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Pontifícia Universidade Católica de Campinas Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia Professores: Carlos Tadayuki e Beatriz Tenorio Dupla 26 Georgia Borré 17105917 Larissa David 17050212 enviar para biatbc@uol.com.br. Até 02/06/2020 até às 16h50min http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/SPP_Arquivos/comite_mort_mat_infant/partogr ama/5PARTOGRAMA.pdf https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n4/a20v43n4.pdf https://drive.google.com/file/d/19Jrox92KvDzaIge3xs107SpKDlqZMrUC/view - zugaib https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/29761/2/PREENCHIMENTO%20DE%20PARTOG RAMA.pdf Discorra sobre partograma: importância, aplicabilidade e dê exemplos gráficos e as condutas quando existirem. Partograma é um gráfico que representa e traduz o trabalho de parto. Ele esquematiza as fases do trabalho de parto e permite um acompanhamento pragmático da evolução desse processo. A importância do partograma se dá por ser um material que serve como um documento a fim de registrar o parto, pode garantir segurança dos profissionais envolvidos, pode ajudar a diagnosticar alterações e evidenciar a necessidade de tomada de decisões para correção de desvios, além de evitar intervenções desnecessárias. Além disso, a utilização do partograma reduz a incidência de cesarianas, reduz o tempo do trabalho de parto e também reduz riscos de complicações tanto para o RN quanto para a puérpera (1, 2). É importante, neste momento, fazermos uma breve recapitulação das fases do trabalho de parto, para que possamos montar e descrever corretamente o partograma. Períodos do trabalho de parto: de acordo com o que foi descrito por Friedman. O período de dilatação, em que há ampliação do orifício do colo e formação do canal de parto, envolve 2 momentos, as fases latente e ativa. Esse período depende da duração, frequência e 1 http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/SPP_Arquivos/comite_mort_mat_infant/partograma/5PARTOGRAMA.pdf http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/SPP_Arquivos/comite_mort_mat_infant/partograma/5PARTOGRAMA.pdf https://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n4/a20v43n4.pdf https://drive.google.com/file/d/19Jrox92KvDzaIge3xs107SpKDlqZMrUC/view https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/29761/2/PREENCHIMENTO%20DE%20PARTOGRAMA.pdf https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/29761/2/PREENCHIMENTO%20DE%20PARTOGRAMA.pdf intensidade das contrações uterinas e alterações nesses fatores podem determinar distocias no trabalho de parto. ● Fase latente: fase em que há contrações irregulares (Braxton-Hicks) que não determinam modificações significativas na dilatação cervical, mas há o início da dilatação. Essa fase dura em média 8 horas (em primigestas), 6 horas (em multíparas). Se essa fase ultrapassar 20 horas em primigestas e 14 horas em multíparas, consideramos a fase prolongada. ● Fase ativa: a partir de 4 cm de dilatação do colo uterino - é a fase em que há contrações fortes, dolorosas, regulares e há franca dilatação do colo, cerca de 1,5 cm por hora até atingir dilatação total de 10 cm. Essa fase dura em média 6 horas (2, 3). Curva de Friedman de evolução do parto: dilatação/tempo. Valores médios normais em primíparas. (De Friedman, E.A. In Reid, D. E. & Barton, T . C. Controversy in Obstetrics and Gynecology. Philadelphia, Saunders, 1969.) (1) 2 Montagem do partograma - aspectos técnicos: precisa-se de papel quadriculado para poder montar o gráfico. No eixo horizontal, abscissas, anota-se o tempo em horas e cada quadrado determina 1 hora. No eixo vertical, ordenadas, anota-se a dilatação do colo uterino em centímetros (à esquerda) e a altura da apresentação (à direita), de acordo com o plano zero de De Lee - mais comumente, mas também pode-se utilizar os respectivos planos de Hodge. Nas abscissas, cada quadrado determina 1 cm de dilatação ou variação de 1 na descida da apresentação. Usa-se um X ou um triângulo para representar a dilatação e usa-se uma circunferência para representar a apresentação e variedade de posição. O partograma também traz informações de: batimento cardíaco fetal (bcf), contrações uterinas, bolsa amniótica, pressão arterial da gestante, medicações, altura da apresentação, variedade de posição e dilatação. O partograma vai ser aberto quando a gestante entrar na fase ativa do trabalho de parto, isso é, se ela tiver 3-4 cm de dilatação do colo ou se ela apresentar 2 a 3 contrações de 40 a 60 segundos em 10 minutos. Essa informação é muito importante para garantir que o partograma seja aberto no momento certo, pois a abertura precoce do partograma (na fase latente) pode implicar em intervenções desnecessárias e iatrogênicas (4). Ao abrir o partograma, desenha-se a linha de alerta (no momento em que atinge a fase ativa) e desenha-se, na abertura, a linha de ação 4 horas após traçar a linha de alerta (1, 2). Essas linhas servem para orientar ações do corpo clínico. Quando a dilatação atinge ou cruza a linha 3 de alerta, os profissionais precisam se atentar a uma melhor observação clínica; somente quando a curva de dilatação atingir a linha de ação é que será preciso tomar ações ativas e fazer intervenções médicas para corrigir a anormalidade (1, 2). Para “alimentar” e completar o partograma, deve-se fazer exames físicos na gestante. Faz-se toque vaginal a cada 2 horas, neste é registrada a dilatação do colo, a altura da apresentação, a variedade de posição e as condições da bolsa das águas e do líquido amniótico (1). 4 Modelo da ficha do partograma, respectivas linhas de alerta e de ação e outros registros de interesse no acompanhamento do trabalho de parto. (Ministério da Saúde, 2001) (1). Partograma com erro na construção - aberto antes da fase ativa do trabalho de parto. Retirado da aula ‘’Partograma’’ - Profª. Drª Beatriz Tenório (2). Na evolução normal do trabalho de parto, a curva de dilatação cervical se processa à esquerda da linha de ação; quando essa curva ultrapassa a linha de ação, trata-se de parto disfuncional (1). Nesse sentido, vale ressaltar que dentre os partos disfuncionais, é de extrema importância o entendimento acerca das distócias, ou seja, ‘’anormalidade no desenrolar do trabalho de parto’’ (6). O partograma é essencial nesse quesito, uma vez que detecta essas 5 anormalidades fazendo com que seja tomada uma conduta correta. As distócias podem ser divididas em anormalidades de trajeto -podendo ser ósseas ou de partes moles- e anormalidades do objeto -tamanho do feto, distócia de biacromial e anormalidades de situação e apresentação. (6) A respeito das distócias, através da curva de Zhang, pode verificar, no partograma, se há a necessidade de uma cesária em uma parada da progressão do parto. Com isso, o autor, acrescenta, nesse sentido, uma visão mais atualizada sobre o assunto e diz que uma fase latente a qual supera 20 horas em nulíparas e 14 horas em multíparas não deve ser uma indicação para cesárea, assim como um trabalho de parto lento, porém progressivo, também não é indicativo para cesárea. Em suma, em um primeiro período Zhang determina que uma parada de progressão do parto define-se como uma dilataçãocervical maior ou igual a 6 cm e ruptura de membranas com nenhuma alteração cervical após 4 horas, apesar de contrações adequadas ou nenhuma mudança cervical após 6 horas, com contrações inadequadas (5). Já no segundo período, com a não ocorrência de nenhum progresso, sendo de descida ou rotação, em multíparas acima de 2 horas e nulíparas acima de 3 horas (5). Com isso, como já falado acima, as distócias podem ser evidenciadas nos partogramas, como nos exemplos a seguir: 6 Partograma demonstrando fase ativa prolongada, retirado de http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/parto_aborto_puerperio.pdf (6). No exemplo acima, caracteriza-se uma distócia funcional, onde a fase ativa demonstra-se prolongada. Nesse sentido, verifica-se a administração de ocitocina na 6ª hora de registro, e a avaliação da evolução do trabalho de parto até a chegada na linha de ação. Ao analisar o exemplo acima, vê-se uma progressão da dilatação, um líquido amniótico claro, BFC em padrões normais e contrações efetivas; dessa forma, a cesária seria a última opção, podendo, se o feto chegar aos planos positivos, uma alocação de fórceps para progressão do parto vaginal. Mas, se a descida do feto não se mostrar efetiva, é necessária a realização de parto via alta. 7 Partograma demonstrando parada secundária da dilatação, retirado de http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/parto_aborto_puerperio.pdf (6). Ao analisarmos o exemplo acima, verifica-se uma parada secundária de dilatação, podendo ser uma desproporção céfalo pélvica absoluta ou relativa (6). O partograma acima apresenta uma não progressão da dilatação, assim como uma queda no BCF, uma não insinuação correta do feto, uma bolsa rota com mecônio, diversas aplicações de ocitocina sem muita evolução e contrações ineficientes. Com isso, a presença de mecônio demonstra um sofrimento fetal fazendo com que, após as medidas tomadas anterior à linha de ação, esse parto seja indicativo de via alta, ou seja, cesárea. 8 Partograma demonstrando parada de descida, retirado da aula da Professora Drª Beatriz T. B. de Carvalho (2). O partograma acima evidencia um tipo de distócia caracterizada como parada secundária de descida. Essa alteração de trabalho de parto é caracterizada por parada da descida após a dilatação total do colo, no intervalo mínimo de 1 hora (6). De acordo com o partograma acima, há uma dilatação total, no entanto o feto encontra-se em um planos negativos De Lee, tenho uma queda no BFC, com bolsa rota (no entanto sem a característica do líquido amniótico) e contrações eficientes. Nesse sentido, seria válido analisar, como conduta, a aplicação de ocitocina, avaliar a vitalidade fetal na hora seguinte e, caso o feto 9 progrida sua descida para planos positivos De Lee, realizar um parto com a alocação de fórceps ou, caso a descida não progrida a cesárea deverá ser realizada (2). Referências bibliográficas (1) Livro. Obstetrícia fundamental, 13a edição. Rezende. Capítulo 14 (Parto. Estudo Clínico e Assistência. pp.321) (2) Aula ‘’Partograma’’ - Profª. Drª Beatriz Tenorio (3) Aula ‘’Evolução Clínica do Parto e Assistência ao Parto’’ - Prof. Dr. Carlos Tadayuki (4) ROCHA, Ivanilde Marques da Silva et al . O Partograma como instrumento de análise da assistência ao parto. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 43, n. 4, p. 880-888, Dec. 2009 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342009000400020&ln g=en&nrm=iso>. access on 24 May 2020. https://doi.org/10.1590/S0080-62342009000400020. (5) Zhang J, Landy HJ, Branch DW, et al. Contemporary Patterns of Spontaneous Labor With Normal Neonatal Outcomes. Obstetrics and gynecology. 2010;116(6):1281-1287. doi:10.1097/AOG.0b013e3181fdef6e. (6) MARCELO, Zugaib. Zugaib Obstetrícia. 3ª edição [S. l.: s. n.], 2006, capítulo 20: (Distócias, pagina 386). (7) MINISTÉRIO DA SAÚDE. Parto, aborto e puerpério. In: Parto, aborto e puerpério. [S.l.],2015. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/parto_aborto_puerperio.pdf. Acesso em: 26 maio 2020. 10 https://doi.org/10.1590/S0080-62342009000400020
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