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Nutrição Animal - Apostila

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FACULDADE RORAIMENSE DE ENSINO SUPERIOR 
CURSO DE AGRONOMIA 
FORRAGICULTURA E NUTRIÇÃO ANIMAL 
 
 
Profº Esp. Denysson Amorim – agrobiorr@yahoo.com.br 
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CAPITULO I 
NUTRIÇÃO ANIMAL 
 
CONCEITOS BÁSICOS: 
Processos Importantes na Nutrição: 
NUTRIÇÃO: Processo de fornecer as células do corpo animal as condições químicas 
necessárias para as reações metabólicas envolvidas no crescimento, mantença, produção e reprodução 
 DIGESTÃO: Compreende os processos químicos e físicos que são responsáveis pela 
transformação do alimento em seus nutrientes, e os mecanismos de transporte até as células do 
intestino 
 ABSORÇÃO: Envolve os processos químicos e físicos relacionados com o transporte dos 
nutrientes pela membrana do intestino e seu transporte até a circulação sangüínea ou linfática. 
 Digestão e Absorção  São processos complementares 
 METABOLISMO: Conjunto de reações catabólicas e anabólicas que permitem o 
funcionamento normal das células e consequentemente da vida do animal. 
 Anabolismo  Processo de construção 
Catabolismo  Processo de destruição 
 EXCREÇÃO: É a eliminação das partes dos alimentos não absorvidos ou dos que resultantes 
das reações metabólicas. 
 ALIMENTO: Substâncias que quando ingeridas, são aproveitadas e fornecem os nutrientes 
necessários para os animais. É uma substância que quando consumida por um indivíduo, é capaz de 
contribuir para assegurar o ciclo regular de sua vida e a sobrevivência da espécie à qual pertence. É 
todo material que após a digestão pelos animais é capaz de ser digerido, absorvido e utilizado. 
 ALIMENTAÇÃO: É o processo de fornecimento do alimento ao animal, na forma mais 
adaptada às suas preferências e condições fisiológicas. Consiste no ato de os animais ingerirem, 
transformarem, assimilarem e utilizarem materiais de composição e propriedades definidas. 
 NUTRIENTE: Compostos químicos orgânicos e inorgânicos que participam diretamente dos 
processos metabólicos e são fornecidos pelos alimentos. 
 NUTRIENTE ESSENCIAL: Nutrientes que não necessitam de transformações catabólicas ou 
anabólicas para serem metabolizados. 
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 RAÇÃO BALANCEADA: É a quantidade de alimentos calculada para fornecer os requisitos 
nutricionais mínimos conhecidos para os animais nas diferentes fases de sua vida 
ALIMENTAÇÃO RACIONAL: objetiva fornecer ao indivíduo os alimentos para sua 
manutenção, mantendo as condições de rendimento produtivo e o benefício da alimentação em troca 
do trabalho humano. 
 
PRINCIPAIS NUTRIENTES: 
Proteínas - Compostas de Aminoácidos que seriam: Alanina, Arginina, Ácido Aspártico, 
Citrulina, Cistina, Cisteína, Fenilalanina, Glicina, Ácido Glutâmico, Histidina, Hidróxi-Prolina, 
Isoleucina, Leucina, Lisina, Metionina, Ornitina, Prolina, Taurina, Tirosina, Treonina, Triptofano, 
Valina. 
Carbohidratos - Amido - Celulose - Hemicelulose - Lignina - Açúcares Simples (Dissacarídeos 
e Monossacarídios - Sacarose, Lactose, Celobiose, Glicose, Frutose, Manose, Galactose, Etc.). 
 Lipídios - Ácidos Graxos e Ácidos Graxos Essenciais ==> Oleico ==> Linoleico ==> 
Linolênico ==> Araquidônico 
 Vitaminas - Lipossolúveis ==> A, D, E, K - Hidrossolúveis ==> Tiamina, Riboflavina, 
Niacina, Ácido Pantotênico, Piridoxina, Ácido Fólico, Cianocobalamina (B12), Colina, Biotina, 
Inositol, Ácido Ascórbico, Ubiquinona, Ácido Orótico, etc... 
 Minerais - Macroelementos ==> Ca, P, Mg, Na, Cl, S, K, B. Microelementos==> Cu, I, Fe, 
Mn, Se, Zn, Ni, V, Cr, Cd, Au, Sn, etc... 
 Água 
 
CAPITULO II 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES 
 
INTRODUÇÃO: 
Digestão: Compreende os processos químicos e físicos que são responsáveis pela 
transformação do alimento em seus nutrientes, e os mecanismos de transporte até as células do 
intestino. 
Absorção: Envolve os processos químicos e físicos relacionados com o transporte dos 
nutrientes pela membrana do intestino e seu transporte até a circulação sangüínea ou linfática. 
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 Comparação entre ruminantes e monogástricos 
 
Monogástricos Ruminantes 
Digestão 
Enzimática 
Carbohidratos 
Monossacarídios 
Proteínas » aminoácidos 
Microbiana e Enzimática 
Carbohidratos 
Ácidos graxos voláteis 
Proteína » NH3+C-C-C 
Pesquisa 
Porte menor 
Ciclo mais curto 
 
Alimentos Competitivo com homem 
Aproveita resíduos não utilizados pelo 
homem 
Desenvolvimento 
genético 
Alto, muito especializado 
Bovino de leite: alto 
Bovino de corte: médio 
Caprinos/ovinos: médio a alto 
Tecnologia 
Avançada, produção em nível 
empresarial 
Muita improvisação, existem casos de 
pouca tecnologia 
 
CAPITULO III 
COMPONENTES DO TRATO ALIMENTAR DOS ANIMAIS 
DOMÉSTICOS 
 
RUMINANTES: 
 Boca 
 Estômago composto: rúmen, retículo, omaso e abomaso 
 Intestino delgado: duodeno, jejuno, íleo 
 Intestino grosso: ceco, cólon, reto 
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SUÍNOS, EQUINOS, CÃOS, GATOS E COELHOS: 
 boca 
 esôfago 
 estômago 
 intestino delgado: duodeno, jejuno, íleo 
 intestino grosso: ceco, cólon, reto 
 
AVES: 
 bico 
 esôfago 
 papo ou inglúvio 
 estômago químico (pró-ventrículo) 
 estômago mecânico (moela) 
 intestino delgado: duodeno, jejuno, íleo 
 intestino grosso: cecos, cólon, reto 
 
PROCESSOS DIGESTIVOS: 
 a) BOCA: 
 apreensão 
 mastigação 
 salivação 
 digestão inicial de amido, açúcares solúveis e ésteres 
b) ESÔFAGO: 
 transporte de alimentos 
 papo 1) controle do fluxo alimentar 
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 2) umedecimento dos alimentos 
 c) ESTÔMAGO: 
 digestão microbiana – rumen (ácidos graxos voláteis) 
 digestão química–abomaso e estômago não-ruminantes 
 ação de HCl e pepsina (estômago do suíno e proventrículo das aves) 
 ação mecânica (moela) 
 d) INTESTINO DELGADO: 
 Duodeno: 
 local de neutralização do ph ácido do suco gástrico 
 desembocam no duodeno, o canal colédoco (fígado e vesícula biliar) e o duto 
pancreático (pâncreas) 
 ação da enteroquinase, ativando o tripsinogênio e todas as outras enzimas 
pancreáticas 
 algumas peptidases da membrana dos enterócitos podem agir sobre tri e di-
peptídeos. 
 Jejuno: 
 principal local de digestão e absorção dos nutrientes 
 no jejuno agem as principais enzimas: digestoras de macromoléculas: tripsina, 
quimio-tripsina, lipases, amilase, etc 
 enzimas de membrana: di e tripeptidases, dissacari-dases, nucleases, etc. 
 enzimas intra-enterócitos: realizam o rompimento final e o início de algumas 
reações metabólicas 
 
CAPITULO IV 
ANÁLISE DE ALIMENTOS OU BROMATOLÓGICA 
 
1. OBJETIVO: 
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* Conhecer o valor nutritivo do alimento, ou seja, seu potencial de fornecer nutrientes - 
informação básica para uso do alimento na alimentação animal. Análises de rotina: umidade ou 
matéria seca, proteína bruta, extrato etéreo ou gordura, fibra bruta, matéria mineral ou cinzas, cálcio e 
fósforo. 
* Controle de qualidade: análises adicionais que são realizadas para detectar fatores que 
possam interferir com a expressão do potencial nutritivo de um ingrediente ou ração. 
Análises: urease, solubilidade da proteína, teste de Éber, acidez, granulomentria, toxinas, etc. 
 
2. O QUE ANALISAR E COM QUEFREQUÊNCIA? 
Depende do produto: 
* Possibilidade de sofrer alterações (fraudes): por exemplo ingrediente como o milho em grão é 
difícil de ser adulterado não se justificando gastar tempo e dinheiro em análises frequentes. No período 
da safra é importante analisar umidade. Portanto, embora o milho represente entre 50 a 80% da maioria 
das rações produzidas no Brasil é um ingrediente pouco analisado. 
Por outro lado, os subprodutos de origem animal são ingredientes que apresentam grande 
variabilidade na sua qualidade e composição química, em função da variação na qualidade e 
disponibilidade da matéria prima empregada na sua produção. Estes ingredientes devem ser analisados 
com frequência e se possível todas as cargas que chegam à fábrica ou propriedade. 
*Importância dos nutrientes fornecidos pelo ingrediente: embora todos os nutrientes sejam 
igualmente importantes, alguns se destacam do ponto de vista quantitativo em alguns ingredientes 
sendo analisados com mais frequência. É o caso da proteína bruta que se destaca no farelo de soja, 
farinha de carne, etc., e são analisados com mais frequência. No caso de rações prontas a frequência de 
análise e o que deve ser analisado depende do tipo de ração, a espécie animal e da idade do animal ou 
fase de criação do animal. 
 
3. AMOSTRAGEM 
 É a fase mais importante da análise de alimentos. A amostra deve ser representativa do 
universo do material a ser analisado. Portanto, deve-se trabalhar com uma amostra composta, isto é, 
formada pela coleta de várias pequenas amostras que são posteriormente misturadas para dar origem a 
chamada amostra composta que é enviada ao laboratório. A quantidade de sub-amostras coletadas para 
formar uma amostra composta varia com a quantidade total de ingrediente a ser analisado. Quanto 
maior o universo maior o número de sub-amostras. 
Deve-se evitar pegar amostra de cocho ou local de alimentação do animal por duas razões: 
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a) Umidade - normalmente o animal ao consumir o alimento deixa cair saliva sobre o 
mesmo o que altera a composição do alimento e pode favorecer o desenvolvimento de 
microorganismos; 
b) Segregação - é muito comum o animal comer preferencialmente uma parte do alimento 
e o que sobra no comedouro não é representativo do que ali foi colocado. 
A quantidade de amostra a ser enviada ao laboratório irá depender das análises a serem 
realizadas. Para as análises de rotina cerca de 300 a 500 g por amostra é suficiente. 
Outro ponto importante é a identificação da amostra. Quanto mais informação for fornecida 
melhor. É importante citar o nome do produto, fornecedor, data de coleta, tipo de produto, espécie 
animal a ser alimentada. Também é importante as informações da pessoa que remete as amostras tais 
como nome, endereço, telefone, fax, e-mail, etc. para facilitar a remessa dos resultados. 
 
4. RECEPÇÃO E PREPARO DA AMOSTRA: 
Uma vez no laboratório a amostra irá receber um número de identificação que irá acompanhar 
todo o processamento dela no laboratório. Este número é anotado numa ficha para onde também são 
transferidas todas as informações enviadas pelo dono da amostras. Nela também serão registrados 
todos os resultados da análise da amostra. Antes de se iniciar as análises, a amostra é processada para 
que seja preparada de tal forma a facilitar e melhorar a eficiência das análises. Se a amostra chega 
úmida ao laboratório ela passa por um processo de pré-secagem para facilitar o seu manuseio e 
conservação. Esta pré-secagem é geralmente feita em estufas a uma temperatura de 65 ºC. Se a 
amostra não pode ser pré-seca ela tem que ser armazenada em ambiente refrigerado. A amostra que 
chegar seca ou passar pelo processo de pré-secagem é em seguida moida para facilitar a 
homogeneização e a retirada do material que irá ser analisado. Esta moagem fina reduz a variabilidade 
dos resultados obtidos, já que as análises são sempre realizadas em duplicata, ou seja a mesma amostra 
é analisada para o mesmo parâmetro pelo menos duas vezes. Este procedimento se faz necessário para 
se validar o resultado das análises. 
 
5. DETERMINAÇÃO DA UMIDADE OU MATÉRIA SECA (MS): 
Importância: 
Conservação do alimento. 
Comparar alimento com diferente teor de umidade. 
Umidade reduz concentração de nutriente do alimento. 
 
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Princípio: 
Eliminação dos componentes voláteis do alimento pelo calor. 
Método: 
Levar à estufa a 105 ºC por uma hora. Retirar da estufa e deixar esfriar em dessecador. Pesar o 
material (tarar) e adicionar de duas a cinco gramas de amostra e levar a estufa à 105 ºC até peso 
constante, isto é até a amostra parar de perder peso. Retirar da estufa, deixar esfriar em dessecador e 
pesar novamente. A perda de peso da amostra que ocorre neste processo é referente a umidade da 
amostra. 
Exemplo: 
Peso inicial da amostra: 5,00 g Peso amostra após secagem: 4,50 g 
Perda de peso ou umidade: 0,50 g 
Os resultados da maior parte da análise proximal é expresso em percentagem para facilitar a 
interpretação e entendimento dos resultados. Para se expressar o resultado em percentagem usa-se uma 
regra de três simples: 
Se em 5,00 g de amostra foram perdidas 0,50 g 
Em 100,00 g de amostra seriam perdidas X g 
Portanto X = 100 x 0,5000/5,00g  Onde X = 10,00% de umidade. 
Ou seja, o alimento contém 10% de umidade ou 90% de MS. 
 
OBSERVAÇÃO: 
Embora não oficial, tem-se usado substituir a estufa por microondas na análise de umidade. A 
grande vantagem é a velocidade do resultado, que em geral sai em menos de 20 minutos. A grande 
dificuldade é a padronização e variação dos resultados com o uso do microondas. Por isto, ele tem sido 
muito empregado quando se deseja ter uma idéia aproximada do teor de umidade, sem grande 
precisão. 
 
6. DETERMINAÇÃO DO N OU PROTEÍNA BRUTA (PB) 
 
Importância: 
a) Proteína é um dos nutrientes mais caros dos alimentos. 
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b) Grande resposta do animal a pequenas variações do nível na ração. 
 
Princípio: 
Transformação do N-orgânico em N-amoniacal, seu isolamento e posterior dosagem por 
titulação. 
Método: 
Nesta análise são utilizados um bloco digestor (onde a amostra será aquecida para facilitar a 
digestão) e um destilador de N também conhecido como destilador de Kjeldahl (onde o N-amoniacal 
será separado das impurezas residuais da amostra). 
A análise de N ou PB é feita em três fases bem distintas: 
DIGESTÃO: nesta fase ocorre à destruição de toda a matéria orgânica o N-orgânico é 
transformado para N-amoniacal. 
De 0,2 a 1,0 g de amostra é utilizada na análise de PB. A digestão é feita com H2SO4 
concentrado na presença de um catalisador e de calor. Toda a matéria orgânica é transformada em CO2 
e H2O e o N-orgânico transformado em NH4 e retido na forma de (NH4)2SO4. 
Amostra + H2SO4 catalisador CO2 + H20 + (NH4)2SO4  calor 
DESTILAÇÃO: ela é feita no destilador de Kjeldahl e o N-amoniacal é liberado na forma de 
NH3 pela reação do sulfato de amônia com o hidróxido de sódio. O NH3 liberado é arrastado pelo 
vapor de água e recebido numa solução de ácido bórico, resultando no borato ácido de amônia. A 
destilação termina quando todo o N foi transferido para a solução de ácido bórico. 
(NH4)2SO4 + NaOH ---------- Na2SO4 + H2O + NH3 
NH3 + H3BO4 --------------- NH4H2BO3 
TITULAÇÃO: é a fase final da análise, quando o N da amostra é finalmente quantificado. A 
solução de borato ácido de amônia é titulada com uma solução de concentração conhecidade HCl na 
presença de um indicador (vermelho metila - verde bromo cresol). 
NH4H2BO3 + HCl ---------- NH4Cl + H3BO4 
Conhecendo-se o volume de HCl gastos na titulação, a concentração do HCl, o peso da 
amostra, o peso molecular do N, calcula-se o teor de N em % na amostra usando-se a fórmula: 
Vol HCl x conc. HCl x 14 x 100 = % N 
peso da amostra (g) x 1000 
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% Proteína bruta = % N x 6,25 
De onde vem o fator 6,25? Em média as proteínas puras têm 16% de N. Portanto, se 16% de N 
equivalem a 100% de Proteína, podemos fazer uma regra de três simples e descobrirmos quanto de 
proteína equivale 1% de N. 
Se 16% N é igual a 100% PB 
Então l% N é igual a X% de PB onde X = 100 = 6,2516 
Denomina-se proteína bruta, porque como vimos todo o N-orgânico da amostra é quantificado. 
Como nem todo N-orgânico é proteína, parte do que estamos quantificando pode ser vitaminas, bases 
purinas e pirimidinas, ácidos nucléicos, etc. 
 
7. DETERMINAÇÃO DO EXTRATO ETÉREO (EE) OU GORDURA 
Importância: 
A gordura é a fonte mais concentrada de energia do alimento. 
Conservação - gordura é susceptível a rancificação o que prejudica o valor nutritivo do 
alimento. 
Princípio: 
Arraste das substâncias solúveis em éter pelo mesmo. 
Método: 
A análise da gordura, ou melhor a extração do extrato etéreo se faz usando um equipamento 
conhecido como extrator de sohxlet, que consiste num conjunto para aquecimento, evaporação e 
condensação do éter que irá lavar a amostra que contém o material a ser extraído. 
Antes de ser pesada, a amostra a ser submetida a extração da gordura é primeiro exposta a 
temperatura de 105 C numa estufa por 4 horas. Isto é feito para eliminar a água da amostra, pois a 
presença de água impede a ação extrativa do éter. No dia a dia do laboratório, a extração de gordura é 
realizada na mesma amostra que foi usada para determinar a umidade, economizando-se tempo e a 
operação citada anteriormente. 
A amostra é pesada (cerca de 2,00 g) e colocada num recipiente (cartucho de papel de filtro) 
permeável ao éter e a gordura, mas não a amostra. Este cartucho é colocado no aparelho extrator onde 
sofre sucessivas lavagens com éter. Ao entrar em contato com a gordura o éter a arrasta, extraindo 
portanto a gordura. O éter com a gordura vão para o reservatório que contém o éter. Este continua o 
processo de evaporação, condensação e arraste da gordura e esta sendo muito menos volátil vai se 
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acumulando no balão que contém o éter. Após a evaporação completa do éter o aumento de peso do 
balão (que havia sido previamente tarado) representa o peso do EE extraído da amostra. 
O cálculo do teor de gordura ou EE é feito usando-se uma regra de três como foi feito para a 
determinação de umidade. 
OBSERVAÇÕES: 
O nome extrato etéreo é porque o éter não extrai somente gorduras, mas todas as substâncias 
solúveis no éter. Portanto, vitaminas, hormônios, pigmentos, etc. são nesta análise consideradas como 
gordura. Como na maioria dos alimentos concentrados a gordura representa a maior fração das 
substâncias solúveis no éter, está análise se aplica. Já no caso das forragens verdes, onde a maior parte 
das substâncias solúveis no éter não são gorduras mas sim B-caroteno, clorofila, etc. devemos olhar 
com certo criticismo os resultados de EE das forragens. 
 
8. DETERMINAÇÃO DA FIBRA BRUTA (FB) 
Importância: 
Teor de fibra é inversamente proporcional ao valor nutritivo do alimento. 
Fibra bruta reduz a digestibilidade do alimento. 
Para monogástrico de pouco valor. Para ruminante e herbívoro fonte de energia e importante 
para fisiologia intestinal. 
Princípio: 
Digestão ácida e básica da amostra seguida de queima do resíduo da digestão. O material que 
desaparece na queima e denominado de fibra bruta. 
Método: 
Existe um aparelho onde se processa a análise da FB denominado de digestor de fibra. Ele 
consiste de uma fonte de calor e de equipamento de condensação de vapores ácidos e básicos. 
Para a análise de FB é recomendado extrair a gordura da amostra. Portanto, é prática comum se 
utilizar a amostra que foi usada para extração de gordura para a análise de FB. 
Pesa cerca de 2,00 g de amostra e transfere-se para um copo de forma alta. Adiciona-se cerca 
de 100 ml de solução de ácido sulfúrico a 1,25%,coloque no digestor de FB e após iniciar a fervura 
deixe em digestão por 30 minutos. A seguir filtre todo o material em uma tela bem fina e lave a 
amostra com água morna várias vezes. Retorne o resíduo que ficou na tela para o copo de forma alta e 
adicione cerca de 100 mls de solução de hidróxido de sódio a 1,25% e repita toda a operação feita com 
a solução ácida. A seguir lave o resíduo com álcool e éter sulfúrico e deixe-o secar na estufa a 105 C. 
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Pese o resíduo e leve-o a mufla a 600 C por 4 a 6 horas. A diferença entre o peso da amostra seca que 
entrou na mufla e o peso após a queima, ou seja, o material que desapareceu na queima é denominado 
de FB. 
O resultado da análise de FB também é expresso em percentagem usando-se uma regra de três 
como feito para a umidade. 
 
9. DETERMINAÇÃO DAS CINZAS OU MATÉRIA MINERAL (MM) 
Importância: 
Teor de cinzas inversamente proporcional ao valor energético do alimento. 
Da idéia do teor de minerais do alimento 
Pode indicar presença de contaminação com solo. 
Princípio: 
Queima da matéria orgânica a alta temperatura. O material que resistir a queima é denominado 
de cinzas ou MM. 
Método: 
O equipamento usado nesta análise é a mufla que nada mais é que um forno de alta 
temperatura. 
Pesa-se de cerca duas gramas de amostra em um cadinho de aço ou porcelana previamente 
tarado e leva-se os cadinhos a mufla elevando-se a temperatura para cerca de 600 a 650 C por quatro a 
seis horas. Desligue a mufla e deixe o material esfriar. Transfira-o para um dessecador e após frio, pese 
o cadinho com o resíduo. O peso do material residual no cadinho é denominado de cinzas ou MM. O 
teor de cinzas é expresso em percentagem e para tal se usa uma regra de três simples como feito para 
umidade. 
Por exemplo, se iniciamos a análise com 2,000 g de amostra e após a queima sobrou 0,3000 g 
de resíduo, então: 
Se em 2,000 g de amostra tinha 0,300 g de cinzas 
Em 100,000 g de amostra terá X g de cinzas 
Onde X = 30 =15% de cinzas 
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Como podemos ver a análise de cinzas não dá idéia de qual ou quais minerais estão presentes 
na amostra, mas apenas o total de mineral presente. Ela é todavia, o passo inicial para a determinação 
posterior dos minerais. Para tal as cinzas são solubilizadas em solução ácida onde posteriormente 
podem ser analisados os minerais individualmente. 
 
10. DETERMINAÇÃO DA ENERGIA BRUTA (EB) 
Esta não é uma análise de rotina dos laboratórios de controle de qualidade, pois ela não 
acrescenta muito ao conhecimento do valor nutritivo do alimento pois uma substância pode ser muito 
rica em energia bruta porém se o animal não puder utilizá-la ela não tem valor biológico. O importante 
é conhecer o valor de energia digestível, metabolizável e líquida. Para tal é necessário o uso de ensaios 
de digestibilidade com animais. Todavia, o conhecimento da EB é o ponto de partida para a avaliação 
biológica. 
A análise de energia bruta é realizada num equipamento denominadode BOMBA 
CALORIMÉTRICA. Ela nada mais é que um sistema isolado termicamente onde a amostra é 
completamente queimada. A energia liberada pela queima completa da amostra é medida na forma de 
calor e transformada para uma unidade de medição de energia como cal ou Kcal. 
Esquema de desdobramento da EB do alimento 
EB 
ED E. fezes 
EM E. urina 
EL I. calórico 
ELP ELM 
EB – Energia bruta 
ED – Energia digestível 
EM – Energia metabolizável 
EL – Energia líquida 
ELP – Energia líquida para produção 
ELM – Energia líquida para mantença 
 
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CAPITULO V 
ESTUDO DOS ALIMENTOS 
 
INTRODUÇÃO 
Bromatologia é a ciência que estuda os alimentos. 
Alimento é todo e qualquer material comestível capaz de fornecer energia e/ou nutrientes para 
os animais. Quando um alimento faz parte de uma mistura de alimentos para a produção de um 
alimento balanceado é normalmente denominado de ingrediente. 
Nutrientes são substâncias presentes nos alimentos ou produzidos pelas células do organismo 
do animal que são indispensáveis para o perfeito funcionamento do mesmo. 
Alimento balanceado é uma mistura de alimentos formulada para atender parte das 
necessidades nutricionais de um animal de forma equilibrada. 
Alimento balanceado completo é uma mistura de alimentos formulada para atender todas as 
necessidades nutricionais de um animal de forma equilibrada, sem o uso de outro alimento, com 
exceção da água. 
Ração é todo alimento consumido pelo animal no período de 24 horas, inculsive a água. 
Na exploração zootécnica a alimentação dos animais representa de 60 a 80% do custo de 
produção. Portanto, o conhecimento do potencial nutricional de cada alimento, bem como suas 
limitações de uso são muito importantes para se ter uma exploração zootécnica com o máximo de 
lucratividade. É importante ressaltar ainda que nenhum alimento isoladamente é capaz de fornecer 
todos os nutrientes essenciais a todas as fases da vida do animal. 
Nesta disciplina iremos estudar apenas os alimentos concentrados visto que os alimentos 
volumosos foram objeto de estudo da disciplina forragicultura. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS 
Para facilitar o estudo dos alimentos vamos classificá-los, segundo a sua composição e valor 
nutritivo. Como todo sistema de classificação este também esta sujeito a críticas, todavia é ainda o 
sistema de classificação que melhor se adapta ao uso dos alimentos na nutrição animal. 
1. Alimentos volumosos: como o próprio nome indica são alimentos com baixa concentração 
de nutrientes e em geral usados para animais com aparelho digestivo com grande capacidade como é o 
caso de ruminantes e herbívoros já que o animal terá de ingerir uma grande quantidade de alimento 
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para satisfazer suas necessidades nutricionais. São alimentos volumosos aqueles que tem mais de 18% 
de fibra bruta e/ou mais de 25% de água. 
1.1. Alimentos volumosos aquosos: são aqueles que contém mais de 25% de água. 
Exemplos: Forragem verdes, silagems, raízes, tubérculos, frutos, etc. 
1.2.Alimentos volumosos secos: são aqueles que têm menos de 25% de água e 
portanto mais de 18% de fibra bruta. Exemplos: fenos, palhadas ou restos de culturas ( soja, 
arroz, milho, trigo, etc). 
2. Alimentos concentrados: como o próprio nome indica são alimentos com alta concentração 
de nutrientes, e em geral usados preferencialmente para animais monogástricos que são mais eficientes 
na sua utilização. Os alimentos concentrados são aqueles que têm menos de 18% de fibra bruta e 
menos de 25% de água. Eles por sua vez se dividem em dois grupos dependendo do seu conteúdo de 
proteína. 
2.1. Alimentos concentrados energéticos: são alimentos concentrados com menos 
de 18% de PB. São usados na alimentação animal principalmente como fonte de energia por 
serem ricos em carboidratos solúveis e/ou gordura. Exemplo: Grãos de cereais (milho, 
sorgo, trigo, aveia), gorduras, açucares, etc. 
2.2.Alimentos concentrados protéicos: são alimentos concentrados com mais de 
18% de PB. São usados na alimentação animal principalmente como fonte de proteína. 
Dependendo da origem da proteína eles são divididos em dois grupos. 
2.2.1. Origem vegetal: são geralmente subprodutos da extração de óleo das 
sementes de plantas oleaginosas (ex. farelo de soja, de algodão, de amendoim, etc.) 
ou da extração do amido de sementes de cereais (gluten de milho, de arroz, de trigo, 
etc). 
2.2.2. Origem animal: são geralmente subprodutos do abate ou processamento de 
animais ou seus produtos. Ex. Farinha de carne, de vísceras, de peixe, Leite em pó, 
ovo em pó, etc. 
3. Fontes de minerais: alimentos que são basicamente fontes de minerais. Ex. Fosfato 
bicálcico (Ca e P), Calcário (Ca), Sal (Na e Cl), etc. 
4. Fontes de vitaminas: são alimentos que servem como fontes de vitaminas. Ex. Cloreto de 
colina, Mononitrato de Tiamina, Pantotenato de Cálcio, etc. 
5. Fontes de aminoácidos: são alimentos que servem como fontes de amino ácidos. Ex. 
Monocloridrato de lisina, Triptosina, DL- Metionina, MHA, etc. 
 
TOXINAS DOS ALIMENTOS 
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Alguns alimentos têm na sua composição compostos que influenciam a expressão do seu 
potencial nutritivo, isto é, embora um alimento pareça de excelente valor nutricional quando fornecido 
aos animais este não se expressa num desempenho de alto nível pelo animal. Os compostos que de 
alguma forma interferem na expressão do valor nutritivo do alimento e consequentemente do 
metabolismo do animal são denominados TOXINAS. 
Quanto a sua origem as toxinas são classificadas em dois grandes grupos: 
TOXINAS ENDÓGENAS: como o próprio nome indica são as toxinas que fazem parte do 
alimento, ou seja, elas são um constituinte natural do alimento. Normalmente este compostos são 
produzidos pelas plantas ou animais com uma finalidade específica, dentro do ecossistema dos 
mesmos. De acordo com sua estrutura química estes compostos são classificados como: 
1. Protéicos: inibidores de tripsina - presentes no grão de soja Hemaglutininas – presentes nas 
leguminosas Anti-vitamínicos – tiaminases – presentes em peixes crus. 
2. Glicosídeos: compostos bociogênicos – presentes nas plantas da família das crucíferas 
(repolho, nabo) compostos cianogênicos – presentes na mandioca – linamarina oligossacarídeos – 
presentes no grão de soja – rafinose, estaquiose 
3. Fenólicos: gossipol - presente no farelo de algodão taninos – presente no grão de sorgo 
4. Outros: antimetais – ácido fítico, ácido oxálico, etc. 
TOXINAS EXÓGENAS: como o próprio nome indica são toxinas que não fazem parte da 
composição normal do alimento e estão presentes em geral devido a alguma fonte de contaminação 
externa. Exemplos: 
1. MICOTOXINAS: toxinas produzidas por fungos que crescem no alimento. Aflatoxina, 
ocratoxina, citrina, zealenorona, fumosina, etc. 
2. PESTICIDAS: inseticidas, fungicidas, herbicidas, etc. 
 
FATORES QUE AFETAM O VALOR NUTRITIVO DOS ALIMENTOS 
Embora hoje em dia já se conhece relativamente bem a composição média dos principais 
alimentos utilizados na alimentação humana e animal, sabe-se que é muito difícil se conseguir duas 
partidas consecutivas de um alimento com composição química idêntica. Mais difícil ainda é se 
conseguir duas repostas de desempenho similares de animais alimentados com diferentes partidas de 
um mesmo alimento. Isto se deve ao fato de que vários fatores agem influenciandoo valor nutritivo 
dos alimentos. Dentre outros podemos citar: 
1. PRESENÇA DE TOXINAS: as vezes um alimento com um valor nutritivo potencial muito 
grande, quando fornecido para o animal resulta num desempenho muito inferior ao esperado. Uma das 
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possíveis explicações para tal observação é a presença de toxinas no alimento. Um exemplo muito 
claro desta situação é o uso de grão de soja cru na alimentação de monogástricos. Embora o grão de 
soja seja um alimento com um potencial nutricional enorme, quando fornecido cru para monogástricos 
sempre produz resultados de desempenho medíocres, principalmente em animais jovens. Uma vez 
submetido a tratamento térmico os resultados são excelentes. O grão de soja cru tem uma série de 
toxinas endógenas que são destruídas pelo calor. 
2. COMPOSIÇÃO DA MATÉRIA PRIMA: no caso de alimentos que são subprodutos do 
processamento de algum outro produto, a composição final do alimento e consequentemente seu valor 
nutritivo será influenciado pela qualidade da matéria prima que irá dar origem ao alimento. Por 
exemplo, uma farinha de peixe que é produzida com resíduos da indústria de conserva de pescado terá 
uma grande variação na sua composição química dependendo de que tipo de resíduos são empregados 
na sua fabricação, bem como da quantidade de peixe integral impróprio para processamento que é 
misturada aos resíduos. Quanto mais peixe integral e menos escamas, barbatanas, espinhas, etc. entrar 
na composição do produto final melhor a qualidade do produto. 
Com os alimentos de origem vegetal, em função das alterações nutricionais produzidas pela 
seleção e melhoramento genético, principalmente as resultantes de programas de melhoramento que 
envolvem técnicas de biotecnologia, a variedade da planta sendo usada pode alterar o valor nutritivo de 
um alimento. Hoje, já é possível afirmar que logo teremos variedades de plantas sendo cultivadas com 
finalidade específica de uso na alimentação de determinada espécie animal, em função de necessidades 
nutricionais específicas desta. 
3. PROCESSAMENTO: existem várias formas de processar o alimento antes de Incorporá-lo a 
alimentação que influenciam o seu valor nutritivo, tais como: 
3.1 Tratamento térmico: o uso de calor no processamento de alimentos é uma faca de dois 
gumes. Para certos alimentos um aquecimento moderado pode melhorar o valor nutritivo do alimento 
por aumentar a digestibilidade do amido e proteínas, ao mesmo tempo em que elimina toxinas. Por 
outro lado, um aquecimento excessivo pode reduzir o valor nutritivo por reduzir a digestibilidade de 
proteínas e destruir aminoácidos e vitaminas. No uso de tratamento térmico deve-se sempre ter em 
mente que a exposição de um alimento a altas temperaturas na presença de umidade é sempre menos 
prejudicial ao alimento que o calor seco. 
3.2. Moagem: a moagem ou redução dos tamanhos de partículas dos alimentos pode melhorar 
o valor nutritivo do alimento, principalmente para os animais que não conseguem mastigar bem os 
alimentos. Por aumentar a área de ação das enzimas digestivas a moagem pode melhorar o 
aproveitamento do alimento e consequentemente seu valor nutritivo pelo aumento da eficiência da 
digestão e absorção dos nutrientes. Para cada espécie animal existe uma granulometria ideal do 
alimento que resulta em melhor desempenho. A moagem muito fina, embora a princípio para ser a 
melhor solução, nem sempre é verdadeira. Neste caso, além de produzir muito pó que pode causar 
problemas respiratórios, ela tende a reduzir o consumo do alimento por influenciar na textura do 
mesmo e ainda dificultar a sua ingestão. Sempre que possível a moagem de um alimento, 
principalmente dos grãos deve-se realizar-se o mais próximo possível do seu uso na alimentação do 
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animal, pois ao romper a integridade das células das plantas a moagem expõe nutrientes a ação de 
agentes (oxigênio, luz, minerais, etc.) que podem destruí-los, bem como ela dificulta o transporte e 
armazenagem do alimento dentro da fábrica de alimento balanceado. 
3.3. Peletização: é o processo inverso ao da moagem. Neste processamento o alimento que se 
encontra na forma moída de farelo ou pó passa por um processo de prensagem ou aglomeração, 
associada a exposição ao calor reagrupando as partículas moídas em pedaços maiores. A peletização 
melhora o valor nutritivo do alimento pois antes de ser peletizado o alimento é exposto a calor e como 
já vimos no item 3.1 acima este pode melhorar o valor nutritivo do alimento. Além disso, a prensagem 
do alimento aumenta a sua densidade e consequentemen- te o animal consegue consumir mais 
alimento em menor espaço de tempo gastando menos energia para se alimentar e consequentemente 
sobrando mais energia líquida para a manutenção e produção animal. Outro ponto positivo da 
peletização é que normalmente ela resulta em menos perda de alimento no momento da apreensão pelo 
animal, bem como evita que o animal segregue o alimento ao consumí-lo, provocando um 
desbalanceamento do alimento ingerido. 
3.4. Extrusão: é um processamento a que é submetido o alimento que consiste da exposição do 
mesmo a alta temperatura, pressão, força de arraste, por curto período de tempo, seguidos de uma 
mudança brusca de pressão. Esta associação de fatores físicos, químicos e mecânicos a que é exposto o 
alimento provoca alterações físicas e químicas no mesmo tornando-o muito mais digestível para o 
animal. A extrusão pode ser considerada como uma pré-digestão do alimento para o animal. A 
extrusão é muito eficiente para melhorar o valor nutritivo de alimentos de origem vegetal, visto que 
neles os nutrientes se encontram no interior da célula que está envolvida por uma camada de material 
de baixa digestibilidade (celulose, hemicelulose, lignina) dificultando o acesso das enzimas digestivas 
aos mesmos. A extrusão provoca o rompimento da parede celular expondo os nutrientes a ação de 
enzimas, bem como altera a estrutura física e química de carboidratos complexos como o amido, 
facilitando a sua digestão, principalmente em animais jovens e carnívoros que tem baixa capacidade de 
digerir amido cru. O processo de extrusão foi a tecnologia que permitiu o grande desenvolvimento da 
indústria de alimentos secos para animais de estimação no final do século XX. 
 
CAPITULO VI 
ALIMENTOS CONCENTRADOS ENERGÉTICOS 
 
INTRODUÇÃO 
Como o próprio nome indica, são alimentos usados na produção de alimentos balanceados 
principalmente como fonte de energia. São produtos contendo menos de 18% de fibra bruta e menos 
de 18% de proteína. Na maioria dos alimentos balanceados são os alimentos usados em maior 
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quantidade e incluem a maioria dos grãos de cereais e seus subprodutos, as gorduras e óleos de origem 
animal e vegetal e os açúcares. Apresentam as seguintes características nutritivas gerais: 
* Ricos em carboidratos e/ou gorduras. 
* Fornecem muita energia por unidade de peso. 
* Possuem baixo teor de fibra 
* A qualidade da proteína é variável, porém geralmente baixa - deficiente em lisina. 
* São médios em fósforo e baixos em cálcio. 
 
1. MILHO EM GRÃO É o concentrado energético mais empregado na alimentação animal 
sendo praticamente impossível encontrar um alimento balanceado que não o contenha na sua 
formulação ou um dos seus subprodutos. É também um dos cereais mais cultivados no mundo com 
cerca de 600 milhões de toneladas produzidas por ano. O milho é considerado o reidos cereais, devido 
ao seu alto valor nutritivo, alta produtividade e o excelente desempenho animal obtido com seu uso, 
sendo portanto o cereal que serve de parâmetro para a comparação nutritiva de outros cereais. O único 
cereal que tem condições de competir com o milho na alimentação animal é o grão de trigo. 
O alto valor energético do milho deve-se ao seu elevado teor de amido (70-80%) de alta 
digestibilidade, associado ao teor de 4% de óleo e ao baixo teor de fibra bruta (2%) e matéria mineral 
(1,2%). O óleo de milho é rico em ácidos graxos insaturados, principalmente o ácido graxo essencial - 
linoleico (50%), sendo assim os alimentos balanceados a base de milho dificilmente deficientes em 
AGE. 
O milho é relativamente pobre em proteína (8 a 9%) e ela é de baixo valor biológico em função 
da deficiência de dois aminoácidos essenciais - lisina e triptofano. Na década de 60 foi desenvolvido 
uma variedade de milho denominada OPACO - 2 que se caracterizava por apresentar uma proteína de 
melhor valor biológico, com o dobro do teor de lisina e triptofano do milho hibrido comum. Do ponto 
de vista nutricional isto foi um grande avanço da ciência agronômica. Todavia, problemas de 
produtividade e susceptibilidade a pragas durante o armazenamento a inviabilizaram do ponto de vista 
comercial. 
Além dos nutrientes citados acima o milho contém pigmentos - ZEAXANTINA E 
CRIPTOXANTINA que são importantes agentes pigmentantes da pele das galinhas e da gema do ovo, 
sendo um importante componente do grão de milho nas regiões onde a pigmentação da pele das aves e 
da gema do ovo são importantes do ponto de vista comercial. Existem variedades de milho sem 
pigmentos o chamado milho branco que é mais usado na alimentação humana. Sua composição 
química é semelhante a do milho amarelo, exceto pela ausência dos pigmentos. O milho não tem 
nenhuma toxina endógena, sendo porém passível de contaminação com pesticidas e micotoxinas. A 
ocorrência de micotoxinas é mais frequente quando durante o cultivo a planta passa por situações de 
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estresse, principalmente hídrico ou de temperatura ou quando o grão é armazenado em condições 
impróprias. 
O milho é fornecido aos animais geralmente moído. Ele é armazenado na forma de grão e 
somente é moído pouco antes de sua incorporação a mistura de alimento balanceado. Na forma de 
grão, além de conservar melhor seu valor nutritivo o milho é mais facilmente armazenado, 
transportado e manuseado que após a moagem. É um alimento de uso praticamente irrestrito para a 
maior parte dos animais. Excessão são os carnívoros (cães e gatos) e os mamíferos jovens, 
principalmente se desmamados precocemente que não conseguem digerí-lo bem na forma crua. O 
tratamento térmico do milho moído, principalmente na presença de umidade elimina este problema. Os 
herbívoros também podem ter problema no seu uso se consumirem grandes quantidade de milho cru de 
uma vez. O tratamento térmico também melhora o seu uso neste caso. 
Na realidade o problema acima descrito para carnívoros, mamíferos jovens e herbívoros não é 
exclusivo do milho mais sim dos alimentos ricos em amido. Todos estes alimentos se não devidamente 
processados devem ser usados com parcimônia para estes animais. Estes animais tem uma capacidade 
limitada de digestão do amido cru por deficiência fisiológica ou anatômica no intestino delgado. O 
problema advém, portanto, da passagem de grande quantidade de amido cru para o intestino grosso, 
onde a maior concentração de microorganismos provoca uma fermentação rápida do amido produzindo 
ácido lático, com consequente queda do pH intestinal, alteração da fauna e flora que pode resultar em 
diarréia e cólicas. O tratamento térmico do amido praticamente elimina este problema pois facilita a 
digestão do amido no intestino delgado chegando muito pouco amido cru ao intestino grosso. 
1.1. MILHO DESINTEGRADO COM PALHA E SABUGO - Também 
popularmente conhecido como rolão de milho ou MDPS. É um alimento mais encontrado nas 
pequenas fazendas ou propriedades rurais. Este alimento é na realidade a espiga integral do 
milho moída com palha e sabugo. Por conter a palha e sabugo que são ricos em fibra bruta seu 
teor de fibra (6 a7%) é bem maior que o do grão de milho e o de proteína menor (7 a 7,5%). O 
maior teor de FB reduz o seu valor energético devendo-se evitar o seu uso nos alimentos 
balanceados para animais que exigem alta energia como frangos de corte, engorda de suínos, 
etc. É todavia, um excelente alimento para herbívoros e ruminantes e mesmo para 
reprodutores e matrizes de monogástricos onde deseja-se evitar o consumo excessivo de 
energia para controle da obesidade que pode influenciar o desempenho reprodutivo dos 
animais. 
 
2. SORGO EM GRÃO É um cereal muito usado como alternativa ao milho na alimentação 
animal por apresentar um composição nutricional próxima a do milho. Do ponto de vista agronômico é 
uma planta mais resistente a falta de água durante o seu cultivo e também tem uma menor 
produtividade que o milho. A sua maior resistência à seca faz do sorgo a cultura de cereais preferencial 
para as regiões de clima semi-árido, sendo muito cultivado no norte da África, sudoeste dos EUA e 
norte do México. No Brasil seria uma boa opção de cultivo para o nordeste e também vem sendo muito 
utilizado como segunda cultura de verão na região sul e centro oeste do Brasil. 
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A composição proximal do grão de sorgo é muito semelhante a do grão de milho. O sorgo tem 
entre 9 e 12% de PB, 3% de gordura, 2,5% de FB, 2% de cinzas e cerca de 70 a 75% de amido. A 
proteína do sorgo é de pior qualidade que a do milho contendo cerca de 15% menos de 2.metionina, e 
é deficiente em lisina e treonina. O teor de ácido linoleico na gordura do sorgo embora alto cerca de 
40% é inferior ao do milho. Embora o teor de amido do sorgo seja alto, ele é o amido de mais difícil 
digestão em relação aos cereais mais usados na alimentação animal. Embora semelhante ao milho na 
composição proximal o sorgo tem valor nutritivo inferior ao do milho devido as diferenças acima 
citadas. Além disso o grão de sorgo praticamente não tem pigmentos carotenóides. 
O grão de sorgo contém uma toxina endógena o TANINO. O teor de tanino varia entre as 
diversas variedades de sorgo podendo chegar a ter até 2% de tanino. Do ponto de vista nutricional as 
variedades de sorgo são classificadas de acordo com o seu teor de tanino em baixo tanino variedades 
com até 0.4%, médio tanino de 0,5 a1,2% e alto tanino acima de 1,2%. As variedades mais 
recomendadas para uso na alimentação animal são as de baixo tanino. A medida que o teor de tanino 
aumenta o valor nutricional do sorgo diminui pois o tanino interfere com a digestão e absorção de 
proteínas e carboidratos reduzindo o valor energético do sorgo. 
O teor de tanino no sorgo não é influenciado pelo processamento térmico do grão. Todavia, 
pode-se reduzir em parte a toxidez do tanino na alimentação de monogástricos pelo aumento dos níveis 
de doadores de grupo metila (colina e metionina) na ração. No intestino o tanino é hidrolizado a ácido 
gálico que é parcialmente eliminado como 4-O-metil ácido gálico, reduzindo seu efeito tóxico. 
O grão de sorgo por ser uma semente menor e mais dura que o grão de milho deve ser 
fornecido ao animal após a moagem, sendo válido neste caso as mesmas recomendações feitas sobre a 
moagem do milho. Na moagem, por ter um menor teor de gordura, o grão de sorgo produz mais pó 
devendo-se ter cuidado para se evitar muita perda durante este processo. 
Por ter uma composição proximal semelhante a do milho, principalmenteno que diz respeito ao 
teor de amido, as mesmas restrições e recomendações feitas para o milho devem ser observadas no uso 
do sorgo na alimentação animal. Deve-se levar em consideração ainda que o amido do sorgo é de mais 
difícil digestão que o do milho. 
 
3. RASPA DE MANDIOCA - É conhecido como raspa de mandioca o produto da raiz de 
mandioca picada ou moída e desidratada. Existem dois tipos de raspa de mandioca no mercado: a raspa 
integral produzida com a raiz inteira e a raspa residual produzida com os subprodutos da produção de 
amido (o amido das raízes e tubérculos é conhecido como fécula) e farinha de mandioca. Portanto, a 
raspa integral é um produto mais rico em energia e de melhor qualidade (menos fibra) que a raspa 
residual. 
A raspa de mandioca é basicamente uma fonte de energia já que a sua composição é quase 
somente de amido, sendo a quantidade dos outros nutrientes como PB, gordura e minerais 
desprezíveis. Já na raspa residual onde a maior parte do amido foi retirado ocorre uma elevação no teor 
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de fibra bruta que reduz ainda mais seu valor nutritivo. A raspa de mandioca também é totalmente 
desprovida de pigmentos carotenóides. 
Portanto, o uso de raspa de mandioca na alimentação animal implica no uso de maiores 
quantidades de fontes de proteínas e gordura no balanceamento do alimento. Rações a base de raspa de 
mandioca se não suplementadas com fontes de AGE resulta em deficiências nutricionais típicas da 
falta de AGE. Assim, somente é viável o uso de raspa de mandioca na formulação de alimentos 
balanceados se a diferença de preço em relação a outras fontes de energia compensar o aumento de 
custo resultante do uso de outros nutrientes para compensar as deficiências nutricionais da raspa. Com 
o uso de formulação de mínimo custo este é hoje em dia um problema de fácil solução, já que o 
computador informa a que preço a raspa de mandioca interessa para ser incluída em determinado 
alimento balanceado. 
Embora a raiz e a parte aérea da mandioca “in natura” tem uma toxina endógena a 
LINAMARINA que é uma toxina do grupo glicosídico e que libera ácido cinanídrico, a raspa é 
desprovida desta toxina já que ela é autodestruída pela planta ou raiz após a colheita ou corte da planta. 
As próprias células da mandioca tem as enzimas necessárias à destruição da toxina. Além disso esta 
toxina é muito sensível ao calor sendo destruída pelo processo de desidratação da raiz seja ao sol ou 
em fornos. 
Para animais de pequeno porte e para sua inclusão em alimentos balanceados a raspa tem que 
ser moída. Devido ao seu baixo teor de gordura a raspa moída tende a se transformar num pó muito 
fino que pode prejudicar o consumo pelos animais. Este problema pode ser contornado pelo uso da 
peletização do alimento balanceado. A raspa de mandioca inclusive auxiliar na manutenção da 
integridade do pellet, sendo mesmo muitas vezes usada como elemento agregante em alimentos 
peletizados. No caso do uso da raspa como um suplemento energético na alimentação de animais de 
porte maior ela pode ser apenas triturada, reduzindo-se os problemas oriundos da moagem. 
O grande potencial o uso de raspa de mandioca na alimentação animal advém da sua enorme 
capacidade produtiva bem como de sua rusticidade. A mandioca é a planta que tem o maior potencial 
de produção de energia por hectare ano de todos os alimentos concentrados cultivados. Além disso, a 
parte aérea da planta é um excelente volumoso para uso na alimentação de herbívoros e ruminantes. 
No Brasil como a mandioca normalmente é colhida no período seco do ano, ela é uma excelente forma 
de se conservar um alimento naturalmente para os períodos de menor disponibilidade de alimento nas 
fazendas. 
 
4. GRÃO DE TRIGO - O grão de trigo é o único cereal que rivaliza com o milho tanto em 
volume produzido anualmente no mundo como em valor nutritivo. Ele é um pouco mais rico que o 
milho em PB com 11% (deficiente em lisina) e contém menos gordura cerca de 2% e não contém 
pigmentos. O grão de trigo pode ser utilizado na alimentação animal em substituição ao milho para 
praticamente todas as espécies animal sem perda de desempenho. Por ser uma cultura de clima 
temperado é bastante utilizado na alimentação animal nos países do hemisfério norte e na Austrália. 
No Brasil é importado em grandes quantidades para o consumo humano e o preço do grão inviabiliza o 
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seu uso na alimentação animal. Esporadicamente alguns lotes de grão impróprios para consumo 
humano são destinados a alimentação animal no Brasil. São frequentemente usados na alimentação 
animal no Brasil alguns subprodutos do trigo como veremos a seguir. 
4.1. TRIGUILHO - É conhecido como triguilho o subproduto do processo de seleção 
e classificação do grão de trigo após a colheita, antes dele ser encaminhado aos moinhos 
para a produção de farinha de trigo. O triguilho constitui-se dos grãos quebrados, mal 
formados, chochos, etc. Ele tem cerca de 14-15% de PB e de 4% de FB, sendo sua 
composição bastante variável em função da qualidade do material que lhe dá origem. 
Evidentemente o triguilho é um alimento nutricionalmente menos nobre que o grão de trigo 
e na alimentação de aves e suínos pode substituir somente parte (30 a 50%) do milho nos 
alimentos balanceados completos. Já na alimentação de herbívoros e ruminantes ele pode 
substituir todo o milho sem maiores problemas. No Brasil o triguilho é um produto de oferta 
limitada, sendo mais comum o seu uso pelas indústrias e criadores das áreas próximas as 
regiões onde se cultiva o trigo. 
4.2. FARELO DE TRIGO - Consiste principalmente das camadas mais externas do 
grão (tegumento, aleurona, algum gérmen e resíduos de amido) retiradas no processamento 
do grão para a produção da farinha de trigo para consumo humano. É o subproduto do trigo 
de maior uso na alimentação animal no Brasil, sendo seu uso relativamente bem distribuído 
uma vez que os moinhos de trigo se encontram instalados em praticamente todas as regiões 
do país. 
Contém entre 14-16% de PB (deficiente em lisina), cerca e 3% de gordura, teor este que varia 
em função da quantidade de gérmen incluída no farelo), e de 8 a 10% de FB. O farelo de trigo é rico 
em fósforo (1,2%) sendo que a maior parte do fósforo esta complexado com o ácido fítico e portanto 
indisponível para os monogástricos, a menos que o animal receba suplementação exógena da enzima 
fitase e pobre em cálcio (0,13%). Devido ao seu nível de FB e menor teor de gordura o farelo de trigo 
é menos energético que o milho e a maioria dos grãos de cereais, não devendo portanto ser usado em 
alimentos balanceados para animais que necessitam de alimentos com alta densidade energética como 
frangos de corte, suínos em crescimento/terminação, poedeiras em pico de postura, etc. sob risco de 
prejudicar o desempenho. Por outro lado é muito empregado na formulação de alimentos balanceados 
para herbívoros e ruminantes, bem como na alimentação de fêmeas gestantes e para animais onde se 
deseja um controle da obesidade. 
Os herbívoros e ruminantes fazem um bom uso da FB como fonte de energia. No caso de 
gestantes além de reduzir o valor energético da dieta evitando a obesidade, a FB funciona como 
laxante evitando os problemas de constipação e chances de aborto principalmente ao final da gestação 
por melhorar o trânsito intestinal. 
Um problema do uso de farelo de trigo na alimentação de herbívoros é o desequilíbrio na 
relação Ca:P. Enquanto a maioria dos animais necessitam na sua alimentação de uma relação Ca:P de 
2:1 esta relação no farelo de trigo é de 1: 10. Este desequilíbrio podecausar problemas de 
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desenvolvimento ósseo como a osteodistrofia fibrosa (cara inchada) nos equinos se o problema na 
relação Ca:P não for resolvido pela suplementação de cálcio no alimento. 
 
5. GRÃO DE ARROZ - É o terceiro cereal mais produzido no mundo com uma safra anual de 
cerca de 400 milhões de toneladas. Assim como o grão de trigo o de arroz tem um grande potencial de 
uso na alimentação animal. Todavia a tradição de uso do arroz na alimentação humana o torna muito 
caro para uso na alimentação animal. O grão de arroz com casca tem cerca de 7% de PB (deficiente em 
lisina) e 10% de FB. Após a remoção da casca o teor protéico sob para cerca de 8% e o teor de FB cai 
para menos de 2%. O grão de arroz sem casca torna-se portanto um excelente alimento, pois o amido 
do arroz é um dos amidos de mais fácil digestão pelos animais. 
5.1. QUIRERA DE ARROZ - É um dos subprodutos do processamento do grão de 
arroz para consumo humano, constituindo-se de pequenos fragmentos do grão separados 
durante o processo de polimento e classificação do arroz para consumo humano. Do ponto de 
vista nutricional a quirera de arroz é tão boa ou até melhor que o grão de arroz polido, já que 
incorpora parte do gérmen que se separa do grão. Todavia, devido ao seu visual de grão 
quebrado tem pouca aceitação para o consumo humano sendo principalmente usada para fins 
industriais ou na alimentação animal. 
A quirera tem cerca de 8 a 9% de PB, 2% de gordura e 1% de FB. Assim o principal 
componente da quirera é o amido que é de alta digestibilidade e palatabilidade sendo portanto um 
alimento com alto valor energético se aproximando muito do valor energético do grão de milho 
podendo substituí-lo parcialmente na alimentação de aves e suínos. Níveis altos, acima de 20 a 30 % 
de inclusão na dieta de aves e suínos produz fezes mais moles e úmidas devendo portanto serem 
evitados. Devido a alta digestibilidade do amido, principalmente após o processo de extrusão a quirera 
tem sido muito usada em dietas de carnívoros jovens. 
5.2. FARELO DE ARROZ É o principal subproduto do processo de polimento do grão 
de arroz para consumo humano e assim como o farelo de trigo constituído das camadas mais 
externas que envolvem o grão de arroz. O farelo de arroz integral, isto é, como ele é removido 
do grão contém cerca de 13% de PB, 13 a 15% de gordura e cerca de 4% a 6% de FB, sendo 
pobre em cálcio e rico em fósforo (ligado ao ácido fítico) e em vitaminas do complexo B 
principalmente tiamina, riboflavina e niacina. 
O farelo de arroz integral ou gordo como também é conhecido é de difícil conservação visto 
que o grão tem uma enzima lipolítica que se ativa quando o farelo é separado do grão provocando 
uma rápida rancificação da gordura e elevação do teor de ácidos graxos livres, reduzindo 
sensivelmente seu valor nutritivo e palatabilidade. O óleo de arroz é muito insaturado e de difícil 
conservação quando misturado ao farelo. Assim, o mais comum é a extração do óleo logo após a 
produção do farelo resultando no farelo de arroz desengordurado (FAD) que é a forma mais 
encontrada no comércio para uso na alimentação animal. 
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O FAD tem cerca de 15 a 16% de PB, 10 a 12% de FB e 8 a 10% de cinzas constituída 
principalmente de sílica. Como pode-se notar a composição proximal do FAD é muito semelhante a do 
farelo de trigo. Portanto, o FAD pode ser usado na alimentação com as mesmas recomendações feitas 
para o farelo de trigo. Uma ligeira diferença entre o FAD e o farelo de trigo é a solubilidade da 
proteína no rúmen que é menor no FAD, sendo este ingrediente então usado preferencialmente na 
alimentação de ruminantes em relação ao farelo de trigo. 
Ao se usar o FAD deve-se ficar atento ao teor de FB do mesmo visto que a casca de arroz 
moída é muito parecida com o FAD e as vezes ela é incorporada de forma fraudulenta ao FAD 
reduzindo o seu valor nutritivo. 
 
6. CEVADA, CENTEIO E AVEIA - Estes três cereais têm características nutritivas e 
agronômicas bem semelhantes e portanto serão abordados de forma conjunta. São cereais de clima 
temperado e portanto pouco cultivados e empregados na alimentação animal no Brasil. Em relação ao 
milho estes cereais tem mais PB (11 a 14%), menor teor de gordura (2%) e maior teor de FB (6 a 
10%). Têm também na sua composição carboidratos complexos os chamados beta-glucanos que são 
polímeros de xilose, manose, glicose e galactose que não são digeridos pelos monogástricos, a menos 
que se faça a suplementação com enzimas exógenas como a Beta-glucanase extraída de fungos. 
Atualmente já existem várias misturas de complexos enzimáticos disponíveis para uso na alimentação 
de monogástricos o que tem tornado mais popular o uso destes cereais nos alimentos concentrados 
para aves e suínos. Devido ao seu maior teor de FB, menor teor de gordura e a presença dos beta-
glucanos não se recomenda a inclusão de níveis elevados destes cereais em alimentos balanceados de 
alta densidade nutricional. 
Devido ao maior teor de FB estes cereais foram usados durante muito tempo como principal 
fonte de alimento concentrado para herbívoros (equinos e coelhos) por não causar os problemas 
digestivos resultantes do uso de milho na alimentação destes animais. É o que se chamava no passado 
de sobrecarga de carboidratos, que provocava diarréia, cólicas, etc. Hoje, através de um balanceamento 
adequado do alimento pode-se dispensar o uso destes cereais principalmente na alimentação de 
equinos. O amido da aveia em particular é mais facilmente digerido no intestino delgado de equinos 
sendo portanto mais uma razão para no passado, este cereal ser o escolhido para a alimentação deles, 
visto que com isto menos carboidrato solúvel chegada ao cólon e cecos não ocorrendo a sobrecarga de 
carboidratos. 
 
7. MELAÇO DE CANA - É o subproduto do processamento da cana de açúcar para a 
fabricação de açúcar, constituindo-se principalmente dos açúcares redutores (glicose e frutose) e uma 
parte da sacarose que não se cristalizou ou não conseguir ser separada do mel. É um produto xaroposo 
de cor escura, que contém cerca de 20 a 25% de água e também tem uma alta concentração de minerais 
(7 a 9%), principalmente K, Ca, Mg e Fe. No passado quando havia abundância de melaço e este não 
era usado para a produção de álcool combustível ele foi muito utilizado na alimentação animal, 
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principalmente de ruminantes na forma de mistura de melaço com uréia. Hoje em dia ele somente é 
empregado em algumas rações especiais devido a sua boa palatabilidade, sendo o seu preço elevado o 
principal limitador do seu uso na alimentação animal. 
O uso de melaço nos alimentos concentrados apresenta alguns problemas. O primeiro deles é a 
dificuldade de incorporação e mistura do material xaroposo com alimentos concentrados secos. A 
melhor forma de incorporá-lo as misturas é aquecendo o produto para aumentar a sua fluidez e aplicá-
lo no misturador sob a forma de spray. Outro problema é o teor de água. Se usar níveis altos de melaço 
na mistura irá ocorrer uma elevação da umidade do concentrado dificultando a sua conservação. Outro 
problema é o alto nível de minerais, principalmente o potássio que pode provocar diarréia nos animais 
se consumido em grandes quantidades. No caso de ruminantes se consumido em grandes quantidades 
provoca alteração na população de microorganismos no rúmen que influenciam de forma negativa a 
digestão da FB. 
Poroutro lado ele tem como pontos positivos a alta digestilidade uma vez que é composto 
principalmente de açúcares simples de fácil digestão e absorção. A principal finalidade do uso de 
melaço na alimentação de equinos e bovinos hoje em dia é para melhorar a palatabilidade das rações 
não só pelo cheiro agradável, mas também pelo sabor adocicado que imprime aos alimentos. O uso de 
melaço também reduz a produção de poeira dentro da fábrica de alimento balanceado, pois o mesmo 
funciona como agregante de partículas finas, ajudando ainda na melhora da qualidade dos pellets se 
usado em no máximo até 3% da matéria seca do alimento. A adição de níveis mais altos de melaço 
passa a comprometer a qualidade dos pellets. 
Na alimentação de ruminantes e herbívoros o melaço também é muito empregado para 
melhorar o consumo de volumoso de baixa qualidade. O melaço, as vezes diluído em água é colocado 
por cima do volumoso no cocho e com isto melhora a aceitação e consumo de matéria seca do 
volumoso melhorando o desempenho animal. 
 
8. AÇÚCAR DE CANA – SACAROSE - É o principal subproduto do processamento da cana 
de açúcar. Para os animais que tem boa capacidade de digerir a sacarose ela é uma excelente fonte de 
energia. Devido ao seu alto preço e uso na alimentação humana o açúcar de cana não é empregado em 
grandes quantidades na alimentação animal, exceto quando existe uma super oferta do produto no 
mundo. Embora seja uma fonte importante de energia na alimentação animal a sacarose é usada 
principalmente como forma de melhorar a palatabilidade dos alimentos balanceados pois a grande 
maioria dos animais aceitam muito bem o sabor adocicado que ela produz. Alguns animais como os 
carnívoros, as aves, tem uma capacidade limitada de digerir sacarose e como no caso do melaço se 
fornecida em grande quantidades a ruminantes pode interferir com a fisiologia e digestão de FB no 
rúmen. O açúcar é usado nas rações pré-iniciais de leitões e mamíferos em geral para auxiliar na 
transição do consumo do leite para alimentos secos. Como palatabilizante é usada também nos 
alimentos balanceados de cães e equinos, em substituição ao melaço. Nestes casos o nível de inclusão 
no alimento é da ordem de 3 a 5%. Nos alimentos semi-úmidos o açúcar além de funcionar como 
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palatabilizante tem também função de umectante e conservante por auxiliar a reduzir a atividade da 
água, sendo nestes casos usados em níveis de 6 a 8%. 
 
9. GORDURAS E ÓLEOS ANIMAL E VEGETAL 
Os óleos e gorduras são os alimentos concentrados mais energéticos que existem pois contém 
cerca de 2,25 vezes mais energia que os carboidratos e proteínas. Iremos fazer apenas uma ligeira 
menção a eles já que serão objeto de estudo mais detalhados nesta disciplina quando discutirmos 
metabolismo de lipídios. A maior parte das gorduras usadas na alimentação animal é subproduto do 
processamento de plantas oleaginosas ou de carcaça de animais, pois os óleos e gorduras tem outras 
aplicações industriais e na alimentação humana que as tornam caras para uso na alimentação animal. 
Além de fonte de energia os lipídios também são fontes de AGE, principalmente os óleos de origem 
vegetal. Os óleos por serem insaturados são melhor digeridos e absorvidos que as gorduras saturadas. 
Os lipídios também são importantes para a absorção das vitaminas lipossolúveis. 
Na alimentação animal os lipídios são sempre empregados quando se deseja formular um 
alimento com alto valor energético ou densidade nutricional, como é o caso dos animais de alto 
desempenho como frangos de corte, porcas e vacas em lactação. Os lipídios são também muito usados 
para melhorar a palatabilidade de alimentos balanceados principalmente para cães e gatos. Sempre que 
se usar gorduras na alimentação animal deve-se prestar atenção no balanceamento do alimento, pois o 
seu alto valor energético pode provocar um desequilíbrio na relação energia para outros nutrientes. 
Também é importante a inclusão de antioxidantes para se prevenir o processo de rancificação das 
gorduras. 
Por ser um ingrediente pastoso ou líquido os lipídios são difíceis de ser incorporados aos 
alimentos concentrados, sendo necessário no caso das gorduras o pré- aquecimento e o uso de sistema 
de spray para sua incorporação ao alimento. Os lipídios são normalmente incluídos nos alimentos 
concentrados na base de 3 a 5%, pois níveis mais elevados dificultam o processo de mistura. Níveis 
elevados de gordura torna menos eficiente os processos de extrusão e peletização sendo nestes casos 
incorporado ao alimento após estes processos. 
 
CAPITULO VII 
ALIMENTOS CONCENTRADOS PROTÉICOS 
 
INTRODUÇÃO 
São os alimentos concentrados usados na produção de alimentos balanceados principalmente 
como fontes de proteína e aminoácidos. São produtos que contém menos de 18% de FB e mais de 18% 
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de PB. Em termos quantitativos são os alimentos concentrados mais usados, após os energéticos, nos 
alimentos balanceados. São subprodutos da extração de óleo das oleaginosas, do amido dos cereais e 
subprodutos do processamento de alimentos de origem animal. 
 
I. ALIMENTOS CONCENTRADOS PROTÉICOS DE ORIGEM VEGETAL 
1. GRÃO DE SOJA - A proteína do grão de soja constitui hoje em dia a principal fonte de 
proteína de origem vegetal dos alimentos balanceados no mundo. Como o milho é o padrão de 
referência dos concentrados energéticos a proteína da soja é a referência para as fontes protéicas de 
origem vegetal. O grão de soja in natura não é muito utilizado por conter toxinas endógenas e também 
por ser rico em óleo que tem um valor comercial elevado. A principal fonte de proteína de soja na 
alimentação animal é portanto o farelo de soja sobre o qual discutiremos mais no próximo tópico. O 
grão de soja é um alimento muito rico tanto em proteína pois contém de 36 a 38% de PB como em 
energia em função do seu elevado teor de óleo que é de 18 a 22%. A proteína do grão de soja é de 
excelente qualidade, sendo considerada a melhor proteína de origem vegetal. É muito rica em lisina e 
seu aminoácido mais limitante é a metionina. O óleo de soja é muito insaturado e rico em ácido 
linoleico e também ácido linolênico. Cerca de 50% dos ácidos graxos do óleo de soja é AGE. Apesar 
de ser um alimento muito rico o grão de soja é ainda pouco utilizado na alimentação animal pois na 
forma crua ele contém várias toxinas endógenas. Estas toxinas impossibilitam o uso da soja crua na 
alimentação de monogástricos, principalmente de animais jovens, e limitam o seu uso na alimentação 
dos ruminantes. As toxinas endógenas mais comuns na soja crua são os INIBIDORES DE TRIPSINA 
e as HEMAGLUTININAS. Os inibidores de tripsina agem bloqueando a ação desta enzima 
pancreática provocando uma hipertrofia do pâncreas e reduzindo sensivelmente a digestão e absorção 
protéica com queda no desempenho. As hemaglutininas provocam uma reação alérgica no intestino 
reduzindo o tamanho e capacidade de digestão e absorção das vilosidades intestinais podendo provocar 
diarréias em alguns casos, além é evidente de prejudicar o desempenho do animal. Felizmente estas 
toxinas endógenas são do grupo protéico e portanto termolábeis, sendo destruídas pelo tratamento 
térmico. A temperatura e tempo de exposição do grão de soja cru para a eliminação das toxinas 
depende de uma série de fatores como forma do grão (achatado, menos tempo), umidade do grão (grão 
mais úmido necessita menos tempo), tipo de fonte de calor seco ou úmido, etc. Em geral a exposição 
do grão a uma temperatura de 100 graus C por 30 a 45 minutos é suficiente. 
O controle das condições do tratamento térmicosão importantes para se conseguir uma soja de 
boa qualidade, pois o excesso de calor pode provocar a coagulação das proteínas dificultando a sua 
posterior digestão pelos animais. Existem técnicas de controle de qualidade para acompanhar o grau de 
processamento do grão e os mais usados são o teste de atividade da urease e o teste de solubilidade da 
proteína em solução alcalina. Vários equipamentos tem sido desenvolvidos para processamento do 
grão de soja na propriedade rural, todavia a falta de um controle deste processamento tem dificultado o 
uso deles na fazenda. O mais comum ainda é se comprar o grão de soja inativado ou tostado de 
empresas que se especializam neste processo. 
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Embora o uso do grão de soja cru seja menos problemático para ruminantes, ele não deve ser 
usado em rações que contém uréia, pois a soja crua tem a enzima urease que irá acelerar o processo de 
liberação da uréia no rúmen podendo agravar o quadro de intoxicação. Caso a soja seja misturada a 
ração e armazenada a urease irá provocar a perda da maior parte da uréia incorporada ao alimento. O 
grão de soja sendo rico em óleo seu uso é uma forma fácil e prática de se elevar o nível energético dos 
alimentos balanceados sem os problemas apresentados na adição de gordura ou óleos, bem como uma 
fonte importante de suprimento de AGE. 
1.1. FARELO DE SOJA - É o subproduto do processamento do grão de soja após a extração do 
óleo. Neste processo o grão é esmagado, pré-aquecido e em seguida levado aos extratores onde o óleo 
é extraído pela ação de solventes, sendo o farelo que sobra tostado e moído para ser vendido na forma 
de farelo de soja. A principal vantagem do uso do farelo é que devido ao seu processamento as toxinas 
endógenas são destruídas sendo portanto o farelo teoricamente um produto sem problemas de toxinas 
endógenas. O farelo de soja é o concentrado protéico de origem vegetal mais utilizado na alimentação 
animal no mundo. 
O farelo de soja tem entre 44- 48% de PB e esta tem as mesmas limitações e qualidades da 
proteína do grão de soja. O teor de gordura do farelo é bem baixo, menos de 1% e o teor de FB de 
cerca de 6%. Um dos problemas do farelo de soja é a presença de oligossacarídeos – RAFINOSE, 
ESTAQUIOSE E TREALOSE que chegam a somar 6 a 8 % da composição do farelo em algumas 
variedades. Estes oligossacarídeos não são digeridos pelas enzimas presentes no trato digestivo de 
monogástricos e o acúmulo deles no trato digestivo provoca aumento do trânsito intestinal, com 
diarréia e flatulência que prejudicam a digestão e absorção dos nutrientes, e o aparecimento de fezes 
moles. Os mamíferos jovens, as aves, e os carnívoros são especialmente sensíveis a presença deste 
açúcares, daí porque muitas vezes limita-se o uso do farelo de soja na alimentação destes animais. Os 
suínos adultos parecem ter capacidade de lidar com estes açúcares já que o valor de energia 
metabolizável do farelo de soja de 3080 Kcal/Kg é cerca de 30% superior ao valor de 2280 Kcal/Kg 
determinado com aves adultas. Estes açúcares são solúveis em uma solução de álcool e água e já existe 
tecnologia disponível para sua remoção do farelo produzindo um concentrado protéico de melhor 
qualidade para uso na alimentação de aves e carnívoros. 
Um ponto importante na utilização do farelo de soja é certificar se o mesmo foi processado 
corretamente para que não apresente toxinas endógenas e tenha uma boa solubilidade da proteína da 
ordem de 75 a 85% que não interfira com a sua digestibilidade. Valores de solubilidade abaixo de 75% 
denotam excesso de tratamento térmico e acima de 85% um tratamento térmico deficiente. 
 
2. FARELO DE ALGODÃO - É o subproduto da extração do óleo da semente do algodão após 
a remoção da fibra. Até o início da década de 1960 o farelo de algodão era talvez a principal fonte de 
proteína de origem vegetal na alimentação animal, principalmente de herbívoros e ruminantes. Com o 
surgimento dos tecidos sintéticos e a explosão da cultura da soja o algodão tornou-se uma fonte 
secundária de proteína de origem vegetal. 
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Existem dois tipos de farelo de algodão no mercado. Um farelo de algodão produzido com a 
semente sem a remoção da casca que resulta num farelo com menos proteína 28 a 30% e um maior 
teor de FB cerca de 20 a 25% e o farelo produzido a partir da semente descascada que contém de 40 a 
42% de PB e cerca de 12 a 14% de FB. Quando se tem opção de uso destina-se o farelo com mais FB 
para a alimentação de herbívoros e ruminantes e o farelo mais protéico para a alimentação de 
monogástricos. A proteína do farelo de algodão é deficiente em lisina e marginal nos aminoácidos 
metionina, triptofano e treonina. É ainda pobre em cálcio (0,2%) e rico em fósforo (1,2%). O principal 
problema do uso de farelo de algodão na alimentação animal é a presença de toxinas endógenas como 
o pigmento GOSSIPOL e os ácido graxos ciclopropenos ESTERCÚLIO E MALVÁLICO. 
O mecanismo de ação do gossipol não é conhecido. Ele influencia importante vriáveis 
metabólicas como concentração de hemoglobina no sangue, absorção de ferro no intestino, hemólise, 
etc. Os sinais de intoxicação por gossipol em monogástricos e ruminantes são idênticos e incluem 
dispnéia, diminuição da taxa de crescimento, anorexia, redução da fertilidade nos machos, etc. Os 
principais achados de necropsia são edema generalizado, congestão de pulmões e do fígado, ascite, e 
degeneração das fibras musculares cardíacas. O gossipol parece se complexar com os grupamentos 
aminas livres das proteínas alterando a permeabilidade seletiva e a integridade das membranas 
celulares. Devido seu efeito sobre a fertilidade dos machos o farelo de algodão com gossipol deve ser 
evitado na alimentação dos reprodutores. O primeiro efeito do gossipol sobre a fertilidade do macho se 
manifesta com um perda da motilidade do espermatozóide. Se fornecido a reprodutores na fase de 
puberdade reduz o tamanho dos testículos. O gossipol também é excretado via ovo no caso de 
poedeiras e produz ovos com gemas esverdeadas após alguns dias de armazenamento. Os ruminantes 
são menos sensíveis a toxidez pelo gossipol que monogástricos. Todavia, a partir de certo nível de 
consumo o gossipol passa a interferir com os microorganismos ruminal prejudicando a digestão 
fermentiva. 
Os ácidos graxos ciclopropenos também influenciam o desempenho dos animais especialmente 
monogástricos por alterar o metabolismo de lipídios e a integridade da membrana celular. No caso de 
poedeiras eles se depositam nos ovos e produzem manchas avermelhadas na gema por permitir a 
liberação do ferro da gema. Estes ácidos graxos são praticamente não tóxicos para ruminantes porque 
provavelmente eles são saturados no rúmen. 
O gossipol não é desativado pelo calor seja seco (tostagem) ou úmido. Todavia, ele pode ser 
inativado pela reação com ferro. Para tal adiciona-se 4 partes de ferro para cada parte de gossipol livre. 
O gossipol se complexa com o ferro tornando-se indisponível para absorção. Hoje já existem 
variedades de algodão melhoradas geneticamente que não mais apresentam gossipol na sua 
composição. 
O farelo de algodão é um excelente alimento para ruminantes sendo também muito bem aceito 
por eles, a ponto de algumas industrias de ração e seus nutricionistas não abrirem mão da inclusão de 
farelo de algodão nos alimentos balanceados de bovinos, principalmente de vacas leiteiras. 
 
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3. FARELO DE AMENDOIM

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