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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA JANAINA LOPES FUMANI 10390523 LOB1010 - 20202M2 - DIREITO APLICADO À ENGENHARIA PROF. DRA. DAISY RAFAELA Primeira atividade: Para que serve o Direito, diante de uma situação de PANDEMIA? Lorena 2020 Para que serve o Direito, diante de uma situação de PANDEMIA? O crescimento e disseminação exponencial da COVID-19 tiveram um grande impacto, que vem nos afetando de forma inimaginável. A existência da lei é para manter a harmonia, buscar o equilíbrio da vida social e fazer cumprir a justiça, ou seja, a lei deve regular a vida social, princípio este especialmente necessário em caso de pandemia. É necessário avaliar a importância da lei para um possível controle da situação. Já não bastasse o desrespeito as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), o presidente Jair Bolsonaro se recusou a seguir as recomendações do Ministério da Saúde sobre o distanciamento social e se defendeu se baseando no Direito Constitucional de ir e vir. Verificou-se que se tratava do art. 5°, XV, que prevê: “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”. A própria Constituição prevê situações em que essa liberdade pode ser limitada, como prisão em flagrante, prisão civil, administrativa ou especial, durante vigência em estado de sítio, para determinar a permanência da população em determinada localidade, entre outros. Devido a pandemia, é necessário lidar com algumas versões de restrições aos direitos de locomoção: isolamento e quarentena. De acordo com a Portaria Interministerial N°5 13.979/20, isolamento é: “separação de pessoas sintomáticas ou assintomáticas, em investigação clínica e laboratorial, de maneira a evitar a propagação de infecção ou transmissão local” que pode ser determinada por profissionais de saúde. Por outro lado, quarentena é definida como: “restrição de atividades ou separação de pessoas suspeitas de contaminação das pessoas que não estejam doentes, ou de bagagens, contêineres, animais, meios de transporte ou mercadorias suspeitos de contaminação, de maneira a evitar a possível contaminação ou a propagação do coronavírus”. Os ex ministros, Sérgio Moro e Luiz Henrique Mandetta, assinaram na mesma portaria, que quem descumprir as determinações pode ser penalizado de acordo com o Decreto-Lei n°2.848/40, que afirma: “infringir determinação do poder público, destinado a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”. Com base nisso, mesmo que o estado de sítio não tenha sido promulgado, é vital que o direito de ir e vir, previsto pela Constituição, seja consistente com todos os outros princípios e direitos (como o direito à saúde). Nesse caso, a Lei nº 13.949 trata do isolamento e da quarentena, envolvendo o direito de todos à saúde, enquanto as medidas preventivas operacionais envolvem a saúde pública pelo poder público, ambas estipuladas e garantidas no art. 196 da Constituição da República. Desse modo, é claro o conflito aparente entre os princípios da liberdade de locomoção com o direito à saúde, o que resulta na aplicação da regra da proporcionalidade. As medidas sanitárias se enquadram nessas definições, o que resulta no seguinte trecho do §1º, do art. 3º, da lei 13.979/20: “as medidas previstas neste artigo somente poderão ser determinadas com base em evidências científicas e em análises sobre informações estratégicas em saúde e deverão ser limitadas no tempo e no espaço ao mínimo indispensável à promoção e à preservação da saúde pública”, ou seja, atendem o princípio da proporcionalidade, o que comprova que, nesse caso, o direito à saúde deve prevalecer sob a liberdade de ir e vir dos cidadãos – indo contra o Presidente da República Jair Bolsonaro. Ao analisar a citação acima: "determinadas com base em evidências científicas", comprovou-se o verdadeiro valor da ciência na humanidade, embora limitada pelas políticas econômicas, esta é a principal saída para este período de pandemia: desenvolvimento científico. Assim, temos que o papel do Direito em meio à pandemia é tratar a situação com base em um Estado de responsabilidade social, tirando o foco único e exclusivo do bem-estar: adaptando as leituras, avaliações, atitudes e leis em relação a cada um dos efeitos observados e vividos.
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