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CENTRO UNIVERSITARIO DE GOIÁS Uni-ANHANGUERA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ANÁLISE DE UM EDIFÍCIO QUE APRESENTOU COLAPSO PARCIAL EM SUA ESTRUTURA DEVIDO A FALHA NO SISTEMA DE ESCORAMENTO JOÃO PEDRO ARAÚJO FERREIRA GOIÂNIA Junho/2020 JOÃO PEDRO ARAÚJO FERREIRA ANÁLISE DE UM EDIFÍCIO QUE APRESENTOU COLAPSO EM SUA ESTRUTURA DEVIDO A FALHA NO SISTEMA DE ESCORAMENTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário de Goiás – Uni – ANHANGUERA, sob orientação do Professor Mestre Eduardo Mariano Cavalcante de Castro. GOIÂNIA 06/2020 FOLHA DE APROVAÇÃO JOÃO PEDRO ARAÚJO FERREIRA ANÁLISE DE UM EDIFÍCIO QUE APRESENTOU COLAPSO EM SUA ESTRUTURA DEVIDO A FALHA NO SISTEMA DE ESCORAMENTO Trabalho de conclusão de Curso apresentado a banca examinadora como requisito parcial para obtenção do Bacharelado em Engenharia Civil do Centro Universitário de Goiás – Uni - ANHANGUERA, defendido e aprovado em 08 de Junho de 2020 pela banca examinadora constituída por: ___________________________________________________________________________ Prof. (a). Dr (a). ou Ms. Eduardo Mariano Cavalcante de Castro ___________________________________________________________________________ Prof. (a). Dr (a). Ivo Carrijo Andrade ___________________________________________________________________________ Prof. (a). Dr (a). Paula Viana Queiroz Andrade Dedico este trabalho à minha família que com muito amor sempre estiveram comigo, nunca me abandonaram ou esqueceram, sem vocês eu nada seria. AGRADECIMENTO Agradeço a cada professor que tive, dando auxilio, me incentivando, e pelos seus ensinamentos que me permitiram que hoje pudesse estar concluindo este trabalho. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Imagem retirada do programa (autocad) mais o plugin Ts escoramento 2.0 usado para projetos. Figura 2 – Modelo de escoras. Imagem retirada do site (http:// www.bhandaimes.com/produtos.com/escoramento) Figura 3 – Tipos de escoramento, imagem fornecida pela ulmaconstruction. Figura 4 – Projeto estrutural em concreto armado Figura 5 – Edifício Igreja Assembleia de Deus Figura 6 – Escoramento da assembleia de Deus Figura 7 – Escora utilizada na assembleia de Deus Figura 8 – Projeto de escoramento proposto Figura 9 – Projeto de escoramento proposto Figura 10 – Escoramento tipo torre de carga LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Números de colapso em função da etapa construtiva. Tabela 2 – Quantitativo de colapso, segundo Hadipriono e Wang 1986 Tabela 3 – Escora Lg 350 Tabela 4 – Escora Lg 415 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................01 2. MATERIAL E METODOLOGIA ........................................................................................02 3. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................................03 3.1.ESCORAMENTO..............................................................................................................04 3.2.MONTAGEM DO ESCORAMENTO.............................................................................04 3.3.RETIRADA DO ESCORAMENTO.................................................................................05 3.4.TIPOS DE ESCORAMENTO..........................................................................................06 4. RESULTADO E DISCUSSÕES.............................................................................................07 4.1. MOTIVO DO COLAPSO.................................................................................................08 4.1.1. DEFICIÊNCIA DO PROJETO DO ESCORAMENTO............................................09 4.1.2. MATERIAL INADEQUADO.......................................................................................09 4.1.3 DIAGNÓSTICO..............................................................................................................11 5. RESULTADO ESPERADO....................................................................................................11 5.1. PROJETO..........................................................................................................................11 5.2. EQUIPAMENTO..............................................................................................................12 6. CONCLUSÃO..........................................................................................................................13 7. REFERÉNCIAS.......................................................................................................................14 8. REGULAMENTAÇÃO..........................................................................................................15 RESUMO As estruturas de concreto preocupam-se normalmente com a sua forma final, considerando unicamente os esforços, ações e resistência da laje e viga aos 21 dias. Assim observamos que todos os esforços gerados antes dos 21 dias não são considerados. Porem a maioria da origem dos colapsos das estruturas estão correlacionados a sua fase de construção que normalmente não são considerados nos projetos estruturais de edifícios. Este prazo de dias deve conter o sistema de escoramento. O objetivo deste trabalho é demostrar a influência que esta etapa construtiva tem na distribuição do sistema de escoramento, após a remoção total do cimbramento, através de um caso onde um edifício, infelizmente, apresentou um colapso na sua estrutura devido a falha do sistema de escoramento. Para isso analisamos todo o projeto estrutural do edifício, projeto de escoramento, foi averiguado se o material utilizado era de qualidade, e era o que seria necessário para atender esta estrutura, conforme estabelece as recomendações de segurança das normas técnicas. PALAVRAS-CHAVE: Sistema de escoramento. Cimbramento. Escoramento laje e viga. Ações construtivas. Colapso na estrutura. 1 1. INTRODUÇÃO Neste artigo será apresentado um estudo de caso, de um escoramento que entrou em colapso. Um edifício de pequeno porte, localizado em Goiânia, no Residencial Morumbi. Tratava-se de um templo de uma igreja. Durante a sua fase construtiva, no momento de lançamento do concreto, o sistema de escoramento montado falhou e não foi capaz de resistir os esforços solicitados, levando ao colapso parcial da estrutura do cimbramento. Segundo a NBR 15696 (ABNT, 2009) O sistema de escoramento metálico, também conhecido como cimbramento, tem sua função destinada a suportar o peso de uma estrutura permanente de concreto armado durante seu processo de execução, até que a mesma atinja 21 dias, tempo esse dado para a cura do concreto, e a estrutura torne autoportante. Segundo Pfeil (1987) o termo escoramento se torna mais abrangente, com base nisso, neste artigo iremos adotar tal termo, a fim de traduzir todo um sistema de escoramento metálico, quanto as demais peças, escoras, forcados, barrote, perfis, pino, triângulo, cruzeta, aro de sustentação, dentre outras peças, pertencentes ao mesmo. Os componentes de uma estrutura de concreto, pilares, vigas, e lajes, são projetados para que suportem uma determinada carga final. Tal estrutura somente pode se considerar pronta para a resistênciafinal durante o término da sua fase de construção, processo que dura 21 dias. É neste período que se torna necessário o escoramento, este sistema que a função é de resistir aos esforços solicitantes, minimizar ao máximo as deformações e, atuar contra esforços horizontais e verticais. Segundo Pfeil (1987) tais forças podem causar fissuras no concreto novo, e a origem a excentricidades de segunda ordem que podem gerar um aumento substancial das tensões solicitantes do escoramento. Devemos destacar que o escoramento deve cumprir com as recomendações de segurança e deformação adequadas aos limites normativos em qualquer idade, principalmente durante a construção, como previsto na NBR 8681 (ABNT, 2003). Segunda Freitas (2004) é imprescindível que o processo construtivo seja estudado com o mesmo cuidado dado ao projeto estrutural, assegurando com que a condição de serviço seja admissível de acordo com o estabelecido pela NBR 6118 (ABNT, 2014) Neste contexto, este trabalho pretende analisar, determinar, e solucionar uma ocorrência de falha do escoramento localizado em Goiânia, que por alguma razão desconhecida, não foi capaz de resistir a carga solicitante, entrando em colapso parcial. As escoras flambaram, tal falha aconteceu durante a concretagem do pavimento superior. Diversos são os motivos que levam o sistema de escoramento a falhar. Este artigo apresenta um estudo de caso para saber qual foi a causa da falha, e apresentar um escoramento que teria atendido as cargas, segundo as orientações da NBR 6118 (abnt,2014), e NBR 15969 (ABNT, 2009) Este artigo tem como objetivo geral, reunir informações detalhadas e sistemáticas, analisar e solucionar um caso onde ocorreu uma falha na estrutura de um edifício composta por lajes, 2 vigas e pilares, considerando o escoramento sobre a estrutura e seus esforços durante a fase de execução da parte estrutural. Nesse intuito, este artigo realizou a investigação através de análise, inspeção visual, diagnóstico, prognóstico, e tratamento oferecendo recomendações para evitá- los futuramente. Os principais objetivos específicos para esse trabalho foram: Reunir as exigências normativas pertencentes a projeto de escoramento, incluindo seus vastos acessórios e materiais; Elaborar um roteiro de projeto, seguindo as recomendações normativas; Apresentar os principais motivos que levam um sistema de escoramento a falhar; Identificar quais são as normas correlacionadas com o escoramento metálico; Apresentar um projeto de escoramento que atenda ao sistema estrutural do caso estudado. O projeto de escoramento é indispensável para qualquer processo de construção de uma estrutura de concreto, porém muitos profissionais da área da construção civil não dão a devida importância ao assunto. Um bom projeto de escoramento com a distribuição correta das cargas, previne patologias das estruturas e garante a segurança dos envolvidos e economia de materiais. Este trabalho justifica-se pela limitação da existência de livros, bibliografias e pesquisas a respeito do escoramento e auxilia na prevenção de futuros erros na área, bem como a necessidade de direcionar por meio de testes e verificação de cálculos os profissionais do ramo. A pesquisa será direcionada a um estudo de um caso específico de um escoramento que infelizmente não resistiu aos esforços solicitantes, levando a estrutura a desmoronar-se. Tal falha pode comprometer o orçamento de uma obra, e coloca em risco as vidas dos funcionários envolvidos. Acredita-se que um bom projeto de escoramento tem que garantir a estrutura, e estar preparado para atender qualquer situação adversa que aparecer. 2. MATERIAL E METODOLOGIA A metodologia abordada por este artigo busca solucionar os pontos estabelecidos acima. Efetuou-se em uma primeira etapa, uma análise detalhada dos procedimentos mais adequados de montagem do escoramento do templo da igreja por completo, reescoramento, e remoção das escoras, dos critérios de dimensionamento do sistema, o prazo de escoramento para que atendesse a estrutura. Igualmente foi realizado uma pesquisa bibliográfica acerca dos estudos já realizados sobre os fatores que influenciam na distribuição das ações de construção das lajes e vigas no sistema de escoramento. Ultrapassada esta primeira etapa foi feito um estudo acerca do projeto estrutural do edifício, analisando sua em área construída, e os respectivos esforços que solicitaram o escoramento. Levou-se em consideração vários fatores envolvidos, tais como físicos e químicos, e até ações da natureza que possam atuar como esforços sobre as escoras, e pôr fim a forma de como se realizara o processo de concretagem. Após levantados todos os dados necessários, foi utilizado o software Autocad, e um plugin chamado Ts escoramento 2.0, para a elaboração do cálculo do conjunto de esforços da estrutura. Com base nisso foi avaliado qual o tipo de escoramento será necessário, priorizando a qualidade, segurança, e custo, posteriormente a isso foi feito um projeto de escoramento adequado para estrutura. 3 Após todos os parâmetros avaliados e dados necessários em mãos, e com base nas legislações, foi elaborado um roteiro prático e objetivo, seguindo as orientações da NBR 15696 (ABNT, 2009), NBR 8800 (ABNT, 2008) e NBR 14762 (ABNT, 2010), e simultaneamente visando as demais demandas relacionadas ao projeto e execução do escoramento da estrutura, a fim de assegurar uma metodologia de qualidade e segura no dimensionamento e procedimento executivo afim de garantir a segurança e a economia do empreendimento. Ao fim do artigo é sugerido o tempo necessário para retirada do escoramento, pois segundo Chen e Mosallam (1986), esta fase é responsável por 12% dos colapsos observados em caibramentos para estruturas de concreto. Figura 1 – Imagem retirada do programa (autocad) mais o plugin Ts escoramento 2.0 usado para projetos. A logomarca da empresa foi borrada por não ter sido possível obter autorização de publicá-la. 3. REFERENCIAL TEÓRICO Neste artigo, o objeto de estudo são os escoramentos, sendo abordado um caso onde na etapa de concretagem de um edifício o escoramento falhou. Para entender o que leva uma escora a não resistir a tensão necessária, precisa-se entender o que são as escoras. Elas nada mais são do que materiais elaborados em aço ou madeira, pois são os materiais mais comuns nos dias atuais. Ultimamente temos visto o uso de ligas mais nobres tais como o alumínio, devido a sua maior resistência a corrosão e leveza e durabilidade. De acordo com Pfeil (1987) o sistema de escoramento mais simples e econômico é o de montantes verticais ou postes, no qual os carregamentos são transmitidos diretamente ao terreno 4 pelo caminho mais curto. A sua indicação é para edifícios mais curtos, no qual a altura não é muito grande, com um pé direito ideal máximo de 3,80m. 3.1. ESCORAMENTO O escoramento em uma obra é requisitado para a etapa de concretagem de uma estrutura com lajes e vigas. Quando dá se início a concretagem o concreto leva um tempo de cerca de 28 dias para se torna autoportante. Até se concluir esse determinado tempo são necessárias estruturas cuja sua função é suportar e transmitir para suas bases de apoio todos os carregamentos permanentes e variáveis gerados do lançamento de concreto fresco. Figura 2 – Modelo de escoras. Imagem retirada do site (http://www.bhandaimes.com/produtos/escoramento) 3.2. MONTAGEM DO ESCORAMENTO Os equipamentos que compõem o sistema de escoramento necessitam de alguns cuidados durante sua montagem, a fim de garantir a segurança da estrutura na sua fase de concretagem. Essas instruções devem ser repassadas pela empresa fornecedora do equipamento. Além disso é necessário que durante o processo da execução do material esteja presente um projetista estrutural.Algumas instruções devem ser observadas: a) É recomendado apoiar a base de apoio do escoramento em cima do contra piso, ou caso não esteja pronto em cima de pranchões, a fim de corrigir irregularidades no terreno, e evitar danificar o apoio do escoramento, e recalques no solo; http://www.bhandaimes.com/produtos/escoramento 5 b) É necessário seguir as recomendações das normas NR18, para que o escoramento esteja protegido contra incêndios; a. As peças devem estar previamente fixadas antes de serem soldadas, rebitadas ou parafusadas. b. Na edificação de estrutura metálica, abaixo dos serviços de rebitagem, parafusagem ou soldagem, deve ser mantido piso provisório, abrangendo toda a área de trabalho situada no piso imediatamente inferior. c. O piso provisório deve ser montado sem frestas, a fim de se evitar queda de materiais ou equipamentos. d. Quando necessária a complementação do piso provisório, devem ser instaladas redes de proteção junto às colunas. e. Deve ficar à disposição do trabalhador, em seu posto de trabalho, recipiente adequado para depositar pinos, rebites, parafusos e ferramentas. f. As peças estruturais pré-fabricadas devem ter pesos e dimensões compatíveis com os equipamentos de transportar e guindar. g. Os elementos componentes da estrutura metálica não devem possuir rebarbas. h. Quando for necessária a montagem, próximo às linhas elétricas energizadas, deve-se proceder ao desligamento da rede, afastamento dos locais energizados, proteção das linhas, além do aterramento da estrutura e equipamentos que estão sendo utilizados. i. A colocação de pilares e vigas deve ser feita de maneira que, ainda suspensos pelo equipamento de guindar, se executem a prumagem, marcação e fixação das peças. c) A geometria das peças, sentido das treliças formato das cubetas, não devem ser alteradas no processo de concretagem; d) Antes de iniciar a fase de concretagem recomenda-se verificar se todos os equipamentos estão em suas posições, e se as estruturas estão em condições de resistir as movimentações dos funcionários e equipamentos necessários; 3.3. RETIRADA DO ESCORAMENTO Para a retirada do equipamento, como a etapa de montagem do escoramento, também é necessário o planejamento e acompanhamento do projetista estrutural. Neste processo não é necessário a elaboração de um projeto, porém é preciso de um planejamento, recomendações e cuidados fornecidos pelo responsável técnico da obra, 6 garantindo que a segurança e o desempenho da estrutura não sejam prejudicados. Além disso, temos algumas sugestões que a ABNT NBR 15696:2009 nos dá: a) Para a retirada do escoramento deve-se ter certeza de que a nova estrutura de concreto já possui capacidade suficiente de suportar os carregamentos e ações solicitados de forma segura; b) A estrutura de escoramento não deverá receber cargas adicionais, que não tenham sido consideradas em projeto ou no plano de concretagem, a menos que se tenha certeza de que o sistema terá capacidade de resistir com segurança às ações provenientes destes carregamentos; c) As considerações acerca da deformabilidade, bem como da resistência do concreto e a análise estrutural devem ser disponibilizadas pelo projetista estrutural ou pelo responsável da obra, para que possam ser utilizados na hora de planejar o reescoramento estrutura; d) A estrutura de concreto deve ser verificada para que se tenha certeza da sua capacidade de suportar os carregamentos definidos em projeto, levando em consideração os dados de resistência do concreto, a deformabilidade e ainda, a capacidade de resistência do sistema do escoramento; e) A nova estrutura deve ser submetida aos esforços de forma gradual, bem como a retirada do sistema de escoramento, que deve ser feita paulatinamente, sem colisões, de acordo com o programa implementado para cada tipo de estrutura; f) O tempo especificado para a retirada do sistema de escoramento deve ser respeitado, sendo de no mínimo 14 dias, para que não prejudiquem a movimentação das juntas de dilatação ou retração. Se o concreto for capaz de adquirir a resistência prevista mais rapidamente, o tempo de permanência do sistema de escoramento pode ser analisado e poderá ser reduzido. g) Dados como o módulo de elasticidade, o valor mínimo de resistência a compressão, devem ser fornecidos pelo projetista da estrutura, para que sejam respeitados durante a retirada dos elementos de escoramento. 3.4.TIPOS DE ESCORAMENTO Segundo a NBR 15969 (ABNT, 2009) item 5.1.1.1 e 5.1.1.2 são diversos os tipos de escoramento utilizados durante a fase de concretagem, porém duas se destacam: madeiras sendo dividia em madeira em bruto são peças serradas ou não cuja a utilização deve ser feita de acordo com a ABNT NBR 719; madeira industrializada, são peças fabricadas industrialmente, com controle de umidade, temperatura, tolerâncias e 7 espécies de madeira com propriedade física mecânicas conhecidas e ensaiadas. A fabricação e especificação deste material está contida na ABNT NBR 9532. Ainda segundo a NBR 15969 (ABNT, 2009) item 5.2, o segundo material a se destacar são os elementos metálicos. São elementos de aço ou alumínio forjados, laminados, fundidos, estruturados ou fabricados a partir de chapas soldadas, com funções de equipamentos, acessórios ou componentes auxiliares da estrutura dos sistemas de forma e escoramento, de acordo com as especificações da ABNT NBR 8800, ABNT NBR 6355 e ABNT NBR 14762 para elementos de aço e ABNT NBR 14229 para elementos de alumínio. Figura 3 – Tipos de escoramento, imagem fornecida pela ulmaconstruction. 4. RESULTADO E DISCUSSÕES Neste artigo foi realizado um estudo de caso da construção de um tempo da igreja no residencial Morumbi em Goiânia, com área construída de 466,61m², que durante a fase construtiva o escoramento não foi capaz de resistir as tensões da estrutura, apresentando um colapso parcial em 68,89m² de construção. Será realizado um estudo de cada motivo que podem levar um escoramento a entrar em colapso, afim de identificar qual foi o motivo do colapso deste edifício, e por fim apresentar qual seria a melhor solução de escoramento para o mesmo. Segue abaixo uma imagem, referente ao projeto estrutural do local, e da obra em questão. 8 Figura 4 – Projeto estrutural em concreto armado Figura 5 – Edifício Igreja 4.1. MOTIVO DO COLAPSO Há diversos fatores que podem provocar um colapso em uma estrutura durante sua fase construtiva. Para este caso específicos, analisamos os principais deles, que podem ter provocado o colapso: Deficiência no projeto do escoramento; Má execução no manuseio e montagem do equipamento que compõe o escoramento; 9 Equipamento inadequado; Retirada precoce; Aplicação de esforços nas lajes e vigas quando ainda elas não têm resistência suficiente para sustentar as cargas; Outros; Segundo Peng et al (1996) o tempo de vida de uma estrutura é separado em três partes. A construção, a utilização e a recuperação ou reabilitação da estrutura. A etapa onde mais ocorre acidentes é durante sua fase de construção. Tabela 1 – Números de colapso em função da etapa construtiva. De acordo com (Rodrigues, 1996) estudos indicam que 70% das estruturas que entram em colapsos ocorreram durante a sua fase de construção, sendo mais específicos colapsos por sobrecarga sobre as escoras e remoção antes do tempo do sistema de escoramento. Foi verificado a confirmação disto com Kaminetzsky, segundo Kaminetzsky (1991) as razões do colapso nas estruturas são durante o processo construtivo, e que a ruptura das lajes e vigas é devido a carga excessiva, e a resistênciainsuficiente sobre as escoras. Tomando como exemplo de caso similar deste edifício que estamos estudando, vamos pegar os famosos edifícios Commonwealth Avenue em Boston, e o Willow Island na Virginia, onde a falha no escoramento provocou o colapso total da estrutura. Hadipriono e Wang (1986) analisaram o colapso de mais de oitenta sistemas de escoramento utilizados para estruturas de concreto, e com base nesse estudo, foi realizado um gráfico como apresentado na figura 1, onde é possível verificar que as etapas de lançamento do Betão nas lajes são situações muito críticas, pois são responsáveis por praticamente metade dos colapsos observados. 10 Principais causas Colapsos parciais Colapsos Projeto 7 - Pormenorização 2 - Construção 41 11 Manutenção 18 4 Material 3 - Externas 48 12 Outros 42 19 Total 161 46 Tabela 2 – Quantitativo de colapso, segundo Hadipriono e Wang 1986 Infelizmente é considerado comum problemas no sistema de escoramento, tais como retirada antes do tempo adequado, e falha no dimensionamento, pois na maioria dos casos este processo é guiado pela experiência dos mestres de obras, e pela urgência da finalização da obra, não havendo projeto e análise da estrutura. Para a verificação da probabilidade de colapso estrutural, levamos em consideração algumas das probabilidades citadas acima: 4.1.1. DEFICIÊNCIA DO PROJETO DE ESCORAMENTO Conforme explicações do arquiteto da obra, e do mestre de obras, a empresa que forneceu o primeiro sistema de escoramento não entregou um projeto de montagem e execução do cimbramento, fornecendo somente as escoras, e seus acessórios para o escoramento. Um bom projeto de escoramento pode prevenir tais riscos ocorridos, pois garante a distribuição correta da carga, locação correta dos pontos das escoras bem como a distância entre elas, tanto no sentido horizontal como no vertical, e o quantitativo do material necessário e também garante a segurança da obra, e dos envolvidos. Entende-se que a falta de um projeto de escoramento já seja um indicativo de uma possível causa para a ocorrência desta falha. 4.1.2. EQUIPAMENTO INADEQUADO Observando as fotos, do escoramento utilizado no local, pode-se concluir que foi utilizado um equipamento inadequado para esta obra, com uma altura do piso ao fundo da laje de 3,80m, pois foi necessário utilizar uma emenda de 40cm, já que a sua abertura máxima, era de 3,50m. Uma escora é produzida de tal forma que quanto maior a sua abertura, menor a resistência, e quanto mais fechada, maior sua resistência. Segue uma foto abaixo como demostração. 11 . Tabela 3 – Escora Lg 350 Segundo o arquiteto da obra, e o mestre de obra, e das informações coletadas no local, as emendas, precisavam de 4 parafusos para a fixação nas escoras, sendo que foram utilizados somente dois parafusos por recomendação do fornecedor. Figura 6 – Escoramento da assembleia de Deus Figura 7 – Escora Utilizada na assembleia de Deus Para problemas devido ao equipamento podemos analisar dois possíveis erros, escoras com altura inadequada, perdendo a resistência necessária para a estrutura, e a fixação das emendas realizada faltando os parafusos, que também causa uma perda de resistência. 12 4.1.3. DIAGNÓSTICO Como analisado acima, vemos que os dois principais motivos para o edifício ter entrado em colapso foi, a falta de um projeto de escoramento, e a utilização de um equipamento inadequado. Esse agrupamento de fatores abalou a estrutura da obra. Durante o período da concretagem cerca de 68,89m² da estrutural entrou em colapso. Imediatamente após esta ocorrência, a concretagem foi interrompida. Estima-se que o dano total, levando em consideração, lajes, ferragem, mão de obra, concreto, formas, madeira, foi de um valor aproximado em 30 mil reais. 5. RESULTADO ESPERADO Com base nos erros analisados, foi proposto a melhor solução, que suprisse a necessidade da obra. A concepção deste novo projeto de escoramento procurou atender a necessidade de resistência para se efetuar uma nova estrutura no lugar da estrutura que colapsou. 5.1. PROJETO Existem normas que asseguram o dimensionamento e detalhamento de projetos de escoramento, a ABNT NBR 15696:2009 assegura que os projetos de escoramento de estruturas sejam detalhados por meio de plantas, cortes e vistas, detalhes, a fim de que não existam dúvidas na etapa de execução deste sistema. Esta norma ainda nos diz que os projetos devem conter os valores de carga admissíveis de cada elemento utilizado, a definição exata do posicionamento, e espaçamento dos mesmos. A empresa que fornece o equipamento tem por obrigação verificar todas as peças antes da entrega, a fim de garantir sua funcionalidade e capacidade de carga determinada no projeto. Dentro da empresa é necessário que tenha uma equipe com treinamento e conhecimento sobre o manual de execução de seus equipamentos, e um engenheiro responsável pelas as atividades. Os projetos devem ainda apresentar o memorial de cálculo, e os equipamentos suas resistências comprovadas por meio de ensaios específicos. Figura 8 – Projeto de escoramento proposto 13 Figura 9 – Projeto de escoramento corte esquemático proposto Com base no projeto acima, podemos observar que foi fornecida uma lista de todo o equipamento necessário, a distribuição correta das escoras, tanto na sua distância horizontal como na vertical, a quantidades necessárias. Observamos também, que houve a necessidade de utilizar um material apropriado para o escoramento das vigas, de tipo torre, devido a sua dimensão, que o mesmo também, foi mostrado o comprimento de cada torre, a distribuição correta de uma para outra. Paralelamente a isso, também foi informado no projeto a utilização dos barrotes (perfis) secundário e primário, seus tamanhos e distância. Junto ao projeto de planta baixo do escoramento, foi enviado um de corte esquemático, onde pode ser analisado com mais detalhes a forma correta de montagem de cada equipamento, sua altura, dentre outros detalhes. Tudo isso a fim de garantir a segurança, e a melhor execução que atenda a necessidade da obra. 5.2. EQUIPAMENTO A fim de garantir os possíveis problemas encontrados no sistema de escoramento deste edifício, foi proposta a utilização de escoras ajustáveis, onde sua altura varia de 2,10m a 4,15m. Esta escora atende a altura indicada de 3,80m, pois a escora não ficaria muito aberta, não teria emendas, garantido sua resistência aos esforços solicitantes. O mesmo foi aplicado as torres de carga, onde ela foi travada em todos os sentidos, cada torre possui quatro pontos de apoio, para distribuição das cargas, garantindo a resistência adequada. Corrigindo o problema das emendas, e da abertura máxima da escora. A seguir podemos ver um modelo da escora utilizada. 14 Tabela 4 – Escora lg 415 Figura 10 – Escoramento tipo torre de carga 6. CONCLUSÃO Pode-se concluir, por meio deste estudo, que alguns problemas relacionados ao colapso da obra são determinados pela utilização de materiais inadequados, falta de projeto, retirada precoce do equipamento, e montagem inadequada do material. Outro ponto que observamos, é que a equipe de execução da obra, não possuía conhecimento técnico necessário para lidar adequadamente com sistema de escoramento. A consequência foi que a equipe técnica da obra não conseguiu lidar comas falhas envolvidas na ocorrência, o que resultou no desabamento aqui apresentado. Conclui-se que a ocorrências apresentada neste trabalho teve sua origem devido ao conjunto “imperícia, imprudência, e negligencia, ” tanto da empresa fornecedora do material quanto da empresa construtora e sua equipe de obra. 15 7. REFERÉNCIAS Chen, W. F. Plasticity in reinforced concrete. EUA: McGraw - Hill Inc. 1991 Chen, W. F., & Mosallam, K. H Concrete buildings analysis for safe construction (Vol. 1). CRC Press. 1991 Chen, W. F., Rosowsky, D. V., & EL- Shahhat, A. M. . Construction safety of multistory concrete buildings. 1993 Epaarachchi, D. E., Stewart, M. G., & Rosowsky, D. V. Structural reliability of multistory buildings during construction. Journal of Structural Engineering. 2002 Souza, R. A. Análise de fraturamento em estruturas de concreto armado utilizando programas de análise estrutural. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil. Wardhana, K. and Hadipriono, F.C. Analysis of Recent Bridge Failures in the United States. Journal of Performance of Constructed Facilities. 2003 Pfeil Cimbramento Livros Técnicos e Científicos (1987, 1ª edição) https://www.portaldoslivreiros.com.br/busca.asp?editora=Livros+T%E9cnicos+e+Cient%EDficos https://www.portaldoslivreiros.com.br/busca.asp?ano=1987 16 8. REGULAMENTAÇÃO NBR 15696. Fôrmas e escoramentos para estruturas de concreto - Projeto, dimensionamento e procedimentos executivos. Brasil. 2009 Norma Brasileira ABNT NBR 6118. Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Brasil. 2003
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