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EDUCAÇÃO FÍSICA em foco
EDUCAÇÃO FÍSICA EM FOCO
UNIASSELVI 2016
Organização
 Meike Marly Schubert
Autoria
Rafaela Liberali
Reitor da Uniasselvi
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação
Eloisa Amanda Rodrigues
Capa
Djenifer Luana Kloehn
Revisão Final
Harry Wiese
Diógenes Schweiger
Propriedade do Centro Universitário Leonardo da Vinci
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
EDUCAÇÃO FÍSICA em foco
Ficha catalográfica 
Elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri – UNIASSELVI – Indaial.
613.7
L695e Liberali, Rafaela
 Educação física em foco/ Rafaela Liberali; Meike Schubert (Org.) 
: UNIASSELVI, 2016.
 135 p. : il.
 
 ISBN 978-85-7830-993-0
 
 1.Educação física. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
EDUCAÇÃO FÍSICA em foco
EDUCAÇÃO FÍSICA em foco
------------------ [ APRESENTAÇÃO EDUCAÇÃO FÍSICA EM FOCO ] ------------------
Prezado(a) acadêmico(a)!
Bem-vindo(a) ao Caderno de Educação Física em Foco, que tem como 
objetivo levar os principais conteúdos trabalhados ao longo de seu curso. Assim, ele 
estará dividido em três unidades e cada um abordará diferentes e variados conteúdos. 
Ao longo da leitura deste Caderno de Estudos, você verá que o foco será 
trabalhar os principais conteúdos que envolvem o professor de Educação Física, 
passando desde os conceitos da formação profissional, pedagógica, curricular 
e política educacional, até os aspectos específicos relacionados à Educação 
Física, como os conhecimentos fisiológicos, anátomo-biológicos e biomecânicos 
aplicados à Educação Física Escolar. 
Na última unidade abordaremos a Educação Física Escolar, os esportes 
coletivos e individuais e a Educação Física adaptada, que darão conhecimentos 
necessários a sua formação e que permitam desenvolver atividades práticas na 
escola com segurança, aplicando esse conhecimento com maior inteligência, 
autonomia, responsabilidade e sensibilidade.
Desejo a você uma ótima leitura e que aproveite ao máximo o estudo dos 
temas abordados neste Caderno de Estudos. 
 
Bons estudos e sucesso!
Professora Dra. Rafaela Liberali
EDUCAÇÃO FÍSICA em foco
EDUCAÇÃO FÍSICA em foco
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO PROFISSIONAL, PEDAGÓGICA, CURRICULAR 
 E POLÍTICA EDUCACIONAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA ........ 1
TÓPICO 1 – FORMAÇÃO E PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ............ 3
1 FORMAÇÃO PROFISSIONAL E REGULAMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO 
 FÍSICA (PRÁTICAS APLICADAS À EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR) ...... 3
2 PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA (ASPECTOS PEDAGÓGICOS, 
 CIDADANIA E INCLUSÃO) ......................................................................... 10
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................. 12
AUTOATIVIDADE ........................................................................................... 15
TÓPICO 2 – CULTURA DO MOVIMENTO, GÊNERO E EDUCAÇÃO 
 FÍSICA ........................................................................................ 17
1 CULTURA DO MOVIMENTO: AS DIFERENTES MANIFESTAÇÕES DA 
 CULTURA CORPORAL ............................................................................... 17
2 PEDAGOGIA DO ESPORTE ....................................................................... 20
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................. 23
AUTOATIVIDADE ........................................................................................... 25
TÓPICO 3 – ASPECTOS METODOLÓGICOS QUE ENVOLVEM A 
 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ............................................... 27
1 METODOLOGIA E CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR .... 27
2 MÍDIAS ESPORTIVAS ................................................................................. 31
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................. 33
AUTOATIVIDADE ........................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 39
UNIDADE 2 – MOTRICIDADE HUMANA/CORPOREIDADE (O 
 CONHECIMENTO SOBRE O CORPO HUMANO) .................. 43
TÓPICO 1 – LINGUAGEM CORPORAL NA ESCOLA .................................. 45
EDUCAÇÃO FÍSICA em foco
1 DANÇA, ATIVIDADE RÍTMICA E LINGUAGEM CORPORAL NA 
 ESCOLA ....................................................................................................... 45
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................. 51
AUTOATIVIDADE ........................................................................................... 53
TÓPICO 2 – ASPECTOS DO JOGO, ESPORTE, GINÁSTICA E LUTA NA
 ESCOLA ..................................................................................... 57
1 DIMENSÕES DO ESPORTE E APLICAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA 
 ESCOLAR .................................................................................................... 57
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................. 66
AUTOATIVIDADE ........................................................................................... 69
TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE ................................................. 73
1 EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE, APTIDÃO FÍSICA E EDUCAÇÃO FÍSICA
 ESCOLAR .................................................................................................... 73
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................. 78
AUTOATIVIDADE ........................................................................................... 80
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 85
UNIDADE 3 – A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E OS ASPECTOS
 CINESIOLÓGICOS, BIOMECÂNICOS, FISIOLÓGICOS ........ 89
TÓPICO 1 – APLICAÇÃO DA BIOLOGIA, ANATOMIA, CINESIOLOGIA E 
 BIOMECÂNICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ................................. 91
1 CONHECIMENTOS ANÁTOMO-BIOLÓGICOS, CINESIOLÓGICOS E
 BIOMECÂNICOS APLICADOS À EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR .......... 91
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................. 98
AUTOATIVIDADE ........................................................................................... 100
TÓPICO 2 – APLICAÇÃO DOS ASPECTOS FISIOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO
 FÍSICA ........................................................................................ 103
1 CONHECIMENTOS FISIOLÓGICOS NECESSÁRIOS AO PROFESSOR 
 DE EDUCAÇÃO FÍSICA .............................................................................. 103
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................. 110
AUTOATIVIDADE ........................................................................................... 112
Educação Física em foco
TÓPICO 3 – OBESIDADE INFANTIL E EDUCAÇÃO FÍSICA (ABORDAGEM 
 NA ESCOLA) ............................................................................. 117
1 DESENVOLVIMENTO MOTOR E A EDUCAÇÃO FÍSICA .......................... 117
2 OBESIDADE INFANTIL E EDUCAÇÃO FÍSICA (ABORDAGEM NA 
 ESCOLA) ..................................................................................................... 120
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................124
AUTOATIVIDADE ........................................................................................... 125
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 131
Educação Física em foco
Educação Física em foco
1
UNIDADE 1
FORMAÇÃO PROFISSIONAL, PEDAGÓGICA, CURRICULAR E POLÍTICA 
EDUCACIONAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 A partir do estudo desta unidade você deverá ser capaz de:
• entender a importância e as características na formação do professor de 
Educação Física;
• entender a regulamentação da educação física em contexto histórico e da 
legislação nacional;
• entender os diferenciais do conteúdo pedagógicos da Educação Física em 
diferentes níveis educacionais, baseado nos PCN; 
• analisar os aspectos metodológicos que envolvem a Educação Física 
escolar.
PLANO DE ESTUDOS
 Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles, você 
encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos abordados.
TÓPICO 1 – FORMAÇÃO E PEDAGOGIA DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
TÓPICO 2 – CULTURA DO MOVIMENTO, 
GÊNERO E EDUCAÇÃO FÍSICA
TÓPICO 3 – ASPECTOS METODOLÓGICOS QUE 
ENVOLVEM A EDUCAÇÃO FÍSICA 
ESCOLAR
Educação Física em foco
2
Educação Física em foco
3
------ [ TÓPICO 1 – FORMAÇÃO E PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ] ------
Nesta unidade, você estudará os conteúdos relacionados à formação 
do professor de Educação Física, desde sua formação pedagógica, sobre os 
conhecimentos curriculares e de política educacional. 
1 FORMAÇÃO PROFISSIONAL E REGULAMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA 
(PRÁTICAS APLICADAS À EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR)
Caro(a) acadêmico(a)! Você já parou para refletir sobre o que representa ser 
um professor de Educação Física? É sobre isso que conversaremos a partir de agora. 
Por volta da década de 80, associava-se à formação dos professores a 
profissionalização, somando conhecimento de base para o ensino (forma mais 
complexa de obter conhecimento sobre os estudantes, escola e contexto social, 
pois pode dificultar o discernimento de como este conhecimento é convertido 
adequadamente para atender às exigências da prática), com responsabilidade 
coletiva (RAMOS; GRAÇA; NASCIMENTO, 2008). 
Shulman (1987 apud RAMOS; GRAÇA; NASCIMENTO, 2008) aponta sete 
categorias que fazem parte do conhecimento de base para o ensino:
• conhecimento do conteúdo, o conhecimento pedagógico geral (princípios ou 
estratégias de gestão e organização de classe, úteis para ensinar o conteúdo);
• conhecimento curricular (conhecimento do professor para selecionar e organizar 
os programas, bem como os meios que dispõe para isso);
• conhecimento pedagógico do conteúdo (combinação especial entre conteúdo e 
pedagogia, típico do professor);
• conhecimento dos alunos e de suas características;
• conhecimento dos contextos educacionais (ambiente de trabalho, região e 
características culturais da comunidade);
• conhecimento dos fins educacionais (valores sociais, propósitos e bases 
filosóficas e históricas).
Educação Física em foco
4
Dentre todos esses conhecimentos, podemos argumentar que o 
conhecimento pedagógico do conteúdo tem certa singularidade frente aos demais 
e seria o mais provável para distinguir entre o conhecimento do conteúdo de um 
especialista de uma determinada área e o conhecimento de um professor nesta 
mesma área (RAMOS; GRAÇA; NASCIMENTO, 2008). 
Assim, perguntamo-nos qual é o conhecimento pedagógico do conteúdo 
voltado exclusivamente para o professor de Educação Física? 
Iniciamos esse assunto apontando que muitos alunos ingressam no curso 
de Educação Física com a concepção desta profissão sendo somente promotora 
de saúde apoiada em aspectos biológicos, treinamento de atletas, instrutora de 
exercícios físicos etc.; no entanto, ela deve ser compreendida em outras dimensões 
além da saúde, como culturais, sociais, lúdica e estética (FIGUEIREDO, 2004).
Segundo Pretto e Label (2015, p. 1), a partir da regulamentação da 
Educação Física, ocorreram transformações e exigências sociais, educacionais 
com o surgimento a cada ano de novas modalidades, novas formas de praticar 
o exercício físico, assim exigindo que a Educação Física escolar também entre 
nesse processo integrado na escola. 
Veja no quadro a seguir um resumo breve historicamente da perspectiva 
que a legislação federal tem sobre a profissão do professor de Educação Física, 
sua regulamentação, profissionalização e saberes.
QUADRO 1. A EDUCAÇÃO FÍSICA SOB A PERSPECTIVA DA LEGISLAÇÃO FEDERAL E OS 
SABERES DE CADA ÉPOCA
Anos Características 
1939 – A constituição do campo “Educação Física”
1824 e 1931
- Desenvolvimento dos exercícios físicos relacionados à 
preparação física, à defesa pessoal, aos jogos e esportes 
dentro do âmbito militar, médico e social.
1934
- O primeiro programa civil de um curso de Educação Física = o 
curso da Escola de Educação Física do Estado de São Paulo. 
Figura 1 = programa com conteúdos e saberes.
Educação Física em foco
5
1932 a 1945 (Era 
Vargas)
- Educação Física estruturou-se profissionalmente na luta pelo 
seu espaço na sociedade
Constituição de 
1937
- Na busca de legitimidade para a área e o reconhecimento 
social de seus profissionais a Educação Física tornou-se 
obrigatória nas escolas.
- Surgimento de um currículo mínimo para a graduação.
1939
- Decreto-lei nº 1.212, que criou a Escola Nacional de Educação 
Física e Desportos e estabeleceu as diretrizes para a formação 
profissional.
- Criação da Universidade do Brasil e a Escola Nacional de 
Educação Física e Desportos.
- Com exceção do curso para formar professores com duração de 
dois anos, os demais eram desenvolvidos no período de um ano. 
- Formação do professor é a de um técnico generalista, mas 
carregada no compromisso de ser um educador.
Figura 2 = programa com conteúdos e saberes.
1º de janeiro de 
1941
- Exigência para o exercício das funções de professor de 
Educação Física, nos estabelecimentos oficiais (federais, 
estaduais ou municipais) de Ensino Superior, secundário, 
normal e profissional, em toda a República, a apresentação de 
diploma de licenciado em Educação Física.
1945 – Revisão do currículo
1945, decreto-lei 
n. 8.270
- Segue a mesma sequência da proposta anterior de 1939, 
redimensionando-a em sua organização.
- A duração do curso de formação do professor passou de dois 
anos para três anos. 
Figura 3 = programa com conteúdos e saberes.
Educação Física em foco
6
1945 e 1968
- Pela Lei de Diretrizes e Bases – LDB – nº 4.024/61, a 
formação do professor passou a exigir um currículo mínimo 
e um núcleo de matérias que procurasse garantir formação 
cultural e profissional adequadas. 
 - Os cursos deveriam atender a um percentual de 1/8 da carga 
horária para a formação pedagógica, visando a fortalecer a 
formação do professor e fazer dele um educador.
- Em função dessa LDB, o Conselho Federal de Educação (CFE) 
apresentou os pareceres nº 292/62 e nº 627/69, estabelecendo 
os currículos mínimos dos cursos de licenciatura, sublinhando 
que “o que ensinar” preexiste ao “como ensinar” e estabelecer 
um núcleo de matérias pedagógicas.
1969 – Currículo mínimo e formação pedagógica
1969
- Parecer CFE nº 894/69 e a resolução CFE nº 69/69, os 
cursos de formação de professores passam a se restringir 
apenas aos cursos de Educação Física e técnico de desportos 
previsto para três anos de duração, com uma carga horária 
mínima de 1.800 horas-aula e redução das matérias básicas 
de fundamentação científica.
Figura 4 = programa com conteúdos e saberes.
Educação Física em foco
7
1987 – Licenciatura e bacharelado
1987
- Promulgação do parecer CFE nº 215/87 e da resolução CFE 
nº 03/87, criando o bacharelado em Educação Física.
- Os saberes anteriormente divididos entre as matérias básicas 
e profissionalizantes – localizadas dentro dos núcleos de 
fundamentação biológica, gímnico-desportivo e pedagógica 
– assumem uma nova configuração, tendo como fundamentoda distribuição dos saberes na estrutura curricular duas 
grandes áreas: Formação Geral – humanística e técnica – e 
aprofundamento de conhecimentos. 
- O curso passou das 1.800 horas-aula para 2.880 horas-aula, 
com prazo mínimo de quatro anos, tanto para o bacharelado 
quanto para a licenciatura, estabelecendo, assim, uma nova 
referência para a formação profissional.
Figura 5 = programa com conteúdos e saberes.
1996-1998
- Com as publicações da LDBEN nº 9.394/96, da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional e da Lei nº 9.696/98 
com a regulamentação profissional da Educação Física, 
observou-se um novo desenho curricular como um todo e um 
novo delineamento no campo da intervenção profissional da 
Educação Física, bem como da educação, marcados por um 
novo fenômeno, o “profissionalismo”.
FONTE: Adaptado de Souza Neto et al. (2004)
A seguir, veja as figuras que complementam os saberes apresentados no 
Quadro 1, relacionados aos programas desenvolvidos para a profissionalização da 
Educação Física.
Educação Física em foco
8
FIGURA 1: PROGRAMA DE SABERES DO CURSO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ESTADO 
DE SÃO PAULO DE 1934
FONTE: Souza Neto et al. (2004, p. 115)
FIGURA 2: PROGRAMA DE SABERES DO DECRETO-LEI Nº 1.212
FONTE: Souza Neto et al. (2004, p. 117)
Educação Física em foco
9
FIGURA 3: PROGRAMA DE SABERES DA PROPOSTA DE 1945
FONTE: Souza Neto et al. (2004, p. 118)
FIGURA 4: PROGRAMA DE SABERES DA PROPOSTA DE 1969
FONTE: Souza Neto et al. (2004, p. 118)
Educação Física em foco
10
FIGURA 5: PROGRAMA DE SABERES DA PROPOSTA DE 1987
FONTE: Souza Neto et al. (2004, p. 121)
Com toda essa construção de saberes ao longo do tempo, a Educação Física 
ganha legitimidade e passa ser importante dentro do contexto social, educacional, 
cultural. Na escola, a Educação Física precisa garantir que, de fato, as ações físicas 
e as noções lógico-matemáticas que a criança usará nas atividades escolares e fora 
da escola possam se estruturar adequadamente (PRETTO; LABEL, 2015). 
2 PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA (ASPECTOS PEDAGÓGICOS, 
CIDADANIA E INCLUSÃO)
Vimos acima, acadêmico, as sete categorias que fazem parte do 
conhecimento de base para o ensino. Para o entendimento do conteúdo 
pedagógico, podemos diferenciá-los.
- o conhecimento da matéria apontando que ele se refere à 
quantidade e organização do conhecimento por si só na mente 
do professor; 
- o conhecimento curricular do conteúdo representa o conjunto 
de programas elaborados pelo professor sob um tema 
particular, considerando o nível dos alunos, bem como os 
meios disponíveis ao professor para o ensino da matéria; e 
- o conhecimento pedagógico do conteúdo como a forma 
de representação e transformação da matéria de ensino que 
Educação Física em foco
11
torna esta mesma matéria compreensível ao aluno, em outras 
palavras, é o conhecimento sobre como ensinar um conteúdo ou 
tópico a um grupo específico de estudantes em um específico 
contexto (RAMOS; GRAÇA; NASCIMENTO, 2008, p. 163).
Em 1997 foram lançados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) 
referentes aos 1º e 2º ciclos (1ª à 4ª séries do Ensino Fundamental) e, no ano 
de 1998, os relativos aos 3º e 4º ciclos (5ª à 8ª séries), incluindo um documento 
específico para a área da Educação Física e, em 1999, foram publicados os PCN 
do Ensino Médio (DARIDO et al., 2001). 
Assim, os PCN possuem a função de orientar e garantir a coerência das 
políticas de melhoria da qualidade de ensino, socializando discussões, pesquisas 
e recomendações, além de nortear a prática pedagógica do professor de Educação 
Física com um planejamento direcionado no Projeto Político-Pedagógico da escola, 
de maneira dinâmica e concreta (SOUSA; FÁVERO, 2010).
Segundo Darido et al. (2001), os PCN abriram espaços para a construção 
de uma escola comprometida com a cidadania e com a rejeição à exclusão, ao 
abordar na lei os princípios da educação, a garantia aos direitos e deveres da 
cidadania, a política da igualdade, a solidariedade e a ética da identidade. 
Os conteúdos dos PCN do Ensino Fundamental em Educação Física são 
divididos em três blocos, para melhor contextualização e aplicação no âmbito 
escolar (SOUSA; FÁVERO, 2010):
• esportes, jogos, lutas, ginásticas;
• atividades rítmicas e expressivas;
• conhecimentos sobre o corpo.
Os PCN trazem avanço nas dimensões do conteúdo para a 
profissão educação física, pois ultrapassam o ensinar esporte, 
ginástica, dança, jogos, atividades rítmicas, expressivas e 
conhecimento sobre o próprio corpo para todos, em seus 
fundamentos e técnicas (dimensão procedimental), mas inclui 
também os seus valores subjacentes, ou seja, quais atitudes os 
alunos devem ter nas e para as atividades corporais (dimensão 
atitudinal). E busca, assim, garantir o direito do aluno de 
saber porque ele está realizando este ou aquele movimento, 
isto é, quais conceitos estão ligados àqueles procedimentos 
(dimensão conceitual) (DARIDO et al., 2001, p. 21). 
Educação Física em foco
12
------ [ RESUMO DO TÓPICO 1 ] ------
Neste tópico, você viu que:
• Sete categorias fazem parte do conhecimento de base para o ensino, 
conhecimento do conteúdo, curricular, pedagógico do conteúdo, dos alunos e 
de suas características, dos contextos educacionais e dos fins educacionais.
• O conhecimento pedagógico do conteúdo é o mais singular frente aos demais. 
• O curso de formação do educador físico, além de ser promotora de saúde 
apoiada em aspectos biológicos, deve ser compreendido em outras dimensões, 
como culturais, sociais, lúdicas e estéticas.
• Com a regulamentação da Educação Física ocorreram transformações e 
exigências sociais, educacionais.
• Surgimento de novas formas de praticar exercício físico, exigindo que a 
Educação Física escolar também entre nesse processo, atuando como qualquer 
outra disciplina da escola, e não desintegrada dela. 
• Em 1934, desenvolvido o primeiro programa civil de um curso de Educação 
Física, o curso da Escola de Educação Física do Estado de São Paulo.
• Com a Constituição de 1937, a Educação Física tornou-se obrigatória nas 
escolas, bem como surgiu um currículo mínimo para a graduação.
• Em 1939, ocorreu a criação da Universidade do Brasil e a Escola Nacional de 
Educação Física e Desportos.
• Em 1941, entrou nos estabelecimentos oficiais (federais, estaduais ou 
municipais) de Ensino Superior, secundário, normal e profissional, em toda a 
República, a apresentação de diploma de licenciado em Educação Física como 
exigência para o exercício das funções de professor de Educação Física. 
Educação Física em foco
13
• Pela nova lei, a Lei de Diretrizes e Bases – LDB – nº 4.024/61, a formação 
do professor passou a ter um currículo mínimo e um núcleo de matérias que 
procurasse garantir formação cultural e profissional adequadas. E os cursos 
deveriam atender a um percentual de 1/8 da carga horária.
• Em 1969, o Parecer CFE nº 894/69 e a Resolução CFE nº 69/69 restringiram 
apenas aos cursos de Educação Física e técnico de desportos três anos de 
duração, com uma carga horária mínima de 1.800 horas-aula e redução das 
matérias básicas de fundamentação científica.
• Em 1987, foi criado o bacharelado em Educação Física. Com os saberes 
divididos entre as matérias básicas e profissionalizantes, divididos em uma nova 
configuração, tendo como fundamento dos saberes na estrutura curricular duas 
grandes áreas: formação geral – humanística e técnica – e aprofundamento de 
conhecimentos. 
• O curso passou das 1.800 horas-aula para 2.880 horas-aula, com prazo 
mínimo de quatro anos, tanto para o bacharelado quanto para a licenciatura, 
estabelecendo, assim, uma nova referência para a formação profissional.
• Com toda essa construção de saberes ao longo do tempo, a Educação 
Física ganha legitimidade e passa a ser importante dentro do contexto social, 
educacional, cultural.
• O conhecimento pedagógico do conteúdo seria como a forma de representação 
e transformação da matéria de ensino que torna esta mesmamatéria 
compreensível ao aluno.
• O conhecimento pedagógico do conteúdo seria o conhecimento sobre como 
ensinar um conteúdo ou tópico a um grupo específico de estudantes em um 
específico contexto.
• Em 1999, a Educação Física foi incluída pelos Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCN).
Educação Física em foco
14
• Os PCN abriram espaços para a construção de uma escola comprometida com 
a cidadania e com a rejeição à exclusão.
• Os PCN abordaram na lei os princípios da educação, a garantia aos direitos 
e deveres da cidadania, a política da igualdade, a solidariedade e a ética da 
identidade.
• A educação é dividida em três blocos nos PCN, para melhor contextualização 
e aplicação no âmbito escolar (esportes, jogos, lutas, ginásticas, atividades 
rítmicas e expressivas e conhecimentos sobre o corpo).
• Os PCN buscam incorporar a dimensão procedimental, atitudinal e conceitual. 
Educação Física em foco
15
AUT
OAT
IVID
ADE �
Questão 1: QUESTÃO 11 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 6 jul. 2016.
A escola comum se torna inclusiva quando reconhece as diferenças dos 
alunos diante do processo educativo e busca a participação e o progresso 
de todos, adotando novas práticas pedagógicas. Não é fácil e imediata a 
adoção dessas novas práticas, pois ela depende de mudanças que vão além 
da escola e da sala de aula. Para que essa escola possa se concretizar, 
é patente a necessidade de atualização e desenvolvimento de novos 
conceitos, assim como a redefinição e a aplicação de alternativas e práticas 
pedagógicas e a educacionais compatíveis com a inclusão. 
Avalie as propostas a seguir, feitas por professores de Educação Física, 
para um projeto de inclusão escolar e indique quais estão em consonância 
com o texto. 
I. Um torneio esportivo com equipes formadas apenas por estudantes com 
deficiências, para que os demais alunos possam assistir aos jogos e aprender 
a conhecer e a lidar com as pessoas com deficiência, contemplando ainda 
a participação de gestores da escola, funcionários, pais e professores que 
trabalharão na organização do evento. 
II. Uma gincana com jogos motores com a participação de várias equipes 
compostas e mescladas por alunos com deficiências, alunos do Ensino 
Fundamental e Médio, gestores da escola, professores, funcionários e a 
comunidade local.
III. Atividades em equipes (membros dos vários segmentos da comunidade 
escolar e alunos com deficiência), com o objetivo de verificar se a escola e 
Educação Física em foco
16
o ambiente de seu entorno possuem barreiras arquitetônicas que dificultam 
a locomoção dos alunos com deficiência física na escola e a sua inserção e 
interação nas atividades motoras espontâneas de pátio. 
É correto o que se afirma em:
( ) A = I, apenas.
( ) B = II, apenas.
( ) C = I e III, apenas.
( ) D = II e III, apenas.
( ) E = I, II e III.
Gabarito
Questão 1 – Letra D.
Educação Física em foco
17
------ [ TÓPICO 2 – CULTURA DO MOVIMENTO E PEDAGOGIA ] ------
DO ESPORTE
Especialmente, neste tópico, você entenderá que a definição de cultura, 
entendida como um produto da coletividade, está relacionada diretamente à cultura 
do movimento. Também abordaremos a questão de gênero e sua relação com a 
Educação Física.
1 CULTURA DO MOVIMENTO: AS DIFERENTES MANIFESTAÇÕES DA 
CULTURA CORPORAL
Iniciemos esse tópico, caro(a) acadêmico(a), levantando alguns 
questionamentos sobre o que é educação “corporal” e porque ela deve ser 
entendida pelo professor de Educação Física que atua principalmente nas escolas. 
Começaremos entendendo que cultura, segundo os PCN (BRASIL, 1997, 
p. 23), é “um produto da sociedade, da coletividade à qual os indivíduos pertencem, 
ou seja, um conjunto de códigos simbólicos reconhecíveis pelo grupo”. E a relação 
com a educação física, segundo os PCN (BRASIL, 1997, p. 23): 
Assim, a área de Educação Física hoje contempla múltiplos 
conhecimentos produzidos e usufruídos pela sociedade a 
respeito do corpo e do movimento. Entre eles, se consideram 
fundamentais as atividades culturais de movimento com 
finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e 
emoções, e com possibilidades de promoção, recuperação 
e manutenção da saúde. Trata-se, então, de localizar em 
cada uma dessas manifestações (jogo, esporte, dança, 
ginástica e luta) seus benefícios fisiológicos e psicológicos 
e suas possibilidades de utilização como instrumentos de 
comunicação, expressão, lazer e cultura, e formular a partir daí 
as propostas para a Educação Física escolar.
Educação Física em foco
18
FIGURA 6: PRODUÇÕES DA CULTURA CORPORAL, INCORPORADAS PELA 
EDUCAÇÃO FÍSICA
FONTE: BRASIL (1997, p. 24)
Observamos, caro(a) acadêmico(a), que as produções da cultura corporal 
relatadas acima na Figura 6 tem em comum a representação corporal, com 
características lúdicas, de diversas culturas humanas (BRASIL, 1997, p. 24).
Daolio (1996) observa que se a Educação Física trata da cultura de 
movimento, temos que fazer com que na escola, tanto no 1º quanto no 2º grau, ela 
deva ser feita nos mesmos moldes das outras disciplinas escolares, partindo do 
conhecimento corporal popular e das suas variadas formas de expressão cultural, 
almejando que o aluno possua um conhecimento organizado, crítico e autônomo a 
respeito da chamada cultura humana de movimento.
Daolio (1996) faz uma análise da Educação Física na escola, apontando 
que geralmente sua prática valoriza a Educação Física biológica e universalizante, 
excluindo muitos alunos. O autor vai além, propondo uma nova aula focando na 
Educação Física Plural, cuja condição mínima e primeira é que as aulas atinjam 
todos os alunos, sem discriminação dos menos hábeis, ou das meninas, ou dos 
gordinhos, dos baixinhos, dos mais lentos, partindo do pressuposto que os alunos 
são diferentes, recusando o binômio igualdade/desigualdade para compará-los. 
Educação Física em foco
19
QUADRO 2. PROPOSTA DE CONTEÚDOS BASEADO NA EDUCAÇÃO FÍSICA PLURAL
Anos Características 
Objetivo dessa Educação Física = abarcar todas as formas da chamada cultura 
corporal – jogos, esportes, danças, ginásticas e lutas – e, ao mesmo tempo, abranger 
todos os alunos.
Nos anos iniciais 
- conhecimento a respeito da cultura corporal, desenvolvido 
prioritariamente, de forma vivencial.
- ampla gama de oportunidades motoras.
- explorar a capacidade de movimentação, descubra novas 
expressões corporais, domine seu corpo em várias situações, 
experimente
ações motoras com novos implementos, com ritmos variados.
Nos anos iniciais 
e finais
- enfatizar o desenvolvimento e a reconstrução das técnicas 
esportivas,
ginásticas ou de dança, considerando-se diversos níveis de 
relação.
- não se trata de ensinar a técnica tida como correta, mas de 
propiciar aos alunos o desenvolvimento de uma série de relações 
com o espaço.
Nos anos finais e 
ensino Médio.
- partindo da capacidade cognitiva que os alunos possuem, que 
permite a eles pensar de forma abstrata, é possível ampliar os 
objetivos da Educação Física. 
- trabalhar com a cultura corporal não só no sentido de 
vivenciá-la, mas também compreendendo-a, criticando-a e 
transformando-a.
FONTE: Adaptado de Daolio (1996, p. 41-42)
Acadêmico(a)! Ao ler o quadro acima (Quadro 2), consegue-se visualizar 
“Por que a proposta da Educação Física Plural se torna uma alternativa importante 
de valorização da cultura do movimento para as aulas de Educação Física?” 
Vejamos a resposta:
Propor uma Educação Física Plural significa fazer com que 
esta prática seja democrática, colocando seus serviços 
Educação Física em foco
20
à disposição de todos os alunos. Para isso, é necessário 
considerar as individualidades dos alunos, expressas nas 
diferenças apresentadas por eles. Uma Educação Física 
Plural tentará considerar, num sentido mais amplo, o contexto 
sociocultural onde ela se dá, e num sentido mais específico, as 
diferenças existentes entre os alunos. Uma EducaçãoFísica 
Plural permitirá fazer das diferenças entre os alunos, condição 
de sua igualdade, ao invés de ser critério para justificar 
preconceitos que levam à subjugação de uns sobre outros. Só 
assim, será garantido o direito de todos e de cada um à prática 
de Educação Física na escola (DALIO, 1995, p. 136).
[...] jogos, brincadeiras e brinquedos populares são parte da 
cultura, habitualmente transmitidos de geração para geração, 
por meio da oralidade. Muitos desses brinquedos e brincadeiras 
preservam sua estrutura inicial; outros se modificam, recebendo 
novos conteúdos. No entanto, observa-se, cada vez mais, que 
o contato das crianças com jogos, brinquedos e brincadeiras 
tradicionais vem perdendo espaço, possivelmente como 
consequência dos processos de urbanização e de produção/
consumo de equipamentos de alta tecnologia (videogames, 
computadores, televisores e brinquedos de controle remoto) 
(GONÇALVES JUNIOR, 2004, p. 133).
Portanto, vimos que a Educação Física que leva em conta a pluralidade 
seria uma excelente alternativa de trabalho a ser desenvolvido, pois engloba todos 
os princípios propostos pelos PCN, tais como inclusão, autonomia, cooperação e 
diversificação. 
2 PEDAGOGIA DO ESPORTE
O que seria pedagogia do esporte? Que relação existe entre a pedagogia 
e o esporte voltado à Educação Física escolar? O conteúdo a seguir responderá 
a estas perguntas, caro(a) acadêmico(a), levando-o ao entendimento que ao 
trabalharmos no ambiente escolar devemos ter em mente não somente a técnica, 
mas a forma como ela é construída.
Para Bento (2006, p. 14), “a pedagogia objetiva entender o conhecimento 
historicamente produzido pelo sujeito, ao longo de sua existência e, assim, se 
Educação Física em foco
21
interessa pelas práticas esportivas corporais, pois o esporte é um fenômeno social”. 
Atualmente, essa área de conhecimento chamada de pedagogia do 
esporte objetiva contribuir com propostas relacionadas ao processo de ensino e 
aprendizagem de modalidades esportivas, ou seja, com métodos e estratégias 
de ensino que favoreçam uma aplicação apropriada do esporte dentro e fora do 
ambiente escolar (BARROSO; DARIDO, 2009).
Para Reverdito, Scaglia e Paes (2009, p. 603), devemos ter claro que 
toda essa prática pedagógica se apoia além dos princípios pedagógicos com a 
diversidade,
do ensinar esportes a todos, ensinar esporte bem a todos, ensinar 
mais que esportes e ensinar a gostar de esportes, pautando-
se no aprendizado do jogo por meio do jogo jogado, sendo o 
ensino orientado para compreensão do jogo, com o objetivo do 
desenvolvimento da capacidade tática (cognitiva) em direção 
à especificidade técnica (motora específica), privilegiando 
situações de jogos e brincadeiras populares da cultura infantil, 
metodicamente orientados pelo jogo-trabalho. Os autores 
apoiam-se nos fundamentos das abordagens interacionista e 
do pensamento sistêmico-complexo, para as bases da teoria 
do jogo, privilegiando o aprendizado na interação entre a 
capacidade de aprender e das diferentes produções culturais já 
existentes, sendo o jogo principal ambiente dessa interação.
Para ser abordado na escola, o esporte, como um conteúdo tradicional 
da Educação Física, precisa receber um tratamento pedagógico adequado, não 
somente ensinando movimentos e gestos técnicos específicos, mas proporcionando 
um conhecimento específico, para que ele saiba analisar o porquê da realização 
de tais movimentos, como também possa atribuir valores e ter atitudes apropriadas 
para e nas diversas práticas esportivas (BARROSO; DARIDO, 2009).
Ao abordarmos a Educação Física enquanto pedagogia do esporte, 
devemos ter em mente a importância de valorizar o indivíduo em sua totalidade, 
proporcionando estímulos físicos, cognitivos, afetivos e sociais, estimulando as 
inteligências múltiplas com destaque a autoestima, autoconfiança, iniciativa, 
autonomia e cooperação (GALATTI, PAES, 2006).
Educação Física em foco
22
Princípios Características 
Primeiro Conjunto 
de Princípios
- Futebol entendido como processo de ensino e aprendizagem 
para todos.
- Competição e disputa vistas como conteúdos de uma ação 
pedagógica.
- A não cobrança de resultados e a não preocupação com a 
formação de equipes, como fator relevante para uma escolinha 
de futebol.
 - Gerar uma organização para que o aluno pegue mais vezes 
na bola, ou seja, tenha muito contato com a bola durante a aula, 
portanto, evitando-se grandes filas.
 - Possibilitar oportunidades para que eles saibam se auto-
organizarem, se preciso for até que eles aprendam a votar, para 
tomadas de decisões democráticas.
 - Estimular a construção de regras, para que os alunos sejam 
regidos por suas próprias regras. 
Segundo Conjunto 
de Princípios
- Divisão das turmas através de uma adequação etária.
- Desenvolvimento harmônico e global das crianças, atentando-
se sempre aos seus aspectos cognitivos, afetivos (sociais), 
sensitivos e motores.
- Variações mais complexas da brincadeira, estimulando o 
aumento da complexidade dos movimentos destas. 
 - Nunca realizar atividades que se resumem na prática pela 
prática, através de conversas e explicações situar o aluno no 
contexto em que a atividade é executada. 
Terceiro Conjunto 
de Princípios
- Resgatar a cultura infantil, adaptando brincadeiras infantis, 
adequando-as à aprendizagem do futebol. 
- Liberdade no transcorrer do processo de ensino-aprendizagem 
do futebol.
- Levar em conta o que a criança traz com ela, suas 
características, sua
bagagem motora e cultural.
 - Aproveitar o conhecimento do aluno, que deve aprender, 
avançar a partir do que já sabe.
QUADRO 3. EXEMPLO DE UMA ESCOLINHA DE FUTEBOL BASEADO NA PEDAGOGIA DO ESPORTE
FONTE: Adaptado de SCAGLIA (1996)
Educação Física em foco
23
------ [ RESUMO DO TÓPICO 2 ] ------
Neste tópico, você viu que:
• Cultura definida pelos PCN como um produto da sociedade.
• Produções da cultura corporal, incorporadas pela Educação Física (jogo, 
esporte, dança, ginástica e luta).
• A Educação Física, quando trata da cultura de movimento, deve partir do 
conhecimento corporal popular e das suas variadas formas de expressão 
cultural. 
• O professor de Educação Física na escola deve resgatar o conhecimento que o 
aluno possui a respeito da chamada cultura humana de movimento.
• O professor de Educação Física na escola não deve apenas levar em conta sua 
prática biológica e universalizante, excluindo muitos alunos. 
• O professor de Educação Física deve propor uma nova aula focando na 
Educação Física Plural, cuja condição mínima e primeira é que as aulas atinjam 
todos os alunos, sem discriminação dos menos hábeis, ou das meninas, ou 
dos gordinhos, dos baixinhos, dos mais lentos, partindo do pressuposto que 
os alunos são diferentes, recusando o binômio igualdade/desigualdade para 
compará-los. 
• A Educação Física que leva em conta a pluralidade seria uma excelente alternativa 
ao professor de Educação Física, pois engloba todos os princípios propostos 
pelos PCN, tais como inclusão, autonomia, cooperação e diversificação. 
• A pedagogia se interessa pelo esporte, por este ser um fenômeno social. 
• A pedagogia do esporte objetiva contribuir com propostas relacionadas ao 
processo de ensino e aprendizagem de modalidades esportivas. 
Educação Física em foco
24
• A pedagogia do esporte utiliza métodos e estratégias de ensino que favoreçam 
uma aplicação apropriada do esporte dentro e fora do ambiente escolar. 
• Na escola, o esporte, como um conteúdo tradicional da Educação Física, 
precisa receber um tratamento pedagógico adequado, não somente ensinando 
movimentos e gestos técnicos específicos, mas proporcionando um conhecimento 
específico.
• O professor de Educação Física deve mostrar ao aluno o motivo da realização de 
tais movimentos, como também pode atribuir valores e ter atitudes apropriadas 
para e nas diversas práticas esportivas.
Educação Física em foco
25
AUT
OAT
IVID
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Questão 1: QUESTÃO 18 do ENADE (2014).FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 6 jul. 2016.
O jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta, enquanto componentes 
culturais da Educação Física, têm como características comuns a ludicidade e 
a função educativa, nas quais cada manifestação corporal vivida no interior da 
escola possibilita a formação e o desenvolvimento humano em sua totalidade. 
Assim, a Educação Física contempla conhecimentos produzidos e usufruídos 
pela sociedade a respeito do corpo e do movimento, com finalidade de lazer, 
manutenção da saúde, expressão da afetividade e da cidadania. 
Com base no texto, e considerando o papel do professor ao planejar, 
participar e avaliar projetos pedagógicos, educacionais e da gestão escolar, 
avalie as afirmações a seguir.
 
I. Deve-se valorizar a rotina da aula e a improvisação, o que estimulará 
a renovação do conhecimento, que deve ser diariamente produzido pelo 
professor e seus alunos.
II. É recomendável que o aluno desenvolva sua bagagem cultural através 
de jogos e brincadeiras, considerando sua criatividade e seu poder de 
imaginação. 
III. É preciso considerar o espaço físico onde as brincadeiras devem ser 
realizadas, pois este deve transmitir a sensação de conforto, de segurança 
e de confiança.
IV. É importante promover a formação integral dos alunos, visando às 
finalidades educacionais, com a intenção de proporcionar o bem-estar e o 
Educação Física em foco
26
desenvolvimento corporal em suas diferentes dimensões. 
É correto apenas o que se afirma em:
( ) A= I e II.
( ) B = I e III.
( ) C= III e IV.
( ) D = I, II e IV.
( ) E = II, III, IV.
Gabarito
Questão 1 – Letra E.
Educação Física em foco
27
------ [ TÓPICO 3 – ASPECTOS METODOLÓGICOS QUE ENVOLVEM ] ------
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Neste tópico, você entenderá os aspectos metodológicos que envolvem 
a Educação Física e a importância atualmente das mídias esportivas, tanto no 
esporte de rendimento quanto na aplicação no âmbito escolar.
1 METODOLOGIA E CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Todos os aspectos metodológicos que envolvem a Educação Física são 
as mesmas substancialmente das demais áreas do conhecimento e devem ter 
como meta a busca constante de estratégia metodológica que possa dar conta das 
novas necessidades (OLIVEIRA, 1997).
Hoje, a Educação Física conta com várias propostas metodológicas de 
destaque. No entanto, para o presente estudo destacamos: metodologia do ensino 
aberta; metodologia crítico-superadora; metodologia construtivista e metodologia 
crítico-emancipadora (OLIVEIRA, 1997, p. 23). 
Para que seja efetivo o ensino, deve-se sempre buscar a realidade do 
educando para ensinar fatos, pessoas e objetos que os alunos conhecem na sua 
vida diária e sobre os quais manifestam interesse e curiosidade para ampliar seus 
conhecimentos, sendo que para isso o professor pode utilizar várias metodologias 
que utilizam essas estratégias (SHIGUNOV, 2008). Veja algumas caraterísticas 
no quadro a seguir, destas metodologias que você, professor de Educação Física, 
pode optar em usar em suas aulas: 
QUADRO 4. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DAS METODOLOGIAS DE ENSINO DA EDUCAÇÃO 
FÍSICA
Características 
1 – METODOLOGIA DO ENSINO ABERTO 
Idealizadores da 
proposta
- Reiner Hildebrandt e Ralf Laging da Alemanha (1986) e Cardoso 
et al. (1991) – Grupo de Trabalho Pedagógico), UFPe e UFSM, 
do Brasil. 
Educação Física em foco
28
Referencial 
teórico
- Teoria Sociológica do Interacionismo Simbólico (Mead/Blumer) e 
Teoria Libertadora (Paulo Freire).
Tendência 
educacional
Progressista crítica.
Objeto de estudo O mundo do movimento e suas implicações sociais.
Objetivos gerais
Trabalhar o mundo do movimento em sua amplitude e 
complexidade com a intenção de proporcionar, autonomia para as 
capacidades de ação.
Seriação escolar Pode ser trabalhada dentro da atual estrutura curricular escolar.
Conteúdos 
básicos
O mundo do movimento e suas relações com os outros e as 
coisas.
os conteúdos são construídos através de temas geradores.
Enfoque 
metodológico
- Ações problematizadoras.
- Ações metodológicas organizadas para aumento no nível de 
complexidade dos temas tratados e realiza-se em uma ação 
participativa, em que professor e alunos interagem na resolução 
de problemas e no estabelecimento de temas geradores; o 
ensino aberto exprime-se pela “subjetividade” dos participantes.
Avaliação Privilegia a avaliação do processo ensino-aprendizagem.
2 - METODOLOGIA CRÍTICO-SUPERADORA
Idealizadores da 
proposta
- Valter Bracht et al. (1992).
- Coletivo de autores.
Referencial 
Teórico
Teoria do materialismo histórico-dialético.
Tendência 
Educacional
Progressista crítica.
Objeto de estudo
 - Temas inerentes à cultura corporal do homem e da mulher 
brasileiros, entendendo-a como uma dimensão da cultura.
Busca desenvolver a apreensão, por parte do aluno, da cultura 
corporal, como parte constitutiva da sua realidade social 
complexa.
Educação Física em foco
29
Objetivos gerais
Desenvolver a apreensão, por parte do aluno, da sua cultura 
corporal, entendendo-a como parte constitutiva da sua realidade 
social complexa.
Seriação escolar
– Pré e anos iniciais – organização da identificação dos dados da 
realidade.
– anos iniciais – iniciação à sistematização do conhecimento;
– anos finais – aplicação da sistematização do conhecimento;
– Ensino Médio – aprofundamento da sistematização do 
conhecimento.
Conteúdos 
básicos
- Temas que, historicamente, compõem a cultura corporal 
brasileiro, tais como o jogo, a ginástica, a dança e os esportes.
Enfoque 
metodológico
- Práticas constitutivas da cultura corporal como “práticas 
sociais”, produzidas pela ação (trabalho) humana com vistas a 
atender a determinadas necessidades sociais.
Avaliação - Privilegia a avaliação do processo ensino-aprendizagem.
3 – METODOLOGIA CONSTRUTIVISTA
idealizadores da 
proposta
João Batista Freire – na Educação Física – (1989).
Referencial 
Teórico
Piaget, especialmente com as obras “O nascimento da 
inteligência na criança” e “O possível e o necessário, fazer e 
compreender”.
Tendência 
Educacional
Construtivista (com tendência ao socioconstrutivismo).
Objeto de estudo Motricidade humana.
Objetivos gerais Ensinar as pessoas a se saberem corpo.
Seriação escolar
Adaptada ao currículo atual, mas aponta para alterações no 
currículo, inclusive na seriação.
Conteúdos 
básicos
Educação dos sentidos, com a educação da motricidade, com a 
educação do símbolo.
Enfoque 
metodológico
A partir do que o sujeito sabe sugerir mudanças no conteúdo, 
criando o conflito entre o que se sabe e o que é preciso ser 
aprendido. Do conflito vem a consciência do fazer.
Avaliação -
Educação Física em foco
30
4 - METODOLOGIA CRÍTICO-EMANCIPADORA
Idealizadores da 
proposta
Elenor Kunz (1994).
Referencial 
Teórico
Teoria sociológica da razão comunicativa (Habermas).
Tendência 
Educacional
Progressista crítica.
Objeto de estudo Movimento humano – esporte e suas transformações sociais.
Objetivos gerais
Conhecer e aplicar o movimento conscientemente, libertando-se 
de estruturas coercitivas; refuncionalizar o movimento.
Seriação escolar -
Conteúdos 
básicos
O movimento humano através do esporte, da dança e das 
atividades Lúdicas.
Enfoque 
metodológico
Categorias de ação: trabalho, interação e linguagem.
Avaliação Processo ensino-aprendizagem.
FONTE: Adaptado de Oliveira (1997)
Devemos ter em mente que, para as metodologias expostas no quadro 
acima, para funcionarem, elas devem facilitar a aprendizagem do aluno, apresentar 
o conteúdo, atingir os objetivos propostos, mesmo com os estilos de atuação 
diferenciados, levando em conta a ação, a forma de comunicação do professor em 
contato com os alunos (SHIGUNOV, 2008).
[a comunicação no ensino] mediante a comunicação que se 
estabelece em todo o processo de ensino, o aluno adquire uma 
determinada informação. Esta informação, que é fornecida em 
função de umdesenvolvimento ótimo de habilidades nos níveis 
cognitivo, afetivo e motor, tem que servir para ajudar o indivíduo 
a tomar as decisões corretas sobre seu movimento corporal e 
os mecanismos cognitivos corretos para a realização eficiente 
de uma tarefa (SHIGUNOV, 2008, p. 42). 
Educação Física em foco
31
2 MÍDIAS ESPORTIVAS
Kellner (2003, p. 5) aponta que atualmente a indústria cultural possibilitou 
a multiplicação dos espetáculos por meio de novos espaços e sites, e o próprio 
espetáculo está se tornando um dos princípios organizacionais da economia, da 
política, da sociedade e da vida cotidiana, incluindo o esporte. A economia baseada 
na internet permite que o espetáculo seja um meio de divulgação, reprodução, 
circulação e venda de mercadorias. 
A cultura da mídia promove espetáculos tecnologicamente 
ainda mais sofisticados para atender às expectativas do público 
e aumentar seu poder e lucro, em que novas multimídias – 
que sintetizam as formas de rádio, filme, noticiário de TV e 
entretenimento – e o crescimento repentino do domínio do 
ciberespaço se tornam espetáculos de tecnocultura, gerando 
múltiplos sites de informação e entretenimento, ao mesmo 
tempo em que intensificam a forma-espetáculo da cultura da 
mídia (KELLNER, 2003, p. 5). 
O avanço do uso das novas mídias nos últimos anos, além de aumentar 
os setores de aplicação e o espectro daqueles que podem interagir no mundo 
virtual, possibilitou a criação de um espaço de expressão de ideias e concepções, 
para muitos que antes não tinham qualquer relação com a mídia informativa formal 
(jornais, revistas, televisão etc.) (REBUSTINI et al., 2012). 
Os fatos esportivos são usados diariamente pelas mídias impressa, 
televisiva, radiofônica e virtual que se apropria (mobiliza estratégias simbólicas 
singulares) da cena discursiva do fato para produzir sentidos (agendas) (BORELLI, 
2001). O mesmo autor, caro(a) acadêmico(a), faz uma análise da representação 
da mídia nos eventos esportivos, a saber:
Os eventos esportivos, como movimentos sociais, não se 
limitam apenas a representar uma competição, pois refletem 
também características culturais, econômicas, sociais, políticas, 
étnicas, religiosas etc. Assim, tomam-se os acontecimentos 
esportivos como fatos complexos, que trazem um conjunto de 
dimensões das relações interculturais, em que os atores sociais 
não são apenas os competidores, mas a plateia, os dirigentes, 
os mídias, os patrocinadores, os diretores esportivos etc. 
(BORELLI, 2001, p. 3).
Educação Física em foco
32
Atualmente, a televisão vem se “naturalizando” como um membro das 
famílias brasileiras e é um dos mais importantes e poderosos meios de produção 
midiática e veiculação de informações (KENSKI, 1995).
Expresso especialmente pela televisão, o esporte apresenta-se como um 
dos principais elementos da cultura marcado pelo processo de espetacularização 
midiática, por gerar um mercado “de milhões”, a compreensão do esporte na 
atualidade precisa considerar a sua mediatização pela televisão, ou seja, este meio 
de comunicação de massa não pode ser considerado instância externa à cultura 
esportiva, mas parte integrante que concorre para a instauração de uma nova 
percepção e prática desse elemento da cultura de movimento (LISBÔA, 2007).
Temos que deixar claro que, nesse contexto, o professor de Educação 
Física deve ter conteúdo de cultura midiática, através da problematização do 
esporte da mídia nas aulas de Educação Física.
Lisbôa (2007, p. 2) aponta a importância desses conhecimentos trazidos 
pelas crianças: 
Acreditando na capacidade transformadora e produtora de 
conhecimentos por parte das crianças, que não apenas 
recebem estas informações da televisão passivamente, mas 
também são capazes de ressignificá-las à luz de suas “múltiplas 
mediações”, surge a necessidade de se estabelecer um nexo 
entre as representações sociais produzidas pela mídia/TV, e 
aquelas que efetivamente se constituem em sua cultura lúdica. 
Desta forma, sabendo que existem milhares de crianças 
na escola com uma bagagem da televivência esportiva, o 
professor deve explorar esse conhecimento. 
Educação Física em foco
33
------ [ RESUMO DO TÓPICO 3 ] ------
Neste tópico, você viu que:
• Os aspectos metodológicos das demais áreas do conhecimento são as mesmas 
que envolvem a Educação Física.
• A Educação Física conta com várias propostas metodológicas de destaque, que 
vão desde metodologias tradicionais, como metodologias que apoiam na cultura 
do movimento. 
• As metodologias não tradicionais são: metodologia do ensino aberta; 
metodologia crítico-superadora; metodologia construtivista e metodologia 
crítico-emancipadora.
• Para que seja efetivo o ensino, deve-se sempre buscar a realidade do educando 
para ensinar fatos, pessoas e objetos que os alunos conhecem na sua vida diária.
• A indústria cultural possibilitou a multiplicação dos espetáculos por meio de 
novos espaços e sites.
• O esporte virou espetáculo.
• A indústria cultura e mídia tornou-se um dos princípios organizacionais da 
economia, da política, da sociedade e da vida cotidiana.
• A economia baseada na internet permite que o espetáculo seja um meio de 
divulgação, reprodução, circulação e venda de mercadorias. 
• A cultura da mídia promove espetáculos tecnologicamente sofisticados para 
atender às expectativas do público e aumentar seu poder e lucro.
• Os fatos esportivos são usados diariamente pelas mídias impressa, televisiva, 
radiofônica e virtual que se apropria (mobiliza estratégias simbólicas singulares) 
da cena discursiva do fato para produzir sentidos (agendas).
Educação Física em foco
34
• A televisão é um dos mais importantes e poderosos meios de produção midiática 
e veiculação de informações.
• Expresso especialmente pela televisão, o esporte apresenta-se como um dos 
principais elementos da cultura marcado pelo processo de espetacularização 
midiática.
• O esporte gera um mercado “de milhões”, como parte integrante que concorre 
para a instauração de uma nova percepção e prática desse elemento da cultura 
de movimento.
• A Educação Física deve se apropriar desse conhecimento de televivência das 
crianças e explorá-lo nas aulas. 
Educação Física em foco
35
AUT
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Questão 1: QUESTÃO 15 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 6 jul. 2016.
É preciso considerar que as mídias privilegiam a forma do espetáculo e 
do entretenimento, quase sempre distante das preocupações educativas-
escolares. O que as mídias proporcionam é um grande mosaico sem 
estrutura lógica aparente, composto de informações desconexas, em geral 
descontextualizadas e recebidas individualmente, sem instaurar, portanto, 
um verdadeiro processo de comunicação. 
Em uma escola, o Projeto Político-Pedagógico (PPP) prevê a discussão 
da questão étnico-racial em todas as disciplinas curriculares. Para atender 
a esse PPP, o professor de Educação Física escolar pediu que os alunos 
prestassem atenção ao que os comentaristas de jogos de futebol falam 
sobre os jogadores, com atenção a possíveis comentários que diferenciam 
jogadores brancos, negros ou de origem asiática. 
Avalie as afirmações a seguir, que descrevem as atividades que podem ser 
desenvolvidas em sala de aula com base nos relatos da pesquisa realizada 
pelos estudantes.
I. Mediação entre o discurso televisivo e os discursos presentes em 
outros tipos de mídia, demonstrando como informações tendenciosas e 
preconceitos étnicos-raciais estão enraizadas na sociedade e podem ocorrer 
em situações de jogo nas aulas de Educação Física. 
II. Mediação entre o discurso midiático e os objetivos da Educação Física 
escolar, discutindo situações em que se evidenciaram informações 
tendenciosas e preconceitos em relação às diferentes identidades.
Educação Física em foco
36
III. Discussão e reflexão sobre questões étnico-raciais, frequentemente 
presentes em redes sociais, apesar de não estarem previstasnas diretrizes 
curriculares nacionais da Educação Básica. 
É correto o que se afirma em:
( ) A = I, apenas.
( ) B = III, apenas.
( ) C = I e II, apenas.
( ) D = II e III, apenas.
( ) E = I, II e III.
Questão 2: QUESTÃO 24 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 6 jul. 2016.
Tendo em vista a Educação Física que se renova, recria e aprimora seus 
conceitos, conteúdos e didáticas, sugerem-se algumas reflexões sobre 
propostas contemporâneas e as práticas que vemos constantemente nas 
ruas. Por que não levá-las para a escola? Por que não perguntar e conversar 
com as crianças? Talvez, muitas queiram novas modalidades dentro do 
âmbito escolar. Às vezes, as crianças já praticam tais atividades nos 
momentos livres e recreativos, porém se não olharmos para o ser humano 
em plena formação, talvez algumas desistam no meio do caminho, por não 
se desenvolverem, nem melhorarem em tais práticas. 
O trecho sugere que existe uma integração entre os conteúdos escolares 
e a vida do ser humano fora da escola. De acordo com essas reflexões, 
conclui-se que:
( ) a - conversas com as crianças a respeito de seus momentos livres 
garantem que o professor consiga inserir corretamente os saberes 
construídos nas ruas nos conteúdos de suas aulas.
( ) b - saberes construídos nas ruas são os que agradam aos alunos e, 
por isso, são conteúdos escolares de caráter atitudinal essenciais para o 
desenvolvimento social de crianças e adolescentes. 
Educação Física em foco
37
( ) c - saberes construídos nas ruas são conteúdos escolares que podem 
promover o desenvolvimento integral dos alunos e que lhes ensinam mais 
possibilidades para usufruir dos momentos de lazer. 
( ) d - práticas que as crianças realizam nos momentos livres precisam 
ser bem analisadas antes de se tornarem conteúdos escolares, de forma a 
privilegiar aquelas que todos conheçam. 
( ) e - práticas que as crianças realizam nos momentos livres são conteúdos 
escolares por excelência, excetuando-se aquelas que apresentam caráter 
elitista, por não serem compatíveis com os ideais igualitários. 
Questão 3: QUESTÃO 16 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 6 jul. 2016.
A mídia televisiva em geral tem privilegiado as transmissões de espetáculos 
esportivos que comumente reforçam a supremacia do sexo masculino em 
relação ao feminino, reforçando também o caráter sexista da prática esportiva. 
As consequências de tal situação são preocupantes, pois os índices de 
desrespeito aos direitos da mulher continuam altos. No que diz respeito à 
Educação Física, infelizmente ainda é comum encontrarmos aulas em que as 
práticas reforçam negativamente as diferenças entre os sexos e incentivam o 
sexismo, como aulas de futebol para meninos e queimada para as meninas, 
ou até mesmo aulas separadas por sexo com a alegação de que os meninos 
machucam as meninas. O enfrentamento desta situação perpassa várias 
condições, como, por exemplo, os ordenamentos legais, as políticas públicas 
de vários segmentos, a formação de educadores, a concepção de mundo dos 
professores e as representações dos próprios alunos. 
Em se tratando de política pública de Educação Física, considerando os 
Parâmetros Curriculares Nacionais, há pouco posicionamento com relação a 
essa temática. Assinale a alternativa que sintetiza tal posicionamento. 
( ) a - as aulas mistas de Educação Física devem possibilitar a convivência 
de estudantes de sexos diferentes para conhecerem as diversidades de 
gêneros, desenvolverem uma postura de inconformidade com relação a 
Educação Física em foco
38
essas diferenças e promoverem práticas de superação das meninas sobre 
os meninos. 
( ) b - as aulas mistas de Educação Física permitem que meninos e 
meninas convivam, se observem, se descubram e aprendam a se respeitar, 
a não discriminar e a compreender as diferenças, de forma a não reproduzir 
relações autoritárias. 
( ) c- as aulas mistas de Educação Física devem ser mescladas com aulas 
separadas por sexo, para propiciar momentos de diversão (aulas mistas), 
de aprendizados técnicos (aulas separadas) e de desenvolvimento de uma 
postura de tolerância entre os gêneros. 
( ) d - as aulas mistas de Educação Física devem ser intercaladas com aulas 
separadas por sexo, para promover momentos de convivência pacífica, de 
conscientização para os alunos do sexo masculina e de desenvolvimento de 
uma postura de tolerância entre os sexos. 
( ) e - as aulas mistas de Educação Física tem o objetivo de levar os 
estudantes, que são os futuros cidadãos, a reproduzi a concepção histórica 
sobre a inferioridade feminina, sendo, por esse motivo, fundamentais no 
contexto da educação básica.
Gabarito
Questão 1 – Letra C.
Questão 2 – Letra C.
Questão 3 – Letra B.
Educação Física em foco
39
REFERÊNCIAS
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Educação Física em foco
42
Educação Física em foco
43
UNIDADE 2
MOTRICIDADE HUMANA/CORPOREIDADE (O CONHECIMENTO SOBRE 
O CORPO HUMANO)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 A partir do estudo desta unidade você deverá ser capaz de:
• econhecer novas formas de ver a dança;
• entender os diferenciais do conteúdo pedagógicos da dança na Educação 
Física baseado nos PCN;
• analisar os aspectos metodológicos que envolvem a dança, atividades 
rítmicas na Educação Física escolar;
• conhecer os aspectos do jogo, esporte, ginástica e luta que devem ser 
trabalhados na Educação Física escolar;
• analisar os aspectos que caracterizam a Educação Física relacionada à saúde.
sar os aspectos metodológicos que envolvem a Educação Física escolar.
PLANO DE ESTUDOS
 Esta unidade está dividida em dois tópicos. Em cada um deles, você 
encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos abordados.
TÓPICO 1 – LINGUAGEM CORPORAL NA 
ESCOLA
TÓPICO 2 – ASPECTOS DO JOGO, ESPORTE, 
GINÁSTICA E LUTA NA ESCOLA
TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE
Educação Física em foco
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Educação Física em foco
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------ [ TÓPICO 1 – LINGUAGEM CORPORAL NA ESCOLA ] ------
Neste tópico, você verá os conteúdos relacionados à cultura do 
movimento que diz respeito à linguagem corporal que engloba a dança, 
atividades rítmicas, brinquedos cantados, bem como suas caraterísticas 
pedagógicas, curriculares e sociais.
1 DANÇA, ATIVIDADE RÍTMICA E LINGUAGEM CORPORAL NA ESCOLA
Na medida em que a Educação Física lida, pedagogicamente, com 
expressões da cultura, então, pela educação do corpo também se difunde uma 
determinada ordem cultural, da qual a cultura corporal é constitutiva e constituinte 
(BRASILEIRO; MARCASSA, 2008). Caro(a) acadêmico(a)! Vamos entender a partir 
da leitura a seguir como a dança é uma importante forma de linguagem corporal, da 
cultura que pode e deve ser explorada pelo professor de Educação Física.
Marques (1997) explica que a dança seria o primo da educação e assim os 
educadores buscaram incorporar a dança nos currículos, programas educacionais, 
como em 1992, a dança passou a fazer parte do Regimento da Secretaria Municipal 
de Educação de São Paulo como linguagem artística diferenciada.
Segundo Oliveira (2001, p. 14), a dança pode ser considerada como uma 
das “atividades físicas mais significativas para o homem antigo, utilizada como 
forma de exibir suas qualidades físicas e de expressar os seus sentimentos, 
praticada por todos os povos, desde o paleolítico superior (60.000 a.C.)".
No Brasil e no mundo, a dança vem ganhando cada vez mais espaço 
pelos benefícios comprovados que, de acordo com Gariba (2005), vão desde a 
melhora da autoestima, passando pelo combate ao estresse, depressão, até o 
enriquecimento das relações interpessoais. 
A dança, por ser uma das principais manifestações instintivas, faz parte 
da natureza humana (TONELI, 2007), sendo uma atividade completa em vários 
Educação Física em foco
46
aspectos. Veja na figura a seguir os aspectos que a dança aborda enquanto atividade. 
FIGURA 7. ASPECTOS DA DANÇA 
FONTE: TONELI (2007)
A dança e as brincadeiras cantadas fazem parte dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997, p. 38) da Educação Física, no bloco 
atividades rítmicas, como “manifestações da cultura corporal que têm como 
características comuns a intenção de expressão e comunicação mediante gestos 
e a presença de estímulos sonoros como referência para o movimento corporal”. 
Strazzacappa (2001) aponta que o movimento corporal leva o aluno a sentir 
o mundo e por ele ser sentido e que uma das formas seria pela dança, pois esta 
proporciona experiências com atividades motoras de real importância para as relações 
interpessoais, proprioceptivas, ambientais, necessárias ao desenvolvimento infantil, 
ou seja, o processo de ensino e aprendizagem por meio das atividades rítmicas 
deve se apresentar como intermédio entre o saber, corpo e movimento.
Nos PCN são descritas algumas características que devem ser abordadas 
na dança enquanto linguagem corporal: 
Os conteúdos deste bloco são amplos, diversificados e podem 
variar muito de acordo com o local em que a escola estiver 
inserida. Sem dúvida alguma, resgatar as manifestações culturais 
tradicionais da coletividade, por intermédio principalmente das 
pessoas mais velhas é de fundamental importância. A pesquisa 
sobre danças e brincadeiras cantadas de regiões distantes, 
Educação Física em foco
47
com características diferentes das danças e brincadeiras locais, 
pode tornar o trabalho mais completo. Por meio das danças 
e brincadeiras os alunos poderão conhecer as qualidades do 
movimento expressivo como leve/pesado, forte/fraco, rápido/
lento, fluido/interrompido, intensidade, duração, direção, sendo 
capaz de analisá-los a partir destes referenciais; conhecer 
algumas técnicas de execução de movimentos e utilizar-se 
delas; ser capazes de improvisar, de construir coreografias, e, 
por fim, de adotar atitudes de valorização e apreciação dessas 
manifestações expressivas (BRASIL, 1997, s.p.).
Podemos nos perguntar se a dança inserida na escola como uma atividade 
rítmica deve ser predominante técnica? 
A dança tem, sim, um caráter técnico, mas no âmbito escolar cabeao 
professor de Educação Física não estar centrado predominantemente no domínio 
técnico da dança, mas na possibilidade de incorporação das muitas técnicas de 
execução que possibilitem a sua transferência para várias outras situações ou 
contextos, levando o aluno a vivências diversificadas, proporcionando experiências 
de manifestação corporal (RONDON et al., 2010).
Surge como uma alternativa dessa forma de dança na escola, a dança 
criativa como uma alternativa de variação de movimentos codificados e rígidos 
(RONDON et al., 2010). A dança estimula a criatividade e a memorização e, ao 
praticá-la, somos induzidos a entrar em contato e nos interessarmos por conhecer 
fatos, narrações, histórias e costumes da humanidade acerca da evolução e até de 
outras culturas (ARCE; DÁCIO, 2007).
Proporcionar o desenvolvimento da criatividade reforça as interações com 
o meio sociocultural, não sendo uma simples determinação biológica, mas uma 
possibilidade a ser construída com/através das aulas de dança. Pelo fato de a 
dança trabalhar diversos aspectos, como a coordenação motora, agilidade, ritmo e 
percepção espacial; desenvolve a musculatura corporal de forma integrada e natural; 
permitir uma melhora na autoestima e quebra de diversos bloqueios psicológicos; 
possibilitar o convívio e aumento do rol de relações sociais (ARCE; DÁCIO, 2007).
Na escola, o professor pode explorar o movimento da dança, ou seja, 
dançar é combinar movimentos e mais movimentos, formas e mais formas, 
Educação Física em foco
48
modificando-os, refinando-os, entendendo-os com todos os aspectos psíquicos de 
possibilidade de intervenção e de elaboração (MANSUR, 2003).
É neste sentido que devemos superar o ensino em que o professor 
transmite e o estudante apenas reproduz. Assim surge a improvisação em dança, 
um aspecto dentro da dança criativa, que é um caminho que favorece:
FIGURA 8. ASPECTOS DA DANÇA IMPROVISAÇÃO
FONTE: Mansur (2003)
Somado às características da dança improvisação, a dança como atividade 
pedagógica, segundo Carvalho e Silva et al. (2012), objetiva:
• proporcionar atividades de desenvolvimento da memória, do 
raciocínio, da autoestima e autoconfiança; 
• estimular a capacidade de solucionar problemas de maneira 
criativa;
• fazer com que a criança tenha uma melhor relação consigo 
mesma e com os outros;
• ampliar seu repertório de movimentos, despertando no aluno 
uma relação concreta de sujeito-mundo.
 
Devemos pensar a dança, caro acadêmico, como uma atividade rítmica 
que deve ser centrada no aluno, com participação em todo o contexto escolar e não 
somente em festas juninas e em demais festejos escolares, atuando ativamente na 
interdisciplinaridade, na qual tem sentido profundo e desempenha papel integrador 
plural e interdisciplinar no processo formal e não formal da educação (SOUSA; 
Educação Física em foco
49
HUNGER; CARAMASCHI, 2010).
Os PCN (BRASIL, 1997, s.p.) apontam uma lista de sugestão de danças e 
outras atividades rítmicas e/ou expressivas que podem ser abordadas e deverão 
ser adaptadas a cada contexto:
• danças brasileiras: samba, baião, valsa, quadrilha, afoxé, 
catira, bumba-meu-boi, maracatu, xaxado etc.;
• danças urbanas: rap, funk, break, pagode, danças de salão;
• danças eruditas: clássicas, modernas, contemporâneas, jazz;
• danças e coreografias associadas a manifestações musicais: 
blocos de afoxé, olodum, timbalada, trios elétricos, escolas de 
samba;
• lengalengas;
• brincadeiras de roda, cirandas;
• escravos-de-Jó.
Veja, na tabela a seguir, alguns estudos com dança na escola e seus 
benefícios aos alunos.
QUADRO 5. ESTUDOS DE CAMPO COM A DANÇA NA ESCOLA
Estudo/
referência
Sujeitos/
Idade (anos)/ 
sexo
Intervenção 
Duração (semanas)
Resultados
Mota, Mota 
e Liberali 
(2012)
20 alunas 
(11 - 16 anos) 
Objetivo = nível de 
motivação e
autoestima de 
adolescentes do 
sexo feminino de 
um projeto social 
de dança
- projeto de dança 
para atendimento à 
família,
visando a criar 
condições para 
prevenir situações de 
risco.
- A dança é um dos 
serviços oferecidos 
como uma atividade 
socioeducativa. 
- a dança é “muito 
importante”
para a saúde. 
- querem ser bailarinos 
quando crescerem. 
- aprender novas 
danças. 
- boa autoestima. 
- adolescentes que 
dançam aceitam o 
projeto social como um 
caminho na realização 
de um grande sonho; 
“ser uma bailarina 
quando crescer”, com 
novas experiências.
Educação Física em foco
50
Castro et al. 
(2011)
115 alunas 
(05 - 66 anos) 
Objetivo = avaliar 
a socialização
- projeto de dança 
com 18 aulas.
- vivências de danças, 
vídeos, historinhas 
etc. 
- gostam de dançar em 
grupo.
- gostam de se 
apresentar.
- a dança trouxe 
receptividade.
- a dança trouxe 
ludicidade, 
musicalidade, 
socialização e 
movimentos variados.
Educação Física em foco
51
------ [ RESUMO DO TÓPICO 1 ] ------
Neste tópico, você viu que:
• A dança é uma importante forma de linguagem corporal que pode e deve ser 
explorada pelo professor de Educação Física. 
• A dança foi incorporada nos currículos e em programas educacionais, desde 1992, 
nas escolas municipais de São Paulo como linguagem artística diferenciada.
• A dança foi usada como atividades físicas mais significativas para o homem 
antigo, desde o paleolítico superior (60.000 a.C.).
• No Brasil e no mundo, a dança vem ganhando cada vez mais espaço pelos 
benefícios comprovados.
• Alguns benefícios da dança podem ser a melhora da autoestima, combate ao 
estresse, depressão, até o enriquecimento das relações interpessoais. 
• A dança e as brincadeiras cantadas fazem parte dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCN) da Educação Física no bloco atividades rítmicas.
• Para os PCN, a dança é uma manifestação da cultura corporal que tem como 
característica comum a intenção de expressão e comunicação.
• A dança proporciona experiências com atividades motoras de real importância 
para as relações interpessoais, proprioceptivas, ambientais.
• A dança auxilia no desenvolvimento infantil, ou seja, o processo de ensino e 
aprendizagem por meio das atividades rítmicas deve-se apresentar como 
intermédio entre o saber, corpo e movimento.
• A dança no âmbito escolar não está centrada predominantemente no domínio 
técnico, mas nas experiências de manifestação corporal.
Educação Física em foco
52
• A dança criativa é uma alternativa de variação de movimentos codificados e 
rígidos. 
• A dança estimula a criatividade e a memorização. 
• A dança proporciona as interações com o meio sociocultural, não sendo uma 
simples determinação biológica, mas uma possibilidade a ser construída com/
através das aulas de dança. 
• A dança trabalha diversos aspectos, como a coordenação motora, agilidade, ritmo 
e percepção espacial; desenvolve a musculatura corporal de forma integrada e 
natural; permitir uma melhora na autoestima e quebra de diversos bloqueios 
psicológicos; possibilitar o convívio e aumento do rol de relações sociais.
• Na escola o professor pode explorar o movimento da dança, combinando 
movimentos e mais movimentos.
• A improvisação em dança trona-se com a dança criativa uma opção na escola 
de trabalhar a criatividade, a experimentação, a superação dos modelos e a 
espontaneidade.
• A dança, como atividade pedagógica, proporciona atividades de desenvolvimento 
da memória, do raciocínio, da autoestima e da autoconfiança. 
• A dança faz com que a criança tenha uma melhor relação consigo mesma e com 
os outros e amplia seu repertório de movimentos, despertando no aluno uma 
relação concreta de sujeito-mundo.
• A dança é uma atividade rítmica que deve ser centrada no aluno, com participação 
em todo o contexto escolar. 
Educação Física em foco
53
AUT
OAT
IVID
ADE �
Questão 1: QUESTÃO 30 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 7 jun. 2016.
A Resolução CNE/CEB 2/2010, que define as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Ensino Médio, prevê que a Educação Físicaé componente 
curricular da linguagem assim como a Língua Portuguesa, a Arte e a Língua 
Estrangeira. Esses componentes devem ser desenvolvidos de forma 
interdisciplinar e contextualizada, a fim de possibilitar ao aluno o domínio 
do conhecimento das formas contemporâneas de linguagem por meio de 
habilidades e competências.
Com base nessa indicação legal sobre o conhecimento da Educação Física, 
analise a figura a seguir:
A partir do texto e da imagem, avalie as asserções a seguir e a relação 
proposta entre elas. 
I. A linguagem corporal como forma de comunicação e expressão não verbal 
pode ser desenvolvida como conhecimento específico da Educação Física 
Educação Física em foco
54
e, também, dialogando com outros componentes curriculares. 
PORQUE
II. Deve-se possibilitar a inter-relação entre conhecimentos das diversas 
formas de linguagens na escola, considerando o conhecimento do corpo 
como meio de expressão e comunicação manifestado por meio da prática 
corporal em aulas de Educação Física.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
( ) A= as asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma 
justificativa correta da I.
( ) B = as asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa correta da I.
( ) C= a asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição 
falsa.
( ) D = a asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição 
verdadeira.
( ) E = as asserções I e II são proposições falsas.
Questão 2: QUESTÃO 26 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 7 jul. 2016.
Considere que uma professora desenvolveu um projeto educacional sobre 
atividades rítmicas com os estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental. 
Nesse projeto, os estudantes realizaram uma pesquisa com seus pais e avós 
para identificar cantigas de roda e parlendas realizadas por eles durante a 
infância. Os resultados da pesquisa foram compartilhados pelos estudantes 
com os colegas de classe. A professora, então, elaborou uma lista com as 
cantigas e parlendas identificadas e construiu aulas nas quais algumas 
atividades foram vivenciadas e analisadas. 
Considerando o projeto aplicado por esta professora, seus objetivos e 
Educação Física em foco
55
conteúdos, avalie as afirmações a seguir.
I. O processo aplicado estimulará a aprendizagem de conteúdos de natureza 
procedimental, como a valorização do prazer na prática de atividades 
rítmicas e o respeito aos limites e possibilidades dos estudantes.
II. O projeto aplicado estimulará a aprendizagem de conteúdos de natureza 
conceitual, como o conhecimento sobre as características culturais e 
históricas de parlendas e cantigas de roda. 
III. O projeto aplicado estimulará a aprendizagem de conteúdos de natureza 
conceitual, como a identificação das possibilidades lúdicas de parlendas e 
cantigas de roda, além de perceberem as qualidades do movimento expressivo.
IV. O projeto aplicado estimulará a reflexão sobre conteúdos de natureza 
atitudinal, como a identificação das habilidades de locomoção e manipulação 
presentes em cada atividade rítmica realizada. 
É correto apenas o que se afirma em:
( ) A= I e II.
( ) B = I e IV. 
( ) C= II e III. 
( ) D = I, III e IV. 
( ) E = II, III e IV.
Gabarito
Questão 1 – Letra A.
Questão 2 – Letra C.
Educação Física em foco
56
Educação Física em foco
57
------ [ TÓPICO 2 – ASPECTOS DO JOGO, ESPORTE, GINÁSTICA E ] ------
LUTA NA ESCOLA
Especialmente, neste tópico, você entenderá que a definição de cultura, 
entendida como um produto da coletividade, está relacionada diretamente 
à cultura do movimento. Também abordaremos a questão de gênero e sua 
relação com a Educação Física.
1 DIMENSÕES DO ESPORTE E APLICAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Caro(a) acadêmico(a)! Vamos entender, a partir da leitura a seguir, os 
aspectos do jogo, esporte, ginástica e luta na escola, que podem e devem ser 
explorados pelo professor de Educação Física. 
Atualmente, o desafio do professor de Educação Física é não voltar a 
sua aula inteiramente às práticas esportivas, dando importância somente às suas 
técnicas, pois estas podem fragmentar a formação integral da criança, mas deve 
levar em conta que a criança é um ser sociocultural, e fortalecer com as práticas 
esportivas diversos fatores, como respeito mútuo, cooperação e afetividade, que 
são a base para a criança viver em sociedade (GUIMARÃES et al., 2001).
Assim com a dança, os jogos, os esportes, as lutas e as ginásticas fazem 
parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997, p. 35) da Educação 
Física em um caráter de conhecimentos culturais. Veja na figura a seguir: 
FIGURA 9: BLOCOS DE ATIVIDADES DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
Esportes, jogos, lutas e ginásticas Atividades rítmicas e expressivas
Conhecimentos sobre o corpo
FONTE: PCN (BRASIL, 1997, p. 35)
Na escola, como as demais disciplinas, a Educação Física, tem 
Educação Física em foco
58
responsabilidade na concretização do processo de formação e desenvolvimento 
de valores e atitudes, por meio de aulas educativas, oportunizando um local 
de reflexão e de transformação sobre situações ou desenvolvimento de várias 
práticas corporais além dos esportes, como a dança, a ginástica geral, jogos e 
lutas (GUIMARÃES et al., 2001). 
Os PCN (BRASIL, 1997, p. 37) definem separadamente os jogos, as 
esportes, as lutas e as ginásticas com o intuito “de tornar viável ao professor e 
à escola operacionalizar e sistematizar os conteúdos de forma mais abrangente, 
diversificada e articulada possível”. Iniciaremos, caro(a) acadêmico(a), falando da 
ginástica.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997, p. 70-71) da 
Educação Física apontam que a ginástica: 
As ginásticas são técnicas de trabalho corporal que, de modo 
geral, assumem um caráter individualizado com finalidades 
diversas. Por exemplo, pode ser feita como preparação para 
outras modalidades, como relaxamento, para manutenção ou 
recuperação da saúde ou ainda de forma recreativa, competitiva 
e de convívio social. Envolvem ou não a utilização de materiais 
e aparelhos, podendo ocorrer em espaços fechados, ao ar livre 
e na água. Cabe ressaltar que são um conteúdo que tem uma 
relação privilegiada com o bloco de conhecimentos sobre o 
corpo, pois nas atividades ginásticas esses conhecimentos se 
explicitam com bastante clareza. Atualmente, existem várias 
técnicas de ginástica que trabalham o corpo de modo diferente 
das ginásticas tradicionais (de exercícios rígidos, mecânicos 
e repetitivos), visando à percepção do próprio corpo: ter 
consciência da respiração, perceber relaxamento e tensão dos 
músculos, sentir as articulações da coluna vertebral. 
Segundo Zaghi, Simões e Carbinatto (2015), a ginástica deve estar inserida 
na Educação Física escolar, em todo processo educativo e, especialmente, com 
abordagem que incentive a criticidade, a criatividade, a autonomia e a formação 
humana.
 
A ginástica deve ser reconhecida pela educação como uma prática 
pedagógica constitutivas da cultura corporal e social, vivenciando no fazer corporal 
Educação Física em foco
59
e com reflexão sobre sua significância e propósito (CASTELLANI FILHO, 1997).
O ideal para trabalhar com a ginástica no contexto escolar seria partir de 
uma abordagem crítica e criativa, provocando um diálogo com a cultura corporal 
e sua linguagem (cênica, imagética e escrita), além de possibilitar a vivência de 
suas variadas expressões, explorando diferentes materiais, técnicas e tecnologias 
(BRASILEIRO; MARCASSA, 2008). 
Brasileiro e Marcassa (2008) apontam diversas modalidades de ginástica, 
entre elas: artística, rítmica, acrobática, e argumentam que devem ser incorporadas 
à presença de elementos da dança, do circo, da capoeira, dos jogos, das lutas, 
ou seja, das várias manifestações constitutivas da cultura corporal que, ao serem 
incorporadas à criação de coreografias, são recodificadas pelalinguagem gímnica, 
isto é, transformadas em movimentos ginásticos.
Agora, caro(a) acadêmico(a), vamos falar sobre as lutas no contexto 
escolar. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997, p. 37) da 
Educação Física apontam sobre as lutas: 
As lutas são disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser 
subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, 
contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço 
na combinação de ações de ataque e defesa. Caracterizam-se 
por uma regulamentação específica, a fim de punir atitudes de 
violência e de deslealdade. Podem ser citados como exemplo 
de lutas desde as brincadeiras de cabo-de-guerra e braço-de-
ferro até as práticas mais complexas da capoeira, do judô e do 
caratê.
Entende-se como lutas não somente as modalidades tidas como 
tradicionais (judô, caratê, Kung Fu), mas, também, a prática da luta informal e 
“estas devem servir como instrumento de auxílio pedagógico ao professor de 
Educação Física: o ato de lutar deve ser incluído dentro do contexto histórico-
sociocultural do homem, já que o ser humano luta, desde a pré-história, pela sua 
sobrevivência” (FERREIRA, 2006, p. 37).
Educação Física em foco
60
FIGURA 10. EXEMPLOS DO QUE PODE SER TRABALHADO EM LUTAS EM TODO 
ENSINO
FONTE: FERREIRA (2006, p. 37)
Ferreira (2006) aponta vários benefícios que as lutas trazer aos alunos, 
principalmente, no desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo-social, entre eles: 
• No aspecto motor, o desenvolvimento da lateralidade, o controle do tônus 
muscular, a melhora do equilíbrio e da coordenação global, o aprimoramento da 
ideia de tempo e espaço, bem como da noção de corpo.
• No aspecto cognitivo, a percepção, o raciocínio, a formulação de estratégias e a 
atenção.
• No aspecto afetivo e social, reação a determinadas atitudes, a postura social, a 
socialização, a perseverança, o respeito e a determinação. 
As lutas educam porque ensina a criança e jovens a conviver 
com a derrota e a vitória, ensina a respeitar as regras do jogo 
(elas devem respeitar a opinião de seus colegas e acatar a 
decisão da maioria do grupo), ensina a vencer (no jogo e 
na vida) através do seu esforço pessoal (às vezes tem que 
momentaneamente aliar-se a outros para atingir este objetivo, 
processo que os pedagogos chamam de cooperação ou 
companheirismo), ensina a competir (e isto prepara para a 
vida) (SOUZA, 2013, p. 14).
Agora, caro(a) acadêmico(a), vamos falar sobre o esporte no contexto 
Educação Física em foco
61
escolar, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997, p. 
37) da Educação Física: 
Assim, consideram-se esporte as práticas em que são 
adotadas regras de caráter oficial e competitivo, organizadas 
em federações regionais, nacionais e internacionais que 
regulamentam a atuação amadora e a profissional. Envolvem 
condições espaciais e de equipamentos sofisticados como 
campos, piscinas, bicicletas, pistas, ringues, ginásios etc. 
A divulgação pela mídia favorece a sua apreciação por 
um diverso contingente de grupos sociais e culturais. Por 
exemplo, os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo de Futebol ou 
determinadas lutas de boxe profissional são vistos e discutidos 
por um grande número de apreciadores e torcedores. 
“As práticas culturais de esporte vêm sendo escolarizadas ao longo deste 
século como um dos temas de ensino da Educação Física” (VAGO, 1996, p. 7). “O 
esporte na escola deve ter a função de facilitadora no processo educacional e ser 
adaptado no ambiente escolar, vinculado aos objetivos estabelecidos pelo projeto 
pedagógico da escola” (PAES; BALBINO, 2009, p. 76).
Segundo Vago (1996), o esporte ocupa um importante lugar nas relações 
sociais, sendo considerado uma prática cultural e, ao penetrar no espaço escolar, 
esse esporte é escolarizado e incorporado à cultura escolar. 
Veja no quadro a seguir alguns problemas relativos à pedagogia do esporte, 
que podem acontecer na Educação Física escolar, apontado por Paes e Balbino. 
QUADRO 6. PROBLEMAS RELACIONADOS À PEDAGOGIA DO ESPORTE NA EDUCAÇÃO FÍSICA 
ESCOLAR
Problemas Características
Prática esportivizada
- Fundamentos e gestos técnicos (habilidades específicas) de 
diferentes modalidades.
- Limita-se à repetição de movimentos, fazendo com que o 
aluno repita aquilo que já sabe, deixando de possibilitar o 
aprendizado de algo novo. 
Educação Física em foco
62
Prática repetitiva
- Gestos técnicos em diferentes níveis de ensino.
- Repetição das mesmas práticas nas diferentes fases do 
ensino formal.
- Exemplo: o voleibol proposto na Educação Infantil é o 
mesmo proposto no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
- Não leva em conta as fases do desenvolvimento do aluno.
Fragmentação de 
conteúdos
- O esporte é oferecido de forma desorganizada, sem a 
continuidade e a evolução necessárias ao aprendizado.
- Ausência de planejamento tanto no ambiente escolar quanto 
fora dele. 
- A falta de planejamento pode levar o professor a trabalhar 
conteúdos fragmentados e isolados.
- A prática do esporte é feita de forma incompatível com o 
projeto pedagógico da escola. 
- Resultando em distanciamento entre a Educação Física e as 
demais
disciplinas e causando prejuízos significativos aos alunos.
Especialização 
precoce
- Problema da pedagogia do esporte, tanto na educação 
formal quanto na educação não formal. 
- Busca pelo resultado positivo a curto prazo.
- Acontece cada vez mais cedo, o que pode ser verificado 
claramente na modalidade futebol, na qual existe até mesmo 
uma categoria denominada “fraldinha”. 
- Esse procedimento acaba resultando em problemas de 
diferentes dimensões: físicas, técnicas, táticas, psicológicas e 
filosóficas.
- Entende equivocadamente que esse procedimento 
pedagógico é eficiente na identificação do talento esportivo. 
FONTE: Paes e Balbino (2009, p. 75-76)
Para Paes e Balbino (2009, p. 76), “estes conjuntos de problemas podem 
interferir de maneira negativa na tentativa de dar ao esporte, em especial na escola, 
um tratamento pedagógico”. E para contrapor os problemas citados, os autores 
propõem alguns aspectos relevantes de uma adequada proposta pedagógica para 
ser utilizado pelo professor de Educação Física, veja no quadro a seguir.
Educação Física em foco
63
QUADRO 7. ASPECTOS RELEVANTES DE UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA
Aspectos Características
Sistematização de 
conteúdos
- Deve ser desenvolvido de forma planejada, organizada e 
sistematizada.
- Ensinar esporte é rever constantemente o que já 
foi aprendido, aprender algo novo e preparar-se para 
aprendizados futuros. 
- Sistematizar os conteúdos é um pré-requisito fundamental 
para dar ao esporte um tratamento pedagógico.
Consideração dos 
diferentes níveis de 
ensino
- Deve ser considerado quando se trata de ensino do esporte 
na escola.
- Poderá reduzir e restringir o esporte a simples repetições 
de gestos, ofuscando seu verdadeiro valor no processo de 
educação de crianças e jovens.
Diversificação
- Fundamental no processo de ensino e aprendizagem 
do esporte, na escola ou fora dela, pois é por meio da 
diversificação de movimentos e de modalidades que os 
alunos poderão ter acesso facilitado ao esporte, conhecendo 
alternativas práticas para, assim, ampliar seu universo de 
possibilidades e até mesmo ter um referencial maior para 
optar por práticas esportivas de seu interesse.
FONTE: Paes e Balbino (2009)
Considerando que a origem do esporte está no jogo, e este situado na 
interface com o esporte, vamos agora, caro(a) acadêmico(a), rever o jogo no 
contexto escolar, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 
1997, p. 37) da Educação Física: 
Os jogos podem ter uma flexibilidade maior nas 
regulamentações, que são adaptadas em função das 
condições de espaço e material disponíveis, do número de 
participantes, entre outros. São exercidos com um caráter 
competitivo, cooperativo ou recreativo em situações festivas, 
comemorativas, de confraternização ou ainda no cotidiano 
como simplespassatempo e diversão. Assim, incluem-se entre 
os jogos as brincadeiras regionais, os jogos de salão, de mesa, 
de tabuleiro, de rua e as brincadeiras infantis de modo geral.
Educação Física em foco
64
O esporte utiliza o jogo no seu processo de aprendizagem como um 
facilitador na educação de crianças e jovens, pois por meio dos jogos, valores e 
comportamentos podem ser aprendidos. Existem na literatura específica diversos 
tipos de jogos, entre eles aos jogos pré-esportivos, jogos de regras, grandes jogos, 
jogos cooperativos, jogos adaptados, entre outros (PAES; BALBINO, 2009). Veja 
na citação a seguir a proposta de jogos no âmbito pedagógico. 
No Ensino Médio, os jogos coletivos poderão ser desenvolvidos 
considerando suas especificidades, como, por exemplo, futebol, 
voleibol, basquetebol e handebol. É importante salientar que 
essa forma de organização e distribuição de temas não implica 
uma fragmentação dos conteúdos, mas, sim, uma tentativa de 
suprir uma das mais graves deficiências no ensino do esporte 
nas aulas de Educação Física escolar, que é a repetição da 
mesma prática em diferentes períodos escolares. Em síntese, 
para que o esporte tenha um tratamento pedagógico na escola, 
deverá não apenas possibilitar aos alunos o desenvolvimento 
motor (aquisição de habilidades básicas e específicas) e o 
desenvolvimento das inteligências (destacam-se a corporal 
cinestésica, espacial, interpessoal, intrapessoal e lógico-
matemática), mas também trabalhar a autoestima (reforçando 
acertos em geral e promovendo intervenções positivas) e, por 
fim, facilitar as intervenções dos professores no sentido de 
trabalhar princípios essenciais à sua educação (cooperação, 
participação, emancipação, coeducação e convivência) (PAES; 
BALBINO, 2009, p. 79).
A seguir, descrevemos duas correntes pedagógicas de ensino para os 
jogos esportivos coletivos.
Uma voltada aos métodos tradicionais, decompondo os 
elementos que constituem o esporte em partes. Assim, a 
memorização e a repetição permitem moldar a criança e o 
adolescente ao modelo já consagrado para o adulto; e outra 
voltada a métodos ativos, que levam em conta os interesses 
dos jovens e que, a partir de situações vivenciadas, iniciativa, 
imaginação e reflexão possam favorecer a aquisição de um 
saber adaptado às situações causadas pela imprevisibilidade 
(PINHO et al., 2010, p. 571). 
A corrente situacional fundamenta-se no desenvolvimento da capacidade 
tática, possibilitando que os praticantes utilizem de forma inteligente os elementos 
técnicos necessários à solução das diferentes situações de jogo, sugerindo, para 
Educação Física em foco
65
isto, a utilização de uma metodologia situacional. 
A metodologia situacional é constituída por formas 
próprias de condutas, onde a criança deve adquirir 
uma capacidade geral do jogo. Estes jogos devem ser 
apresentados de forma que os praticantes vivenciem 
situações o mais próximo possível da realidade do jogo. 
Definida como uma das novas correntes metodológicas, 
a metodologia situacional caracterizada como uma 
opção metodológica ativa, enfatiza o desenvolvimento 
da compreensão tática e dos processos cognitivos 
subjacentes à tomada de decisão, procurando evitar que 
os praticantes sejam condicionados a um desgastante 
processo de ensino da técnica e a uma especialização 
precoce na modalidade, excluindo a oportunidade de 
desenvolver e promover uma cultura esportiva apoiada 
na diversidade. Ao mesmo tempo, o método visa a 
oportunizar ao aluno uma construção do conhecimento 
tático-técnico (PINHO et al., 2010, p. 571).
Educação Física em foco
66
------ [ RESUMO DO TÓPICO 2 ] ------
Neste tópico, você viu que:
• Atualmente, o desafio do professor de Educação Física é não voltar a sua 
aula inteiramente às práticas esportivas, dando importância somente às suas 
técnicas.
• O professor de Educação Física deve levar em conta a formação integral e 
sociocultural da criança.
• O professor de Educação Física deve fortalecer com as práticas esportivas 
diversos fatores como respeito mútuo, cooperação e afetividade.
• “Jogos, esportes, lutas e ginásticas fazem parte de um dos blocos de conteúdos 
dos Parâmetros Curriculares Nacionais” (BRASIL, 1997, p. 35) da Educação 
Física. 
• Na escola, como as demais disciplinas, a Educação Física tem responsabilidade 
na concretização do processo de formação e desenvolvimento de valores e 
atitudes.
• A educação deve utilizar aulas educativas, oportunizando um local de reflexão 
e de transformação sobre situações ou desenvolvimento de várias práticas 
corporais além dos esportes, como a dança, a ginástica geral, jogos e lutas.
• A ginástica deve estar inserida na Educação Física escolar, em todo processo 
educativo com uma abordagem que incentive a criticidade, a criatividade, a 
autonomia, a formação humana.
• A ginástica deve ser reconhecida pela educação como uma prática pedagógica 
constitutivas da cultura corporal e social.
• A ginástica no contexto escolar deve levar a um diálogo com a cultura corporal 
e sua linguagem (cênica, imagética e escrita), além de possibilitar a vivência 
Educação Física em foco
67
de suas variadas expressões, explorando diferentes materiais, técnicas e 
tecnologias.
• As lutas na escola devem servir como instrumento de auxílio pedagógico ao 
professor de Educação Física.
• O ato de lutar deve ser incluído dentro do contexto histórico-sociocultural do 
homem, já que o ser humano luta, desde a pré-história, pela sua sobrevivência.
• As lutas podem trazer benefícios, como o desenvolvimento motor, cognitivo e 
afetivo-social.
• As lutas educam porque ensinam a criança e os jovens a conviver com a derrota 
e a vitória, ensina a respeitar as regras do jogo.
• O esporte no contexto escolar deve ter a função de facilitadora no processo 
educacional.
• O esporte no ambiente escolar deve ser vinculado aos objetivos estabelecidos 
pelo projeto pedagógico da escola.
• O esporte ocupa um importante lugar nas relações sociais, sendo considerado 
uma prática cultural e ao penetrar no espaço escolar, esse esporte é escolarizado 
e incorporado à cultura escolar. 
• Alguns problemas da prática do esporte na escola pode ser: prática esportivizada, 
prática repetitiva, fragmentação de conteúdos e especialização precoce.
• Para solucionar estes problemas da prática do esporte na escola, o professor 
deve organizar o ensino com alguns aspectos relevantes, como a sistematização 
de conteúdos, a consideração dos diferentes níveis de ensino e a diversificação.
• O jogo está relacionado com o ensino do esporte.
• Pelos jogos podem ser trabalhados valores e comportamentos.
Educação Física em foco
68
• Duas correntes pedagógicas de ensino para os jogos esportivos.
• Uma corrente voltada ao ensino tradicional, ou seja, esporte em parte.
• Outra corrente ativa voltada para situações vivenciadas, iniciativa, imaginação 
e reflexão possam favorecer a aquisição de um saber adaptado às situações 
causadas pela imprevisibilidade.
Educação Física em foco
69
AUT
OAT
IVID
ADE �
Questão 1: QUESTÃO 17 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 7 jul. 2016.
Para valorizar a prática pedagógica em Educação Física, não basta apenas 
apontar as falhas ocorridas, é interessante que se proponham soluções. 
 
Dentro dessa perspectiva, Freire (2002) sugere algumas atividades, como o 
jogo Boa de Forno, descrito a seguir:
“- Boca de forno - forno - darei um bolo - bolo - fareis tudo o que o rei 
mandar? - faremos. - Então, corram até [...]” (e aí vai uma ordem para o 
cumprimento da tarefa). 
Em algumas regiões se utiliza as faças: “abacaxi - xi - maracujá - já - fareis 
o que o rei mandar?”
De uma forma geral, nesse jogo, uma criança comanda e as demais cumprem 
as tarefas e/ou o professor comanda a atividade e solicita que tragam objetos 
de uma certa cor, de um certo peso, tamanho e assim sucessivamente.
FONTE: FREIRE, J. B. Educação de corpointeiro: teorias e práticas da educação física. 4. 
ed. São Paulo: Scipione, 2002 (adaptado). 
I. O jogo proposto é uma atividade interdisciplinar, pois, além de promover a 
cultura do jogo tradicional, também estimula o conhecimento lógico que se 
forma a partir da classificação e seriação.
II. O jogo proposto desenvolve a atenção, o raciocínio e as habilidades 
motoras básicas, sendo esses alguns dos objetivos específicos da Educação 
Física escolar.
Educação Física em foco
70
III. O jogo proposto tem embasamento na abordagem pedagógica 
desenvolvimentista, pois propõe uma taxionomia para o desenvolvimento motor, 
ou seja, uma classificação hierárquica dos movimentos dos seres humanos. 
É correto o que se afirma em:
( ) A= I, apenas.
( ) B = III, apenas. 
( ) C= I e II, apenas. 
( ) D = II e III, apenas. 
( ) E = I, II e III.
Questão 2: QUESTÃO 18 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 7 jul. 2016.
O jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta enquanto componentes 
culturais da Educação Física têm como características comuns a ludicidade e 
a função educativa, nas quais cada manifestação corporal vivida no interior da 
escola possibilita a formação e o desenvolvimento humano em sua totalidade. 
Assim, a Educação Física contempla conhecimentos produzidos e usufruídos 
pela sociedade a respeito do corpo e do movimento, com finalidade de lazer, 
manutenção da saúde, expressão da afetividade e da cidadania. 
Com base no texto e considerando o papel do professor ao planejar, participar 
e avaliar projetos pedagógicos, educacionais e da gestão escolar, avalie as 
afirmações a seguir:
I. Deve-se valorizar a rotina da aula e a improvisação, o que estimulará 
a renovação do conhecimento, que deve ser diariamente produzido pelo 
professor e por seus alunos.
II. É recomendável que o aluno desenvolva sua bagagem cultural através 
de jogos e brincadeiras, considerando sua criatividade e seu poder de 
imaginação.
Educação Física em foco
71
III. É preciso considerar o espaço físico onde as brincadeiras devem ser 
realizadas, pois este deve transmitir a sensação de conforto, de segurança 
e de confiança.
IV. É importante promover a formação integral dos alunos, visando às 
finalidades educacionais, com a intenção de proporcionar o bem-estar e o 
desenvolvimento corporal em suas diferentes dimensões. 
É correto apenas o que se afirma em:
( ) A= I e II.
( ) B = II e III.
( ) C= III e IV. 
( ) D = I, II e IV. 
( ) E = II, III e IV
Questão 3: QUESTÃO 10 do ENADE (2013). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 7 jul. 2016.
Com relação ao processo de ensino-aprendizagem de esportes coletivos, 
avalie as afirmações a seguir.
I. O método por partes pode ser caracterizado pelo ensino de cada uma das 
partes de uma habilidade.
II. O método pelo todo consiste na utilização de toda a habilidade a ser aprendida.
III. O método situacional é caracterizado pela prática de situações de jogo 
nas quais comportamentos individuais e coletivos são extraídos do jogo 
propriamente dito.
IV. A escolha entre o método por partes ou o método pelo todo deve levar em 
consideração o nível de complexidade e a organização da habilidade.
É correto o que se afirma em:
Educação Física em foco
72
A ( ) I, apenas.
B ( ) II e IV, apenas.
C ( ) III e IV, apenas.
D ( ) I, II e III, apenas.
E ( ) I, II, III e IV.
Gabarito
Questão 1 – Letra C.
Questão 2 – Letra E.
Questão 3 – Letra E.
Educação Física em foco
73
------ [ TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE ] ------
Neste tópico, você entenderá a importância de acrescentar nas aulas de 
Educação Física aspectos relacionados à educação para a saúde e suas relações 
com os aspectos da aptidão física e atuação na Educação Física escolar.
1 EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE, APTIDÃO FÍSICA E EDUCAÇÃO FÍSICA 
ESCOLAR
Cada vez mais, os países estão dando prioridade a programas que 
promovam a saúde e, nesse contexto, a escola seria um dos principais lugares, 
pois as crianças e os jovens têm acesso à escola e nela participam das aulas 
de Educação Física (EF), o que torna a escola uma instituição privilegiada de 
intervenção (MARQUES; GAYA, 1999). 
A escola serve como uma alternativa para reverter a elevada incidência de 
distúrbios orgânicos associados à falta de exercício físico e que por meio da prática 
da Educação Física escolar a criança e o adolescente podem adquirir benefícios 
imediatos atribuídos à realização de esforços físicos adequados (GUEDES; 
GUEDES, 1997). 
Assim, ao desenvolver um programa voltado à promoção da saúde na 
escola, deve-se ater a duas metas prioritárias.
a) promover experiências motoras que possam repercutir 
satisfatoriamente em direção a um melhor estado de saúde, 
procurando afastar ao máximo a possibilidade de aparecimento 
dos fatores de risco que contribuem para o surgimento de 
eventuais distúrbios orgânicos; 
b) levar os educandos a assumirem atitudes positivas com 
relação à prática de atividades físicas para que se tornem ativos 
fisicamente não apenas na infância e na adolescência, mas 
também na idade adulta (GUEDES; GUEDES, 1997, p. 50).
As doenças são indicadores de desequilíbrios entre o homem e o meio 
ambiente, então a educação para a saúde deve optar por ações que envolvam o 
Educação Física em foco
74
homem mediante suas atitudes ambientais (como hábitos alimentares, estado de 
estresse, opções de lazer, atividade física, agressões climáticas etc.). Portanto, 
o estado de ser saudável não é algo estático, mas deve ser construído de forma 
individualizada constantemente ao longo de toda a vida, pelo fato de que saúde 
é educável e, portanto, deve ser tratada não apenas com base em referenciais 
de natureza biológica e higienista, mas sobretudo em um contexto didático-
pedagógico (GUEDES, 1999).
Você sabe, caro acadêmico, qual é a relação entre aptidão física e saúde? 
A relação existe pois evidências científicas apontam que o baixo nível de aptidão 
física está associado a maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares e de 
mortalidade por todas as causas.
O conceito de aptidão física relacionada à saúde (AFRS) surgiu desde a década 
de 80, definida como “a capacidade de realizar tarefas diárias com vigor, e demonstrar 
traços e características que estão associados a baixo risco de desenvolvimento 
prematuro de doenças hipocinéticas” (DUMITH, AZEVEDO JÚNIOR; ROMBALDI, 
2008, p. 454). Veja na figura a seguir os componentes da AFRS: 
FIGURA 11. OS COMPONENTES DA AFRS
FONTE: Dumith, Azevedo Júnior e Rombaldi (2008, p. 454)
De acordo com a figura anterior, os componentes que englobam a aptidão 
física relacionada à saúde compreendem os fatores motores (flexibilidade e 
força/resistência muscular localizada), funcionais (aptidão cardiorrespiratória), 
Educação Física em foco
75
morfológicos (análise da composição corporal), fisiológicos e comportamentais 
(PEZZETTA, LOPES, PIRES NETO, 2003).
No ano de 2002, foi lançado, pelo Ministério dos Esportes, o Projeto 
Esporte Brasil (PROESP-BR). “Esse instrumento serve como apoio ao professor 
de Educação Física para a avaliação dos padrões de crescimento corporal, estado 
nutricional, aptidão física para a saúde e para o desempenho esportivo em crianças 
e adolescentes (GAYA et al., 2015, p. 2).
Veja, na figura a seguir, as valências físicas relacionadas à saúde e 
ao desempenho físico pelo Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR) e os testes 
relacionados. 
FIGURA 12. OS COMPONENTES DA AFRS
FONTE: Gaya et al. (2015, p. 3)
Cabe ao professor de Educação Física, ao organizar um programa 
de educação para a saúde, através da Educação Física escolar, proporcionar 
fundamentação teórica e prática que possa levar os educandos a incorporarem 
Educação Física em foco
76
conhecimentos, induzir modificações no comportamento quanto à aptidão física 
e à saúde (GUEDES, 1999). Veja na figura a seguir que os níveis satisfatóriosde 
aptidão física relacionada à saúde podem: 
FIGURA 13. RESULTADOS DOS NÍVEIS SATISFATÓRIOS DE APTIDÃO FÍSICA 
RELACIONADA À SAÚDE
FONTE: DÓREA et al. (2008)
Veja, na figura a seguir, os aspectos fundamentais a serem controlados 
quando da implementação dos programas de educação para a saúde.
FIGURA 14. ASPECTOS FUNDAMENTAIS A SEREM CONTROLADOS QUANDO DA 
IMPLEMENTAÇÃO DOS PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE
FONTE: GUEDES (1999)
Guedes (1999, p. 13) vai além relatando que:
No entanto, se o objetivo é conscientizar os educandos de 
Educação Física em foco
77
que níveis adequados de aptidão física relacionada à saúde 
devem ser algo a ser cultivado na infância e na adolescência, 
e perseguido por toda a vida, é imprescindível que as crianças 
e os jovens tenham acesso a informações que lhes permitam 
estruturar conceitos mais claros quanto ao porquê e como 
praticar atividade física, e não praticar atividade física pelo 
simples fato de praticar. 
Define-se aptidão física como 
a capacidade de executar atividades físicas com energia e 
vigor sem excesso de fadiga e, também, como a demonstração 
de qualidades e capacidades físicas que conduzam ao menor 
risco de desenvolvimento de doenças que capacita crianças 
e adolescentes a adotarem uma vida ativa, possibilitando a 
manutenção de um status de aptidão física desde o início até o 
fim da vida (ARAÚJO, OLIVEIRA, 2008, p. 272). 
“É nas atividades diárias, como correr, saltar e rolar, que as crianças 
desenvolvem habilidades fundamentais de movimento, as quais se refletem nos 
seus níveis de aptidão física voltada à saúde e/ou desempenho motor” (PELEGRINI 
et al., 2011, p. 92). Veja a seguir o que Pelegrini et al. (2011, p. 92) relata sobre um 
bom nível de aptidão física:
 
Um bom nível de desempenho motor e de aptidão física 
relacionada à saúde, nas fases iniciais da vida, apresenta-se 
associado a bons indicadores de saúde, tais como baixos níveis 
de colesterol e triglicerídeos, pressão arterial e sensibilidade 
à insulina equilibradas, risco menor de obesidade, baixa 
prevalência de lombalgias e desvios posturais, além de refletir 
em bom desempenho acadêmico.
Sem dúvidas que a escola é o local ideal para que os alunos aprendam 
os conteúdos da Educação Física para a promoção da saúde e os professores 
devem dirigir a sua prática no sentido de conscientizá-los a respeito da importância 
da criação de um estilo de vida ativo e de hábitos de vida saudáveis (PEZZETTA, 
LOPES; PIRES NETO, 2003).
Educação Física em foco
78
------ [ RESUMO DO TÓPICO 3 ] ------
Neste tópico, você viu que:
• Atualmente existe prioridade em programas que promovam a saúde.
• A escola é um lugar onde se pode oportunizar o acesso às aulas de Educação 
Física (EF) e aos programas de saúde. 
• A escola é uma alternativa para reverter a elevada incidência de distúrbios 
orgânicos associados à falta de exercício físico.
• Pela prática da Educação Física escolar a criança e o adolescente podem adquirir 
benefícios imediatos atribuídos à realização de esforços físicos adequados.
• Ao desenvolver um programa voltado à promoção da saúde na escola, deve-
se promover experiências motoras que possam repercutir satisfatoriamente 
em direção a um melhor estado de saúde e levar os educandos a assumirem 
atitudes positivas em relação à prática de atividades físicas.
• As doenças são indicadores de desequilíbrios entre o homem e o meio ambiente.
• O objetivo da educação para a saúde é criar ações que envolvam o homem 
mediante suas atitudes ambientais.
• Deve-se construir o estado de ser saudável de forma individualizada ao longo de 
toda a vida.
• Baixo nível de aptidão física está associado a maior risco de desenvolver 
doenças cardiovasculares e de mortalidade por todas as causas.
• O conceito de aptidão física relacionada com a saúde (AFRS) surgiu desde a 
década de 80.
Educação Física em foco
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• A AFRS seria considerada como a capacidade de executar atividades físicas 
com energia e vigor sem excesso de fadiga, e também como a demonstração 
de qualidades e capacidades físicas que conduzem ao menor risco de 
desenvolvimento de doenças hipocinéticas. 
• Os componentes da AFRS são: morfológico, funcional, motor, fisiológico e 
comportamental.
• Em 2002 foi lançado, pelo Ministério dos Esportes, o Projeto Esporte Brasil 
(PROESP-BR).
• O PROESP-BR serve como apoio ao professor de Educação Física para a 
avaliação dos padrões de crescimento corporal, estado nutricional, aptidão 
física para a saúde e para o desempenho esportivo em crianças e adolescentes.
• Cabe ao professor de Educação Física organizar um programa de educação 
para a saúde através da Educação Física escolar.
• Com o programa de educação para a saúde proporcionar fundamentação 
teórica e prática que possa levar os educandos a incorporarem conhecimentos 
e modificações em seu comportamento quanto à aptidão física e à saúde.
• Níveis satisfatórios de aptidão física relacionada à saúde devem levar em conta 
o tipo de atividade física, a duração e a intensidade. 
• São nas atividades diárias, como correr, saltar e rolar, que as crianças 
desenvolvem habilidades fundamentais de movimento, que se refletem nos 
seus níveis de aptidão física voltada à saúde e/ou desempenho motor.
Educação Física em foco
80
AUT
OAT
IVID
ADE �
Questão 1: QUESTÃO 9 do ENADE (2013). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 7 jul. 2016.
Os profissionais de Educação Física são frequentemente convocados a intervir 
na estética corporal dos indivíduos, que são influenciados, conscientemente ou 
não, pela cultura da sociedade em que vivem. Pode-se afirmar que a sociedade 
brasileira está altamente impactada pelas leis do consumo, o que contribui 
para as representações atuais do que vem a ser um corpo belo e saudável. 
Na maioria das vezes, esses profissionais privilegiam os conhecimentos 
da dimensão biológica do ser humano para atender a tais demandas, em 
detrimento de outros conhecimentos como o sociológico, o histórico e o 
antropológico. Estudos têm revelado que, aquilo que em determinada época 
foi considerado belo e saudável, pode ser, em outro contexto, considerado feio 
e doente, conforme os valores sociais e culturais de cada época.
O grande desafio é tornar o culto à própria identidade em uma cultura coletiva 
e ética, na qual floresça um tipo de afeto por si mesmo que, quanto mais se 
volte para o próprio corpo, mais se dedique, ao mesmo tempo, aos cuidados 
com os demais corpos.
FONTE: SANT’ANNA, D. B. Identidade Corporal. In: Corpo, prazer e movimento. São Paulo. 
SESC, 2002, p. 24-31 (adaptado).
O texto sugere que os profissionais de Educação Física intervenham de 
forma a: 
A ( ) Acolher as demandas de pessoas que querem ficar mais fortes ou 
magras, com vistas a criar um movimento cultural de culto ao corpo.
B ( ) Acolher as demandas, porém introduzindo uma intervenção que 
Educação Física em foco
81
questione os padrões midiáticos, com vistas a criar um movimento cultural 
de respeito às identidades.
C ( ) Acolher as demandas, porém introduzindo a noção de que não existem 
corpos feios ou belos, mas, sim, corpos saudáveis ou não saudáveis, com 
vistas a criar um movimento cultural de culto ao corpo saudável.
D ( ) Rejeitar as demandas, criticando os indivíduos que procuram as 
academias para ações pontuais, impactadas por modismos midiáticos, 
criando, assim, um movimento cultural de recusa às identidades.
E ( ) Rejeitar as demandas, porém introduzindo uma reflexão sobre as 
representações diferenciadas do que vem a ser belo e saudável, criando, 
assim, um movimento cultural de busca pelo corpo belo e saudável.
Questão 2: QUESTÃO 28 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 7 jul. 2016.
Programas de Educação Física escolar com ênfase na educação para 
a saúde não se restringem unicamente ao desenvolvimento de ações 
direcionadas aos aspectosfisiológicos associados à prática de atividade 
físicas. Evidências demonstram que o controle das características dos 
esforços físicos a que escolares são submetidos nas aulas pode exercer 
significativa influência na aquisição e no cultivo dos hábitos do presente e do 
futuro no tocante à prática sistemática de atividades físicas.
FONTE: GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Esforços físicos nos programas de educação 
física escolar. Revista Paulista em Educação Física, v. 15, n. 1, p. 33-44, 2001. (Adaptado)
Considerando o texto apresentado, avalie as afirmações a seguir.
I. As aulas de Educação Física devem estimular o conhecimento da fisiologia 
humana em situações de atividade física.
II. Nas aulas de Educação Física, as avaliações antropométricas informam 
sobre os níveis de aptidão física, constituindo-se meio de acompanhamento 
do estado de saúde.
Educação Física em foco
82
III. Nas aulas de Educação Física, as atividades aeróbicas e neuromusculares 
são estratégias que garantem melhoras no condicionamento 
cardiorrespiratório.
IV. Os professores de Educação Física, em suas aulas, podem utilizar 
indicadores como percentual de gordura corporal, frequência cardíaca e 
força dinâmica para orientar os estudantes sobre seu nível de aptidão física. 
V. As aulas de Educação Física são suficientes para induzir adaptações 
fisiológicas no organismo, promovendo aderência a um estilo de vida ativo. 
É correto apenas o que se afirma em: 
A ( ) I, II e IV.
B ( ) I, III e V.
C ( ) I, IV e V.
D ( ) II, III e IV. 
E ( ) II, III e V.
Questão 3: QUESTÃO 34 do ENADE (2013). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 7 jul. 2016.
Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que a obesidade é a 
epidemia global do século XXI. Muitos são os fatores que contribuem para 
a obesidade em crianças na idade escolar. Esses fatores incluem excesso 
de horas na utilização de computadores e jogos eletrônicos, ausência de 
espaços próximos da residência ou seguros para a prática de atividades 
físicas e dietas hipercalóricas e desbalanceadas. 
Considerando o texto acima, avalie as afirmações a seguir:
I. O aumento da pressão arterial, as dislipidemias e a resistência à insulina 
são algumas das possíveis consequências resultantes da obesidade infantil. 
II. Associada à prática regular de atividade física, o profissional de Educação 
Educação Física em foco
83
Física também pode prescrever a restrição do consumo de alimentos com 
alto teor calórico.
III. Espera-se que a intervenção do profissional de Educação Física contribua 
para que o indivíduo reconheça a si próprio e sua relação com o ambiente, 
conheça os padrões de saúde e adote hábitos saudáveis.
IV. O professor de Educação Física, ciente da sua responsabilidade 
educacional com a saúde de seus alunos, deve elaborar atividades físicas 
a serem executadas diariamente com o objetivo de aumentar a massa 
muscular, mesmo que causem desconforto aos alunos.
V. A compreensão dos benefícios provocados pelos exercícios físicos poderá 
motivar as crianças em idade escolar a realizarem atividades com maior 
frequência, pois é nessa faixa etária que o ser humano perpetua seus hábitos.
É correto apenas o que se afirma em:
A ( ) I e II.
B ( ) I, III e V.
C ( ) II, IV e V.
D ( ) III, IV e V.
E ( ) I, II, III e IV.
Gabarito
Questão 1 – Letra B.
Questão 2 – Letra A.
Questão 3 – Letra B.
Educação Física em foco
84
Educação Física em foco
85
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Educação Física em foco
89
UNIDADE 3
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E OS ASPECTOS CINESIOLÓGICOS, 
BIOMECÂNICOS, FISIOLÓGICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 A partir do estudo desta unidade você deverá ser capaz de:
• conhecer a aplicação da anatomia, biologia, cinesiologia e biomecânica 
aplicados à Educação Física Escolar;
• entender os diferenciais do conteúdo pedagógicos da biomecânica e 
fisiologia na Educação Física baseado nos PCN; 
• analisar os aspectos fisiológicos da prática do exercício físico;
• conhecer os aspectos da obesidade infantil e quais abordagens devem ser 
feitas pelo professor de Educação Física;
• analisar os aspectos que caracterizam o desenvolvimento motor dos 
educandos.
PLANO DE ESTUDOS
 Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles, você 
encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos abordados.
TÓPICO 1 – APLICAÇÃO DA BIOLOGIA, 
ANATOMIA, CINESIOLOGIA E 
BIOMECÂNICA NA EDUCAÇÃO 
FÍSICA
TÓPICO 2 – APLICAÇÃO DOS ASPECTOS 
FISIOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO 
FÍSICA
TÓPICO 3 – OBESIDADE INFANTIL E EDUCAÇÃO 
FÍSICA (ABORDAGEM NA ESCOLA)
Educação Física em foco
90
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91
------ [ TÓPICO 1 – APLICAÇÃO DA BIOLOGIA, ANATOMIA, ] ------
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Neste tópico, você estudará os conteúdos relacionados aos conhecimentos 
da biologia, anatomia, cinesiologia e biomecânica aplicados pelo professor de 
Educação Física voltados ao contexto educacional.
1 CONHECIMENTOS ANÁTOMO-BIOLÓGICOS, CINESIOLÓGICOS E 
BIOMECÂNICOS APLICADOS À EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Caro acadêmico! Vamos ler agora sobre a importância do conhecimento 
da biologia, anatomia, cinesiologia e biomecânica para o professor de Educação 
Física. Não cabe aqui explicar isoladamente sobre cada osso, músculo, 
alavancas, movimentos específicos do esporte etc., mas o conhecimento destes 
na abrangência dos movimentos corporais, principalmente os envolvidos na 
Educação Física escolar. 
As aulas de Educação Física escolar propiciam o contato com uma grande 
variedade de experiências de movimentos e esta vivência motora envolve o 
conhecimento de diversos elementos que vão além do aprendizado de sequências 
de movimentos, tais como as alterações fisiológicas e os princípios biomecânicos 
relacionados ao corpo humano (FREITAS; COSTA, 2000).
Nos PCN (BRASIL, 1998, p. 68), são descritas algumas características do 
que deve ser abordada no conhecimento da anatomia: 
Os conhecimentos de anatomia referem-se principalmente à 
estrutura muscular e óssea e são abordados sob o enfoque da 
percepção do próprio corpo, sentindo e compreendendo, por 
exemplo, os ossos e os músculos envolvidos nos diferentes 
movimentos e posições, em situações de relaxamento e tensão.
Como abordam os PCN (BRASIL, 1998) sobre os conhecimentos de 
anatomia, descritos na citação anterior, cabe-nos complementar a definição, 
abordando que é necessário que, além desse conhecimento biológico e anatômico, 
Educação Física em foco
92
busquemos “a totalidade nas ações pedagógicas, uma vez que os conteúdos 
da Educação Física são construções humanas e possuem a amplitude também 
humana” (SOARES, 1988, p. 24). 
A cinesiologia atua desde o esporte até a educação e pode ser conceituada 
como o estudo do movimento humano para a melhora da saúde (DOBLER, 2003). 
Já a biomecânica é imprescindível na análise do movimento e da técnica esportiva, 
pois permite avaliar a evolução ou piora do atleta em qualquer modalidade 
(MARQUES JÚNIOR, 2011).
Na Educação Física Escolar, a biomecânica se insere no sentido de que 
ela busca entender e aceitar o movimento corporal e assessorar no conhecimentodos processos de ensino de habilidades motoras (BATISTA, 2001). Atualmente, 
a biomecânica pode ser considerada uma importante ferramenta de auxílio no 
processo de ensino-aprendizagem do movimento corporal estando aliada a 
ciências de outros campos de conhecimento, tal como fisiologia, aprendizagem 
motora, entre outras (PORTO et al., 2015).
Na Educação Física escolar, a biomecânica pode ajudar na estruturação 
dos conteúdos pelos docentes, pois também se ocupa com o conhecimento do 
corpo humano e de seus movimentos (FREITAS; COSTA, 2000).
No Ensino Fundamental, com relação à biomecânica na Educação Física 
escolar, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) apontam que todo o conteúdo 
deve ser focado em princípios e conhecimentos que levem os alunos a conhecer o 
corpo humano, abordando conhecimentos da anatomia, fisiologia, biomecânica e 
bioquímica, ou seja, deve-se estimular o desenvolvimento de análises críticas dos 
programas de atividade física e estabelecer critérios para julgamento, escolha e 
realização das próprias atividades corporais saudáveis (DAGNESE et al., 2013). 
Nos PCN (BRASIL, 1998, p. 68) são descritas algumas características do 
que deve ser abordada no conhecimento da biomecânica, focando na postura e 
atitudes corporais no bloco dos “conhecimentos sobre o corpo”:
Também fazem parte deste bloco os conhecimentos sobre 
os hábitos posturais e atitudes corporais. A ênfase deste item 
está na relação entre as possibilidades e as necessidades 
Educação Física em foco
93
biomecânicas e a construção sociocultural da atitude corporal, 
dos gestos, da postura. Por que, por exemplo, os orientais 
sentam-se no chão, com as costas eretas? Por que existe 
uma tendência em apoiar-se em apenas uma das pernas 
nas posturas em pé? Observar, analisar, compreender essas 
atitudes corporais são atividades que podem ser desenvolvidas 
com projetos de História, Geografia e Pluralidade Cultural. Além 
da análise dos diferentes hábitos, pode-se incluir a questão da 
postura dos alunos na escola: as posturas mais adequadas 
para fazer determinadas tarefas e para diferentes situações.
A biomecânica é a ciência que analisa o movimento e ajuda na 
compreensão de certos elementos do ato motor, tais como detalhes acerca do 
ciclo de movimentos mais eficientes; detalhes acerca de resultado obtidos a partir 
do exercício motriz, transformado em parâmetros mensurável e o esclarecimento 
dos pressupostos físicos e psíquicos do indivíduo, assim como de sua capacidade 
de aprender e de assimilar (BATISTA, 2001, p. 38). 
A biomecânica deve ser trabalhada nas aulas de Educação Física com 
base nas vivências corporais dos alunos e isso pode ser conseguido por meio da 
simplificação de conceitos da mecânica em três dimensões.
FIGURA 15. CONCEITOS DA MECÂNICA EM TRÊS DIMENSÕES
FONTE: Dagnese et al. (2013)
Na dimensão Procedimental, a Educação Física não aborda a execução 
de movimentos por parte dos alunos, mas sim, de outras formas de saber fazer que 
podem levar a uma outra relação com o movimento (CORRÊA; FREIRE, 2009). 
Veja a seguir que Corrêa e Freire (2009, p. 110) apontam duas formas de abordar 
o conteúdo da biomecânica por meio do conteúdo procedimental: 
O aluno deverá perceber como aplicar os princípios da 
mecânica ao movimento para conseguir executar com o 
sucesso esperado determinado exercício físico ou habilidade 
Educação Física em foco
94
motora. Portanto, o domínio da posição do corpo no espaço 
determinada pelas variáveis cinemáticas, assim como da força 
aplicada para manter a postura ou deslocar um implemento 
caracterizada pelas variáveis cinéticas, é essencial para a 
execução dos movimentos em geral. Por exemplo, a execução 
de um saque no voleibol exigirá dos alunos uma sequência 
de movimentos envolvendo transferência de velocidade 
entre os segmentos e uma aplicação de força em um ângulo 
específico. Ao vivenciarem essa execução repetidas vezes, 
serão capazes de alcançar maior controle dessas variáveis, 
conseguindo determinar o local da quadra no qual a bola 
deverá cair. [...] A habilidade para identificar nos colegas ou em 
atletas erros cometidos durante a execução de uma habilidade 
motora envolve a percepção e a compreensão das variáveis 
mecânicas envolvidas em cada momento. 
Na dimensão conceitual, caracteriza-se um “saber sobre” ensinado na 
escola, ou seja, levar ao conhecimento sobre o movimento, considerando que o 
movimento envolve princípios da mecânica e alguns princípios da biomecânica. 
Exemplo de trabalho seria aqui a criação de um projeto multidisciplinar que 
envolvesse a física ou ciências com a Educação Física (CORRÊA; FREIRE, 2009). 
Na dimensão atitudinal, o professor deve identificar normas, valores 
e atitudes que estão diretamente relacionadas ao preparo do aluno “para” a 
utilização de seu potencial motor, o que implica valorizar essa prática e adotar 
atitudes adequadas, cumprindo normas básicas de segurança. Na biomecânica, 
por exemplo, valorizar a utilização dos conhecimentos aprendidos nas aulas 
para uma melhor compreensão de seu potencial motor, buscando uma prática 
consciente (CORRÊA; FREIRE, 2009). 
Freitas e Costa (2000, p. 82) apresentam a figura a seguir como uma 
estratégia para a estruturação de conhecimentos nas aulas de Educação Física, 
que sejam derivados da biomecânica. 
Educação Física em foco
95
FIGURA 16. PROPOSTA DE ESTRATÉGIA PARA A ESTRUTURAÇÃO DE CONHECIMENTOS 
NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
FONTE: Freitas e Costa (2000, p. 82)
Caro acadêmico! O professor de Educação Física pode explorar várias 
formas de movimento, como o andar, saltitar, equilibrar-se e, a partir disso, construir 
com os alunos conceitos e variáveis anatômicas, cinesiológicas e biomecânicas que 
expliquem os diferentes desempenhos dos alunos e manipular fatores para criar 
novos problemas motores que resultarão na aplicação de conceitos biomecânicos 
(FREITAS; COSTA, 2000).
Dagnese et al. (2013) apontam que os conceitos de movimento linear e 
angular e as leis de movimento de Newton devem ser apresentados seguidos de 
exemplos simples, terminando com a aplicação de conceitos nos movimentos em 
geral, como locomoção, sustentação do peso corporal e outros ligados à rotina 
diária dos indivíduos. Veja na figura a seguir um exemplo de como podemos 
trabalhar em sala de aula com os conceitos de biomecânica. 
FIGURA 17. CONCEITOS BIOMECÂNICOS E COMO ABORDAR EM SALA DE AULA
FONTE: Freitas e Costa (2000, p. 83)
Veja no quadro a seguir alguns conceitos da biomecânica que podem ser 
aplicados na Educação Física escolar. 
Educação Física em foco
96
QUADRO 8. ALGUNS CONCEITOS DA BIOMECÂNICA QUE PODEM SER APLICADOS NA 
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Conceito e definição Exemplos de aplicação
- Movimento linear ou de 
translação é caracterizado pelo 
movimento em que as partes de 
um objeto percorrem a mesma 
distância na mesma direção ao 
mesmo tempo. 
- Movimento angular ou de rotação 
ocorre ao redor de um eixo. 
- Exemplo clássico é o andar. 
Colocar uma marca em qualquer parte do corpo do indivíduo, 
por exemplo, no quadril, e observar que, quando o indivíduo 
se desloca, ela também se desloca tanto para a frente (eixo 
x), como para cima e para baixo (eixo y), como para a lateral 
(eixo z), dada a oscilação natural do andar. Todavia, ao 
mesmo tempo ocorre uma rotação dos segmentos em torno 
das articulações do tornozelo, joelho, quadril e ombro.
- Velocidade angular, o ângulo 
percorrido pelo tempo gasto 
para percorrê-lo, ou seja, o eixo 
em torno do qual se estudará o 
movimento.
- Velocidade linear como o 
espaço percorrido pelo tempo 
gasto para percorrê-lo.
- Pedir ao aluno para se deslocar mais rápido até 
determinado ponto, a intenção é que ele diminua o tempo 
de execução e, com isso, aumente a velocidade linear de 
seu centro de gravidade (CG). O centro de gravidade de um 
indivíduo, segmento ou objeto representa o ponto em que o 
efeito total da gravidade age sobre o corpo. A mesma ideia 
é aplicada ao se pedirque o indivíduo faça uma “rotação 
de braço mais vigorosa”. Isso significa que o braço deve 
percorrer o mesmo ângulo em um menor tempo, isto é, com 
maior velocidade angular.
- Velocidade linear angular – de 
um ponto sobre um corpo em 
rotação é o produto da distância 
daquele ponto até o eixo de 
rotação pela velocidade angular 
do corpo em torno do eixo
- Pedir ao aluno para estender o cotovelo ao final do movimento 
de saque por baixo, porque com isso aumenta a distância do 
ponto de contato com a bola até o eixo e, por consequência, 
a velocidade linear da mão. A importância de aumentar essa 
velocidade é que esta será primordialmente transferida para 
a bola, somada, é claro, como já comentado, às velocidades 
angulares das outras partes do corpo, que deverão ser 
transferidas para a mão no momento final do contato.
1ª LEI DE NEWTON ou lei da 
inércia: todo corpo permanecerá
em estado de repouso ou de 
movimento, a menos que seja 
aplicada uma força sobre ele.
- Essa é uma das razões para dividir em categorias por peso 
as atividades que envolvem deslocamento e queda de um 
indivíduo, como é o caso das lutas, pois quanto maior o peso 
do indivíduo, maior deverá ser a força empregada para tirá-lo 
da inércia, de movimento ou de repouso. 
Educação Física em foco
97
2ª LEI DE NEWTON: A 
aceleração que um corpo obtém é 
diretamente proporcional à força 
(torque) aplicada e inversamente 
proporcional à massa (inércia) do 
corpo.
- Ao observar um indivíduo correndo com grandes oscilações 
na vertical (correr saltitando), é fácil entender o que está 
acontecendo. Em vez de obter maior componente à frente, 
como seria esperado, pois o objetivo é ir à frente mais rápido 
e não para cima, o indivíduo está exercendo uma força com 
ângulo errado – batendo com o pé mais plano no chão do 
que seria esperado, obtendo uma componente em y maior 
do que deveria.
3ªLEI DE NEWTON: A toda ação 
corresponde uma reação igual e 
contrária.
- Quanto maior for a velocidade com que um segmento 
qualquer (mão ou pé) bater em um implemento, maior vai 
ser a reação ocasionada nos segmentos e articulações. 
Isso significa, por exemplo, que conforme aumenta a 
velocidade de corrida maior é a reação a ser absorvida pelas 
articulações no momento do contato com o solo. No andar, 
este valor varia em torno de 1,4 vezes o peso corporal e no 
salto triplo 18 vezes o peso corporal.
Alavancas e Tipos de alavancas
- Alavancas de primeira classe ou interfixas (Alavanca de 
Equilíbrio - manutenção da postura e equilíbrio)
- Alavancas de segunda classe ou inter-resistentes (Alavanca 
de Força)
- Alavancas de terceira classe ou interpotente (Alavanca de 
Velocidade)
FONTE: Adaptado de Freitas e Costa (2000)
Educação Física em foco
98
------ [ RESUMO DO TÓPICO 1 ] ------
Neste tópico, você viu que:
• A vivência motora proporcionada pelas aulas de Educação Física envolve desde 
o aprendizado de sequências de movimentos até alterações fisiológicas e 
princípios biomecânicos relacionados ao corpo humano.
• Nos PCN, a anatomia deve abordar o conhecimento de ossos e os músculos 
envolvidos nos diferentes movimentos e posições, em situações de relaxamento 
e tensão.
• A cinesiologia atua desde o esporte, até a educação e pode ser conceituada 
como o estudo do movimento humano para a melhora da saúde.
• A biomecânica na Educação Física escolar busca entender e aceitar o movimento 
corporal e assessorar no conhecimento dos processos de ensino de habilidades 
motoras.
• A biomecânica pode ser considerada uma importante ferramenta de auxílio no 
processo de ensino-aprendizagem do movimento corporal.
• No Ensino Fundamental, com relação à biomecânica, todo conteúdo deve ser 
focado em princípios e conhecimentos que levem os alunos a conhecer o corpo 
humano, abordando conhecimentos da anatomia, fisiologia, biomecânica e 
bioquímica.
• Nos PCN, o conhecimento da biomecânica foca a postura e atitudes corporais 
no bloco dos “conhecimentos sobre o corpo”.
• A biomecânica deve ser trabalhada nas aulas de Educação Física com base nas 
vivências corporais dos alunos e levando em conta três dimensões: atitudinal, 
conceitual e procedimental. 
• O professor de Educação Física pode explorar várias formas de movimento, 
Educação Física em foco
99
como o andar, saltitar, equilibrar-se e, a partir disso, construir com os alunos, 
conceitos e variáveis anatômicas, cinesiológicas e biomecânicas.
• Os conceitos de movimento linear e angular e as leis de movimento de Newton 
devem ser apresentados seguidos de exemplos simples, terminando com a 
aplicação de conceitos nos movimentos em geral, como locomoção, sustentação 
do peso corporal e outros ligados à rotina diária dos indivíduos. 
• Alguns conceitos da biomecânica que podem ser aplicados na Educação Física 
escolar, como o movimento linear, movimento angular, velocidade angular, 
velocidade linear, velocidade linear angular, 1ª, 2ª e 3ª Lei de Newton.
Educação Física em foco
100
AUT
OAT
IVID
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Questão 1: QUESTÃO 22 do ENADE (2013). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 8 jul. 2016.
O ato de exercitar o corpo fundamenta-se no princípio das alavancas, em 
que a ação muscular sobre o esqueleto gera o movimento humano. Uma 
alavanca é uma haste rígida que gira ao redor de um eixo ou fulcro. Alavancas 
são constituídas basicamente por cinco elementos. São eles: fulcro ou eixo 
(E), força (P), braço de força (bP), resistência (R) e braço de resistência (bR). 
Partindo desse princípio, analise o seguinte questionamento apresentado 
por um aluno de musculação ao seu professor: “Se adotei a mesma regra 
de treinamento para todos os grupos musculares (80% de 1-RM), por que o 
desenvolvimento de hipertrofia nas panturrilhas (tríceps sural) não ocorreu 
na mesma proporção que nos músculos dos braços?”
Considerando os tipos de alavancas, a figura apresentada e o questionamento 
feito pelo aluno, avalie as afirmações que se seguem:
I. A alavanca em A é de terceira classe. O que justifica a facilidade com que se 
desenvolve a musculatura do braço em detrimento da musculatura das pernas.
Educação Física em foco
101
II. Na alavanca em A, o braço de potência é maior que o braço de resistência. 
Sendo assim, existe uma vantagem mecânica na qual a força aplicada será 
menor do que a resistência a ser vencida.
III. A alavanca em B é de segunda classe. Assim, exige-se que a carga a ser 
empregada seja bastante elevada, a fim que se atinja maior recrutamento de 
unidades motoras, propiciando bom estímulo para a hipertrofia.
IV. Na alavanca em B, a desvantagem mecânica observada no exemplo 
exige dos músculos envolvidos um esforço mais vigoroso.
É correto apenas o que se afirma em:
A ( ) II.
B ( ) III.
C ( ) I e III.
D ( ) II e IV.
E ( ) I, III e IV.
Questão 2: QUESTÃO 25 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 8 jul. 2016.
Cineantropometria é a ciência que tem como tema central a medida do 
homem em sua perspectiva morfológica para o estudo dos fatores que 
influenciam o movimento nas suas mais variadas formas. 
FONTE: OSTYN, M. et al. Kinanthropometry II. Baltimore, University Park Press. International 
Series on Sport Science, v. 9, 1980. (Adaptado).
Sobre as possibilidades de aplicação do conhecimento de cineantropometria 
no ensino da Educação Física escolar, avalie as afirmações a seguir:
I. A realização da análise longitudinal de crescimento e maturação de 
crianças e jovens é um exemplo desse conhecimento.
Educação Física em foco
102
II. A avaliação da postura e da composição corporal em ergonomia constitui 
uma possibilidade dessa aplicação.
III. A identificação de medidas como a composição corporal e o somatotipo 
configura um dos aspectos dessa proposta.
É correto o que se afirma em:
A ( ) I, apenas.
B ( ) II, apenas.
C ( ) I e III, apenas.
D ( ) II e III, apenas.
E ( ) I, II e III.
GabaritoQuestão 1 – Letra C.
Questão 2 – Letra C.
Educação Física em foco
103
------ [ TÓPICO 2 – APLICAÇÃO DOS ASPECTOS FISIOLÓGICOS ] ------
NA EDUCAÇÃO FÍSICA
Especialmente neste tópico, você entenderá alguns pontos importantes 
dentro dos conteúdos da fisiologia do exercício, que servem para você, professor 
de Educação Física, trabalhar com segurança em qualquer faixa etária e condição.
1 CONHECIMENTOS FISIOLÓGICOS NECESSÁRIOS AO PROFESSOR DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA
Caro acadêmico! Vamos ler agora sobre a importância do conhecimento 
da fisiologia para o professor de Educação Física, na abrangência dos movimentos 
corporais, principalmente, os envolvidos na Educação Física escolar. Nos PCN 
(BRASIL, 1998, p. 69) são descritas algumas características do que deve ser abordado 
quanto ao conhecimento da fisiologia e de sua complementação, a bioquímica:
 
Os conhecimentos de fisiologia são aqueles básicos para 
compreender as alterações que ocorrem durante as atividades 
físicas (frequência cardíaca, queima de calorias, perda de 
água e sais minerais) e aquelas que ocorrem a longo prazo 
(melhora da condição cardiorrespiratória, aumento da massa 
muscular, da força e da flexibilidade e diminuição de tecido 
adiposo). A bioquímica abordará conteúdos que subsidiam 
a fisiologia: alguns processos metabólicos de produção de 
energia, eliminação e reposição de nutrientes básicos. 
Uma questão do ENADE (2014) solicitou a construção de uma resenha 
em que devem ser apontadas as implicações fisiológicas da prática do exercício 
físico. Para responder a essa questão, pelo fato do exercício ter muitas implicações 
fisiológicas, falaremos de algumas alterações agudas e/ou crônicas que podem 
ser utilizados como conhecimento pelo professor de Educação Física para ser 
aplicado com segurança nas escolas em todas faixas etárias e condições.
O exercício físico retira o organismo da homeostase, pois aumenta 
instantaneamente a demanda energética da musculatura exercitada e de todo o 
organismo e, para suprir a nova demanda metabólica, várias adaptações fisiológicas 
Educação Física em foco
104
são necessárias, dentre elas as da função cardiovascular (BRUM et al., 2004).
As respostas agudas são aquelas observadas durante ou imediatamente 
após o exercício físico, como o aumento da pressão arterial e frequência cardíaca 
(CARVALHO, 2008), por exemplo: durante 30 a 45 minutos de exercício aeróbico, 
o volume de sangue bombeado pelo coração aumenta de quatro a seis vezes e 
a frequência cardíaca aumenta aproximadamente três vezes acima da frequência 
de repouso (KIRINUS, LINS; SANTOS, 2009). Já durante o exercício resistido 
(força), também ocorre aumento das respostas cardiovasculares, principalmente 
se realizado até a fadiga, mas estas alterações dependem do número de séries, 
intervalo de recuperação, massa muscular envolvida, entre outras. 
Veja na figura a seguir, caro acadêmico, um sumário das principais 
respostas cardiovasculares ao exercício físico agudo. 
FIGURA 18. PRINCIPAIS RESPOSTAS CARDIOVASCULARES AO EXERCÍCIO FÍSICO AGUDO
FC, frequência cardíaca; VS, volume sistólico; DC, débito cardíaco; RVP, resistência vascular periférica; 
PA, pressão arterial; PAS, pressão arterial sistólica; PAD, pressão arterial diastólica.
FONTE: BRUM et al. (2004, p. 28)
Além das alterações que o exercício causa no sistema cardiovascular, 
como observado acima, a frequência cardíaca máxima (FCM) serve, também, 
Educação Física em foco
105
para quantificar o esforço máximo de um exercício e é definida como o valor mais 
elevado da frequência cardíaca que um indivíduo pode atingir em um esforço 
máximo até o ponto de exaustão (CAMARDA et al., 2008).
E um estudo para comparar a frequência cardíaca máxima obtida pelo 
teste ergoespirométrico com as equações propostas por Karvonen e Tanaka, 
apontada por Camarda et al. (2008) concluíram que:
A FCM é um indicador amplamente utilizado para prescrição de 
intensidades em programas de exercícios aeróbios, por possuir 
uma estreita relação com o consumo máximo de oxigênio. 
As principais equações de predição da frequência cardíaca 
máxima propostas por Karvonen (220 – idade) e Tanaka (208 
– (0,7 x idade)) são semelhantes para predição da frequência 
cardíaca máxima, de indivíduos do sexo masculino e feminino, 
com faixa etária de 12 a 69 anos, demonstrando boa correlação 
(r = 0,72) com a frequência cardíaca máxima medida.
Com o conhecimento destas equações acima, caro acadêmico, é fácil e 
seguro controlar a intensidade do exercício aeróbico pela FCM. 
Outro fator importante que devemos levar em conta na análise das 
alterações fisiológicas é que o exercício físico promove aumento do gasto 
energético total, tanto de forma aguda (durante a realização do exercício e durante 
a fase de recuperação) quanto de forma crônica (alterações da taxa metabólica 
de repouso – TMR). No que diz respeito ao efeito agudo, após o término do 
exercício, o consumo de O2 não retorna aos valores de repouso imediatamente 
e essa demanda energética durante o período de recuperação após o exercício 
é conhecida como consumo excessivo de oxigênio após o exercício (EPOC) 
(FOUREAUX, PINTO; DÂMASO, 2006).
O componente rápido do EPOC ocorre dentro de 1h. Embora 
a causa precisa dessas respostas não esteja bem esclarecida, 
é provável que esses fatores contribuam para: a ressíntese 
de ATP/CP, redistribuição comportamental dos íons (aumento 
na atividade da bomba de sódio e potássio), remoção do 
lactato, restauração do dano tecidual, assim como restauração 
do aumento da FC e do aumento da temperatura corporal. 
Durante o componente prolongado, processos para o retorno 
da homeostase fisiológica ocorrem continuamente, porém em 
um nível mais baixo. Esses processos podem incluir o ciclo de 
Krebs com maior utilização de ácidos graxos livres; efeitos de 
Educação Física em foco
106
vários hormônios, como o cortisol, insulina, ACTH, hormônios 
da tireoide e GH; ressíntese de hemoglobina e mioglobina; 
aumento da atividade simpática; aumento da respiração 
mitocondrial pelo aumento da concentração de norepinefrina; 
ressíntese de glicogênio, aumento da temperatura 
(FOUREAUX, PINTO; DÂMASO, 2006, 395).
A manutenção ou redução do peso corporal são afetados por muitos 
mecanismos potentes pelo exercício regular, o que inclui: “o aumento do gasto 
energético diário total, redução do apetite, aumento da TMR, aumento da massa 
livre de gordura, aumento do efeito térmico da refeição, aumento do consumo 
excessivo de oxigênio após o exercício e aumento da taxa de mobilização e 
oxidação de gordura”. (FOUREAUX, PINTO; DÂMASO, 2006, p. 395). Veja 
esquema deste mecanismo na figura a seguir.
FIGURA 19. FUNÇÃO DO EXERCÍCIO REGULAR NA MANUTENÇÃO E REDUÇÃO 
PONDERAL
FONTE: Foureaux, Pinto e Dâmaso (2006, p. 395)
Outro fator importante que devemos levar em conta na análise das 
alterações fisiológicas, questionado pelo ENADE, é a hidratação e/ou desidratação 
durante a prática do exercício. Independente do exercício praticado (aeróbia 
ou anaeróbia), a hidratação realizada antes, durante ou depois do exercício é 
importante para o bom funcionamento dos processos homeostáticos exigidos pelo 
exercício físico (ZAFFALON JR., 2009). 
Educação Física em foco
107
Os níveis de hidratação devem ser mantidos de forma eficiente para 
que o exercício físico possa ser realizado de forma segura e não acarrete sérios 
problemas ao organismo (ZAFFALON JR., 2009). A sudorese é a perda hídrica 
durante o exercício, podendo levar à desidratação, com aumento da osmolalidade, 
da concentração de sódio no plasma e diminuição do volume plasmático 
(MACHADO-MOREIRA et al., 2006). 
“Quanto maior a desidratação, menor a capacidade de redistribuição do 
fluxo sanguíneo para a periferia, menor a sensibilidade hipotalâmica para a sudorese 
e menor a capacidade aeróbica para um dado débito cardíaco e, assim, os ajustes 
fisiológicos decorrentes da desidratação devem ser feitos analisando protocolos de 
ingestão de fluidose o papel da sede” (MACHADO-MOREIRA et al., 2006).
Uma das formas de determinar o grau de desidratação é medir o peso 
corporal imediatamente antes e após o exercício físico, sendo a perda de cada 
0,5 kg correspondente a aproximadamente 480-500 ml de líquido e, quando a 
desidratação reduz entre 4 e 5% o peso corporal, torna-se evidente o prejuízo 
da capacidade de realizar o exercício (CARVALHO; MARA, 2010). Veja alguns 
sintomas da desidratação, segundo Carvalho e Mara (2010, p. 145), como:
A desidratação leve e moderada pode ter alguns sintomas, como 
fadiga, perda de apetite, sede, pele vermelha, intolerância ao 
calor, tontura, oligúria e aumento da concentração da urina e a 
grave, pele seca e murcha, olhos afundados, visão fosca, delírio, 
espasmos musculares, choque térmico e coma, podendo evoluir 
para óbito. A perda do suor significa a perda de água e eletrólitos 
que devem ser repostos no intuito de que sejam evitados 
sérios transtornos orgânicos agudos, como a hipovolemia e o 
superaquecimento corporal, e crônicos, como a hiponatremia. 
 
Você sabe por que é importante manter-se hidratado e fazer reposição 
hídrica? E qual é a quantidade certa de reposição?
 
A reposição deve ser equivalente às perdas para prevenir o declínio no volume 
de ejeção ventricular e beneficiar a termorregulação, favorecendo o fluxo sanguíneo 
periférico, facilitando a transferência de calor. Em exercícios de longa duração, água, 
eletrólitos e estoques de glicogênio são constantemente depletados e, a menos 
que esses elementos sejam repostos, podem ocorrer hipovolemia, hipoglicemia, 
Educação Física em foco
108
hiponatremia, hipertermia e desidratação (CARVALHO; MARA, 2010, p. 146).
A inadequada reposição eletrolítica e a super-hidratação podem contribuir 
para a hiponatremia, cujos sinais e sintomas são muitas vezes semelhantes aos 
da desidratação.
FIGURA 20. SINTOMAS DA DESIDRATAÇÃO E HIPONATREMIA
FONTE: Carvalho e Mara (2010, p. 146)
Para diminuir os efeitos da desidratação, é adequada a ingestão de 
líquidos, antes e durante o exercício, pois atuam sobre a dinâmica cardiovascular, a 
regulação da temperatura e o desempenho nos exercícios, reduzindo a incidência 
de sintomas como dor de cabeça, fadiga, diminuição do apetite, intolerância ao 
calor, boca seca, entre outros (CRUZ, CABRAL; MARINS, 2009). 
Uma alternativa de hidratação são os repositores hidroeletrolíticos que 
servem para proteger o organismo da desidratação e perda de sais e dividem-se 
em bebidas isotônicas (quando o indivíduo perde mais de 2% do peso corpóreo 
pela sudorese, durante exercício físico intenso) ou em sudorese intensa. As bebidas 
hipotônicas (contém baixa osmolalidade, com 6% - 7% [m/V] de carboidratos e 
eletrólitos), enquanto que as bebidas hipertônicas (compostas 15% - 17% [m/V] de 
carboidratos e eletrólitos) (BOSI et al., 2014). 
Educação Física em foco
109
Segundo ACSM (1996, p. 517), a indicação da ingestão e líquidos para o 
exercício é:
ANTES DO EXERCÍCIO, recomenda-se que os indivíduos 
consumam uma dieta nutricionalmente balanceada e bebam 
quantidades adequadas de fluidos durante as 24h que 
precedem o evento, especialmente durante o período entre 
a última alimentação e o exercício. Esta recomendação visa 
a promover uma boa hidratação antes do exercício ou da 
competição. Ainda se recomenda que os indivíduos bebam 
cerca de 500 ml de fluidos cerca de 2h antes do exercício, para 
promover uma hidratação adequada e dar um intervalo para 
que o excesso de água seja eliminada.
DURANTE A PRÁTICA ESPORTIVA, os atletas devem começar 
a beber cedo e em intervalos regulares no intuito de consumir 
fluidos em uma frequência que possa repor a água perdida 
através da sudorese ou então consumir o máximo tolerável. 
Recomenda-se a ingestão de fluidos com temperatura inferior 
à ambiental (entre 15 ºC e 22 ºC).
Educação Física em foco
110
------ [ RESUMO DO TÓPICO 2 ] ------
Neste tópico, você viu que:
• O exercício físico retira o organismo da homeostase, aumentando 
instantaneamente a demanda energética da musculatura exercitada.
• As funções cardiovasculares sofrem adaptações fisiológicas durante o exercício.
• As respostas agudas são aquelas observadas durante ou imediatamente após o 
exercício físico, como o aumento da pressão arterial e frequência cardíaca.
• O exercício resistido (força) também leva a aumento das respostas 
cardiovasculares, dependendo do número de séries, intervalo de recuperação, 
massa muscular envolvida. 
• A frequência cardíaca máxima (FCM) serve também para quantificar o esforço 
máximo de um exercício. 
• As principais equações de predição da frequência cardíaca máxima propostas 
por Karvonen (220 – idade) e Tanaka (208 – (0,7 x idade)). 
• O exercício físico promove aumento do gasto energético total tanto de forma 
aguda (durante a realização do exercício e durante a fase de recuperação) 
quanto de forma crônica (alterações da taxa metabólica de repouso – TMR). 
• Outra alteração fisiológica durante o exercício é a hidratação e/ou desidratação 
durante a prática do exercício. 
• Os níveis de hidratação devem ser mantidos de forma eficiente para que o 
exercício físico possa ser realizado de forma segura.
• Uma das formas de determinar o grau de desidratação é medir o peso corporal 
imediatamente antes e após o exercício físico e deve ser equivalente às perdas.
Educação Física em foco
111
• A desidratação leve ou moderada pode apresentar sintomas como fadiga, perda 
de apetite, sede, pele vermelha, intolerância ao calor, tontura, oligúria e aumento 
da concentração da urina e a grave, pele seca e murcha, entre outros.
• A inadequada reposição eletrolítica e a super-hidratação podem contribuir para 
a hiponatremia, cujos sinais e sintomas, muitas vezes, são semelhantes aos da 
desidratação.
• Uma alternativa de hidratação são os repositores hidroeletrolíticos que servem 
para proteger o organismo da desidratação e perda de sais.
• Dividem-se em bebidas isotônicas, bebidas hipotônicas e hipertônicas.
Educação Física em foco
112
AUT
OAT
IVID
ADE �
Questão 1: QUESTÃO 17 do ENADE (2013). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 8 jul. 2016.
A frequência cardíaca máxima (FCM) é o valor mais elevado da frequência 
cardíaca que um indivíduo pode atingir em um esforço máximo até o ponto 
de exaustão e constitui variável fisiológica relevante para quantificar o 
esforço máximo durante um teste ergométrico. A FCM é um importante 
marcador biológico para a prescrição e o monitoramento do exercício 
físico, com indicações que podem variar entre 60% e 85% da FCM para 
o desenvolvimento da resistência e da potência cardiorrespiratória, 
respectivamente.
Questiona-se se o emprego de equações que predizem a FCM, como (220 
– idade) de Karvonen ou (208 – [0,7 x idade]) de Tanaka, não induziria ao 
erro na prescrição da intensidade de treinamento cardiorrespiratório por 
superestimarem a FCM de indivíduos jovens (< de 40 anos) e subestimarem 
a FCM de indivíduos idosos (> de 60 anos). Para testar essa hipótese, 
Camarda et al. (2008) realizaram um estudo comparativo entre a FCM 
medida em teste ergoespirométrico e as equações propostas por Karvonen 
e Tanaka. Para tanto foram avaliados 2 047 indivíduos (1.091 homens e 
956 mulheres) com média ± desvio-padrão de idade igual a 37,1 ± 11,4. 
Estimou-se, portanto, o coeficiente de correlação de Pearson e o valor de p 
foi menor que 0,05, em ambos os casos. Os resultados estão representados 
nos gráficos 1 e 2. 
Educação Física em foco
113
FONTE: CAMARDA, S. R. A. et al. Comparação da frequência cardíaca máxima medida com as 
fórmulas de predição propostas por Karvonen e Tanaka. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. v. 
91, n. 5, p. 311-314, 2008.
Considerando o texto e os gráficos apresentados, pode-se notar que:
A ( ) As equações de Karvonen e de Tanaka apresentam moderada 
correlação com a FCM medida em teste de esforço máximo. Isso significa 
queé arriscado prescrever a intensidade do esforço físico de um exercício 
utilizando essas equações.
B ( ) As equações de Karvonen e de Tanaka apresentam forte correlação 
com a FCM medida em teste de esforço máximo. Isso significa que é seguro 
prescrever a intensidade do esforço físico de um exercício utilizando essas 
equações.
C ( ) As equações de Karvonen e de Tanaka apresentam forte correlação 
com a FCM medida em teste de esforço máximo. No entanto, a prescrição 
da intensidade de esforço depende de outros fatores como nível de aptidão 
física e volume da sessão de treinamento.
D ( ) As equações de Karvonen e de Tanaka apresentam fraca correlação 
com a FCM medida em teste de esforço máximo. Porém, a prescrição da 
intensidade de esforço pode depender de outros fatores como nível de 
aptidão física e frequência das sessões de treinamento.
E ( ) As equações de Karvonen e de Tanaka apresentam fraca correlação 
com a FCM medida em teste de esforço máximo. Isso significa que é 
seguro prescrever a intensidade do esforço físico de um exercício 
utilizando essas equações.
Educação Física em foco
114
Questão 2: QUESTÃO 19 do ENADE (2013). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 8 jul. 2016.
 
A classificação das fibras musculares, em vermelhas ou brancas, faz-se de 
acordo com o metabolismo energético dominante, a velocidade de contração 
e a atividade enzimática. Considerando que a coloração das fibras determina 
a quantidade de glicogênio que será utilizado no exercício, bem como sua 
função fisiológica, avalie as afirmações a seguir.
I. As fibras de coloração vermelha têm essa característica devido ao elevado 
número de mioglobina e, por isso, apresentam capacidade oxidativa elevada. 
As fibras brancas, por sua vez, possuem força de contração elevada, 
contendo grandes quantidades de glicogênio e geram ATP principalmente 
por glicólise anaeróbica.
II. As fibras de contração lenta possuem pequena quantidade de mitocôndrias, 
o que lhes confere menor resistência à fadiga. Por outro lado, as fibras de 
contração rápida possuem grandes quantidades de mitocôndrias, o que 
promove o aumento na velocidade de remoção do lactato sanguíneo e, 
consequentemente, produz maior resistência à fadiga.
III. Na prática dos exercícios físicos, as fibras vermelhas são mais recrutadas 
por maratonistas enquanto as fibras brancas são mais recrutadas por 
velocistas. 
É correto o que se afirma em:
A ( ) II, apenas.
B ( ) III, apenas.
C ( ) I e II, apenas.
D ( ) I e III, apenas.
E ( ) I, II e III.
Educação Física em foco
115
Questão 3: QUESTÃO 27 do ENADE (2013). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 8 jul. 2016.
Um grupo de 10 maratonistas brasileiros partiu no mês de março em viagem 
para a Rússia para participar de uma prova de maratona em Moscou. 
Naquele período, a temperatura média foi de -1 °C. Todos sabiam sobre o 
frio que os aguardava, mas ninguém no grupo tinha experiência de corrida 
em condições climáticas tão desfavoráveis. Quando lá chegaram, foram 
conhecer o circuito da prova para estabelecer os postos de hidratação. A 
equipe contava com um médico do esporte, um fisiologista do exercício, um 
fisioterapeuta e uma nutricionista. Na véspera da prova, a equipe técnica 
conversou com treinadores locais e obteve a informação de que a previsão 
meteorológica para o momento da prova seria de chuva fina, com ventos de 
até 40 km/h, o que produziria uma sensação térmica de -16 °C.
Os treinadores locais sugeriram que os isotônicos fossem substituídos por 
hidratantes com uma composição hipertônica. Diante da situação, a equipe 
técnica discutiu a sugestão com os atletas. Cinco atletas concordaram com a 
utilização de hipertônicos e os outros cinco não concordaram. Sendo assim, 
a equipe preparou os dois kits de hidratantes (isotônico e hipertônico), a fim 
de atender a ambos os grupos. No dia seguinte, a prova foi realizada e a 
previsão meteorológica se confirmou. Ao final da prova, apenas cinco atletas 
brasileiros concluíram a distância. Os outros cinco atletas abandonaram no 
meio do percurso por razões diversas.
Considerando o texto acima, avalie as afirmações a seguir.
I. O grupo que conseguiu concluir a prova deve ter sido o que utilizou 
hidratante isotônico, pois em temperaturas extremamente baixas, o corpo 
desidrata mais rapidamente e tem perda significativa de eletrólitos.
II. Hidratantes isotônicos foram desenvolvidos para repor líquidos e minerais 
perdidos durante a transpiração, quando se praticam atividades físicas por 
Educação Física em foco
116
períodos prolongados.
III. Em condições climáticas tão desfavoráveis, há acentuada queda dos 
estoques de glicogênio muscular, decorrente da necessidade de se manter 
a temperatura corporal central, assim o atleta experimenta o surgimento de 
sucessivas contraturas musculares pela falta de energia.
IV. Uma solução hipertônica pode ser definida como aquela que contém 
concentração de eletrólitos e glicose abaixo da encontra no plasma 
sanguíneo.
É correto apenas o que se afirma em:
A ( ) I.
B ( ) III.
C ( ) I e IV.
D ( ) II e III.
E ( ) II e IV.
Gabarito
Questão 1 – Letra B.
Questão 2 – Letra D.
Questão 3 – Letra D.
Educação Física em foco
117
------ [ TÓPICO 3 – DESENVOLVIMENTO FÍSICO, DOENÇAS ] ------
CRÔNICAS E EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Neste tópico, você entenderá a importância do entendimento do 
desenvolvimento e das fases que o compõem para trabalhar com segurança na 
Educação Física escolar, respeitando os limites e as faixas etárias. E também, 
nessa unidade, verá a obesidade infantil e como deve ser abordado na Educação 
Física escolar.
1 DESENVOLVIMENTO MOTOR E A EDUCAÇÃO FÍSICA
Caro acadêmico! Você já parou para refletir como deve ser realizada 
a Educação Física escolar e as atividades relacionadas para auxílio no 
desenvolvimento motor dos alunos? A partir de agora você entenderá as 
especificidades do crescimento e desenvolvimento motor.
Sempre estamos passando por mudanças relacionadas à idade, alteradas 
de acordo com a interação com o ambiente, com a tarefa e nessa interação o 
movimento se apresenta e se aprimora. As mudanças ocorrem quantitativamente 
pelo crescimento físico, como o aumento na estatura, no peso corporal e as 
mudanças qualitativas, chamadas de desenvolvimento, como aquisição e melhoria 
de funções (CAETANO; SILVEIRA; GOBBI, 2005). “O desenvolvimento na infância 
é marcado por mudanças incrementais regulares nos domínios cognitivo, afetivo e 
motor” (GALLAHUE; OZMUN; GOODWAY, 2013, p. 189). 
Por meio de um processo sequencial e contínuo, relacionado à idade 
cronológica, o desenvolvimento motor adquire uma grande quantidade de 
habilidades motoras, as quais progridem de movimentos simples e desorganizados 
para a execução de habilidades motoras altamente organizadas e complexas 
(WILLRICH; AZEVEDO; FERNANDES, 2009). 
Willrich, Azevedo e Fernandes (2009) apontam algumas causas que 
podem afetar o desenvolvimento motor, apontando que, quanto maior o número 
Educação Física em foco
118
de fatores de risco atuantes, maior será a possibilidade do comprometimento do 
desenvolvimento. Veja na figura a seguir quais são as causas:
FIGURA 21. ALGUMAS CAUSAS QUE PODEM AFETAR O DESENVOLVIMENTO MOTOR
FONTE: Willrich, Azevedo e Fernandes (2009, p. 52)
O processo de desenvolvimento, aquisição e refinamento de diferentes 
habilidades motoras ocorre de maneira dinâmica e são suscetíveis e moldados 
a partir de inúmeros estímulos externos, ou seja, ocorre a interação entre os 
aspectos individuais (características físicas e estruturais), ao ambiente em que 
está inserido (WILLRICH; AZEVEDO; FERNANDES, 2009).
Podemos considerar, caro acadêmico, a idade pré-escolar como uma 
importante fase de aquisição e aperfeiçoamento das habilidades motoras, segundo 
Caetano, Silveira e Gobbi (2005, p. 6):
[...] formas de movimento e primeiras combinações de 
movimento, quepossibilitam a criança dominar seu corpo 
em diferentes posturas (estáticas e dinâmicas) e locomover-
se pelo meio ambiente de variadas formas (andar, correr, 
saltar etc.). A base para habilidades motoras globais e finas é 
estabelecida neste período, sendo que as crianças aumentam 
consideravelmente seu repertório motor e adquirem os modelos 
de coordenação do movimento essenciais para posteriores 
performances habilidosas.
Educação Física em foco
119
Veja, na figura a seguir, a representação visual das fases e estágios do 
desenvolvimento motor, em que a ampulheta representa uma visão descritiva do 
desenvolvimento, o triângulo representa uma visão explanatória do desenvolvimento 
e ambos são úteis para se compreender o desenvolvimento motor.
FIGURA 22. REPRESENTAÇÃO VISUAL DAS FASES E ESTÁGIOS DO 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
FONTE: Gallahue (2008, p. 198)
Isayama e Gallardo (2008, p. 77) apontam que o indivíduo passa por três 
estágios distintos de desenvolvimento dessas habilidades: 
1) inicial; 2) elementar; 3) maduro. No estágio inicial esses 
movimentos apresentam uma progressão, na qual, inicialmente, 
o movimento tem uma forma rudimentar, faltando vários 
componentes da estrutura do movimento. No segundo estágio, 
podemos visualizar uma estrutura melhor definida, como a 
preparação, a ação principal e a finalização do movimento. 
No entanto, a estrutura espaço-temporal dos componentes do 
movimento ainda não é apropriada. Isso ocorrerá apenas num 
terceiro estágio, com a obtenção da chamada forma “madura” 
do padrão, que é considerada igual ao desempenho de um 
adulto habilidoso. 
 
Rosa Neto (2002) propôs em seu livro uma Escala de Desenvolvimento 
Educação Física em foco
120
Motor (EDM) composta por uma bateria de testes para avaliar o desenvolvimento 
motor de crianças dos 2 aos 11 anos de idade. Veja a seguir os aspectos do 
desenvolvimento que o autor criou os testes motores: 
1) Motricidade fina, refere-se à atividade manual, guiada por meio da visão, ou 
seja, coordenação visomanual, com emprego de força mínima, a fim de atingir 
uma resposta precisa à tarefa.
2) Motricidade global, refere-se aos movimentos dinâmicos corporais, envolve um 
conjunto de movimentos coordenados de grandes grupos musculares.
3) Equilíbrio, é a capacidade do organismo de manter posturas, posições e atitudes, 
compensando e anulando todas as forças que agem sobre o corpo. 
4) Esquema corporal, refere-se à capacidade de discriminar com exatidão as 
partes corporais e a habilidade de organizar as partes do corpo na execução de 
uma tarefa.
5) Organização espacial, envolve tanto a noção do espaço do corpo como o espaço 
que o rodeia, referindo-se à habilidade de avaliar com precisão a relação entre o 
indivíduo e o ambiente.
6) Organização temporal, refere-se à percepção do tempo, envolvendo o 
conhecimento da ordem e duração dos acontecimentos.
2 OBESIDADE INFANTIL E EDUCAÇÃO FÍSICA (ABORDAGEM NA ESCOLA)
Caro acadêmico! Optamos, nessa unidade, em falar da obesidade infantil, 
entre tantas outras doenças, pelo fato da obesidade infantil ser considerada uma 
epidemia e que pode afetar todo o crescimento e desenvolvimento infantil.
Nas últimas décadas, a obesidade infantil vem se transformando em 
um problema de saúde pública e é considera como uma síndrome multifatorial 
(BORGES et al., 2007). Está geralmente associada à hipertensão arterial, 
Educação Física em foco
121
dislipidemias, intolerância à glicose, entre outros fatores, que podem estar ligados 
a fatores genéticos e/ou serem estimulados por fatores ambientais, sendo difícil 
afirmar qual é o mais determinante (SOTELO; COLUGNATI; TADDEI, 2004; 
PEREIRA et al., 2009). 
Quanto mais tempo os indivíduos se mantêm obesos, maior é a chance 
de as complicações ocorrerem, assim como mais precocemente, sendo visto que, 
crianças em idade pré-escolar que já apresentam quadro de obesidade, têm cinco 
vezes mais chance de serem adolescentes obesos e quatro vezes mais chance 
de serem adultos obesos quando comparadas a crianças que se encontram com o 
peso adequado (NATALE et al., 2013).
Berleze, Haeffner e Valentini (2007) apontam alguns atrasos que podem 
ocorrer com crianças obesas, como capacidade cardiorrespiratória inferior; maior 
gasto energético no decorrer das atividades, pois despendem maiores esforços 
para a mesma intensidade de atividade física; e baixo nível de aptidão física, 
quando comparadas às crianças eutróficas. Especificamente, referindo-se ao 
desenvolvimento motor de crianças obesas, ocorrem atrasos no desempenho 
motor nas mais variadas habilidades motoras fundamentais de locomoção e 
controle de objetos, como também nas variáveis dos componentes motores-
perceptivos (temporal-espacial) e no equilíbrio. 
Caro acadêmico! Veremos que a Educação Física tem um importante 
papel atualmente no desenvolvimento das crianças, especialmente na prevenção 
da obesidade infantil. Por quê?
Devido aos avanços tecnológicos, as crianças tornaram-se menos ativas, 
e essa inatividade somada com o tempo gasto assistindo à televisão vêm levando 
ao aumento da adiposidade em escolares e, por outro lado, devemos, como 
professores de Educação Física, levar a prática do exercício físico para diminuir 
o risco de obesidade, atuar na regulação do balanço energético e preservar 
ou manter a massa magra em detrimento da massa de gordura (GIUGLIANO, 
CARNEIRO, 2004). 
Como prevenção e tratamento da obesidade infantil, devemos basear na 
mudança dos hábitos alimentares, no aumento do exercício físico, mas que seja 
Educação Física em foco
122
efetivo, a sensibilização para o problema deve incluir um esclarecimento claro 
e objetivo, para além do ponto de vista educativo, integrando a obesidade nos 
programas curriculares, o meio escolar constitui uma excelente oportunidade para 
incentivar uma alimentação saudável e incutir o gosto pela prática de exercício 
físico na vida diária (COELHO et al., 2008). 
Veja na figura a seguir os fatores que devem ser observados para a 
prevenção da obesidade infantil.
FIGURA 23. ASPECTOS QUE DEVEM SER LEVADOS EM CONTA NA PREVENÇÃO DA 
OBESIDADE INFANTIL
FONTE: Mello, Luft e Meyer (2004, p. 180)
Vargas et al. (2011) fizeram um programa de prevenção de obesidade 
sobre práticas alimentares de 331 estudantes de 11 a 17 anos de 5º e 6º anos de 
duas escolas públicas estaduais de Niterói, RJ, em 2005. As práticas alimentares 
foram abordadas em questionários autorrespondidos antes e após o período 
de intervenção: consumo de fast food, consumo de refrigerantes, substituição 
Educação Física em foco
123
de refeições por lanches, consumo de frutas, verduras e legumes e tipo de 
alimentação consumida nos intervalos das aulas. Veja na figura a seguir o exemplo 
de como foi realizado esse programa com a Educação Física escolar, como auxílio 
da prevenção da Educação Física escolar.
FIGURA 24. OBJETIVOS E PRINCIPAIS TEMAS ABORDADOS NAS ATIVIDADES DE 
INTERVENÇÃO
FONTE: Vargas et al. (2011, p. 62)
Educação Física em foco
124
------ [ RESUMO DO TÓPICO 3 ] ------
Neste tópico, você viu que:
• O organismo cresce e se desenvolve quantitativa e qualitativamente.
• O desenvolvimento na infância é marcado por mudanças incrementais regulares 
nos domínios cognitivo, afetivo e motor. 
• O desenvolvimento motor progride de movimentos simples e desorganizados 
para a execução de habilidades motoras altamente organizadas e complexas. 
• O processo de desenvolvimento, aquisição e refinamento de diferentes 
habilidades motoras depende de aspectos individuais (características físicas e 
estruturais) e ao ambiente em que está inserido.
• O desenvolvimento motor passa por três estágios inicial, elementar e maduro. 
• A Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) de crianças dos 2 aos 11 anos 
de idade, avalia a motricidade final e global, equilíbrio, esquema corporal, 
organização espacial e temporal. 
• A obesidade infantil vem se transformando em um problema de saúde pública
• A obesidade infantil trazvárias comorbidades, entre elas hipertensão arterial, 
dislipidemias, intolerância à glicose etc.
• Crianças obesas podem ter atraso no desenvolvimento motor. 
• A prevenção e o tratamento da obesidade infantil são as mudanças dos hábitos 
alimentares e no aumento do exercício físico, tornando assim a Educação Física 
escolar uma excelente alternativa. 
Educação Física em foco
125
AUT
OAT
IVID
ADE �
Questão 1: QUESTÃO 27 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 8 jul. 2016.
O desenvolvimento motor harmonioso da criança depende de uma série de 
fatores, dentre os quais se destacam as oportunidades para a prática, o 
encorajamento e o ensino em ambiente propício ao aprendizado. Embora 
relacionadas à idade, há numerosas variações entre as crianças e entre 
os padrões de movimento no desempenho de tarefas fundamentais. 
Considerando o texto apresentado, avalie as asserções a seguir e a relação 
proposta entre elas.
I. A sequência de progressão no desenvolvimento motor ao longo dos 
estágios inicial, elementar e maduro, é a mesma para a maioria das crianças, 
embora o ritmo varie, dependendo de fatores ambientais e hereditários.
PORQUE
II. Crianças na mesma faixa etária podem estar no estágio inicial em algumas 
tarefas motoras e, em outras, no estágio elementar ou no estágio maduro.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
A ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa 
correta da I.
B ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa correta da I.
C ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição 
falsa. 
D ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E ( ) As asserções I e II são proposições falsas. 
Educação Física em foco
126
Questão 2: QUESTÃO 21 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 8 jul. 2016.
É consenso que a obesidade infantil vem aumentando de forma significativa 
e que ela determina várias complicações na infância e na idade adulta. Uma 
criança obesa tem maior probabilidade de vir a desenvolver patologias em 
sua vida futura, que lhe dificultarão tanto a vida pessoal como a social. O 
conhecimento da prevalência de obesidade e dos respectivos fatores de 
risco é de extrema importância para que possam ser adotadas medidas 
preventivas. Na infância, o tratamento pode ser ainda mais difícil do que na 
fase adulta, pois está relacionado a mudanças de hábitos e à disponibilidade 
dos pais, além de uma falta de entendimento da criança quanto aos danos 
da obesidade.
FONTE: AMARAL, O.; PEREIRA, C. Obesidade: da genética ao ambiente. Revista Millenium, v. 
34, n.311, p. 320-324, 2008. (Adaptado).
Com relação ao que deve ser considerado pelo professor ao planejar, participar 
e avaliar projetos comunitários relacionados à temática apresentada, avalie 
as afirmações a seguir.
I. Os pais têm papel importante na prevenção, no desenvolvimento e no 
controle da obesidade infantil, influenciando o comportamento das crianças 
por meio da alimentação e dos hábitos de atividade física. 
II. A escola é um local privilegiado de intervenção, cujas diretrizes de ação 
no combate à obesidade devem centrar-se nos alunos que apresentam 
sobrepeso.
III. Há momentos da vida humana, que incluem período intrauterino e os 
primeiros três anos de vida, em que a má nutrição pode provocar prejuízos 
físicos e mentais que afetam negativamente o desenvolvimento futuro dos 
indivíduos.
Educação Física em foco
127
IV. A variação do metabolismo basal em diferentes pessoas, e na mesma 
pessoa em circunstâncias diferentes, leva a concluir que, com a mesma 
ingestão calórica, uma pessoa pode engordar e outra não.
É correto apenas o que se afirma em:
A ( ) I e III.
B ( ) II e III.
C ( ) II e IV.
D ( ) I, II e IV.
E ( ) I, III e IV. 
Questão 3: QUESTÃO 33 do ENADE (2014). FONTE: Disponível em: <http://
portal.inep.gov.br/enade/provas-e-gabaritos-2015>. Acesso em: 8 jul. 2016.
O processo de desenvolvimento motor revela-se basicamente por alterações 
no comportamento motor. Podemos observar diferenças desse tipo de 
desenvolvimento provocadas por fatores próprios do indivíduo (biologia), do 
ambiente (experiências oportunizadas aos sujeitos) e da tarefa em si (físicos/
mecânicos). Isso ocorre pela observação das alterações no processo (forma) 
e no produto (desempenho). Dessa forma, um meio primário pelo qual o 
processo de desenvolvimento motor pode ser observado é o estudo das 
alterações no comportamento motor no decorrer do ciclo da vida. Assim, o 
comportamento motor observável real de um indivíduo fornece uma “janela” 
para o seu processo de desenvolvimento motor, ou seja, permite o exame 
da progressão sequencial de habilidades motoras ao longo da vida. Nessa 
perspectiva, uma forma de esquematizar esse processo de desenvolvimento 
em fases e estágios de desenvolvimento de cada fase é a apresentada por 
Gallahue e Ozmun (2001), na Figura 1.
Educação Física em foco
128
Considerando o texto acima e a Figura 1, avalie as seguintes asserções com 
relação ao padrão de movimento da criança retratada na Figura 2 a seguir.
Figura 2 - Padrão da habilidade de arremessar
Educação Física em foco
129
I. É frequente que meninas aos oito anos de idade apresentem padrão de 
arremesso em um estágio de desenvolvimento motor elementar, similar ao 
ilustrado na Figura 2, e que é inferior ao atingido por meninos nessa mesma 
etapa cronológica.
PORQUE
II. Os fatores biológicos são elementos preponderantes para explicar as 
diferenças no desenvolvimento das habilidades motoras entre meninos e 
meninas na faixa etária de oito anos.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa 
correta da I.
B ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma 
justificativa correta da I.
C ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E ( ) As asserções I e II são proposições falsas.
Gabarito:
Questão 1 – Letra A.
Questão 2 – Letra E.
Questão 3 – Letra C.
Educação Física em foco
130
Educação Física em foco
131
REFERÊNCIAS
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and fluid replacement. Med. Sci. Spots Exerc, v. 28, p. 517-521, 1996. Disponível 
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pdf>. Acesso em: 20 jun. 2016.
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