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O Projeto Ético-Político Profissional do Serviço Social Simone Quartaroli/ 1929050 Introdução ao Serviço Social Março/2020 Prof. Dr. Juliano Samways Petroski Subtítulo 1 CONCEITO projeto ético e político do Serviço Social, que orienta o exercício e a formação profissional, resultou de um processo histórico de construção coletiva, sob a direção das entidades nacionais da categoria (CFESS/CRESS, ABEPSS e ENESSO). Este projeto de profissão e sociedade é explicitado no Código de Ética Profissional, na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8662/93) e nas Diretrizes Curriculares aprovadas pela ABEPSS em 1996. No cotidiano, os profissionais devem promover estratégias técnico-políticas nos diversos espaços sócio institucionais que concretizem princípios como: - ampliação da liberdade, concebida como autonomia, emancipação e pleno desenvolvimento dos indivíduos; - defesa intransigente dos direitos humanos contra todo tipo de arbítrio e autoritarismo; - defesa e aprofundamento e consolidação da cidadania e da democracia (socialização da riqueza socialmente produzida e da participação política); - defesa da equidade e da justiça social, universalizando o acesso a bens e serviços relativos a programas e políticas sociais e a sua gestão democrática; - compromisso com a qualidade na prestação dos serviços, competência profissional e articulação com outros profissionais e trabalhadores. 2 Importância do projeto para a profissão Os projetos profissionais apresentam a autoimagem de uma profissão, que tem por base um sujeito coletivo, exige organização de um corpo ou categoria profissional por meio do conjunto dos seus agentes profissionais, docentes, pesquisadores, estudantes e organismos profissionais, e é resultado de conjunturas e dinâmicas sociopolíticas particulares, que reforçam a estreita vinculação entre a definição e a ampliação dos espaços de trabalho dos assistentes sociais e as manifestações da questão social. 3 Princípios Norteadores deste Projeto 1. A liberdade como valor ético central; 2. A defesa e o aprofundamento da democracia; 3. A equidade e justiça social como valores a serem defendidos e alcançados na luta e prática profissional. 4 A Liberdade como Valor Ético Central O primeiro princípio fundamental do Código de Ética traz o “reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais” (CFESS, 2012, p. 23). Além disso, esse princípio reconhece a liberdade como um compromisso profissional, ao lado da democracia, da cidadania e da justiça e igualdade social. Assim, pode-se dizer que o projeto ético-político do Serviço Social entende a liberdade como a possibilidade concreta que o indivíduo tem de realizar uma escolha. A categoria profissional, portanto, assume o compromisso com uma prática que incentive a autonomia, a emancipação e a plena expansão da consciência social de seus usuários e, consequentemente, de toda a classe trabalhadora. 5 A defesa e o aprofundamento da democracia; A defesa do aprofundamento da democracia enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida”. Para além da democracia política, estabelecida pela ordem burguesa, a democracia defendida no Código reclama igualdade de acesso e oportunidades para que todos os indivíduos tenham direito a um trabalho e existência dignos, a condições de moradia, saúde, educação, lazer e cultura. Porém, esse tipo de democracia, não cabe dentro dos objetivos e dos limites da sociedade burguesa, que é estruturada a partir da exploração de uma classe sobre a outra. É necessário entender que “os obstáculos à democracia não inviabilizam a sociedade democrática. Pelo contrário, somente nela somos capazes de perceber tais obstáculos e lutar contra eles.” Este princípio está diretamente ligado à construção da cidadania. A democracia se apresenta como um valor ético-político essencial, sendo o único padrão de organização político-social capaz de assegurar a explicitação dos valores essenciais da liberdade e da equidade. Inclusive, é a democracia que favorece a ultrapassagem das limitações impostas pela ordem capitalista ao desenvolvimento pleno da cidadania (CFESS, 2012). A Equidade e Justiça Social como Valores a Serem Defendidos e Alcançados na Luta e Prática Profissional o Assistente Social deve ter um “posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática” (CRESS, 2012, p. 23). Além disso, a justiça é compreendida pela Constituição Federal de 1988 como um valor supremo da sociedade. Assim, o conceito de justiça social está ancorado na perspectiva de que todas as pessoas devem usufruir dos mesmos direitos. Para tanto, é preciso criar mecanismos que amenizem as desigualdades sociais em um contexto fundamentalmente desigual que é a sociedade capitalista. Isso significa que a prática profissional deve se pautar na ideia de que, por mais que todos os brasileiros sejam detentores dos direitos sociais elencados na Constituição Federal, o acesso aos mesmos pode não ser igual para todos. Por isso existe esse princípio de equidade e de justiça social, que busca garantir que todos tenham acesso aos direitos. Conclusão 1. O Assistente social tem como objetivo amparar pessoas que de alguma forma não tem total acesso à cidadania, ajudando-os a resolver problemas ligados a educação, habitação, emprego, saúde. 2. O compromisso do assistente social é de cunho humanista, portanto, comprometida com valores que dignificam e respeitam as pessoas em suas diferenças e potencialidades, sem discriminação de qualquer natureza, tendo construído como projeto ético-político e profissional, referendado em seu Código de Ética Profissional. 3. 3. O trabalho deve ser contínuo, coletivo e pautado no respeito, seja ele com o meio ambiente (fauna e flora) ou com as outras pessoas. Deve-se, também, buscar eliminar todas as formas de preconceito (classe, etnia, gênero) e discutir questões relacionadas à distribuição da riqueza socialmente produzida.
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