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71
Demonstrações Contábeis: 
modelos de representação da 
situação econômica e financeira I
Estrutura dos Relatórios Contábeis: 
Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é um relatório contábil obrigatório segundo a Lei 
6.404/76, Lei das Sociedades por Ações, que através de Decreto-Lei 1.598/77 
teve estendida sua aplicação às demais sociedades. Dispõe o artigo 176 da 
referida lei que:
Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil 
da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza 
a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV - demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei 11.638, de 2007)
V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei 11.638, de 
2007)
Assim, como os demais relatórios contábeis, o Balanço Patrimonial cons-
titui-se num autêntico modelo de representação da situação econômica e 
financeira de um patrimônio. Modelos são representações da realidade, pois 
esta, tal como se apresenta, torna-se praticamente impossível de ser apre-
sentada senão através de um dado modelo. Para que se possa estudar e com-
preender a realidade financeira de uma empresa, utilizam-se esses modelos, 
assim como na engenharia a planta representa o futuro empreendimento 
ou, no caso de um veículo a ser produzido, primeiro tem-se a concepção 
gráfica, o design, para que se possa compreender como será o esse veículo. 
Quanto mais completo e compreensível o modelo, melhor será a representa-
ção daquela realidade e não é menos verdadeiro tratando-se dos relatórios 
contábeis, pois esses modelos devem expressar o mais precisamente possí-
vel a realidade econômica e financeira das empresas.
Este relatório mostra a configuração do patrimônio, daí a expressão Balan-
ço Patrimonial, de uma empresa em termos de Ativo, Passivo e Patrimônio Lí-
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
quido. Proporciona a possibilidade de o empresário acompanhar a evolução 
de seu patrimônio em diversos períodos. Szuster et al. (2012, p. 114) afirmam 
que: “O Balanço Patrimonial tem como objetivo mostrar a posição financeira 
da empresa em um momento específico e informar a capacidade de geração 
dos fluxos futuros de caixa”. É uma demonstração estática da situação finan-
ceira de um patrimônio em determinada data. Deve ser apresentado sempre 
em comparação com os valores do exercício imediatamente anterior.
Os elementos que constam no Balanço Patrimonial, representados pelas 
contas contábeis, classificam-se em dois grandes grupos e vários subgrupos, 
como segue:
Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Disponível Fornecedores
Clientes Empréstimos e Financiamentos
Estoques Obrigações Fiscais
Despesas Antecipadas Outras Obrigações
Ativo não Circulante Passivo não Circulante
Realizável a Longo Prazo Patrimônio Líquido
Investimentos Capital Social
Imobilizado Reservas
Intangível Ajustes de Aval. Patrimonial
Prejuízos Acumulados
Ativo – Bens e Direitos
O ativo é o aspecto mais importante de um negócio, porque é ele quem 
vai determinar a estrutura e o potencial que a empresa tem de atender uma 
demanda do mercado, de aproveitar oportunidades. Conceitualmente, con-
forme sua finalidade podemos dividi-lo em dois grandes grupos: ativos rea-
lização e ativos de uso.
Ativos de realização são aqueles que compõem o ativo circulante, que 
realizam-se integral e diretamente em dinheiro em menor ou maior prazo, 
como as duplicatas a receber, os estoques e outros. Já os ativos de uso são 
os que proporcionam a estrutura que a empresa necessita para poder exer-
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
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cer sua atividade. Estes não são realizados diretamente em dinheiro, porém 
cumprem com sua finalidade proporcionando à empresa a condição neces-
sária para exercer sua atividade, como as máquinas, as participações de capi-
tal em outras sociedades.
Um exemplo é quando a empresa recebe uma duplicata do seu cliente, 
realiza esse direito (extingue-o) em contrapartida a uma entrada de nume-
rário para o caixa. Outro exemplo que se pode indicar é com relação à re-
alização dos estoques: utilizados na produção (no caso de material direto 
nas indústrias) ou transferidos aos clientes quando das vendas, cada item é 
integralmente realizado no momento da operação, consumo na produção 
ou venda ao cliente.
Os benefícios econômicos esperados dos ativos de uso (cuja utilidade se 
prolonga no tempo, ou seja, seu consumo não se dá num único momento 
mas sim, refere-se a um número considerável de períodos contábeis), clas-
sificados no ativo não circulante (investimentos, imobilizado e intangível) é 
de que os benefícios econômicos esperados estão relacionados com seu uso 
na produção de outros ativos. Veja o caso de investimentos em participações 
permanentes em outras empresas, cujo benefício econômico é o recebimen-
to de dividendos das empresas nas quais a entidade possui ações ou quotas. 
Ou no caso do imobilizado cujos itens são utilizados para produção de bens 
e serviços. Resumindo, pode-se afirmar que um determinado ativo (de rea-
lização) contribui com o caixa com sua conversão imediata ou mediata em 
dinheiro, já o ativo de uso contribui de forma indireta pois proporciona a 
geração de ativos que serão realizados em dinheiro.
Requisitos para um item ser considerado ativo:
ser um Bem ou Direito; �
ser de propriedade da empresa; �
ser mensurável monetariamente (ter um valor); �
representar um benefício presente ou futuro. �
A propriedade é um dos requisitos para a caracterização de um elemento 
como ativo, não basta a posse. Outro requisito essencial para qualificarmos 
um ativo é a possibilidade de que seja mensurado monetariamente, ou seja, 
tem que haver a possibilidade objetiva de atribuir-se um valor monetário a 
esse ativo. A marca, por exemplo, é um dos ativos mais importantes de pro-
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
priedade da empresa, porém há uma dificuldade em sua avaliação monetá-
ria. Os critérios utilizados são subjetivos e não atendem ao que determina 
o princípio contábil da objetividade. A mensuração monetária requer uma 
dose considerável de objetividade, difícil de ser atendida em avaliações de 
ativos imateriais (intangíveis) como a marca.
Requisito essencial também para conceituação do ativo é a sua poten-
cialidade como elemento gerador de benefícios presentes ou futuros. Cada 
bem e direito deve ser constantemente analisado para se medir sua poten-
cialidade de satisfação das necessidades da empresa. Caso se perceba que 
será muito difícil ou quase impossível a obtenção desses benefícios, pode ser 
o caso de se proceder sua baixa. Um exemplo seria um valor a receber de um 
cliente que teve esgotadas as possibilidades de cobrança.
Critérios de classificação do ativo 
De acordo com o artigo 178, §1.º, da Lei 6.404/76, no ativo as contas 
serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos 
registrados, ou seja, primeiro aparecem as contas que representam bens ou 
direitos mais rapidamente conversíveis em dinheiro. Exatamente por isso é 
que a conta “Caixa” é a primeira a ser colocada no “Balanço Patrimonial”, pois 
representa o próprio dinheiro da empresa.
Portanto, de acordo com o grau de liquidez, a ordem em que os grupos e 
subgrupos devem aparecer é a seguinte:
Ativo Circulante
Constitui-se pelos bens e direitos realizáveisno curso do exercício social 
subsequente ou nos próximos 12 meses. É o que determina o artigo 179, I, ao 
estabelecer que serão classifcados:
No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social 
subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.
A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade 1.185/2009 estabele-
ce que o ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qual-
quer dos seguintes critérios:
a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no 
decurso normal do ciclo operacional da entidade;
b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
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d) é caixa ou equivalente de caixa (conforme definido na NBC T 3.8 – Demonstração dos 
Fluxos de Caixa), a menos que sua troca ou uso para liquidação de passivo se encontre 
vedada durante pelo menos doze meses após a data do balanço.
Disponibilidades: representam os saldos existentes no caixa e os saldos 
existentes nas contas-correntes em bancos, que são movimentadas através 
de cheques.
Exemplos: caixa, bancos, aplicações de liquidez imediata. Os critérios de 
avaliação das disponibilidades é o valor nominal dos elementos, com exce-
ção das aplicações financeiras, que devem ser atualizadas monetariamente 
conforme o rendimento seja obtido, reconhecidos conforme o regime de 
competência.
Créditos: Duplicatas a receber, Títulos a receber, Provisão para Créditos 
de Liquidação Duvidosa.
Duplicatas a Receber: esta conta representa o saldo ainda não recebido 
das vendas feitas a prazo aos clientes da empresa. O critério de avaliação dos 
créditos a receber é seu valor líquido esperado de realização, ou seja, a empre-
sa deve periodicamente efetuar uma análise dos riscos de perdas com esses 
créditos e efetuar, se for o caso, as devidas provisões para perdas, pois o saldo 
da conta deve representar sua expectativa de geração futura de caixa.
Duplicatas Descontadas: são duplicatas a receber, cuja posse foi transfe-
rida para bancos em troca do recebimento imediato do valor das duplicatas. 
No Balanço Patrimonial a conta “Duplicatas Descontadas” é mostrada redu-
tora de “Duplicatas a Receber” no Ativo Circulante.
A conta Provisão para Devedores Duvidosos é outra conta redutora 
de Duplicatas a Receber, sendo uma provisão constituída sobre possíveis 
perdas de duplicatas a receber que podem ocorrer por falta de pagamento 
dos clientes. Tais perdas nem sempre se realizam, mas é prudente fazer a 
provisão em cada exercício contábil.
Estoques: são bens adquiridos ou produzidos pela empresa com o obje-
tivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas atividades. Nas 
empresas comerciais compreende o saldo existente de mercadorias adqui-
ridas para revenda. Nas empresas industriais é dividido em matéria-prima, 
produto em processo e produto acabado.
Os direitos que tenham por objeto mercadorias e produtos produzidos ou 
comercializados pela empresa, bem como as matérias-primas, produtos em 
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
fabricação e bens que estejam no almoxarifado, serão avaliados pelo custo 
de aquisição ou produção, combinados a uma provisão, a fim de ajustá-los 
ao valor de mercado, quando este for menor.
Estoques de matérias-primas representam o saldo destas, existentes na 
empresa e ainda não utilizados no processo de fabricação.
Estoques de produtos em fabricação: é o saldo de produtos que estão 
sendo fabricados na data do Balanço. O estoque de produtos em fabricação 
é composto de matérias-primas, salários e encargos do pessoal da fábrica e 
dos outros custos indiretos de fabricação (energia, manutenção, limpeza, e 
outros).
Estoques de produtos acabados é o resultado final do processo de pro-
dução em uma indústria. É o valor de produtos que já estão prontos para a 
venda e cujo processo de produção já foi concluído.
Despesas antecipadas: aplicações de recursos em despesas cujo bene-
fício se dará no exercício seguinte. São recursos aplicados pela empresa em 
direitos que se referem a exercícios futuros, ou seja, seus benefícios não se 
esgotam no momento da aplicação do recurso. Exemplos:
Despesas de seguros a apropriar � – a empresa faz o seguro de um 
veículo cuja vigência da apólice é de um ano. Quando da contratação 
do seguro, a empresa adquire um direito em relação à seguradora que 
será realizado à medida que os períodos contábeis ocorrem. Nesse 
caso, todo mês deve ser feita a transferência da parcela mensal para 
despesa de seguros, pois o benefício daquele mês se exauriu.
Despesas financeiras pagas antecipadas � – despesas financeiras des-
contadas antecipadamente nos casos de desconto de duplicatas ou 
em empréstimos bancários prefixados. Aqui os juros referem-se aos 
períodos futuros, conforme o prazo de amortização contratado, e se-
rão apropriados em despesas à medida que os períodos contábeis se 
sucedem, sempre em respeito ao princípio da competência.
Ativo não Circulante
O não Circulante é um grupo novo trazido pela Lei 11.638/2007, substi-
tuindo o Permanente. Contém elementos que se realizam em moeda (aque-
les que integram o Realizável a Longo Prazo) bem como aqueles ativos que 
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
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têm uma duração maior e são utilizados continuamente, como os investi-
mentos, o imobilizado e o intangível.
Ativo Realizável a Longo Prazo: contas representativas de bens e direi-
tos realizáveis após o término do exercício social seguinte ou após o 12.º mês 
da data de fechamento das Demonstrações Contábeis. Classificam-se nesse 
subgrupo também os valores relativos a operações não usuais realizadas 
com coligadas, controladas, sócios, acionistas e diretores.
Engloba valores de realização demorada e superior a um ano. Os valores 
normalmente encontrados são pequenos (depósitos Compulsórios, depósi-
tos Judiciais e outros). Eventualmente são encontrados valores a receber de 
sócios, de diretores ou de empresas coligadas e controladas. Nesses casos, 
mesmo que seu recebimento ocorra no curto prazo, devem ser classificados 
no longo prazo por determinação do artigo 179, II, da Lei 6.404/76.
Depósitos Judiciais: é o saldo de depósitos feitos judicialmente sobre 
questões pendentes, como contestação de ações judiciais trabalhista ou 
tributárias.
Investimentos: a teor do artigo 179, III, devem ser classificados em 
investimentos:
As participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, 
não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade 
da companhia ou da empresa.
Exemplos: ações de outras empresas, provisão para perdas permanentes.
Esses Investimentos representam aplicações de recursos no capital social 
de outras sociedades, com intenção de permanência. Não são aplicações 
temporárias ou meramente especulativas. Traduzem a estratégia da empre-
sa em diversificar a atividade, pulverizando seu risco operacional (quando 
investe em atividades diferentes da sua), ou pretende concentrar investi-
mentos, aumentar a participação na mesma atividade, obtendo ganhos de 
escala, visando maior rentabilidade.
Quanto aos critérios que serão utilizados para atribuição de valor aos in-
vestimentos permanentes, deve ser interpretado o disposto na lei societária. 
Com efeito, o artigo 248 da Lei 6.404/76 determina:
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em 
controladas e em outrassociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob 
controle comum serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial [...]
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
Equivalência Patrimonial é um critério de avaliação dos investimentos 
onde há o reconhecimento dos resultados obtidos pela empresa investida 
no valor do investimento da sociedade investidora, no momento em que 
estes resultados são gerados.
Dessa forma, o método da equivalência, diferentemente do critério de 
mensuração a valor de custo histórico, acompanha o fato econômico, ou 
seja, a geração do resultado e não a distribuição efetiva deste. Conforme 
Iudíbicus e Marion (2002, p. 139), o conceito do método de equivalência 
patrimonial é baseado no fato de que “os resultados e quaisquer variações 
patrimoniais de uma controlada ou coligada devem ser reconhecidos (con-
tabilizados) no momento de sua geração, independentemente de serem ou 
não distribuídos”.
Ativo Imobilizado: neste subgrupo do ativo classificam-se os bens cor-
póreos que se destinam à manutenção dos negócios da empresa, ou exerci-
dos com essa finalidade. O artigo 179, IV, Lei 6.404/76, dispõe:
IV - no ativo imobilizado serão classificados os direitos que tenham por objeto bens 
corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou 
exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à 
companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638, 
de 2007)
Exemplos: imóveis, instalações, móveis e utensílios, veículos, 
depreciação.
O imobilizado são os bens corpóreos que a empresa utiliza para manter a 
sua atividade no mercado, dependendo do ramo da empresa ela terá maior 
ou menor necessidade de investir em estrutura física. Uma empresa de con-
sultoria, de prestação de serviços, via de regra, não necessita de muito imo-
bilizado, ao passo que uma indústria terá, necessariamente, que concentrar 
maior volume de investimentos nesses ativos.
O imobilizado é classificado por natureza: móveis e utensílios, máquinas, 
equipamentos, veículos, edificações. Pela análise do imobilizado se vê a ca-
pacidade que a empresa possui de manter-se no mercado. O critério de ava-
liação dos bens componentes do imobilizado é o valor de custo de aquisição 
deduzido da depreciação acumulada.
A Depreciação Acumulada é conta redutora do Imobilizado. Depreciação, 
em um sentido comum, é perda de valor de alguma coisa. Depreciar alguma 
coisa é diminuir o seu valor. Em contabilidade é o reconhecimento da despe-
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
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sa ou do custo relativo ao desgaste havido no ativo imobilizado, conforme a 
vida útil estimada desses bens, cuja causa é o uso, a ação da natureza e a ob-
solescência. Os itens desse subgrupo não perdem utilidade apenas pelo uso, 
pois a natureza exerce um efeito considerável na sua perda de substância. E 
a obsolescência implica que novos elementos vão sendo disponibilizados 
ao mercado e aqueles que estão em uso ficam defasados em relação a esses 
com maior e melhor potencial tecnológico.
A depreciação acumulada mostra a soma das depreciações feitas ao longo 
dos anos. Ela é uma conta negativa que reduz o valor de Imobilizado. O valor 
acumulado mostra quanto a empresa já apropriou ao custo ou despesa rela-
tivamente ao valor já consumido do seu imobilizado.
Intangível: classificam-se neste subgrupo os direitos que tenham por 
objeto bens incorpóreos (intangíveis) destinados a manter a atividade da 
companhia ou que serão exercidos com essa finalidade. A Lei 6.404/76 de-
termina que se inclua nesse subgrupo o fundo de comércio adquirido.
Exemplos: marcas e patentes adquiridas pela empresa e os gastos com 
desenvolvimento de novos produtos que anteriormente eram classificados 
como ativos diferidos.
O critério de avaliação dos elementos do ativo intangível o valor original 
dos recursos aplicados.
Importante! 
Critérios de avaliação dos Ativos (mensuração)
Em contabilidade, mensuração é o processo de atribuição de valores mo-
netários a objetos ou eventos associados a uma empresa. Exemplos de ob-
jetos incluem contas a receber, instalações, equipamentos e dívidas a longo 
prazo. Exemplos de eventos incluem vendas de produtos e serviços e paga-
mentos de dividendos. Antes que a mensuração possa ser feita, porém, pre-
cisa ser selecionado um atributo específico a ser medido. No caso de conta a 
receber, os atributos escolhidos poderiam incluir o número de reais a serem 
recebidos e a data esperada de recebimentos. Os atributos de instalações e 
equipamentos poderiam incluir a capacidade física de produção, o dispên-
dio de recursos no ato da aquisição, ou os recursos necessários para repor os 
ativos no presente momento.
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
Geralmente a mensuração é imaginada em termos monetários. Como 
os ativos possuem diversos atributos, a mensuração e publicação de mais 
de um atributo pode ser relevante para os investidores e outros usuários de 
demonstrações contábeis. Portanto, os conceitos de avaliação podem ser 
complementares, bem como substitutos um do outro. Por exemplo, o custo 
corrente pode, por sua vez, ser um substituto do valor presente dos fluxos de 
caixa futuros, que é o atributo que realmente desejamos medir.
Bases de mensuração
Valores de entrada Valores de saída
Passados Custos históricos Preços de vendas passados
Correntes Custos de reposição Preço corrente de venda
Futuros Custos esperados Valor realizável esperado
Critérios de avaliação
Os critérios de avaliação de ativos (para efeito de evidenciação conforme 
dispositivos na lei societária) são aplicados dentro do regime de competên-
cia e, de forma geral, seguem sumariamente a seguinte orientação:
Contas a receber O valor dos títulos menos provisão para reduzi-los ao valor provável de realização.
Valores Mobiliários 
(temporários)
Ao custo de aquisição acrescido de juros e atualiza-
ção devida e reduzidos ao preço de mercado, se este 
for menor.
Estoques
Ao custo de aquisição ou fabricação, reduzido de 
provisão para ajustá-lo ao preço de mercado, quan-
do este for inferior.
Ativo Imobilizado
Ao custo de aquisição deduzido da depreciação, 
pelo desgaste ou perda de utilidade ou amortização 
ou exaustão. Em certas circunstâncias é admitida a 
reavaliação de ativos.
Investimentos Relevantes em 
Coligadas e Controladas
Pelo método de equivalência patrimonial, ou seja, 
com base no valor do patrimônio líquido da coliga-
da ou controlada proporcionalmente à participação 
acionária.
Outros Investimentos Ao custo menos provisão para reconhecimento de perdas permanentes.
Ativo intangível Ao custo deduzido de provisão para amortização.
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
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Ampliando seus conhecimentos
Os ativos intangíveis sob a óptica das normas 
internacionais de Contabilidade
Na nova legislação contábil percebe-se a presença dos ativos intangíveis, mas 
ela não se refere aos ativos do conhecimento e, sim, aos ativos que são objetiva-
mente e diretamente mensuráveis em termos de valor
(LIMA, 2012)
Antes da atualização da Lei 6.404/1976 (Lei das Sociedades Anônimas) pelas 
Leis 11.638/2007 e 11.941/2009, não se reconhecia nenhum tipo de ativo in-
tangível no balanço patrimonial das empresas brasileiras. Assim sendo, a atu-
alização da referida lei foi um avanço para contabilidade brasileira em relação 
aotratamento dos ativos intangíveis.
Outro grande passo que foi dado em relação ao reconhecimento e eviden-
ciação dos ativos intangíveis foi a publicação do CPC 04 – Ativo Intangível que 
possui correlação com as Normas Internacionais de Contabilidade, especifica-
mente com a International Accounting Standards 38 (IAS 38).
A IAS 38 define ativo intangível como um ativo não monetário identificável 
e sem substância física. A definição de ativo pela norma é a mesma da estru-
tura conceitual, uma vez que um ativo é um recurso controlado pela entidade 
como resultado de eventos passados e do qual são esperados benefícios fu-
turos para a entidade.
Os principais pontos tratados pela IAS 38 envolvem questões relacionadas à 
natureza e ao reconhecimento dos ativos intangíveis, à mensuração dos custos 
e à contabilização da amortização e das perdas por impairment de tais ativos.
A IAS 38 é aplicável a gastos com publicidade, treinamento, pré-operacio-
nais, pesquisa e desenvolvimento, patentes, licenças, filmes cinematográficos, 
software, conhecimento técnico, franquias, fidelidade de clientes, participa-
ção no mercado, lista de clientes e itens similares.
Quando existirem dúvidas se determinado ativo intangível deve ser trata-
do pela IAS 38 ou por outra norma em função de esse ativo estar contido em 
elementos tangíveis (por exemplo, um software de um computador, contratos 
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
de licença e filmes), a entidade deve usar de julgamentos para avaliar qual 
é mais significativo. No caso, por exemplo, de um software, a entidade deve 
tratar o item todo como um imobilizado e seguir a IAS 16 (Imobilizado). Por 
outro lado, software instalados em um computador, como um programa para 
geração de relatórios ou um programa antivírus, que não são essenciais para 
o funcionamento do computador, devem ser tratados como um ativo intangí-
vel, de acordo com a IAS 38.
Um item pode ser reconhecido como ativo intangível se ele satisfizer as con-
dições estabelecidas na definição de tal ativo (ser um item não monetário sem 
substância física, separável, controlável e que gere benefícios econômicos) e 
se, adicionalmente, ele atender aos seguintes critérios de reconhecimento:
probabilidade de que os benefícios econômicos futuros atribuíveis ao a) 
ativo fluirão para a entidade; e
mensuração confiável dos custos do ativo.b) 
Um ativo intangível adquirido separadamente (ou seja, não por meio de 
uma combinação de negócios) deve ser mensurado inicialmente ao custo. 
Esse custo compreende:
seu preço de compra, incluindo impostos de importação e impostos c) 
não recuperáveis, após deduzidos os descontos comerciais e os abati-
mentos; e
qualquer custo atribuível diretamente à preparação do ativo para uso d) 
(por exemplo, custos de benefícios de empregados, honorários profis-
sionais e custos com testes).
Gastos que não fazem parte do custo de um ativo intangível são, por 
exemplo:
custos de lançamentos de novos produtos ou serviços, como os de pro- �
paganda e de atividades promocionais;
custos de conduzir os negócios em outro local ou para outra categoria �
de clientes, incluindo os custos de treinamentos do pessoal envolvido 
nesses processos;
despesas administrativas e outros custos indiretos; �
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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Demonstrações Contábeis: modelos de representação da situação econômica e financeira I
83
custos incorridos quando o ativo já está nas condições planejadas pela �
entidade, mas está aguardando pelo uso;
perdas operacionais iniciais, tais como aquelas incorridas enquanto a �
demanda para os produtos do ativo está aumentando gradualmente.
Se o pagamento por um ativo intangível excede os prazos normais de cré-
dito, o custo do ativo é seu preço à vista. A diferença entre os dois montantes 
(à vista e a prazo) deve ser reconhecido como despesa de juros ao longo do 
prazo do financiamento. Exceção a esse tratamento ocorre quando os juros 
são capitalizados como parte do ativo intangível porque este atende o crité-
rio de ativo qualificado (que leva um período substancial de tempo para ficar 
pronto) de acordo com a IAS 23 – Custos de Empréstimos.
O custo de um ativo intangível adquirido em uma combinação de negó-
cios, de acordo com a International Financial Reporting Standards 3 (IFRS 3), 
corresponde ao valor justo na data de aquisição. Esse valor justo deve refletir 
as expectativas da entidade quanto às entradas de benefícios econômicos fu-
turos, mesmo que haja incertezas sobre o momento dessas entradas. Assim, 
o critério de probabilidade de entrada de benefícios econômicos na entidade 
originada de ativos intangíveis é sempre considerado atendido em uma com-
binação de negócios.
Nas combinações de negócios, os ativos intangíveis da adquirida devem 
ser reconhecidos separadamente do goodwill, mesmo que tais ativos não 
tenham sido reconhecidos por aquela entidade.
O goodwill adquirido em uma combinação de negócios e, portanto, re-
conhecido como tal representa os benefícios econômicos que surgem dos 
outros ativos adquiridos na combinação, que são incorporados ao goodwill 
por não serem nem individualmente identificados nem separadamente 
reconhecidos.
A IAS 38 proíbe explicitamente o reconhecimento de goodwill gerado in-
ternamente como ativo, pois não é separável e tampouco decorre de direitos 
legais e, como tal, não constitui recurso identificável controlado pela entidade 
que possa ser mensurado com segurança.
Alguns argumentam que o goodwill representa a diferença entre o valor 
de mercado de uma entidade e os valores contábeis de seus ativos líquidos 
(Patrimônio Líquido). Na verdade, essa diferença capta uma série de fatores 
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br

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