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cinomose - transmissao

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CINOMOSE
TRANSMISSÃO
A transmissão foi pela primeira vez demonstrada em 1844, por meio do contato de secreção de animais doentes com outros saudáveis (BLANCOU, 2004). A eliminação viral ocorre sete dias após a infecção experimental e pode durar até 60 a 90 dias após a exposição. É abundante em exsudatos respiratórios e o vírus é disseminado por aerossóis ou partículas infectantes provenientes de secreções de animais infectados. Também pode ser encontrado nas fezes, urina e secreções oculares (GREENE & VANDEVELDE, 2012).
A transmissão transplacentária pode ocorrer em cães jovens (4 – 6 semanas de idade), mas não é comum (SHERDING, 2003). A eliminação viral ocorre principalmente na fase aguda, de 1 a 2 semanas, entretanto, cães que apresentam sinais de infecção somente no SNC geralmente não estão eliminando o vírus para o meio ambiente (NELSON e COUTO, 2001).
CONTÁGIO
O contágio se dá através do contato com animais contaminados ou pelo ambiente contaminado. As pessoas também podem carregar o vírus através de roupas e sapatos, caso entrem em contato com animais infectados pela cinomose. Acontece principalmente pelas vias aéreas por meio da inalação de aerossóis contaminados eliminados por até 60-90 dias após a infecção, mas principalmente na fase aguda, 1-2 semanas, sendo as fontes de infecção mais comuns o ar, água e alimentos contaminados (SANTOS, 2006).
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico clínico geralmente é realizado com base no exame físico, anamnese e exames complementares laboratoriais, pela visualização de corpúsculos de inclusão de Lenz em esfregaço sanguíneo e em impressões das mucosas nasais, vaginal e principalmente conjuntival, porém a ausência não exclui definitivamente a infecção (GEBARA, 2004; MARTINS, 2009). 
A identificação do RNA viral é muito utilizada por meio do PCR, pois é um diagnóstico com boa especificidade, já a sensibilidade depende da amostra utilizada. Recomenda-se o concentrado leucoplaquetário ou o esfregaço conjuntival em fase aguda. Para a fase crônica a urina, soro, líquido cefalorraquidiano ou sangue total podem ser utilizados (Bento et al., 2013). 
Segundo Greene & Vandevelde (2015) a utilização do sangue ou urina para PCR foram mais sensíveis que outras amostras indicadas, porém, o teste diagnóstico não diferencia o vírus vacinal do vírus natural, podendo levar a um resultado falso positivo. Outra possibilidade diagnóstica inclui a sorologia por imunofluorescência indireta e ou ELISA, porém, se o resultado for positivo, deve-se avaliar a condição imunológica do animal e levar em consideração se houve vacinação recente (Gutiérrez et al., 2015). 
Greene & Vandevelde (2015) apontam que a imunofluorescência tem melhor resultado em casos agudos, pois em fase crônica a titulação do anticorpo ou a eliminação do antígeno podem produzir resultados equivocados. De acordo com Bento et al. (2013) a titulação de anticorpos estará aumentada e pode interferir no teste de RT-PCR, dando falso positivo em caso de uso de vacina viva modificada. A técnica da imunoperoxidase pode ser utilizada para o diagnóstico e consiste em encontrar os antígenos do vírus da cinomose por meio de biópsias de pele do animal acometido (Zachary et al., 2012). Outro recurso a ser solicitado é a imunofluorescência de esfregaços da conjuntiva. Inclusões nas células epiteliais (figura 1) podem ser encontradas, embora sejam raras (Cowell & Tyler, 2009).
Para diagnóstico post mortem recomenda-se utilizar amostras do pulmão, vesícula urinária, sistema nervoso central e tecido linfoide para detecção viral através de imunofluorescência direta (Gutiérrez et al., 2015). Inclusões virais nos eritrócitos podem estar presentes, sendo o achado, patognomônico para cinomose, conforme figuras 2 e 3 (Thrall, 2015).
Greene & Vandevelde (2015) apontam que as inclusões são visualizadas com maior frequência em linfócitos, embora possam ocorrer em monócitos, neutrófilos e eritrócitos, conforme figuras 4 e 5.
O diagnóstico diferencial da cinomose deve ser feito entre a hepatite infecciosa canina, leptospirose, raiva, pasteurolose e pseudo-raiva. A pasteurolose e a salmonelose são infecções secundárias comuns na cinomose. Deve-se distinguir da forma respiratória da cinomose a traqueobronquite infecciosa ou tosse dos canis (BAUMANN, 1988) e da neurológica a erliquiose canina (BREITSCHWERDT, 1997). A hipocalcemia pode gerar distúrbios do movimento que mimetizam a mioclonia (FENNER, 1997).
REFERÊNCIAS
1. BENTO, M. S., CHAMELETE, M. O. & DANTAS, W. F. M. (2013). Diagnóstico clínico e histopatológico de neoplasmas cutâneos em cães e gatos atendidos na rotina clínica do hospital veterinário da Univiçosa. ANAIS SIMPAC, 5(1).
2. BLANCOU, J. 2004. Dog distemper: imported into Europe from South America? Hist. Med. Vet. 29(2):35-41. 
3. BREITSCHWERDT, E. B. As riquetsioses. In: ETTINGER, S. J.; .; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária. 4 ed. São Paulo: Manole, 1997. Cap. 67. p. 543-553. 
4. COWELL, R. L. & TYLER, R. D. (2009). Diagnostic cytology and hematology of the horse E-Book. Amsterdam, Holanda: Elsevier Health Sciences.
5. FENNER, W. R. Moléstias do cérebro. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de Medicina Interna Veterinária - moléstias do cão e do gato. 4a Ed. São Paulo: Manole, 1997. Cap. 82, p. 819-889.
6. FREIRE, C.; MORAES, M. Cinomose canina: aspectos relacionados ao diagnóstico, tratamento e vacinação. PUBVET, v.13, n.2, a263, p.1-8, Fev., 2019.
7. GEBARA, C.M.S et al. Lesões histológicas no sistema nervoso central de cães com encefalite e diagnóstico molecular da infecção pelo vírus da cinomose canina. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.56, n.2, p.168-174, 2004.
8. GREENE, C. E. & VANDEVELDE, M. (2015). Cinomose. In C. E. Greene (Ed.), Doenças infecciosas em cães e gatos. Rio de Janeiro, Brasil: Guanabara Koogan.
9. GREENE, C.E. Infectious disease of the dog and cat. 4° Ed. Philadelphia: Saunders, 2012. 1376p.
10. GUTIÉRREZ, M. M. B., GUTIÉRREZ, J. A. O., SIMÓN, M. T. C., GÓMEZ, A. D., BERNAL, G. D., PRIETO, A. G., . . . FERNÁNDEZ, I. S. (2015). Manual gráfico de imunologia e enfermidades infecciosas do cão e do gato: MedVet.
11. MARTINS, D.B.; LOPES, S.T.A.; FRANÇA, R.T. Cinomose canina – revisão de literatura. Acta Vet. Brasilica, v.3, n.2, p.68-76, 2009.
12. NELSON, R. W.; COUTO, C.G. Medicina Interna de Pequenos Animais. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p.1012-1014.
13. SANTOS, B.M. Cinomose canina – revisão de literatura. Coordenação de pósgraduação curso de pós-graduação "Lato sensu" em clínica medica e cirúrgica de pequenos animais. Goiânia, agosto de 2006.
14. SHERING, R.G. Cinomose. In: SHERING, R.G. Manual Sanders: Clínica de Pequenos Aminais. São Paulo: Roca Ltda, 2003. Cap. 11, p. 117-120.
15. THRALL, M. A. (2015). Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. São Paulo, Brasil: Editora Roca.
16. ZACHARY, J. F., McGAVIN, D. & McGAVIN, M. D. (2012). Bases da patologia em veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil.

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