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Análise Experimental de Paredes em Alvenaria Não Estrutural à Compressão

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ANAIS DO 49º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2007 – 49CBC0198 1
Análise Experimental de Paredes em Alvenaria 
 Não Estrutural à Compressão 
Experimental Analysis of Non-Structural Masonry under Compression 
 
Rodrigo Soares Peixoto (1); Amaury José Oliveira de Aguiar (2); 
Manoel Diniz Peres (3); Dênio Ramam Carvalho de Oliveira (3) 
 
(1) Graduando em Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará 
(2) Mestrando em Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará 
(3) Professor Doutor, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará 
Rua Augusto Corrêa, Número 01. Guamá – Belém – Pará. CEP: 66075-970 
 
Resumo 
 
São apresentados os resultados experimentais para 12 paredes em alvenaria não estrutural submetidas à 
compressão normal, linearmente distribuída sobre a superfície superior das mesmas. 03 paredes foram 
assentadas com os furos dos blocos na direção horizontal sem qualquer tipo de revestimento, 03 paredes a 
cutelo com revestimento de argamassa em uma das faces, 03 paredes de topo (furos na vertical) sem 
revestimento e 03 paredes de topo com revestimento em uma das faces. Os painéis mediam 1.100mm x 
1.450mm e foram constituídos por blocos cerâmicos de 06 furos. Para medir os deslocamentos foram 
usados 03 deflectômetros analógicos com precisão de 0,01mm. As paredes de blocos com furos na 
horizontal revestidos apresentaram tensão de ruptura média 35% maior que a das paredes sem 
revestimento. O mesmo comportamento foi observado para as paredes com blocos assentados de topo, 
sendo que a diferença foi de apenas 18% a favor dos blocos revestidos. Em média, as paredes com blocos 
de topo foram 80% mais resistentes que as com blocos a cutelo. Os modos de ruptura de todas as paredes 
foram caracterizados como frágeis, sem qualquer aviso prévio. Pequenos deslocamentos horizontais, 
excentricidades ou defeitos ns blocos podem reduzir consideravelmente a resistência das paredes. 
 
Palavras-chave: Alvenaria, Bloco cerâmico, Argamassa. 
 
Abstract 
 
Twelve (12) non-structural masonry walls were tested under compression linearly distributed on top. Three 
walls had bricks-on-edge without any type of covering, three with one face covered, three with bricks-on-top 
without any covering and three had covering on one face. All the panels presented ceramic bricks with six 
holes with dimensions of 1.100mm x 1.450mm. Three dial gages with 0,01mm precision were applied to 
monitoring displacements. The walls with bricks-on-top covered with conventional mortar presented failure 
load 35% higher than those without covering. The same behavior was observed to the walls with bricks-on-
top, being the difference of just 18% to the covered bricks. In average, the walls with bricks-on-top are 80% 
more resistant then those with bricks-on-edge. The failure modes of all walls were brittle, without any 
warning. Small horizontal displacements, eccentricities or damages on the bricks can reduce significantly the 
failure loads of the walls. 
 
Keywords: Masonry walls, Ceramic brick, Mortar. 
 
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1 Introdução 
Sabe-se que os painéis de fechamento lateral em alvenaria não estrutural apresentam 
certa resistência quando submetidos à compressão normal, no entanto esta resistência 
não é considerada nos cálculos estruturais das edificações. Em edificações de pequeno 
porte executadas em discordância com as normas técnicas, esta resistência vem 
assegurando o funcionamento da edificação, pois muitas vezes as cargas provenientes da 
cobertura (muitas vezes laje) são transferidas diretamente para as fundações através das 
paredes de alvenaria não estrutural, isto é, algumas moradias populares não apresentam 
estrutura ou quando apresentam não é satisfatória (dimensionada). 
 
Atualmente, trabalhos têm sido realizados visando quantificar a influência dos painéis de 
alvenaria não estrutural, quanto à sua resistência e rigidez, no comportamento global da 
estrutura e, conseqüentemente, da edificação. Trabalhos como o de SILVA et al. (2004) e 
CAPUZZO et al. (2005) simularam numericamente paredes ensaiadas em laboratório 
visando representar situações comuns, apresentando resultados satisfatórios. Outros 
trabalhos, também abordando a distribuição de cargas normais sobre paredes, divergem 
significativamente em seus resultados como, por exemplo, o de SINHA et al. (1979), que 
considera que as paredes trabalham isoladamente, enquanto que o de SUTHERLAND 
(1969) considera as interações das paredes adjacentes na transferência de esforços. 
 
Para edificações populares, sem controle técnico de execução, a interação entre as 
paredes pode ser desconsiderada. Assim, procurou-se avaliar o comportamento de 
painéis de alvenaria não estruturais constituídos por blocos cerâmicos comuns com 8 
furos sob compressão. Espera-se que os resultados dos ensaios possam ser utilizados 
por outros pesquisadores e que sirvam de base para representantes de entidades que, de 
alguma forma, consideram a qualidade das habitações populares brasileiras na avaliação 
da qualidade de vida dos habitantes. 
 
2 Programa Experimental 
2.1 Características dos blocos cerâmicos 
Os blocos cerâmicos com 8 furos (figura 1) que constituíram os painéis foram adquiridos 
em um estabelecimento comercial típico na cidade de Belém. Foram coletados 
aleatoriamente 13 blocos de um lote com aproximadamente 3.000 unidades visando a 
realização de ensaios para a caracterização geométrica (dimensões, área bruta) e 
mecânica dos blocos (resistência à compressão individual e em prismas com 2 blocos 
cerâmicos). Posteriormente, foram definidos ensaios de paredes compostas por blocos do 
mesmo lote de fabricação. A figura 1 mostra detalhes do bloco utilizado e a identificação 
de suas dimensões externas. As espessuras médias das paredes e dos septos, bem 
como a massa seca de cada bloco também foram determinadas. 
 
 
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Figura 1 – Bloco cerâmico com 8 furos 
 
2.2 Características das paredes e sistema de ensaio 
Foram confeccionadas artesanalmente 12 paredes de alvenaria medindo 1.100mm x 
1.450mm com mão-de-obra local e sem supervisão técnica rigorosa. As dimensões das 
paredes não atenderam às recomendações normativas devido às limitações do 
Laboratório de Engenharia Civil da UFPA. As principais variáveis do trabalho foram o tipo 
de assentamento dos blocos e o revestimento em uma das faces dos painéis. Os blocos 
foram assentados com os furos na direção horizontal (identificação das paredes iniciando 
com as letras PC) e largura da base do assentamento igual à aproximadamente 90mm 
(base do bloco cerâmico), e de topo, com os furos na direção vertical (identificação das 
paredes iniciando com as letras PT). O topo de cada painel foi nivelado com a mesma 
argamassa de cimento, cal, areia e água (1,0:1,0:5,0:1,30) utilizada no assentamento dos 
blocos cerâmicos. Esta camada niveladora apresentou espessura igual a das juntas de 
assentamento e dos revestimentos dos painéis, 15mm. O índice de esbeltez (λ) das 
paredes foi determinado de acordo com a norma NBR 10837 (ABNT, 1989), sendo 
encontrado o valor de 15,8, considerando a largura média dos blocos de 91,5mm. Assim, 
os painéis foram divididos em 4 grupos, como apresentado na tabela 1. 
 
Tabela 1 – Características das paredes 
GRUPO PAREDE DIREÇÃO DOS FUROS DO BLOCO REVESTIDA 
PCR1F HORIZONTAL SIM 
PCR2F HORIZONTAL SIM G1 
PCR3F HORIZONTAL SIM 
PCP4 HORIZONTAL NÃO 
PCP5 HORIZONTAL NÃO G2 
PCP6 HORIZONTAL NÃO 
PTR1F VERTICAL SIM 
PTR2F VERTICAL SIM G3 
PTR3F VERTICAL SIM 
PTP4 VERTICAL NÃO 
PTP5 VERTICAL NÃO G4 
PTP6 VERTICAL NÃO 
 
 
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2.2 Sistema de ensaio 
O sistema de ensaio consistiu de um cilindro hidráulico com capacidade para 1.000kN 
para aplicação do carregamento e uma célula de carga com precisão de 0,50kN 
devidamente calibrada para registro das cargas. O carregamentofoi aplicado de cima 
para baixo, com incrementos de 5kN, e distribuído nos painéis por uma viga metálica de 
grande rigidez, como mostram as figuras 2 e 3. Em cima da camada niveladora foi 
posicionada uma tábua de madeira para melhor distribuição das tensões. Os 
deslocamentos foram monitorados com 3 relógios comparadores analógicos com precisão 
de 0,01mm, posicionados a 300mm, 850mm e 1.350mm da base de cada painel. 
 
 
Figura 2 – Painel padrão de alvenaria e sistema de ensaio 
 
 
 
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Figura 3 – Instrumentação e detalhes do sistema de ensaio 
 
3 Resultados 
3.1 Caracterização dos blocos cerâmicos 
A tabela 2 apresenta os resultados obtidos para as dimensões, massa seca e resistência 
à compressão individual. Na tabela, fbk1 refere-se à resistência à compressão dos blocos 
ensaiados com os furos na horizontal e fbk2 aos blocos ensaiados com os furos na vertical. 
Para a determinação das dimensões foi utilizado um paquímetro universal de 300mm e 
0,04mm de precisão. Para a realização dos ensaios de resistência à compressão os 
blocos cerâmicos foram revestidos nas duas faces em contato com os pratos da prensa 
com argamassa de traço 1,0:1,0:5,0:1,30 (cimento, cal, areia e água) em volume. Para os 
blocos ensaiados de topo, ou seja, com os furos na direção vertical, adotou-se o mesmo 
procedimento dos blocos ensaiados com os furos na horizontal para determinação da 
área bruta. Os resultados para estes blocos são apresentados na tabela 3. Todos os 
ensaios e análises consideraram as recomendações das normas NBR 15270-1 (ABNT, 
2005), NBR 15270-2 (ABNT, 2005), NBR 15270-3 (ABNT, 2005). 
 
Todos os valores obtidos para as dimensões estão de acordo com as recomendações das 
normas consultadas. A resistência característica à compressão individual estimada (fbk,est) 
 
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foi de 1,1MPa para os blocos ensaiados com os furos na horizontal e de 11,0MPa para os 
blocos com os furos na vertical, 10 vezes maior que a primeira. 
 
Tabela 2 – Resultados experimentais para os blocos com furos na horizontal 
L H C Parede Septo Massa fbk1Ordem 
ensaio (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (g) (MPa) 
7 93 150 199 7,1 6,0 2977,5 1,1 
5 92 149 200 7,0 6,2 2870,9 1,1 
10 94 150 201 7,2 6,1 2823,3 1,2 
11 92 152 201 7,0 6,2 3037,1 1,2 
13 93 153 200 7,2 6,3 3117,2 1,2 
6 90 151 202 7,2 6,1 3033,3 1,2 
1 92 149 201 7,2 6,0 3004,1 1,2 
2 90 150 200 7,0 6,3 3040,4 1,2 
9 90 153 203 7,2 6,0 2998,7 1,3 
12 93 149 202 7,3 6,2 3041,7 1,3 
4 91 149 200 7,0 6,3 2877,8 1,3 
8 89 150 200 7,0 6,0 3026,4 1,3 
3 90 151 198 7,3 6,0 2913,9 1,3 
Média 91,5 150,5 200,5 7,1 6,1 2981,7 1,2 
 
Tabela 3 – Resultados experimentais para os blocos com furos na vertical 
fbk2Ordem 
de ensaio (MPa)
13 10,8 
10 11,3 
5 11,4 
11 11,5 
7 11,6 
8 11,6 
12 11,9 
9 12,4 
6 12,6 
2 12,7 
1 12,7 
4 13,4 
3 16,1 
Média 12,3 
 
 
 
 
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3.2 Caracterização da argamassa 
Como mencionado anteriormente, a argamassa utilizada no assentamento dos blocos foi 
a mesma utilizada na execução do revestimento vertical das paredes. O traço adotado foi 
1,0:1,0:5,0:1,3 (cimento, cal, areia e água) em volume. Foram confeccionados 4 corpos-
de-prova cilíndricos medindo 50mm x 100mm para a realização dos ensaios de 
compressão axial, de acordo com a norma NBR 13279 (ABNT, 1995). A média dos 
valores encontrados foi 9,1MPa (tabela 4), aproximadamente igual ao limite recomendado 
pela norma NBR 8798 (ABNT, 1985). 
 
Tabela 4 – Resistência à compressão da argamassa de assentamento 
Argamassa 1,0:1,0:5,0:1,3
CP fc (MPa) 
CP1 8,7 
CP2 9,8 
CP3 8,9 
CP4 9,0 
Média 9,1 
 
3.1 Paredes 
3.1.1 Ensaio de prisma de alvenaria 
Foram realizados ensaios em 6 prismas de alvenaria com 2 blocos cada, de acordo com a 
NBR 8215 (ABNT, 8215), três com os blocos assentados com os furos na direção 
horizontal e três com os furos na direção vertical. A argamassa de assentamento utilizada 
nestes ensaios foi a mesma empregada na confecção das paredes (assentamento e 
revestimento). Os resultados são apresentados na tabela 5. A resistência à compressão 
média para os prismas com blocos assentados com furos na direção vertical (fP,FV) foi 
88% maior que a resistência média dos prismas com blocos assentados com os furos na 
direção horizontal (fP,FH). Todos os prismas foram ensaiados aos 28 dias de idade. 
 
Tabela 5 – Resistência à compressão de prismas de 2 blocos 
Prisma 2 blocos fP,FH (MPa) fP,FV (MPa)
1 12,3 25,8 
2 14,1 16,5 
3 11,7 29,4 
Média 12,7 23,9 
 
3.1.2 Deslocamentos 
O monitoramento dos deslocamentos mostrou que, como esperado, o comportamento dos 
painéis dependeu basicamente do prumo inicial. Com exceção das paredes PCP5 e 
PCP6, as paredes que apresentaram menores deslocamentos foram mais resistentes. As 
figuras 4 e 5 mostram os deslocamentos observados para todos os painéis ensaiados. 
 
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Percebe-se que em alguns painéis houve uma discreta rotação da base, exceto na parede 
PTR1F, que apresentou a menor capacidade resistente de seu grupo. As paredes PCR3F 
e PTP5 apresentaram deslocamentos acima de 4mm e tensões de ruptura 
correspondendo a aproximadamente 50% das paredes de mesmo grupo com 
deslocamentos significativamente menores. As paredes PCP4 e PCP6 apresentaram os 
maiores e menores deslocamentos de seu grupo, respectivamente, mas as tensões de 
ruptura foram praticamente iguais. Estes comportamentos apontam a instabilidade dos 
painéis e a influência do processo executivo nos deslocamentos. Falhas ou imperfeições 
nos materiais também podem ter acarretado tais comportamentos. 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
P 
(k
N
)
R1
R2
R3
PCR1F
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4
Deslocamento (mm)
P
 (k
N
)
5
R1
R2
R3
PCR2F
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
P
 (k
N
)
R1
R2
R3
PCR3F
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
P
 (k
N
)
R1
R2
R3
PCP4
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
P
 (k
N
))
R1
R2
R3
PCP5
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
P 
(k
N
)
R1
R2
R3
PCP6
 
Figura 4 – Deslocamentos observados nas paredes dos grupos 1 e 2 
 
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0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
P
 (k
N
)
R1
R2
R3
PTR1F
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4
Deslocamento (mm)
P
 (k
N
)
5
R1
R2
R3
PTR2F
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
P
 (k
N
)
R1
R2
R3
PTR3F
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
P
 (k
N
)
R1
R2
R3
PTP4
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
P
 (k
N
))
R1
R2
R3
PTP5
0
10
20
30
40
50
60
70
0 1 2 3 4 5
Deslocamento (mm)
P
 (k
N
)
R1
R2
R3
PTP6
 
Figura 5 – Deslocamentos observados nas paredes dos grupos 3 e 4 
 
3.2 Resistência das paredes e modos de ruptura 
A presença do revestimento foi mais significativa para os painéis com blocos assentados 
com os furos na horizontal. Desconsiderando a parede PCR2F, que apresentou tensão de 
ruptura de 17,2MPa, a tensão média para as paredes dos grupos 1 e 2 foi de 
aproximadamente 8,7MPa. A maior diferença entre as tensões de ruptura foi observada 
no grupo 1. Esta diferença está associada ao desaprumo inicial quando da execução dos 
painéis. Aplicando o mesmo tratamento às paredes dos grupos 3 e 4, ou seja, 
desconsiderando a parede PTP5, que apresentou tensão de ruptura de 10,7MPa, a 
 
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tensão média para estes grupos foi de 19,8MPa, o que corresponde a aproximadamente 
2,3 vezes a tensão média das paredes dos grupos anteriores e a 69% e 83% das tensões 
de ruptura dos respectivosprismas de 2 blocos. A tabela 6 apresenta as tensões de 
ruptura observadas durante os ensaios (fPar). 
 
Quanto aos modos de ruptura, todos foram frágeis, sem qualquer aviso prévio. Tanto as 
paredes revestidas como as não revestidas apresentaram discreta fissuração pouco antes 
da ruptura. A figura 6 mostra as rupturas de dois painéis. Observa-se que ocorre o 
esmagamento das camadas de blocos cerâmicos imediatamente abaixo da viga de 
distribuição. Na maioria dos casos 80% da altura dos painéis permanecia na vertical após 
a realização dos ensaios. 
 
Tabela 6 – Resistência experimental das paredes à compressão 
GRUPO PAREDE IDADE(dias) 
fPar
(MPa)
PCR1F 17 8,3 
PCR2F 14 17,2 G1 
PCR3F 13 9,4 
PCP4 13 8,4 
PCP5 13 9,3 G2 
PCP6 13 8,3 
PTR1F 12 15,0 
PTR2F 12 21,5 G3 
PTR3F 12 23,0 
PTP4 12 19,6 
PTP5 13 10,7 G4 
PTP6 13 20,0 
 
 
Figura 6 – Modo de ruptura observado 
 
 
 
 
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4 conclusões 
As paredes revestidas com argamassa convencional e blocos com furos na horizontal 
apresentaram tensão média de ruptura 35% maior que a das paredes sem revestimento. 
O mesmo comportamento foi observado para as paredes com blocos assentados de topo, 
sendo que a diferença foi 18% a favor dos blocos revestidos. Em média, as paredes com 
blocos de topo foram 80% mais resistentes que as paredes de blocos com furos na 
horizontal. 
 
Os modos de ruptura de todas as paredes foram caracterizados como frágeis, sem 
qualquer aviso prévio (fissuração, deslocamentos excessivos, etc.). Pequenos 
deslocamentos horizontais, excentricidades ou defeitos nos blocos (fissuras, baixa 
resistência, etc.) podem reduzir consideravelmente a resistência das paredes. 
 
5 Agradecimentos 
Os autores agradecem ao CNPq, CAPES e FUNTEC/SECTAM pelo apoio financeiro no 
desenvolvimento desta e de outras pesquisas. 
 
6 Referências 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 10837: Cálculo de 
alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. Rio de Janeiro, 1989. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 13279: Argamassa para 
assentamento de paredes e revestimento de paredes e tetos - Determinação da 
resistência à compressão. Rio de Janeiro, 1995. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 15270-1: Componentes 
cerâmicos - Parte 1 - Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação - Terminologia e 
requisitos. Rio de Janeiro, 2005. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 15270-2: Componentes 
cerâmicos - Parte 2: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural - Terminologia e 
requisitos. Rio de Janeiro, 2005. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 15270-3: Componentes 
cerâmicos - Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação - 
Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2005. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 8215: Prismas de blocos 
vazados de concreto simples para alvenaria estrutural - Preparo e ensaio à 
compressão. Rio de Janeiro, 1983. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 8798: Execução e controle 
de obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto. Rio de Janeiro, 
1985. 
 
ANAIS DO 49º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2007 – 49CBC0198 12
CAPUZZO, V., CORRÊA, M. R. S. A Interação de Paredes de Alvenaria Estrutural 
Submetidas a Ações Verticais. Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v. 7, 
n. 27, p. 93-119, 2005. 
 
SILVA, F. A. N., OLIVEIRA, R. A. LORENÇO, P. J. B. B. Considerações sobre a 
Distribuição de Forças Cortantes em Paredes de Contraventamentos de Alvenaria 
Estrutural dotadas de Aberturas. Jornadas Sud-Americanas de Ingenieria Estructural, 
Mendonza, Argentina, 2004. 
 
SINHA, B. P.; HENDRY, A. W. Compressive Strength of Axially Loaded Brick Walls 
Stiffened Along their Vertical Edges. Brick Institute of America, International Brick 
Masonry Conference, Washington, USA, Oct., 1979, p. 254-261. 
 
SUTHERLAND, R. J. M. Design Engineer’s Approach to Masonry Construction. F. B. 
Johnson Ed. Designing, engineering and constructing with masonry products. Houston, 
1969, p. 375-385. 
	 
	Resumo 
	Abstract 
	Tabela 6 – Resistência experimental das paredes à compressão

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