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Resenha - Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento

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Departamento de Estudos da Linguagem – DEL
Disciplina: GEL176 - Metodologia e Prática de Ensino de Língua Portuguesa
Professor: Márcio Rogério de Oliveira Cano
Alunos/as: Eduarda Biancardi; Ivan L. Silva; Janice Rosário; Jean Figueiredo; Rafaela Rocha; Vitória Prado.
DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michele; SCHNEUWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2004, p. 81-108
O capítulo em questão, intitulado “Sequências Didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento” integra o livro “Gêneros orais e escritos na escola” e é produto de um trabalho dos autores Joaquim Dolz, Michèle Noverraz e Bernard Schneuwly. 
A Sequência Didática (SD) é “um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual ou escrito.” (Dolz, Noverraz & Schneuwly, 2004). Essa seção do livro trata do procedimento e dos instrumentos que tangem a sequência didática em sala, juntamente com seus mecanismos e ferramentas substanciais para uma abordagem adequada, sejam eles de planejamento, de elaboração e/ou de aplicação. O principal “desafio” da obra - mencionado ainda nas páginas iniciais do capítulo - é o de permitir que os alunos se apropriem gradativamente das noções, das técnicas e dos instrumentos necessários para um desenvolvimento significativo do gênero em estudo, além de aprimorar as capacidades de expressão oral e escrita nas diversas situações de comunicação. Sendo assim, os autores abordam os quatro componentes (apresentação da situação, primeira produção, módulos e produção final) da sequência didática, envolvendo questões de estrutura, princípios teóricos e problemáticas que devem ser consideradas no procedimento.
A utilização do procedimento SD permite que o professor acompanhe o desenvolvimento, a dificuldade e o aprendizado dos alunos, além disso, tal metodologia perpassa as habilidades de leitura e escrita, permitindo assim o trabalho simultâneo das duas competências.
Como ponto de partida os alunos são expostos ao projeto de comunicação, assim designado pelos autores, que consiste em familiarizar os alunos ao gênero que será trabalhado durante o percurso da SD. Perguntas norteadoras são responsáveis para um melhor discernimento de qual linguagem (oral ou escrito) melhor se adequa à finalidade da SD. Qual gênero será abordado? Qual é o público alvo? Qual veículo comunicativo assumirá a produção? Quem participará da produção? Tais perguntas propiciarão pistas fundamentais para que os alunos consigam entender o projeto comunicativo.
De acordo com o texto, a produção inicial é reguladora da sequência didática, isso se explica pelo fato de que é na primeira produção que o professor dispõe diagnóstico acerca do conhecimento prévio dos alunos em relação ao assunto abordado. Depois de realizadas as produções iniciais, o professor pode sistematizar as produções e fazer um debate sobre as dúvidas e dificuldades da turma e esse já marca o início da aprendizagem. Para os alunos a primeira produção é também de extrema importância pois com ela, eles autonomamente terão a percepção sobre o que sabem ou não. Então, a partir dos resultados da primeira produção o professor redefine a sequência e faz as adaptações necessárias de acordo com as dificuldades da turma para que eles estejam aptos a realizar a produção final. Essas dificuldades são trabalhadas individualmente a partir dos módulos. 
Nos módulos trabalham-se os problemas encontrados na produção inicial e são dados aos alunos ferramentas/instrumentos para que o gênero seja dominado. Segundo os autores, três questões devem ser levantadas quanto a decomposição das atividades de leitura e escrita, sendo elas, 1) Que dificuldades da expressão oral ou escrita abordar? 2) Como construir um módulo para trabalhar um problema particular? 3) Como capitalizar o que é adquirido nos módulos?
Para responder à primeira questão, os autores trazem da psicologia da linguagem a noção de níveis na produção textual, tais como, representação da situação de comunicação, elaboração dos conteúdos, planejamento do texto, realização do texto. Os alunos, ao produzirem oralmente ou na forma de escrita, ativam esses processos complexos mentalmente, sendo assim, cabe ao professor durantes os módulos permitir que os alunos desenvolvam autonomia para resolver, simultaneamente, a problemática de cada nível.
Como medida para tentar solucionar a segunda questão, os autores apontam a importância da diversificação de modos de trabalho, ou seja, o professor deve levar para a sala de aula materiais diversos para que todos tenham acesso às noções e ferramentas. Para exemplificar, os autores apresentam três categorias de materiais: As atividades de observação e de análise de textos, a elaboração de uma linguagem comum e as tarefas simplificadas de produção de textos.
Por fim, os autores respondem à terceira questão afirmando que é possível que os alunos e o professor façam uma lista que contenha toda a linguagem técnica comum ao gênero trabalhado, como uma forma de registro, que resuma todo conhecimento adquirido durante os módulos. 
A produção final é o momento em que aluno coloca em prática aquilo que aprendeu ao final da sequência didática e é o que possibilita também a realização de uma avaliação somativa. Essa produção permite que o aluno tenha um controle de sua aprendizagem como uma régua de aprendizado, ajudando a medir de o que o aluno aprendeu, até onde faltou aprender, ela regula seu comportamento como produtor de textos devido a revisão e a reescrita e permite “avaliar os progressos realizados no domínio trabalhado”, como é destacado no texto.
O professor pode também aplicar uma avaliação somativa no momento da produção final, podendo utilizar ou não de constatações construídas durante a sequência, desde que nessa avaliação, o aluno consiga identificar de forma clara os elementos trabalhados em sala e que servirão de critérios de avaliação. O uso da grade permite ao professor “centrar sua intervenção em pontos essenciais” que teoricamente foram aprendidos pelos alunos durante a sequência.
Assim que o professor (e o aluno) compreendem que a avaliação é um esquema de comunicação e trocas, estes são guiados para atitudes mais humanas, profissionais e responsáveis. É importante lembrar que esse tipo de avaliação será realizado exclusivamente sobre a produção final.
Sendo assim, realizar uma sequência proporciona, tanto aos alunos quanto aos professores, atividades que fogem da estrutura tradicional de ensino, possibilitando o contato com o gênero textual em etapas e valorizando o processo de aprendizagem. Produzir uma sequência didática requer que o professor esteja ciente de sua estrutura de base e de que tal processo é igualmente permeado por acontecimentos não previstos, de outro modo, é papel do professor adequar as práticas didáticas de acordo com as exigências demonstradas pelos alunos durante a fase de módulos. Os autores enfatizam que os professores devem apropriar-se das SDs e usá-las a sua disposição, não mantendo-se submissos a uma sistematização de ensino.