Buscar

COMPORTAMENTO DO GATO DOMÉSTICO E O USO DE FEROMÔNIO SINTÉTICO NO MANEJO DA CLÍNICA DE FELINOS REVISÃO DE LITERATURA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

16
comportamento DO GATO DOMÉSTICO e O uso de feromônio sintético no manejo da clínica de Felinos – REVISÃO DE LITERATURA.
Alexandra Gomes[footnoteRef:1]; [1: Graduanda em Medicina Veterinária pelo Centro Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte, MG, Brasil. e-mail: gomesxanda71@yahoo.com] 
Orientador: Manuela Bamberg Andrade[footnoteRef:2]; [2: Médica veterinária especializada em comportamento de felinos. Docente do Centro Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte, MG, Brasil. e-mail: manuela.andrade@newtonpaiva.br
] 
	
RESUMO
Considerando que a domesticação de gatos tem origem de aproximadamente 9.500 anos, com relação aos cães, domesticados a mais de 500 mil anos. A recente relação humanos-gatos tem levado muitos felinos a clínica médica, algumas vezes pela falta de conhecimento do comportamento de felinos. O presente estudo tem como objetivo verificar o comportamento do gato doméstico, a presença de problemas de comportamento e a influência de feromônios sintéticos na clínica de felinos e o bem-estar animal.
Palavra-chave: Felinos. Comportamento. Feromônio sintético. Clínica e bem estar.
1 – introdução
A origem do gato doméstico descende do Felis Silvestris Lybica e do cruzamento de cinco espécies selvagens distintas de acordo com estudos genéticos publicados na revista Science em junho de 2007. A domesticação dos gatos tem origem aproximada de 9.500 mil anos. Quando os homens passaram a cultivar a terra e a produzir alimentos, onde houve a necessidade de criar áreas para estocar os alimentos. Surgindo então infestações de ratos nos locais de estoque a procura de alimentos em abundância. Os seres humanos perceberam que com a chegada dos ratos vieram também os gatos que são excelentes caçadores. Este evento foi importante para a domesticação dos gatos, onde as pessoas tinham preferência por gatos mansos e sociáveis. Mesmo com aproximação entre homens e gatos, estes pequenos felídeos precisavam caçar para sobreviver o que o tornou um ser adaptável, versátil e independente. Os egípcios consideravam os gatos como animais sagrados, fato este que corroborou para a introdução dos felinos na criação doméstica. Porém na idade média aconteceu o contrário, onde os gatos eram vistos com mau agouro. Na Europa dominada pela igreja católica e a inquisição os gatos passaram de Deuses a vilões, eram considerados criaturas ligadas a demônios e bruxas. Época em que os gatos foram caçados, queimados e quase extintos. Somente no decorrer dos anos os gatos passaram a ser vistos novamente como membros da família. Na década de 1830 a rainha Vitória da Inglaterra resgatou dois gatos persas azuis que foram tratados como membros da corte. Uma publicação da revista Godey’s Lady’s Book, publicada em 1860 dizendo que os gatos não se destinavam apenas a idosos ou monarcas e que todos deveriam sentir o abraço confortável, o amor e a virtude do gato. Contudo a interação com seres humanos tem influenciado bastante no comportamento dos felinos. A separação dos filhotes da mãe, o isolamento, punições e privações do comportamento natural. Estes fatores contribuíram para o surgimento de vários distúrbios de comportamentos, como alterações comportamentais e distúrbios fisiológicos devido a experiências sofridas. Gatos podem sofrer estresse intenso de acordo com o ambiente físico e social em que fora introduzido, distúrbios comportamentais como marcação territorial, agressividade, reclusão dentre outros podem surgir. Prevenir o estresse e promover o bem-estar destes animais em ambientes domésticos precisa fazer parte da rotina diária a fim de prevenir doenças e melhorar o atendimento na clínica médica veterinária. Gatos de uma mesma colônia possuem o hábito de esfregarem a lateral do rosto, no rosto ou no corpo de outros gatos exalando, trocando odores e liberando feromônios, nesta interação eles ronronam, demonstrando interação e satisfação entre os integrantes. Feromônios faciais são substâncias produzidas e liberadas no ambiente que são utilizadas como forma de comunicação entre os felinos, são alterações químicas que influenciam o comportamento do grupo. No atendimento clinico de felinos devemos considerar as peculiaridades fisiológicas e comportamentais a fim de entendermos as diferentes perspectivas: do cliente, do gato e da equipe veterinária. O fator estresse impacta diretamente na saúde dos felinos e no que diz respeito a condição clínica dos mesmos. Em alguns casos podendo levar ao abandono ou mesmo a prática da eutanásia em função da falta de conhecimento e compreensão dos fatores envolvidos. Porém a maioria dos problemas relacionados a clínica de felinos podem ser resolvidas com conhecimento prévios dos médicos veterinários que tem estudado o comportamento felino para obter melhor assertividade no atendimento a gatos e seus tutores. O presente estudo tem como objetivo verificar o comportamento do gato doméstico, a presença de problemas de comportamento e a influência de feromônios sintéticos na clínica de felinos e o bem-estar animal.
2- comportamento	
Acredita-se que a domesticação do gato tenha sido há cerda de 9 mil anos na Mesopotâmia, (Vigne et al., 2004; Bernstein, 2005; Driscoll et al., 2007), tendo sido descobertos em Silves esqueletos de gatos que remontam ao século VIII (Gomes, 2002)
Gatos que vivem em um mesmo grupo social ou colônias, formam uma organização complexa, onde os membros se reconhecem por padrões típicos de comportamento de espécies sociais. (KERBY,1988; MACDONALD, 1987; NATOLI, 1985a, 1985b; NATOLI; BAGGIO; PONTIER, 2001; PANAMAN, 1981).De acordo com Beaver[footnoteRef:3] (1994 apud DANTAS 2010) o ambiente social e físico ao qual os felinos são expostos, quando há excesso de animais, pouco controle do ambiente e comportamento restrito como em abrigos pode gerar um estresse social. Ainda de acordo com Adamelli et al (2005); o estresse quando oriundo do ambiente social e territorial leva a agressividade, reclusão, e que comportamentos agonísticos tipicamente normais em gatos, tendem para uma escala de agressão. Conforme Macdonald (1983) a seleção natural e a hereditariedade podem influenciar no comportamento individual da espécie. [3: BEAVER, B.V. The Veterinarian’s Encyclopedia of Animal Behavior. Ames: Iowa State University Press, 1994. 307p] 
Vários tipos de enfermidades no organismo podem levar a alterações comportamentais envolvendo fatores genéticos que podem ser transmitidos às próximas gerações, conforme (HART, 1980). Ainda de acordo com Hart (1980) Trabalhos experimentais tem demonstrado que algumas características comportamentais podem se alterar através de manipulação genética. Porém, características de origem genética geralmente são influenciadas por fatores ambientais.
3 - Dominância e agressividade
Segundo Berstein[footnoteRef:4], (1981 apud Dantas, 2010) de acordo com a etiologia clássica, quando um animal se submete a outro é considerado subordinado ou submisso e o que se impõe é considerado o dominante. Porém os autores (BRADSHAW, 2009; LUESCHER; REISNER, 2008) consideram que o conceito de dominância e hierarquia social são questionáveis em várias espécies levando em consideração o requisito entre animais e o diagnóstico do comportamento de agressividade. Ainda de acordo com Berstein (1981 apud Dantas, 2010) no reino animal grupos lineares são raros, principalmente em grandes grupos, mas geralmente as relações aflitivas e agonísticas são flexíveis. [4: BERSTEIN, I.S. Dominance: the baby and the bathwater. The Behavioral and Brain Sciences,v. 4, p. 419-457, 1981.] 
Natoli[footnoteRef:5], (1991 Apud Dantas, 2010) diz que a principal razão para haver hierarquia em um grupo social seria o acesso a recursos como: água, alimentos, parceiros sexuais e locais para descanso e que nem sempre o animal dominante tem acesso as todos estes recursos. A segunda razão para formação da hierarquia seria a redução da agressividade, onde o estado do submisso seria aceito pelo dominante. [5: NATOLI, E.; DE VITO, E. Agonistic behavior, dominance rank and copulatory successin a
large multi-male feral cat colony (Felis catus L.) in central Rome. Animal Behavior, v. 42, p.
227-241, 1991.] 
4 - Comunicação
Conforme Macdonald, (1987); Wolfe, (2001) gatos sabem diferenciar os membros da colônia de outros grupos. A entrada de novos membros fora da colônia normalmente não é permitida, se houver aproximação, podem eventualmente serem aceitos na colônia, porém esta introdução dependerá de interações complexas. 
Segundo Kerby e Macdonald[footnoteRef:6] (1988 apud SILVA, 2017), as comunidades felinas podem variar se houver fonte de alimentos disponível, eles toleram bem a convivência com outros da mesma espécie. [6: KERBY, G.; MACDONALD, D.W. Cat society and consequences of colony size. In:TURNER, D. C.; BATESON, P. The Domestic Cat: The biology of its behavior. Cambridge: Cambridge University Press, p. 67-81, 1988
] 
Pereira et al (2013) diz que a comunicação entre felinos se dá de várias maneiras, podendo ocorrer por meio de sinais sonoros, visuais e olfativos. Eles fazem uso destes fatores combinados para maximizar vantagens na interação social. De acordo com Levi (2016) gatos são altamente sensíveis e possuem sentidos aguçados em comparação com humanos. Ainda conforme Pereira, et al (2013) gatos utilizam a linguagem corporal como forma de comunicação na sua espécie, podendo ser de forma visual, pelo arquear do dorso demonstrando medo ou piscando lentamente demonstrando relaxamento. 
Conforme Litle, et al (2016) o olhar, a postura corporal, a dilatação das pupilas, o eriçar dos pelos são formas de comunicação visual muito importante para tutores e médico veterinários identificarem o estado de agressividade, medo, fuga ou possíveis agressões. Gatos costumam evidenciar suas expressões, desta forma podemos identificar seu comportamento pela mímica facial em diferentes situações. Desde a situação de relaxamento com orelhas viradas para frente e voltadas ligeiramente para os lados com olhos abertos ou fechados e as pupilas em forma de fenda com bigodes lateralizados. Se estão curiosos os sinais são semelhantes ao de relaxamento, porém com orelhas voltadas para o foco de atenção, bigodes para frente e pupilas mais arredondadas. Em situação de insegurança as pupilas fiam dilatadas, gatos agressivos tencionam toda a musculatura da cabeça, possuem olhos abertos ou semicerrados e pupilas contraídas com orelhas voltadas para trás, com a boca aberta ou fechada com os bigodes direcionados para a frente. Gatos agressivos e defensivos apresentam mímica facial com as orelhas espalmadas contra a cabeça voltadas para trás, a boca permanece aberta e os bigodes para a frente (Figura 1). 
“As pupilas estão diretamente associadas a situação presente que o gato esta vivenciando e sua intensidade, porém a luminosidade do ambiente também deve ser levada em consideração quando se avalia o formato das pupilas (LITLE 2012).
Figura 1: Demonstração dos sinais faciais
Fonte: Litle 2016 O Gato – medicina Interna 
Gatos tímidos ou medrosos exibem sinais muito sutis, como desviar olhos, abaixar ligeiramente as orelhas, se inclina para trás e vira cabeça em outra direção quando se depara com um gato assertivo. Porém em encontros mais intensos abaixam as orelhas rente a cabeça, a cauda se mantêm enroscada junto ao corpo, se agacha e em alguns casos pode rolar para o lado expor e ventre e vocalizar (BRADSHAW; CAMERON-BEAUMONT, 1997; FELDMAN, 1994).
Alguns gatos desviam-se do caminho com objetivo de evitar o encontro (KNOWLES; CURTIS; CROWELL-DAVIS, 2004). Gatos assertivos costumam sinalizar seu estado social mantendo os membros tensionados, orelhas eretas ou viradas lateralmente, além de virar e bater a cauda. Porém gatos assertivos tendem a evitar combates, a não ser que sejam confrontados por outros gatos (OVERALL, 1997).
Conforme Faraco et al, (2013) a expressão corporal do gato como eriças dos pelos, o arqueamento do dorso a posição da cauda, a insinuação dos dentes podem indicar medo ou agressão com outros gatos, animais de outras espécies e humanos (Figura 2). 
Figuras 2: Posturas corporais, demonstração de comportamento pacífico a defensivo.
Fonte: Litle 2016 O Gato – medicina Interna 
A marcação é uma forma de comunicação mais usada do que a postura e as vocalizações, elas permitem que os felinos deixem mensagens olfativas e visuais que permanecem muito tempo após o contato com outros indivíduos. Felinos se comunicam pelo odor de três formas distintas, marcação facial, marcação com as unhas e marcação urinária, esta última com finalidade sexual e marcação urinária reacional. (PEREIRA et al, 2013). 
Conforme Deporter, (2016) felinos possuem feromônios contidos em fluídos corporais como urina, suor, glândulas endócrinas especializadas e secreções mucosas de órgãos genitais.
Segundo relatos de Pereira et al, (2013) o órgão vomeronasal localizado na parte rostral do palato duro é responsável pela percepção dos feromônios de marcação com a função de detectar odores de outros felinos, pelo movimento de flehmen, erguendo o lábio superior com a boca levemente aberta expondo o órgão (figura 3).
Figura 3: órgão vomeronasal de felinos
Fonte: Jornal do Pet 
5 - Feromônios naturais e sintéticos
“A origem da palavra "feromônio" vem da união de dois verbos gregos: pherein (transportar) e hormone (estimular). Esta expressão foi usada pela primeira vez em 1959 pelos cientistas Peter Karlson, Martin Lüscher e Butenand (pereira; pereira, 2013). Trata-se de substâncias produzidas pelos seres vivos e liberadas no ambiente, desempenhando função comunicativa, ou seja, são sinais químicos capazes de alterar o comportamento dos indivíduos receptores (RAMOS, 2014)”.
Feromônios naturais ou sintéticos são análogos aos receptores do órgão vomeronasal e realizam a mediação do sistema límbico dos felinos. Possuem cinco frações isoladas de feromônios faciais, porém apenas duas tem funções conhecidas, F3 e F4, a primeira depositada em objetos pelos felinos e a segunda sobre os indivíduos. (PEREIRA et al 2013).
“Os feromônios são compostos naturais, também Denominados "semioquímicos" (sinais químicos), que têm um papel fundamental na comunicação intraespecífica. São substâncias que, uma vez depositada pelo animal no ambiente, produzem respostas fisiológicas e comportamentais em um indivíduo receptor da mesma espécie (RAMOS, 2014; VILANOVA, 2003)”.
Atualmente estão sendo comercializados quatro análogos
sintéticos distintos para cães e gatos. Três se destinam aos
gatos (Feliway classic®, Feliway Friends®, Feliscratch®). Conforme Beaver, (2003) a fração F3 foi produzida comercialmente pelo seu efeito calmante. No mercado existem as duas frações, são conhecidas como faliway e feliway friends.
Ainda não se entende completamente a percepção dos feromônios. Acredita-se que ocorra na maioria das vezes, uma estimulação do órgão vomeronasal, ou órgão de Jacobson (pageat; gaultier, 2003).
6 - Aplicações dos análogos sintéticos 
Conforme Pageat[footnoteRef:7] (1996 apud Henzel et al 2018) o análogo sintético Feliway classic® é utilização em situações de marcação urinária de gatos inteiros ou castrados, no controle da marcação sexual ou reacional, reduzindo em torno de 96,7% o comportamento de gatos em casos de marcação com ocorrência de um mês e meio a três meses. Também utilizado para controle de arranhadura, em hospitalização, para controle de autolimpeza (grooming) e movimentação de gatos internados, estimula o interesse por alimentos, reduzindo o período de convalescência. O Feliway classic® auxilia no tratamento da cistite intersticial, favorecendo os sintomas menos graves e elevando tempo entre uma crise e outra. (gunn-moore; cameron, 2004). Ajuda na prevenção do estresse decorrente de viagens, reduz na tentativa de escapes na nova residência, favorece na introdução e adaptação de novos felinos no ambiente doméstico. (RAMOS, 2014). [7: PAGEAT, P.; GAULTIER, E. Current research in canine and feline pheromones. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, n. 33, p.187–211, 2003.] 
Conforme Cozzi et al (2010) o usodo análogo sintético Feliway friends®, reduz conflitos entre gatos em uma mesma residência e comportamentos aflitivos entre eles. Também é recomendado o uso de Feliway friends® em casos de agressão gato a gato, diminui a excitabilidade e manifestações somáticas em gatos com problemas de passeios em veículos. No caso de ansiedade por separação de seus donos reduz o nível de ansiedade. (ESTELLES et al., 2006),
 De acordo com Deporter, (2016) feromônios sintéticos, estão disponíveis para comercialização na forma de spray ou difusores, sendo que o primeiro permite aplicação sobre objetos ou locais específicos, e o intervalo entre a aplicação e a utilização determina sua eficácia. Porém alguns gatos possuem aversão ao álcool e deve-se tomar cuidado para não aplicar o produto diretamente no animal. Ainda conforme Deporter, (2016) o uso dos feromônios sintéticos não reduz conflitos sociais muito intensos, possuindo uma função limitada. Não são conhecidos efeitos adversos na utilização dos feromônios sintéticos desenvolvidos especialmente para gatos.
Análogos sintéticos de feromônios, segundo a denominação e as suas principais indicações.
	Análogo sintético
	Principais situações para as quais é indicado
	Feliway classic®
	1. Marcação urinária (Spraying)
2. Arranhadura em locais inadequados (“repelindo” do local inapropriado)
3. Hospitalização e convalescência
4. Transporte e mudanças de residência
5. Clínica veterinária (liberado no ambiente)
6. Gatis (abrigos e criatórios)
7. Introdução de um novo gato no ambiente
8. Cistite intersticial
	Feliway Friends®
	1. Agressão entre gatos convivendo em uma mesma casa (residências multi-cat)
Tabela 1: Adaptação apamvet.com 
Denominação comercial correspondente natural e a forma de apresentação.
	Nome comercial
	Correspondente natural
	Forma de apresentação
	Feliway classic®
	Facial F3 felino
	Spray e difusor
	Feliway friends®
	Maternal apaziguador felino
	Spray e difusor
Tabela 2: Adaptação apamvet.com 
Fifura 4: Difusor Feliway classic®			Fifura 5: Spray Feliway ®
 
Fonte: apamvet.com 					Fonte: gramho.com
7 - Bem estar no atendimento a clínica de felinos 
Seksel, (2016) relata que aproximadamente 60% dos transtornos de comportamento dos gatos na rotina clínica estão relacionados com o comportamento de eliminação. Lamdsberg, (2003) afirma que felinos desenvolverão estes comportamento pelo menos uma vez na vida independente de raça, sexo, idade e estado reprodutivo. Alguns hábitos normais do comportamento de gatos, podem ser vistos erroneamente como hábitos inadequados por médicos veterinários por falta de conhecimento etiológico. Entre eles o comportamento de borrifação de urina, eliminação de fezes e urina fora da caixa sanitária. Estes comportamentos surgem como forma de demarcação de território, comunicação social, sexual. Dependerá também da preferência do animal, do tipo de bandeja, higienização da mesma e do substrato utilizado. Porém tais exemplos podem ser associados a transtornos de comportamentos por estresse e ansiedade, principalmente em animais de idade avançada (RAMOS, 2012). De acordo com Bown e Haert[footnoteRef:8] (2005 apud Scholten 2017) problemas comportamentais por padrão de eliminação, implica muitas vezes em abandono ou pedido de eutanásia por seus tutores. É de extrema importância que o médico veterinário tenha conhecimento clínico e comportamental de felinos para diferenciar situações comportamentais de diagnósticos clínicos e melhor orientar os tutores. A equipe veterinária deve indicar ao tutor como preparar seu animal para a visita na clínica de forma harmoniosa, o animal deve se familiarizar com a caixinha de transporte, coberta com o cheiro do gato, pulverizar feromônios calmantes, cobrir a caixinha durante o transporte. [8: BOWEN, J., HEATH, S. Behaviour Problems in Small Animals: Pratical Advice for the Veterinary Team. Elsevier Saunders. 2005.] 
De acordo com Faraco et al, (2013) casos relacionados a problemas comportamentais tem ultrapassado aos casos gerados por doenças infecciosas, neoplasias e metabólicas juntas. Contudo, gatos sadios e com comportamento normais tem sido negligenciados pelo simples fato de tutores e profissionais da área desconheceram a natureza comportamental de felinos. Conforme Rondan, (2012) faz-se necessário conhecer o papel do medo provocado em felinos, pois ele é a principal causa de mau comportamento e agressão em gatos no ambiente hospitalar veterinário, sendo que punição e socialização inadequada levam a medo e agressão. 
Litle et al, (2016) relata que no atendimento clínico de felinos a melhor forma de examiná-lo e deixa-lo à vontade na sala. Muitos gatos não gostam da mesa de exame, podem ter sito punidos por subirem em mesas em suas casas. Alguns gatos preferem ser examinados quando estão sobre um cobertos, uma peça de roupa familiar, ou envoltos em uma toalha. Gatos gostam de sentar no colo e algumas vezes se sentem confortáveis no colo de veterinários, porém devem estar em posição que vejam a pessoa da família. Caso seja necessário exames na mesa, devem ser colocados sobre a mesma uma lã de carneiro, toalha ou outro material macio que já tenha o odor do animal, como um acolchoado ou uma peça de roupa da pessoa favorita. Ao examinar o gato deve-se fazê-lo com movimentos lentos, deve- se dar tempo para o gato relaxar antes de realizar a próxima parte do exame. 
8 - considerações finais
Conforme relatado por Silva, (2017), considerando que em diversos dos países, gatos são os preferidos como animais de companhia. Em seu artigo pontua a importância do papel do tutor no bem estar do gato, sendo que estes demandam mais atenção aos veterinários que os tutores de cães. É importante orientar aos tutores quanto ao comportamento felino, para que os mesmos sejam assistidos da forma adequada por seus tutores e médicos veterinários. Silva descreve a importância de se tornar a visita ao médico veterinário mais agradável, mostrando formas ideias para o manejo de felinos antes, durante e após a consulta com objetivo de respeitar o bem estar felino. Em sua revisão ela ressalta a importância dos cuidados necessários com o paciente durante o tratamento, a internação e as ferramentas que auxiliam no manejo, como a feromonioterapia. Silva relata que a medicina felina está longe de obter respostas com apenas o uso de fármacos, uma solução cirúrgica ou procedimento ambulatorial, mas como como o conjuntos de procedimentos são utilizados conforme cada paciente felino, tornando o tratamento eficiente.
Sendo assim, Conclui-se que a feromonioterapia é de grande importância no atendimento clínico em conjunto com outras técnicas, como modificações ambientais, comportamentais e em alguns casos, o uso de agentes psicotrópicos, para compor uma estratégia terapêutica de abordagem múltipla, ou pluralista, prezada pelos clínicos comportamentais e necessária para o correto tratamento dos casos.
referências
Adamelli, S. et al. Owner and cat features influence the quality of life of the cat. Applied Animal Behavior Science, v. 94, p. 89-98, 2005.
BRADSHAW, J. W. S.; CAMERON-BEAUMONT, C. The signaling repertoire of the domestic cat and its undomesticated relatives. In: TURNER, D. C.; BATESON, P. The Domestic Cat: The biology of its behavior. 2ed. Cambridge: Cambridge University Press, p.67-93, 2000.
CAMERON-BEAUMONT, C.L. Visual and tactile communication in the domestic cat (Felis catus silvestris) and undomesticated small felids. Londres, 1997. Tese (Doutorado) - University of Southampton, Londres, 1997.
COZZI, A.; MONNERET, P.; LAFONT-LECUELLE, C.; The maternal cat appeasing pheromone: exploratory study of the effects on aggressive and affiliative interactions in cats. In: Proceedings ACVB/AVSAB Veterinary Behavior Symposium, 30 July 2010, Atlanta, GA, USA.
SCHOLTEN, A. Particularidades Comportamentais do Gato Doméstico. Porto Alegre, 2017 Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/170364
DANTAS, L. Comportamento Social de Gatos Domésticos e sua Relação com a Clínica Médica Veterináriae o Bem-estar Animal. Niterói 2010. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/felinamente/files/2017/03/Comportamento-social-de-gatos-dom%C3%A9sticos.pdf
DEPORTER, L. Use of Pheromones in Feline Practice. In: HEATH, SARAH; RODAN, ILONA. Feline Behavorial Wealth and Welfare. 3251 Riverport Lane/St. Louis, Missouri 63043: Elsevier, 2016. p. 235-244.
ESTELLES, M. G.; MILLS, D. S. Signs of travel-related problems in dogs and their response to treatment with dog-appeasing pheromone. Veterinary ecords, v. 159, p. 143–148, 2006
FARACO, C.B. et al. Fundamentos do comportamento Canino e Felino. 1.ed.
Medvet livros. 2013.
GUNN-MOORE, D. A.; CAMERON, M. E. A pilot study using synthetic feline facial pheromone for the management of feline idiopathic cystitis. Journal of Feline Medicine and Surgery, London,v. 6, n. 3, p. 133-138, 2004.
HART, B.L. Feline Behavior: A Practitioner Monograph. 2ed. Santa Barbara: Veterinary Practice Publishing Company, 1980. 110p
HENZEL, M; RAMOS, D. o Uso de Feromônios Sintéticos na Clínica Veterinária Comportamental. Boletim Apamvet.com 2018. Disponível em: https://publicacoes.apamvet.com.br/Artigos/Details/75
KERBY, G.; MACDONALD, D.W. Cat society and consequences of colony size. In:TURNER, D. C.; BATESON, P. The Domestic Cat: The biology of its behavior. Cambridge: Cambridge University Press, p. 67-81, 1988
LEY, JAQUELINE M. Feline Communication. In: HEATH, SARAH; RODAN, ILONA. Feline Behavorial Wealth and Welfare. 3251 Riverport Lane/St. Louis, Missouri 63043: Elsevier, 2016. p. 24-33.
Macdonald, D.W. The ecology of carnivore social behavior. Nature, v. 301, n. 3, p. 379-384, 1983.
MACDONALD, D.W. et al. Social dynamics, nursing coalitions and infanticide among farm cats, Felis catus. Advances in Ethology, n. 28, p. 1-66. 1987.
NATOLI, E. Behavioral responses of urban feral cats to different types of urine marks.Behavior, v. 94, p. 234-243, 1985a.
NATOLI, E. Spacing pattern in a colony of urban stray cats (Felis catus L.) in the historic centre of Rome. Applied Animal Behavior Science, v. 14, p. 289-304, 1985b
OVERALL, K.L. Clinical Behavioral Medicine for Small Animals. St. Louis: Mosby Inc., 1997. 544p.
PANAMAN, R. Behavior and ecology of free-ranging female farm cats (Felis catus, L.).Zeitschrift für Tierpsychologie, v. 46, p. 59-73, 1981.
PEREIRA, G. G; PEREIRA, J. T. Comportamento Social dos Gatos. In: FARACO, C.B;SOARES, G. M. Fundamentos do Comportamento Canino e Felino. Brasil, SP: MedVet,2013. p. 145.
PONTIER, D.; NATOLI, E. Male reproductive success in the domestic cats (Felis catus L.): acase story. Behavioral Processes, v. 37, p. 85-88, 1996.
RAMOS, D. Comportamento felino, feromônios naturais e
feromonioterapia na clínica comportamental felina. São Paulo:
CEVA, 2014.
RODAN, I. Understanding the Cat and Feline-Friendly Handling. In: LITTLE, S. The Cat: Clinical Medicine Management. 3251 Riverport Lane/St. Louis, Missouri 63043: Elsevier, 2012. p. 02-18
SILVA, D. Novas Diretrizes para o Manejo Clínico do Paciente Felino. Porto Alegre 2017. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/170514 
WOLFE, R. The social organization of the free ranging domestic cat (Felis catus). Athens, 2001. Tese (Doutorado). Department of Anatomy and Radiology, University of eorgia,Athens, 2001.

Outros materiais