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NR-17: Ergonomia Giordano Dias Caprioli Raul Nascimento Rosa da Costa Introdução • O estudo das relações entre homem e máquina, objetivando segurança e eficiência no modo como um e outra interagem, é um campo de estudos práticos e de proposição teórica denominada Ergonomia (CREE, 2012). • A Ergonomia tem como função a otimização do bem-estar humano, relacionado ao esforço aplicado, e do desempenho geral de um sistema (IEA, 2010). • A NR-17 delimita, de forma geral, a maneira como devem ser executadas determinadas funções, quais os esforços máximos permitidos e quais os requisitos básicos o ambiente deve dispor ao trabalhador para que ele desempenhe sua função de maneira saudável e eficiente, prevalecendo sempre a saúde e o bem estar em sua atuação. Normas • O transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga. • Não se deve exigir nem admitir o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança • Transporte manual regular de cargas, designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas. • Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leve, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar. Normas • Para trabalho manual sentado ou em pé; as bancadas, mesas, escrivaninhas devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade. • Trabalhos que necessitem também da utilização dos pés, os pedais e demais comandos para acionamento devem ter posicionamento e dimensões de fácil alcance, bem como ângulos adequados. • Os assentos utilizados nos postos de trabalho também devem ter altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida. • Os equipamentos com terminais de vídeo devem ter condições de mobilidade para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente. Normas • Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, são recomendadas as seguintes condições de conforto: níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, índice de temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC, velocidade do ar não superior a 0,75m/s e umidade relativa do ar não inferior a 40%. • Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. Aplicação Prática • Com o crescente uso de computadores nos postos de trabalho, o problema de desajustes posturais e sedentarismo relacionado a essa nova atividade humana é tema de constante discussão. • Os trabalhos de escritórios podem ser caracterizados por longas horas do trabalhador no mesmo ambiente e em muitas situações realizando atividades de repetição, inserida neste contexto a analise do posto de trabalho como fator impactante nas lesões músculo esquelético devem ser observados com atenção. • O posto de trabalho com computador ocasiona consequências bastante incômodas, como: fadiga visual, dores musculares do pescoço e ombros, e dores nos tendões dos dedos. Aplicação Prática • O posto de trabalho onde foi realizado a análise ergonômica é constituído por um trabalhador responsável por emitir faturas e confirmar pagamentos de faturas, bem como a digitalização de documentos e relatórios quanto a desempenho semanal de cada setor. • O funcionário em questão trabalha 8 horas diárias, está envolvido constantemente com atividades que requerem um nível de atenção elevado, pois, um erro de algum dado econômico pode causar transtornos significativos. • O uso de computador é de extrema importância, portanto, o mesmo passa grande tempo de seu tempo utilizando os dedos e punhos como principais membros para desempenho de suas funções. Aplicação Prática • Para a análise ergonômica do posto de trabalho foram realizadas visitas ao local para fotografar e identificar de forma visual quais os aspectos que poderiam não se adequarem à NR 17. • Também foram realizadas entrevistas com os funcionários para avaliar quais possíveis problemas eram visíveis e que causavam desconfortos no seu cotidiano de trabalho. • O funcionário destacou que o fator mais insatisfatório era a incapacidade de ajustar os seus segmentos corporais com o posto de trabalho, devido ao fato de o mesmo não ser adaptável às características físicas dos seus usuários. Aplicação Prática • No posto de trabalho em estudo, a cadeira do funcionário não estava de acordo com a norma, por não ser possível ajustar a altura à estatura do trabalhador, por não possuir inclinação adequada e por seu assento não ser arredondado. • A norma também estabelece que para trabalhos em posições sentadas, é requerido a existência de pedais para o apoio dos pés. Nesse requisito, o posto de trabalho está de acordo com a norma. Aplicação Prática • A NR 17 estabelece que os equipamentos para o processamento eletrônico de dados devem oferecer condições de mobilidade para o ajuste de tela e proporcionar corretos ângulos de visibilidade. • Também determina que o teclado deve ser independente e ter mobilidade, que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho- documento sejam aproximadamente iguais. • Identificou-se que a sua tela não é ajustável com a sua visão e que as distâncias também não estão de acordo com a norma. No entanto, o teclado está de acordo com o que é estabelecido. Aplicação Prática • Para avaliar a digitação do funcionário, a fim de identificar se o tempo de descanso estava de acordo com o que é exigido pela NR 17, utilizou-se o Software Ergolândia desenvolvido pela FBF Sistemas. A avaliação foi feita através de uma simulação de digitação de textos comuns durante o cotidiano de trabalho do funcionário. Aplicação Prática • A NR 17 estabelece que 8000 é o número máximo de toques permitidos para cada hora de trabalho. • Percebe-se através da figura anterior que o número de toques do funcionário, se trabalhar por uma hora consecutiva, irá ser maior do que o permitido. Aplicação prática • O ruído, de acordo com a norma não pode ultrapassar 65 dB. • Com a utilização de um decibelímetro digital INS-824, constatou-se que o ruído no posto de trabalho é 57 dB. Esse valor, alto para um escritório, deve-se a sua localização, que se encontra ao lado de uma linha de produção. O desempenho não é afetado a curto prazo, mas a longo convém a redução do nível de ruído. • Para tarefas em escritórios, consideradas como tarefas com requisitos visuais normais, a iluminação, recomendada pela NR 17 e explanada pela NBR 5413, deve ser de 750 Lux. • A iluminação medida no posto de trabalho foi de 640 Lux. Portanto, a iluminação não está de acordo com o que é estabelecido pela norma. Conclusão • A análise teve bons resultados, propondo uma otimização da área de trabalho do colaborador em seu posto. • Verificaram-se situações que estavam de acordo com a NR 17, e outras não, mostrando que o trabalho teve a função prática de analisar e propor melhorias para o sistema. • Os resultados da aplicação de Ergonomia no ambiente de trabalho são vistos a logo prazo. Alguns exemplos são: a melhora na satisfação do trabalhador com o ambiente de trabalho e suas funções, melhora na sua motivação, influenciando em seu desempenho, redução do número de doenças, melhora no ambiente organizacional. Bibliografia • BARBOSA, D. Avaliação Ergonómica do posto de trabalho em escritório. Disciplina de Ergonomia, ISLA. • BRASIL, Ministério do Trabalho. NR17 Ergonomia: Manual de Legislação. São Paulo: Editora Atlas. 74 Ed. 2014. • IIDA, Itiro. Ergonomia: Projetoe Produção. 2 Ed Revisada e Ampliada. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2005.
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