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Direito de familia

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CONCEITO DE ALIMENTOS
É um Direito Fundamental previsto no art. 1°, III da Constituição Federal, que visa o objetivo da dignidade da pessoa humana. 
É um direito social previsto no art. 6°da Constituição Federal, ou seja, o direito a alimentos é muito mais amplo, não é só comida, engloba tudo que é oferecido a alguém para se tornar digno. 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 
Obs.: no código civil não traz uma definição do que seja alimentos, entretanto o art. 1920 tem um conceito de legado de alimentos que lembra muito os Direitos Sociais previstos na Constituição Federal, veja:
 Art. 1.920. O legado de alimentos abrange o sustento, a cura, o vestuário e a casa, enquanto o legatário viver, além da educação, se ele for menor.
Desta forma é possível concluir que alimentos não é SÓ COMIDA!
A obrigação alimentar decorre do Princípio da Solidariedade, previsto no art. 3°, I da Constituição. 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
No Código Civil: 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
· A primeira parte do artigo corrobora com o princípio da Solidariedade previsto na Cf. 
A origem da obrigação de prestar alimentos pode se dar da seguinte forma: 
1. No direito das famílias: poder familiar, parentesco, dissolução do casamento ou união estável e filiação socioafetiva. 
2. Além do Direito das famílias: por ato ilícito, contratual e testamentário. 
CLASSIFICAÇÃO
1. Quanto à causa jurídica: Quanto à causa jurídica, os alimentos podem resultar da lei, da vontade do homem ou do delito.
1.1. Legais ou Legítimos: são originados a partir de uma relação de parentesco ou de uma dissolução de união. 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1° Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2° Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
 Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
 Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
	Pais pagam aos filhos.
	Decorre do poder familiar.
	Alimentos pagos para parentes.
	Decorre da solidariedade familiar.
	Alimentos pagos para cônjuge ou companheiro.
	Decorre de mutua assistência. 
Obs.: Quando se trata de parentes em linha reta (pais, filhos, avós, netos, bisavós, bisnetos e etc) e os cônjuges ou companheiros... Nesse caso a obrigação de prestar alimentos é ilimitada. Porém os próximos excluem os mais remotos. Logo, você primeiro cobra dos pais, depois, na falta desses em todo ou em parte, cobra dos avós, e por aí vai. Sempre observando ao caso concreto. No caso dos parentes colaterais, hoje em dia a obrigação se estende apenas aos irmãos, mas tem corrente doutrina que defende que deve ir até os parentes de quarto grau.
1.2. Alimentos Voluntários: decorrem de uma liberalidade do alimentante. 
Os alimentos identificados como voluntários emanam de uma declaração de vontade, que pode ser contratual, quando a pessoa se obriga a pagar espontaneamente alimentos para outrem, ou quando tem como causa a morte do alimentante, ajustados através de legado de alimentos, em cédula testamentária.
a. Causa mortis (art. 1926 CC) 
 Art. 1.926. Se o legado consistir em renda vitalícia ou pensão periódica, esta ou aquela correrá da morte do testador.
Surgem da vontade unilateral do testador, que cria uma relação de obrigação entre o onerado e o legatário, cujo objeto é a exata prestação de alimentos e este legado deve definir a quantia a ser paga, sua periodicidade, tempo de duração do legado de alimentos, causa de extinção e qualquer outra circunstância que afete a obrigação, não deslembrando que a obrigação alimentar não pode, sob qualquer razão, superar as forças da herança.
b. Inter vivos (art. 545 CC) 
 Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário.
Manifestado em um testamento e podem ser temporários ou vitalícios, fixando os contratantes ou o testador o seu montante, que pode ser pago em prestações mensais, semestrais ou anuais, ou qualquer outra forma, e se na hipótese do legado o testador não estabelecer a soma, cabe ao juiz fixar o valor da verba alimentar, adotando os critérios próprios de arbitramento de uma pensão alimentícia, consoante o trinômio, ou a ponderação entre a necessidade de quem recebe e a possibilidade do onerado.
1.3. Alimentos Indenizatórios: tem origem na prática de ato ilícito. 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Deve ser registrado que os alimentos indenizatórios do ato ilícito representam uma forma de ressarcir o dano causado pelo delito e são previstos pelos artigos 948, inciso II, e 950 do Código Civil, e por seu turno, os alimentos voluntários, ofertados de forma espontânea, por contrato ou legado, são passíveis de revogação por ingratidão do donatário (CC, art. 557, inc. IV).
2. Classificação quanto a natureza ou extensão:
2.1. Alimentos Civis ou Côngruos: são aqueles alimentos destinados a manutenção do nível social. Ex: Wesley Safadão (38 mil reais); Neymar
(80 mil reais); Tom Cruise (33 mil dólares).
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
São aqueles destinados à manutenção da condição social do credor de alimentos, incluindo a alimentação propriamente dita, o vestuário, habitação, o lazer e necessidades de ordem intelectual e moral, cujos alimentos são quantificados em consonância com as condições financeiras do alimentante.
Para mensurar a contribuição alimentar serão considerados o patrimônio e os recursos do casal ao tempo da coabitação, como sendo os marcos de exteriorização da padronagem social e econômica do par afetivo, permitindo aferir com boa margem de segurança a gradação financeira da pensão a ser prestada depois da ruptura da união.
2.2. Alimentos naturais ou necessários: são aqueles alimentos destinados às necessidades básicas, inerentes a sobrevivência. 
São os mais comuns, destinados a alimentação, vestuários, saúde, educação de forma básica. Ex: TJSC - penhora de 30% do auxílio emergencial, mesmo após a resolução 318 DO CNJ.
Alimentos naturais se circunscrevem a cobrir o vital para a vida, aquilo que se faz estritamente indispensável para a subsistência do alimentando, sem levar em conta a sua condição social nem seus hábitos de vida.
CARACTERÍSTICA DOS ALIMENTOS 
O direito a alimentos é:
1. Personalíssimo: ou seja só pode ser exercido por quem detém o direito. 
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
2. Irrenunciável: em regraé irrenunciável, porém, existe exceção pois pode ser renunciado a faculdade de exercício (dispensa), não a de gozo. 
3. Intransferível: não pode ser objeto de transferência ou cessão a outrem. 
4. Incompensabilidade: não pode se dizer que pagou a pensão pagando as contas do alimentante, visto que será muito difícil de se provar o pagamento posteriormente. Mas, existe exceção: em torno da possibilidade, em sede de execução de alimentos, de serem deduzidas da pensão alimentícia fixada exclusivamente em pecúnia as despesas pagas "in natura" referentes a aluguel, condomínio e IPTU do imóvel onde residia o exequente. 2. Esta Corte Superior de Justiça, sob o prisma da vedação ao enriquecimento sem causa, vem admitindo, excepcionalmente, a mitigação do princípio da incompensabilidade dos alimentos.
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;
5. Impenhorabilidade: não pode ser penhorado o valor dos alimentados. 
6. Reciprocidade: a obrigação alimentar é reciproca. Quem hoje é credo pode amanhã virar devedor. Art. 1694 CC
A reciprocidade e a ética: pai que não pagou alimentos aos filhos não pode invocar o princípio da reciprocidade para pleitear alimentos; 
" Alimentos. Solidariedade familiar. Descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar. É descabido o pedido de alimentos, com fundamento no dever de solidariedade, pelo genitor que nunca cumpriu com os deveres inerentes ao poder familiar, deixando de pagar alimentos e prestar aos filhos os cuidados e o afeto de que necessitavam em fase precoce do seu desenvolvimento. Negado ao apelo. (TJRS, AC 70013502331, 7ªC. Cív. Rel. Des. Maria Berenice Dias, J. 15/02/2006).
Procedimento indigno: art. 1708 CC – tanto dos filhos quanto dos pais. 
 Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos.
Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor.
7. Divisibilidade: os alimentos são divisíveis entre os parentes da mesma classe de acordo com a possibilidade de cada um. Ex: avós. 
Se um parente tiver maiores condições que o outro, ele pagará mais (princípio da proporcionalidade). 
Regra dos alimentos: os próximos excluem os mais remotos. Exceção: alimentos para Idosos. 
8. Irrepetibilidade: diz respeito a restituição. Não é possível fazer a restituição dos alimentos, uma vez que os alimentos garantem o direito à sobrevivência. (Princípio da dignidade da pessoa humana). 
Mesmo com a desconstituição da obrigação alimentar, não restitui. Ex: negatória de paternidade.
O valor estipulado em sentença a menor da decisão de alimentos provisionais não admite restituição pelo credor. Se for inverso tem o pagamento da diferença. Obs.: quando se ingressa com uma ação de fixação de alimentos, o juiz fixa os alimentos provisórios ou provisionais, e um primeiro momento é fixado o valor R$ 1.000,00 em pensão e no fim do processo é fixado o valor de R$ 700,00, a diferença que foi paga durante todo o processo não será restituída pelo credor. 
A redução ou extinção da obrigação alimentar também não retroagem. 
Restituição: medida excepcional em caso de comprovada má-fé. Ex: alimentos gravídicos. Não enriquecimento sem causa – art. 884 CC. “Mitigação da irrepetibilidade”. 
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.
9. Solidariedade: a jurisprudência e doutrina: Os alimentos são de natureza obrigacional subsidiária e complementar (Os próximos excluem os mais remotos); Ex: num pedido de fixação de alimentos para o pai ou a mãe, se este não puder em todo ou em parte se pedirá aos avós. 
Exceção: Alimentos em favor dos idosos: Art. 12 Estatuto do Idoso - Obrigação solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores; ou seja pode pedir para quem ele quiser. 
Direito de Regresso aos coobrigados de mesmo grau. (Ex. devedor único de alimentos ao idoso e avós que pagam alimentos sozinhos). O idoso pode pedir para o filho que possui uma situação financeira melhor, mas esse filho pode chamar os outros irmãos (Coobrigados) para ingressar na ação. 
Outra situação é na ação de fixação de alimentos dos pais não poderem em todo ou em parte e chamar os avós, lembrar que a obrigação é de todos os avós, tanto maternos quanto paternos. 
10. Condicionalidade: Refere-se a condição resolutiva da obrigação alimentar. A obrigação só existe enquanto estiverem presentes os pressupostos de sua existência. Trinômio: necessidade, possibilidade e proporcionalidade. A obrigação alimentar é condicionada a alguns pressupostos, quais são: 
· Parentesco ou o vínculo matrimonial ou da união estável;
· A necessidade e a incapacidade de se sustentar por si próprio; 
· E a possibilidade de fornecer alimentos de parte do obrigado.
Ausentando-se um dos pressupostos, extingue-se a obrigação alimentar. Decorre então uma interferência prática: mudança no trinômio que pode gerar: 
1. Exoneração de alimentos
2. Revisão de alimentos
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.
Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados – lei de alimentos - Lei 5.478/68.
11. Alternatividade e periodicidade: As prestações são pagas mês a mês, caracterizando a periodicidade de tal obrigação.
Obs.: "alimentos" compensatórios - pagos em parcela única. 
A lei por sua vez, possibilita ao devedor a alternativa, caso não possa adimplir a obrigação pecuniária, oferecer ao credor hospedagem e sustento. – depende de autorização judicial. 
Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor.
Parágrafo único. Compete ao juiz, se as circunstâncias o exigirem, fixar a forma do cumprimento da prestação.
	
12. Futuridade ou Atualidade: A obrigação alimentar primária deve atender à necessidade presente e futura daquele que recebe alimentos.
Efeito "ex nunc" do pedido de alimentos: não retroagirá. 
Obs.: diferente da execução de alimentos!
13. Transmissibilidade: O débito alimentar é transmitido aos herdeiros. Gera uma "dívida" ao espólio. Transmite-se as prestações devidas e não pagas.
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694.
Cuidado para não confundir com transferibilidade. 
O ônus não será superior ao valor da herança.
 Caso ainda seja necessária uma prestação mensal, cabe ingressar com ação contra outro parente
DAS ESPÉCIES DE ALIMENTOS
1. Alimentos gravídicos: Lei 11.804/2008
Os alimentos gravídicos é uma conquista do direito das famílias antes era uma lacuna legal. 
A grávida não tinha nenhum suporte, antes da comprovação da paternidade
O "mais próximo" que chegamos foi a súmula 301 STJ: Presunção juris tantum de paternidade. 
Direito da mulher gestante, os alimentos são pagos pelo suposto pai. A doutrina e a jurisprudência entendem que não é necessário realizar o exame de DNA visto que provas de que aquela pessoa seja o suposto pai já é prova suficiente para fixação dos alimentos. 
Destinado ao pagamento das despesas decorrentes da gestação. 
Segundo entendimento de Maria Berenice Dias, não se trata de alimentos e sim de um auxílio gestacional. 
 O art. 2° é um rol exemplificativo: 
Art. 2º: Os alimentos de que trata esta Lei compreenderãoos valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.
Não é obrigatória a realização de exame de DNA
Após o nascimento com vida, sem manifestação em contrário, os alimentos gravídicos são convertidos em pensão alimentícia em favor do menor.
2. Alimentos Provisórios:
Os Alimentos provisórios e os Alimentos provisionais possuem a mesma natureza, porém, são decorrentes de ações distintas. 
Os alimentos em caráter de provimento liminar têm por função garantir a subsistência do credor de alimentos durante a tramitação da ação principal de divórcio ou da ação específica de alimentos, inclusive para o pagamento das despesas judiciais e dos honorários de advogado.
Os dois tem por objetivo a satisfação da necessidade imediata do credor de alimentos.
Ambos tem natureza antecipatória/liminar (tutela antecipada satisfativa). 
· Alimentos provisórios: decorrentes da ação de alimentos, pelo rito da lei 5.478/68.
· Alimentos provisionais: decorrentes de outras ações que não seguem o rito especial. Ex: ação de divórcio c/c pedido de alimentos; ação de investigação de paternidade c/c alimentos.
A distinção é meramente doutrinária não faz diferença prática.
Ambos possuem o mesmo termo inicial e final.
3. Alimentos Transitórios:
Normalmente destinado a ex-cônjuge ou ex-companheiro. Possuem prazo certo (retomada ao mercado de trabalho).
Na prática: de 6 meses a 2 anos ou até a partilha.
Não dependem somente do trinômio: necessidade/possibilidade/proporcionalidade
O trinômio pode se manter inalterado e, mesmo assim, findar a obrigação.
Em regra, não é feito uma nova análise no final do prazo determinado. Cessa automaticamente. 
Obs.: Somente em casos excepcionais, como incapacidade permanente para o trabalho, ou doença grave, é possível que os alimentos sejam vitalícios.
Um novo casamento ou união estável daquele que recebe alimentos, faz cessar a obrigação.
Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos.
Se for fixado alimentos em favor do filho, decorrente de uma situação excepcional e passageira, é necessário ação de exoneração para fazer cessar.
No caso de inadimplemento, é possível a execução pelo rito da prisão. 
4. Alimentos Intuitu familiae”: 
"Alimentos intuitu familiae são aqueles arbitrados, ou acordados de forma global, para todo o grupo familiar, sem pormenorizar e separar as quotas de cada integrante da célula familiar, destinatária coletiva da pensão alimentar. O montante dos alimentos é estabelecido em prol de todos os familiares, e quando um deles deixa de ser credor dos alimentos pode até ocorrer uma pequena redução da pensão, mas não uma divisão proporcional ao número de alimentandos, sucedendo, se for o caso, um ajuste com a simples readequação do valor dos alimentos”. Rolf Madaleno.
Então a diferença da pensão alimentícia comum para os alimentos Intuitu Familiae, estes são dados quando por exemplo existe um divórcio e ai fica estipulado uma pensão para a mãe e para os filhos. Desta maneira o cônjuge (devedor) pagará o valor cheio. 
Não fica determinado um valor para cada indivíduo, haverá apenas um valor cheio para todos. 
É possível sim haver uma revisão desse valor, porém nessa revisão não necessariamente irá diminuir o valor da pensão, pois a ideia é o sustento da família. Então mesmo que um dos dependentes não precise da pensão, continuará morando no mesmo local, comendo da mesma comida que os demais dependentes e etc. 
Raramente é utilizado aqui no Brasil. 
5. Alimentos Compensatórios:
“Uma prestação periódica em dinheiro, efetuada por um cônjuge em favor do outro na ocasião da separação ou do divórcio vincular, onde se produziu um desequilíbrio econômico em comparação com o estilo de vida experimentado durante a convivência matrimonial, compensando deste modo a disparidade social e econômica com a qual se depara o alimentando em função da separação, comprometendo suas obrigações materiais, seu estilo de vida e a sua subsistência pessoal”. MADALENO, Rolf. Curso de direito de família. Rio de Janeiro: Forense, 2008. P. 725.
Existe uma diferença desta modalidade para os alimentos comum. Os alimentos compensatórios não servem apenas para a subsistência, eles podem ser interpretados como uma forma de indenização, visto que o padrão de vida de uma das partes será drasticamente diminuída. 
Duas circunstâncias:
1.Desequilíbrio econômico entre as partes após a ruptura do casamento.
2.Quando um dos integrantes do relacionamento fica na posse exclusiva do acervo patrimonial.
Existe uma polemica acerca da possibilidade dos alimentos compensatórios serem executados sob o rito da prisão. A maioria das doutrinas e da jurisprudência entendem que os alimentos compensatórios tem o caráter de indenização e não de sobrevivência motivo pelo qual não é possível pedir a prisão. Apenas o rito da penhora. 
Obs.: esses alimentos podem ser pagos como parcela única em vez de serem pagos mensalmente. 
6. Alimentos Avoengos:
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
Súmula 596-STJ: A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais.
Enunciado 342 das Jornadas de Direito Civil
Observadas suas condições pessoais e sociais, os avós somente serão obrigados a prestar alimentos aos netos em caráter exclusivo, sucessivo, complementar e não-solidário quando os pais destes estiverem impossibilitados de fazê-lo, caso em que as necessidades básicas dos alimentandos serão aferidas, prioritariamente, segundo o nível econômico-financeiro de seus genitores.
Em decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça, ponderou-se acerca de três critérios indispensáveis para a fixação de alimentos a serem pagos pelos avós, quais sejam: 
a) ausência propriamente dita de um dos genitores (desaparecimento ou falecimento); 
b) incapacidade de exercício de atividade remunerada por aquele pai ou mãe e; c) insuficiência de recursos para suprir as necessidades do filho.
É uma Ação Autônoma.
- Litisconsórcio entre os avós? A maioria dos tribunais não considera litisconsórcio necessário, embora o STJ diga que é sim necessário. Não existe ainda um posicionamento consolidado acerca. 
7. Alimentos Homoafetivos:
Os alimentos são justificado a partir de uma perspectiva Constitucional do dever de solidariedade e de dignidade da pessoa humana, ou seja, não importa o sexo, cor, raça, origem social e etc;
Apesar de não contemplados no art. 1.694 do CC - que prevê a obrigação de prestar alimentos entre parentes, cônjuges e companheiros. Os alimentos são devidos em uniões homoafetivas;
O STF (STF, AC. Unân. Tribunal Pleno, ADIn 4277/DF, Rel. Min. Carlos Ayres Britto, j. 5.5.2011, DJe 14.10.2011). em decisão com eficácia erga omnes, reconheceu a natureza familiar à união entre pessoas do mesmo sexo, submetendo-a aos princípios e regras da união estável.
Presentes os critérios para fixação: necessidade, possibilidade e proporcionalidade;
Fixação de alimentos após a ruptura da convivência - Os alimentos podem ser fixados mesmo após escritura pública ou sentença que pôs fim na relação.
- A simples ruptura da relação não põe fim os deveres que dela decorrem (dever de mútua assistência);
- O direito a alimentos persiste mesmo após o término, vindo a extinguir quando configurada uma hipótese de extinção.(Ex. Constituição de nova família);
- Não pode ter havido renúncia do direito na época do termo que pôs fim a relação.
8. Alimentos em favor do Idoso:
A proteção ao idoso se ampara na Constituição Federal:
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
Os Alimentos estão previstos no Estatuto do Idosos:
 Art. 11º "Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil";
A Obrigação de prestar alimentos, em primeiro lugar é da família. O idoso pode pedir os alimentos a quem ele quiser.
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores;
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social. EX: BPC – LOAS (um salário mínimo mensal).
A população de idosos vem crescendo muito no país - até 2040 haverá mais idosos do que crianças e adolescente.
9. Alimentos entre colaterais: 
Obrigação Alimentar (art. 1.694, CC);
"Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação";
O artigo fala primeiro em parentes, mas quem deve prestar alimentos, em primeiro lugar, é o cônjuge ou companheiros; 
Quem são parentes para fins de obrigação alimentar? Em linha reta: (pais. filhos, avós) sem limites. É Infinita a obrigação alimentar entre ascendentes e descendentes. (art. 1.696, CC).
"Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros."
Em linha Colateral: Existe divergência na doutrina. Parte dela acredita que essa obrigação recai até os parentes de quarto grau (abrangendo tios, sobrinhos e primos), pois se estes tem o direito de receber herança, tem o dever de prestar alimentos. E outra parte da doutrina entende que essa obrigação recai até os parentes de segundo grau (irmãos), pois o art. 1.697 do CC menciona apenas estes.
"Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais."
A solidariedade e o parentesco não é uma via de mão única. Quem está habilitado a receber, está também habilitado a doar.
Agravo regimental em recurso especial. Ação de alimentos proposta por sobrinha em relação à tia. Inexistência de obrigação legal. 1. Segundo o entendimento deste Tribunal, a obrigação alimentar decorre de lei, que indica os parentes obrigados de forma taxativa e não enunciativa, sendo devidos os alimentos, reciprocamente, pelos pais, filhos, ascendentes, descendentes e colaterais até segundo grau, não abrangendo, consequentemente, tios e sobrinhos (CC, art. 1.697). 2. Agravo Regimental improvido. (STJ, AgRg no REsp 1.305.614/DF (2012/0016182-1), 3ª T., Rel. Min. Sidnei Beneti, j. 17/09/2013.
MODULO PRÁTICO
1. Competência
Pessoa 
Matéria Competência absoluta. Pode ser alegada de oficio pelo juiz.
Função
Território Competência relativa. Não pode ser alegada de oficio. Deve ser alegada em preliminar de contestação.
Valor
Papai, Mamãe e Filhinho, vendo TV. 
Nas ações que envolvem alimentos: 
Vara de família (se houver) ou vara cível.
Vara da infância (quando envolve situação de risco) art. 148, § único do ECA. 
Verifique a lei de organização judiciária do seu Estado, para delimitar eventual distribuição para varas especializadas. 
DOMICÍLIO DO CREDOR DE ALIMENTOS: 
Art. 53, II do CPC: É competente o foro:
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
Súmula 1 STJ
O FORO DO DOMICILIO OU DA RESIDENCIA DO ALIMENTANDO É O COMPETENTE PARA A AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE, QUANDO CUMULADA COM A DE ALIMENTOS. 
Súmula 383 STJ
A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.
Competência Relativa. 
Salvo quando se tratar de competência da vara de infância e juventude, quando a criança está em situação de risco, nesse caso, a competência é absoluta.
Súmula 33 do STJ: A Incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.
Art. 337, II, do CPC: preliminar de contestação, para alegar incompetência. 
REVISIONAL E EXONERAÇÃO: Segue a regra do domicílio do credor. 
Súmula 235 STJ: A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.
OFERTA DE ALIMENTOS: Segue a mesma regra do art. 53. II do CPC.
ALIMENTOS GRAVÍDICOS: Por analogia ao art. 53, II do CPC, a competência é do domicílio da mulher grávida. 
Execução de alimentos/ cumprimento de sentença: Foro privilegiado do credor de alimentos. 
Art. 516 c/c Art 528, §9º CPC:
A. Juizo da ação originária da obrigação.
B. Domicílio do devedor de alimentos.
C. Onde houverem bens ou onde a obrigação deverá ser executada.
D. Domícilio do credor de alimentos.
Ponto polêmico: conexão dos processos relacionados à família. 
A. Na prática, não há um juízo prevento para todas as ações. 
B. O Projeto do Estatuto do Direito das Famílias propõe um juízo universal

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