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Recursos Tecnológicos na Educação Infantil

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UNISALESIANO 
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium 
Curso de Pedagogia 
 
 
 
 
 
 
 
Karen Cristina Gonçalves Berlato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL: na visão de alguns educadores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINS – SP 
2016 
 
 
 
 
KAREN CRISTINA GONÇALVES BERLATO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL: na visão de alguns educadores 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Banca Examinadora do 
Centro Universitário Católico Salesiano 
Auxilium, curso de Pedagogia, sob a 
orientação do Prof. Me Marcos José 
Ardenghi e orientação técnica da Prof.ª 
Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LINS – SP 
2016 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
Berlato, Karen Cristina Gonçalves; 
Recursos tecnológicos na Educação Infantil: na visão de alguns 
educadores / Karen Cristina Gonçalves Berlato. – – Lins, 2016. 
50p. il. 31cm. 
 
Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao Centro 
Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-
SP, para graduação em Pedagogia, 2016. 
Orientadores: Marcos José Ardenghi; Fatima Eliana Frigatto 
Bozzo 
 
1. Educação Infantil. 2. TIC. 3. Tecnologia. I Título. 
 
CDU 37 
 
B44r 
 
 
 
Karen Cristina Gonçalves Berlato 
 
 
 
RECURSOS TECNOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: na visão de alguns 
educadores 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro 
Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de graduação 
do curso de Pedagogia. 
 
 
Aprovado em ________/________/________ 
 
 
Banca Examinadora: 
 
Prof. Orientador: Prof. Me. Marcos José Ardenghi 
Titulação: Mestre em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo 
Assinatura: _________________________________ 
 
1º Prof. (a). Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo 
Titulação: Mestre em Odontologia – saúde coletiva: Universidade Sagrado 
Coração (USC) Bauru 
Assinatura: _________________________________ 
 
2º Prof. (a). Dra. Elaine Cristina Moreira da Silva 
Titulação: Doutora em Educação pelo Centro Universitário Nove de Julho - SP 
 Assinatura: _________________________________ 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
Aos meus pais, por me darem vida, saúde, conhecimento, 
apoio e sabedoria para direcionar os meus passos, rumo 
ao caminho dessa conquista. 
Ao meu amado pai, Mauro David Gonçalves, que não 
está entre nós, por estar presente em meus pensamentos, 
me dando forças nos momentos difíceis, me fazendo 
acreditar e valorizar o estudo que ele me proporcionou, 
com a intenção de me ver graduada. 
À minha querida e amada mãe, Ana Lucia de Jesus 
Gonçalves, por estar sempre presente, por todo amor, 
paciência e palavras de carinho, força e incentivo, que 
me ajudaram a não desistir dos meus sonhos e projetos 
Amo vocês eternamente. 
 
Karen 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
 
A Deus pela minha existência e por toda sabedoria que 
me foi concedida. 
Aos meus professores, por tudo que me ensinaram, tanto 
sobre as disciplinas quanto como pessoas maravilhosas e 
abençoadas que são. 
Ao meu orientador, por acreditar na minha capacidade 
e por me ajudar nessa jornada. 
À minha orientadora técnica Prof.ª Ma. Fátima Eliana 
Frigatto Bozzo, por todo suporte, apoio, atenção e 
principalmente, por me incentivar a continuar sempre. 
À Instituição Unisalesiano – Centro Universitário 
A todos da minha família querida. 
Ao meu marido, Paulo Eduardo Berlato, por todo amor e 
superação dos momentos difíceis. 
Aos meus amigos, colegas de sala e de trabalho. 
 
Karen 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 Os recursos tecnológicos se encontram presentes em toda a parte, tanto 
em empresas, quanto nas casas das pessoas e nas escolas. A tecnologia tem 
sido aliada na execução de todos os tipos de tarefas e, assim como os demais 
recursos utilizados no trabalho pedagógico, é pensada pelo adulto educador, 
como meio para facilitar a relação ensino-aprendizagem. Este trabalho teve 
como objetivos: investigar o aprendizado e a qualidade de ensino com o uso de 
recursos tecnológicos na educação infantil; verificar a utilização de alguns 
recursos tecnológicos, na prática dos educadores e sua visão sobre os 
mesmos; estabelecer o nível de conhecimentos sobre os recursos utilizados e 
a importância dada a eles no uso cotidiano por parte dos educadores. A 
presente pesquisa foi abordada na prática pedagógica de educadoras em uma 
escola da cidade de Lins e a metodologia aplicada foi de pesquisa bibliográfica 
e questionário de sondagem, entregue às educadoras da modalidade de 
educação infantil. Através da elaboração de questões dissertativas e de 
múltipla escolha, buscou-se responder aos questionamentos: Os recursos 
tecnológicos estão sendo utilizados em sala de aula na Educação Infantil? 
Existe avanço na aprendizagem dessa faixa etária nas aulas, tanto com a 
utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), quanto em 
atividades com métodos lúdicos de ensino? Os resultados das respostas dadas 
pelas educadoras demonstram que os recursos tecnológicos estão sendo 
utilizados na educação infantil e em sala de aula, uma vez que a escola oferta 
esses recursos aos educadores e alunos. Porém, baseando-se nessa 
pesquisa, observa-se que ainda há dificuldades para reconhecer e aplicar 
esses recursos e usufruir dos mesmos sua total capacidade. Conclui-se que os 
educadores devem estar dispostos a conhecer e se atualizar em relação às 
novas tecnologias. Assumir uma postura diferente, além da tradicional, 
utilizando os materiais de acordo com a sua qualidade e utilidade, ampliando, 
desafiando e problematizando o processo de aprendizagem de seus alunos. 
 
Palavras chave: Educação Infantil. TIC. Tecnologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Technological resources are present everywhere, in companies, in people's 
homes and in schools. Technology has been allied in the execution of all kinds 
of tasks and, like the other resources used in pedagogical work, is thought by 
the adult educator as a means to facilitate the teaching-learning relationship. 
This study had as objectives: to investigate the learning and the quality of 
teaching with the use of technological resources in the infantile education; To 
verify the use of some technological resources in the practice of educators and 
their view on them; To establish the level of knowledge about the resources 
used and the importance given to them in the daily use by educators. The 
present research was approached in the pedagogical practice of educators in a 
school in the city of Lins and the applied methodology was of bibliographical 
research and questionnaire of survey, delivered to the educators of the modality 
of infantile education. Through the elaboration of essay questions and multiple 
choice, we tried to answer the questions: Are technological resources being 
used in the classroom in Early Childhood Education? Is there progress in the 
learning of this age group in classes, both with the use of Information and 
Communication Technologies (ICT) and in activities with playful teaching 
methods? The results of the answers given by the educators demonstrate that 
technological resources are being used in the children's education and in the 
classroom, once the school offers these resources to educators and students. 
However, based on this research, it is observed that there are still difficulties to 
recognize and apply these resources and to enjoy their full capacity. It is 
concluded that educators must be willing to know and update themselves in 
relation to new technologies. To assume a different posture, besides the 
traditional one, using the materials according to its quality and utility, enlarging, 
challenging and problematizing the learning process ofits students. 
 
Keywords: Early Childhood Education. ICT. Technology. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: O homem pré-histórico ...................................................................... 15 
 
Figura 2: Tecnologia na sala de aula ................................................................ 20 
 
Figura 3: Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação ......................... 22 
 
Figura 4: Resposta dos educadores à pergunta nº3 ......................................... 38 
 
Figura 5: Resposta dos educadores à pergunta nº4 ......................................... 39 
 
Figura 6: Respostas dos educadores à pergunta nº 6 ...................................... 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1: Paralelo entre mídias tradicionais e algumas tecnologias da 
informação e comunicação................................................................................ 18 
 
Quadro 2: Objetivos e atividades para Maternal I (crianças de 2 a 3 anos) .....29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
TIC: Tecnologia da Informação e da Comunicação 
TDIC: Tecnologia Digital da Informação e Comunicação 
R.A.V.: Recursos Áudio Visuais 
RCNEI: Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 
ZDP: Zona de Desenvolvimento Potencial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13 
 
CAPÍTULO I – RECURSOS TECNOLÓGICOS................................................ 15 
1 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA TECNOLOGIA................................... 15 
1.1 Tecnologias na Educação....................................................................... 19 
 
CAPÍTULO II – APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO INFANTIL.......... 24 
1 O DESENVOLVIMENTO INFANTIL....................................................... 24 
1.1 Aprendizagem na Educação Infantil modalidade creche....................... 27 
 
CAPÍTULO III – METODOLOGIA..................................................................... 33 
1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 33 
1.1 Métodos e técnicas de pesquisa............................................................ 34 
1.2 Análise dos resultados........................................................................... 35 
1.3 Análise dos dados obtidos..................................................................... 36 
 
 
CONCLUSÃO................................................................................................... 43 
REFERÊNCIAS................................................................................................. 46 
APÊNDICE........................................................................................................ 48 
 
13 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O presente trabalho é um estudo que busca investigar o aprendizado e a 
qualidade de ensino, na visão de alguns educadores, com o uso recente de 
recursos tecnológicos na educação infantil, focado no período chamado 
Maternal, com crianças de 2 e 3 anos de idade. 
Os estímulos recebidos na primeira infância são fundamentais para a 
aquisição do conhecimento durante toda a vida do indivíduo. Os recursos 
tecnológicos são de grande apoio e auxílio aos educadores que através dos 
mesmos, podem levar aos seus alunos, por exemplo, imagens e sons de 
formas associadas ou não, mas com qualidade de informação. Existem várias 
metodologias educacionais nessa área, que são muito atrativas e solicitam a 
interação da criança ao mesmo tempo em que ensinam, não por memorização, 
mas, com entendimento do que está sendo proposto. As escolas auxiliam esse 
trabalho, ao oferecer salas de recursos, onde os educadores possam ter 
acesso a materiais e equipamentos digitais e tecnológicos, em um ambiente 
preparado e específico. 
Esta pesquisa teve como objetivo investigar o aprendizado e a qualidade 
de ensino com o uso de recursos tecnológicos na Educação Infantil; Verificar a 
utilização de alguns recursos tecnológicos, na prática dos educadores e sua 
visão sobre os mesmos; estabelecer o nível de conhecimento sobre os 
recursos utilizados e a importância dada a eles no uso cotidiano dos 
educadores. 
Essa pesquisa foi desenvolvida em uma Escola Municipal de Educação 
Infantil da cidade de Lins, interior de São Paulo, com educadoras exercendo a 
função de Atendente de Atividades Infantis, trabalhando com crianças de 0 e 3 
anos de idade regularmente matriculadas na modalidade creche da escola em 
questão. Foi elaborado um questionário semiestruturado de forma a analisar o 
modo de pensar e de trabalhar das educadoras com as TICs, partindo de uma 
pesquisa bibliográfica e da vivência da pesquisadora, além da análise dos 
materiais pedagógicos e tecnológicos utilizados pelas docentes. 
O primeiro capítulo “RECURSOS TECNOLÓGICOS” trata dos recursos 
tecnológicos, passando por um pequeno resumo da história da tecnologia, 
14 
 
desde a era primitiva até a abordagem das tecnologias na educação, qual a 
sua importância e o que são Tecnologias da Informação e Comunicação. 
No segundo capítulo “APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO 
INFANTIL” trata-se da aprendizagem e o desenvolvimento infantil de acordo 
com o pensamento de Lev S. Vygotsky e Jean Piaget e quais são os 
facilitadores desta aprendizagem quando a criança está inserida em uma 
escola de educação infantil modalidade creche, bem como a sua interação com 
tecnologias facilitadoras no âmbito escolar. 
Para finalizar, o terceiro capítulo “METODOLOGIA” trata da pesquisa 
propriamente dita, a explicação dos métodos e técnicas utilizados e a análise 
dos dados e resultados obtidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
CAPÍTULO I 
 
RECURSOS TECNOLÓGICOS 
 
 
1 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA TECNOLOGIA 
 
A história da tecnologia é datada dos primórdios da história da 
humanidade, podendo ser verificada desde que os primeiros seres humanos 
começaram a utilizar instrumentos para a caça e proteção. Estes utilizavam 
recursos naturais para confecção de ferramentas simples, como facas e lanças. 
Depois da descoberta e manipulação do fogo, o aproveitamento de alimentos e 
materiais combustíveis ajudou de forma decisiva na evolução tecnológica da 
humanidade. 
 
Figura 1: O homem pré-histórico 
 
 
 Fonte: http://historiacorrente.blogspot.com.br/2011/10/ 
 
Do uso de ferramentas rudimentares e domínio do fogo à organização 
de aldeias, desenvolvimento da agricultura e domesticação de animais, o 
homem passou a aperfeiçoar suas ferramentas e evoluir socialmente, criando 
grupos diferentes, com crenças e culturas específicas e diferenciadas, 
16 
 
aumentando e refinando a técnica na elaboração de seus instrumentos. Como 
consequência deste movimento, “consolidaram as culturas e os costumes, 
crenças e hábitos sociais, que foram sendo transmitidos às gerações” (ALTOÉ; 
SILVA, 2005, p.15). 
Neste sentido, na história da humanidade, é possível observar vários 
momentos em que a evolução da tecnologia ajudou na evolução do homem, 
facilitando sua relação com o meio e ampliando suas possibilidades, fazendo 
parte do cotidiano de maneira tão normal que já não se vive sem fazer uso de 
suas utilidades. Estão tão próximas à rotina que nem são reconhecidas como 
instrumentos tecnológicos, por exemplo, fogão, geladeira, máquina de lavar, 
micro-ondas, relógios e até o giz da sala de aula, pois através da técnica de 
seu uso, passa a ser instrumento tecnológico. Pode-se dizer que hoje, por 
exemplo, comer com garfo, faca ou colher, é uma simples ação diária das 
pessoas,porém um dia, isso foi algo impensável. Esses recursos atravessaram 
gerações, passaram por inúmeras modificações, adaptações e melhorias até 
se tornarem os objetos necessários que são hoje e chegarem a maneira como 
são utilizados. 
 
Assim sendo, verificamos que as tecnologias estão presentes em 
todos os lugares e em todas as atividades que realizamos. Isso 
significa que para executar qualquer atividade necessitamos de 
produtos e equipamentos, que são resultados de estudos, 
planejamentos e construções específicas. Ao conjunto de 
conhecimentos e princípios científicos que se aplica ao planejamento, 
à construção e à utilização de um equipamento em um determinado 
tipo de atividade nós chamamos de tecnologia. Portanto, para que os 
instrumentos possam ser construídos, o homem necessita "pesquisar, 
planejar e criar tecnologias". (ALTOÉ; SILVA, 2005, p.17) 
 
 
Um dos momentos mais expressivos observados é a Revolução 
Industrial, que alterou as relações sociais e de trabalho, alterando paradigmas. 
O grande desenvolvimento da tecnologia acontecido na modernidade 
precisa ser analisado e entendido de acordo com as determinações sociais, 
políticas, econômicas e culturais, pois mostra a relação do homem com seu 
meio, o esforço deste em superar as barreiras naturais existentes. “A técnica 
tem sua gênese com a utilização de objetos que se transformam em 
instrumentos naturais, estes vão se tornando complexos no decorrer do 
processo da construção da sociedade”. (PINTO, 1997, p.14) 
 
17 
 
A teoria (theoreo) e técnica (techné) foram elaborações dos gregos. 
Na Grécia, entre os séculos Vl e lV a. C., que se deu o 
desenvolvimento da explicação racional para as questões pertinentes 
a natureza e ao mundo dos homens. Theoreo, para os gregos, 
significava ver com os olhos do espírito, contemplar e examinar sem 
a atividade experimental. Techné estava ligada a um conjunto de 
conhecimentos e habilidades profissionais. O conhecimento técnico 
era o trabalho feito com as mãos, como a fabricação de engenhos 
mecânicos e não o trabalho manual em si. Platão conceituou o termo 
técnica dando-lhe o significado de uma realização material e 
concreta; Aristóteles não foi muito além dessa conceituação, pois, 
entendia a techné como um conhecimento prático que objetiva um fim 
concreto. (PINTO, 1997, p.14) 
 
Se embasando nas origens gregas, pode-se chegar à conclusão que a 
tecnologia é a teoria do conhecimento científico, transformada em habilidade 
profissional, ou seja, a prática, o trabalho feito com as mãos, o concreto. A 
tecnologia possibilita a produção de muitos novos conhecimentos científicos, 
envolvendo “um conjunto organizado e sistematizado de diferentes 
conhecimentos, científicos, empíricos e até intuitivos voltados para um 
processo de aplicação na produção e na comercialização de bens e serviços”. 
(GRINSPUN, 1999, p. 49) 
A tecnologia, nas palavras de Vargas (1994, p. 225), sendo verificada no 
sentido dado pela cultura ocidental, é a “aplicação de teorias, métodos e 
processos científicos às técnicas”. Recurso, de acordo com o Dicionário 
Michaelis (2004), é um meio que responde a uma necessidade ou auxilia a se 
conseguir aquilo que se pretende. Tecnologia, como já dito, são as teorias e 
técnicas que possibilitam o aproveitamento prático do conhecimento científico. 
 
Um recurso tecnológico é, portanto, um meio que se vale da 
tecnologia para cumprir com o seu propósito. Os recursos 
tecnológicos podem ser tangíveis (como um computador, uma 
impressora ou outra máquina) ou intangíveis (um sistema, uma 
aplicação virtual). (MORAN, 2006, p. 20) 
 
Na atualidade a sociedade tem vivenciado muitos avanços, nos quais se 
percebe que principalmente o acesso à informação é praticamente instantâneo, 
podendo as pessoas manterem contato e se informarem de forma global, tudo 
isso devido ao aperfeiçoamento e os avanços dos recursos tecnológicos. Essas 
mudanças ocorrem com uma rapidez vertiginosa, e interferem em toda a 
sociedade, que precisa se adequar e aprender a lidar com as novas situações. 
http://conceito.de/recursos-tecnologicos
18 
 
Os recursos tecnológicos se encontram presentes em toda a parte, tanto 
em empresas como nas casas das pessoas e nas escolas. A tecnologia tem 
sido aliada na execução de todos os tipos de tarefas. 
Como já dito, as tecnologias são algo presente na sociedade e é comum 
que todos se deparem com elas frequentemente. As transformações no mundo 
trazem novas formas de troca de conhecimento. 
As tecnologias da informação e da comunicação são aquelas que 
interferem e são meio para a aquisição de informação e comunicação entre os 
seres humanos. Para Coll e Monereo (2010, p. 17) há uma diferenciação entre 
as tecnologias, pois de todas as tecnologias criadas, aquelas que se 
relacionam com representar e transmitir informação são as mais importantes, 
pois passam a influenciar todos os âmbitos da vida das pessoas, iniciando no 
trato social e perpassando impreterivelmente no seu modo de compreender, 
interpretar e transmitir suas impressões deste para outras pessoas. 
 
Quadro 1 – Paralelo entre mídias tradicionais e algumas tecnologias da 
informação e comunicação 
 
Mídias Tradicionais T.I.C. 
Imprensa Artigos on-line 
E-books 
Correio E-mail 
Fóruns 
Chats 
Rádio CD e DVD 
Rádio on-line 
Plataformas de execução e 
compartilhamento de vídeos em 
formato digital 
Telefone Celulares 
Smartfones 
Televisão Captação e reprodução de imagens e 
sons 
Videoconferência 
Integração de CD-ROM e DVD 
SmartTV 
 
Fonte: elaborado pela pesquisadora – 2016. 
 
Assim, é possível notar que as TIC têm um papel importante na 
atualidade, se transformando nos novos meios de transmissão de 
19 
 
conhecimentos, entre pares e de geração para geração. Essas tecnologias 
podem ser utilizadas nos mais diferentes ambientes, desde domésticos até 
educacionais ou empresariais. 
A disseminação das tecnologias de informação e comunicação influencia 
a vida social das pessoas. “Nesse sentido não se pode negar o relacionamento 
entre o conhecimento no campo da informática, por exemplo, dos demais 
campos de saber humano. ” (CUNHA; BRAZ; DUTRA, 2012, p. 04) esta nova 
forma de comunicação e informação cria sua nova linguagem, e pode causar 
certa resistência, mas não mais do que outras formas de comunicação já 
causaram na história da humanidade. 
 
1.1 Tecnologias na Educação 
 
 Na Educação Infantil, o educador tem que desenvolver habilidades 
(como saber fazer, que é relacionado à cognição), competências (que são a 
composição dos seus conhecimentos) e atitudes (que envolvem princípios 
éticos, solidariedade e cooperativismo). 
 Segundo Oliveira-Formosinho (apud GOMES, 2010, p.20), “[...] a 
docência na educação infantil apresenta aspectos similares e também 
diferenciados da docência dos demais níveis de ensino. ” 
 Existem conteúdos a serem trabalhados com essa faixa etária, que são 
base para se elaborar o planejamento de ensino e são denominados de 
conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, além dos Marcos 
Curriculares que são formados pelos eixos da matemática, música, movimento, 
artes visuais, linguagem oral e escrita e natureza e sociedade. 
Segundo Gomes (2010, p.21): 
 
Quando falamos em competências do professor de Educação infantil, 
estamos falando da formação voltada à esta área de ensino. Não 
somente a formação universitária, pré-requisito básico para o exercício 
da docência, mas a formação contínua e permanente que forneça 
subsídios teóricos ao profissional durante sua prática. Como nos 
esclarece Perrenoud são os saberes conjugados adequadamente, que 
permitirão ao professor lidar com os desafios do dia a dia 
especialmente na Educação infantil, onde a denominância é diferente 
dos outros níveis de Educação. 
 
20 
 
A tecnologia, assim como os demais recursos utilizados no trabalho 
pedagógico, é pensada pelo adultoeducador, como meio para facilitar a 
relação ensino-aprendizagem. 
 
É necessário, conforme já citado, que o educador não se esqueça do 
contexto em que a criança está inserida, as experiências que o educando traz 
de sua vida, e que influem no meio escolar. 
 
Figura 2: Tecnologia na sala de aula 
 
 
 Fonte: www.ginetwork.com.br 
 
A cultura e a tecnologia (tecnologia entendida como cultura), uma vez 
que, é pelas decisões adultas (a escolha do artefato a ser utilizado 
não é da criança, tampouco é neutra) que a criança pode participar 
das modificações culturais de seu meio ativamente, agindo de acordo 
com suas necessidades e interesses (ou sendo obrigada a agir e 
acordo com o planejamento docente e as demandas curriculares). 
(MACHADO, 2009, p. 24) 
 
. É imperativo encarar a criança como alguém que interage com o meio, 
é capaz de pensar sobre si e sobre este, criando conceitos e modificando a si 
mesma e ao ambiente ao seu redor. 
 
A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz 
parte de uma organização familiar que está inserida em uma 
sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado 
momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em 
que se desenvolve, mas também o marca. (RCNEI, VOL.1, 1998, p. 
21) 
 
Tomando estas considerações como base, é possível se notar que, 
como diz Goldman-Segall (1998, p.12), com a introdução e utilização de 
artefatos culturais no meio escolar, sendo estes também as TIC, os educadores 
conseguem ajudar na ampliação do mundo dos educandos e deles próprios, 
21 
 
expandindo a aprendizagem. Trazer estes novos instrumentos, na visão do 
autor, quebra convenções na vida dos estudantes. Uma educação que traga a 
tecnologia em seu contexto, sendo esta utilizada de forma pensada para 
auxiliar o pedagógico, pode trazer muitas vantagens para a práxis. 
 
A inteligência, em suma, reflete uma microcultura da prática: os livros 
de referência que a pessoa utiliza, as anotações que ela normalmente 
faz, os programas de computador e os bancos de dados que ela 
utiliza e, talvez o mais importante de tudo, a rede de amigos, colegas 
ou mentores nos quais se pode confiar para receber feedback, ajuda, 
conselho, até mesmo apenas companhia. (BRUNER, 2001, p. 128) 
 
É importante que a escola e o professor levem em consideração que a 
criança é um ser pensante, e que traz consigo vivências e experiências de 
mundo variadas. A partir desta visão, a inserção de artefatos culturais em 
novas tecnologias digitais, podem gerar saltos culturais no meio escolar. 
Fazem referência às tecnologias digitais, tanto a Tecnologia da 
Comunicação, que trata da maneira de veicular informações, incluindo as 
mídias básicas como revistas, jornais, livros, fax, telefone, rádio, vídeos e 
internet, quanto a tecnologia da Informação, que trata da maneira de gravar, 
armazenar, reproduzir e processar informações por meio de catálogos, fitas 
magnéticas, câmeras fotográficas, HDs, CDs, máquinas de fotocopiar. 
Apesar das dificuldades enfrentadas na inserção destes artefatos na 
prática pedagógica, é inegável a importância de se repensar que a escola pode 
trazer para seu meio recursos que proporcionarão meios mais criativos de 
aprendizagem. 
Negar que alguns destes recursos possam estar dentro das salas de 
aula (e não somente no laboratório), é negar um sem-fim de 
possibilidades de interação e aprendizagem. Neste sentido, o professor 
tem responsabilidades muito importantes, que incluem sugerir tarefas e 
apresentar interpretações alternativas dos problemas promovendo, 
para isso, a interação social (que inclui a mediação semiótica) para que 
haja o avanço de capacidades cognitivas que sozinha, a criança não 
estaria apta a realizar ou levaria mais tempo para aprender. [...] os 
estudos na área permitem identificar que a disponibilização de um 
artefato tecnológico numa sala de aula pode gerar mudanças culturais 
específicas, sobretudo no que diz respeito às interações sociais 
existentes no contexto em que a nova linguagem estiver sendo 
inserida. Uma vez inserido na atividade, o artefato transforma-se em 
instrumento de aprendizagem, diversificando a ação docente e discente 
no processo formativo. (MACHADO, 2009, p. 43) 
 
Também é necessário se levar em consideração que a inserção destes 
artefatos em sala de aula deve ser feita de uma forma crítica pelo professor e 
22 
 
pela escola. Somente a adoção de um artefato tecnológico não desempenha o 
papel pensado pelos estudiosos da área. 
Os professores devem estar dispostos a assumir uma postura diferente 
frente ao desafio de levar para a escola conteúdos atualizados e aplicar as 
novas tecnologias em sala de aula, utilizando os materiais de acordo com a sua 
qualidade e utilidade, desafiando e problematizando o processo de 
aprendizagem de seus alunos. 
 
 
Figura 3: Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação 
 
 
 fonte: http://pt.slideshare.net/EduardoLima5/tdic-na-prtica-docente-i 
 
Na educação, as TIC devem favorecer o trabalho pedagógico no 
sentido de fortalecer e de atender as especificidades de uma 
formação voltada para o mundo do conhecimento, uma realidade que 
aspira indivíduos agentes, ativos e criativos. Pessoas que sejam 
capazes de tomar decisões, de desenvolver autonomia, de buscar 
resoluções frente a situações-problema, a lidar com grande gama de 
conhecimentos, de se adequar à provisoriedade do contexto, enfim, 
às incertezas desta sociedade em constante mutação. (CUNHA, 
2012, p. 04) 
23 
 
 Este texto trata a tecnologia digital como intermediadora do processo de 
ensino e aprendizagem. Atualmente esses diferentes tipos de mídia 
(tecnologias), mudam o cotidiano no trabalho, no lazer, na saúde e na 
educação. Assim criam-se novas sociedades, ambientes de aprendizagem, 
novos tipos de alunos e de professores compromissados com a interatividade 
da tecnologia. 
 
 
24 
 
 CAPÍTULO II 
 
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
 
1 O DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
 
Os trabalhos de Lev S. Vygotsky e Jean Piaget impulsionaram a atual 
compreensão de cognição humana e também de psicologia cognitiva. Nos 
estudos de Piaget (1975) estudou o desenvolvimento mental infantil, que 
considerava a aquisição do conhecimento como um processo intenso de 
construção na interação com o meio. 
 
Nas suas interações com o meio a criança vai se adaptando a ele. A 
adaptação consiste de dois processos complementares: assimilação 
e acomodação. Considerando que, de acordo com o autor, conhecer 
é interpretar, atribuir significado acriança faz isso assimilando 
elementos do meio aos seus esquemas e estruturas cognitivas e 
acomodando-os às novas exigências que o meio vai lhe impondo. 
(ANDRADE; PRADO, 2003, p.01) 
 
 
Piaget (1975) em suas observações constatou que ao longo do seu 
desenvolvimento, a criança passa por estágios qualitativos na capacidade de 
representações mentais e do raciocínio. Para ele os estágios em todas as 
crianças são universais, ou seja, todos passam por essa sequência de 
evolução do raciocínio, num processo de assimilação e acomodação de 
conhecimento. Esses estágios são sensório motor; pré-operatório; operacional 
concreto e o operatório formal. Porém é necessário pontuar que apesar de 
todos passarem por esses estágios, cada criança passa por elas em seu 
próprio tempo. 
Para Vygotsky (apud Daniels,1995) o cérebro é a base biológica das 
funções psicológicas superiores, essas funções fundam-se nas relações sociais 
que são históricas e culturais: 
[...] no que diz respeito às relações sociais, sua importância fica clara 
ao afirmar Vygotsky que toda função psicológica surge inicialmente 
no nível social, Inter psicológico; para depois ser internalizada, 
passando para o nível individual, intrapsicológico. Um dos melhores 
exemplos seria a linguagem. Ela surge em razão da necessidadede 
comunicação da criança com os demais membros de seu grupo, 
passando posteriormente a mediar suas representações mentais uma 
vez que é um sistema simbólico; e também a exercer um importante 
papel no autocontrole do comportamento, por exemplo, planejando 
ações para a resolução de problemas. (ANDRADE; PRADO, 2003, 
p.02) 
25 
 
 
O desenvolvimento cognitivo ocorre “de fora para dentro”, o fator social e 
histórico-cultural é mais significativo nessa concepção do que o fator biológico, 
mas esse desenvolvimento acontece por meio do suporte de um parceiro mais 
experiente (um adulto ou uma criança mais velha), “[...] O desenvolvimento 
cognitivo não se dá por meio de estágios de desenvolvimentos, mas, sim pela 
interação da criança com o meio social o que é peculiar a todo ser humano. ” 
(TABACOW, 2006, p.36) 
 Na socialização (interação) com o meio social é que se desenvolvem as 
funções superiores mentais (que são exclusivas dos seres humanos), como a 
linguagem, pensamento e o comportamento volitivo. As funções superiores são 
mediadas por instrumentos e signos, que se ressignificam internamente, 
passando por uma fase externa, função social entre as pessoas e uma fase 
interna, individual. 
 
Para Vygotsky, as sociedades criam instrumentos e sistemas de 
signos ao longo da historias com os quais modificam e influenciam 
seu desenvolvimento sociocultural. É com a internalização de 
sistemas e signos produzidos culturalmente que se dá o 
desenvolvimento cognitivo (TABACOW, 2006, p.37) 
 
Lev Seminovich Vygotsky, nos seus trabalhos com uma visão de 
desenvolvimento baseada na concepção de organismo ativo em que o 
conhecimento é construído paulatinamente através do seu contato com a 
cultura humana (valores, costumes, tradições), numa contínua interação com o 
meio. Ele acreditava que o ensino é uma forma de trabalho (trabalho 
educativo), que produz em cada indivíduo à possibilidade de torna se humano. 
Essa tarefa cabe ao ensino, transmitir as crianças os conteúdos históricos 
socialmente construídos, adaptando o que pode ser útil em cada momento do 
processo pedagógico e na Zona de Desenvolvimento Potencial (ZDP). 
Sua contribuição para a educação se traduz na descoberta da ZDP, que 
atua no nível de desenvolvimento infantil, em como aquilo que a criança já 
conseguiu fazer sozinha e com autonomia (real) e aquilo que ainda necessita 
de mediação (potencial), esse período de uma fase para outra é o que 
determina a ZDP (Daniels,1995). 
26 
 
[...] da aprendizagem e do ensino é que produz a ZDP, isto é, que 
estimula e ativa na criança um grupo de processos de 
desenvolvimento dentro do âmbito das relações com os outros que, 
de acordo com a lei da dupla formação, pode ser transformado, ao 
final, no desenvolvimento efetivo ou real. (SALVADOR, 1999, p.109). 
 
Outra relação importante neste conceito é de que nem sempre os alunos 
serão capazes de realizar determinadas atividades mesmo com mediação, por 
isso temos de ressaltar que o ensino deve estar dentro da zona de 
desenvolvimento da criança, sem se limitar ao que já fora aprendido, nem 
exigindo algo além de suas capacidades. 
Suas noções sobre as relações entre a aprendizagem e 
desenvolvimento foram inovadoras por que acreditava que a aprendizagem 
está sempre um passo à frente do desenvolvimento, na escola o primeiro 
funciona como estímulo e guia do segundo assim o promovendo. Para 
Vygotsky (Daniels,1995) o “ensino bom é aquele que se adianta ao 
desenvolvimento”, o conduz e o faz avançar, atuando em que ainda não está 
desenvolvido, por esse motivo é importante que a criança tenha acesso a todas 
as formas de cultura. 
Ele ensinou que o desenvolvimento infantil não ocorre de maneira 
regular, mas sim em saltos qualitativos, em alguns momentos aparecem novas 
características e desaparecem outras. 
 [.] Vygotsky enfatizou o papel da mediação semiótica, especialmente 
da linguagem, na realização da internalização da atividade. É por 
essa mediação que a criança é capaz de transformar a atividade 
externa em atividade interna e, portanto, em compreensão. A criança 
aprende e desenvolve conceitos por meio da internalização 
transferindo do plano social (interacional) para o plano individual 
(interno). (DANIELS, 1995 p.233) 
 
De acordo com Vygotsky (Daniels,1995) o educador tem o trabalho de 
organizar e planejar as atividades que proporcionarem o desenvolvimento das 
funções psicológicas infantis, com propostas pedagógicas que favoreçam a 
memorização voluntária e explorando todas as possibilidades de jogos, não se 
baseando na maturação espontânea das funções psicológicas e sempre 
incluindo o pensamento no desenvolvimento que conduz a aprendizagem. Só 
“[...] a partir de numerosas oportunidades oferecidas para estabelecer relações 
27 
 
interpessoais com esses agentes mediadores, o ser humano pode chegar a 
desenvolver os processos psicológicos superiores. ” (SALVADOR, 1999, p.111) 
 
1.1 Aprendizagem na Educação Infantil modalidade creche 
 
As crianças com idade entre 2 e 3 anos ainda não conhecem letras, 
números e desenhos elaborados. Estão em fase de fazer traçados e conhecer 
o mundo que os cerca. Os estímulos recebidos nessa primeira infância são 
fundamentais, pois sua capacidade cerebral de compreensão e assimilação de 
aprendizado é o dobro da de um adulto. 
 Tudo que lhes é apresentado é novidade, porém necessitam do 
concreto, de apoio visual e tátil para facilitar esse aprendizado com melhor 
aproveitamento do conceito das coisas. Desde cedo, nas interações com as 
pessoas, o meio e a cultura, as crianças mostram esforços para compreender o 
mundo em que vivem por meio da ação lúdica. O adulto precisa recuperar essa 
curiosidade do desconhecido e a vontade de compartilhar. Deve-se acreditar 
na criança, conhecer seu jeito de pensar e expressar-se de forma criativa e 
original. 
Esse trabalho não se desenvolve com improviso. É necessário que haja 
investimento, profissionalismo, recursos financeiros, materiais e humanos. A 
formação continuada é muito importante para alcançar a qualidade na 
educação infantil e isso não se dá através de acumulação de cursos ou 
técnicas, mas sim através do trabalho reflexivo dos educadores dando uma 
visão mais flexível e investigativa, com diálogos, interação e capacidade de 
intervenção. 
 
Na instituição de educação infantil, pode-se oferecer às crianças 
condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e 
aquelas advindas de situações pedagógicas intencionais ou 
aprendizagens orientadas pelos adultos. É importante ressaltar, 
porém, que essas aprendizagens, de natureza diversa, ocorrem de 
maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil. 
(MACHADO, 2009, p. 23) 
 
Cabe aos profissionais da educação serem mediadores da aquisição do 
conhecimento das crianças colocadas sob seu cuidado. Ele deve propor e 
mediar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas, sempre 
com a intenção de promover o desenvolvimento infantil. 
28 
 
Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das 
capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades 
corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de 
contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis. 
(MACHADO, 2009, p. 23) 
 
Sendo o professor o mediador, este deve propiciar situações de 
aprendizagem que levem os alunos ao conhecimento. Em instituições de 
ensino de educação infantil, o educador é como o parceiro mais experiente “por 
excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, 
saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas” 
(MACHADO, 2009, p. 30) 
Os conteúdos a serem trabalhados precisam sempre estar relacionados 
com seu nível de desenvolvimento e faixa etária, além de guardar relações com 
a realidade da criança/comunidade e ampliar experiências, sempre dentro dos 
eixos propostos.O processo que permite a construção de aprendizagens significativas 
pelas crianças requer uma intensa atividade interna por parte delas. 
Nessa atividade, as crianças podem estabelecer relações entre novos 
conteúdos e os conhecimentos prévios (conhecimentos que já 
possuem), usando para isso os recursos de que dispõem. Esse 
processo possibilitará a elas modificarem seus conhecimentos 
prévios, matizá-los, ampliá-los ou diferenciá-los em função de novas 
informações, capacitando-as a realizar novas aprendizagens, 
tornando-as significativas. (MACHADO, 2009, p. 33) 
 
Estando, de fato, numa era digital, o aumento das possibilidades de 
informação e comunicação modifica o modo de vida e de aprendizagem por 
meios comuns no cotidiano da comunidade e das crianças, como por exemplo, 
o telefone, a televisão e o computador. 
Esses equipamentos tecnológicos alteram a capacidade de pensar e 
representar a realidade, em qualquer lugar do mundo, especificamente a 
educação, pois as atividades escolares passam a fazer par constante com o 
mundo virtual, acelerando, assim, o ritmo tanto do ensinar, quanto do aprender, 
e também da permanente adaptação às novas tecnologias, mídias, modelos e 
aplicativos. 
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação 
Infantil (RCNEI) em seu volume dois, “Formação Pessoal e Social”, os 
seguintes objetivos devem ser buscados pelas instituições de ensino de 
educação infantil, quando da educação de crianças de 0 a 3 anos: 
 
29 
 
A instituição deve criar um ambiente de acolhimento que dê 
segurança e confiança às crianças, garantindo oportunidades para 
que sejam capazes de: 
• experimentar e utilizar os recursos de que dispõem para a 
satisfação de suas necessidades essenciais, expressando seus 
desejos, sentimentos, vontades e desagrados, e agindo com 
progressiva autonomia; 
• familiarizar-se com a imagem do próprio corpo, conhecendo 
progressivamente seus limites, sua unidade e as sensações que ele 
produz; 
• interessar-se progressivamente pelo cuidado com o próprio corpo, 
executando ações simples relacionadas à saúde e higiene; 
• brincar; 
• relacionar-se progressivamente com mais crianças, com seus 
professores e com demais profissionais da instituição, demonstrando 
suas necessidades e interesses. (RCNEI, 1998, p. 27) 
 
Neste mesmo sentido, também temos os conteúdos mínimos 
necessários para o ensino das crianças de zero a três anos, como vemos: 
 
• Comunicação e expressão de seus desejos, desagrados, 
necessidades, preferências e vontades em brincadeiras e nas 
atividades cotidianas. 
• Reconhecimento progressivo do próprio corpo e das diferentes 
sensações e ritmos que produz. 
• Identificação progressiva de algumas singularidades próprias e das 
pessoas com as quais convive no seu cotidiano em situações de 
interação. 
• Iniciativa para pedir ajuda nas situações em que isso se fizer 
necessário. 
• Realização de pequenas ações cotidianas ao seu alcance para que 
adquira maior independência. 
• Interesse pelas brincadeiras e pela exploração de diferentes 
brinquedos. 
• Participação em brincadeiras de “esconder e achar” e em 
brincadeiras de imitação. 
• Escolha de brinquedos, objetos e espaços para brincar. 
• Participação e interesse em situações que envolvam a relação com 
o outro. 
• Respeito às regras simples de convívio social. 
• Higiene das mãos com ajuda. (RCNEI, 1998, p. 29) 
 
 Esses conteúdos, norteadores do aprendizado infantil, dividem-se em 6 
(seis) eixos que são denominados de Marcos Curriculares e podem ser 
trabalhados de várias maneiras como mostra o quadro abaixo: 
 
Quadro 2 - Objetivos e atividades para Maternal I (crianças de 2 e 3 anos) 
(cont.) 
Eixo Objetivo Conteúdos 
Brincar Oferecer as bases para 
o desenvolvimento de 
ações lúdicas com os 
objetos. 
Percursos motores; Brinquedo de puxar; Livro de 
pano; Revistas/gravuras; Fantoche de dedo; 
Bolas; Blocos de madeira; Cavalo-de-pau com 
rodas; Caminhão para encher e puxar; 
30 
 
Representar pessoas ou 
ações com auxílio do 
brinquedo. 
 
Brinquedos de banho; Brinquedos de empurrar; 
Martelo e estacas de brinquedo; Panelas e 
acessórios de cozinha. Casinha de boneca; Baú 
de fantasias; Boneca de pano; Jogos de memória 
tátil, visual, auditiva, peso; Baralho de imitação; 
Quebra-cabeça; Dado do tempo; Cata-vento; 
Saco surpresa; Rampa para escorregar; 
Gangorra; Carrinhos; Trens; Lápis de cera; 
Caixas grandes e pequenas; Tinta; Triciclo; Bolas 
de sabão; Acessórios para boneca; Tinta para 
pintura a dedo; Tesoura; Utensílios de cozinha; 
Bonecas; Blocos lógicos; Balde e pá; Panos e 
retalhos; Argila; 
Papel. 
Artes Visuais Ampliar as suas 
possibilidades de 
autoconhecimento, 
comunicação e 
expressão; 
Explorar diferentes 
sensações através de 
contatos com diferentes 
materiais; 
Discriminar estímulos 
visuais e táteis através 
do seu corpo; 
Ter noções de cuidado 
com o uso do material e 
a produção do outro; 
Ampliar as suas 
possibilidades de 
autoconhecimento, 
comunicação e 
expressão; 
Perceber as diferenças 
de materiais e seus 
efeitos. 
Explorar materiais apresentando novas 
possibilidades: pincéis, esponjas, papéis que 
soltam tintas, etc.; 
Contato com diferentes suportes: Kraft, chão, 
caixas de papel, madeira, jornal, etc.; 
Contato com superfícies diferenciadas para a 
criança (pano, EVA, lixa, areia, piso, papel); 
Observar e identificar imagens diversas; 
Exploração Prazerosa do movimento; 
Observar e identificar imagens diversas; 
Desenhos livres, desenhos a partir de um tema. 
Apresentar obras de arte e a diversidade de 
culturas. 
Movimento Identificar algumas 
diferenças que 
caracterizam o sexo 
masculino e o feminino; 
Identificar algumas 
manifestações corporais 
de seus próprios 
sentimentos e emoções; 
Deslocar-se com 
destreza gradativa no 
espaço, aumentando a 
confiança na sua própria 
capacidade e habilidade 
motora. 
Observação do próprio corpo e do outro; 
Realização as atividades nos movimentos 
propostos, encorajando-a progredir; 
Estimular a aprendizagem do movimento no uso 
de gestos e ritmos corporais. 
 
Música Brincar com música, 
imitar, inventar e 
reproduzir criações 
musicais; 
Ouvir, perceber e 
discriminar eventos 
sonoros diversos, fontes 
sonoras e produções 
musicais. 
Contato com diferentes tipos de sons produzidos 
pelo próprio corpo: boca, mãos, perna, etc.; 
Contato com diferentes materiais lúdicos: 
chocalhos, guizo, sinos, tambores, etc.; 
Escutar música cantada por adultos ou de CD, 
acompanhando-os; 
Participação de brincadeiras e jogos cantados e 
rítmicos; 
Cantar e dançar livremente ou em grupo; 
31 
 
 Sons de seu corpo e do ambiente; 
Interpretação de músicas e canções diversas; 
Participação em situações que integrem músicas, 
canções e movimentos corporais. 
Natureza e 
sociedade 
Estabelecer 
relacionamentos com 
pessoas, pequenos 
animais, plantas e 
objetos diversos 
ampliando sua 
curiosidade e interesse; 
Atender às solicitações 
do adulto 
Identificar a si mesmo e 
aos outros pelo nome; 
Organizar o espaço, 
guardando objetos em 
recipientes. 
- Identificar a relação 
familiar e hábitos sociais 
- Demonstrar 
curiosidade, manifestar 
suas idéias sobre os 
acontecimentos. 
Músicas tradicionais da nossa cultura; 
História (ouvir); 
Contato com animais e plantas (tocar, selecionar 
folhas grandes pequenas); 
Estimulação Corporal (descobrindo suas 
possibilidades); 
Exploração de objetos (som, forma, tamanho); 
Noções de Normas de convivência; 
Músicas tradicionais da nossa cultura; 
Minha família; 
Nomeação de algumas partes do corpo; 
Exploração de objetos (som, forma, tamanho). 
 
Linguagem 
oral e escrita 
Ampliar a competência 
linguística adquirida até 
este momento, por meio 
da ampliação 
sistematizada e 
planejada do círculo de 
convivência da criança a 
fim de que a 
comunicação se torne 
para ela indispensável 
para expressão de seus 
desejos; 
Continuar a oferecer 
materiais impressos 
para que acriança os 
observe e conheça e 
informá-la da 
possibilidade de registro 
de seu nome por meio 
da escrita. 
Incentivar a evocação 
oral de situações já 
vividas pela criança ou 
de sentimentos e ideias 
que ela possua. 
Identificar seu nome em 
meio a outros da sua 
turma. 
Priorizar a língua falada nas interações com a 
criança; 
Leitura de histórias com recursos visuais pelo 
professor; 
Contação de histórias, fatos, etc., pelas crianças 
de forma inicial (institucionalização da roda de 
conversa); 
Cantiga de músicas pelas crianças junto com o 
professor; 
Oferecer o registro escrito do nome à criança 
para marcar seus pertences e identificá-la; 
Contato e aproximação sistematizada entre as 
crianças, mesmo que em níveis linguísticos 
diferentes; 
Oferecer materiais que possibilitem o registro 
escrito caso a criança queira imitar a escrita do 
adulto; 
Falar sobre eventos e fatos ocorridos e 
sentimentos (roda de conversa); 
Uso da linguagem oral para conviver com as 
demais crianças e adultos; 
Contação de histórias e dramatização das 
mesmas com auxílio do adulto; 
Incorporar outras músicas ao vocabulário da 
criança; 
Incentivo do registro do nome. 
 
Fonte: Marcos Curriculares para a Educação Infantil; LINS, p. 20 a 63 
 
 O uso da tecnologia na educação já é uma realidade bem expressiva. 
Ela possibilita a interação das atividades tradicionais com as tecnologias da 
comunicação e informação dentro da sala de aula. 
32 
 
 Com base nos pilares do conhecimento e o saber tecnológico, o 
professor proporciona ao aluno um aprendizado mais amplo e significativo. 
 Em conjunto, as novas tecnologias e as boas propostas pedagógicas 
são facilitadoras da aprendizagem, permitindo ao educando construir seu 
próprio conhecimento, tendo, portanto, papel ativo dentro e fora da sala de 
aula. 
 
33 
 
CAPÍTULO III 
 
METODOLOGIA 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho se baseia em uma abordagem qualitativa na área de 
Humanas/Educação, sendo utilizada a escola como fonte de dados. A 
metodologia aplicada foi de pesquisa bibliográfica e questionário de sondagem, 
entregue à 9 (nove) educadores da modalidade de educação infantil. Através 
da elaboração de 8 (oito) questões, sendo 5 (cinco) dissertativas e 3 (três) 
múltipla escolha, buscou-se responder ao questionamento do problema 
levantado no projeto: Os recursos tecnológicos estão sendo utilizados em sala 
de aula na Educação Infantil? Existe avanço na aprendizagem, tanto com a 
utilização das TICs, quanto com métodos lúdicos de ensino? 
 A pesquisa qualitativa, nos dizeres de Ludke & André (1986, p.13) 
"envolve uma interação de pesquisador e pesquisado, pois há um contato 
direto do pesquisador com a situação estudada". 
A abordagem qualitativa ligada às pesquisas na área de Humanas/ 
Educação leva aos pesquisadores pensar sobre a práxis educativa, fazendo 
uma reflexão crítica, revendo, reformulando e interpretando as diversas formas 
metodológicas, a complexidade educacional e os contextos socioeducativos. 
Este trabalho busca investigar o aprendizado e a qualidade de ensino 
com o uso de recursos tecnológicos na educação infantil. 
Objetivou-se verificar a utilização de alguns recursos tecnológicos, na 
prática dos educadores, sua visão sobre os mesmos e a importância dada por 
eles no uso cotidiano dos educadores. 
Diante da pesquisa a ser trabalhada, será avaliado o conhecimento que 
as educadoras têm quanto aos recursos tecnológicos, sua disponibilidade e a 
frequência da utilização destes em sala de aula, com o objetivo de entender o 
aprendizado e o desenvolvimento através de aulas utilizando recursos 
tecnológicos, e se sua presença na prática pedagógica é efetiva ou somente de 
apoio. 
 
34 
 
1.1 Métodos e Técnicas de Pesquisa 
 
Para se iniciar este trabalho foi feita uma pesquisa bibliográfica, iniciada 
já no projeto de pesquisa, buscando se embasar em conhecimentos prévios 
existentes sobre o tema, para que houvesse um respaldo teórico, proveniente 
de livros, artigos, teses que puderam proporcionar um ponto de vista novo para 
a pesquisadora, ajudando a responder e analisar as questões existentes sobre 
o uso de tecnologias da informação e comunicação no contexto escolar e suas 
implicações no desenvolvimento da pratica pedagógica. Este respaldo teórico 
também auxiliou nos métodos e caminhos a serem percorridos durante a 
pesquisa. 
A pesquisa foi continuada com a ampliação do levantamento 
bibliográfico, selecionando e estudando os demais textos que puderam 
amparar a estrutura e construção do conhecimento nesta etapa da pesquisa. 
“Pesquisa bibliográfica - por si só é uma investigação e promove o contato do/a 
pesquisador/a com tudo o que já foi produzido na área de interesse, 
diferentemente da revisão de literatura, que é um componente obrigatório de 
todo e qualquer tipo de pesquisa” (GAIO, 2008, p.155). 
O local selecionado para a pesquisa foi uma escola municipal de 
educação infantil no interior do estado de São Paulo, onde as educadoras 
trabalham com crianças de idade entre 1 e 3 anos na modalidade creche, 
exercendo a função de atendente de atividades infantis, sendo, desse modo, 
conhecedoras de suas realidades e necessidades. Todas as educadoras desta 
escola contam com formação mínima de magistério para o exercício da 
atividade. 
 Participaram efetivamente da pesquisa 9 (nove) profissionais, todas do 
sexo feminino, com idade entre 33 e 52 anos e com tempo de atuação na área 
entre 1 (um) ano e 18 (dezoito) anos. Das 9 (nove) educadoras que 
responderam ao questionário/entrevista, 2 (duas) tem formação em Magistério, 
2 (duas) estão cursando Pedagogia e 5 (cinco) já tem formação superior em 
Pedagogia. 
 A intenção do questionário é saber o que as educadoras entendem 
sobre recurso tecnológico e de qual maneira utilizam os mesmos em sua 
prática pedagógica. 
35 
 
Posteriormente, foi feita a análise dos documentos que norteiam a 
instituição, como o regimento, o projeto político pedagógico, plano de ensino e 
o currículo escolar, para poder considerar quais são os princípios que guiam o 
trabalho pedagógico nas instituições e também adquirir uma melhor 
compreensão do contexto em que se desenvolve o trabalho. 
 
1.2 Análise dos Resultados 
 
Durante o desenvolvimento da pesquisa os dados foram analisados a 
partir dos questionários e documentos da instituição, partindo do entendimento 
de que as crianças de 0 e 3 anos ainda não conhecem letras, números e 
desenhos elaborados. Estão em fase de conhecer o mundo que as cerca. Os 
estímulos recebidos nessa primeira infância são fundamentais, pois sua 
capacidade cerebral de compreensão e assimilação de aprendizado é o dobro 
da de um adulto. Tudo que lhes é apresentado é novidade, porém necessitam 
do concreto, de apoio visual e tátil para facilitar esse aprendizado com melhor 
aproveitamento do conceito das coisas. Desde cedo, nas interações com as 
pessoas, o meio e a cultura, as crianças mostram esforços para compreender o 
mundo em que vivem por meio da ação lúdica. 
O educador precisa compreender a importância e necessidade de utilizar 
adequadamente as atividades lúdicas em conjunto com alguns recursos 
tecnológicos para alcançar os seus objetivos. É preciso valorizar a qualidade 
das atividades propostas, independente de quais sejam, em busca de avanços 
na interação e na comunicação entre os educadores e os educandos. Essa 
ponte estabelecida entre ambos, demanda muito comprometimento e 
paciência, pois são fundamentais para direcionar as atividades e torná-las, 
além de atrativas, estimulantes do processo de interação e comunicação. 
Para as crianças nessa faixa etária, as atividades lúdicas e com uso de 
tecnologias são muito importantes. Porém é preciso saber adequar a utilização 
desses recursos, reconhecer também, como recursos tecnológicos, todos os 
materiais já utilizados na escola como giz, lousa, caderno,livro, brinquedos, 
revistas entre outros e principalmente, oferecer em conjunto ambos os 
métodos, tanto nos momentos do brincar livre, quanto do brincar dirigido. 
 
36 
 
1.3 Análise dos dados obtidos 
 
Conforme descrito na metodologia, a escola pesquisada conta com a 
modalidade creche e a pré-escola, mas para fins desta pesquisa colheu-se 
informações condizentes apenas com o espaço da creche. Trata-se de uma 
Escola Municipal de Educação Infantil localizada em uma região periférica da 
cidade de Lins, atendendo em sua parte destinada para creche cerca de 60 
(sessenta) crianças na faixa etária de 11 meses a 3 anos e 11 meses. 
A equipe de trabalho conta com 8 (oito) profissionais no cargo de 
Atendentes de Atividades Infantis, 2 (duas) Professoras de Educação Básica I 
que trabalham exclusivamente com as turmas de Maternal II, uma 
Coordenadora Pedagógica e uma Diretora, além da equipe de limpeza, 
manutenção, alimentação e secretaria. 
Na parte destinada às crianças de 0 a 3 anos, a escola conta com quatro 
salas de aula, sendo uma de Berçário (crianças até, no máximo, dois anos), 
uma de maternal I (crianças de, no mínimo 1 ano e 10 meses a três anos) e 
duas de Maternal II (de três até quatro anos). A escola também conta com uma 
sala ambiente com recursos de áudio e vídeo (R.A.V.), uma estante contendo 
histórias diversas com fantoches, um playground, uma brinquedoteca, um pátio 
central amplo e parcialmente coberto, solários nas salas do berçário e do 
maternal I e uma área externa arborizada nas salas dos maternais IIA e IIB que 
é dividida com a pré-escola. Uma área de parque também arborizada, com 
tanques de areia, gramados e diversos brinquedos, além de outras áreas 
externas na escola para atividades livres em espaços diferenciados. 
Na intenção de manter o sigilo da identidade das educadoras que se 
dispuseram a participar desta pesquisa, para que não haja nenhum tipo de 
constrangimento, os questionários foram enumerados de um a 9 (nove) de 
forma aleatória. Todas as citações de comentários das educadoras foram 
transcritas de forma objetiva. 
Quanto ao questionário, na primeira pergunta feita às educadoras busca 
especificar a compreensão sobre o termo “ recursos tecnológicos”, observando 
se as mesmas, identificam diferenças entre os métodos de ensino com a 
utilização de recursos tecnológicos e as tecnologias da informação e 
comunicação. 
37 
 
 A questão foi “Em sua opinião, o que são recursos tecnológicos?”. De 
modo geral obteve-se as seguintes respostas: computadores, tablets e 
celulares; câmera digital e televisão, mostrando que os professores 
questionados possuem um conhecimento teórico amplo do tema, como no caso 
da educadora 1 que disse que “são imagens, gráficos, animações, áudios e 
textos”. A única resposta que destoou das demais foi a da educadora 6 que 
respondeu “É todo o equipamento que nos auxilia em nossa prática profissional 
a fim de melhorar os planejamentos das planilhas e aperfeiçoar as aulas”. 
Analisando as respostas, é possível perceber ser necessária uma 
atualização das educadoras na utilização da prática com recursos tecnológicos, 
conhecendo-os com uma maior intimidade mesmo que no campo pessoal, 
aprendendo a diferenciá-los em suas diversas utilidades para que possam 
perceber sua importância e potencialidade. Como já dito anteriormente, a 
tecnologia é algo presente na vida de todas as pessoas, inclusive na vida dos 
discentes, principalmente na atualidade e cabe aos educadores e a escola 
conhecê-las e trazê-las para dentro da instituição. 
Quando perguntado às educadoras “Quais recursos tecnológicos a 
escola oferece para auxiliar o seu trabalho pedagógico?”, todas as profissionais 
indagadas responderam que os recursos disponíveis são televisão, rádio, 
câmera fotográfica e projetor (de vídeo), o que foi corroborado pela pesquisa. 
Percebe-se com esta resposta que as educadoras identificam como 
recursos tecnológicos apenas os que têm potencial digital, não reconhecendo 
como pares os itens como E.V.A., papéis, cola, giz e demais materiais. 
Percebe-se também que a escola não possui recursos digitais disponíveis para 
o uso pedagógico, ou seja, não dá acesso a internet. Conforme demonstra a 
pesquisa bibliográfica realizada, a inserção de recursos tecnológicos em sala 
de aula pode trazer inúmeras possibilidades de interação e aprendizagem, 
ampliar o conhecimento de mundo das crianças, tanto com elementos visuais 
(imagens), quanto com elementos concretos (objetos) e esta é uma tarefa que 
não cabe apenas ao educador, mas a toda equipe pedagógica, que tem o 
dever, além de orientar, disponibilizar recursos materiais, tecnológicos e 
digitais, ofertar cursos de aperfeiçoamento e formação continuada periódicos 
sobre a temática em questão. 
A terceira pergunta feita às educadoras, de múltipla escolha, foi “Quais 
38 
 
dos seguintes recursos você utiliza em sua prática pedagógica?”, sendo que as 
opções eram televisão, computador pessoal ou notebook, tablet, rádio e 
câmera fotográfica. Todas elas afirmaram utilizar televisão e rádio, seis utilizam 
câmera fotográfica, três fazem uso de seus notebooks pessoais com 
programas interativos voltados para a faixa etária e apenas duas utilizam tablet 
em sua prática pedagógica. Algumas delas citaram celulares pessoais para 
fotografar e filmar as atividades em sala de aula. 
 
Figura 4: Resposta dos educadores à pergunta nº3 
 
Fonte: elaborado pela pesquisadora – 2016 
 
A partir da resposta a essa pergunta foi possível perceber que não há 
muita variedade no uso de recursos tecnológicos na prática pedagógica das 
educadoras. Todas utilizam o rádio para ouvirem músicas e áudio de livros de 
histórias e a televisão para apresentar DVD com desenhos e filmes clássicos 
infantis, programas infantis para interação das crianças como exemplo a Casa 
do Mickey Mouse, Dora Aventureira, Peixonauta, Pequenos Einsteins e outros 
voltados para faixa etária, algumas vezes, não necessitando de intervenção e 
sim da interação dos educadores. 
Ao perguntar “Com que frequência você faz uso de recursos 
tecnológicos em suas aulas?” cinco das educadoras responderam fazer uso 
duas vezes por semana, uma afirmou utilizar uma vez na semana, uma delas 
utiliza uma vez por quinzena e uma utiliza recursos tecnológicos todos os dias, 
mas nenhuma delas justificou a sua resposta. 
Fazendo uma análise combinada das questões 3 e 4, pode-se inferir que 
as algumas educadoras utilizam, televisão e rádio quase todos os dias da 
semana. Esses recursos são os que despertam maior interesse e interação 
39 
 
entre as crianças. Como diz Machado (2009), uma das melhores formas de se 
disponibilizar artefatos tecnológicos é quando se possibilita mudanças culturais, 
no que diz respeito às interações sociais, inserindo uma nova linguagem. É 
importante pensar nestes artefatos como instrumentos de aprendizagem 
dinâmicos, que diversifiquem o processo de ensino-aprendizagem, 
necessitando da interação das crianças e dos educadores, da troca de 
experiências e vivências, do registro de imagens e vozes desses momentos de 
comunicação da criança onde ela expõe suas opiniões e libera seu lado 
criativo. 
 
Figura 5: Resposta dos educadores à pergunta nº4 
 
 Fonte: elaborado pela pesquisadora – 2016 
 
A quinta pergunta feita foi “Qual é o recurso tecnológico que você faz 
uso com mais frequência? Justifique”. 
Conforme pôde-se perceber anteriormente as respostas desta pergunta 
não surpreenderam, sendo televisão e rádio, dadas pela totalidade das 
entrevistadas. A justificativa dada pelas educadoras foi de que a escola tem um 
quadro com horários pré-estabelecidos para a utilização dos ambientes, que 
40 
 
são comunitários à todas as salas e que elas o seguem, pois, o mesmo 
estimula a utilização de áreas diversas da escola, além da sala de aula. O rádio 
é utilizado “como apoio nas cantigase músicas infantis e na variação da 
apresentação de histórias clássicas, com a dramatização do áudio” (educadora 
8). Nas palavras da educadora 9 “Uso mais TV e rádio, mas também uso a 
câmera do meu celular, para registrar as atividades para meus relatórios”. 
A sexta pergunta feita às educadoras foi sobre a frequência do uso dos 
recursos supracitados e a resposta foi condizente com o resultado da questão 
nº 4, mantendo a mesma frequência como se percebe no gráfico a seguir: 
 
Figura 6: Respostas dos educadores à pergunta nº 6 
 
 Fonte: elaborado pela pesquisadora – 2016 
 
Pode-se perceber com a resposta às duas últimas perguntas que as 
educadoras utilizam os recursos disponibilizados pela escola, mas no que 
tange a inovar neste uso e trazer diferentes materiais tecnológicos para a sala 
de aula, a maioria o faz por conta própria, mantendo a frequência estabelecida 
pela instituição e preferindo recursos diversificados para a prática ou inovação. 
A penúltima pergunta feita foi “Qual é o recurso tecnológico que você 
percebe ter maior interação entre as crianças e melhor aprendizado? ”. A maior 
parte das respostas recebidas foi televisão e rádio. Algumas educadoras 
responderam também perceber interação com tablet, computador e celular. 
41 
 
Uma das professoras (8) respondeu que utilizava apenas televisão como 
recurso tecnológico nas suas aulas. 
É percebido, que as educadoras oferecem recursos variados em suas 
práticas e, portanto, podem perceber uma interação maior entre os alunos, 
como diz a educadora 7, que utiliza seu próprio notebook e tablet na sala de 
aula. 
Como última pergunta “Em sua opinião, qual a importância do uso de 
recursos tecnológicos na Educação Infantil? ”. Foi possível perceber respostas 
que indicaram um conceito teórico de apoio ao educador e pouco voltada a 
prática com as crianças especificamente, como por exemplo: 
“Acredito que são de suma importância, pois, como trabalho na 
Educação Infantil, os recursos tecnológicos nos auxiliam para uma Educação 
de Qualidade, tendo em vista que cada aluno tem o seu tempo em assimilar a 
aprendizagem” (professora 7). 
“O principal objetivo em utilizar recursos tecnológicos na educação é 
auxiliar o professor na tarefa de melhorar o seu desempenho profissional e 
contribuir para o processo de ensino/aprendizagem. ” (Professora 5). 
“É importante, porém não deve ser em excesso, pois a criança necessita 
do concreto” (professora 3). 
A resposta mais diferenciada foi a da professora 1, como se observa: “A 
utilização de recursos tecnológicos na sala de aula tem sido muito discutida. 
Aos poucos, as escolas estão implantando a informática em seus currículos, 
dando aos alunos as primeiras noções do mundo da informatização. É ótimo, 
maravilhoso que a tecnologia tenha chegado ao âmbito escolar, mas se o 
assunto fosse levado mais a sério os benefícios seriam muito maiores. ” 
Com os resultados da pesquisa podemos notar que quase a totalidade 
das educadoras deste universo utilizam televisão e rádio como recursos 
tecnológicos em sua prática, algumas vezes como apoio para atividades 
lúdicas. As professoras que destoam destas respostas utilizam computador e 
tablet em suas aulas e percebem uma maior interação de seus alunos com 
estes artefatos. 
É possível concluir que os recursos tecnológicos estão diariamente 
presentes em sala de aula, mas ainda é muito rasa a sua utilização por parte 
de algumas educadoras. É necessário que as mesmas tenham maior 
42 
 
disponibilidade de diferentes recursos ofertados pela instituição e uma 
formação continuada adequada, que traga a familiarização e o uso desses 
recursos como algo importante, desafiador e que ajude na aquisição do 
conhecimento. Por outro lado, as educadoras devem demonstrar interesse em 
trazer os recursos tecnológicos como algo ativo, com a intenção de ampliar o 
conhecimento, ilustrar, dar formas e cores à objetos que vão estimular a 
criatividade e imaginação tanto na sala de aula, quanto na ludicidade. A ação 
docente e discente poderia se tornar algo muito mais interativo e diversificado 
no processo ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 CONCLUSÃO 
 
 Os recursos tecnológicos são de grande apoio e auxílio aos educadores 
que através dos mesmos, podem levar aos seus alunos imagens e sons de 
formas associadas ou não, mas com qualidade de informação. Existem várias 
metodologias educacionais nessa área, que são muito atrativas e solicitam a 
interação da criança ao mesmo tempo em que ensinam, não por memorização, 
mas, com entendimento do que está sendo proposto. O educador com o 
material adequado pode tornar suas aulas mais interessantes e diversificadas, 
com conteúdos mais ricos e produtivos, obtendo, assim, melhor nível de 
aproveitamento e maior desenvolvimento social, cognitivo e psicológico dos 
alunos. 
 As escolas auxiliam esse trabalho, ao oferecer sala de recursos, onde 
os educadores possam ter acesso a materiais e equipamentos digitais e 
tecnológicos, em um ambiente preparado e específico. Como mencionado, as 
crianças nessa faixa etária aprendem muito com o “visual”, mas também 
necessitam do “concreto” e do lúdico, onde são estimulados através de 
atividades livres, dirigidas, também com a utilização de recursos tecnológicos e 
digitais ou instrumentos tecnológicos tradicionais, como por exemplo, revistas, 
livros, lápis, giz, fantoches, entre outros. Esse campo de ensino é bem amplo, 
pois as crianças querem compreender tudo ao seu redor, as pessoas, os 
animais, a natureza é um mundo novo que se abre e ao qual eles precisam ter 
acesso. 
De acordo com os dados obtidos acima, pode-se perceber que apesar 
de a escola oferecer recursos para os educadores, eles não são aproveitados 
em sua total potencialidade, pois a escola não disponibiliza acesso a internet, 
dessa maneira impedindo as educadoras de conhecerem exatamente a 
extensão das possibilidades de uso dos mesmos. 
Percebe-se, que as educadoras possuem conceitos diferentes sobre o 
desenvolvimento de atividades que envolvem recursos tecnológicos. Algumas 
encontram dificuldades em organizar atividades dirigidas com recursos sem 
que exista a mediação, pois se baseiam na importância de ensinar e trabalhar 
regras e normas, visando apenas os objetivos a serem alcançados, 
impossibilitando, assim, a construção da autonomia e o despertar espontâneo 
44 
 
do interesse pelas atividades por parte das crianças. Poucas percebem a 
atividade dirigida como um veículo para a aprendizagem. 
Os recursos tecnológicos, além de utilizados em conjunto com o lúdico, 
podem ser usados também como instrumentos que representem as 
experiências vivenciadas no cotidiano das crianças, como objetos comuns, que 
possam reproduzir diversas situações onde a construção do caráter e da 
identidade sejam desenvolvidas naturalmente. 
Em resposta ao questionamento feito nessa pesquisa, podemos afirmar 
que os recursos tecnológicos estão sendo utilizados com frequência pelas 
educadoras em suas aulas, tanto com materiais próprios, quanto com materiais 
disponibilizados pela escola, pois na visão das educadoras, está cada dia mais 
evidenciado o desenvolvimento da criança na aprendizagem, na interação, na 
criatividade, na ludicidade e no seu amadurecimento. 
As escolas estão incentivando e apoiando esse trabalho com novas 
tecnologias, disponibilizando diversos tipos de recursos tecnológicos, fazendo 
do seu uso, uma atividade permanente para o uso das crianças e não somente 
de apoio ao educador em sala de aula. Já em relação aos recursos digitais, 
esses são disponibilizados em menor escala e com baixo aproveitamento de 
sua potencialidade, pois pelo fato de não estarem conectados a nenhuma rede, 
os mesmos ficam impedidos de produzir e reproduzir imagens, sons e diversosprogramas de interação voltados especificamente para as crianças. 
Os educadores conhecem uma ampla variedade de recursos e suas 
possibilidades para facilitar e melhorar o aprendizado das, porém entendem ser 
necessário que a escola acredite na seriedade desse trabalho e valorize seus 
educadores, capacitando-os para as tecnologias digitais, dando acesso para 
que os mesmos possam alcançar seus objetivos de melhorar a aprendizagem e 
a qualidade de ensino dos seus alunos. 
Conclui-se, com esse trabalho, que os recursos tecnológicos estão 
presentes todos os dias na sala de aula, e ajudam a melhorar o ensino e o 
aprendizado, tanto dos educandos, quanto dos educadores. A escola precisa 
ser parceira, junto com suas educadoras, dessas novas tecnologias e recursos 
tecnológicos, ofertando a elas, formações continuadas e cursos de 
informatização, para que o avanço no aprendizado e no desenvolvimento 
45 
 
dessas crianças seja cada dia mais significativo e a qualidade de ensino dos 
educadores, seja cada vez mais valorizada e apreciada. 
 
 
 
 
46 
 
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48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
APENDICE A 
Questionário para o Pedagogo, professor ou educador. 
Dados de Identificação: 
Nome:__________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
Idade: __________________________________________________________ 
Formação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________ 
Tempo de serviço na área:__________________________________________ 
Função:_________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
1. Em sua opinião, o que são recursos tecnológicos? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2. Quais recursos tecnológicos a escola oferece para auxiliar no seu 
trabalho pedagógico? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3. Quais dos seguintes recursos você utiliza em sua prática 
pedagógica: 
( ) TV ( ) Smartfone ( ) Tablet 
( ) Computador/Notebook ( ) Rádio ( ) Câmera fotográfica 
( )Outros; Quais? _______________________________________________ 
______________________________________________________________ 
 
 
4. Com qual frequência você faz uso de recursos tecnológicos em suas 
aulas? 
( ) uma vez por semana ( ) duas vezes por semana ( ) todos os dias 
 
( ) uma vez por quinzena ( ) uma vez ao mês ( ) não usa; 
 Justifique 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
50 
 
 
5. Qual é o recurso tecnológico que você faz uso com mais frequência? 
Justifique. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
6. Com que frequência você faz uso desse recurso? 
( ) uma vez por semana ( ) duas vezes por semana( ) todos os dias 
( ) uma vez por quinzena ( ) uma vez ao mês 
 
7. Qual é o recurso tecnológico que você percebe ter maior interação 
das crianças e melhor aprendizado? Justifique. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
8. Em sua opinião, qual a importância do uso de recursos tecnológicos 
na Educação Infantil? 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________

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