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CURSO DE DIREITO TRABALHO DE SOCIEDADE ANÔNIMA SOBRAL/CE 2020 FLAIRTON MARCELO VALE TRABALHO DE SOCIEDADE ANÔNIMA Trabalho apresentado ao Curso de Bacharelado em Direito do Centro Universitário INTA – UNINTA, como requisito para obtenção da nota de AP3. . SOBRAL/CE 2020 SUMÁRIO INTRODUÇÃO........................................................................................................................04 CONTEXTO HISTÓRICO,,,,,..................................................................................................04 PREVISÃO LEGAL.................................................................................................................04 CARACTERISTICAS..............................................................................................................06 AÇÕES E CLASSES DE AÇOE..............................................................................................07 TIPOS DE AÇÕES...................................................................................................................08 ORGÃOS..................................................................................................................................08 ADMINISTRAÇÃO.................................................................................................................10 TRANSFORMAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO, CISÃO ...............................................11 INTRODUÇÃO A Sociedade Anônima como conhecemos hoje é fruto de grandes transformações, seja no Mundo, seja no Brasil, iremos a seguir abordar de forma sistemática, desde os seus primórdios, até seu momento atual, acompanhando o contexto histórico de cada momento, e quando possível analisando os preceitos legais que as envolve, além de elencar suas características, bem como se da à divisão das ações e como se dividem as ações por classes, discutiremos também sobre os órgãos da Sociedade Anônima, a administração da Sociedade Anônima e ainda sobre transformação, incorporação, fusão e cisão da Sociedade Anônima. CONTEXTO HISTÓRICO A sociedade anônima é fruto das transformações ocorridas nos últimos séculos, foi à revolução econômica trazida pelo capitalismo que trouxe consigo uma maior complexidade ao mundo dos negócios fazendo com que surgisse essa modalidade de empresa que atendesse os novos interesses surgidos nesse mundo agora globalizado. Mas seu nascimento se deu muito antes dessa globalização, remonta se seu nascimento a 1602, quando a Companhia Holandesa das Indias Orientais, com o intuito de financiar as viagens marítimas reuniu investidores com essa mesma finalidade, estavam nesse momento o colonialismo nascendo e junto com ele a empresa com nomenclatura, Sociedade Anônima S/A 1 . Nacionalmente a primeira empresa considerada S/A, que se noticia é a Companhia De Comércio do Brasil em 1636, e a segunda, o Banco do Brasil em 1808. Mas foi a Revolução Industrial que transformou a Sociedade Anônima em grande instrumento de sua realização com o advento do capitalismo. PREVISÃO LEGAL No Brasil, a primeira lei que trouxe a regulamentação da S/A que se tem noticia data de 15 de dezembro de 1976 é a lei 6.404, contudo, recentemente surgiu à necessidade de sua atualização isso aconteceu em 2001 com a edição da lei 10.303, há ainda que se elencar aqui o Código Civil que prevê em vários dos seus artigos regulamentações pertinentes a Sociedade Anônima. Inicialmente conforme o artigo 206, do Código Civil em seu §1º, inciso VI, prescreve em 1 (um) ano “a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a 1https://administradores.com.br/artigos/para-entender-sobre-sociedade-anonimasa#:~:text=A%20sociedade% 20an%C3%B4nima%20%C3%A9%20a,Orientais%20que%20data%20de%201602.&text=No%20Brasil%2C%20a% 20primeira%20sociedade,tem%20not%C3%ADcia%20%C3%A9%20a%20Cia (acesso em 11/06/2020). https://administradores.com.br/artigos/para-entender-sobre-sociedade-anonimasa#:~:text=A%20sociedade% formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo” 2 E no §3º, inciso VII, nos informa que prescreve em três anos para os fundadores, “a pretensão contra as pessoas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima 3 ”. Ao passo que os artigos 1.088 a 1,099 ditam a forma como se dará a caracterização de ações na S/A, vejamos: Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. Art. 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código 4 . Para além da Sociedade Anônima o Código Civil em seus artigos 1.126 a 1.129 informam que sobre as empresas de caráter de Sociedade Nacional que vierem a se formar com capital externo devem obedecer, quando adquirirem essa condição, o regramento da Sociedade Anônima. Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração. Parágrafo único. Quando a lei exigir que todos ou alguns sócios sejam brasileiros, as ações da sociedade anônima revestirão, no silêncio da lei, a forma nominativa. Qualquer que seja o tipo da sociedade, na sua sede ficará arquivada cópia autêntica do documento comprobatório da nacionalidade dos sócios. Art. 1.128. O requerimento de autorização de sociedade nacional deve ser acompanhado de cópia do contrato, assinada por todos os sócios, ou, tratando-se de sociedade anônima, de cópia, autenticada pelos fundadores, dos documentos exigidos pela lei especial. Art. 1.129. Ao Poder Executivo é facultado exigir que se procedam a alterações ou aditamento no contrato ou no estatuto, devendo os sócios, ou, tratando-se de sociedade anônima, os fundadores, cumprir as formalidades legais para revisão dos atos constitutivos, e juntar ao processo prova regular 5 . Já o artigo 1.134, regulamenta a sociedade estrangeira; Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira. Enquanto que o artigo 1.160, vem dizer como deve ser designado seu nome representativo; Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. 2 http //www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm (acesso em 11/06/2020) 3 http //www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm (acesso em 11/06/2020) 4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm (acesso em 11/06/2020) 5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm (acesso em 13/06/2020) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa 6 . Por fim, há ainda que se comentar o que esta contido no artigo 1.187, no que se refere aos juros devidos aos acionistas de Sociedade Anônima, quando da coleta dos elementos para o inventario ocorrido antes do inicio de sua função social; Art. 1.187. Na coleta doselementos para o inventário serão observados os critérios de avaliação a seguir determinados: Parágrafo único. Entre os valores do ativo podem figurar, desde que se preceda, anualmente, à sua amortização: II - os juros pagos aos acionistas da sociedade anônima, no período antecedente ao início das operações sociais, à taxa não superior a doze por cento ao ano, fixada no estatuto 7 ; CARACTERISTICAS Em uma sociedade de capitais o que importa é a aglutinação de capitais, e não a pessoa do acionista, inexistindo o chamado interesse pessoal característico das sociedades de pessoas 8 , o capital é dividido em partes iguais, em regra, de igual valor nominal que são chamados de ações onde se materializa a participação do acionista. Sobre a responsabilidade do acionista, ela é limitada apenas ao preço das ações subscritas ou adquiridas. Isso significa que uma vez integralizada a ação o acionista não terá mais nenhuma responsabilidade adicional, nem mesmo em caso de falência, quando somente será atingido o patrimônio da companhia 9 ; As ações, em regra, podem ser livremente cedidas, o que gera uma constante mudança no quadro de acionistas. No entanto, o estatuto poderá trazer restrições à essa cessão, sem contudo, impedir jamais a negociação (art. 36 da Lei 6.404/76). Desta maneira, as ações são títulos circuláveis, tal qual o que acontece com os títulos de crédito, Há também a possibilidade de subscrição do capital social mediante apelo ao público. Deve a S/A usar de modo exclusivo ou sua denominação social ou nome de fantasia, e, por fim, pode ser aberta ou fechada. Na Sociedade aberta os valores mobiliários de sua emissão são admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários, (art. 4o. da Lei 6.404/76). Na fechada, não. Há necessidade de que a Sociedade registre a emissão pública de 6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm (acesso em 13/06/2020) 7 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm (acesso em 13/06/2020) 8 https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/886/Sociedade-Anonima-Conceito-e-caracteristicas(acesso em 13/06/2020) 9 (https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/886/Sociedade-Anonima-Conceito-e-caracteristicas(acesso em 13/06/2020) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm ações no órgão competente – Comissão de Valores Mobiliários (Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976) 10 . A sociedade inominada pode ser constituída por subscrição pública (quando dependerá de prévio registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários e haverá a intermediação obrigatória de instituição financeira – art. 82 da Lei 6.404/76) ou por subscrição particular (quando poderá fazer-se por deliberação dos subscritores em assembleia geral ou por escritura pública – art. 88 da Lei 6.404/76) 11 . Por fim, a Sociedade Anônima deverá ter uma estrutura organizacional composta de: assembléia geral, conselho de administração (facultativo em caso de Companhia Fechada), diretoria e conselho fiscal, que terão, além das atribuições fixadas na lei 6.404/76, aquelas determinadas no estatuto social 12 . AÇÕES E CLASSES DE AÇOES As ações são representadas pela menor parcela que divide o capital de uma empresa constituída como uma sociedade anônima. São elas que legalizam a participação do sócio na empresa, sendo um título patrimonial que concede direitos e deveres aos acionistas, de acordo com as ações possuídas. Isso acontece porque ela idealiza um valor mobiliário, isto é, parte do capital da sociedade anônima. Não obstante todas as companhias terem seu capital dividido em ações, apenas aquelas que tem as ações registradas na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) podem negociar de maneira pública no mercado e bolsas de valores. Quando as Sociedade Anônimas fazem esse registro são chamadas de companhias abertas. O debate existente entre os tipos de ações é por que ele varia de acordo com os benefícios e direitos que garantem aos seus cotistas. No Brasil, elas as ações podem ser divididas em ações ordinárias e ações preferenciais. Além disso, as empresas podem emitir diferentes classes de ações e criar quantas forem necessárias. Essas classes recebem uma letra, em geral, (A, B, C,D, E,) e assim assim sucessivamente. 10 (https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/886/Sociedade-Anonima-Conceito-e-caracteristicas(acesso em 13/06/2020) 11 (https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/886/Sociedade-Anonima-Conceito-e-caracteristicas(acesso em 13/06/2020) 12 (https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/886/Sociedade-Anonima-Conceito-e-caracteristicas(acesso em 13/06/2020) Uma ação PN classe A, por exemplo, significa que ela é (Preferencial Nominativa e o A, pode mostrar que ela possui um dividendo mínimo). Sendo o Dividendo uma parcela dos lucros distribuída entre os detentores de ações. Essas características são definidas de acordo com a empresa emissora da ação, no estatuto social, e variam de acordo com a companhia. TIPOS DE AÇÕES Os tipos de ações se caracterizam por uma classificação que levam em consideração as vantagens e os diretos do investidor. Existem, nessas classes tanto as ações ordinárias ou comuns como preferenciais. Ações Ordinárias ou Comuns (ON): dão aos acionistas direitos de sócios comuns, sem restrições ou privilégios. Aquele que possui esse tipo de ação tem o direito de participar das decisões da assembleia geral, ou seja, tem o poder de decidir sobre o futuro da companhia. Quando possui mais da metade dessas ações, ele é o controlador da empresa 13 . Ações Preferenciais (PN): o detentor dessas ações tem um tratamento diferente daquele direcionado ao acionista dono de ações ordinárias. Uma das vantagens que possuem esses sócios é a prioridade na divisão dos dividendos, no mínimo superior a 10% ao que for atribuído às ordinárias. Porém, apesar de todas as vantagens de receber seus dividendos fixos em toda e qualquer situação da empresa, os acionistas preferenciais não têm direito de voto; podem, sim, fiscalizar, mas sem interferir nas decisões da empresa 14 . De acordo com a forma de registro, também podem ser classificadas como:Ações Nominativas: são ações registradas no nome do proprietário. O nome do acionista fica inscrito no livro de “Registro das ações nominativas”. Quando são transferidas, deve ser tudo devidamente documentado, pois quem as recebe deve ter o nome registrado 15 . Ações Escriturais: para essas, não existe emissão de certificado. Ficam em contas bancárias de instituições autorizadas pela CVM. No caso de transferência, ela se faz como qualquer transferência bancária 16 . ORGÃOS A lei 6.404, de 15/12/1976, dispõe das características das sociedades anônimas, além de suas obrigatoriedades e peculiaridades. De acordo com a lei, uma sociedade anônima deve 13 https://blog.toroinvestimentos.com.br/tipos-de-acoes-ordinaria-preferencial 14 https://blog.toroinvestimentos.com.br/tipos-de-acoes-ordinaria-preferencial 15 https://blog.toroinvestimentos.com.br/tipos-de-acoes-ordinaria-preferencial 16 https://blog.toroinvestimentos.com.br/tipos-de-acoes-ordinaria-preferencial https://blog.toroinvestimentos.com.br/tipos-de-acoes-ordinaria-preferencial https://blog.toroinvestimentos.com.br/tipos-de-acoes-ordinaria-preferencial https://blog.toroinvestimentos.com.br/tipos-de-acoes-ordinaria-preferencial https://blog.toroinvestimentos.com.br/tipos-de-acoes-ordinaria-preferencial possuir três órgãos sociais, deliberativos e/ou executivos e pode possuir um quarto órgão, como exemplificaremos a seguir. O primeiro órgão citado e o mais relevante é a Assembléia Geral, que possui caráterdeliberativo e deve contar com a participação de todos os acionistas. Mais a frente deste, há o Conselho de Administração, que, para o caso de sociedade anônima fechada, é facultativo, e possui caráter deliberativo. O terceiro órgão é a Diretoria, também cogente, que executa as deliberações da assembleia geral e do conselho de administração. O Conselho Fiscal é o quarto órgão considerado obrigatório de uma companhia anônima. Entretanto, seu funcionamento é facultativo, ou seja, se os acionistas consideram dispensáveis o seu funcionamento, o órgão fica desativado. Significa dizer que o estatuto social da companhia dispensa a disposição específica que se relacione à existência ou não do conselho fiscal, sendo suficiente a vontade dos acionistas, baseando-se na legislação vigente, para que haja sua eleição e posterior funcionamento. O Conselho fiscal é composto por, no mínimo, três e, no máximo, cinco membros, acionistas ou não, sendo que os membros da administração e da diretoria não poderão pertencer ao conselho fiscal. Serão eleitos conforme a hierarquia dos acionistas: os minoritários e os preferenciais sem direito à voto poderão eleger dois membros e respectivos suplentes (um para cada grupo de acionistas), em votação em separado, e os demais acionistas com direito a voto elegerão os membros restantes e os seus respectivos suplentes 17 . Segundo o art. 163 da lei das sociedades anônimas, é competente ao conselho fiscal, conforme seu próprio nome diz, fiscalizar os atos dos administradores e verificar o execução dos seus deveres legais e estatutários. Em resumo, sua fiscalização é para proteção da companhia e de seus acionistas. No desempenhar de suas funções, o conselho requisita subsídios, examina documentos e opina sobre a legalidade contábil dos atos da direção, tendo ao seu alcance todos os meios indispensáveis ao exercício de sua autoridade. No que tange aos outros órgãos da sociedade, os membros do conselho fiscal assumem as mesmas obrigações dos administradores. Ao ser colocado no mesmo nível que os administradores da sociedade, mesmo com o funcionamento facultativo, a existência do conselho não depende de expressa previsão 17 https://www.migalhas.com.br/depeso/190932/o-conselho-fiscal-nas-sociedadesanonimas#:~:text= De%20acordo%20com%20a%20lei,participa%C3%A7%C3%A3o%20de%20todos%20os%20acionistas. https://www.migalhas.com.br/depeso/190932/o-conselho-fiscal-nas-sociedadesanonimas#:~:text= De%20acordo%20com%20a%20lei,participa%C3%A7%C3%A3o%20de%20todos%20os%20acionistas. https://www.migalhas.com.br/depeso/190932/o-conselho-fiscal-nas-sociedadesanonimas#:~:text= De%20acordo%20com%20a%20lei,participa%C3%A7%C3%A3o%20de%20todos%20os%20acionistas. estatutária, tamanha a sua importância. E, apesar do conselho fiscal não representar a companhia, seus membros devem lembrar dos mesmos deveres legais impostos aos administradores. O conselho fiscal pode ser facultativo, porém, sua importância para o bom funcionamento de uma sociedade anônima é tanta que seu funcionamento é permanente pelas companhias que optam por ativá-lo. A integridade dos membros da sociedade, bem como uma fiscalização mais imparcial dos dados desta faz com que o conselho se torne indispensável, zelando pelo bem da própria companhia 18 . ADMINISTRAÇÃO O executivo de uma Sociedade Anônima pode ser um acionista, como também pode não ser titular de nenhuma ação representativa da sociedade onde exerce o cargo de gestor. Pela Lei de Sociedades Anônimas, vemos que a administração da Companhia cabe ao Conselho e à Diretoria ou somente a Diretoria, nas empresas as quais a constituição de Conselho é facultada ou quando não o tenha sido instituído. A votação, pela Assembleia ou Conselho, é a formalidade legal que valida fundamentalmente para que uma pessoa adquira posição de administrador, não se podendo admitir a assunção ao cargo de um administrador sem a eleição em Assembleia ou Conselho. Ao administrador eleito em Assembleia, obriga-se a assinatura do Termo de Posse nos trinta dias que se seguem a sua eleição. Prevalece na atualidade a concepção de que é uma conexão a respeito da representação do órgão, compreende-se o diretor de sociedade anônima não da mesma maneira de um procurador, mas do mesmo modo de um órgão da sociedade. Conforme dispõe o Art. 148, da Lei Sociedade Anônima, na ocasião de sua posse, ao administrador - Conselheiro ou Diretor - tem-se a obrigação de entregar um documento de desimpedimento, aquiescendo o cargo para o qual foi designado e afirmando que satisfaz os requisitos exigidos por lei. Consta-se, que a Lei das Sociedades Anônimas permite que a companhia pleiteie ao administrador garantias da prestação de contas da gestão 19 . 18 https://www.migalhas.com.br/depeso/190932/o-conselho-fiscal-nas-sociedadesanonimas#:~:text= De%20acordo%20com%20a%20lei,participa%C3%A7%C3%A3o%20de%20todos%20os%20acionistas. 19https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10595/Responsabilidade-dos-administradores-na- sociedadeanonima#:~:text=Nos%20termos%20da%20Lei%20de,n%C3%A3o%20o%20tenha%20sido%20constit u%C3%ADdo.&text=148%2C%20Lei%20Sociedade%20An%C3%B4nima. https://www.migalhas.com.br/depeso/190932/o-conselho-fiscal-nas-sociedadesanonimas#:~:text= De%20acordo%20com%20a%20lei,participa%C3%A7%C3%A3o%20de%20todos%20os%20acionistas. https://www.migalhas.com.br/depeso/190932/o-conselho-fiscal-nas-sociedadesanonimas#:~:text= De%20acordo%20com%20a%20lei,participa%C3%A7%C3%A3o%20de%20todos%20os%20acionistas. Também conforme disposto no Art. 124, § 3º, Lei Sociedade Anônima. Cumpre-se, também ao administrador a obrigação de cientificar de forma documentada a Companhia sobre a alteração do endereço de sua residência. TRANSFORMAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO, CISÃO Pelo código civil e pela lei das sociedades anônimas (Lei 6.404/76 e alterações posteriores) nos seus artigos, há temas relativos à transformação, incorporação, fusão e cisão de sociedades anônimas passaremos a analisá-los agora. Transformação A transformação de sociedade é a forma de se alterar o tipo societário presente. Por se tratar de modificação do formado constitutivo em relação ao vínculo societário da pessoa jurídica anteriormente constituída, não se constitui em dissolução ou extinção da sociedade transformada e sim apenas de sua modificação para outro tipo societário, a exemplo de uma sociedade limitada que é transformada em uma sociedade anônima e vice-versa. Assim sendo, na expressão do código civil, juridicamente o ato de transformação independe de dissolução ou liquidação da sociedade, e obedecerá aos preceitos reguladores da constituição e inscrição próprios do tipo em que vai converter-se (artigo 1.1130). Portanto, se uma sociedade simples for transformada em uma sociedade empresária, seus atos constitutivos deverão ser arquivados na Junta Comercial, obedecendo aos requisitos estabelecidos para o novo tipo societário, por exemplo, para uma sociedade limitada. Como regra, o artigo 1.114 determina que a transformação depende o consentimento de todos os sócios, salvo se prevista no ato constitutivo, caso em que o dissidente poderá retirar-se da sociedade, aplicando-se, no silêncio do estatuto ou do contrato social, o disposto no art. 1.031. Desta forma, o contrato poderá prevê quorum específico para a transformação, garantindo porém ao sócio que não concordar com a operação societária o direito de retirar-se da sociedade, sendo ainda assegurado ao dissidente o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, que liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado. Havendo a saída de sócio dissidenteo capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota. Por outro lado, a quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário (artigo 1.031, § 1º. e § 2º.) Destacamos que a transformação não modificará nem prejudicará, em qualquer caso, os direitos dos credores, porquanto não tendo estes poderes de ingerência no ato, não fosse a determinação legal, ficariam reféns da boa vontade os devedores, o que não seria justo. Quanto à falência da sociedade transformada somente produzirá efeitos em relação aos sócios que, no tipo anterior, a eles estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de créditos anteriores à transformação, e somente a estes beneficiará. Incorporação O código trouxe no texto do seu artigo 1.116 as características e circunstâncias em que ocorre a incorporação. Desta forma, na incorporação, uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos tipos. Assim sendo, as sociedades incorporadas deixam de existir passando todo o seu acervo patrimonial a fazer parte a sociedade incorporadora. A operação de incorporação não é um ato de decisão meramente administrativa da sociedade é por excelência uma decisão que depende de deliberação dos sócios através de votação. A deliberação dos sócios da sociedade incorporada deverá aprovar as bases da operação e o projeto de reforma do ato constitutivo (artigo 1.117). A sociedade que houver de ser incorporada tomará conhecimento desse ato, e, se o aprovar, autorizará os administradores a praticar os atos necessários à incorporação, inclusive a subscrição em bens pelo valor da diferença que se verificar entre o ativo e o passivo. (§ 1º do artigo 1.117). Destacamos ainda que o § 2º do artigo 1.117 determina que a deliberação dos sócios da sociedade incorporadora compreenderá a nomeação dos peritos para a avaliação do patrimônio líquido da sociedade, que tenha de ser incorporada. Por fim, uma vez aprovados os atos da incorporação, a incorporadora declarará extinta a incorporada, e promoverá a respectiva averbação no registro próprio, sobretudo objetivando tornar pública a operação. Fusão A fusão é um processo de unificação de duas ou mais sociedades em que seus patrimônios se unem para formar uma nova sociedade resultante desta unificação, sendo esta nova entidade sucessora de todos os direitos e obrigações vinculados às sociedades fusionadas. A fusão pode ocorrer entre sociedades de tipos jurídicos distintos. Diferente do que ocorre nos casos anteriores relativos à transformação de sociedades, o artigo 1.119 do código expressa que a fusão determina a extinção das sociedades que se unem, para formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações. Assim, formalizada a fusão, extintas estarão as sociedades que participaram da operação. Para a operacionalização da fusão é necessário que seja obedecido às determinações do código civil em seu artigo 1.120. Por este dispositivo legal, a fusão será decidida, na forma estabelecida para os respectivos tipos, pelas sociedades que pretendam unir-se. Em reunião ou assembléia dos sócios de cada sociedade, deliberada a fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de distribuição do capital social, serão nomeados os peritos para a avaliação do patrimônio da sociedade. Após a conclusão do trabalho de avaliação, apresentados os laudos, os administradores convocarão reunião ou assembléia dos sócios para tomar conhecimento deles, decidindo sobre a constituição definitiva da nova sociedade. Destacamos que não é permitido aos sócios votar o laudo de avaliação do patrimônio da sociedade de que façam parte. Os administradores deverão proceder a averbação dos respectivos atos de extinção das sociedades que participarão da fusão, além formalizar a inscrição da sociedade constituída em decorrência a fusão. Estes registros deverão ser efetuados nos seguintes órgãos: Junta Comercial, em se tratando de sociedade empresária e no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, no caso de sociedade simples. Por fim, concluído o processo de incorporação, fusão ou cisão, havendo credores que se sintam prejudicados em decorrência desta reorganização societária, determina o artigo 1.122 que até noventa dias após publicados os atos relativos à incorporação, fusão ou cisão, o credor anterior, por ela prejudicado, poderá promover judicialmente a anulação deles. Cisão No código civil, embora esteja inserido a indicação da cisão no capítulo que trata da reorganização societária, este diploma legal não trouxe nenhuma determinação sobre conceitos e procedimentos relativos a cisão. Esta matéria continua sendo regulada pelos artigos 220 a 234 da Lei 6.404/76. Segundo a lei das sociedades anônimas, a cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. Para efeitos de operacionalização do processo de cisão, são divididos nos seguintes procedimentos: I – Cisão Parcial para sociedade existente; II – Cisão Parcial para constituição de nova sociedade; III – Cisão total para sociedades existentes;IV – Cisão total – Constituição de Sociedades Novas; Por fim, a Instrução Normativa nº 88, de 2 de agosto de 2001, do DNRC – Departamento Nacional de Registro do Comércio, dispõe sobre os procedimentos e arquivamento dos atos de transformação, incorporação, fusão e cisão de sociedades empresárias 20 . 20 https://classecontabil.com.br/transformacao-incorporacao-fusao-e-cisao-de-sociedades-perante-o-codigo- civil/#:~:text=Transforma%C3%A7%C3%A3o%2C%20incorpora%C3%A7%C3%A3o%2C%20fus%C3%A3o%20e%2 0cis%C3%A3o%20de%20sociedades%20perante%20o%20c%C3%B3digo%20civil,- Lei%20das%20sociedades&text=Quanto%20%C3%A0%20reorganiza%C3%A7%C3%A3o%20societ%C3%A1ria%2 0das,especial%20para%20este%20tipo%20societ%C3%A1rio.
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