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Patologia e Recuperação de Edificações AULA T02 – MECANISMOS DE DETERIORAÇÃO I MEIO AMBIENTE AGRESSIVO 1) Umidade relativa alta (68% , UR < 98%); 2) Ciclos de secagem e molhagem; 3) Altas concentrações de CO 2 (atmosferas urbanas- carbonatação); 4) Altas concentrações de cloretos e outros sais (ambiente marinho); 5) Altas concentrações de sulfato e pequena quantidade de ácidos (ETE, tubulação de esgoto) LIXIVIAÇÃO É o mecanismo associado à presença de água pura, carbonática, de chuva e ácidas (fluído percolante) que dissolve e remove os sais do concreto, principalmente o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2). Esse mecanismo aumenta a porosidade, reduz a resistência, diminui o pH e aumenta a probabilidade de ocorrência de outras manifestações patológicas (corrosão) LIXIVIAÇÃO BIODETERIORAÇÃO BIODETERIORAÇÃO Processo de deterioração causado pela ação física e ou química de microrganismos vivos que podem ser encontrados no solo, na água ou no ar. Fungos – Algas e Línques - . Bactéria - (ETE) BIODETERIORAÇÃO Os microorganismos se instalam na superfície do concreto quando este fornece ambiente favorável (umidade, pH baixo, temperatura adequada e nutrientes) para sua proliferação e sobrevivência. Após instalados na superfície do concreto eles formam um filme (biofilme) de onde inicia o processo de deterioração. BIODETERIORAÇÃO ATAQUE ÁCIDO Ácidos minerais são extremamente agressivos por formarem sais de cálcio solúveis (sulfúrico, clorídrico, nítrico) Normalmente os ácidos orgânicos, de grande massa molecular, não são agressivos ao concreto, com exceção do ácido acético e lático, encontrados em alguns produtos alimentícios. ATAQUE ÁCIDO USINA DE AÇUCAR E ÁLCOOL: ATAQUE ÁCIDO URINA: 95% - H2O 2% - ureia 3% - Fosfato, sulfato, amônia,magnésio, cálcio, ácido úrico, creatina, sódio,potássio. ATAQUE ÁCIDO ÁCIDO ACÉTICO (CH3 COOH): Origem: indústria petrolífera, vinagre, tinturaria; ❖ Crosta amarelada - resultante da dissolução do gel C-S-H ; ❖ Formação de manchas esbranquiçadas; ❖ Perda de resistência; ❖ Desagregação ; 3 meses 9 meses 12 meses ATAQUE POR SULFATO Difusão dos íons agressivos Reação química Deteriora ção da matriz cimentant e Reação química expansiva que ocorre entre os compostos hidratados do cimento e os íons sulfato (SO4), formando produtos deletérios que geram fissuras e desagregação (perda progressiva de resistência, rigidez e massa). Fonte: solo, agregado,esgoto água(subterrânea, marítima, industrial) ESTÁGIOS ATAQUE POR SULFATO 1 - reação dos íons sulfatos com o Ca(OH)2, formando a gipsita (CaSO4. 2H2O); 2 - reação da gipsita com os aluminatos, formando a etringita (CaO3.Al2O3. 3CaSO4. 32H2O) 3 - reação da gipsita com o C-S-H, formando a taumasita (CaCO3. CaSiO3. CaSO4. 15H2O). Requer elevada umidade e temp. < 15oC ATAQUE POR SULFATO Sintomas: fissuração em mapa bem orientada, manchas marrons (oxidação de sulfetos e formação de Fe(OH), manchas brancas (eflorescências - produtos formados), redução do pH, desagregação do concreto (perda de coesão da pasta de cimento) e perda de resistência. Observação: onde houver armadura, a fissuração pode ser orientada em sua direção ATAQUE POR SULFATO Prevenção: Usar cimento RS e adições minerais (pozolanas); Baixa relação a/c; Cimento com baixo C3A e C4AF; Realizar cura; Eliminar fissuras e segregação; Em ambientes com elevada concentração de sulfato (industrial, águas > 3.000mg/l) o concreto deve ter proteção superficial. ATAQUE POR SULFATO Sulfatos mais perigosos : Sulfato de amônio [(NH4)2SO4] - utilizados em fertilizantes; Sulfato de magnésio (MgSO4) - corrige deficiência de solo – efluentes industriais e água marinha; Sulfato de sódio (Na2SO4) - celulose, vidro, corante para tecido, detergente – solos lagos, rios, águas subterrâneas; Sulfato de cálcio (CaSO4) - fabricação de gesso; BIOCORROSÃO ATAQUE POR SULFATO https://youtu.be/oeUX9JuVmjs ATAQUE POR SULFATO https://youtu.be/k1l82AwPsOA REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO É uma reação química expansiva, lenta que ocorre entre os álcalis do cimento (Na2O e K2O) e certos agregados reativos na presença de elevada umidade (80%-90%). É caracterizada pela formação de um gel expansivo (hidrófilo e sob condição de umidade aumenta volumetricamente) na zona de interface pasta/agregado e vazios do concreto, ocasionando deslocamentos diferenciais e fissuras nas estruturas REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO Xerogel REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO A intensidade e velocidade das reações de expansão dependem da concentração e fase reativa no agregado. É classificado em função do tipo e da mineralogia do agregado reativo envolvido: Álcali (Na2O ou K2O) + Ca(OH)2 - Sílica (SiO2) - RAS Álcali (Na2O ou K2O) + Ca(OH)2 - Silicato – RASS Álcali-Carbonato - RAC REAÇÃO ÁLCALI-SILICATO É mais lenta e complexa. É o tipo reação mais comumente encontrado em barragens brasileiras e em blocos de fundação em Recife. Minerais reativos: quartzo “tensionado” , filossilicatos (vermiculitas, ilitas e montmorilonitas expansivas) REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO A correlação entre os sintomas observados e a ocorrência da RAA nem sempre é de fácil interpretação, pois existem outras manifestações patológicas com sintomas similares. https://youtu.be/-E3JFzJGROo REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO https://youtu.be/8791WuOd0Po SEGREGAÇÃO - SEG São falhas decorrentes da falta de uniformidade do concreto durante sua execução. Vazios formados devido a dificuldade de penetração do concreto durante seu lançamento. Também chamado de ninho de concretagem. Prováveis Causas: altura de lançamento inadequada (> 2,5m), falhas no adensamento, má vedação nas formas, incompatibilidade entre traço de concreto e alta taxa de armadura, movimentação das formas SEGREGAÇÃO - SEG Consequência: comprometiment o da resistência, aumento da probabilidade de corrosão nas armaduras e ataques por agentes agressivos (químico) DESGASTE SUPERFICIAL É a perda progressiva de massa da superfície do concreto, devido a abrasão, erosão e cavitação (deterioração física do concreto) Estes mecanismos acarretam perda de seção, deixa as armaduras expostas, aumentando a probabilidade de penetração de agentes agressivos DESGASTE SUPERFICIAL Abrasão - refere-se ao desgaste por atrito seco de detritos. Ex.: pavimentos industriais, pista de aeroporto Erosão - refere-se ao desgaste por ação abrasiva de fluídos contendo partículas sólidas em suspensão. A colisão, o escorregamento ou rolamento das partículas sólidas em suspensão causam o desgaste da superfície. Cavitação - refere-se ao desgaste pela formação de bolhas de vapor. DESGASTE SUPERFICIAL – EROSÃO DESGASTE SUPERFICIAL – CAVITAÇÃO https://youtu.be/U-uUYCFDTrc DESGASTE SUPERFICIAL ABRASÃO ABRASÃO https://youtu.be/hBABW-TyZu4 DESGASTE SUPERFICIAL AÇÃO DO FOGO A exposição do concreto a altas temperaturas causa: ❖ Escurecimento da superfície - deposito de fuligem; ❖ Lascamento do concreto; ❖ Desagregação do concreto ❖ Fissuras (400oC); ❖ Aumento de flechas e deformações; ❖ Queda na resistência (> 400oC); AÇÃO DO FOGO https://youtu.be/Dcace9nLR0Q RECALQUE DIFERENCIAL Deformação do solo submetido a cargas,provocando movimentação na fundação que, dependendo da intensidade, pode resultar em sérios danos à estrutura.. Sintoma: fissuras nos elementos estruturais e nas vedações https://youtu.be/DWhkR31lrxQ RECALQUE DIFERENCIAL RETRAÇÃO Retração é uma variação volumétrica. Esse fenômeno ocorre tanto no estado fresco quanto endurecido do concreto e seu sintoma são as fissuras. RETRAÇÃO RETRAÇÃO - ESTADO FRESCO ASSENTAMENTO PLÁSTICO: Após lançamento e adensamento as partículas sólidas do concreto tendem a sedimentar e a água e o ar aprisionado se deslocam (exsudam), gerando uma redução no volume da peça. Qualquer obstáculo (armadura formas) que impeça a homogeneidade dessa sedimentação produzirá fissuras.RETRAÇÃO - ESTADO FRESCO RETRAÇÃO PLÁSTICA ou por SECAGEM INICIAL: Ocorre antes do fim de (ainda não endurecido) pega, quando a taxa de evaporação da água é maior que a exsudação. Couro de Jacaré RETRAÇÃO - ESTADO FRESCO PREVENÇÃO: É preciso garantir que o concreto não perca água. Bidin sacos de aniagem RETRAÇÃO - ESTADO FRESCO PREVENÇÃO: sacos de aniagem agentes químicos Umedecer antes da concretagem sub-base (lastro) e formas; Construir quebra- vento temporário para reduzir a velocidade dos ventos sobre a superfície do concreto; RETRAÇÃO - ESTADO ENDURECIDO RETRAÇÃO AUTÓGENA : Ocorre devido à hidratação contínua do cimento (redução volumétrica, sem troca de umidade com o ambiente externo - fenômeno de auto-secagem). Sem perda de massa; Ocorre internamente no concreto; O volume dos produtos hidratados do cimento ocupam menos espaço do que os materiais individualmente. RETRAÇÃO - ESTADO ENDURECIDO RETRAÇÃO AUTÓGENA : Desprezivel para concretos convencionais; Significativa para os CAD. a/c finos dimensão poros Pressão capilar retração Hidratação do cimento Pressão capilar Retração RETRAÇÃO - ESTADO ENDURECIDO RETRAÇÃO TÉRMICA: Ocorre por variação de temperatura interna (imposta pelo calor de hidratação do cimento). RETRAÇÃO - ESTADO ENDURECIDO RETRAÇÃO TÉRMICA: RETRAÇÃO - ESTADO ENDURECIDO RETRAÇÃO TÉRMICA - PREVENÇÃO: Limitar o consumo de cimento; Escolher o tipo de cimento com maior teor de adição; Concretar em etapas; Resfriar o concreto (gelo, serpentinas internas e nitrogênio); Resfriar os agregados; RETRAÇÃO - ESTADO ENDURECIDO Esta deformação ocorre devido a movimentação de água dentro dos poros do concreto. Há perda de massa; Está relacionada com a UR RETRAÇÃO POR SECAGEM OU HIDRÁULICA: RETRAÇÃO - ESTADO ENDURECIDO RETRAÇÃO POR SECAGEM OU HIDRÁULICA: RETRAÇÃO - ESTADO ENDURECIDO RETRAÇÃO POR SECAGEM OU HIDRÁULICA: Fatores que influenciam: Adições; Volume de pasta; Consumo de água; Teor e dim. Max. Agregado; Módulo de elasticidade do agregado RETRAÇÃO - ESTADO ENDURECIDO RETRAÇÃO POR SECAGEM OU HIDRÁULICA: PREVENÇÃO: 1. Cura; 2. Usar fibras; 3. Aumentar a tração nas primeiras idades; 4. Reduzir a quantidade de água; RETRAÇÃO - ESTADO ENDURECIDO RETRAÇÃO POR CARBONATAÇÃO A reação do CO2 com os álcalis do cimento (hidróxidos de cálcio, potássio e magnésio) produzem composto volumetricamente inferior à soma dos volumes dos compostos antes da reação
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