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TEXTO 10 - Cultura e importância dos povos africanos no Brasil

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A importância da cultura africana e afro-brasileira no Brasil 
Quando falamos da história do Brasil como nos reportamos aos negros? Como vemos seu papel na 
história? O que se suscita no imaginário social? Qual sua importância e contribuição? Infelizmente, a 
história do negro no Brasil ainda restrita ao seu papel de escravo vivido no período colonial, como 
sujeitos que foram submetidos a exploração e a violência. O tronco, a chibata e outros instrumentos de 
tortura são os ícones que alimentam o imaginário social do negro na história brasileira. Em uma a 
descrição precária de escravos oriundos da África, subservientes a lógica do escravismo na colônia. Esta 
visão é precária por negligenciar toda a diversidade cultural, linguística, religiosa, mobilizações políticas, 
conhecimentos técnicos e de trabalho que vieram com os africanos ao Brasil. Cabe lembrar que não 
chegaram em terras brasileiras povos primitivos e iletrados, ao contrário, aqui se enraizaram nações 
negras, etnias que com variadas formações histórico-sociais fazem do Brasil um outro país, ainda que 
desconhecido por muitos. 
Apesar do Brasil ser o segundo maior país, perdendo somente para Nigéria, quanto ao quantitativo de 
pessoas negras no mundo, pouco se sabe das diversas culturas, histórias, ações políticas e contribuições 
da cultura africana à construção do Brasil (SANTOS, 2011). O imaginário construído sobre a cultura negra 
quando foge ao negro escravizado, recai a uma formação folclórica estereotipada do negro e da negra 
apresentado em nosso cotidiano nos ritmos do samba, na imagem do malandro, nas rodas de capoeira, 
nas baianas com suas saias rodadas. Estes são alguns enquadres postos aos negros, não que estes 
espaços não sejam importantes para a afirmação de suas produções culturais, porém a maneira 
estereotipada que são postas em nosso dia a dia apartam estas produções culturais de seu percurso 
histórico de luta e resistência à formação cultural eurocêntrica presentes em terras brasileiras. 
A história do Brasil contada e reproduzida no cotidiano apresenta uma dificuldade em compreender os 
negros antes e para além das correntes. A diáspora forçada vivida pelas nações negras inseridas no 
processo escravagista, foi condição para que os africanos chegassem a terras brasileiras, mas sob esta 
condição que eles produziram e reinventaram sua forma de viver, ora trazendo elementos de suas 
nações de origem, com suas crenças e valores; e ora integrando as produções culturais nestas terras, em 
sua vida de trabalho no campo e na cidade, nos quilombos e mesmo nas casas grandes. Como afirma 
Batiste (1960, apud Duarte 2010, p.37): “a escravidão não somente separa como une o que separa”. A 
capacidade de resistência subjetivo e política das nações negras que aqui chegaram, mostram seu 
potencial e vigor, que mesmo diante das adversidades e violências vividas, enxertaram no ventre de 
cada região do Brasil, seus costumes e formas de interpretação do mundo. Formas estas que se 
expressam desde as canções de ninar, os cuidados com a saúde, nas ervas, medicamentos e práticas 
religiosas, às festividades danças e sabedoria diante da vida. 
Quilombos 
A utilização do trabalho escravo no Brasil foi uma prática marcada por diversas manifestações de 
resistência contra esse tipo de relação de trabalho opressivo. Entre tantas alternativas, a constituição 
dos quilombos foi uma das mais ousadas e bem articuladas ações que buscavam quebrar as imposições 
da administração colonial. Apesar de sua relevância, poucos são os registros que demonstram a 
presença e o funcionamento desse tipo instituição no período colonial. 
Formado a partir da reunião de vários escravos fugitivos, um quilombo passava a constituir um tipo de 
comunidade bastante diferente das que foram criadas pela ação dos colonizadores portugueses. Os 
habitantes dos quilombos, chamados de “quilombolas”, participavam de todo o trabalho que envolvia a 
obtenção de alimentos e construíam pequenas oficinas onde fabricavam suas roupas, utensílios 
domésticos, ferramentas de trabalho e móveis. 
Mais do que uma simples comunidade, o quilombo era formado em locais de difícil acesso. Tal medida 
visava impedir a recaptura dos escravos fugidos. Ao mesmo tempo, os quilombos foram importantes 
para que traços diversos da cultura africana se mantivessem vivos em nossa própria cultura atual. Ritos, 
danças, pratos e expressões comuns ao território brasileiro são nitidamente influenciados pela cultura 
africana. 
 
Um dos mais importantes quilombos do período colonial foi criado na serra da Barriga Verde, no estado 
de Alagoas. O Quilombo dos Palmares, formado no início do século XVII, abrigava uma série de 
quilombos menores e constituía uma grande comunidade integrada por milhares de pessoas. O período 
de expansão desse quilombo aconteceu durante as invasões holandesas, momento em que vários 
escravos aproveitaram do distúrbio para fugirem dos engenhos. 
Durante muito tempo, a destruição deste quilombo preocupou as autoridades coloniais daquela região. 
Após a deflagração de várias batalhas, o capitão-mor Fernão Carrilho quase deu fim à Palmares em 
1678, após aprisionar vários de seus principais líderes. Quando a contenda parecia estar finalmente 
resolvida, apareceu a figura do líder Zumbi rearticulando novas forças que resistiram até os últimos anos 
do-século-XVII. Atualmente, existem várias comunidades que são remanescentes de quilombos 
formados durante a época colonial. 
 
 
Acessível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/quilombos.htm> 
Acessívelem: 
<https://www.researchgate.net/publication/285923765_A_importancia_da_cultura_africana_e_afro-
brasileira_na_historia_do_Brasil> 
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/quilombos.htm