasil: judeus, alemães, árabes, italianos, japoneses. Calcula-se que 3,5 milhões de estrangeiros, entre 1890 a 1930, vieram ao Brasil em busca de melhores oportunidades de trabalho ou fugindo dos conflitos de seus países de origem, com total apoio de nosso governo. Deste, 33% eram italianos, 29% portugueses, 15% espanhóis e os demais divididos entre alemães, japoneses, russos, sírio-libaneses, lituanos, austríacos. Todos eles tinham costumes e tradições diferentes. Somente a cidade de São Paulo recebeu 57% de toda imigração e isso aumentou a oferta de trabalhadores, ou seja, diminuiu a vaga no emprego e reduziu os salários agrícolas. Esses imigrantes foram obrigados a buscar em outras cidades nova oportunidade de trabalho. O norte do Paraná foi ocupado pelos migrantes plantadores de café, a partir de 1860. Logo depois, surgiram as cidades de Jacarezinho (1900), de Cambará Imagem 6: Cultura Expulsa - em grafite - Acervo pessoal (2008) 4 Aculturação: significa adaptação do sujeito a uma cultura diferente geralmente obedecendo ou dependendo da nova cultura. (FERREIRA, 1999) (1904), de Bandeirantes (1921) e de Cornélio Procópio (1924). Com passar do tempo as terras paranaenses foram comercializadas para os paulistas, os mineiros, os nordestinos, os japoneses. O norte do Paraná foi colonizado de forma distinta do sul, do leste e do oeste gerando costumes e culturas diferentes entre estas regiões. Por isso, existem diferentes sotaques das regiões paranaenses. Será que é por isso que existem paranaenses torcendo pelas equipes de futebol do estado de São Paulo (palmeirenses, são paulinos, corintianos)? Todos esses imigrantes e migrantes trouxeram consigo muitos jogos, alguns deles eram ou foram transformados em esportes. Quer um exemplo de um esporte com bola, trazido especialmente ao Brasil por imigrantes alemães? Nas primeiras décadas do século 20, o punhobol chegou para os países sulamericanos. Atualmente é praticado mais ao sul do Brasil e, também, é conhecido como Faustball ou Fistball? Relatos e documentos de 240 d.C. revelam que o punhobol surgiu da mesma fonte do tênis de campo, no Império Romano. Ele se popularizou na Itália que publicou as primeiras regras, em 1555. Contudo, este esporte encontrou maior repercussão na Alemanha. ATIVIDADE: PUNHOBOL Se você sabe jogar voleibol, possivelmente já sabe jogar punhobol. Sabe por que do nome punhobol? Descobriu? Isso mesmo, a bola só pode ser rebatida por meio do punho de um dos braços, diretamente ao campo adversário. Esta é a grande diferença entre o voleibol e este curioso esporte. Vamos à quadra tentar? Leve a bola e estenda a rede nos postes. Façam os times e vamos brincar, mas lembre-se de rebater a bola com somente um dos punhos. Você conhece a bocha? Dizem que existiu uma atividade, praticada no Egito e na Grécia antiga, muito parecida com a bocha por usar objetos de formatos esféricos, como pedras redondas. Mesmo assim, alguns dizem que a origem do jogo bocha é italiana, que surgiu no tempo do Império Romano e, que durante a expansão do Império, teria sido levado pelos exércitos a todos os povos por eles dominados. É fato que a bocha foi trazida para a América pelos imigrantes italianos e, desde a Argentina, se espalhou aos demais países. No Brasil, teve início no estado de São Paulo, depois Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Minas. É um esporte que utiliza 5 ou invés de 1 bola. Você conhece o jogo ou algum jogador de bocha? Será que existe uma confederação de Bocha e torneios oficiais? Você já praticou alguma atividade destas acima? Será que elas foram esquecidas com o passar do tempo e por isso são pouco praticadas? Qual popularidade destas atividades atualmente? DE PAI PARA FILHO Quem já teve a oportunidade de brincar em casa com a família? É gostoso brincar com o irmão ou pai, não? É bem provável que muitas brincadeiras em família foram passadas de pai para filho, isso quer dizer que seu bisavô também brincava. Mas também existe a possibilidade de que essa brincadeira tenha vindo de outra família ou de outra cultura imigrante. No tempo da imigração, além de desumano, era caro e difícil comprar escravos negros ou escravizar o índio para que eles lidassem com a terra. O governo imperial do Brasil encontrou uma solução para ocupar e trabalhar as terras brasileiras em troca de ajuda financeira e alimentação. Ele estimulou a vinda de estrangeiros ou imigrantes para viver em Imagem 7: Aculturação - em grafite - Acervo pessoal (2008) 5 colônias aqui no Brasil. Assim que é bem possível que muitos de nós tenhamos ascendentes italianos, portugueses, alemães, além de indígenas e negros em nossas famílias. A situação financeira não era muito boa, o colono (imigrante) passou a receber uma quantia, em dinheiro, para comprar sementes e equipamentos para seu trabalho. Mas, a partir do momento em queo imigrante (colono) encontrava um lugar para morar e plantar, o governo parava com a ajuda de alimentação. E ainda, no intervalo entre o plantio até o início da colheita, o imigrante realizava serviços para o governo como a construção de estradas, por exemplo. Com o tempo, o governo deixava-os à própria sorte, para dessa forma organizarem sua vida social, religiosa e recreativa. Sabe o que pode significar? Com tanto trabalho a fazer, aos imigrantes sobrava pouco tempo em família para brincadeiras, jogos e esportes, como bocha ou punhobol. No encontro de culturas diferentes pode ocorrer que uma cultura passe a ser dominada pela outra. Alguns hábitos e costumes podem deixar de ter tanta importância e não serem passados de pai para filho. Será que nossos bisavôs foram construtores de estradas? Será que o trabalho pesado foi um dos motivos para que o costume de jogar punhobol ou bocha fosse esquecido com o passar do tempo? ATIVIDADE: DE PAI PARA FILHO Esta atividade tem o objetivo de saber se estes esportes (punhobol, bocha, futebol ou peteca) estão presentes na sua família. Converse com sua família e descubra se existe algum parente nascido fora do Brasil e qual sua nacionalidade. Se eles moraram em outro país, provalvalmente tinham costumes e brincadeiras diferentes daqueles encontrados aqui no Brasil, a peteca, por exemplo. Nesta atividade é possível descobrir os jogos ou esportes trazidos por imigrantes, como italianos, alemães, negros, japoneses entre outros. Sabemos que é uma parte difícil de ser respondida, mas não custa tentar, basta ter um pouquinho de paciência para pouco a pouco ir descobrindo, não é mesmo? Com certeza vai ser uma surpresa aos seus pais e familiares falar um pouco do passado. Então, reúna sua família e pergunte ao papai, mamãe, tios, avós, primos onde os familiares ali indicados nasceram. Logo em seguida pergunte se alguém se lembra do punhobol, bocha, futebol, peteca. Se desejar comunique-se por e-mail ou aproveite uma visita aos parentes para fazer essas perguntas. Depois, com a ajuda se seu professor de Educação Física, analise as respostas e para saber se sua família passou de pai para filho alguma brincadeira ou jogos destes acima. Depois é só sociabilizar o resultado obtido a todos da sala. E o futebol? Será que o futebol foi trazido ao Brasil, igualmente por imigrantes? A história do futebol guarda algumas surpresas. Alguns dizem que foi Charles Miller, um brasileiro, que morava na Inglaterra, quem introduziu o futebol para o Brasil, em 1894. Mas também há relatos que o futebol já era praticado pelos trabalhadores brasileiros. Nesta época, os homens, as mulheres e até as crianças trabalhavam 15 horas diárias cada um e somente os patrões tinham tempo para participar de campeonatos. Por não terem dignidade de vida, aos trabalhadores restava lutar pela melhoria de suas condições de trabalho. A luta era para diminuir a jornada de trabalho para 8 horas diárias. Por estarem trabalhando junto com seus pais, as crianças não tinham tempo para ir à escola e nem para brincarem como atualmente fazemos. Ocorreram muitas reivindicações e greves (a primeira em 1917), somente em 1934 os direitos básicos trabalhistas ficaram garantidos na Constituição do Brasil. Um dos motivos que, o futebol caiu nas graças do trabalhador, foi este. Um tempo depois, o futebol também ficou bem marcado, mas agora foi com a “ajuda” do governo. Dizem que foi para esconder muita coisa que estava acontecendo no Brasil. Essa história está no Livro Didático Público do Ensino Médio, contada por Santos e Cássias (2006). Vale a pena conferir. Quer saber mais sobre este assunto? Então, debata o Folhas “Futebol Paixão Nacional”, escrito por Gilioli, em 2008. Peça que seu professor de Educação Física facilite por meio do endereço: Imagem 8: Peteca do Avô - Acervo pessoal (2008) 6 Reflexão: Atualmente, quantas horas de trabalho são feita por dia? Atualmente existem crianças trabalhando? Quem trabalha para sustentar a família? As leis que protegem os trabalhadores são cumpridas? http://www.diadiaeducacao.pr.gov.br/portals/folhas/frm_detalharFolhas.php?codInscr =3848&PHPSESSID=2009061500144935 O que se observa, no Brasil, é o Dia do Trabalhador (1º Maio), sendo comemorado com vários campeonatos de futebol. Por sua vez, as crianças têm direito de ir à escola, assim como, o trabalho infantil é proibido por lei. A PETECA ENTRA EM CAMPO Até agora vimos que algumas atividades com bola que foram trazidas pelos imigrantes, mas e a peteca? Antes da chegada dos portugueses os índios divertiam- se: [...] em jogos imitando figuras e vozes de animais como: os jogos do jacami, do gavião, peixe pacu, jaguar. O jogo de peteca era bastante apreciado, inclusive pelos adultos, sendo confeccionada com palha de milho e enfeitada com penas de aves. (BERNARDES, 2006, p. 548) Ou seja, a peteca era uma forma de brincadeira entre adultos e crianças. Como se joga? Isso! Rebatendo com a palma da mão sempre voltada para cima. ‘Mangá’ é a legítima peteca indígena. Os índios acreditavam que o ‘mangá’ fosse o jogo dos deuses. Eles jogavam sem parar durante o verão. Na época das chuvas, os trovões eram o barulho dos tapas na peteca. Na língua tupi ‘peteca’ significa ‘tapear’, ‘golpear’, ‘esbofetear’, com as mãos. Os historiadores afirmam, também, que os índios jogam com peteca feita de pedra enroladas com folhas de árvore amarradas em espigas de milho. (PETECA, 2002) Ela também pode ser confeccionada em palha de milho, com enchimento de areia ou serragem e com penas de galinha. Ao esporte peteca, ela aparece padronizada com rodelas de borracha sobrepostas e quatro penas brancas de peru (veja figura). Infelizmente, atualmente somos muito mais dependentes do dinheiro do que imaginamos, compramos tudo pronto nas lojas, inclusive nossos brinquedos. Uma pena, não acha? ATIVIDADE: NÃO DEIXE A CULTURA CAIR Alguém na sala sabe fazer peteca? Quer aprender a fazer uma? Siga as instruções: os materiais necessários para confeccionar a peteca são: 3 bexigas; uma tesoura; um saquinho plástico, um pouco de alpiste; um pedaço quadrado de tecido grosso; um pedaço de barbante. O modo de confeccionar uma peteca é: 1 - corte o pescoço das 3 bexigas; 2 - coloque um pouco de alpiste num saco plástico, dê um nó bem firme e próximo ao alpiste, depois corte as abas do saco plástico que sobrar; 3 – envolva esse saco plástico com alpiste com as 3 bexigas, uma de cada vez, formando a base da peteca; 4 – coloque a base da peteca no centro do quadrado do pano grosso; 5- envolva a base da peteca com o pano grossso como se fosse embrulhar um ovo de páscoa e amarre bem firme com o barbante para finalizar a peteca. Depois que a peteca estiver pronta receberá o nome de “cultura”. Agora, vamos à quadra de voleibol. Estenda a rede e use a peteca “cultura” que construímos anteriormente. Imagine que somos uma comunidade indígena em conflito entre duas classes. Uma classe é resistente e entende a importância de manter o costume de se jogar peteca. A outra classe acha muito estranha produzir o próprio brinquedo e prefere comprar tudo pronto a preservar sua própria cultura. A peteca irá representar a cultura dessa comunidade. O objetivo do jogo é não deixar a peteca cair, quer dizer a “cultura cair”. O jogo acontecerá utilizando o sistema de rodízio do voleibol, mas com uma diferença. Cada equipe poderá dar quantas rebatidas de peteca quiser para enviá-la ao campo adversário. Não haverá contagem de pontos no placar. O grupo que deixar a peteca cair, comete um erro e, ao invés de ceder um ponto para classe adversária, perderá um membro da sua classe para a classe adversária. Este que deverá permanecer, provisoriamente, dentro do espaço da comunidade contrária, sem a permissão de movimentar-se ou jogar. A classe que fizer três pontos seguidos conquistará definitivamente o membro provisório, que passará ser atuante no jogo como novomembro de sua nova classe. Ah! Toda regra merece ser discutida, principalmente aquelas que estiverem dificultando a participação de todos. Assim, reflita e indique quais regras precisam ser modificadas. Se desejar busque as regras oficiais do jogo peteca. Se você gostou de fazer a peteca, vai poder ensinar e brincar com seus amigos e, mais tarde, com seus filhos. Faça como os indígenas, chame sua família para brincar também. Imagem 9: Petecas Indígena e oficial - foto - Acervo pessoal (2008) Imagem 10: Faça sua Peteca - foto - Acervo pessoal (2008) 7 ...“Bola na trave não altera o placar Bola na área sem ninguém pra cabecear Bola na rede pra fazer o gol Quem não sonhou em ser um jogador de futebol? ... Trecho da música É UMA PARTIDA DE FUTEBOL (Samuel Rosa e Nando Reis, 1996) ESPORTES NÃO É BRINCADEIRA, NÃO! Afinal qual diferença entre o esporte e os jogos e brincadeiras? Está na estrutura das regras. Qualquer esporte tem regras fixas e rígidas, ou seja, se você jogar futebol, atletismo ou outro esporte em outro país, estado ou cidade não precisa combinar as regras do jogo antes de iniciar uma partida ou disputa. Basta seguir as regras e regulamento que foram determinados pela Federação Internacional. Mas, experimente brincar de pega-pega, bola queimada, pé na lata e outros jogos e brincadeiras populares. É bem possível que as regras sejam diferentes e menos rígidas do que as de qualquer esporte. Ou seja, ping-pong é diferente de tênis de mesa; andar de bicicleta é diferente de praticar ciclismo; jogar uma “pelada” é diferente de praticar futebol profissional; dentre outros. As regras nos jogos e brincadeiras são mais flexíveis, porém não menos importantes. Outra diferença é que as regras nos jogos são determinadas por seus participantes, já as regras dos esportes são determinadas pelas instituições próprias como federações e confederações de cada esporte. Regras, normas, leis ou regulamentos estão em todas as partes: na Educação Física, na família, na escola. Em sua opinião, para que servem as regras? Elas servem para serem respeitadas ou para organizar uma situação? E se elas não forem respeitadas o que deve acontecer? Você acha justo que uma regra não possa ser modificada? Você conhece alguma regra que não pode ser modificada mesmo que dê mais privilégio a uns que a outros? No caso do esporte, para mudar as regras, não basta se reunir e discutir qual é melhor forma de jogar, como fazemos durante uma brincadeira. É necessária a autorização de um órgão chamado Federação Internacional, responsável por fazer com que um determinado esporte seja jogado igual em todas as partes do mundo. Assim, o esporte é administrado por uma Federação Internacional (confira a figura). A Federação Internacional pode ter uma filiada em cada país, chamada de confederação. E ainda, cada confederação (nacional) pode ter várias federações estaduais. Todo esse conjunto de instituições trabalha para o esporte. Por fim, os atletas são filiados às federações estaduais. O esporte em clubes e federações é algo que surgiu na Europa na segunda metade do século XIX. Alguns Clubes montam equipes e mantém financeiramente os atletas. Os atletas treinam várias horas por dia para chegar a uma competição de nível nacional ou internacional. Treinar é o seu trabalho e, em troca precisam receber salário ou remuneração. Uma das formas de remuneração é o contrato de emprego ou de patrocínio. No caso do patrocínio, os atletas divulgam algum produto ou marca na camiseta ou boné em troca de ajuda financeira. Ser ou não um atleta? O fato é que se a intenção de praticar uma atividade é para manter-se com saúde, não precisa ser necessariamente um esporte. Mas, quem não sonhou em ser um jogador de futebol? Se a intenção é de tornar-se um profissional ou pelo menos participar do treinamento de qualquer esporte, o melhor lugar é procurar uma empresa, clube ou lugar especializado em formar atletas, não é mesmo? 8 Curiosidade: Você sabia que o branco europeu aprendeu com o índio muita coisa lucrativa, por exemplo, a extrair látex (borracha) da seringueira? Os seringueiros faziam solas de borracha para protegerem seus pés, a mesma borracha que protege os pés e amortecem as articulações, principalmente, as da coluna pelos impactos provocados durante corrida ou saltos. Inclusive a bola de látex é ainda fabricada por índios brasileiros. Por trás de um atleta de sucesso existem muitos outros trabalhadores. Os tipos de trabalhos que conhecemos atualmente é uma invenção do ser humano. Os homens já trabalharam para sua sobrevivência ou escravizados por outros homens, recebendo ou não salário. Se atualmente existem máquinas que fazem o trabalho pesado pelo ser humano, elas também tiram a oportunidade do ser humano conhecer todo o processo de produção de uma mercadoria, pois a máquina faz uma parte ou todo o processo. Além do mais, as máquinas garantem lucro mais facilmente que, infelizmente, não é distribuído igualmente para todos que trabalharam na produção da mercadoria. Com o passar dos anos, vão surgindo e desaparecendo várias profissões, quer um exemplo? Para um torcedor vestir a camisa do time precisa que alguém a confeccione. Esse processo de costurar pode ser feito por uma costureira ou, em seu lugar, máquinas farão o trabalho. Já teve oportunidade de visitar uma grande fábrica de confecção de material esportivo? Sabe como são as condições de trabalho ali? Você sabia que existe uma fábrica de materiais esportivos que costura tênis de marcas internacionais, localizada em Vitória da Conquista (BA)? Acesse http://www.youtube.com/watch?v=KSlYRYcjXzI e comprove. ATIVIDADE: VOCÊ É O CRAQUE Quais trabalhadores do esporte você conhece? São vários: atletas, árbitro, zelador, médico, técnico, preparador físico, professor, repórter, trabalhadores das fábricas de materiais esportivos e medalhas, desenhista, boleiros, voluntários das olimpíadas. Lembrou de mais algum? Muitos destes trabalhadores ajudam a indústria cultural a terem lucros. Bom, a brincadeira é o seguinte: você deve escolher um trabalhador do esporte e representar por meio de gestos para os demais da sala. Não vale emitir sons, nem utilizar de materiais alternativos. Somente pode se comunicar ou se expressar com o corpo. Os demais deverão adivinhar qual profissão foi escolhida por você. Seja criativo. Bom divertimento! TODA JOGO OU BRINCADEIRA TEM QUE VIRAR ESPORTE? Toda “pelada” precisa virar esporte? Futebol de cinco, futebol de sete, futebol de salão, futsal, futebol de campo, futebol americano, futvôlei... Peteca, tamborete, badminton... Existem registro de uso da peteca na China, Japão e Coréia para treinamento militar ou melhora das habilidades físicas do soldado, há mais de 2.000 anos. Na Coréia, os mercadores ambulantes jogavam petecas para se aquecerem do frio. Nesta época, por enquanto, nada indica que o jogo peteca era considerado um esporte. Nos jogos da V Olimpíada realizada na Antuérpia (Bélgica), em 1920, pela primeira vez os brasileiros participavam de uma Olimpíada e levaram petecas para aquecimento. Outros países mostraram-se interessados por essa prática. Inevitavelmente, esta brincadeira dos indígenas transformou-se em esporte entre os clubes de Belo Horizonte, na década de 1940. Desde então, as regras foram sendo aprimoradas e, finalmente, a Federação Mineira de Peteca - FEMPE (1973) conseguiu oficializar o esporte, pelo Conselho Nacional de Desporto – CND, em Brasília (1985). Prestou atenção nas datas desde que a peteca foi apresentada ao mundo, em 1920, até ser oficializada como esporte em Brasília, em 1985? Ainda há intenção em torná-lo esporte olímpico, mas para isso é necessário que tenha um número mínimo de praticantes federados (filiados à federações de seus países). Ao masculino é exigida a prática em pelo menos 75 países distribuídos em quatro 9 continentes; ao feminino exige-se a práticaem pelo menos 40 países distribuídos em três continentes. Além do Brasil, joga-se peteca no Paraguai, Bolívia, Chile, Estados Unidos, Portugal, Holanda, França, Alemanha, Suíça, Estônia, Lituânia, Rússia, China e Japão. Na França é praticado por mais de 30 mil pessoas. Será que, quando for considerado olímpico, será mais reconhecido aqui no Brasil? O curioso nisso tudo é que, uma atividade tipicamente indígena, virou esporte sem a participação dos índios. Será que a peteca é uma modalidade presente nos Jogos Indígenas? Os primeiros Jogos ocorreram em Goiânia com a presença de 25 etnias e mais de 400 participantes. Os II Jogos foram realizados na cidade de Guaíra, no Paraná (1999) e teve a participação de 31 etnias e mais de 600 atletas. Atualmente, cerca de 1100 atletas de 62 etnias praticam atividades indígenas e outros esportes da cultura dos não-índios. Os organizadores dos jogos estão preocupados em divulgar danças e rituais de suas culturas a todos. Se os índios estão aqui no Brasil antes dos europeus, porque somente em 1996 aconteceu a primeira edição dos Jogos Indígenas. Será que somente por meio do evento “Jogos” é que se consegue mostrar as tradições, costumes, expressões corporais, artesanato indígenas? Será que os jogos estão desvalorizando as tradições indígenas ou é uma forma de dominação da cultura dos brancos sobre a indígena? Vamos conhecer mais sobre os Jogos Indígenas? Quais as modalidades praticadas nos jogos? Será que conhecemos todas elas? ATIVIDADE: ESPORTE DA ESCOLA Explore um pouco mais os elementos dos Jogos Indígenas. Quer conhecer o Xikunahity (pronuncia-se Zikunariti) ou futebol de cabeça praticado pelos homens? Ou o Tihimoré, um tipo de boliche, praticada pelas mulheres? Acesse o site http://www.funai.gov.br/indios/jogos/novas_modalidades.htm e descubra quais modalidades e a forma de se jogar de cada uma delas. Após identificar outras modalidades veja se a peteca está ali presente? Acesse http://www.funai.gov.br/indios/jogos/1o_jogos/fotos_1jogos.htm e observe as fotos das competições. Busque outras curiosidades. Será que o futebol é jogado com a bola de látex confeccionada pelo índio? Em quais outras atividades a bola está presente? Será que as lanças usadas nas competições de Lançamento de Lança, são compradas em lojas? Viu quanta coisa interessante e diferente? Para saber quem é o idealizador e qual é o objetivo dos jogos, acesse: http://www25.ceara.gov.br/noticias/noticias_detalhes.asp?nCodigoNoticia=15945. Agora é a sua vez. Reúna seus amigos e crie um esporte com seus amigos. Vale misturar regras de vários jogos, mas lembre-se que a peteca deve fazer parte deste esporte da escola. Depois de criá-lo, vamos à quadra para testá-lo, certo? VAMOS CONHECER OUTRO ESPORTE QUE NECESSITA DE PETECA? Esta atividade surgiu há mais de dois mil anos e é popular nos países asiáticos. Isso mesmo, nós estamos falando de um esporte muito popular no Paquistão, na Índia e, principalmente, na China e na Indonésia, por exemplo. Nesses países, para ser considerada uma atividade popular ou que todos apreciem, não precisa ser jogada com bola. Ao invés de bola, é usada uma peteca menor e mais leve do que aquela em que os índios confeccionam. O esporte utiliza raquete para rebater a peteca, sobre uma rede, que divide a quadra. A raquete é parecida com a de tênis de campo, porém mais leve. Tem regras parecidas com as do punhobol ou peteca. E o que há de curioso é que muitos não conhecem o segundo esporte mais praticado no mundo. Praticado principalmente pelas crianças na Grécia Antiga, a peteca era rebatida por um tamborete (battledore and shuttlecock, em inglês) com objetivo de não deixá-la cair no chão. O badminton moderno veio da Índia, na Idade Média. Muito tempo depois, por volta de 1870, oficiais do exército britânico, que ocupavam esse país e praticavam uma variante da modalidade, levaram-no para a Europa. 10 Para se comunicar ou transmitir uma mensagem verbal ou não verbal para alguém, também precisamos entender que existe um contexto de produção para que tenhamos sucesso nesse objetivo, pois vivemos em constante interação com as outras pessoas e temos finalidades específicas ao nos comunicarmos (Geraldi, 1997). Um exemplo disso – de interação – é que não é possível praticar alguns esportes sem outras pessoas, como futebol ou peteca. Logo ficou popular entre os camponeses que começaram a jogá-lo e o esporte ficou conhecido por poona. Passou a chamar-se badminton em 1850; estreou como esporte de demonstração nos Jogos Olímpicos de 1974 (Munique) e de 1988 (Seul). Desde 1992 (Barcelona) é considerado esporte olímpico. Pode ser praticado individualmente ou em duplas. Você já teve oportunidade de observar uma apresentação deste esporte? No Brasil, o badminton começou a ser mais organizado, em 1994, em clubes paulistas, por imigrantes asiáticos. A Federação Brasileira de Peteca estima que existem cerca de 100 mil praticantes de peteca, apesar do esforço em deixar um esporte mais popular. Enquanto que, o badminton é esporte olímpico e conta com apenas 2 mil esportistas no país. Mas, se peteca existe no Brasil, antes da chegada dos portugueses, por que o badminto é mais popular? Você já aprendeu a fazer o seu material de jogo? ATIVIDADE: O ARTESÃO Veja, do lado direito da figura, logo abaixo do (A) a raquete, as petecas especiais ou oficiais para o jogo. À esquerda (B) tem uma sequência de imagens (1, 2 e 3) para a elaboração de um equipamento de jogo. 1) material necessário: uma meia fina, uma lata, um saco plástico pequeno, uma bolinha de tênis de mesa ou de desodorante tipo rollon. 2) Para fazer a peteca, coloque a bolinha dentro do saco e dê um nó próximo à bolinha, ou seja, encape a bolinha com o saquinho como se fosse um ovo de páscoa. Faça a mesma coisa com a raquete, encape a lata com a meia fina e dê um nó deixando a meia esticada o suficiente para rebater a peteca. Cuide para que o nó fique junto ao fundo da lata e a meia fina faça uma redinha na boca da lata. 3) Está pronto o material. Segure a lata de forma que boca da lata (redinha feita com meia fina esticada) fique voltada para cima. A redinha deve estar para cima para rebater a peteca. Para jogar use a linha de 3 metros da quadra de voleibol. As regras básicas do jogo, você já conhece, são muito parecidas como as do ping-pong ou tênis de mesa: uma rede (pode ser de voleibol) separa os dois jogadores adversários; o objetivo é rebater a peteca, diretamente para o adversário, sem deixá-la cair. Deixá-la cair constitui erro e ponto para o a adversário. Para saber de outras regras do jogo, faça uma pesquisa. Prepare-se, adapte as regras e convide os outros alunos para uma partida. Que tal? Nossa! Perceberam quanta coisa tem por trás de um jogo? Quanta coisa existe entre a bola e a peteca que nem podemos imaginar! E então, na aula vai ter outra vez ‘jogo de bola’... ou de peteca? ATIVIDADE: VOCÊ BATE O PENALTI Para pôr à prova estes conhecimentos apresentados, sugerimos uma síntese em forma de paródia. A paródia é geralmente despojada e quase sempre com sentidos diferentes da obra original. É uma adaptação a um novo contexto. É uma imitação cômica de uma composição literária, a música. Mostre que você e seus amigos sabem se comunicar. Divida a turma em 4 grupos ou mais. Cada grupo deverá escolher um trecho ou refrão de uma música conhecida por todos e fácil de cantar. Sugerimos a música mostrada no início deste Folhas (É uma Partida de Futebol) para um grupo. Crie uma nova letra, atentos aos seguintes critérios: 1) a paródia deverá conter as seguintes palavras obrigatórias: peteca, futebol, intenção; 2) a mensagem da paródia deverá ser sobre cultura. Se quiserem incrementar prepare uma coreografia e figurino (fantasias) para acompanhar a paródia. Depois proponha à turma que contemple a apresentação de cada grupo. Não se esqueça que, durante a contemplação,o importante é apreciar, refletir e considerar se os critérios estabelecidos estão sendo respeitados por todos os grupos. Portanto, durante a apresentação dos grupos, evite se manifestar ou interferir na contemplação dos demais. Guarde seu discurso ou comentário para o final da apresentação. Mãos à obra e divirtam-se. ATIVIDADE: ...E GOOOOOOOL No decorrer do texto, vimos vários desenhos feito no grafite que continha uma mensagem. Agora você é o artista que vai se comunicar com os seus colegas por meio de um desenho. Para nos comunicar, precisamos pensar em: quem comunica, para quem, o que comunica, por que comunica e como. Escolha uma passagem do texto que lhe chamou a atenção e entre em ação. Mostre sua intenção, se comunique por meio de um grafite. Imagem 11: Faça seu Badmington – foto - Acervo pessoal (2008) 11 ÍNDICE DE IMAGENS Imagem 1: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br ....................................................................................... 0 Imagem 2: Jogo de Bola? - em grafite - Acervo pessoal (2008) .......................................................... 1 Imagem 3: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br ...................................................................................... 1 Imagem 4: Painel (www.diaadiaeducacao.pr.gov.br) .......................................................................... 1 Imagem 5: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br ....................................................................................... 1 Imagem 6: Cultura Expulsa - em grafite - Acervo pessoal (2008) ........................................................ 1 Imagem 7: Aculturação - em grafite - Acervo pessoal (2008) .............................................................. 1 Imagem 8: Peteca do Avô - Acervo pessoal (2008) ............................................................................ 1 Imagem 9: Petecas Indígena e oficial - foto - Acervo pessoal (2008) .................................................. 1 Imagem 10: Faça sua Peteca - foto - Acervo pessoal (2008) .............................................................. 1 Imagem 11: Faça seu Badmington – foto - Acervo pessoal (2008) ..................................................... 1 REFERÊNCIAS Peteca. 2002. Disponível em: <http://www.inova.unicamp.br/inventabrasil/peteca.htm>. Acesso em: 29 jan, 2002. Histórico. 2008. Disponível em: <http://www.25punhobol.sebben.com/punhobol.htm>. Acesso em: 28 jan, 2008. Histórico da Bocha. 2008. Disponível em: <http://www.portaldabocha.com.br/cbbb/>. Acesso em: 27 jan, 2008. Jogos Infantis: A Peteca 2008. Disponível em: <http://www.terrabrasileira.net/folclore/manifesto/jogos/j-peteca.html>. Acesso em: 29 jan, 2008. BALHANAS, ALTIVA PILATTI, et al. História do Paraná. 2. ed. Curiiba: Grafipar, 1969. BERNARDES, ELIZABETH LANNES. Jogos e brincadeiras tradicionais: um passeio pela história. In. Anais de VI Congresso Luso-Brasileiro de história da educação - percursos e desafios da história da educação, 2006. p.542-549. BRAZ, FÁBIO CÉZAR. História do Paraná - das origens à atualidade. Arapongas: El Shaddai, 2000. 1 CD-Rom. CHAUÍ, MARILENA. Convite à filosofia. São Paulo: Àtica, 1996. CIÊNCIA, SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA. O futebol do Maias. 2006. Disponível em: <http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=34281 >. Acesso em: 14 jun, 2006. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1993. COTRIM, GILBERTO. História do Brasil - um olhar crítico. São Paulo: Saraiva, 1999. FEMPE, FEDERAÇÃO MINEIRA DE PETECA. Histórico da peteca. 2005. Disponível em: <http://www.fempe.com.br/>. Acesso em: 20 nov, 2005. FERREIRA, AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA. Dicionário Aurélio Eletrônico Século XXI. Versão eletrônica 3.0: Nova Fronteira, 1999. FIORIN, JOSÉ LUIZ; SAVIOLI, FRANCISCO PLATÃO. Para entender o texto. 4. ed. São Paulo: Ática, 1995. FREITAS, LUIZ CARLOS. Crítica da organização do trabalho pedagógico e da didática. 6. ed. Campinas: Papirus, 2006. FROMER, MARCELO, et al. Homem primata. CD Cabeça dinossauro:. WEA, 1986 FUNAI. VI Jogos dos Povos Indígenas. 2003. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/indios/jogos/novas_modalidades.htm>. Acesso em: 30 nov, 2003. FUTEBOL. Das peladas à Copa do Mundo. São Paulo: Abril Multimídia, 2000. GALLARDO, JORGE SERGIO PÉREZ. Ginástica. In: González, Fernando Jaime; Fensterseifer, Paulo Evaldo (Org.). Dicionário crítico de Educação Física. Ijuí: Unijuí, 2005. p.210-214. GERALDI, JOÃO WANDERLEY. Portos de Passagem. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. 12 GILIOLI, EDUARDO BORBA. Futebol Paixão Nacional. 2008. Disponível em: <http://www.diadiaeducacao.pr.gov.br/portals/folhas/frm_detalharFolhas.php?codInscr=3848&PHPSE SSID=2009061500144935>. Acesso em: 30 maio, 2008. GRANDO, BELENI SALETE. Movimentos indígenas do Brasil: a cultura autoritária e preconceituosa e a Educação Física. Motrividencia, v.XI, n.14, maio, p.63-91, 2000. IBGE. Brasil 500 anos de povoamento. 2000. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/brasil500/index2.html>. Acesso em: 18 nov, 2000. LEONARD, ANNIE. A história das coisas. 2001? Disponível em: <http://sununga.com.br/HDC/index.php?topico=display>. Acesso em: 3 nov, 2001? NASCIMENTO, MILTON; BRANT, FERNANDO. Bola de meia - bola de gude. cd 14 BIS II: EMI- Odeon, 1980 PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO. Diretrizes Curriculares de Educação Física para os anos finais do ensino fundamental e para ensino médio. Curitiba: Governo do Paraná, 2008. ______. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba: Governo do Estado, 2008. PORTINARI, CÂNCIDO. Plantando bananeira - estudo para meninos brincando. 1955. Disponível em: <http://www.portinari.org.br/ppsite/ppacervo/obrasSimples.asp?notacao=532&ind=1&NomeRS=rsObr aComObra_Estudo&Modo=S>. Acesso em: 4 dez, 1955. ROSA, EDVALDO ALVES SANTA. Museu dos Esportes - história da ginástica. 2008. Disponível em: <http://www.museudosesportes.com.br/noticia.php?id=1109>. Acesso em: 18 nov, 2008. ROSA, SAMUEL; REIS, NANDO. É uma partida de futebol. CD O samba Poconé:. Estúdio Mosh, 1996 SANTOS, FABIANO ANTONIO DOS; CÁSSIA, RITA DE. O futebol para além das quatro linhas. Curitiba: SEED-PR, 2006. SESCSP. Esportes individuais. 2002. Disponível em: <http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/sescverao2002/guia_esportesindividuais.htm#badminton >. Acesso em: 13 nov, 2002. UOL. Curiosidade históricas - fórmula 1. 2004. Disponível em: < http://esporte.uol.com.br/olimpiadas/modalidades/badminton/curiosidades.jhtm >. Acesso em: 01 jun, 2004. VÁRIOS AUTORES. Ginástica - introdução. In: Livro Didático Publico (Org.). Educação Física - Ensino médio. Curitiba: SEED-PR, 2006.
Compartilhar