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Apostila-Gestão-do-Patrimônio-Público-Abril-2019

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1 
 
CAPACITAÇÃO 
 
GESTÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO: 
com ênfase nos procedimentos contábeis de 
avaliação, reavaliação, redução ao valor 
recuperável, depreciação, amortização e 
exaustão de bens moveis e imóveis 
 
 
 
 
Instrutor: José Fernando Domiciano – 
Auditor de Controle Externo do TCERO 
Mestre em contabilidade governamental 
Carga horária: 20 horas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Velho, 2019
2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 3 
2 CONCEITOS BÁSICOS ........................................................................................................... 5 
3 MENSURAÇÃO E RECONHECIMENTO DO ATIVO IMOBILIZADO ......................... 8 
3.1 Reconhecimento, Desreconhecimento e Desfazimento do Ativo .................................. 10 
3.1.1 Reconhecimento ......................................................................................................... 10 
3.1.2 Desreconhecimento .................................................................................................... 13 
3.1.3 Desfazimento .............................................................................................................. 13 
3.1.3.1 Como pode ocorrer a movimentação, alienação e outras formas de 
desfazimento de bens públicos ....................................................................................... 14 
3.1.3.2 Como considerar um bem permanente para desfazimento ............................ 14 
3.2 Diferenciação entre material permanente e material de consumo ............................... 15 
3.3 Intangível ........................................................................................................................... 15 
4 PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS DE AVALIAÇÃO, REAVALIAÇÃO, REDUÇÃO 
AO VALOR RECUPERÁVEL, DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO ..... 16 
4.1 Procedimento inicial ......................................................................................................... 16 
4.2 Baixa e Reclassificações .................................................................................................... 16 
4.3 Inventário na Administração Pública ............................................................................. 17 
4.3.1 Princípios básicos do Inventário............................................................................... 18 
4.3.2 Fases do Inventário .................................................................................................... 19 
4.3.3 Tipos de Inventário .................................................................................................... 19 
4.3.4 Avaliação dos Bens no processo de inventário ........................................................ 20 
4.3.5 Comissões de Inventários .......................................................................................... 20 
4.3.6 Tombamento dos Bens Públicos ............................................................................... 22 
4.3.6.1 Marcação Física .................................................................................................. 22 
4.3.6.2 Fixação de Plaqueta ............................................................................................ 22 
4.4 Reavaliação dos Bens Públicos ........................................................................................ 24 
4.5 Redução ao valor recuperável ......................................................................................... 25 
4.6 Depreciação, amortização e exaustão ............................................................................. 28 
4.6.1 Depreciação ................................................................................................................ 29 
4.6.1.1 Método de Depreciação ...................................................................................... 31 
4.6.2 Amortização ............................................................................................................... 31 
4.6.2.1 Método de Amortização ..................................................................................... 33 
4.6.3 Exaustão...................................................................................................................... 34 
5 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ................................................................................................ 35 
6 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 43 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
O patrimônio é o objeto administrado que serve para propiciar às entidades a obtenção de seus 
fins. Para que um patrimônio seja considerado como tal, este deve atender a dois requisitos: 
a) O elemento ser componente de um conjunto que possua conteúdo econômico avaliável em 
moeda; e 
b) exista interdependência dos elementos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a 
uma entidade que vise alcançar determinados fins. 
Sob a perspectiva econômica, o patrimônio é considerado uma riqueza ou um bem suscetível de 
cumprir uma necessidade coletiva, sendo este observado sob o aspecto qualitativo, enquanto que 
sob o enfoque contábil observa-se o aspecto quantitativo (Ativo = Passivo + Situação Líquida). 
Exceção a alguns casos, quando se utiliza o termo “substância patrimonial” é que, nesse caso, a 
contabilidade também visualiza o patrimônio de forma qualitativa. 
Nesse contexto, o objeto de estudo desta capacitação é a parcela do patrimônio público 
denominado “ativo permanente”, envolvendo os aspectos relacionados aos procedimentos 
contábeis de avaliação, reavaliação, redução ao valor recuperável, depreciação, amortização e 
exaustão. 
No setor público, a principal razão de se manterem ativos imobilizados e outros ativos é voltada 
para o potencial de serviços desses ativos e, não, necessariamente, para a sua capacidade de gerar 
fluxos de caixa (NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL). 
A gestão dos bens patrimoniais tem como principais objetivos manter e controlar adequadamente 
o acervo de bens patrimoniais, estabelecer responsabilidades pelo seu uso, conservação, 
movimentação e guarda. Além disso, a gestão dos bens patrimoniais permite o reconhecimento 
tempestivo e fidedigno pela contabilidade dos fatos que provoquem alteração da situação 
patrimonial da entidade/órgão. 
Nesse sentido, a gestão patrimonial no setor público envolve os procedimentos de aquisição, 
recebimento e alienação de bens conforme previsto na lei n. 8.666/93, concomitante com a 
observação à Lei n. 4.320/64, que versa sobre a contabilização e obrigatoriedade da prática de 
inventário anual, e ainda a observação a Lei Complementar n. 101/2000 - Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF) que regula a gestão fiscal e patrimonial dos recursos públicos e 
que visa buscar o equilíbrio e eficiência da gestão pública. 
Desse modo, o gestor público responsável pelo patrimônio tem o grande desafio de 
operacionalizar a legislação em vigor com atividades de normatização interna dos procedimentos 
de controle de tombamento e recebimento dos bens móveis e imóveis adquiridos por aquisição, 
doação ou outra forma; desenvolvimento de metodologias para realização do inventário e 
constante busca no aprimoramento do controle e das informações gerenciais. 
OBJETIVO: ao final desta capacitação o participante deverá ter uma visão 
panorâmica da gestão patrimonial e estar apto para compreender e aplicar os 
procedimentos contábeis de avaliação, reavaliação, redução ao valor 
recuperável, depreciação, amortização e exaustão de bens móveis e imóveis. 
4 
 
Nesse sentido, o art. 23 da Constituição Federal de 1988, estabelece que é de competência 
comum da União, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios zelar pela guarda da 
Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público.A Gestão Patrimonial no âmbito da Administração Pública tem merecido destaque e vem sendo 
reformulada em diversos aspectos, principalmente em decorrência de orientações das Novas 
Normas Contábeis. Com as transformações ocorridas no âmbito da Contabilidade Pública 
Brasileira o patrimônio passou a ser visto como objeto de estudo da disciplina enquanto ciência, 
o que até bem pouco tempo, era privilégio apenas do orçamento. O enfoque no patrimônio visa à 
instituição de práticas que gerem informações mais confiáveis e transparentes e, ainda, uma 
maior harmonização com os padrões internacionais. 
Neste contexto, a importância do controle patrimonial nas instituições, tanto públicas quanto 
privadas, diz respeito principalmente à grande imobilização financeira alocada para aquisição de 
bens patrimoniais e da massa de custos adicionais decorrentes do emprego e conservação desses 
bens, exigindo permanente monitoramento no sentido de assegurar a salvaguarda patrimonial. 
O controle patrimonial é composto, basicamente, das atividades de tombamento, baixa, 
transferência e movimentação do acervo. Envolve, também, a implementação de procedimentos, 
a revisão da contabilidade relativa ao patrimônio (reconhecimento inicial e registros 
decorrentes), a identificação de todos os bens (placas, etiquetas) e o inventário; este último 
representa uma comparação dos registros com o levantamento físico dos bens feito anteriormente 
e um completo saneamento contábil, visando a conciliar a realidade fática com os registros 
contábeis. 
Nesta direção, é relevante mencionar, ainda, que o patrimônio público, em linhas gerais, é o 
conjunto de bens, direitos e obrigações suscetíveis de apreciação econômica, obtida por meio de 
compra, doação ou outra forma de aquisição, devidamente identificado e registrado 
administrativa e contabilmente. 
Assim, constitui-se em múnus público a gestão, eficiente e eficaz, dos bens patrimoniais afetos a 
determinada entidade/órgão, pois o dever de administrar eficientemente os bens públicos é do 
ente público aos quais os mesmos pertencem e/ou estejam vinculados. 
Neste sentido, o sistema contábil e de controle exercem papel relevante, pois a contabilidade é 
um sistema receptor de dados referentes a operações governamentais cujo produto final é a 
informação de natureza econômico-financeira, materializada nas demonstrações contábeis. 
Por meio da contabilidade se controla o patrimônio econômico-financeiro de uma entidade, 
assim denominado porque constitui o conjunto de bens, direitos e obrigações passíveis de 
avaliação monetária, utilizado para a realização das atividades financeiras e econômicas de uma 
organização. 
Nesta senda, é preciso considerar que a contabilidade tem como resultado uma série de 
informações a respeito do patrimônio econômico-financeiro, das atividades executadas e do 
resultado obtido pela entidade, ao final de determinado período. É a informação contábil por 
excelência, um sistema de informações voltadas ao controle patrimonial e ao processo decisório. 
É perceptível que o controle da gestão patrimonial utiliza outros instrumentos, como o 
orçamento e a auditoria. Porém, é a contabilidade a principal fonte de informações para o 
controle. 
Daí a importância de “checar”, periodicamente, por meio de auditorias, por exemplo, se os 
instrumentos administrativos auxiliares que subsidiam os registros contábeis, como os 
5 
 
inventários físico-financeiros anuais, estão coerentes com a existência física dos bens e 
conciliam com as informações reportadas nas demonstrações contábeis. 
Neste contexto, objetivando atender exigências legais, sobretudo os comandos dos artigos 94, 95, 
96 e 106, todos da Lei Federal n. 4.320/64, além do regramento estabelecido no Manual de 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público, expedido pela Secretaria do Tesouro Nacional - STN, e 
das exigências das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – NBCT 16, 
da Norma Brasileira de Contabilidade – NBC TSP - Estrutura Conceitual, de 23 de setembro de 
2016, é necessário manter registros que permitam identificar os bens do imobilizado, o valor 
original e os posteriores acréscimos ao custo, reavaliações, depreciação e baixas, dentre outros. 
Para isto, o controle patrimonial e os inventários físico-financeiros periódicos, são instrumentos 
administrativos que auxiliam na preservação e na gestão patrimonial. 
Quanto à sua natureza, os bens públicos podem ser: (a) móveis — os que podem ser 
transportados de um lugar para outro, por movimento próprio (semoventes) ou não. Os animais, 
por exemplo, são bens móveis; as máquinas, móveis de escritório, equipamentos etc., também 
são bens móveis; (b) imóveis — aqueles bens que não podem ser transportados de um lugar para 
outro sem que sofram alteração de substância, como as edificações em geral. 
Desta maneira, é relevante mencionar que os bens permanentes são aqueles que, em razão de seu 
uso corrente, não perdem a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos. 
Por outro lado, conforme preconiza o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público 
(MCASP) – 7ª Edição1 -, embora um bem tenha sido adquirido como permanente, o seu controle 
patrimonial deverá ser feito baseado na relação custo-benefício desse controle. 
De mais a mais, a Constituição Federal prevê o princípio da economicidade (art. 70), que se 
traduz na relação custo-benefício. Assim, os controles devem ser simplificados quando se 
apresentam como meramente formais ou cujo custo seja evidentemente superior ao risco. 
Assim, para fins de reconhecimento e evidenciação contábil, se deve sempre avaliar, dentre 
outros aspectos técnicos, a relação custo benefício do procedimento. Porém, isto não isenta a 
Administração de executar os controles administrativos sobre todo e qualquer bem público. 
2 CONCEITOS BÁSICOS 
 Ajustes de Exercícios Anteriores: são considerados os decorrentes de omissões e erros 
de registros ocorridos em anos anteriores ou de mudanças de critérios contábeis, devendo ser 
reconhecido à conta do patrimônio líquido e evidenciado em notas explicativas. 
 Alienação: é o procedimento de transferência da posse e propriedade de um bem através 
da venda, doação ou permuta. 
 Amortização: é a redução do valor aplicado na aquisição de direitos de propriedade e 
quaisquer outros, inclusive ativos intangíveis, com existência ou exercício de duração limitada, 
ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado. 
 Ativo: é um recurso controlado no presente pela entidade como resultado de evento 
passado. 
 
1 Aprovado pela Portaria Conjunta STN/SOF nº 02, de 22 de dezembro de 2016 e pela Portaria STN nº 840, de 21 de 
dezembro de 2016. 
6 
 
 Avaliação: é a atribuição de um valor monetário a itens do ativo ou passivo cuja 
obtenção decorreu de julgamento fundado em consenso entre as partes e que traduza, com 
razoabilidade, o processo de evidenciação dos atos e fatos da administração. 
 Baixa patrimonial: é o procedimento de exclusão de bens do acervo do órgão. 
 Bem fungível: é aquele que pode ser substituído por outro de mesmo gênero/espécie, 
quantidade e qualidade, sendo tal classificação típica de bens móveis, podendo-se citar os 
seguintes exemplos: computador, veículo, etc. 
 Cessão de uso: é ato de colaboração entre repartições públicas em que aquela que tem 
bens desnecessários aos seus serviços cede o uso à outra que o está precisando. 
 Custo de reposição ou substituição: é o custo mais econômico exigido para a entidade 
substituir o potencial de serviços de ativo (inclusive o montante que a entidade recebe a partir de 
sua alienação ao final da sua vida útil) na data do relatório (NBC TSP ESTRUTURA 
CONCEITUAL). 
 Custo histórico: é a importância fornecida para se adquirir ou desenvolver um ativo, o 
qual corresponde ao caixa ou equivalentesde caixa ou o valor de outra importância fornecida à 
época de sua aquisição ou desenvolvimento (NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL). 
 Depreciação: é a redução do valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, 
ação da natureza ou obsolescência. 
 Desfazimento: consiste no processo de exclusão de um bem do acervo patrimonial da 
entidade/órgão, de acordo com a legislação vigente e expressamente autorizada pelo dirigente da 
unidade gestora. 
 Exaustão: é a redução do valor, decorrente da exploração, dos recursos minerais, 
florestais e outros recursos naturais esgotáveis. 
 Incorporação: é o registro de bens móveis ou imóveis ao patrimônio do órgão, sendo 
somente efetivada após o recebimento físico do bem e à vista da documentação correspondente. 
 Intangíveis: são os recursos não monetários identificáveis e sem essência física, 
controlados e geradores de benefícios econômicos futuros ou serviços potenciais. Exemplos: 
softwares, patentes, direitos autorais, direitos sobre filmes cinematográficos, etc. 
 Inventário: é o levantamento e identificação de bens e instalações, visando comprovação 
de existência física, integridade das informações contábeis e responsabilidade dos usuários 
detentores dos bens. 
 Material de Consumo: é aquele que, em razão de seu uso corrente perde normalmente 
sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos. 
 Material Permanente: é aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua 
identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos. 
 Mensuração: é o ato de constatação de valor monetário para itens do ativo ou passivo, 
expresso no processo de evidenciação dos atos e fatos da administração, revelado mediante a 
aplicação de procedimentos técnicos suportados em análises tanto qualitativas quanto 
quantitativas. Assim, o objetivo da mensuração é selecionar bases que reflitam de modo mais 
adequado o custo dos serviços, a capacidade operacional e a capacidade financeira da entidade 
de forma que seja útil para a prestação de contas e responsabilização (accountability) e tomada 
de decisão (NBC TSP ESTRUTURA CONCEITUAL). 
7 
 
 Patrimônio Público: é o conjunto de bens e direitos, tangíveis ou intangíveis, onerados 
ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do 
setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, 
inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor 
público e suas obrigações. 
 Permissão de uso: é o ato negociável, com ou sem condições, gratuito ou remunerado, 
por tempo certo, sempre modificável e revogável, unilateral, discricionário e precário, através do 
qual a Administração faculta ao particular a utilização individual de determinado bem, desde 
que, também de interesse da coletividade. 
 Reavaliação: é a adoção do valor de mercado ou do valor de consenso entre as partes 
para os bens do ativo, quando estes forem superiores ao valor líquido contábil. Na 
impossibilidade de se estabelecer o valor de mercado, o valor do ativo permanente pode ser 
definido com base em parâmetros de referência, que considerem características, circunstâncias e 
localizações assemelhadas. 
 Recurso: é um item com potencial de serviços ou com a capacidade de gerar benefícios 
econômicos. 
 Redução a valor recuperável (impairment): é o ajuste ao valor de mercado ou de 
consenso entre as partes para bens do ativo, quando esse for inferior ao valor líquido contábil. É 
o reconhecimento de uma perda dos benefícios econômicos futuros ou potenciais de serviço de 
um ativo, adicional e acima do reconhecimento sistemático das perdas de benefícios econômicos 
futuros ou potenciais de serviço que se efetua normalmente. 
 Unidade Contábil: é a entidade organizacional que possui patrimônio próprio. 
 Valor bruto contábil: é o valor do bem registrado na contabilidade, em uma 
determinada data, sem a dedução da correspondente depreciação, amortização ou exaustão 
acumulada. 
 Valor da reavaliação ou da redução do ativo a valor recuperável: é a diferença entre 
o valor líquido contábil do bem e o valor de mercado ou de consenso, com base em laudo 
técnico. 
 Valor de aquisição: é a soma do preço de compra de um bem com os gastos suportados 
direta ou indiretamente para colocá-lo em condição de uso. 
 Valor de mercado ou valor justo: é o valor pelo qual pode ser intercambiado um ativo 
ou cancelado um passivo, entre partes conhecidas ou interessadas, que atuam em condições 
independentes e isentas ou conhecedoras do mercado. 
 Valor depreciável, amortizável e exaurível: é o valor original de um ativo deduzido do 
seu valor residual, quando possível ou necessária a sua determinação. 
 Valor depreciável, amortizável e exaurível: é o valor original de um ativo deduzido do 
seu valor residual. 
 Valor líquido contábil: é o valor do bem registrado na contabilidade, em uma 
determinada data, deduzido da correspondente depreciação, amortização ou exaustão acumulada. 
 Valor recuperável: é o valor de venda de um ativo menos o custo para a sua alienação 
(preço líquido de venda), ou o valor que a entidade do setor público espera recuperar pelo uso 
futuro desse ativo nas suas operações, estimado com base nos fluxos de caixa futuros trazidos a 
valor presente por meio de taxa de desconto (valor em uso), o que for maior. 
8 
 
 Valor residual: é o montante líquido que a entidade espera, com razoável segurança, 
obter por um ativo no fim de sua vida útil econômica, deduzidos os gastos esperados para sua 
alienação. 
 Variações Patrimoniais: são as transações que resultam em alterações nos elementos 
patrimoniais (ativo, passivo e patrimônio líquido) da entidade do setor público, mesmo em 
caráter compensatório, afetando, ou não, o seu resultado. 
 Vida útil econômica: é o período de tempo definido ou estimado tecnicamente, durante o 
qual se espera obter fluxos de benefícios futuros de um ativo. 
 Vida útil: é o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo ou o 
número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela 
utilização do ativo. 
 Tombamento: consiste em identificar cada material permanente com um número único 
de registro patrimonial, denominado Número de Tombamento, Número de Patrimônio ou 
Registro Geral de Patrimônio. 
 Carga patrimonial: instrumento administrativo de atribuição de responsabilidade pela 
guarda, conservação e uso dos bens permanentes ao seu consignatário. 
 Detentor de carga patrimonial: ocupante de cargo de direção e chefia de unidade 
administrativa, ou servidor designado em Unidade de Localização, responsável pelo uso, guarda 
e conservação dos bens. Sempre que possível a carga patrimonial deve ser individualizada, 
atribuindo-se a responsabilidade ao usuário final do bem. 
3 MENSURAÇÃO E RECONHECIMENTO DO ATIVO IMOBILIZADO 
Mensuração é a constatação de valor monetário para itens do ativo e do passivo decorrente da 
aplicação de procedimentos técnicos suportados em análises qualitativas e quantitativas. 
A globalização trouxe transformações irreversíveis, redesenhando os contornos econômicos e 
políticos entre as organizações, que, em virtude disso, tiveram que se adaptar para 
acompanharem as novas tendências do mercado mundial, pois, com o desfazimento das barreiras 
internacionais, o novo cenário econômico tornou-se mais competitivo e dinâmico. 
A convergência às normas internacionais aplicadas ao setor público delineou novos padrões às 
entidades públicas quanto aos procedimentos e práticas atinentes a gestão, assim como na 
elaboração e divulgação das demonstrações contábeis. 
Para se adequarem às transformações, as entidades e organizações, empresariais ou 
governamentais, tiveram de imprimir uma mudança de mentalidade e atitude, rompendo, dessa 
forma, paradigmas e por que não dizer dogmas institucionais e corporativos.Isso traz reflexos 
para a linguagem contábil, uma vez que investidores e credores queiram um melhor 
acompanhamento das empresas, independentemente de localização e legislação vigente, não 
importando onde elas estejam localizadas, nem que legislação elas sigam, devendo dispor das 
informações financeiras e patrimoniais adequadas a uma mesma linguagem, padronizada e capaz 
de superar as diferenças culturais existentes entre as nações, seus governos e suas empresas. Ou 
seja, de modo simplificado, busca-se uma única forma de produzir e compreender a informação 
contábil numa espécie de linguagem universal. 
9 
 
O Brasil buscou acompanhar este processo de padronização da Contabilidade juntamente com 
outros países, sempre no sentido de adotar os padrões internacionais. A convite da IFAC, o 
Conselho Federal de Contabilidade participou de reunião com outros países integrantes do bloco 
econômico-tecnológico emergente, conhecido por BRIC (Brasil, Rússia, índia e China), a fim de 
se inteirar do processo de implementação das Normas de Auditoria à Contabilidade. Na busca 
pela unificação dos padrões na contabilidade aplicada ao setor público, a IFAC possui um 
conselho encarregado de implementar as Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao 
Setor Público (International Public Sector Accounting Standard - IPSAS) em todo o mundo. E o 
Brasil é um dos países que assumiu o compromisso de adotar as IPSAS. 
Posteriormente, abandonando a premissa de simples convergência, o Brasil passou a adotar as 
Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (International Public Sector 
Accounting Standard - IPSAS). As cinco primeiras normas começaram a valer a partir de 1° de 
janeiro de 2017. O prazo para a convergência aos padrões internacionais segue o Plano de 
Implantação da Portaria STN n° 548/2015, que estabelece a adoção de forma gradual até 2024, 
na União, nos estados, no Distrito Federal e em todos os municípios. 
Seguindo as orientações do Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público - MCASP, o 
patrimônio, o orçamento, a execução orçamentária e financeira e os atos administrativos que 
provoquem efeitos de caráter econômico e financeiro no patrimônio das entidades públicas, 
devem ser mensurados ou avaliados monetariamente e registrados pela contabilidade. 
Nesse sentido, a mensuração e reconhecimento do ativo imobilizado no âmbito da Administração 
Pública passaram a ter uma nova dinâmica. Assim, a contabilidade governamental abandona, de 
certa forma, o viés orçamentário e passa a adotar a sistemática patrimonial em seus registros e 
evidenciações. 
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP – 7ª ed. - prescreve que o ativo 
imobilizado é reconhecido inicialmente com base no valor de aquisição, produção ou construção. 
Quando os elementos do ativo imobilizado tiverem vida útil econômica limitada, ficam sujeitos a 
depreciação, amortização ou exaustão sistemática durante esse período, sem prejuízo das 
exceções expressamente consignadas. 
Quando se tratar de ativos do imobilizado obtidos a título gratuito, devem ser registrados pelo 
valor justo na data de sua aquisição, sendo que deverá ser considerado o valor resultante da 
avaliação obtida com base em procedimento técnico ou valor patrimonial definido nos termos da 
doação. 
Deve ser evidenciado em notas explicativas o critério de mensuração ou avaliação dos ativos do 
imobilizado obtidos a título gratuito, bem como a eventual impossibilidade de sua valoração, 
devidamente justificada. 
Após o reconhecimento inicial, a entidade detentora do ativo deve optar entre valorá-lo pelo 
modelo do custo ou da reavaliação. 
O modelo do custo consiste no valor de aquisição, produção ou construção menos a depreciação 
acumulada e as perdas acumuladas por imparidade. 
O modelo da reavaliação consiste no valor justo sujeito à reavaliação periódica menos a 
depreciação acumulada e as perdas acumuladas por imparidade. 
Os gastos posteriores à aquisição ou ao registro de elemento do ativo imobilizado devem ser 
incorporados ao valor desse ativo quando houver possibilidade de geração de benefícios 
10 
 
econômicos futuros ou potenciais de serviços. Qualquer outro gasto que não gere benefícios 
futuros deve ser reconhecido como despesa do período em que seja incorrido. 
No caso de transferências de ativos, o valor a atribuir deve ser o valor contábil líquido constante 
nos registros da entidade de origem. Em caso de divergência deste critério com o fixado no 
instrumento de autorização da transferência, este deve ser evidenciado em notas explicativas. 
Desse modo, segundo o MCASP, os itens do ativo imobilizado estão sujeitos à depreciação, 
amortização ou exaustão, cuja apuração deve ser feita mensalmente, quando o item do ativo 
estiver em condições de uso. Ao final de cada exercício financeiro a entidade deve realizar a 
revisão da vida útil e do valor residual do item do ativo. Ao fim da depreciação, da amortização e 
da exaustão o valor líquido contábil deve ser igual ao valor residual. 
3.1 Reconhecimento, Desreconhecimento e Desfazimento do Ativo 
Conforme estabelece o MCASP, são os procedimentos contábeis de mensuração e registros que 
incorporam nas demonstrações contábeis os elementos patrimoniais (no caso do reconhecimento) 
ou retiram das demonstrações contábeis tais elementos, no caso de desreconhecimento. 
A entidade deverá aplicar o princípio geral de reconhecimento para todos os ativos imobilizados 
no momento em que os custos são incorridos, incluindo os custos iniciais e os subsequentes. 
Antes de efetuar a avaliação ou mensuração de ativos, faz-se necessário o reconhecimento do 
bem como ativo. 
O ativo imobilizado, incluindo os gastos adicionais ou complementares, é reconhecido 
inicialmente com base no valor de aquisição, produção ou construção. 
O custo de um item do imobilizado deve ser reconhecido como ativo sempre que for provável 
que benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços associados ao item fluirão para a 
entidade; e se o custo ou valor justo do item puder ser mensurado com segurança. Partindo dessa 
premissa, o item do imobilizado deve ter uma base monetária confiável. 
Partes sobressalentes principais e equipamentos em espera se qualificam como ativo imobilizado 
quando a entidade espera usá-los durante mais de um período. Também são reconhecidos como 
ativo imobilizado as peças sobressalentes e equipamentos para manutenção usados somente em 
conexão com um item do imobilizado. 
3.1.1 Reconhecimento 
Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar na demonstração contábil um item que 
atenda a definição de ativo, passivo, receita ou despesa e satisfaz os seguintes critérios: (a) for 
provável que algum benefício econômico futuro referente ao item flua para ou da entidade; e (b) 
tiver um custo ou valor que possa ser medido em bases confiáveis. 
Segundo o MCASP – 7º ed., um ativo deve ser reconhecido quando: 
a. Satisfizer a definição de ativo; e 
b. Puder ser mensurado de maneira que observe as características qualitativas, levando em 
consideração as restrições sobre a informação contábil. 
Também são reconhecidos no ativo os depósitos caracterizados como entradas compensatórias 
no ativo e no passivo financeiro. São exemplos destes depósitos as cauções em dinheiro para 
garantia de contratos, consignações a pagar, retenção de obrigações de terceiros a recolher e 
outros depósitos com finalidades especiais, como os para garantia de recursos. 
11 
 
Desse modo, um ativo deve ser reconhecido no patrimônio quando prováveis benefícios dele 
provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou valor puder ser determinado em bases 
confiáveis. Os ativos são devidamente reconhecidos inicialmente com base no valor de 
aquisição, produção ou construção. A entidade deverá aplicar o princípio geral de 
reconhecimento para todos os ativos imobilizados no momento em queos custos são incorridos. 
O custo de um item do ativo imobilizado compreende: 
a) seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis 
sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; 
b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição necessárias 
para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração; 
c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do local 
(sítio) no qual este está localizado. Tais custos representam a obrigação em que a entidade 
incorre quando o item é adquirido ou como consequência de usá-lo durante determinado período 
para finalidades diferentes da produção de estoque durante esse período. 
Exemplos de custos diretamente atribuíveis são: 
- custos de preparação do local; 
- custos de frete e de manuseio (para recebimento e instalação); 
- custos de instalação e montagem; 
- custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente, após dedução das 
receitas líquidas provenientes da venda de qualquer item produzido enquanto se coloca o ativo 
nesse local e condição (tais como amostras produzidas quando se testa o equipamento); e. 
- honorários profissionais. 
Exemplos que não são custos de um item do ativo imobilizado são: 
- custos de abertura de nova instalação; 
- custos incorridos na introdução de novo produto ou serviço (incluindo propaganda e atividades 
promocionais); 
- custos da transferência das atividades para novo local ou para nova categoria de clientes 
(incluindo custos de treinamento); e. 
- custos administrativos e outros custos indiretos. 
O reconhecimento dos custos no valor contábil de um item do ativo imobilizado cessa quando o 
item está no local e nas condições operacionais pretendidas pela administração. 
O valor justo de um ativo para o qual não existem transações comparáveis só pode ser 
mensurado com segurança: 
- se a variabilidade da faixa de estimativas de valor justo razoável não for significativa; ou. 
- se as probabilidades de várias estimativas, dentro dessa faixa, puderem ser razoavelmente 
avaliadas e utilizadas na mensuração do valor justo. Caso a entidade seja capaz de mensurar com 
segurança tanto o valor justo do ativo recebido como do ativo cedido, então o valor justo do 
segundo é usado para determinar o custo do ativo recebido, a não ser que o valor justo do 
primeiro seja mais evidente. 
Se não houver evidências do valor justo baseadas no mercado devido à natureza especializada do 
item do ativo imobilizado e se o item for raramente vendido, exceto como parte de um negócio, a 
12 
 
entidade pode precisar estimar o valor justo usando uma abordagem de receitas ou de custo de 
reposição depreciado. 
Quando um ativo é adquirido por meio de uma transação sem contraprestação, ex: doações, seu 
custo deve ser mensurado pelo seu valor justo na data de aquisição. 
Assim, o reconhecimento de valores de um ativo imobilizado pode ocorrer de algumas formas, e 
varia de acordo com o tipo de bem e a forma como o mesmo ingressou na instituição. Os 
métodos mais tradicionais são: 
a) Reconhecido com base no valor de aquisição, produção ou construção, isto é, o bem é 
registrado pelo valor apresentado na nota fiscal ou qualquer outro documento que apresente seu 
custo de aquisição, produção ou construção. 
b) Quando se tratar de ativos do imobilizado obtidos a título gratuito, por meio de doação ou 
transferência, caso não conste no documento o valor de tais bens, deverá ser formada uma 
comissão com no mínimo três servidores, que devem identificar seu valor justo ou de mercado, 
bem como sua vida útil residual, para viabilizar seu registro no patrimônio do órgão/entidade. 
c) Os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos ou ativos intangíveis destinados à 
manutenção da atividade pública ou exercidos com essa finalidade são mensurados ou avaliados 
com base no valor de aquisição ou de produção. 
Já um ativo intangível deve ser reconhecido somente quando: 
a) for provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo serão 
gerados em favor da entidade; e 
b) o custo do ativo possa ser mensurado com segurança. 
Os gastos posteriores à aquisição ou ao registro de elemento do ativo intangível devem ser 
incorporados ao valor desse ativo quando houver possibilidade de geração de benefícios 
econômicos futuros ou potenciais de serviços. Qualquer outro gasto deve ser reconhecido como 
despesa do período em que tenha incorrido. 
O ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente não deve 
ser reconhecido como ativo. 
O critério de mensuração ou avaliação dos ativos imobilizados ou intangíveis obtidos a título 
gratuito e a eventual impossibilidade de sua valoração devem ser evidenciados em notas 
explicativas. 
Após o reconhecimento inicial, a entidade detentora do ativo deve optar entre valorá-lo pelo 
modelo do custo ou da reavaliação. 
O modelo do custo consiste no valor de aquisição, produção ou construção menos a depreciação 
acumulada e as perdas acumuladas por imparidade. 
O modelo da reavaliação consiste no valor justo sujeito à reavaliação periódica menos a 
depreciação acumulada e as perdas acumuladas por imparidade. 
Os gastos posteriores à aquisição ou ao registro de elemento do ativo imobilizado devem ser 
incorporados ao valor desse ativo quando houver possibilidade de geração de benefícios 
econômicos futuros ou potenciais de serviços. Qualquer outro gasto que não gere benefícios 
futuros deve ser reconhecido como despesa do período em que seja incorrido. 
13 
 
No caso de transferências de ativos, o valor a atribuir deve ser o valor contábil líquido constante 
nos registros da entidade de origem. Em caso de divergência deste critério com o fixado no 
instrumento de autorização da transferência, este deve ser evidenciado em notas explicativas. 
3.1.2 Desreconhecimento 
O desreconhecimento é o processo de avaliar se ocorreram mudanças, desde a data do relatório 
anterior, que justifiquem a remoção de elemento que tenha sido previamente reconhecido nas 
demonstrações contábeis, bem como remover esse item se tais mudanças ocorrerem. 
Assim, um ativo não é reconhecido no balanço patrimonial quando desembolsos tiverem sido 
incorridos ou comprometidos, dos quais seja improvável a geração de benefícios econômicos 
para a entidade após o período contábil corrente. 
O reconhecimento do ativo envolve a avaliação da incerteza relacionada à existência e à 
mensuração do elemento. As condições que dão origem à incerteza, se existirem, podem mudar. 
Portanto, é importante que a incerteza seja avaliada em cada data da demonstração contábil. 
Por exemplo, sob certas circunstâncias, o montante dos créditos tributários a receber cuja 
expectativa de geração de benefícios econômicos seja considerada remota (baixíssima 
probabilidade) devem ser desreconhecidos das demonstrações contábeis por não atenderem a 
definição de ativo. Entretanto, os bens desreconhecidos continuam sendo objeto de controle 
contábil em contas apropriadas (Classes/grupos 7 e 8 do PCASP), assegurando-se a devida 
transparência. 
3.1.3 Desfazimento 
Consiste no processo de exclusão de um bem do acervo patrimonial da instituição, de acordo 
com a legislação vigente e expressamente autorizada pelo dirigente da unidade gestora. A 
administração pública deve instituir uma política de desfazimento de bens, pois todo bem tem 
um ciclo de vida útil. É necessário normatizar os procedimentos, levando em conta o interesse 
público e os demais princípios que regem a administração pública. 
Em geral, o processo de desfazimento deverá ser composto por: 
a) Portaria de designação da comissão de desfazimento; 
b) Relação dos bens para desfazimento; 
c) Laudo de avaliação; 
d) Justificativa do desfazimento; 
e) Contrato, conforme a modalidade de desfazimento;f) Relação de bens baixados no processo. 
Passos para se fazer um trabalho de desfazimento de bens públicos: 
• Inventário descritivo dos bens. 
• Levantamento dos bens: identificar, agrupar, mensurar (resulta na contagem das unidades 
componentes da massa patrimonial). 
• Arrolamento: colocar os bens em lista. 
 Avaliação: atribuir valor e mérito ao objeto a ser avaliado. 
• Distribuição do material em lotes, facilitando sua classificação descritiva no inventario. 
14 
 
3.1.3.1 Como pode ocorrer a movimentação, alienação e outras formas de desfazimento de 
bens públicos 
Depois de realizado o inventário por comissão específica, esta poderá detectar que alguns bens 
não estão sendo utilizados pela unidade, podendo vir a ter um melhor destino e aproveitamento, 
que será realizado de acordo com o interesse público e se processará da seguinte forma: 
- Por transferência – modalidade de movimentação de material de acervo, com troca de 
responsabilidade, de uma unidade para outra, dentro do mesmo órgão ou entidade. 
- Por cessão – modalidade de transferência de acervo, com transferência gratuita de posse e 
troca de responsabilidade. 
- Por alienação – operação de transferência do direito de propriedade do material, mediante 
venda, permuta ou doação, quando da ocorrência de obsoletismo, inadequação ou 
imprestabilidade do bem (observar os preceitos da lei n. 8.666/93). 
- Por doação: permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua 
oportunidade e conveniência socioeconômica relativamente à escolha de outra forma de 
alienação, não devendo acarretar quaisquer ônus para os cofres públicos. 
- Por permuta: permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública. 
- Por venda: Os bens inservíveis classificados como irrecuperáveis ou antieconômicos poderão 
ser vendidos mediante concorrência, leilão ou convite. 
- Inutilidade ou abandono: Verificada a impossibilidade ou inconveniência da alienação de 
material classificado como irrecuperável, a autoridade competente determinará sua descarga 
patrimonial e sua inutilização ou abandono, após a retirada das partes economicamente 
aproveitáveis, porventura existentes, que serão incorporadas ao Patrimônio. 
A inutilização consiste na distribuição total ou parcial de material que ofereça ameaça vital para 
pessoas, risco de prejuízo ecológico, ou inconveniente de qualquer natureza, para a 
Administração Pública Federal. 
- Os desfazimentos por inutilização e abandono: deverão ser documentados mediante termos 
de inutilização ou de justificativa de abandono, os quais integração o respectivo Processo de 
Desfazimento. 
3.1.3.2 Como considerar um bem permanente para desfazimento 
O material considerado genericamente inservível para a repartição, órgão ou entidade que detém 
sua posse ou propriedade, observando o seguinte quanto à destinação do material: 
a) Ocioso – quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo aproveitado; 
b) Recuperável – quando sua recuperação for possível e orçar, no âmbito, a cinquenta por cento 
de seu valor de mercado; 
c) Antieconômico – quando sua manutenção for onerosa, ou seu rendimento precário, em 
virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo; 
d) Irrecuperável – quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se destina, devido à 
perda de suas características ou em razão da inviabilidade econômica de sua recuperação. 
15 
 
3.2 Diferenciação entre material permanente e material de consumo 
Um aspecto relevante na gestão patrimonial da área pública é a diferenciação entre material 
permanente e material de consumo, pois é necessário considerar alguns parâmetros. Caso alguns 
dos parâmetros apresentados abaixo sejam verdadeiros, então o material é de consumo: 
a) Durabilidade – Se em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de 
funcionamento, no prazo máximo de dois anos. 
Ex.: Lápis, borracha, papel. 
b) Fragilidade – Se sua estrutura for quebradiça, deformável ou danificável, caracterizando sua 
irrecuperabilidade e perda de sua identidade ou funcionalidade. 
Ex.: Jarras de louça/porcelana. 
c) Perecibilidade – Se está sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou se deteriore ou perca 
sua característica pelo uso normal. 
Ex.: Gêneros alimentícios. 
d) Incorporabilidade – Se está destinado à incorporação a outro bem, e não pode ser retirado 
sem prejuízo das características físicas e funcionais do principal. Pode ser utilizado para a 
constituição de novos bens, melhoria ou adições complementares de bens em utilização, ou para 
a reposição de peças para manutenção do seu uso normal que contenham a mesma configuração. 
Ex.: Peças de veículos. 
e) Transformabilidade – Se foi adquirido para fim de transformação 
Ex.: Aço como matéria-prima para fabricação de armários ou madeira como matéria-prima para 
fabricação de prateleiras. 
Assim, o bem deve ser registrado na unidade como ativo quando ela o utiliza na produção ou 
fornecimento de bens ou serviços, ou para fins administrativos, inclusive os decorrentes de 
operações que transfiram para a entidade os benefícios, riscos e controle desses bens. 
3.3 Intangível 
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP – 7ª ed. Estabelece que os 
direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da atividade pública 
ou exercidos com essa finalidade são mensurados ou avaliados com base no valor de aquisição 
ou de produção, deduzido do saldo da respectiva conta de amortização acumulada e do montante 
acumulado de quaisquer perdas do valor que hajam sofrido ao longo de sua vida útil por redução 
ao valor recuperável (impairment). 
Um ativo intangível deve ser reconhecido somente quando: 
a) For provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo serão 
gerados em favor da entidade; e 
b) O custo do ativo possa ser mensurado com segurança. 
16 
 
4 PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS DE AVALIAÇÃO, REAVALIAÇÃO, 
REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL, DEPRECIAÇÃO, 
AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 
4.1 Procedimento inicial 
O órgão ou a entidade inicialmente devem realizar ajustes para que as demonstrações contábeis 
reflitam a realidade dos seus elementos patrimoniais. Dessa forma, por exemplo, imobilizados e 
intangíveis devem ser mensurados inicialmente pelo custo ou valor justo, adotando-se, 
posteriormente, procedimentos de mensuração após o reconhecimento (como a depreciação para 
o caso do ativo imobilizado). 
O órgão ou a entidade deve registrar como Ajuste de Exercícios Anteriores os efeitos dos 
procedimentos de adoção inicial das normas. Após o reconhecimento, deve-se adotar as 
disposições sobre mensuração descritas MCASP. 
A entidade deverá aplicar o princípio geral de reconhecimento para todos os ativos imobilizados 
no momento em que os custos são incorridos, incluindo os custos iniciais e os subsequentes. 
Antes de efetuar a avaliação ou mensuração de ativos, faz-se necessário o reconhecimento do 
bem como ativo. 
O ativo imobilizado, incluindo os gastos adicionais ou complementares, é reconhecido 
inicialmente com base no valor de aquisição, produção ou construção. 
O custo de um item do imobilizado deve ser reconhecido como ativo sempre que for provável 
que benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços associados ao item fluirão para a 
entidade; e se o custo ou valor justo do item puder ser mensurado com segurança. Partindo dessa 
premissa, o item do imobilizado deve ter uma base monetária confiável. 
Partes sobressalentes principais e equipamentos em espera se qualificam como ativo imobilizado 
quando a entidade espera usá-los durante mais de um período. Também são reconhecidos como 
ativo imobilizado as peças sobressalentes e equipamentos para manutenção usados somente em 
conexão com um item do imobilizado. 
4.2 Baixa e Reclassificações 
Antes da adoção dos procedimentos contábeis de avaliação, reavaliação, reduçãoao valor 
recuperável, depreciação, amortização e exaustão de bens moveis e imóveis, é necessário que a 
entidade/órgão faça ajuste nas contas contábeis, após análise detalhada de sua composição, para 
proceder com as devidas baixas e possíveis reclassificações de bens, seguindo, a título de 
exemplo, as seguintes etapas: 
a) Realizar a baixa de bens ociosos ou inservíveis, através de processo de desfazimento de bens 
feito por comissão específica, seguindo as diretrizes de governança da entidade/órgão; 
b) Efetuar a reclassificação dos bens alocados indevidamente em determinada conta contábil. 
Observar se há bens registrados como “permanente” e que a legislação atual os define como 
material de consumo; e, em seguida, proceder à sua desincorporação ou baixa; 
c) Proceder também à baixa dos bens cujos valores são irrisórios e seu controle demanda um 
custo superior ao mesmo (aplicação da Convenção Contábil da Materialidade), desta forma 
evitando trabalho desnecessário e improdutivo de reavaliação de bens que não são considerados 
permanentes. 
17 
 
Vencida esta etapa de ordenação das contas contábeis, efetivamente se entra na questão dos 
procedimentos contábeis de avaliação, reavaliação, redução ao valor recuperável, depreciação, 
amortização e exaustão. 
4.3 Inventário na Administração Pública 
Inventário é a discriminação organizada e analítica de todos os bens (permanentes ou de 
consumo) e valores de um patrimônio, num determinado momento, visando atender uma 
finalidade específica. É um instrumento de controle para verificação dos saldos de estoques nos 
almoxarifados e depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão ou entidade, 
informando seu estado de conservação, e mantendo atualizados e conciliados os registros do 
sistema de administração patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financeiro. Além 
disso, o inventário também pode ser utilizado para subsidiar as tomadas de contas indicando 
saldos existentes, detectar irregularidades e providenciar as medidas cabíveis. 
Através do inventário pode-se confirmar a localização e atribuição da carga de cada material 
permanente, permitindo a atualização dos registros dos bens permanentes bem como o 
levantamento da situação dos equipamentos e materiais em uso, apurando a ocorrência de dano, 
extravio ou qualquer outra irregularidade. 
O inventário físico-financeiro é o instrumento de controle para a verificação dos saldos de 
estoques nos almoxarifados e dos equipamentos e materiais permanentes em uso no órgão ou 
entidade. 
Assim, o Inventário Físico-Financeiro Anual da Entidade/Órgão é o procedimento administrativo 
que consiste no levantamento de todos os bens móveis, e imóveis de cada um dos locais 
determinados ou unidades descentralizadas da Administração Pública. A sua finalidade básica é 
a perfeita conciliação entre os registros contábeis e a existência física dos bens, refletindo a real 
situação patrimonial da Entidade/Órgão. 
Este procedimento técnico permite: (a) o ajuste dos dados escriturais de saldos e movimentações 
dos estoques com o saldo físico real nas instalações de armazenagem; (b) a análise do 
desempenho das atividades do encarregado do controle, por meio dos resultados obtidos no 
levantamento físico; (c) o levantamento da situação dos materiais de consumo estocados no 
tocante ao saneamento dos estoques; (d) o levantamento da situação dos equipamentos e 
materiais permanentes em uso e das suas necessidades de manutenção e reparos; (e) a 
constatação de que o bem móvel não é necessário naquela unidade, se for o caso, permitindo 
redistribuição para que não haja ociosidade e tampouco subutilização, assegurando 
racionalidade, efetividade e economicidade no uso dos bens patrimoniais públicos. 
Desta forma, o processo de inventário diz respeito a todos os bens tangíveis que integram o 
patrimônio, ou seja, aqueles que efetivamente são utilizados pela Administração nas suas 
atividades-fim e meio. Ele, o inventário físico-financeiro, deve ser expresso em quantitativos 
físicos e monetários. Para ser mais completo, indicará também as entradas, as saídas e os saldos, 
além de indicar o estado de conservação do bem e os aspectos relacionados à sua utilização. 
O inventário é fundamental para a Administração Pública, pois compreende a verificação in loco 
da existência física dos bens tangíveis. É obrigatório, vez que a legislação o estabelece pelo 
menos uma vez por ano (art. 96 da Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de1964). Sendo 
aconselhada sua realização sempre que ocorrerem mudanças dos responsáveis pela gestão da 
entidade/órgão. 
18 
 
Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históricos ou de aquisição, quando 
conhecidos, ou pelos valores constantes dos inventários anteriores, depreciados e ajustados por 
reavaliações, quando tecnicamente indicado, com indicação da data de aquisição e breve 
referência ao seu estado de conservação. 
Assim, a fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais, bem como a 
responsabilidade dos setores onde se localizam tais bens, a Administração Pública deve proceder 
ao inventário mediante verificações físicas pelo menos uma vez por ano. 
Para fins de atualização física e monetária e de controle, a época da inventariação será, pelo 
menos: 
a) anual para todos os bens móveis e imóveis sob responsabilidade da setor de bens patrimoniais 
em 31 de dezembro (confirmação dos dados apresentados no Balanço Geral); e 
b) no início e término da gestão, isto é, na substituição dos respectivos responsáveis. 
É evidente que a entidade/órgão pode estabelecer critérios e períodos diferenciados para 
realização dos inventários físico-financeiros, visando ampliar os controles patrimoniais. 
Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históricos ou de aquisição, quando 
conhecidos, ou pelos valores constantes de inventários já existentes, com indicação da data de 
aquisição. 
Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica vedada toda e qualquer movimentação 
física de bens localizados nos endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante 
autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou do dirigente do órgão, com 
subsequente comunicação formal a Comissão de Inventário de Bens. 
4.3.1 Princípios básicos do Inventário 
São princípios que devem ser observados quando da execução do inventário: 
a) princípio da instantaneidade: determina o momento (dia e hora) para realizar o 
levantamento do inventário; 
b) princípio da oportunidade: estabelece que o tempo de execução do trabalho de levantamento 
deve ser o mínimo possível. A exatidão dos dados está intimamente ligada à proximidade da 
realização do trabalho; 
c) princípio da especificação: define a forma pela qual os elementos devem ser classificados, 
individualizados e agrupados dentro da mesma espécie; 
d) princípio da homogeneidade: elege um denominador comum para expressar uma ideia 
valorativa de todos os elementos, em geral a moeda corrente; 
e) princípio da integridade: determina que, uma vez fixados os limites do inventário, todos os 
elementos patrimoniais compreendidos deverão ser objeto do levantamento; e 
f) princípio da uniformidade: determina o estabelecimento das mesmas normas, estruturação e 
critérios gerais para a confecção de todos os inventários, ano após ano, de forma a permitir 
comparações entre eles. 
19 
 
4.3.2 Fases do Inventário 
Dois pontos devem ser destacados sobre as fases do inventário: 
a) o levantamento pode ser físico e/ou contábil. Levantamento físico, material ou de fato é o 
levantamento efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida dos componentes 
patrimoniais. Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado de elementos registrados 
nos livros e fichas de escrituração; e 
b) o simples arrolamento não interessa para a contabilidade se não for completado pela 
avaliação. Sem aexpressão econômica, o arrolamento serve apenas para controle da existência 
dos componentes patrimoniais. 
O inventário é dividido em três fases, a saber: 
a) Levantamento: compreende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e passivos do 
patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: (i) identificação, que consiste na verificação das 
características dos bens, direitos e obrigações. Na identificação, procura-se separar os bens, 
direitos e obrigações por classes segundo a analogia de seus caracteres; (ii) agrupamento que é a 
reunião dos elementos que possuem as mesmas características (móveis, imóveis etc.); e (iii) 
mensuração que resulta da contagem das unidades componentes da massa patrimonial (peso, 
comprimento, número absoluto etc.); 
b) Arrolamento: é o registro das características e quantidades obtidas no levantamento. O 
arrolamento pode apresentar os componentes patrimoniais de forma resumida e recebe a 
denominação “sintético”. Quando tais componentes são relacionados individualmente, o 
arrolamento é analítico; e 
c) Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento patrimonial. Os 
critérios de avaliação dos componentes patrimoniais devem ter sempre por base o custo. A 
atribuição do valor aos componentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua 
natureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade. 
4.3.3 Tipos de Inventário 
Os tipos de inventário geralmente são: 
a) de criação (ou inicial): quando criada uma nova unidade gestora, com o objetivo de 
relacionar os bens que ficarão sob a responsabilidade de seus administradores; 
b) de verificação: realizado a qualquer tempo, com o objetivo de verificar qualquer bem ou 
conjunto de bens, por iniciativa do Setor de Patrimônio, das unidades de controle patrimonial ou 
a pedido de qualquer detentor de carga ou responsável. Também pode ser realizado com o intuito 
de apurar indícios de prejuízos ao órgão, decorrentes de desaparecimentos, mau uso, ou outros 
fatos danosos, como, por exemplo, os causados por negligência etc.; 
c) de transferência: realizado quando ocorrer mudança definitiva de titular do órgão ou do 
detentor de carga patrimonial; 
d) de extinção ou transformação: realizado quando determinado órgão for extinto ou 
transformado em outro. No caso de extinção, esse inventário provocará o armazenamento dos 
20 
 
bens patrimoniais em local específico a fim de poder ser utilizado, através de distribuição, por 
outros órgãos; e 
e) anual: realizado ao final de cada exercício financeiro (que coincide com o ano civil) por 
comissão de servidores (designada pelo ordenador de despesa do órgão) especialmente para esse 
fim, e visa comprovar a exatidão dos registros de controle de todo o patrimônio do órgão, 
demonstrando o acervo de cada detentor de carga de cada unidade gestora, o valor total do ano 
anterior e as variações patrimoniais ocorridas no exercício, elaborado de acordo com o Plano de 
Contas da Administração Pública. Serve também para conciliar as informações contábeis 
expressas nas demonstrações financeiras. 
Por fim, dependendo do órgão, poderão ser adotados os inventários permanente, periódico e 
ainda serem utilizados os critérios de contagem por amostragem, que é o mais comum, porém 
mais sujeito a erros. 
4.3.4 Avaliação dos Bens no processo de inventário 
Avaliação patrimonial é a atribuição de valor monetário a itens do ativo e do passivo decorrentes 
de julgamento fundamentado em consenso entre as partes e que traduza, com razoabilidade, a 
evidenciação dos atos e dos fatos administrativos. 
Um bem pode ser considerado, sem prejuízo de outras classificações e avaliações que a 
entidade/órgão julgue conveniente: 
a) reversível: é o bem móvel ou imóvel que integra o acervo patrimonial do órgão, o qual é 
indispensável à prestação do serviço público; 
b) alienável: é o bem móvel ou imóvel inservível ao ente público; 
c) inservível: é o bem considerado ocioso, cuja recuperação é antieconômica ou impossível, não 
sendo, portanto, mais viável sua utilização em qualquer atividade relacionada ao serviço 
prestado; 
d) alienável ocioso: é o bem que se encontra em perfeitas condições de uso, mas não está sendo 
utilizado; 
e) alienável de recuperação antieconômico: é o bem que apresenta desgaste prematuro ou 
obsolescência e possui rendimento precário, cuja recuperação seria onerosa, salvo aquele de 
valor histórico que poderá ser aproveitado pelo ente público; e 
f) irrecuperável: é o bem que não pode mais ser utilizado para o fim a que se destina devido à 
perda de suas características. 
4.3.5 Comissões de Inventários 
A realização do inventário anual fica a cargo da Comissão de Inventário de Bens Permanentes, 
que será constituída por, no mínimo, 3 (três) servidores efetivos conhecedores de bens 
patrimoniais, entre outros da unidade administrativa de localização do bem que poderão 
acompanhar o levantamento. Entre os membros, um servidor poderá ser indicado pelo Presidente 
da Comissão com experiência na área de controle patrimonial. 
21 
 
A Comissão de Inventário é formalmente designada pelo dirigente do órgão, antes do término do 
primeiro semestre de cada ano, o que lhe dará tempo hábil para a execução dos levantamentos 
nos endereços individuais do órgão. Não é aconselhável a designação de comissão inventariante 
permanente. 
Para auxiliar a Comissão podem ser convocados estagiários e funcionários de empresas 
prestadoras de serviços, que desenvolverão tarefas administrativas. Além disso, pode ser 
designadas subcomissões, porém atuando sob supervisão do Presidente da Comissão Principal. 
É importante que dessa Comissão faça parte pelo menos um funcionário efetivo lotado nas 
unidades de controle patrimonial. 
No desempenho de suas funções, a Comissão de Inventário é competente para: 
a) cientificar o dirigente do órgão sobre todos os endereços individuais envolvidos, bem como os 
diversos centros de responsabilidade, com antecedência mínima de 72 horas da data marcada 
para o início dos trabalhos, a fim de viabilizar o acesso aos locais em inventário; 
b) solicitar ao detentor de carga patrimonial elementos de controle interno e outros documentos 
necessários aos levantamentos; 
c) requisitar servidores, máquinas, equipamentos, transporte, materiais e tudo mais que for 
necessário ao cumprimento das tarefas da Comissão; 
d) identificar a situação patrimonial e o estado de conservação dos bens inventariados, 
discriminando em relatório os suscetíveis de desfazimento, para ciência do dirigente do órgão; 
e) propor ao chefe da unidade gestora a apuração de irregularidades constatadas; 
f) relacionar e identificar, com numeração própria, os bens que se encontram sem o número de 
patrimônio ou sem o devido registro patrimonial, para as providências cabíveis; e 
g) solicitar o livre acesso em qualquer recinto para efetuar levantamento e vistoria de bens. 
A Comissão de Inventário de Bens Permanentes (uso e consumo) deve apresentar às unidades de 
controle do patrimônio um relatório do Inventário Anual, que o levará ao conhecimento da chefia 
responsável pela unidade gestora, relatando as inconsistências identificadas e as medidas 
saneadoras sugeridas. 
Esse relatório deve registrar, de forma circunstanciada, todas as irregularidades e demais 
aspectos observados nos trabalhos. Dele também devem constar as informações analíticas de 
bens levantados por detentor de carga patrimonial e resumo do fechamento contábil do exercício 
(valores). 
O inventário, depois de realizado, estará sujeito às análises e, consequentemente, aos 
ajustamentos necessários para a apresentação do balanço dentro do prazo estabelecido. 
As divergências que, porventura, surgirem por diferença de preços ou de avaliação serão 
ajustadas. Entretanto, se surgirem diferenças sem a devida explicação, a contabilidade poderá 
solicitar revisão ou apuração para que estas sejam cabalmenteesclarecidas. 
22 
 
Toda documentação pertinente a inventários deve ser arquivada pelas unidades de controle 
patrimonial, podendo ser colocada à disposição do Tribunal de Contas do Estado, ou de 
autoridades competentes, para efeito de controle interno e externo. 
Esses registros devem ser conferidos pelas unidades de controle patrimonial, de modo a 
caracterizar a espécie do bem e o responsável por ele. Deverão estar evidenciados o controle 
físico dos bens, as depreciações e as atualizações monetárias, as valorizações que sofrem e as 
baixas por alienação, perda, obsolescência etc. 
4.3.6 Tombamento dos Bens Públicos 
 
 
 
O recebimento dos bens móveis pelos órgãos geralmente inicia-se pela conferência física dos 
bens pelo Almoxarifado. 
Após registro de entrada do bem no sistema de gerenciamento de material no Almoxarifado, o 
responsável por este encaminhará uma comunicação ao Setor de Patrimônio (com cópia da nota 
de empenho, documentos fiscais e outros que se fizerem necessários), informando o destino 
(centros de responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em estoque, o Setor de 
Patrimônio deverá aguardar comunicação de saída deste, através de uma Guia de Baixa de 
Materiais emitida pelo Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente ao destino final, o 
Almoxarifado encaminhará a Guia de Saída ao Patrimônio (ou outro documento similar), 
juntamente com os demais documentos do processo de empenho. 
O tombamento consiste na formalização da inclusão física de um bem patrimonial no acervo do 
órgão, com a atribuição de um único número por registro patrimonial, ou agrupando-se uma 
sequência de registros patrimoniais quando for por lote, que é denominado “número de 
tombamento”. Pelo tombamento aplica-se uma conta patrimonial do Plano de Contas do 
ente/órgão a cada material, de acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do bem 
a ser registrado é o valor constante do respectivo documento de incorporação (valor de 
aquisição). 
4.3.6.1 Marcação Física 
Caracteriza-se pela aplicação, no bem, de plaqueta de identificação, por colagem ou rebitamento, 
a qual conterá o número de registro patrimonial. 
4.3.6.2 Fixação de Plaqueta 
Na colocação da plaqueta deverão ser observados, no mínimo, os seguintes aspectos: 
a) local de fácil visualização para efeito de identificação, sempre que possível, por meio de leitor 
óptico, preferencialmente, na parte frontal do bem; 
b) evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta ou que possam acarretar sua deterioração; 
e 
 
23 
 
c) evitar fixar a plaqueta em partes que não ofereçam boa aderência, por apenas uma das 
extremidades ou sobre alguma indicação importante do bem. 
Os bens patrimoniais recebidos devem sofrer marcação física antes de serem distribuídos aos 
diversos centros de responsabilidade do órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas 
ou a sua própria natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta também terão número de 
tombamento, mas serão marcados e controlados em separado. 
Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja de difícil acesso, como, por exemplo, nos 
arquivos ou estantes encostadas na parede, que não possam ser movimentados devido ao peso 
excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar mais próximo ao local padrão. 
Em caso de perda, descolagem ou deterioração da plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem 
está localizado deverá comunicar, impreterivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio, que adotará 
as providências cabíveis. 
A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação de plaquetas (ou adesivos): 
a) estantes, armários, arquivos e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na parte frontal 
superior direita, no caso de arquivos de aço, e na parte lateral superior direita, no caso de 
armários, estantes e bens semelhantes, sempre com relação a quem olha o móvel; 
b) mesas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na parte frontal central, contrária à 
posição de quem usa o bem, com exceção das estações de trabalho e/ou àqueles móveis que 
foram projetados para ficarem encostados em paredes, nos quais as plaquetas serão fixadas em 
parte de fácil visualização; 
c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa inferior do motor; 
d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada no lado externo direito, em relação 
a quem opera a máquina; 
e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a plaqueta nunca deve ser colocada em 
partes revestidas por courvin, couro ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segurança 
e nem estabilidade para fixação da plaqueta. Neste caso, o ideal é que a plaqueta seja fixada na 
base, nos pés ou na parte mais sólida; 
f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em aparelhos de ar condicionado, o local 
indicado é sempre na parte mais fixa e permanente do aparelho, nunca no painel removível ou na 
carcaça; 
g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na parte lateral direita do painel 
de direção, em relação ao motorista, na parte mais sólida e não removível, nunca em acessórios; 
h) quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta, neste caso, deve ser feita de tal forma que 
não lhes tire a estética, nem diminua seu valor comercial; 
i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada na base. Nos quadros ela deve ser 
colocada na parte de trás, na lateral direita; 
24 
 
j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a plaqueta deverá ser colocada na parte frontal 
inferior direita. Caso não seja possível a colagem neste local, colar nesta mesma posição na parte 
posterior do quadro; e 
k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se como outros bens aqueles materiais que 
não podem ser classificados claramente como aparelhos, máquinas, motores, etc. Em tais bens, a 
plaqueta deve ser fixada na base, na parte onde são manuseados. 
4.4 Reavaliação dos Bens Públicos 
A Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964, ao tratar de Ativo Permanente, permite que se 
proceda à reavaliação dos Bens Móveis e Imóveis, procedimento este que, utilizado 
adequadamente, torna mais real o valor do patrimônio público. Vejamos como esse diploma 
legal disciplina a matéria, in verbis: 
(...) 
Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá as normas seguintes: 
I - Os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a 
conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do 
balanço; 
II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de 
construção; 
III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras. 
§ 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda 
estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda 
nacional. 
§ 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores em espécie 
serão levadas à conta patrimonial. 
§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis. (Grifamos). 
(...) 
Durante a elaboração dos inventários, uma das providências será a avaliação dos elementos 
constituintes do patrimônio, que se dá pelo valor de aquisição, de construção ou de produção 
para os bens móveis e imóveis ou de produtos industriais. 
Entende-se como reavaliação a técnica de atualização dos valores dos bens de uma instituição, 
por meio do preço de mercado, fundamentada em pareceres técnicos, no qual a diferença entre o 
valor originalmente consignado e o valor reavaliado deve ser registrada no patrimônio. 
Ocorre, assim, a superveniência ativa (situação em que o valor registrado na contabilidade, por 
qualquer motivo, sofre acréscimo independente de movimentação financeira). 
Existem duas situações principais, a saber: 
a) o sistema de patrimônio possui memória sobre o valor original de aquisição do bem, ou seja, 
seu valor histórico; e 
b) o sistema registra apenasum valor contábil, resultante das sucessivas conversões monetárias. 
Na primeira situação, deverá ser feita uma reavaliação que deverá levar em conta dois fatores: o 
estado de conservação do bem e seu preço de mercado. 
Na segunda situação, basta atualizar o valor do bem, por um indexador escolhido (exemplo: IGP-
M), reavaliando-o automaticamente. 
25 
 
Assim, é importante que a entidade/órgão, antes de iniciar os procedimentos de depreciação, 
amortização e exaustão, deve reavaliar os seus bens, como uma das formas de identificar as 
perdas e ganhos patrimoniais (variações patrimoniais). A partir daí, os ativos devem ser 
depreciado mensalmente e, atendidos os pressupostos técnicos, submetidos periodicamente à 
análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível. 
4.5 Redução ao valor recuperável 
Redução ao valor recuperável (impairment) é o reconhecimento de uma perda dos benefícios 
econômicos futuros ou potenciais de serviço de um ativo, adicional e acima do reconhecimento 
sistemático das perdas de benefícios econômicos futuros ou potenciais de serviço que se efetua 
normalmente. 
Nesse sentido, o valor da reavaliação ou da redução do ativo a valor recuperável é a diferença 
entre o valor líquido contábil do bem e o valor de mercado ou de consenso, com base em laudo 
técnico. 
Valor de mercado ou valor justo é o valor pelo qual pode ser intercambiado um ativo ou 
cancelado um passivo, entre partes conhecidas ou interessadas, que atuam em condições 
independentes e isentas. 
Custo de aquisição de um bem é a soma do respectivo preço de compra com os gastos suportados 
direta ou indiretamente para colocar o bem em condição de uso. 
A entidade deve avaliar ao fim de cada período de reporte, se há alguma indicação de que um 
ativo possa ter sofrido desvalorização. Se houver alguma indicação, a entidade deve estimar o 
valor recuperável do ativo. 
Independentemente de existir, ou não, qualquer indicação de redução ao valor recuperável, a 
entidade deve: 
(a) testar, no mínimo anualmente, a redução ao valor recuperável de um ativo intangível com 
vida útil indefinida ou de um ativo intangível ainda não disponível para uso, comparando o seu 
valor contábil com seu valor recuperável. Esse teste de redução ao valor recuperável pode ser 
executado a qualquer momento no período de um ano, desde que seja executado, todo ano, no 
mesmo período. Ativos intangíveis diferentes podem ter o valor recuperável testado em períodos 
diferentes. Entretanto, se tais ativos intangíveis foram inicialmente reconhecidos durante o ano 
corrente, devem ter a redução ao valor recuperável testada antes do fim do ano corrente; e 
A capacidade de um ativo intangível gerar benefícios econômicos futuros suficientes para 
recuperar seu valor contábil é usualmente sujeita a maior incerteza na fase em que o ativo ainda 
não está disponível para uso do que na fase em que ele já se encontra disponível para uso. 
Ao avaliar se há alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização, a entidade 
deve considerar, no mínimo, as seguintes indicações: 
Fontes externas de informação 
(a) durante o período, o valor de mercado do ativo diminuiu significativamente, mais do que 
seria de se esperar como resultado da passagem do tempo ou do uso normal; 
(b) mudanças significativas com efeito adverso sobre a entidade ocorreram durante o período, ou 
ocorrerão em futuro próximo, no ambiente tecnológico, de mercado, econômico ou legal, no qual 
a entidade opera ou no mercado para o qual o ativo é utilizado; 
(c) as taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobre investimentos 
26 
 
aumentaram durante o período, e esses aumentos provavelmente afetarão a taxa de 
desconto utilizada no cálculo do valor em uso de um ativo e diminuirão materialmente o valor 
recuperável do ativo; 
(d) o valor contábil do patrimônio líquido da entidade é maior do que o valor de suas ações no 
mercado. 
Resumo da Indicação de que um ativo está desvalorizado: 
Indicação externa: 
a) O valor do mercado do ativo diminuiu significativamente; 
b) Mudanças significativas com efeito adversos sobre a entidade ocorreram; 
c) As taxas de juros aumentaram; e 
d) O valor contábil do patrimônio líquido é maior que o valor de suas ações no mercado 
Fontes internas de informação: 
a) evidência disponível de obsolescência ou de dano físico de um ativo; 
b) mudanças significativas, com efeito adverso sobre a entidade, ocorreram durante o período, ou 
devem ocorrer em futuro próximo, na extensão pela qual, ou na maneira na qual, um ativo é ou 
será utilizado. Essas mudanças incluem o ativo que se torna inativo ou ocioso, planos para 
descontinuidade ou reestruturação da operação à qual um ativo pertence, planos para baixa de 
ativo antes da data anteriormente esperada e reavaliação da vida útil de ativo como finita ao 
invés de indefinida; 
c) evidência disponível, proveniente de relatório interno, que indique que o desempenho 
econômico de um ativo é ou será pior que o esperado; 
Indicações internas de informação: 
a) Evidência de obsolescência ou dano físico; 
b) Mudanças significativas com efeito adverso ocorreram na maneira que um ativo é ou será 
utilizado; 
c) Evidência disponível (relatório interno) que indique que o desempenho econômico de um 
ativo será pior que o esperado. 
Se houver indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização, isso pode indicar que a 
vida útil remanescente, o método de depreciação, amortização e exaustão ou o valor residual 
para o ativo necessitem ser revisados e ajustados em consonância com os Pronunciamentos 
Técnicos aplicáveis ao ativo, mesmo que nenhuma perda por desvalorização seja reconhecida 
para o ativo. 
Mensuração do valor recuperável 
Valor recuperável = MAIOR valor entre: 
Valor líquido de vendas 
Valor de uso 
Valor justo líquido de despesa de venda: 
A melhor evidência do valor justo líquido de despesas de venda de um ativo é o preço de 
contrato de venda firme em transação em bases comutativas, entre partes conhecedoras e 
interessadas, ajustado por despesas adicionais que seriam diretamente atribuíveis à venda do 
27 
 
ativo. 
Se não houver contrato de venda firme, mas se o ativo for negociado em mercado ativo, o valor 
justo líquido de despesas de venda é o preço de mercado do ativo menos as despesas com a 
baixa. 
Se não houver contrato de venda firme ou mercado ativo para um ativo, o valor justo líquido de 
despesas de venda deve ser baseado na melhor informação disponível para refletir o valor 
que a entidade pode obter. 
Ao determinar esse valor, a entidade deve considerar o resultado de transações recentes para 
ativos semelhantes, dentro do mesmo setor industrial. 
Resumindo: 
1) Valor justo líquido de despesas de venda  Valor contratado (-) despesas de vendas; 
2) Inexistindo Valor Contratado  Valor negociado no mercado ativo (-) despesas de vendas; 
3) Inexistindo Mercado Ativo  Última transação realizada para ativos semelhantes. 
VALOR DE USO 
Valor em uso  é o valor presente de fluxos de caixa futuros esperados que devem advir de um 
ativo ou de unidade geradora de caixa. 
A estimativa do valor em uso de um ativo envolve os seguintes passos: 
(a) estimar futuras entradas e saídas de caixa decorrentes de uso contínuo do ativo e de sua baixa 
final; e 
(b) aplicar taxa de desconto adequada a esses fluxos de caixa futuros. 
Valor em uso elementos a serem considerados: 
Os seguintes elementos devem ser refletidos no cálculo do valor em uso do ativo: 
(a) estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter com esse ativo; 
(b) expectativas acerca de possíveis variações no montante ou no período de ocorrência desses 
fluxos de caixa futuros; 
(c) valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros livre de risco; 
(d) preço pela assunção da incerteza inerente ao ativo (prêmio); e 
(e) outros fatores,

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