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Partograma: Acompanhamento do Trabalho de Parto

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PARTOGRAMA 
• É a representação gráfica do trabalho de parto, que permite acompanhar a evolução, documentar, diagnosticar alterações e 
indicar a tomada de condutas apropriadas para a correção dos desvios, evitando intervenções desnecessárias. 
• As vantagens do parto normal são: menor custo, menor taxa complicações, menor mortalidade materna, menor morbidade 
perinatal, menor taxa de infecção, mais fisiológico e mais seguro para mulher e criança. 
• O partograma pode melhorar o manejo do trabalho de parto e indica cesariana mais precocemente. É recomendado pela OMS 
e Ministério da Saúde. O uso dele reduz significativamente a taxa de partos operatórios, o tempo do trabalho de parto e a morbi-
mortalidade neonatal, segundo a OMS, 1994. 
• Utiliza-se o papel quadriculado, colocando no na abscissa (eixo X) o tempo em horas, e nas ordenadas (eixo Y), em centímetros, 
a dilatação cervical à esquerda e a descida da apresentação à direita. Para a descida da apresentação, considera-se o plano 0 de 
DeLee (espinhas isquiáticas – estreito médio), sendo que acima deste ponto são valores positivos e abaixo negativos. 
• O partograma sempre será aberto quando a paciente entrar na fase ativa de parto. Quando não tiver a linha de alerta e ação, 
devemos traça-la. Linha de alerta é traçada após 1 da primeira hora do trabalho de parto. (Na prática, traça depois de 1 
quadradinho, após o 1° quadradinho com o triângulo). 
• A linha de alerta serve para aumentar a observação sobre aquela paciente em sim, ou seja, não há necessidade de intervenção. 
Somente quando a curva da dilatação cervical atinge a linha de ação é que a intervenção médica se torna necessária, na tentativa 
de melhorar a evolução do trabalho de parto e corrigir possíveis distocias que possam estar se iniciando. 
• Ao ultrapassar a linha de alerta, há um aumento significativo na necessidade de ressuscitação neonatal e da mortalidade 
neonatal. 
 
 
• O trabalho de parto prolongado contribui para o aumento da morbimortalidade materna e fetal. Uma Metanálise de 9914, não 
mostrou evidências de benefício no uso precoce da ocitocina no trabalho de parto lento. 
COMO PREENCHER O PARTOGRAMA? 
• Inicia-se o registro gráfico quanto a paciente estiver na fase ativa do trabalho de parto, ou seja, com 2 a 3 contrações eficientes 
em 10 minutos, dilatação cervical mínima de 3cm. Em caso de dúvida, aguardar 1 hora e realizar novo toque: velocidade de 
dilatação de 1cm/hora, verificada em dois toques sucessivos, confirma o diagnóstico de fase ativa do trabalho de parto. 
• Realizam-se toques vaginais subsequentes, geralmente a cada 2 horas, respeitando em cada anotação o tempo expresso no 
gráfico. Em cada toque, deve-se avaliar a dilatação cervical, a altura da apresentação, a variedade de posição e as condições da 
bolsa das águas e do líquido amniótico, quando a bolsa estiver rota. Por convenção, registra-se a dilatação cervical com um 
triângulo e a apresentação e respectiva variedade de posição são representadas por uma circunferência. 
• O padrão das contrações uterinas e dos batimentos cardíacos fetais, a infusão de líquidos e drogas e o uso de analgesia devem 
ser devidamente registrados. 
• A dilatação cervical inicial é marcada no ponto correspondente do gráfico, traçando-se na hora imediatamente seguinte a linha 
de alerta e em paralelo, 4 horas, após, assinala-se a linha de ação, desde que a parturiente esteja na fase ativa do trabalho de 
parto. 
OBS: na evolução normal do trabalho de parto, a curva de dilatação cervical se processa à esquerda da linha de ação. Quando essa 
curva ultrapassa a linha de ação, trata-se de um parto disfuncional. A construção correta da linha de alerta e de ação é fundamental 
para que se evitem erros na interpretação do parto. A identificação das distocias é feita pela observação das curvas de dilatação 
cervical e de descida da apresentação expressas no partograma. 
• As distocias diagnosticadas pelo partograma são divididas em dois grupos: 
o Dilatação: 
▪ Fase ativa prolongada; 
▪ Parada secundária à dilatação; 
▪ Parto precipitado ou taquitócico. 
o Pélvico: 
▪ Período pélvico prolongado; 
▪ Parada secundária à descida. 
 
 
FASE ATIVA PROLONGADA OU 
DISTOCIA FUNCIONAL 
• A dilatação do colo uterino ocorre lentamente 
com velocidade < 1cm/hora. A curva de 
dilatação ultrapassa a linha de alerta e, às 
vezes, a linha de ação. 
• Geralmente, ocorre devido contrações 
uterinas não eficientes. 
• A correção é feita inicialmente, com emprego 
de técnicas humanizadas de estímulo ao parto 
normal, como exemplo, estimulando-se a 
deambulação. Quando necessário, podemos 
administrar ocitocina ou realizar a rotura 
artificial da bolsa (amniotomia). 
OBS: no exemplo ao lado, o partograma foi aberto 
corretamente, ou seja, paciente estava com 4cm de 
dilatação, e com mais de 2 contrações > 40s. É 
importante, observar que o parto está progredindo 
de forma lenta, no exemplo, está progredindo com 
velocidade de 1cm/hora. Na 6ª hora, o médico 
realizou uma intervenção, que foi o uso de 
ocitocina. E após isso acompanhou até a completa 
dilatação e descida. Importante observar os BCFs, 
que indicam que o feto não estava sofrendo, 
geralmente, quando caem pra menos que 110 – 
100, e é indicativo de cesárea de urgência. Mas, 
no caso ao lado, os BCFs ficaram entre 120 – 140. 
 
PARADA SECUNDÁRIA À DILATAÇÃO 
• É diagnosticada por 2 toques sucessivos, com 
intervalo de 2 horas ou mais, com a mulher 
em trabalho de parto ativo. Nesse tipo de 
distocia, a dilatação cervical permanece a 
mesma durante 2 horas ou mais, ultrapassa a 
linha de alerta e pode ultrapassar a linha de 
ação. Possui associação frequente com 
sofrimento fetal agudo (SFA). 
• A principal causa é a desproporção 
cefalopélvica (DCP). Quando a DCP é 
absoluta, a indicação é de cesárea. Considera-
se relativa quando existe defeito de posição 
da apresentação, como deflexão, transversas 
ou posteriores e, nesses casos, a 
deambulação, a rotura artificial da bolsa ou a 
analgesia peridural podem favorecer a 
evolução normal do parto. Se essas medidas 
não funcionarem, deve-se realizar a cesárea. 
OBS: no partograma ao lado, a abertura foi 
correta. A paciente apresentou parada da 
dilatação, destacado em vermelho. Após isso, 
realizou-se várias administrações de ocitocina, 
que ao meu entender, não foram resolutivas, pois 
a dilatação aumentou apenas 1cm. Percebe-se que 
o feto está com os batimentos na última hora de 
110, indicando sofrimento fetal agudo. Esse parto, 
deve ter sido resolvido com cesárea de urgência. 
 
 
 
 
 
 
PARTO PRECIPITADO OU TAQUITÓCITO 
• A dilatação cervical e a descida e expulsão do 
feto ocorrem num período de 4 horas ou 
menos. O padrão da contratilidade uterina é 
de taquissistolia e hipersistolia. 
• Existe um maior rico de sofrimento fetal 
agudo e lacerações de canal do parto. 
• Pode ser espontâneo em multíparas e menos 
frequentemente em nulíparas, mas pode ser 
também de causa iatrogênica pela 
administração excessiva de ocitocina. 
• Os principais cuidados, são avaliar a 
vitalidade fetal e revisão do canal de parto, 
pois como ocorre muito rápido, não há uma 
dilatação e por isso pode lacerar. Devemos 
estar atento, pois como o útero contrai muito 
forte e muitas vezes (taquissistolia e 
hipersistolia), ele pode estar fadigado, 
gerando uma situação de atonia uterina, 
ocasionando uma hemorragia pós-parto e 
necessitando de cuidados especiais. 
 
 
PERÍODO PÉLVICO PROLONGADO 
• Descida progressiva da apresentação, mas 
excessivamente lenta após a dilatação total. 
Nota-se a dilatação completa do colo uterino 
e demora da descida e expulsão do feto. 
• A causa é relacionada à contratilidade uterina 
deficiente. 
• Sua correção é obtida pela administração de 
ocitocina, rotura artificial da bolsa, e 
utilização do fórceps (quando preencher os 
critérios para sua aplicação, sendo um deles 
feto pelo menos em+3 do plano de DeLee). 
• Também recomenda-se a posição 
verticalizada para favorecer a descida da 
apresentação. 
 
 
 
 
 
 
PARADA SECUNDÁRIA À DESCIDA 
• É caracterizada após 2 toques sucessivos, 
com intervalo de 1 hora ou +, desde que a 
dilatação do colo uterino esteja completa e a 
descida da apresentação não altere. 
• A causa mais comum é a desproporção 
cefalopélvica (DCP). Quando absoluta está 
indicada a cesárea. Quando relativa, com 
polo cefálico profundamente insinuado e 
cervicodilatação completa, é válida a 
tentativa de passar o fórceps de tração ou 
rotação, dependendo da variedade de posição. 
 
CONCLUSÃO 
• O uso do partograma melhora a qualidade da assistência clínica ao parto, devendo ser incluído na rotina das maternidades.

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