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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-graduação Curso Educação Ambiental e Sustentabilidade Disciplina Educação Ambiental e Interdisciplinaridade Tema Sociedade e Meio Ambiente Professor Fernanda Ferreira Borges de Oliveira Introdução Neste tema, discutiremos e entenderemos como a sociedade se relaciona com o meio ambiente, através de vários aspectos. Iniciaremos com algumas reflexões: Como é o mundo em que vivemos? Quais são os elementos que formam esse cenário e como interagimos com ele? É importante neste momento refletirmos não só sobre nossas atitudes e comportamentos diante dos problemas ambientais, mas possibilitar a discussão crítica dos problemas e conflitos socioambientais, identificar suas causas, consequências e alternativas. Além disso, é preciso construir novos valores e atitudes diante desses novos desafios, possibilitando a compreensão dos problemas e conflitos ambientais numa perspectiva integral, envolvendo as dimensões econômicas, sociais, políticas, ideológicas, culturais e ecológicas. Sociedade e Meio Ambiente A crise dos paradigmas A ciência, ao longo do tempo, nos forneceu uma visão fragmentada do mundo: se por um lado trouxe a contribuição benéfica relacionada a grandes descobertas científicas, como a cura de diversas doenças e o avanço tecnológico, por outro, há os aspectos nocivos decorrentes do manuseio distorcido das descobertas, como por exemplo, o comprometimento da biodiversidade do planeta e a consolidação de uma prática social descomprometida com a preservação do patrimônio cultural da humanidade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Ao lado da conquista de novos mundos, novos conhecimentos e novos horizontes, há também o imediatismo, a glorificação das novidades e a dispensa e desclassificação de tradições milenares. A partir dessa síntese sobre o paradoxo do conhecimento científico, podemos destacar alguns pontos importantes: A ciência tem produzido uma visão fragmentada dos fenômenos que estuda; Ela se distanciou da prática social, dos valores, da sensibilidade e da ética, o que explica, em parte, o paradoxo eficácia-ineficácia que a caracteriza. É importante começarmos a responder as perguntas feitas inicialmente, nos situarmos no tempo e assumirmos a crise socioambiental da atualidade, reconhecendo os limites da nossa forma de vida no mundo, deixando o individualismo, o egoísmo e a competitividade de lado para compreender a interligação com todos os seres vivos que constituem essa imensa teia na qual todos nos movemos. Você já deve ter ouvido o termo crise ambiental, mas tem uma sólida ideia do que isso significa? É sobre isso que falaremos a seguir. Para mais embasamento sobre a chamada “crise ambiental” atual, convém ler o artigo de Eduardo L. Krüger a seguir: http://revistas.utfpr.edu.br/pb/index.php/revedutec-ct/article/view/1069 A palavra “crise” traz uma instintiva conotação pejorativa, mas não necessariamente impacta apenas de maneira negativa na sociedade. Sobre isso, Búrigo nos explica: “As crises são elementos essenciais na constituição do pensamento complexo, pois exigem novas estratégias, novas ações para novas saídas de um sistema, já falido. É um eterno repensar, reflexionar com e no meio em que o sujeito está inserido, pois não há certezas, nem verdades. ” (BÚRIGO, 2001, p. 5). Pensando dessa forma, o reconhecimento dos saberes ambientais e, consequentemente, da crise ambiental, faz parte da construção de um novo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 paradigma, que considera a intervenção humana na sociedade, na natureza e na subjetividade, onde o pensamento mecanicista dá lugar ao pensamento sistêmico. Vale ressaltar que: “Na abordagem sistêmica, as propriedades das partes podem ser entendidas apenas a partir da organização do todo [...] O pensamento sistêmico é “contextual”, o que é oposto ao pensamento analítico. A análise significa isolar alguma coisa a fim de entendê-la; o pensamento sistêmico significa colocá-la no contexto de um todo mais amplo” (CAPRA, 2006, p.41). Pensando nessa crise socioambiental em que vivemos, é fundamental caracterizar que ambiente é esse do qual estamos falando: acredita-se que não há ambiente separado do social e de tudo que isso implica. Assim, o ambiente é totalidade e, portanto, envolve não só os recursos naturais, como também a política, a cultura, a religião, a ciência, enfim, todas as dimensões de nossa existência. Nessa perspectiva: “O grande desafio socioambiental hoje é, portanto, romper com a ideia de um pensamento único e unidimensional, orientado rumo a um “progresso sem limites”, que vem reduzindo, sufocando e superexplorando a natureza. E para isso não basta se firmarem acordos e convenções, que depois de colocados em prática vão ser regidos por essa mesma racionalidade instrumental e econômica que hoje questionamos, mas sim ir legitimando outras formas de compreensão da vida e da complexidade do mundo e uma nova ética da práxis no mundo. ” (Leff, 2007, p. 9) No cenário de crise social e ambiental surge a ressignificação de paradigmas que envolvem o entendimento dos processos de reprodução social, através de embates ideológicos ou para resistência crítica em favor de mecanismos de transformação e emancipação, na construção de relações sociais humanamente desejáveis e ecologicamente prudentes. O surgimento de um paradigma emergente é concebido por meio da relação entre o conhecimento científico e o conhecimento social. Essa é uma tendência em total consonância com o papel da Educação Ambiental crítica no reconhecimento de novos saberes ambientais, pautados por uma ética de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 responsabilidade voltada à sustentabilidade socioambiental, envolvendo a preocupação ética com a vida e o futuro do planeta. O período atual emerge como Era pós-moderna, sendo marcado pela imprevisibilidade, rapidez, realidade virtual e linguagem imagética. Morin (1977) convida-nos a pensar a complexidade desse tempo e confere-lhe uma característica nova: é necessário juntar, unir o que esteve separado e fazer uma leitura multidimensional para analisar os contextos das complexas realidades. Nesse cenário, um processo educativo comprometido com a sustentabilidade e a efetiva participação pode formar pessoas capazes de entender e de conduzir bem essa transição. Nesse contexto insere-se a Educação Ambiental emancipatória e transformadora, compreendida como processos de formação de sujeitos ativos e engajados na sociedade que buscam soluções viáveis para os problemas ambientais, os quais afetam em maior ou menor intensidade a todos nós. Para embasar suas reflexões sobre esse assunto, recomendamos os seguintes artigos: Ecologia política, justiça e educação ambiental crítica: perspectivas de aliança contra-hegemônica http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981- 77462013000100004 Crise ambiental: adaptar ou transformar? As diferentes concepções de educação ambiental diante deste dilema http://www.ufjf.br/revistaedufoco/files/2011/10/Artigo-02-14.2.pdf Durante muito tempo acreditou-se que era possível controlar, através da tecnologia, a poluição e a destruição, como se o homem pudesse destruir e consertar o ambiente, criá-lo e recriá-lo infinitamente. Junto com o mecanicismo, na ciência e na vida, há também o predomínio da visão antropocêntrica, ou seja, o homem vem em primeiro lugar. Ele, então, modifica o clima, a vegetação, o relevo, enfim, tudo o que está a sua volta para dessa forma conseguir extrair mais riquezas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Nessa lógica a vida não é vista como processo, mas como fenômenos separados, compartimentados, sendo possível separar as váriasesferas do conhecimento, como se elas nunca se relacionassem. Como mudar este cenário? Pensando e problematizando as relações de complementariedade e antagonismo que se estabelecem a um só tempo entre ambas. Isso é o que permitirá a emergência de uma consciência coletiva comprometida com a transformação e a constituição de relações de respeito e solidariedade, ou seja, pertencimento. Para isso, é fundamental resgatar a relação entre homem e natureza. Reflita a respeito! No material on-line, a professora discorre mais a fundo sobre esses importantes conceitos e reflexões. Não deixe de acessar! Educação Ambiental e o Sistema Educacional Discutiremos as implicações da inserção da Educação Ambiental na legislação brasileira, principalmente nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Primeiramente, de onde surgiu a necessidade da normalização de uma disciplina especificamente focada no meio ambiente e a ação do homem sobre ele? Isso aconteceu porque diversas alterações no planeta causadas pelo homem tiveram como consequência a degradação da natureza, e com isso surgiram novas preocupações. Entre elas, podemos citar as mudanças climáticas e os riscos socioambientais decorrentes dessa degradação, tornando imprescindível o avanço das urgentes e necessárias transformações relacionadas à busca pela sustentabilidade e à sobrevivência sadia da humanidade, evidenciando a necessidade de um novo paradigma econômico e civilizatório. Esse paradigma emergente requer não apenas um marco regulatório, mas também o envolvimento da comunidade e das instituições de ensino. Isso CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 porque a transversalidade da Educação Ambiental não se limita ao “meio ambiente”, mas engloba questões como a erradicação da miséria, justiça social e ambiental, qualidade de vida e outros que justificam uma atitude crítica e a busca da transformação do atual modelo de desenvolvimento econômico-social. Partindo dessa premissa, após amplos debates iniciados no Conselho Nacional de Educação em 2007, com a participação de representantes das instituições de ensino, da sociedade civil e de diferentes instâncias governamentais, foram aprovadas, por meio da Resolução CNE/MEC n.02 de 15/06/2012, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. A assinatura do documento foi realizada na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O Sistema de Ensino nos âmbitos municipais, estaduais e federais deve orientar o desenvolvimento da EA em conformidade com essa diretriz. Para saber mais sobre a conferência, acesse o site oficial: www.rio20.gov.br/ A inserção da Educação Ambiental na Legislação Brasileira Santos (2000, s/p.) fez um levantamento sobre a Educação Ambiental nas políticas públicas, e constatou que: “Em termos jurídicos, vemos que no Brasil o parágrafo 1º, VI, do art. 255 da Constituição Federal, determina ao Poder Público a promoção da Educação Ambiental (EA) em todos os níveis de ensino. Mas, apesar desta previsão constitucional, bem como o fato da EA já ser reconhecida mundialmente como ciência educacional e também recomendada pela UNESCO e a Agenda 21, pouco era feito no Brasil para a sua implantação concreta no ensino. O que existia era fruto dos esforços de alguns abnegados professores e educadores, não havendo a atenção que merece o tema pelo Poder Público e as entidades particulares de ensino”. A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, no inciso X do artigo 2º, já orientava a inserção da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, objetivando capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 O Parecer 819/85, do Ministério de Educação e Cultura (MEC), reforçou a inclusão de conteúdos ecológicos no antigo ensino de 1º e 2º graus (hoje ensino fundamental e médio), indicando a necessidade de integração com todas as áreas do conhecimento e do desenvolvimento da consciência ecológica para a formação cidadã. A Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), prevê que: Na formação básica do cidadão seja assegurada a compreensão do ambiente natural e social; Os currículos do Ensino Fundamental e Médio devem abranger o conhecimento do mundo físico e natural; A Educação Superior deve desenvolver o entendimento do ser humano e do meio em que vive; A Educação tem, como uma de suas finalidades, a preparação para o exercício da cidadania. Para possibilitar o avanço dessa prática, percebeu-se que era preciso criar outras ferramentas jurídicas. E foi com a publicação da Lei 9.795/99, que dispõe sobre a EA, e que institui a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e dá outras providências, é que essa área do conhecimento e prática educativa ganhou mais força. A Lei define juridicamente a EA, no art. 1º: “O processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (Lei 9.795/99, art. 1º). E no art. 5º define seus objetivos fundamentais como, por exemplo: “O desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos, bem como o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 ambiental como o valor inseparável do exercício da cidadania” (Lei 9.795/99, art. 5º). Importante ressaltar nessa política o reconhecimento da EA como componente essencial e permanente da educação nacional, distinguindo juntamente com o seu caráter formal o caráter não formal, ou seja, a educação ambiental que ocorre fora do ambiente escolar e que já vinha sendo praticada por educadores e outras pessoas das mais variadas áreas de atividades, assim como diversas instituições, empresas, organizações não governamentais, obrigando o poder público em todas as suas esferas a incentivar e contribuir para o fortalecimento e efetivação da EA. Confira a lei na íntegra no site do Planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm Em conformidade com essa lei e os dispositivos constantes na Constituição Federal, a resolução nº. 2 de 15 de junho de 2012 do Ministério da Educação estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (DCNEA), com o objetivo de estimular a reflexão crítica e orientar os cursos superiores e sistemas educativos na formulação, execução e avaliação de seus projetos institucionais e pedagógicos. Os projetos deverão ser construídos respeitando-se os seguintes princípios da EA: I – Totalidade como categoria de análise fundamental em formação, análises, estudos e produção de conhecimento sobre o meio ambiente; II – Interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque humanista, democrático e participativo; III – Pluralismo de ideias e concepções pedagógicas; IV – Vinculação entre ética, educação, trabalho e práticas sociais na garantia de continuidade dos estudos e da qualidade social da educação; V – Articulação na abordagem de uma perspectiva crítica e transformadora dos desafios ambientais a serem enfrentados pelas atuais e futuras gerações, nas dimensões locais, regionais, nacionais e globais; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 VI – Respeito à pluralidade e à diversidade, sejaindividual, coletiva, étnica, racial, social e cultural, disseminando os direitos de existência e permanência e o valor da multiculturalidade e plurietnicidade do país e do desenvolvimento da cidadania planetária. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Ambiental (BRASIL, 2012, p.71), especificamente o art. 8º, destaca-se: “A Educação Ambiental, respeitando a autonomia da dinâmica escolar e acadêmica, deve ser desenvolvida como uma prática educativa integrada e interdisciplinar, contínua e permanente em todas as fases, etapas, níveis e modalidades, não devendo, como regra, ser implantada como disciplina ou componente curricular específico”. E o art. 11º diz: “a dimensão socioambiental deve constar dos currículos de formação inicial e continuada dos profissionais da educação, considerando a consciência e o respeito à diversidade multiétnica e multicultural do País”. Podemos afirmar que essa legislação foi um avanço, não apenas por estabelecer parâmetros, mas também por promover o reconhecimento do papel transformador e emancipatório da Educação Ambiental. Diante do atual contexto nacional e mundial no qual a preocupação com o desequilíbrio ambiental, a extinção de espécies, as mudanças climáticas locais e globais tornam-se latentes, é imprescindível alfabetizarmos ambientalmente os alunos. Confira a resolução na íntegra a seguir: http://conferenciainfanto.mec.gov.br/images/pdf/diretrizes.pdf A DCNEA representa a síntese de longos debates travados por uma larga comunidade de profissionais, abordando algumas questões fundamentais, entre as quais se destacam a formação de professores, a ética ambiental e os conteúdos curriculares, envolvendo tanto os aspectos operacionais, como a interligação obrigatória entre ensino, pesquisa e extensão, quanto os aspectos da formação humana do educando. Com a exigência legal da inserção obrigatória da Educação Ambiental nos currículos e processos educativos por meio da PNEA e das DCNEA, abrem-se CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 novas perspectivas para a consolidação de práticas voltadas para o cuidado com o meio ambiente e com as suas diferentes formas de vida. Podemos concluir que somente por meio de uma práxis pedagógica inovadora e transformadora é possível formar uma geração mais sensível, comprometida e crítica no que se refere às questões ambientais e socioambientais. Consulte o material on-line e saiba o que a professora tem a dizer sobre o papel da educação ambiental na educação e a importância do apoio da legislação vigente! Educação Ambiental Formal A Educação Ambiental é classificada de acordo com suas modalidades, representadas na figura a seguir: Modalidades da Educação Ambiental. Fonte: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/meioambiente/0049.html CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Discutiremos agora uma dessas modalidades: a Educação Ambiental Formal, desenvolvida nas instituições de ensino, metodicamente organizada, orientada por um currículo e regida por regras e leis. Diante de um mundo globalizado, a educação tem o dever de preparar o ser humano para o desenvolvimento de suas atividades no decorrer da vida. Nesse sentido, faz-se necessário uma educação contínua, a fim de dar suporte aos aspectos econômicos, sociais, científicos e tecnológicos que englobam as necessidades do indivíduo e seu papel como cidadão. Portanto, não basta que as pessoas acumulem no começo da vida uma quantidade de conhecimentos, mas que aproveitem todas as oportunidades para atualizar, aprofundar e enriquecer sua bagagem de conhecimento, procurando compreender o mundo em constantes mudanças. É preciso conhecer para aprender e usar o que se aprende para conquistar autonomia e melhor qualidade de vida para si e para o outro. Essa concepção de educação está inserida no relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI encaminhado à UNESCO. Consulte-o na íntegra: unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf O crescimento acelerado e desordenado das cidades brasileiras gerou uma crescente degradação das condições de vida, o que impõe uma reflexão necessária e o enfrentamento de desafios para mudar as formas de pensar e agir em torno dos problemas emergentes. Segundo Brasil (2021), diante dessa realidade a escola é um espaço privilegiado à formação de cidadãos com uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; à construção de conhecimentos, ao desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores sociais, ao cuidado com a comunidade de vida, a justiça e a equidade socioambiental e a proteção do meio ambiente natural e construído. Vamos falar agora sobre a inserção da Educação Ambiental no ensino formal, lembrando que a Política Nacional de Educação Ambiental diferencia em CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 seu capítulo II, nas seções II e III, a EA formal da EA não formal. Estabelece que a Educação Ambiental formal se refere àquela desenvolvida nos ambientes escolares, públicos e privados do país englobando educação básica e superior, considerando-se as diferentes modalidades de ensino. A Lei 9.795/1999 considera que a EA se refere aos processos por meio dos quais os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos e atitudes que se voltem para a conservação do meio ambiente considerado em sua totalidade, englobando aspectos naturais, sociais, políticos, econômicos e culturais; Entre os princípios básicos da EA estão o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo, o incentivo à participação individual e coletiva, a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais e a construção de consciência crítica sobre a problemática ambiental e social. Ainda de acordo com a mesma lei em seu art. 9°, entende-se por Educação Ambiental na educação escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privada, englobando: I – Educação básica: a) Educação infantil; b) Ensino fundamental; c) Ensino médio; II – Educação superior; III – Educação especial; IV – Educação profissional; V – Educação de jovens e adultos. Outro importante documento e uma grande conquista em termos socioambientais são as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (DCNEA/2012), pois orienta especificamente a EA no ensino formal, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 com visão crítica e enfatizando que as práticas escolares não se reduzam a atividades que não permitem mudanças socioambientais. Para isso, assume a necessidade do trabalho da EA articulada em todas as suas dimensões: natural, social, política, econômica e cultural, enfatizando a formação de cidadãos capazes de realizar mudanças no meio em que vive (BRASIL, 2012). As DCNEA em seu Art. 2º estabelecem a EA nos seguintes termos: “A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental”. E no Art. 6º: “A Educação Ambiental deve adotar uma abordagem que considere a interface entre a natureza, a sociocultural, a produção, o trabalho, o consumo, superando a visão despolitizada, acrítica, ingênua e naturalista ainda muito presente na prática pedagógica das instituições de ensino”. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a EA visam ainda fazer com que a EA integre os currículos de educação básica e superior transversalmente, mediante temas relacionados com o meio ambiente e a sustentabilidade socioambiental; como conteúdo doscomponentes já constantes do currículo ou pela combinação de transversalidade e de tratamento nos componentes curriculares (BRASIL, 2012). Segundo Lima, a escola é um espaço privilegiado para estabelecer conexões e informações como uma das possibilidades para criar condições e alternativas que estimulem os alunos a adotarem concepções e posturas cidadãs, cientes de suas responsabilidades e, principalmente, se perceberem como integrantes do meio ambiente. A educação formal contínua é um espaço importante para o desenvolvimento de valores e atitudes comprometidas com a sustentabilidade ecológica e social. Como foi dito anteriormente, no ensino formal a educação ambiental é especificada e desenvolvida nos currículos das instituições públicas e privadas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 vinculadas aos sistemas federais, estaduais e municipais de ensino. É um componente integrante, essencial e permanente da Educação Nacional, devendo estar presente, de forma articulada, nos níveis e modalidades da Educação Básica e da Educação Superior, para isso devendo as instituições de ensino promovê-la integradamente nos seus projetos institucionais e pedagógicos. Deve ser desenvolvida respeitando a autonomia da dinâmica escolar e acadêmica, como uma prática educativa integrada e interdisciplinar, contínua e permanente em todas as fases, etapas, níveis e modalidades, não devendo, como regra, ser implantada como disciplina ou componente curricular específico. Atualmente, vários setores da sociedade se esforçam para mudar a concepção do ser humano e da sociedade em relação ao meio ambiente, tendo como foco a Educação Ambiental formal, a qual poderá contribuir na formação de cidadãos verdadeiramente ativos, participativos e conscientes na sociedade, garantindo a sobrevivência do ser humano nas próximas décadas. Como reflexão adicional, fique com a poesia de José Bonifácio de Andrada e Silva que já em 1815 alertava a humanidade sobre a importância de se pensar o todo e ver o homem como parte da natureza, não superior a ela. “Não pode haver navegação sem rios, Não pode haver rios sem fontes, Não há fontes sem floresta, Não há fontes sem chuvas Não há chuvas sem humanidade Não há humanidade sem florestas. ” José Bonifácio de Andrada e Silva, 1815 José Bonifácio, além de patrono da Independência do Brasil, é também considerado o primeiro socioambientalista de nossa história. Para saber mais sobre ele, assista ao vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=OB7hMXAAk94 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Para agregar ainda mais valor à discussão, consulte no material on-line o vídeo da professora sobre a educação ambiental formal! Educação Ambiental Não Formal Vamos agora explicar os objetivos da Educação Ambiental na modalidade não formal, que compreende ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e sua organização e participação na defesa da qualidade do ambiente. Quando se fala em educação não formal, é quase impossível evitar comparações com a educação formal, porém vamos atentar para a definição de Gohn (2006, p. 28): “A educação não formal é aquela que se aprende no mundo da vida, via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços e ações coletivas cotidianas”. Ou seja, os processos de sensibilização que ocorrem no âmbito das comunidades. A finalidade da EA não formal é proporcionar conhecimento sobre o mundo que envolve os indivíduos e suas relações sociais. Esse tipo de educação surge dos interesses e necessidades das pessoas de cada grupo e, quando visa a justiça social, “fortalece o exercício da cidadania” (GOHN, 2006 p. 29). Nesse âmbito é papel do poder público, em níveis federal, estadual e municipal, incentivar: A difusão nos meios de comunicação de massa de informações acerca de temas relacionados ao ambiente; A ampla participação da escola, da universidade e de organizações não governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não formal; A participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não governamentais; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 A sensibilização da sociedade sobre a importância das unidades de conservação, das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação, dos agricultores; O ecoturismo. Para execução de Programas relacionados à Educação Ambiental não formal e tornar a prática mais efetiva é necessário seguir alguns fundamentos e princípios. Primeiramente, deve-se considerar a oportunidade de participação dos envolvidos, o que permite o questionamento, a proposição de ações e construção de soluções para a conquista dos objetivos que se pretende alcançar. Muitas vezes, a oposição a um determinado programa decorre principalmente da falta de informações do público-alvo sobre seus objetivos e funcionamento. As práticas em Educação Ambiental devem sempre considerar a realidade local, envolvendo toda a sua perspectiva histórica, que evidencia os aspectos culturais e sociais do público-alvo, além de possibilitar que a situação futura, ou seja, a situação desejada seja condizente com os anseios e as possibilidades dos envolvidos. Deve também assegurar o respeito às diversas formas de vida e expressão da cultura, estimulando o convívio entre todos os envolvidos, a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos, usando estratégias democráticas e de interação. A EA deve considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, tanto seus aspectos naturais quanto os criados pelo homem – tecnológicos, sociais, econômicos, políticos, históricos, culturais, morais e estéticos – possibilitando a ação integrada de diferentes perspectivas. A criação e o desenvolvimento de um Programa de Educação Ambiental não formal pode ser elaborado utilizando diferentes métodos, visto que não há uma metodologia única, nem um modelo rígido a seguir. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Podem-se utilizar diversos ambientes educativos, como museus, centros de ciências, planetários, zoológicos, parques, exposições, etc. São espaços que a escola pode utilizar para trabalhar os conteúdos previstos no currículo e ainda uma ampla gama de atividades práticas, transmitir e socializar conhecimentos. Dessa forma, os participantes podem ter acesso ao conhecimento científico de forma mais compreensível. Sendo uma dimensão da educação, a Educação Ambiental é um processo educativo que visa formar cidadãos éticos nas suas relações com a natureza e com a sociedade, contribuindo para que o indivíduo seja parte atuante na última, aprendendo a agir individual e coletivamente na busca de soluções para os diversos problemas enfrentados atualmente. O indivíduo é levado a uma reflexão de seus comportamentos e valores pela aquisição de conhecimentos, compromisso e responsabilidade com a natureza e com as gerações futuras. Esse papel educacional tem sido cumprido pela EA não formal, realizada pelas ONGs, organizações de cidadãos, associações de moradores e trabalhos voluntários. Segundo Sorrentino (1991), a Educação Ambiental não formal também capacita e incentiva o indivíduo a acreditar em si próprio e no fazer coletivo, tornando mais fácil o diálogo entre a sociedade civil, o Estado e as empresas, possibilitando a construção de uma ação social que privilegia a diluição do poder, a potencialização do indivíduo e do pequeno grupo e a proteção, recuperação e melhoria da qualidade do ambiente e da vida. Finalizamos esse tópico com a definição de Vieira (2005, p.21): Assim, a Educação Ambiental não formal pode ser definida como a que proporciona a aprendizagem de conteúdos da escolarização formal em espaços como museus, centros de ciências, ou qualquer outro em que as atividades sejam desenvolvidas de forma bem direcionada, com um objetivo definido”. Diante da necessidade de soluções para os graves problemas socioambientais que afetam o planeta, é imprescindível integrar a EA em todos os níveis e modalidades da educação, em conformidade com atual legislação CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 brasileira, e com os documentos internacionais originados nos eventos de EA. Nesse sentido a EA não formal se torna instrumento fundamental para se alcançar um mundo sustentável. Leia o artigo “Unidades de Conservação e processos em Educação Ambiental”, que traz um estudo de caso sobre a aplicação da EA em três unidades de conservação ambiental: http://www.sbecotur.org.br/revbea/index.php/revbea/article/view/4608 A professora também dá o seu parecer sobre a educação não formal no material on-line! Consulte-o e reforce seus estudos. Educação Ambiental Informal Agora, discutiremos e refletiremos sobre a Educação Ambiental informal, aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização – na família, bairro, clube, amigos, etc., carregada de valores e cultura própria, de pertencimento e sentimentos herdados. Possui como objetivo a formação integral do ser humano, tornando sua atuação consciente e ética, possibilitando que as iniciativas de desenvolvimento local se fortaleçam no caminho para a sustentabilidade. A educação informal consiste, assim, em uma educação que se dirige ao grande público, ou à sociedade, através dos meios de comunicação convencionais. É uma educação não planificada que se produz no processo de socialização em relação ao ambiente concreto, incluindo as relações cotidianas que se estabelecem entre vizinhos, familiares, companheiros de trabalho, amigos, etc. Sua importância está relacionada ao seu efeito multiplicador e conscientizador, posto que cada destinatário é, por sua vez, um promotor potencial da interação social cotidiana. Ela se presta à difusão de informações ou ao esforço de programas institucionais no âmbito da política, da educação e da cultura ambiental. Entre as ações, podemos citar pesquisas, campanhas de opinião pública, articulações políticas com entidades ambientais e comemorações de datas e eventos sobre o meio ambiente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 A educação ambiental informal pode ser veiculada por meios de comunicação de massa, mas atinge os indivíduos de forma particular: “...é um processo que não está em formato de curso mas pode, dentro de um conjunto de apresentações distintas, induzir à assimilação de comportamentos e novas atitudes (Rosa et al., 2001, p.28) ”. Esse processo visa desenvolver senso crítico, valorizando o saber popular, as falas e as faixas etárias a serem atingidas pela mídia, facilitando a construção de um saber ambiental. Diante dos grandes problemas ambientais atuais e da necessidade de conscientizar os indivíduos para que se tornem atores atuantes e participativos na resolução desses problemas, as iniciativas de EA informal tornam-se uma importante ferramenta, capaz de atingir diferentes públicos de diferentes maneiras. O processo desencadeado pela Educação Ambiental informal contempla a comunidade como um todo. Ela representa papel importante na conscientização, sensibilização e mudança de hábitos e atitudes do indivíduo, pois, geralmente, atua com campanhas populares, muitas vezes amadoras, que têm como objetivos a geração de uma nova consciência em relação aos problemas ambientais e a consequente sensibilização e mudança de comportamentos voltados para a preservação dos recursos naturais, prevenção de riscos de acidentes ambientais e correção de processos degenerativos da qualidade de vida na terra. A EA informal envolve a comunidade com atividades educacionais em defesa do meio ambiente, propiciando melhor qualidade de vida e ampliando a conscientização pública sobre as questões ambientais através dos meios de comunicação de massa: jornais, revistas, encartes, rádios e televisão, Internet, bancos de dados ambientais, bibliotecas, videotecas e filmotecas especializadas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Incluem-se ainda, entre outros: livretos, cartazes, banners, folders, boletins e informativos destinados à sensibilização e conscientização sobre as questões ambientais. Algumas formas de manifestação e de expressão humana também devem ser contempladas em atividades de EA: canções, poemas, poesias, contos, esculturas, pinturas, brincadeiras infantis, dentre outras. Não necessariamente se constituem em objeto da pedagogia ambiental no seu sentido usual, mas são valiosos enquanto instrumentos de sensibilização, por exprimirem as percepções das pessoas em relação ao meio ambiente através dos sentimentos e emoções. Um interessante exemplo de educação informal aplicada à EA está no artigo a seguir, que traz o estudo de caso de um programa de rádio voltado à conscientização ambiental no cotidiano: http://intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2011/resumos/R28-0330- 1.pdf A EA e os pilares da Educação para o século XXI Acredita-se que as três modalidades de educação podem contribuir para o desenvolvimento dos quatro pilares propostos no relatório para a UNESCO sobre Educação para o século XXI: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Fonte: Própria autora Aprender a conhecer: diz respeito a compreender como se dá o conhecimento. Ao participar de um projeto ou estudo, o indivíduo estará interagindo com o ambiente e consequentemente aguçando a curiosidade em relação a ele. Aprender a fazer: diz respeito ao agir humano, como colocar em prática o conhecimento. A educação não formal e a informal podem ajudar o indivíduo na apreensão dos conceitos, mas é preciso ir além, problematizando e adquirindo competências para tornar a pessoa apta a enfrentar diferentes situações, trabalhar em equipe e encontrar soluções para determinadas situações que possam surgir. Aprender a conviver: esse é o grande desafio da educação. As três modalidades contribuirão para isso, pois os indivíduos poderão trabalhar em grupo, facilitando o aprendizado, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências – realizar projetos comuns e preparar-se para gerenciar conflitos – no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz. Aprender a conhecer Aprender a fazer Aprender a conviver Aprender a ser CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Aprender a ser: diz respeito a preparar o ser humano para ser autônomo, independente, desenvolver sua personalidade e ter condições de agir com uma capacidade cada vez maior de discernimento e responsabilidade pessoal, interagindo criticamente no mundo de forma a transformá-lo para melhor. A educação não formal e a informal podem contribuir para esse intuito. À medida que a pessoa interage com o ambiente e com seus pares, adquire autonomia. A Educação Ambiental deve ser efetuada de forma contínua e permanente, seja em caráter formal, não formal ou informal, envolvendo todos os alunos e comunidades, no ambiente escolar ou fora dele, contribuindo assim para a formação de multiplicadores e de cidadãos conscientes e responsáveis social e politicamente, engajados para a formação de uma sociedade realmente democrática e crítica. É importante lembrar que a classificação das modalidades não tem apenas uma razão teórica. Visto que o exercício da cidadania, o respeito à diversidade, a justiça social e ambiental e a qualidade de vida são aspectos essenciaisà Educação Ambiental, fazemos a distinção das suas modalidades para diferenciar onde ela será realizada, se está limitada a um ambiente de ensino formal ou ultrapassa essa fronteira. Por fim, não deixe de conferir o vídeo da professora sobre esse tópico acessando o material on-line! Síntese Assim terminamos nosso primeiro tema, no qual entendemos a importância de se enxergar a sociedade e o meio ambiente através da visão sistêmica. Analisamos também a legislação que fundamenta os princípios da Educação Ambiental (EA) no Brasil e as três modalidades de ensino ambiental: formal, informal e não formal. A professora dá seu parecer final no vídeo disponível no material on-line! Não deixe de consultar para revisar os pontos estudados e esclarecer eventuais dúvidas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Referências BRASIL. Ministério de Educação e Cultura (MEC). Educação Ambiental Legal. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/ealegal.pdf> Acesso em: 21/12/2015. BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm> Acesso em: 21/12/2015. BRASIL. Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA: documento básico. Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental; Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental. 4ªed. Brasília, 2014. BRASIL. RESOLUÇÃO Nº 2, DE 15 DE JUNHO DE 2012, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. DOU nº 116, Seção 1, págs. 70-71 de 18/06/2012. BRANCO, S. Educação Ambiental: metodologia e prática de ensino. Rio de Janeiro: Dunya, 2003. BÚRIGO, C. C. D. Reflexões sobre Introdução ao pensamento complexo de Edgar Morin. Disponível em <http://www.uniararas.br/revistacientifica/_documentos/art.4-001-2013.pdf> Acesso em: 20/12/2015. CAPRA, F. A teia da vida: uma nova concepção científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 2006. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 CÓRDULA, E. B.L. Educação socioambiental na escola. Cabedelo: EBLC, 2012. FÁVERO, O. Educação Não Formal: contextos, percursos e sujeitos. Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 614-617, maio/ago. 2007. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br> Acesso em: 21/12/2015. GOHN, M. G. Educação não formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol. pub. Educ., Rio de Janeiro, v. 14, n. 50, p. 27-38, jan. / mar. 2006. LEFF, E. Epistemologia ambiental. 4ªed. São Paulo: Cortez, 2007. MORIN, E. O método: a natureza da natureza. 3ªed. Portugal: Publicações Europa-América Ltda, 1977. MORIN, E. 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Isso significa que as condições que levam à degradação ambiental têm causas econômicas e políticas: sua gênese está ligada às relações sociais que se firmam entre os seres humanos a partir da maneira como se distribuem os meios de produção”. Com base no texto, marque a alternativa incorreta quanto ao papel da educação ambiental e de acordo com a abordagem crítica: a. É um processo permanente, no qual indivíduos e comunidades tomam consciência das questões relativas ao ambiente e adquirem conhecimentos. b. Valores e atitudes que possam torná-los aptos a agir, individual e coletivamente, no sentido de buscar transformar as causas estruturais da crise ambiental. c. É um processo fragmentado, intermitente e descomprometido em relação aos problemas ambientais. d. Emancipatória, que vai além de “ensinar” bons comportamentos em relação à natureza e ao meio ambiente. e. É uma educação ambiental comprometida com as mudanças de valores e a transformação da sociedade. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 27 O art. 2º, da Resolução CNE/CP nº 2, de 15 de junho de 2012, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, preconiza que a Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos [...]. Nesse contexto, qual a finalidade da Educação Ambiental? a. Torná-la plena de prática educacional e de ética fiscal. b. Torná-la parcial de prática ambiental e de ética social. c. Torná-la plena de prática educacional e de ética social. d. Torná-la plena de prática social e de ética ambiental. e. Torná-la parcial de prática ambiental e de ética educacional. A Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo. Analise as afirmativas relacionadas à Educação Ambiental formal e marque a opção correta. I. Educação Ambiental na educação escolar, desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas. II. Desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. III. A educação ambiental deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 28 IV. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. a. I, II e III. b. I, II, III e IV. c. I, III e IV. d. II, III e IV. e. I, II e IV, apenas. Entende-se por educação ambiental não formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e a sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente. Das opções a seguir e de acordo com a Lei nº 9.795,de 27 de abril de 1999, qual alternativa representa uma ação ou prática de educação ambiental não formal? a. Semiologia. b. Agroecologia. c. Naturismo. d. Ecoturismo. e. Zoneamento ecológico. A Educação Ambiental informal é um processo pelo qual o indivíduo adquire e acumula conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos através das suas experiências diárias e sua relação com o meio ambiente, por meio de vários instrumentos. Assinale a alternativa CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 29 que não está de acordo com a forma e local que a EA informal deverá ser realizada: a. Jornais e revistas. b. Conversas com familiares e amigos. c. Rádio e televisão. d. Escolas e universidades. e. Encartes e propagandas. Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line!
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