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COMPLICAÇÕES TRANS-OPERATÓRIAS COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Acidentes e complicações em exodontia PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES Avaliação pré-operatória Plano de tratamento Complicações podem ocorrer mesmo com cuidados preventivos… Realizar cirurgias APENAS que estão habilitados! Cuidado com excesso de otimismo Avaliar estado de saúde do paciente Avaliar radiografias adequadas Planejamento pré-op. inclui também orientações Seguir princípios cirúrgicos básicos Princípios cirúrgicos básicos: · Iluminação adequada · Afastamento dos tecidos · Sucção adequada · Via de acesso desimpedida · Controle da força · Assepsia · Manuseio atraumático · Hemostasia · Limpeza da ferida Complicações trans-operatórias · Lesões de tecidos moles · Complicações nas extrações dentárias · Lesões a dentes adjacentes · Lesões de estruturas ósseas · Lesões de estruturas adjacentes · Comunicações oroantrais · LESÕES DE TECIDOS MOLES Causas: Falta de atenção do cirurgião Uso de força excessiva Laceração de Retalho Mucoso: · Lesão mais comum · Tamanho do retalho inadequado + tração · Prevenção: Retalhos de tamanho adequado Usar pouca força de tração Incisão de alívio · Tratamento: Reposicionar o retalho cuidadosamente e suturar Lacerações irregulares: excisão dos bordos (CUIDADO!) Perfurações de tecidos moles · Segunda lesão mais frequente · Escorregão de instrumentos cirúrgicos · Uso descontrolado da força · Prevenção: Uso controlado da força Apoio adequado com os dedos da mão e suporte da mão oposta · Tratamento: Evitar infecção (não suturar) Se sangrar: pressão direta sobre o tecido mole Feridas causadas por abrasão · Contato da haste da broca com lábio e comissura labial · Prevenção: O assistente deve estar atento a haste da broca em relação à bochecha e lábios · Tratamento: Aplicar vaselina ou pomada antibiótica (apenas na abrasão) 5 a 10 dias de cicatrização · COMPLICAÇÕES NAS EXTRAÇÕES DENTÁRIAS Fratura radicular · Lesão mais comum · Raízes longas, curvas e divergentes imersas em osso compacto · Sempre esperar que pode ocorrer uma fratura radicular!!! · Prevenção Extração aberta + remoção óssea/ Evitar força apical · Tratamento Remoção da raiz: via fechada (com iluminação e sucção adequadas)/ removendo osso vestibular/ técnica da “janela aberta” Deslocamento radicular · Raiz do molar superior forçada para o seio maxilar · Excessiva pressão apical com alavanca · Prevenção Extração aberta + remoção óssea/ Evitar força apical · Tratamento 1. Identificar o tamanho da raiz perdida (ápice, raiz ou dente inteiro) 2. Presença de infecção no dente ou tecidos periapicais 3. Condição pré-operatória do seio maxilar (presença de infecção crônica) · Deslocamento de ápice radicular (2 ou 3 mm) Pré-requisitos: ausência de infecção Radiografar a região Irrigação + sucção potente · Deslocamento de ápice radicular (2 ou 3 mm) Se a raiz estiver infeccionada ou presença de sinusite crônica preexistente - Remoção · SE INSUCESSO ou Deslocamento de grande fragmento de raiz ou dente Remoção após a realização de radiografia, pelo acesso de Caldwell-Luc (encaminhar ao Cirurgião Bucomaxilofacial) · Outros tipo de deslocamento: Deslocamento de terceiro molar superior para o espaço infra-temporal Deslocamento de raízes de molares inferiores para o espaço fascial submandibular Dente perdido na Orofaringe · Utilizar sucção potente para tentar remover o dente ou fragmento dentário · Incentivar o paciente a tossir ou cuspir o dente · Sem tosse ou dificuldade respiratória: Provável deglutição · Se tosse violenta ou dificuldade respiratória - Hospital – Emergência – Raio X de Tórax – Possível broncoscopia · LESÕES A DENTES ADJACENTES Causas: Falta de atenção do cirurgião no campo cirúrgico Fratura de restaurações e/ou dentes adjacentes · Prevenção: Reconhecer o potencial de fratura de grandes restaurações Prevenir o paciente pré-operatoriamente Emprego prudente no uso de alavancas Pedir ao assistente para alertar o cirurgião Evitar o uso de força de tração excessiva (dentes do arco oposto) · Tratamento: Remover o fragmento de dente ou restauração fraturados e providenciar restauração temporária Avisar o paciente do ocorrido e alertar para a necessidade de restauração definitiva Luxação de dentes adjacentes · Causas: Uso inadequado de intrumentos para extração · Prevenção: Utilizar técnica e instrumentais adequados Evitar força excessiva · Tratamento: Reposicionar o dente e estabilizar até que ocorra a cicatrização Checar a oclusão – avaliar possível extrusão traumática Se o dente apresentar grande mobilidade utilizar fixação menos rígida possível Extração do dente errado · Prevenção: Focar atenção no procedimento Solicitar ao paciente e ao assistente que assegurem o dente correto a ser extraído Checar e rechecar o dente a ser extraído · Tratamento: Se o erro foi observado no momento: reimplantar o dente Caso contrário não se deve reimplantar Avisar o paciente do ocorrido No caso de indicação ortodôntica, conversar com ortodontista · LESÕES DE ESTRUTURAS ÓSSEAS Fraturas de processo alveolar · Locais de maior ocorrência: Canino sup, molares superiores, tuberosidade maxilar, incisivos inferiores. Considerar idade. · Prevenção: Realizar exames clínico e radiográfico pré-operatórios Não usar força excessiva (considerar secção de raízes) Usar a técnica da extração cirúrgica aberta para reduzir a força necessária · Tratamento: Se o osso foi completamente removido do alvéolo, NÃO recolocar, reposicionar tecido mole sobre o osso remanescente, alisar quaisquer espículas. Se o osso ficar aderido ao periósteo, tentar descolar dente do osso delicadamente, se o osso se soltar do tecido mole, remover o fragmento. · LESÕES DE ESTRUTURAS ADJACENTES Lesão a estruturas nervosas regionais · Ramos nervosos com maior probabilidade: N. mentoniano, N. Lingual, N. Alveolar Inferior, N. bucal e N nasopalatino · Prevenção: Ter conhecimento da anatomia do nervo na área cirúrgica Evitar incisões ou afetar o periósteo na área do nervo · Consequência: Parestesia do nervo afetado · Tratamento: Paliativo: Prescrição de vitaminas do complexo B/ Laserterapia Aguardar o tempo de regeneração do nervo (variável conforme o tipo de traumatismo ao nervo – semanas a meses) Secção total do nervo: Provável função perdida Lesões à Articulação Temporomandibular · Prevenção: Apoie a mandíbula durante a extração Não abrir a boca do paciente excessivamente · Consequência: DOR na ATM · Tratamento: Calor úmido, repouso para a mandíbula, dieta pastosa e prescrição medicamentosa para dor. · Pode ocorrer LUXAÇÃO DA ATM! Redução da luxação de Atm por especialista · COMUNICAÇÕES OROANTRAIS Comunicação entre seio maxilar e cavidade bucal (bucosinusal) · Remoção dos molares superiores + Seio maxilar amplo/ ausência de osso entre as raízes/ raízes mto divergentes = Pode ocorrer fratura do assoalho do seio maxilar · Prevenção: Realizar exame radiográfico pré-operatório Usar técnica cirúrgica aberta com secção radicular Evitar força excessiva · Consequência: Fístula Bucosinusal (oroantral) crônica e/ou sinusite maxilar pós-operatória · Diagnóstico: Examinar o dente removido – observar presença de osso entre as raízes – Técnica de assoar o nariz com as narinas fechadas – Manobra de Valsalva (Cuidado) Determinar o tamanho aproximado da comunicação: Pequena = 2mm ou menos de diâmetro Moderada = 2 a 6 mm Grande = 7 mm ou mais · Tratamento (Dependente do tamanho da comunicação) · Pequena (<2 mm) Assegurar a formação de um bom coágulo + Orientações respiratórias OBS: não sondar a comunicação – risco de perfuração da membrana Em pacientes com sinusite maxilar crônica - ATENÇÃO ORIENTAÇÕES RESPIRATÓRIAS: EVITAR ASSOAR O NARIZ EVITAR ESPIRRAR VIOLENTAMENTE EVITAR BEBER DE CANUDO EVITAR FUMAR · Moderada (2 a 6 mm) Assegurar a formação de um bom coágulo – sutura oclusiva + Orientações respiratórias + prescrição de antibiótico (penicilina ou clindamicina) + prescrição de descongestionante nasal (afrin) OBS: Em pacientes com sinusitemaxilar crônica – ATENÇÃO- considerar encaminhamento à CTBMF · Grande (>7 mm) Fechar a comunicação com retalho (encaminhamento à CTBMF) o mais precocemente possível (preferência no mesmo dia). Tipos de retalho: · Vestibular · Retalho + bola gordurosa da bochecha (Bichat) Prescrição antibiótica + orientações respiratórias + Prescrição de descongestionante nasal (afrin) As comunicações oroantrais se não tratadas e orientadas adequadamente podem se tornar uma complicação pós-operatória de difícil resolução, sendo obrigatoriamente necessário o encaminhamento ao profissional competente, no caso o cirurgião bucomaxilofacial. Complicações pós - operatórias · Sangramento pós-operatório · Infecção e atraso da cicatrização · Fraturas da mandíbula · SANGRAMENTO PÓS – OPERATÓRIO A EXTRAÇÃO DENTÁRIA É UM DESAFIO À HEMOSTASIA SANGUÍNEA Tecidos da boca e maxilares são altamente vascularizados Ferida aberta ao nível do tecido mole e ósseo A língua é curiosa e pode deslocar coágulos Enzimas salivares podem causar lise do coágulo Prevenção · Obtenção de um histórico de sangramento (ANAMNESE) · “Já teve algum problema com sangramento no passado?” · “Alguém da família apresenta problemas com sangramento?” · “Quais os tipos de medicação de uso contínuo toma?” · “Bebe com frequência?” · “Tratamento quimioterápico”” QUALQUER ALTERAÇÃO ENCAMINHAR AO HEMATOLOGISTA EXAME ESPECÍFICO: TAXA NORMALIZADA INTERNACIONAL (RNI) Estado de anticoagulação normal : RNI = 2,0 – 3,0 Pequenas cirurgicas: RNI <2,5 · Usar técnica cirúrgica atraumática · Incisões bem definidas · Manuseio cuidadoso dos tecidos moles · Arredondar ou remover espículas ósseas · Remover lesões na região periapical ou próximas ao colo dos dentes adjacentes · Verificar a ferida: Hemostasia com pressão direta ou pinçar o vaso com pinça hemostática ou esmagamento ósseo no caso de sangramento medular. · Após término da cirurgia – o paciente deverá morder uma gaze por 30min · Obter boa hemostasia na cirurgia NUNCA LIBERAR O PACIENTE SE O MESMO CONTINUA SANGRANDO (Checar o alvéolo após 15 minutos da extração) - Na falha das medidas anteriores: Hemostático (Tampão de colágeno, colágeno microfibrilar, celulose oxidade regenerada e esponja de gelatina reabsorvível) · Fornecer ao paciente instruções pós-operatórias · INFECÇÃO E ATRASO DA CICATRIZAÇÃO Infecção · Prevenção Técnica asséptica Minucioso debridamento da ferida LAVAR A FERIDA!!!! Pacientes predispostos: antibioticoterapia Alveolite · Alveolite seca · Alveolite úmida Tratamento paliativo Deiscência da ferida · Prevenção Usar técnica asséptica Realizar cirurgia atraumática Fechar incisão sobre osso sadio Suturar sem tensão CLASSIFICAÇÃO DAS ALVEOLITES · ALVEOLITE SECA · DEGRADAÇÃO DO COÁGULO E FIBRINÓLISE ÓSSEA ALVEOLAR, NÃO OCORRE NEOFORMAÇÃO CONJUNTIVA · ALVEOLITE ÚMIDA · APRESENTA SUPURAÇÃO, O COÁGULO SOFRE DEGENERAÇÃO, COM PRESENÇA DE INFILTRADO INFLAMÁTORIO CRÔNICO · OSTEÍTE NECROSANTE · TECIDO DE GRANULAÇÃO INFECTADO POR LONGO PERÍODO, NECROSE E SEQÜESTRO OCORRÊNCIA · 2% A 3% EXODONTIAS · 20% A 30% DENTES INCLUSOS · MANDÍBULA > MAXILA · HOMENS : MULHERES = 2:3 ETIOLOGIA · MULTIFATORIAL · CAUSAS BACTERIANAS OU FIBRINOLÍTICAS · FATORES PREDISPONENTES · INFECÇÃO PRÉVIA À EXTRAÇÃO · SUPRIMENTO SANGUÍNEO INSUFICIENTE DO ALVÉOLO · FALTA DE CUIDADOS PRÉ E PÓS-OPERATÓRIOS · CONDIÇÕES BUCAIS DO PACIENTE · USO DE CONTRACEPTIVOS · TRAUMATISMO DO OSSO ALVEOLAR DIAGNÓSTICO · CLÍNICO · 2 A 5 DIAS APÓS A CIRURGIA · DOR SEVERA PULSÁTIL · ALTERAÇÕES POUCO EVIDENTES AO RAIO X TRATAMENTOS ALVEOLITE SECA · CURETAGEM SEM RASPAR · ABUNDANTE IRRIGAÇÃO COM SORO FISIOLÓGICO · PASTA DE ALVEOSAN · MORDER GAZE · ANALGÉSICOS PÓS-OPERATÓRIO ALVEOLITE ÚMIDA · IGUAL A ALVEOLITE SECA · ANTIBIOTICOTERAPIA OSTEÍTE NECROSANTE · CULTURA E ANTIBIOGRAMA · ANTIBIOTICOTERAPIA ESPECÍFICA E SEQUESTRECTOMIA PASTA MEDICAMENTOSAS · ALVEOSAN, ALVOGYL, ALVEOLITEN, ALVEOLEX, ALVEOLIN · ATRASO NO REPARO · EFICÁCIA CLÍNICA PREVENÇÃO · COMBATER SEPTICIDADE LOCAL · RIGOROSA ANTISSEPSIA POR MEIOS QUÍMICOS E MECÂNICOS · CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS · FRATURAS DE MANDÍBULA Complicação menos frequente · Geralmente associada à exodontia dos terceiros molares impactados · Uso de força excessiva · Terceiros molares impactados profundamente (pouca basilar da mandíbula) · Mandíbulas atróficas · Tratamento= fixação intermaxilar (bloqueio maxilomandibular) se a fratura for notada no momento da exodontia · Encaminhamento à CTBMF