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Apostila Alvenaria Estrutural - RACIONAR ENGENHARIA

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Eng. Danilo Amorim da Silva 
RACIONAR ENGENHARIA 
3/8/2019 
ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 1 
Índice 
1- Introdução ao bloco estrutural cerâmico ............................... 3 
1.1- A alvenaria estrutural no brasil ......................................... 3 
1.1.1- A utilização do sistema ................................................ 4 
1.2- Sistema construtivo – Alvenaria Estrutural ........................ 5 
1.2.1- Definição de alvenaria - aplicações .............................. 5 
1.2.2- Racionalização .............................................................. 6 
1.2.3- Tipos de alvenaria ........................................................ 8 
1.2.4- Normas brasileiras – Alvenaria estrutural com blocos 
Cerâmicos ............................................................................... 9 
1.2.5- Vantagens e desvantagens do sistema ....................... 10 
2- Componentes do sistema ..................................................... 11 
2.1- Blocos, Argamassa, Graute e Prisma ................................... 12 
2.1.1- Os blocos .................................................................... 12 
2.1.2- A Argamassa ............................................................... 22 
2.1.3- O Graute ..................................................................... 24 
2.1.4- O Prisma ..................................................................... 25 
2.2- Esbeltez em paredes de alvenaria ................................. 28 
3- Concepção estrutural – Boas práticas .................................. 30 
3.1- Modelo de pórtico espacial ........................................... 31 
3.2- Comportamento de lajes - Diafragma Rígido ................ 32 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 2 
4- Definição de cargas e distribuição de carregamento sobre laje
 32 
5- Dimensionamento de elementos: Compressão Simples ...... 33 
6- Dimensionamento de elementos: Cisalhamento e Flexão ... 34 
6.1- Resistência ao cisalhamento ............................................ 34 
6.2- Resistência à flexão .......................................................... 37 
7- Dimensionamento de elementos: Flexo-Compressão .......... 38 
7.1- Verificação da tração máxima .......................................... 39 
7.2- Verificação da compressão máxima ................................. 40 
7.3- Exemplo de dimensionamento e verificação à flexo-
compressão ............................................................................. 42 
8- Estabilidade Global ............................................................... 46 
9- Bibliografia ........................................................................... 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 3 
1- Introdução ao bloco estrutural cerâmico 
1.1- A alvenaria estrutural no brasil 
 
Embora a alvenaria estrutural seja utilizada de forma 
racionalizada no Brasil desde a década de 60, apenas em 
1977 foi formada a primeira comissão para a criação de 
uma norma brasileira para o projeto de alvenaria 
estrutural. 
Pesquisas sobre alvenaria estrutural em bloco 
cerâmico tiveram início no IPT – Instituto de Tecnológicas 
do Estado de São Paulo. No final da década de 80 e início 
dos anos 90, o sistema construtivo ganhou força e as 
parcerias Universidade-Empresa permitiram a criação de 
materiais e equipamentos nacionais para produção de 
alvenaria. 
É a partir daí que podemos dizer que a alvenaria 
estrutural (dimensionada a partir de conceitos técnicos e 
detalhada de forma racional, no mundo há cerca de 60 
anos) substitui no Brasil a estrutura de alvenaria (onde as 
paredes servem de suporte estrutural, mas são 
construídas e projetadas de forma empírica, apesar de 
existir com relativo sucesso hás mais de 10.000 anos). O 
uso de alvenaria não armada, ou com armaduras apenas 
onde o dimensionamento indicava ser necessário (antes 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 4 
da revisão atual da norma, chamada de alvenaria 
parcialmente armada), passou a ser corrente. Estudos 
comparativos chegam à conclusão de que, para prédios 
residenciais com vãos moderados e de baixa ou média 
altura, a opção pela alvenaria estrutural poderia levar à 
considerável redução do custo. 
Hoje o sistema é extensivamente utilizado em todas 
as diferentes regiões do Brasil e é um ramo reconhecido 
da Engenharia, sendo que as melhores universidades têm 
a disciplina em sua grade curricular do Curso de 
Engenharia Civil. Assim, com o envolvimento de 
pesquisadores, projetistas, associações, construtores, 
fornecedores, presenciamos no momento uma indústria 
de alvenaria em avançado grau de desenvolvimento. 
É comum observarmos o uso de alvenaria estrutural 
em empreendimentos habitacionais de larga escala, onde 
as exigências de racionalização, planejamento, controle, 
rapidez e custo são melhor contempladas pela opção do 
sistema alvenaria estrutural. 
 
1.1.1- A utilização do sistema 
Inúmeros edifícios são hoje construídos em alvenaria 
estrutural, especialmente os residenciais. O sistema 
construtivo é usualmente indicado quando não há 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 5 
previsão de alterações na arquitetura (paredes não 
removíveis), quando essa possibilidade é limitada à 
alteração de algumas paredes apenas (pavimento com 
mais de uma opção de planta, previstas na fase de 
projeto) e em casos de vãos médios moderados de cerca 
de 4 a 5 metros. 
Em relação à altura do edifício, a opção por alvenaria 
estrutural é mais econômica em edifícios de poucos 
andares, com até cerca de 12 pavimentos. 
 
1.2- Sistema construtivo – Alvenaria 
Estrutural 
 
1.2.1- Definição de alvenaria - aplicações 
Chamamos de alvenaria o conjunto de peças 
justapostas coladas em sua interface, por uma 
argamassa apropriada, formando um elemento vertical 
coeso. 
Esse conjunto coeso serve para vedar espaços, 
resistir cargas oriundas da gravidade, esforços laterais, 
promover segurança, resistir a impactos, ações de fogo, 
isolar e proteger acusticamente os ambientes, contribuir 
para a manutenção do conforto térmico, além de 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 6 
impedir a entrada de vento e chuva no interior dos 
ambientes. 
 
Figura 1: Alvenaria 
 
Além destes benefícios, a alvenaria estrutural, 
quando tratada de maneira correta, proporciona 
vantagens significativas no processo de racionalização da 
construção quando comparada ao sistema convencional 
de construção (concreto armado moldado in loco com 
paredes de vedação). 
 
1.2.2- Racionalização 
O sistema construtivo de alvenaria estrutural 
apresenta grande potencial tecnológico e econômico 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 7 
decorrente da racionalização, padronização e 
industrialização que são intrínsecos ao sistema. A sua 
simplicidade facilita as operações de execução e diminui 
custos. As habitações resultantes mostram ter bom 
desempenho frente às necessidades socioeconômicas e 
condições climáticas existentes no país. (Prof. Rangel Lage 
– Unicamp) 
O projeto em alvenaria estrutural inicia-se na 
prancheta do arquiteto e exige um grande engajamento 
entre arquitetos, engenheiros e construtores, além de 
muito preparo e planejamento anterior obra. Tratando-se 
de um sistema racionalizado devemos tentar prever e 
resolver ainda em projeto todas as muitas variáveis que 
existem em uma obra. 
Para o sistema construtivo ser eficiente, ou seja, 
baixo custo e alta produtividade, devemos ter todos os 
detalhes já definidos em projeto, mão-de-obra 
especializada e supervisão técnica full time. 
 
ALVENARIA ESTRUTURAL NÃO TEM 
ESPAÇO PARA IMPROVISOS! 
 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 8 
 
Figura 2: Det. Alvenaria Estrutural1.2.3- Tipos de alvenaria 
• Alvenaria não armada: Alvenaria simples 
(componente + argamassa) 
• Alvenaria Armada: Alvenaria reforçada por 
armadura passiva dimensionada para resistir a esforços 
atuantes 
• Alvenaria Protendida: Alvenaria reforçada por 
uma armadura ativa (pré-tracionada) que submete a 
alvenaria a tensões de compressão 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 9 
 
Figura 3: Comportamento da Alvenaria 
 
1.2.4- Normas brasileiras – Alvenaria 
estrutural com blocos Cerâmicos 
 
• NBR 15812-1 
Alvenaria Estrutural – Blocos Cerâmicos 
Parte 1: Projetos 
• NBR 15812-2 
Alvenaria Estrutural – Blocos Cerâmicos 
Parte 2: Execução e controle de obras 
 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 10 
1.2.5- Vantagens e desvantagens do sistema 
 
 
Figura 4 
VANTAGENS: 
• Economia 
• Execução simplificada, proporciona maior 
rapidez à construção 
• Não necessita de formas para vigas e pilares 
• Redução de MDO e tipos de materiais 
• Técnica de execução simplificada 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 11 
• Eliminação de rasgos para embutir tubulações 
• Redução de espessuras de revestimentos 
• Resistência ao fogo, bom isolamento térmico e 
acústico 
• Racionalização da obra 
• Redução de quebras, desperdícios e entulho 
 
DESVANTAGENS: 
• Exige controle de qualidade eficiente tanto dos 
materiais empregados como da componente alvenaria 
• Mão de obra qualificada e muito bem treinada 
• Constante fiscalização técnica 
• Não possui flexibilidade para arquitetônica para 
remoção de paredes e mudanças no layout 
• Dificuldades de improvisações 
• Limitações de grandes vão e balanço 
• 
 
2- Componentes do sistema 
 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 12 
2.1- Blocos, Argamassa, Graute e Prisma 
2.1.1- Os blocos 
Os blocos representam de 80 a 95% do volume da 
alvenaria, sendo determinantes de grande parte das 
características da parede: resistência à compressão, 
estabilidade, resistência ao fogo, isolamento térmico e 
acústico e estética. Em conjunto com a argamassa, os 
blocos também são determinantes para a resistência ao 
cisalhamento (fenômeno de deformação ao qual um 
corpo está sujeito quando as forças que sobre ele agem 
provocam um deslocamento em planos diferentes, 
mantendo o volume constante) e à tração e para a 
durabilidade da obra. São, portanto as unidades 
fundamentais da alvenaria. 
 
FORMATO DOS BLOCOS 
Quanto à forma, podem ser classificados como: 
a) De paredes vazadas: as paredes externas e 
internas apresentam vazados. 
b) Com paredes maciças: as paredes externas são 
maciças e as internas podem apresentar vazados, sendo 
usualmente a relação da área líquida para a área bruta 
não maior que 65%. 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 13 
 
c) Perfurado: com vazados distribuídos em toda a 
sua face de assentamento, sendo usualmente a relação 
da área líquida para a área bruta não maior que 75%. 
Esses blocos são utilizados apenas em alvenaria não 
armada. 
 
 
 
 
Para perfeita modulação, são confeccionados 
de diferentes formas: inteiros ou padrão (forma a 
maior parte na parede), meio bloco (permite a 
amarração no plano de parede), bloco de 45 cm 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 14 
(permite amarração entre paredes), blocos 
canaletas (para composição de vergas, 
contravergas e cintas), blocos jota e compensador 
(para encontro com a laje). A figura a seguir mostra 
alguns destes blocos. O catálogo completo dos 
blocos disponíveis geralmente é fornecido pelo 
fabricante. 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 15 
 
IDENTIFICAÇÃO E APARÊNCIA VISUAL 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 16 
Durante a fabricação, cada bloco deve conter uma 
identificação gravada em baixo ou alto relevo contendo 
as seguintes informações: 
a) identificação da empresa; 
b) dimensões da fabricação em centímetros (cm), 
largura (L), altura (H) e comprimento (C), (LxHxC), 
podendo ser suprimida a inscrição da unidade de medida 
(cm); 
c) as letras EST (indicando sua condição estrutural); 
d) indicação de rastreabilidade (número ou sigla que 
identifique o lote de fabricação). 
Além disso deve atender a requisitos de 
características visuais, isto é, não apresentar defeitos, 
como: quebras, superfícies irregulares ou deformações 
que impeçam seu emprego na função específica a que se 
destina. 
RESISTÊNCIA MECÂNICA 
A principal propriedade de um bloco é a sua 
resistência (fbk), referida sempre à área bruta do bloco. É 
fundamental para a resistência da parede (fk), sendo o 
material do bloco e a sua resistência fatores 
predominantes na resistência à compreensão de uma 
parede. 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 17 
Os blocos cerâmicos devem ter resistência mínima 
de 3,0 Mpa, sendo recomendável a utilização de blocos 
mais resistentes (10,0 MPa) para o caso de alvenarias 
aparentes. O bloco estrutural cerâmico mais comum, 
encontrado no mercado atual, é o de 6,0 MPa, sendo 
poucos os fabricantes que conseguem produzir blocos de 
maior resistência. 
Os blocos necessitam ser igualmente saturados 
através de imersão em água por pelo menos seis horas. 
Após este procedimento, é realizado o ensaio por simples 
compressão de uma amostra de blocos. A determinação 
da resistência característica (fbk) dos blocos ensaiados 
pode ser calculada conforme tabela abaixo. O valor a ser 
aceito é aquele indicado no projeto estrutural. 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 18 
 
 
PRECISÃO DIMENSIONAL 
A precisão dimensional dos blocos está diretamente 
ligada à da parede. Caso haja variação da espessura dos 
blocos, a parede também terá variação na sua espessura. 
Para compensar essa variação, a camada de revestimento 
da parede deverá ser maior, o que, consequentemente 
aumentará o custo da obra. Se a espessura for reduzida 
em relação ao especificado, haverá também alguma 
redução na resistência da parede. 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 19 
Já as variações na altura e no comprimento do bloco 
comprometem principalmente as juntas de argamassa, 
horizontais e verticais, respectivamente. Alterações na 
espessura de juntas verticais podem ser prejudiciais à 
modulação (não é possível a distribuição dos blocos 
conforme desenho do projeto, pois esses têm tamanhos 
diferentes) e, em casos extremos, comprometer a 
resistência ao cisalhamento. Alterações na espessura 
junta horizontal ocasionam variações no pé direito do 
pavimento e podem diminuir a resistência à compressão 
da parede (quanto mais espessa a junta, menor a 
resistência à compressão). A espessura da parede do 
bloco é outra especificação de grande importância a ser 
controlada para garantir a resistência do bloco; uma 
pequena variação de 1mm nesta espessura pode 
significar uma grande redução na área líquida do bloco e, 
portanto, na quantidade de material resistente. Também 
devem ser verificados o desvio em relação ao esquadro e 
à planeza das faces dos blocos. Variações nesses dois 
últimos parâmetros criam excentricidades, diminuindo a 
resistência dos blocos. 
ABSORÇÃO DE ÁGUA 
O ensaio de índice de absorção de água basicamente 
consiste em determinar a massa do bloco seco e a massa 
do bloco depois de imerso por 2 horas em água fervente, 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 20 
ou por 24 horas em água em temperatura ambiente. 
Obtém-se então a proporção de quanta água o bloco 
absorveu em relação à sua massa seca (em %). No caso da 
água quente, mede-se a absorção em um ambiente mais 
agressivo de maior temperatura e pressão com aumento 
no tamanho dos poros. 
O ensaio mede indiretamente a porosidade do bloco 
e é um bom indicador de sua qualidade. Em geral, blocos 
de menorabsorção são mais resistentes e duráveis. Um 
ponto importante ligado à absorção é a possibilidade de 
patologias no revestimento, já que em uma alta absorção 
pode levar a fissuras ou mapeamento dos blocos no 
revestimento. Outro ponto é o aumento de peso que uma 
alta absorção pode acarretar. 
Apesar de não constar na normalização nacional, é 
comum na literatura internacional o cálculo do 
coeficiente de saturação, alcançado pela relação entre a 
absorção obtida com água fria e quente. Esse é um 
indicador usual da durabilidade dos blocos quando 
sujeitos a congelamento/descongelamento, o que 
dificilmente ocorre no Brasil. No nosso caso, a limitação 
da absorção é o indicativo de durabilidade, sendo 
prescrito o limite entre 8 e 22%. 
 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 21 
ABSORÇÃO DE ÁGUA INICIAL 
O índice de absorção de água inicial, ou AAI, é uma 
medida de quanto o bloco absorve (“puxa”) de água por 
capilaridade logo após ser molhado. Essa medida se 
refere uma absorção de água de um bloco imerso 3 mm 
dentro de lâmina d’água, em um período de um minuto, 
em relação à área líquida do bloco. Para padronização dos 
resultados, esse valor é dividido por uma área padrão de 
193,55cm². 
Este é um dado importante para definição da 
argamassa. Uma boa aderência entre o bloco e a 
argamassa é obtida com características compatíveis entre 
esses dois componentes. Por exemplo, se o bloco tem alto 
AAI, irá retirar grande parte da água da argamassa logo 
após o espalhamento desta, sobrando pouco para a 
hidratação do cimento e, portanto, reduzindo sua 
resistência. Em contrapartida, se o bloco absorver muito 
pouca água da argamassa, haverá um prejuízo na 
aderência, pois grande parte desta resistência é garantida 
pela pasta da argamassa penetrando por capilaridade nos 
poros dos blocos (em linhas gerais, pode-se dizer que se 
formam pequenos “pregos” de argamassa na superfície 
do bloco). 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 22 
É recomendável um AAI entre 5 a 25 g/min/193,55 
cm². Blocos com AAI superior a 30 g/min/193,55 cm² 
devem ser umedecidos antes do assentamento. 
 
2.1.2- A Argamassa 
Na Alvenaria estrutural a argamassa tem função de 
ligação entre os blocos, uniformizando os apoios entre 
eles. Tradicionalmente a argamassa para assentamento é 
composta de cimento, cal e areia. 
Argamassas mais fortes (só de cimento e areia) não 
são recomendadas, pois são muito rígidas e têm baixa 
capacidade de absorver deformações. Em contrapartida, 
argamassas muito fracas (só de cal e areia, por exemplo) 
tem resistência à compressão e aderência muito baixas, 
prejudicando a resistência da parede. 
A resistência à compressão da argamassa deve ser 
próxima a 70% da resistência do bloco utilizado. 
Propriedade dos componentes 
• Cimento: resistência e durabilidade 
• Cal: Trabalhabilidade, retenção de água e 
plasticidade 
• Areia: Diminuição do consumo de cimento para 
reduzir a retração, enchimento e resistência da mistura 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 23 
 
Figura 5: Colocação de argamassa 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
ESPESSURA DE JUNTA DE ARGAMASSA: 10MM 
EXECUÇÃO DE BLOCOS COM ARGAMASSA PARCIAL 
REDUZ EM 20% A RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO DO 
PRISMA. 
 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 24 
Figura 6: Traços para argamassa 
Com relação à resistência à compressão, deve ser 
atendido o valor mínimo de 1,5Mpa e máximo limitado a 
0,7 x fbk. (NBR 15812-1, pg 9) 
 
2.1.3- O Graute 
O Graute é um concreto com agregado fino e alta 
plasticidade. É utilizado para preencher vazios dos blocos 
em pontos onde se quer aumentar a resistência localizada 
da alvenaria e também preenchimento das canaletas. 
O Graute é composto de cimento, areia e pedrisco, 
possui alta fluidez com slump entre 20 e 28cm, e por isso 
alta relação entre água/cimento, podendo chegar até 0.9. 
Para garantir a fluidez e plasticidade do graute e 
também diminuir sua retração, é aconselhável a utilização 
de cal até o volume máximo de 10% do volume de 
cimento. 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 25 
 
Figura 7: Resistência a compressão por 
grauteamento 
 
 
Figura 8: Traços para graute 
2.1.4- O Prisma 
O Prisma é o corpo de prova da alvenaria. Obtido 
pela superposição de blocos, unidos por juntas de 
argamassa grauteados ou não. Assim como o corpo de 
prova cilíndrico é utilizado para controle de obras de 
concreto, o prisma de dois blocos é utilizado para controle 
de obras em Alvenaria Estrutural. 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 26 
 
Figura 9: Corpo de prova da alvenaria estrutural – 
Prisma 
 
Existem 3 principais ensaios que podemos fazer para 
conhecer a resistência a compressão de uma parede: 
• Prisma 
• Pequena parede 
• Parede 
 
Os elementos devem ser moldados no canteiro e 
rompidos em laboratório, devido ao alto custo dos 
ensaios normatizou-se uma relação / porção de 
resistência entre o ensaio de parede (valores que de fato 
nos interessa) e ensaio de prisma (valores menores de 
ensaio e transporte de corpo de prova mais fácil). 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 27 
 
Figura 10: Corpos de prova 
Cavalheiro e Gomes (2002) analisaram resultados de 
ensaios realizados no Brasil nos últimos anos. Na Tabela 
1.10 pode-se perceber uma boa correlação entre a 
relação de resistência de parede (fpa) / Resistência de 
prisma (fp), igual a 0,7. 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 28 
Já a relação prisma/bloco resulta muito diferente 
para diversos tipos de blocos. No caso de blocos 
cerâmicos, a tabela 1.10 indica estudo levando em conta 
vários ensaios. Nota-se uma relação fp/fb = 0,5. 
 
Figura 11: Relação prisma/bloco e parede/prisma 
 
2.2- Esbeltez em paredes de alvenaria 
 
 
Figura 12: Índice de esbeltez 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 29 
Elementos comprimidos terão sempre o problema 
de flambagem inerente a este tipo de esforço. Quanto 
mais esbelto for a parede, menor a sua resistência a 
compressão. 
Altura efetiva (hef) 
 
Figura 13 
 
Espessura efetiva (tef) 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 30 
 
Figura 14 
3- Concepção estrutural – Boas práticas 
 
• Projetos modulares 
• Vãos de aberturas não superiores a 2,0m 
• Cômodos com dimensões não superiores a 5,0m 
• Projetos simétricos para evitar concentrações de 
cargas 
• Evitar balanços na arquitetura 
• Paredes alinhadas e com continuidade entre 
pavimentos 
• Sempre que possível evitar estruturas de 
transição 
 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 31 
3.1- Modelo de pórtico espacial 
 
Figura 15: Imagem do Google. 
 
Figura 16: Grupo de paredes 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 32 
3.2- Comportamento de lajes - Diafragma 
Rígido 
Esta hipótese considera as lajes infinitamente rígidas 
no seu plano, garantindo um comportamento mais real 
da estrutura no tocante aos deslocamentos horizontais. 
Cada laje presente no pavimento fornece ao pórtico 
uma restrição ao deslocamento horizontal dos nós no seu 
contorno, fazendo com que eles se desloquem em 
conjunto. 
 
4- Definição de cargas e distribuição de 
carregamento sobre laje 
As principais cargas que atuam nas lajes dos edifícios 
residenciais são divididas em dois grupos: permanentes 
(Gk) e acidentais (qk). 
No grupo de cargas permanentes estão presentes o 
peso próprio, revestimentos da laje, peso de paredes 
apoiadas sobre laje e elementos fixos. 
As acidentais por sua vez, são aquelas que atuam 
sobre a estrutura da edificação em função de seu uso, de 
acordo com a norma NBR 6120. 
 
 
@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 33 
 
 
5- Dimensionamento de elementos: 
Compressão Simples@racionarengenharia / www.racionarengenharia.com.br 34 
6- Dimensionamento de elementos: 
Cisalhamento e Flexão 
6.1- Resistência ao cisalhamento 
As tensões de cisalhamento na alvenaria seguem o 
critério de resistência de Coulomb (τ = τ0 + μσ), existindo 
uma parcela inicial da resistência devida à aderência que é 
aumentada em função do nível de pré-compressão. 
O valor da parcela de resistência ao cisalhamento da 
alvenaria depende do traço de argamassa utilizada, que 
influencia a aderência inicial (τ0), e do nível de pré-
compressão (μσ), com coeficiente de atrito μ = 0,5. 
Segundo o projeto de norma, o valor característico da 
resistência convencional ao cisalhamento, fvk, é indicado 
na Tabela 2. 
 
 
 
 
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O valor da tensão de pré-compressão σ deve ser 
calculado considerando apenas ações permanentes, 
minoradas do coeficiente de redução igual a 0,9. Se a 
alvenaria for de seção T, I ou outra forma com flange, 
apenas a área da alma deve ser considerada. 
Se houver armadura de flexão perpendicular ao 
plano de cisalhamento em furo grauteado, tem-se: 
 
fvk = 0,35 + 17,5 ρ ≤ 0,7 Mpa 
ρ é a taxa geométrica de armadura = As/(bd). 
Para a verificação do cisalhamento nas interfaces de 
ligação entre paredes (amarração direta), considera-se fvk 
= 0,35 MPa. 
Quando os limites acima não forem suficientes para 
garantir a estabilidade, é ainda possível armar a alvenaria 
ao cisalhamento. Nesse caso tem-se: 
• Parcela do cisalhamento resistido pela 
alvenaria: Va= fvd b d; 
• Armadura de cisalhamento: 
 
 
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em que: 
▪ Asw – área da seção transversal da armadura de 
cisalhamento; 
▪ Va – força cortante absorvida pela alvenaria; 
▪ Vd – força cortante de cálculo; 
▪ fyd – resistência de cálculo de escoamento da 
armadura; 
▪ d – altura útil; 
▪ b – largura; 
▪ s – espaçamento das barras da 
armadura. 
 
 
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6.2- Resistência à flexão 
Como a alvenaria é um material com baixa 
resistência à tração em comparação com à 
compressão, a resistência a flexão simples de 
alvenarias não armadas será governada pela 
resistência a tração. Essa resistência depende do tipo 
de argamassa (traço) utilizado. Basicamente, a 
alvenaria não armada é dimensionada no estádio I, 
com a máxima tensão de tração inferior à resistida pela 
alvenaria. 
Como o material alvenaria não é isótropo, painéis 
de alvenaria terão resistências à flexão diferentes para 
momentos aplicados nas direções normal e paralela à 
fiada. 
A nomenclatura de normal ou paralela à fiada no 
caso da tração de flexão refere-se à direção da tração. 
Resistência a compressão na direção horizontal < 
vertical. 
 
 
 
 
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A resistência de compressão na flexão é admitida 
50% maior que a de compressão simples: 
ffk = 1,5 . fk 
 
 
7- Dimensionamento de elementos: Flexo-
Compressão 
 
Além do carregamento vertical, é comum as paredes 
estarem sujeitas a cargas laterais. Em edifícios sempre 
haverá um carregamento vertical e um horizontal, 
geralmente devidos ao vento e desaprumo, gerando 
esforços de flexão, compressão e cisalhamento. 
Alvenaria não armada ou com baixa taxa de armadura 
É necessário verificar as máximas tensões de 
compressão e tração, devendo-se comparar valores 
 
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característicos e realizar combinações de esforços críticos, 
separando ações permanentes e variáveis. Deve-se 
verificar as tensões máximas de tração e de compressão. 
 
7.1- Verificação da tração máxima 
• γfq Q + γfg · G ≤ ftk / γm. 
 
• Deve-se destacar que essa verificação é válida 
para ações variáveis (como ação do vento). Para 
verificações que contemplem ações permanentes, não se 
deve contar com a resistência à tração da alvenaria. 
 
• Para edifícios, geralmente a ação permanente e 
a acidental são favoráveis, e, portanto, γfg = 0,9 e γfq,acidental 
= 0,0. 
 
• A ação de vento deve ser tomada como 
favorável, com γfq,vento = 1,4. 
 
• Deve-se então verificar: 
1,4.Qvento – 0,9 · G ≤ ftk / γm 
 
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• Se a inequação acima não for verificada, há
 necessidade de armadura. 
• Nesse caso, calcula-se qual a força de tração 
necessária multiplicando-se o diagrama das tensões de 
tração pela área da parede onde estas se distribuem. A 
partir da força de tração necessária, calcula-se a área de 
aço dividindo-se essa força por 50% fyd (ver exemplo a 
seguir). No detalhamento é importante posicionar a 
armadura no terço da região tracionada mais próximo da 
borda da parede. 
• 
7.2- Verificação da compressão máxima 
• A tensão de compressão máxima
 pode ser verificada separando a 
compressão simples e devida à flexão e considerando 
redução das ações acidentais simultâneas. 
 
 
Para o caso de edifícios e todas as ações 
desfavoráveis: 
i. fk = 0,7 fpk 
 
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ii. ψ0 = 0,5 (acidental); 0,6 (vento); γfq = γfg = 
1,4 
iii. γm=2,0 
 
 
 
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7.3- Exemplo de dimensionamento e 
verificação à flexo-compressão 
 
 
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8- Estabilidade Global 
 
A verificação da estabilidade global segundo o item 
15.5.3 da NBR 6118:2014, é válida para estruturas 
reticuladas de no mínimo quatro andares. 
A verificação é feita considerando o modelo 
simplificado. O edifício é modelado como uma única barra, 
com inércia igual ao somatório de todas as inércias das 
paredes. O módulo de elasticidade Ep é igual a 600xfpk . Para 
considerar a fissuração das paredes podemos 
simplificadamente reduzir o valor de Ep em 20%. 
O coeficiente γz (Gama-z) tem por principal objetivo 
classificar a estrutura quanto à deslocabilidade dos nós, a 
fim de destacar o quão significativos são os esforços de 2ª 
ordem globais para efeitos de cálculo. 
 
 
 
 
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O valor de Gama-Z é definido por: 
 
onde: 
• ΔMtot,d é a soma dos produtos de todas as 
forças verticais atuantes na estrutura, com seus valores 
de cálculo, pelos deslocamentos horizontais de seus 
respectivos pontos de aplicação, obtidos da análise de 1ª 
ordem. 
 
• M1tot,d é o momento de tombamento, ou seja, 
a soma dos momentos de todas as forças horizontais, 
com seus valores de cálculo, em relação à base da 
estrutura. 
 
 
 
 
 
 
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9- Bibliografia 
 
PARSEKIAN, G. A. Alvenaria Estrutural em blocos 
Cerâmicos – Projeto, Execução e Controle. Ed. Nome da 
Rosa. 
Tauil, C. A. Alvenaria Estrutural. Ed. Pini. 
PARSEKIAN, G. A. Parâmetros de Projeto de 
Alvenaria Estrutural com Blocos de Concreto. São Carlos: 
EdUFSCar. 
Carvalho, R. Chust. Cálculo e Detalhamento de 
Estruturas Usuais de Concreto Armado. São Carlos: 
EdUFSCar. 
Associação Brasileira de Normas Técnicas: 
NBR 15812-1. Alvenaria estrutural – Blocos 
Cerâmicos – Parte 1: Projetos. 
NBR 15812-2. Alvenaria estrutural – Blocos 
Cerâmicos – Parte 2: Execução e controle de obras.

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