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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAXIAS MA JOSE xxxxxxxxxxx, brasileiro, união estável, lavrador, CPFxxx, RG xxxxxxxxResidente e domiciliado no xxxxxx S/N Zona Rural município de xxxxx, por intermédio de seu advogado, vem perante Vossa Excelência, requerer REGISTRO TARDIO DE ÓBITO De xxxxxxx, brasileira, união estável, lavradora, CPF Nº042.416.703-4xxxxx2 RG Nº xx05-8xxxxx pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos: GRATUIDADE DA JUSTIÇA Requer a concessão do benefício da Justiça Gratuita ao Autor, vez que não possui meios para arcar com as custas deste processo, sem prejuízo de seu sustento e de sua família. Com base no art. 98, § 1º do Código de Processo Civil e no e art. 5º, LXXIV da Constituição Federal de 1988. DOS FATOS A senhora xxxxx,x faleceu no dia 17/12/2019 no HGM( Hospital Geral Municipal) do município de Codó MA em decorrência de Choque Cardiogênico e insuficiência cardíaca conforme consta na declaração de óbito em anexo. A mesmo foi sepultada no cemitério do povoado Caraíbas município de são João do Soter MA, mediante apresentação de declaração de óbito expedida pelo médico que o atendeu Dr.xxxx xxx e CRM MA ... xxx(documento em anexo). Este declarou ser a causa da morte da senhora xxxxxx, Choque Cardiogênico e insuficiência cardíaca. O requerente, à época do falecimento, entrou em um avançado estado de choque. Assim, tendo em vista a realização do sepultamento, o interessado, devido a sua baixa instrução e ao elevado abalo emocional, acreditou que não havia mais nenhum procedimento a ser realizado.Pois achava que a Declaração de óbito fosse a Certidão de Óbito devido seu baixo grau de estudo ou seja analfabeto. Em Janeiro de 2020 o autor teve conhecimento que deveria fazer o registro do óbito, porém, quando procurou fazer já havia esgotado o prazo, isto fez com que não providenciasse o registro do óbito no prazo legal, pelo qual vem à presença de V. Exa. Pleitear: DO DIREITO Tendo em vista que o requerente não realizou o registro de óbito da senhora xxxxxx dentro do prazo legal, estabelecido pelo artigo 78 da lei 6.015 de 1973, a via correta para a presente demanda é o procedimento de jurisdição voluntária. Segundo Luiz Guilherme Marinoni: Os “procedimentos especiais de jurisdição voluntária”, por sua vez, não se destinam a viabilizar a solução de conflitos de interesses, mas sim a tratar de situações que, embora não envolvendo conflitos, possuem uma repercussão social tal que levam o Código de Processo Civil a submetê-las à jurisdição. (MARINONI, 2007, p. 145). Tratando-se da declaração de óbito, são obrigados a fazê-la as pessoas que constam no rol do artigo 79 da lei 6.015 de 1973: Art. 79. São obrigados a fazer declaração de óbitos 1°) o chefe de família, a respeito de sua mulher, filhos, hóspedes, agregados e fâmulos; 2º) a viúva, a respeito de seu marido, e de cada uma das pessoas indicadas no número antecedente; 3°) o filho, a respeito do pai ou da mãe; o irmão, a respeito dos irmãos e demais pessoas de casa, indicadas no nº 1; o parente mais próximo maior e presente; (…) Tendo em vista a ordem expressa no artigo acima, o autor tem legitimidade para propor a presente ação, pois era Companheiro do de cujus conforme consta na Carteira do Sindicato, na ficha de agente de saúde e as certidões de nascimento dos filhos que tiveram durante a união estável conforme documento em anexo. O direito de ação não prescreve, pois se trata de direito indisponível. Além disso, nos termos do artigo 4º, inciso I do Código de Processo Civil: Art. 4º O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I – da existência ou da inexistência de relação jurídica; Por isso, mesmo tendo decorrido aproximadamente 2 meses da morte da senhora xxxxxxxxx o autor está exercendo corretamente o direito que lhe pertence. Diante do exposto, o jurista Humberto Theodoro Júnior (2007) diz que os direitos indisponíveis “não podem ser renunciados pelo autor”, por exemplo, aqueles “inerentes ao estado das pessoas e os relativos a alimentos, verbi gratia”. A morte da senhora xxxxxxxxx é fato certo e indiscutível, conforme prova documental em anexo. Nesse sentido, decidiu recentemente o egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REGISTRO TARDIO DE ÓBITO. INSURGÊNCIA DOS REQUERENTES FRENTE À IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA POR FALTA DE PROVAS DA MORTE DA IRMÃ/CUNHADA. PROVAS DOCUMENTAIS E TESTEMUNHAIS QUE DÃO CONTA DO EVENTO MORTE, BEM COMO DO SEPULTAMENTO NO CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SOMBRIO. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (Apelação Cível n. 2009.039990-4, Primeira Câmara de Direito Civil, Relator: Edson Ubaldo, julgado em 20/05/2010) DOS PEDIDOS De acordo com o exposto, requer: 1. a) os benefícios da justiça gratuita por ser economicamente hipossuficiente; 2. b) a intimação do ilustre membro do Ministério Público; 3. c) a procedência do pedido, com a expedição do competente mandado, determinando ao Cartório de Registro Civil que proceda ao registro de óbito nos termos do artigo 80 da lei 6.015/73; 4. d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos especialmente as provas documentais, o depoimento pessoal do Requerente e as testemunhas, conforme rol abaixo descrito: 5. I) xxxxxxxxx 6. II) xxxxxxx 7. 8. Dá-se à causa o valor de R$ 1.039 um mil e trinta e nove reais. Nestes termos, pede deferimento. Caxias,MA 11 de Março de 2020 ASSINADO DIGITALMENTE ______________________________________________________ ADVOGADA OAB/
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