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Educação ambiental 1

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
Projeto Pós-graduação 
Curso Educação Ambiental e Sustentabilidade 
Disciplina Educação Ambiental e Interdisciplinaridade 
Tema Sociedade e Meio Ambiente 
Professor Fernanda Ferreira Borges de Oliveira 
Introdução 
Neste tema, discutiremos e entenderemos como a sociedade se relaciona 
com o meio ambiente, através de vários aspectos. Iniciaremos com algumas 
reflexões: 
Como é o mundo em que vivemos? Quais são os elementos que formam 
esse cenário e como interagimos com ele? 
É importante neste momento refletirmos não só sobre nossas atitudes e 
comportamentos diante dos problemas ambientais, mas possibilitar a discussão 
crítica dos problemas e conflitos socioambientais, identificar suas causas, 
consequências e alternativas. 
Além disso, é preciso construir novos valores e atitudes diante desses 
novos desafios, possibilitando a compreensão dos problemas e conflitos 
ambientais numa perspectiva integral, envolvendo as dimensões econômicas, 
sociais, políticas, ideológicas, culturais e ecológicas. 
Sociedade e Meio Ambiente 
A crise dos paradigmas 
A ciência, ao longo do tempo, nos forneceu uma visão fragmentada do 
mundo: se por um lado trouxe a contribuição benéfica relacionada a grandes 
descobertas científicas, como a cura de diversas doenças e o avanço 
tecnológico, por outro, há os aspectos nocivos decorrentes do manuseio 
distorcido das descobertas, como por exemplo, o comprometimento da 
biodiversidade do planeta e a consolidação de uma prática social 
descomprometida com a preservação do patrimônio cultural da humanidade. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
 Ao lado da conquista de novos mundos, novos conhecimentos e novos 
horizontes, há também o imediatismo, a glorificação das novidades e a dispensa 
e desclassificação de tradições milenares. 
 A partir dessa síntese sobre o paradoxo do conhecimento científico, 
podemos destacar alguns pontos importantes: 
 A ciência tem produzido uma visão fragmentada dos fenômenos que 
estuda; 
 Ela se distanciou da prática social, dos valores, da sensibilidade e da 
ética, o que explica, em parte, o paradoxo eficácia-ineficácia que a 
caracteriza. 
É importante começarmos a responder as perguntas feitas inicialmente, 
nos situarmos no tempo e assumirmos a crise socioambiental da atualidade, 
reconhecendo os limites da nossa forma de vida no mundo, deixando o 
individualismo, o egoísmo e a competitividade de lado para compreender a 
interligação com todos os seres vivos que constituem essa imensa teia na qual 
todos nos movemos. 
Você já deve ter ouvido o termo crise ambiental, mas tem uma sólida 
ideia do que isso significa? É sobre isso que falaremos a seguir. 
Para mais embasamento sobre a chamada “crise ambiental” atual, 
convém ler o artigo de Eduardo L. Krüger a seguir: 
http://revistas.utfpr.edu.br/pb/index.php/revedutec-ct/article/view/1069 
A palavra “crise” traz uma instintiva conotação pejorativa, mas não 
necessariamente impacta apenas de maneira negativa na sociedade. Sobre 
isso, Búrigo nos explica: 
“As crises são elementos essenciais na constituição do pensamento 
complexo, pois exigem novas estratégias, novas ações para novas 
saídas de um sistema, já falido. É um eterno repensar, reflexionar com 
e no meio em que o sujeito está inserido, pois não há certezas, nem 
verdades. ” (BÚRIGO, 2001, p. 5). 
 
Pensando dessa forma, o reconhecimento dos saberes ambientais e, 
consequentemente, da crise ambiental, faz parte da construção de um novo 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
paradigma, que considera a intervenção humana na sociedade, na natureza e 
na subjetividade, onde o pensamento mecanicista dá lugar ao pensamento 
sistêmico. 
 Vale ressaltar que: 
 “Na abordagem sistêmica, as propriedades das partes podem ser 
entendidas apenas a partir da organização do todo [...] O pensamento 
sistêmico é “contextual”, o que é oposto ao pensamento analítico. A 
análise significa isolar alguma coisa a fim de entendê-la; o pensamento 
sistêmico significa colocá-la no contexto de um todo mais amplo” 
(CAPRA, 2006, p.41). 
 
Pensando nessa crise socioambiental em que vivemos, é fundamental 
caracterizar que ambiente é esse do qual estamos falando: acredita-se que não 
há ambiente separado do social e de tudo que isso implica. 
Assim, o ambiente é totalidade e, portanto, envolve não só os recursos 
naturais, como também a política, a cultura, a religião, a ciência, enfim, todas as 
dimensões de nossa existência. 
Nessa perspectiva: 
“O grande desafio socioambiental hoje é, portanto, romper com a ideia 
de um pensamento único e unidimensional, orientado rumo a um 
“progresso sem limites”, que vem reduzindo, sufocando e 
superexplorando a natureza. E para isso não basta se firmarem 
acordos e convenções, que depois de colocados em prática vão ser 
regidos por essa mesma racionalidade instrumental e econômica que 
hoje questionamos, mas sim ir legitimando outras formas de 
compreensão da vida e da complexidade do mundo e uma nova ética 
da práxis no mundo. ” (Leff, 2007, p. 9) 
 
No cenário de crise social e ambiental surge a ressignificação de 
paradigmas que envolvem o entendimento dos processos de reprodução social, 
através de embates ideológicos ou para resistência crítica em favor de 
mecanismos de transformação e emancipação, na construção de relações 
sociais humanamente desejáveis e ecologicamente prudentes. 
O surgimento de um paradigma emergente é concebido por meio da 
relação entre o conhecimento científico e o conhecimento social. Essa é uma 
tendência em total consonância com o papel da Educação Ambiental crítica no 
reconhecimento de novos saberes ambientais, pautados por uma ética de 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
responsabilidade voltada à sustentabilidade socioambiental, envolvendo a 
preocupação ética com a vida e o futuro do planeta. 
O período atual emerge como Era pós-moderna, sendo marcado pela 
imprevisibilidade, rapidez, realidade virtual e linguagem imagética. Morin (1977) 
convida-nos a pensar a complexidade desse tempo e confere-lhe uma 
característica nova: é necessário juntar, unir o que esteve separado e fazer uma 
leitura multidimensional para analisar os contextos das complexas realidades. 
Nesse cenário, um processo educativo comprometido com a 
sustentabilidade e a efetiva participação pode formar pessoas capazes de 
entender e de conduzir bem essa transição. 
Nesse contexto insere-se a Educação Ambiental emancipatória e 
transformadora, compreendida como processos de formação de sujeitos ativos 
e engajados na sociedade que buscam soluções viáveis para os problemas 
ambientais, os quais afetam em maior ou menor intensidade a todos nós. 
Para embasar suas reflexões sobre esse assunto, recomendamos os 
seguintes artigos: 
Ecologia política, justiça e educação ambiental crítica: perspectivas de 
aliança contra-hegemônica 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-
77462013000100004 
Crise ambiental: adaptar ou transformar? As diferentes concepções de 
educação ambiental diante deste dilema 
http://www.ufjf.br/revistaedufoco/files/2011/10/Artigo-02-14.2.pdf 
Durante muito tempo acreditou-se que era possível controlar, através da 
tecnologia, a poluição e a destruição, como se o homem pudesse destruir e 
consertar o ambiente, criá-lo e recriá-lo infinitamente. 
Junto com o mecanicismo, na ciência e na vida, há também o predomínio 
da visão antropocêntrica, ou seja, o homem vem em primeiro lugar. Ele, então, 
modifica o clima, a vegetação, o relevo, enfim, tudo o que está a sua volta para 
dessa forma conseguir extrair mais riquezas. 
 
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5 
Nessa lógica a vida não é vista como processo, mas como fenômenos 
separados, compartimentados, sendo possível separar as váriasesferas do 
conhecimento, como se elas nunca se relacionassem. 
Como mudar este cenário? 
Pensando e problematizando as relações de complementariedade e 
antagonismo que se estabelecem a um só tempo entre ambas. Isso é o que 
permitirá a emergência de uma consciência coletiva comprometida com a 
transformação e a constituição de relações de respeito e solidariedade, ou seja, 
pertencimento. 
Para isso, é fundamental resgatar a relação entre homem e natureza. 
Reflita a respeito! 
No material on-line, a professora discorre mais a fundo sobre esses 
importantes conceitos e reflexões. Não deixe de acessar! 
Educação Ambiental e o Sistema Educacional 
Discutiremos as implicações da inserção da Educação Ambiental na 
legislação brasileira, principalmente nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação Ambiental. 
Primeiramente, de onde surgiu a necessidade da normalização de uma 
disciplina especificamente focada no meio ambiente e a ação do homem sobre 
ele? 
Isso aconteceu porque diversas alterações no planeta causadas pelo 
homem tiveram como consequência a degradação da natureza, e com isso 
surgiram novas preocupações. 
Entre elas, podemos citar as mudanças climáticas e os riscos 
socioambientais decorrentes dessa degradação, tornando imprescindível o 
avanço das urgentes e necessárias transformações relacionadas à busca pela 
sustentabilidade e à sobrevivência sadia da humanidade, evidenciando a 
necessidade de um novo paradigma econômico e civilizatório. 
Esse paradigma emergente requer não apenas um marco regulatório, 
mas também o envolvimento da comunidade e das instituições de ensino. Isso 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
porque a transversalidade da Educação Ambiental não se limita ao “meio 
ambiente”, mas engloba questões como a erradicação da miséria, justiça social 
e ambiental, qualidade de vida e outros que justificam uma atitude crítica e a 
busca da transformação do atual modelo de desenvolvimento econômico-social. 
Partindo dessa premissa, após amplos debates iniciados no Conselho 
Nacional de Educação em 2007, com a participação de representantes das 
instituições de ensino, da sociedade civil e de diferentes instâncias 
governamentais, foram aprovadas, por meio da Resolução CNE/MEC n.02 de 
15/06/2012, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. 
A assinatura do documento foi realizada na Conferência das Nações 
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O Sistema de Ensino nos 
âmbitos municipais, estaduais e federais deve orientar o desenvolvimento da EA 
em conformidade com essa diretriz. 
Para saber mais sobre a conferência, acesse o site oficial: 
www.rio20.gov.br/ 
A inserção da Educação Ambiental na Legislação Brasileira 
Santos (2000, s/p.) fez um levantamento sobre a Educação Ambiental nas 
políticas públicas, e constatou que: 
“Em termos jurídicos, vemos que no Brasil o parágrafo 1º, VI, do art. 
255 da Constituição Federal, determina ao Poder Público a promoção 
da Educação Ambiental (EA) em todos os níveis de ensino. Mas, 
apesar desta previsão constitucional, bem como o fato da EA já ser 
reconhecida mundialmente como ciência educacional e também 
recomendada pela UNESCO e a Agenda 21, pouco era feito no Brasil 
para a sua implantação concreta no ensino. O que existia era fruto dos 
esforços de alguns abnegados professores e educadores, não 
havendo a atenção que merece o tema pelo Poder Público e as 
entidades particulares de ensino”. 
 
A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente, no inciso X do artigo 2º, já orientava a inserção da 
Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, objetivando capacitá-la para 
a participação ativa na defesa do meio ambiente. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
O Parecer 819/85, do Ministério de Educação e Cultura (MEC), reforçou 
a inclusão de conteúdos ecológicos no antigo ensino de 1º e 2º graus (hoje 
ensino fundamental e médio), indicando a necessidade de integração com todas 
as áreas do conhecimento e do desenvolvimento da consciência ecológica para 
a formação cidadã. 
A Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB), prevê que: 
 Na formação básica do cidadão seja assegurada a compreensão do 
ambiente natural e social; 
 Os currículos do Ensino Fundamental e Médio devem abranger o 
conhecimento do mundo físico e natural; 
 A Educação Superior deve desenvolver o entendimento do ser humano e 
do meio em que vive; 
 A Educação tem, como uma de suas finalidades, a preparação para o 
exercício da cidadania. 
Para possibilitar o avanço dessa prática, percebeu-se que era preciso 
criar outras ferramentas jurídicas. E foi com a publicação da Lei 9.795/99, que 
dispõe sobre a EA, e que institui a Política Nacional de Educação Ambiental 
(PNEA) e dá outras providências, é que essa área do conhecimento e prática 
educativa ganhou mais força. 
A Lei define juridicamente a EA, no art. 1º: 
“O processo por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem 
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências 
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum 
do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” 
(Lei 9.795/99, art. 1º). 
 
E no art. 5º define seus objetivos fundamentais como, por exemplo: 
“O desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente 
em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos 
ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, 
científicos, culturais e éticos, bem como o incentivo à participação 
individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do 
equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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ambiental como o valor inseparável do exercício da cidadania” (Lei 
9.795/99, art. 5º). 
 
Importante ressaltar nessa política o reconhecimento da EA como 
componente essencial e permanente da educação nacional, distinguindo 
juntamente com o seu caráter formal o caráter não formal, ou seja, a educação 
ambiental que ocorre fora do ambiente escolar e que já vinha sendo praticada 
por educadores e outras pessoas das mais variadas áreas de atividades, assim 
como diversas instituições, empresas, organizações não governamentais, 
obrigando o poder público em todas as suas esferas a incentivar e contribuir para 
o fortalecimento e efetivação da EA. 
Confira a lei na íntegra no site do Planalto: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm 
Em conformidade com essa lei e os dispositivos constantes na 
Constituição Federal, a resolução nº. 2 de 15 de junho de 2012 do Ministério da 
Educação estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Ambiental (DCNEA), com o objetivo de estimular a reflexão crítica e orientar os 
cursos superiores e sistemas educativos na formulação, execução e avaliação 
de seus projetos institucionais e pedagógicos. 
Os projetos deverão ser construídos respeitando-se os seguintes 
princípios da EA: 
I – Totalidade como categoria de análise fundamental em formação, 
análises, estudos e produção de conhecimento sobre o meio ambiente; 
II – Interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, 
sob o enfoque humanista, democrático e participativo; 
III – Pluralismo de ideias e concepções pedagógicas; 
IV – Vinculação entre ética, educação, trabalho e práticas sociais na 
garantia de continuidade dos estudos e da qualidade social da educação; 
V – Articulação na abordagem de uma perspectiva crítica e 
transformadora dos desafios ambientais a serem enfrentados pelas atuais e 
futuras gerações, nas dimensões locais, regionais, nacionais e globais; 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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VI – Respeito à pluralidade e à diversidade, sejaindividual, coletiva, 
étnica, racial, social e cultural, disseminando os direitos de existência e 
permanência e o valor da multiculturalidade e plurietnicidade do país e do 
desenvolvimento da cidadania planetária. 
Nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Ambiental (BRASIL, 
2012, p.71), especificamente o art. 8º, destaca-se: 
“A Educação Ambiental, respeitando a autonomia da dinâmica escolar 
e acadêmica, deve ser desenvolvida como uma prática educativa 
integrada e interdisciplinar, contínua e permanente em todas as fases, 
etapas, níveis e modalidades, não devendo, como regra, ser 
implantada como disciplina ou componente curricular específico”. 
 
E o art. 11º diz: “a dimensão socioambiental deve constar dos currículos 
de formação inicial e continuada dos profissionais da educação, considerando a 
consciência e o respeito à diversidade multiétnica e multicultural do País”. 
Podemos afirmar que essa legislação foi um avanço, não apenas por 
estabelecer parâmetros, mas também por promover o reconhecimento do papel 
transformador e emancipatório da Educação Ambiental. 
Diante do atual contexto nacional e mundial no qual a preocupação com 
o desequilíbrio ambiental, a extinção de espécies, as mudanças climáticas locais 
e globais tornam-se latentes, é imprescindível alfabetizarmos ambientalmente os 
alunos. 
Confira a resolução na íntegra a seguir: 
http://conferenciainfanto.mec.gov.br/images/pdf/diretrizes.pdf 
A DCNEA representa a síntese de longos debates travados por uma larga 
comunidade de profissionais, abordando algumas questões fundamentais, entre 
as quais se destacam a formação de professores, a ética ambiental e os 
conteúdos curriculares, envolvendo tanto os aspectos operacionais, como a 
interligação obrigatória entre ensino, pesquisa e extensão, quanto os aspectos 
da formação humana do educando. 
Com a exigência legal da inserção obrigatória da Educação Ambiental nos 
currículos e processos educativos por meio da PNEA e das DCNEA, abrem-se 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
novas perspectivas para a consolidação de práticas voltadas para o cuidado com 
o meio ambiente e com as suas diferentes formas de vida. 
Podemos concluir que somente por meio de uma práxis pedagógica 
inovadora e transformadora é possível formar uma geração mais sensível, 
comprometida e crítica no que se refere às questões ambientais e 
socioambientais. 
Consulte o material on-line e saiba o que a professora tem a dizer sobre 
o papel da educação ambiental na educação e a importância do apoio da 
legislação vigente! 
Educação Ambiental Formal 
 
A Educação Ambiental é classificada de acordo com suas modalidades, 
representadas na figura a seguir: 
 
Modalidades da Educação Ambiental. 
Fonte: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/meioambiente/0049.html 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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Discutiremos agora uma dessas modalidades: a Educação Ambiental 
Formal, desenvolvida nas instituições de ensino, metodicamente organizada, 
orientada por um currículo e regida por regras e leis. 
Diante de um mundo globalizado, a educação tem o dever de preparar o 
ser humano para o desenvolvimento de suas atividades no decorrer da vida. 
Nesse sentido, faz-se necessário uma educação contínua, a fim de dar suporte 
aos aspectos econômicos, sociais, científicos e tecnológicos que englobam as 
necessidades do indivíduo e seu papel como cidadão. 
Portanto, não basta que as pessoas acumulem no começo da vida uma 
quantidade de conhecimentos, mas que aproveitem todas as oportunidades para 
atualizar, aprofundar e enriquecer sua bagagem de conhecimento, procurando 
compreender o mundo em constantes mudanças. É preciso conhecer para 
aprender e usar o que se aprende para conquistar autonomia e melhor qualidade 
de vida para si e para o outro. 
Essa concepção de educação está inserida no relatório da Comissão 
Internacional sobre Educação para o século XXI encaminhado à UNESCO. 
Consulte-o na íntegra: 
unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf 
O crescimento acelerado e desordenado das cidades brasileiras gerou 
uma crescente degradação das condições de vida, o que impõe uma reflexão 
necessária e o enfrentamento de desafios para mudar as formas de pensar e 
agir em torno dos problemas emergentes. 
Segundo Brasil (2021), diante dessa realidade a escola é um espaço 
privilegiado à formação de cidadãos com uma consciência crítica sobre a 
problemática ambiental e social; à construção de conhecimentos, ao 
desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores sociais, ao cuidado com a 
comunidade de vida, a justiça e a equidade socioambiental e a proteção do meio 
ambiente natural e construído. 
Vamos falar agora sobre a inserção da Educação Ambiental no ensino 
formal, lembrando que a Política Nacional de Educação Ambiental diferencia em 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
seu capítulo II, nas seções II e III, a EA formal da EA não formal. Estabelece que 
a Educação Ambiental formal se refere àquela desenvolvida nos ambientes 
escolares, públicos e privados do país englobando educação básica e superior, 
considerando-se as diferentes modalidades de ensino. 
A Lei 9.795/1999 considera que a EA se refere aos processos por meio 
dos quais os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, 
conhecimentos e atitudes que se voltem para a conservação do meio ambiente 
considerado em sua totalidade, englobando aspectos naturais, sociais, políticos, 
econômicos e culturais; 
Entre os princípios básicos da EA estão o enfoque humanista, holístico, 
democrático e participativo, o incentivo à participação individual e coletiva, a 
abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e 
globais e a construção de consciência crítica sobre a problemática ambiental e 
social. 
Ainda de acordo com a mesma lei em seu art. 9°, entende-se por 
Educação Ambiental na educação escolar a desenvolvida no âmbito dos 
currículos das instituições de ensino públicas e privada, englobando: 
I – Educação básica: 
a) Educação infantil; 
b) Ensino fundamental; 
c) Ensino médio; 
II – Educação superior; 
III – Educação especial; 
IV – Educação profissional; 
V – Educação de jovens e adultos. 
 
 Outro importante documento e uma grande conquista em termos 
socioambientais são as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Ambiental (DCNEA/2012), pois orienta especificamente a EA no ensino formal, 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
com visão crítica e enfatizando que as práticas escolares não se reduzam a 
atividades que não permitem mudanças socioambientais. 
Para isso, assume a necessidade do trabalho da EA articulada em todas 
as suas dimensões: natural, social, política, econômica e cultural, enfatizando a 
formação de cidadãos capazes de realizar mudanças no meio em que vive 
(BRASIL, 2012). 
As DCNEA em seu Art. 2º estabelecem a EA nos seguintes termos: 
“A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade 
intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento 
individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os 
outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana 
com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética 
ambiental”. 
 
E no Art. 6º: 
“A Educação Ambiental deve adotar uma abordagem que considere a 
interface entre a natureza, a sociocultural, a produção, o trabalho, o 
consumo, superando a visão despolitizada, acrítica, ingênua e 
naturalista ainda muito presente na prática pedagógica das instituições 
de ensino”. 
 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a EA visam ainda fazer com que 
a EA integre os currículos de educação básica e superior transversalmente, 
mediante temas relacionados com o meio ambiente e a sustentabilidade 
socioambiental; como conteúdo doscomponentes já constantes do currículo ou 
pela combinação de transversalidade e de tratamento nos componentes 
curriculares (BRASIL, 2012). 
Segundo Lima, a escola é um espaço privilegiado para estabelecer 
conexões e informações como uma das possibilidades para criar condições e 
alternativas que estimulem os alunos a adotarem concepções e posturas 
cidadãs, cientes de suas responsabilidades e, principalmente, se perceberem 
como integrantes do meio ambiente. A educação formal contínua é um espaço 
importante para o desenvolvimento de valores e atitudes comprometidas com a 
sustentabilidade ecológica e social. 
Como foi dito anteriormente, no ensino formal a educação ambiental é 
especificada e desenvolvida nos currículos das instituições públicas e privadas 
 
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14 
vinculadas aos sistemas federais, estaduais e municipais de ensino. É um 
componente integrante, essencial e permanente da Educação Nacional, 
devendo estar presente, de forma articulada, nos níveis e modalidades da 
Educação Básica e da Educação Superior, para isso devendo as instituições de 
ensino promovê-la integradamente nos seus projetos institucionais e 
pedagógicos. 
Deve ser desenvolvida respeitando a autonomia da dinâmica escolar e 
acadêmica, como uma prática educativa integrada e interdisciplinar, contínua e 
permanente em todas as fases, etapas, níveis e modalidades, não devendo, 
como regra, ser implantada como disciplina ou componente curricular específico. 
Atualmente, vários setores da sociedade se esforçam para mudar a 
concepção do ser humano e da sociedade em relação ao meio ambiente, tendo 
como foco a Educação Ambiental formal, a qual poderá contribuir na formação 
de cidadãos verdadeiramente ativos, participativos e conscientes na sociedade, 
garantindo a sobrevivência do ser humano nas próximas décadas. 
Como reflexão adicional, fique com a poesia de José Bonifácio de 
Andrada e Silva que já em 1815 alertava a humanidade sobre a importância de 
se pensar o todo e ver o homem como parte da natureza, não superior a ela. 
“Não pode haver navegação sem rios, 
Não pode haver rios sem fontes, 
Não há fontes sem floresta, 
Não há fontes sem chuvas 
Não há chuvas sem humanidade 
Não há humanidade sem florestas. ” 
José Bonifácio de Andrada e Silva, 1815 
José Bonifácio, além de patrono da Independência do Brasil, é também 
considerado o primeiro socioambientalista de nossa história. Para saber mais 
sobre ele, assista ao vídeo a seguir: 
https://www.youtube.com/watch?v=OB7hMXAAk94 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
Para agregar ainda mais valor à discussão, consulte no material on-line o 
vídeo da professora sobre a educação ambiental formal! 
Educação Ambiental Não Formal 
Vamos agora explicar os objetivos da Educação Ambiental na modalidade 
não formal, que compreende ações e práticas educativas voltadas à 
sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e sua organização 
e participação na defesa da qualidade do ambiente. 
Quando se fala em educação não formal, é quase impossível evitar 
comparações com a educação formal, porém vamos atentar para a definição de 
Gohn (2006, p. 28): 
“A educação não formal é aquela que se aprende no mundo da vida, via 
os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em espaços 
e ações coletivas cotidianas”. Ou seja, os processos de sensibilização que 
ocorrem no âmbito das comunidades. 
A finalidade da EA não formal é proporcionar conhecimento sobre o 
mundo que envolve os indivíduos e suas relações sociais. Esse tipo de educação 
surge dos interesses e necessidades das pessoas de cada grupo e, quando visa 
a justiça social, “fortalece o exercício da cidadania” (GOHN, 2006 p. 29). 
Nesse âmbito é papel do poder público, em níveis federal, estadual e 
municipal, incentivar: 
 A difusão nos meios de comunicação de massa de informações acerca 
de temas relacionados ao ambiente; 
 A ampla participação da escola, da universidade e de organizações não 
governamentais na formulação e execução de programas e atividades 
vinculadas à educação ambiental não formal; 
 A participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de 
programas de educação ambiental em parceria com a escola, a 
universidade e as organizações não governamentais; 
 
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16 
 A sensibilização da sociedade sobre a importância das unidades de 
conservação, das populações tradicionais ligadas às unidades de 
conservação, dos agricultores; 
 O ecoturismo. 
 
Para execução de Programas relacionados à Educação Ambiental não 
formal e tornar a prática mais efetiva é necessário seguir alguns fundamentos e 
princípios. 
Primeiramente, deve-se considerar a oportunidade de participação dos 
envolvidos, o que permite o questionamento, a proposição de ações e 
construção de soluções para a conquista dos objetivos que se pretende alcançar. 
Muitas vezes, a oposição a um determinado programa decorre principalmente 
da falta de informações do público-alvo sobre seus objetivos e funcionamento. 
As práticas em Educação Ambiental devem sempre considerar a 
realidade local, envolvendo toda a sua perspectiva histórica, que evidencia os 
aspectos culturais e sociais do público-alvo, além de possibilitar que a situação 
futura, ou seja, a situação desejada seja condizente com os anseios e as 
possibilidades dos envolvidos. 
Deve também assegurar o respeito às diversas formas de vida e 
expressão da cultura, estimulando o convívio entre todos os envolvidos, a 
solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos, usando estratégias 
democráticas e de interação. 
A EA deve considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, tanto 
seus aspectos naturais quanto os criados pelo homem – tecnológicos, sociais, 
econômicos, políticos, históricos, culturais, morais e estéticos – possibilitando a 
ação integrada de diferentes perspectivas. 
A criação e o desenvolvimento de um Programa de Educação Ambiental 
não formal pode ser elaborado utilizando diferentes métodos, visto que não há 
uma metodologia única, nem um modelo rígido a seguir. 
 
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17 
Podem-se utilizar diversos ambientes educativos, como museus, centros 
de ciências, planetários, zoológicos, parques, exposições, etc. São espaços que 
a escola pode utilizar para trabalhar os conteúdos previstos no currículo e ainda 
uma ampla gama de atividades práticas, transmitir e socializar conhecimentos. 
Dessa forma, os participantes podem ter acesso ao conhecimento científico de 
forma mais compreensível. 
Sendo uma dimensão da educação, a Educação Ambiental é um processo 
educativo que visa formar cidadãos éticos nas suas relações com a natureza e 
com a sociedade, contribuindo para que o indivíduo seja parte atuante na última, 
aprendendo a agir individual e coletivamente na busca de soluções para os 
diversos problemas enfrentados atualmente. O indivíduo é levado a uma reflexão 
de seus comportamentos e valores pela aquisição de conhecimentos, 
compromisso e responsabilidade com a natureza e com as gerações futuras. 
Esse papel educacional tem sido cumprido pela EA não formal, realizada 
pelas ONGs, organizações de cidadãos, associações de moradores e trabalhos 
voluntários. 
Segundo Sorrentino (1991), a Educação Ambiental não formal também 
capacita e incentiva o indivíduo a acreditar em si próprio e no fazer coletivo, 
tornando mais fácil o diálogo entre a sociedade civil, o Estado e as empresas, 
possibilitando a construção de uma ação social que privilegia a diluição do poder, 
a potencialização do indivíduo e do pequeno grupo e a proteção, recuperação e 
melhoria da qualidade do ambiente e da vida. 
Finalizamos esse tópico com a definição de Vieira (2005, p.21): 
Assim, a Educação Ambiental não formal pode ser definida como a que 
proporciona a aprendizagem de conteúdos da escolarização formal em 
espaços como museus, centros de ciências, ou qualquer outro em que 
as atividades sejam desenvolvidas de forma bem direcionada, com um 
objetivo definido”. 
 
Diante da necessidade de soluções para os graves problemas 
socioambientais que afetam o planeta, é imprescindível integrar a EA em todos 
os níveis e modalidades da educação, em conformidade com atual legislação 
 
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18 
brasileira, e com os documentos internacionais originados nos eventos de EA. 
Nesse sentido a EA não formal se torna instrumento fundamental para se 
alcançar um mundo sustentável. 
Leia o artigo “Unidades de Conservação e processos em Educação 
Ambiental”, que traz um estudo de caso sobre a aplicação da EA em três 
unidades de conservação ambiental: 
http://www.sbecotur.org.br/revbea/index.php/revbea/article/view/4608 
A professora também dá o seu parecer sobre a educação não formal no 
material on-line! Consulte-o e reforce seus estudos. 
Educação Ambiental Informal 
Agora, discutiremos e refletiremos sobre a Educação Ambiental informal, 
aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização – na 
família, bairro, clube, amigos, etc., carregada de valores e cultura própria, de 
pertencimento e sentimentos herdados. 
Possui como objetivo a formação integral do ser humano, tornando sua 
atuação consciente e ética, possibilitando que as iniciativas de desenvolvimento 
local se fortaleçam no caminho para a sustentabilidade. 
A educação informal consiste, assim, em uma educação que se dirige ao 
grande público, ou à sociedade, através dos meios de comunicação 
convencionais. É uma educação não planificada que se produz no processo de 
socialização em relação ao ambiente concreto, incluindo as relações cotidianas 
que se estabelecem entre vizinhos, familiares, companheiros de trabalho, 
amigos, etc. Sua importância está relacionada ao seu efeito multiplicador e 
conscientizador, posto que cada destinatário é, por sua vez, um promotor 
potencial da interação social cotidiana. 
Ela se presta à difusão de informações ou ao esforço de programas 
institucionais no âmbito da política, da educação e da cultura ambiental. Entre 
as ações, podemos citar pesquisas, campanhas de opinião pública, articulações 
políticas com entidades ambientais e comemorações de datas e eventos sobre 
o meio ambiente. 
 
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19 
A educação ambiental informal pode ser veiculada por meios de 
comunicação de massa, mas atinge os indivíduos de forma particular: “...é um 
processo que não está em formato de curso mas pode, dentro de um conjunto 
de apresentações distintas, induzir à assimilação de comportamentos e novas 
atitudes (Rosa et al., 2001, p.28) ”. 
Esse processo visa desenvolver senso crítico, valorizando o saber 
popular, as falas e as faixas etárias a serem atingidas pela mídia, facilitando a 
construção de um saber ambiental. 
Diante dos grandes problemas ambientais atuais e da necessidade de 
conscientizar os indivíduos para que se tornem atores atuantes e participativos 
na resolução desses problemas, as iniciativas de EA informal tornam-se uma 
importante ferramenta, capaz de atingir diferentes públicos de diferentes 
maneiras. 
O processo desencadeado pela Educação Ambiental informal contempla 
a comunidade como um todo. Ela representa papel importante na 
conscientização, sensibilização e mudança de hábitos e atitudes do indivíduo, 
pois, geralmente, atua com campanhas populares, muitas vezes amadoras, que 
têm como objetivos a geração de uma nova consciência em relação aos 
problemas ambientais e a consequente sensibilização e mudança de 
comportamentos voltados para a preservação dos recursos naturais, prevenção 
de riscos de acidentes ambientais e correção de processos degenerativos da 
qualidade de vida na terra. 
A EA informal envolve a comunidade com atividades educacionais em 
defesa do meio ambiente, propiciando melhor qualidade de vida e ampliando a 
conscientização pública sobre as questões ambientais através dos meios de 
comunicação de massa: jornais, revistas, encartes, rádios e televisão, Internet, 
bancos de dados ambientais, bibliotecas, videotecas e filmotecas 
especializadas. 
 
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Incluem-se ainda, entre outros: livretos, cartazes, banners, folders, 
boletins e informativos destinados à sensibilização e conscientização sobre as 
questões ambientais. 
Algumas formas de manifestação e de expressão humana também devem 
ser contempladas em atividades de EA: canções, poemas, poesias, contos, 
esculturas, pinturas, brincadeiras infantis, dentre outras. Não necessariamente 
se constituem em objeto da pedagogia ambiental no seu sentido usual, mas são 
valiosos enquanto instrumentos de sensibilização, por exprimirem as percepções 
das pessoas em relação ao meio ambiente através dos sentimentos e emoções. 
Um interessante exemplo de educação informal aplicada à EA está no 
artigo a seguir, que traz o estudo de caso de um programa de rádio voltado à 
conscientização ambiental no cotidiano: 
http://intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2011/resumos/R28-0330-
1.pdf 
A EA e os pilares da Educação para o século XXI 
 
Acredita-se que as três modalidades de educação podem contribuir para 
o desenvolvimento dos quatro pilares propostos no relatório para a UNESCO 
sobre Educação para o século XXI: 
 
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21 
 
Fonte: Própria autora 
 
Aprender a conhecer: diz respeito a compreender como se dá o 
conhecimento. Ao participar de um projeto ou estudo, o indivíduo estará 
interagindo com o ambiente e consequentemente aguçando a curiosidade em 
relação a ele. 
Aprender a fazer: diz respeito ao agir humano, como colocar em prática 
o conhecimento. A educação não formal e a informal podem ajudar o indivíduo 
na apreensão dos conceitos, mas é preciso ir além, problematizando e 
adquirindo competências para tornar a pessoa apta a enfrentar diferentes 
situações, trabalhar em equipe e encontrar soluções para determinadas 
situações que possam surgir. 
Aprender a conviver: esse é o grande desafio da educação. As três 
modalidades contribuirão para isso, pois os indivíduos poderão trabalhar em 
grupo, facilitando o aprendizado, desenvolvendo a compreensão do outro e a 
percepção das interdependências – realizar projetos comuns e preparar-se para 
gerenciar conflitos – no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão 
mútua e da paz. 
Aprender
a
conhecer
Aprender 
a fazer 
Aprender 
a 
conviver
Aprender 
a ser 
 
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Aprender a ser: diz respeito a preparar o ser humano para ser autônomo, 
independente, desenvolver sua personalidade e ter condições de agir com uma 
capacidade cada vez maior de discernimento e responsabilidade pessoal, 
interagindo criticamente no mundo de forma a transformá-lo para melhor. A 
educação não formal e a informal podem contribuir para esse intuito. À medida 
que a pessoa interage com o ambiente e com seus pares, adquire autonomia. 
A Educação Ambiental deve ser efetuada de forma contínua e 
permanente, seja em caráter formal, não formal ou informal, envolvendo todos 
os alunos e comunidades, no ambiente escolar ou fora dele, contribuindo assim 
para a formação de multiplicadores e de cidadãos conscientes e responsáveis 
social e politicamente, engajados para a formação de uma sociedade realmente 
democrática e crítica. 
É importante lembrar que a classificação das modalidades não tem 
apenas uma razão teórica. Visto que o exercício da cidadania, o respeito à 
diversidade, a justiça social e ambiental e a qualidade de vida são aspectos 
essenciaisà Educação Ambiental, fazemos a distinção das suas modalidades 
para diferenciar onde ela será realizada, se está limitada a um ambiente de 
ensino formal ou ultrapassa essa fronteira. 
Por fim, não deixe de conferir o vídeo da professora sobre esse tópico 
acessando o material on-line! 
Síntese 
Assim terminamos nosso primeiro tema, no qual entendemos a 
importância de se enxergar a sociedade e o meio ambiente através da visão 
sistêmica. Analisamos também a legislação que fundamenta os princípios da 
Educação Ambiental (EA) no Brasil e as três modalidades de ensino ambiental: 
formal, informal e não formal. 
A professora dá seu parecer final no vídeo disponível no material on-line! 
Não deixe de consultar para revisar os pontos estudados e esclarecer eventuais 
dúvidas. 
 
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23 
Referências 
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Acesso em: 21/12/2015. 
 
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ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras 
providências. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm> Acesso em: 21/12/2015. 
 
BRASIL. Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA: documento 
básico. Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental; 
Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental. 4ªed. 
Brasília, 2014. 
 
BRASIL. RESOLUÇÃO Nº 2, DE 15 DE JUNHO DE 2012, que estabelece as 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. DOU nº 116, 
Seção 1, págs. 70-71 de 18/06/2012. 
 
BRANCO, S. Educação Ambiental: metodologia e prática de ensino. Rio de 
Janeiro: Dunya, 2003. 
 
BÚRIGO, C. C. D. Reflexões sobre Introdução ao pensamento complexo 
de Edgar Morin. Disponível em 
<http://www.uniararas.br/revistacientifica/_documentos/art.4-001-2013.pdf> 
Acesso em: 20/12/2015. 
 
CAPRA, F. A teia da vida: uma nova concepção científica dos sistemas vivos. 
São Paulo: Cultrix, 2006. 
 
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2012. 
 
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Soc., Campinas, vol. 28, n. 99, p. 614-617, maio/ago. 2007. Disponível em: 
<http://www.cedes.unicamp.br> Acesso em: 21/12/2015. 
 
GOHN, M. G. Educação não formal, participação da sociedade civil e 
estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol. pub. Educ., Rio de 
Janeiro, v. 14, n. 50, p. 27-38, jan. / mar. 2006. 
 
LEFF, E. Epistemologia ambiental. 4ªed. São Paulo: Cortez, 2007. 
 
MORIN, E. O método: a natureza da natureza. 3ªed. Portugal: Publicações 
Europa-América Ltda, 1977. 
 
MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. 3ªed. Lisboa: Instituto 
Piaget, 2001. 
 
PINTO, V.P.S., ZACARIAS, R. Crise ambiental: adaptar ou transformar? As 
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SANTOS, A. S. R dos, Educação ambiental e o poder público. 2000. 
Disponível em: <http://www.aultimaarcadenoe.com.br/educacao-ambiental/> 
Acesso em: 21/12/2015. 
 
SORENTINO, M. Educação ambiental, participação e organização de 
cidadãos. Em Aberto, Brasília, v.10, n.49, p. 47-56, jan. /mar. 1991. 
 
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25 
 
VIEIRA, V.; BIANCONI, M. L.; DIAS, M. Espaços não formais de ensino e o 
currículo de ciências. Ciência e Cultura. São Paulo, n. 4, Oct./Dec. 2005. 
 
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ambiental. In LEITE, A. L. T. A. e MININNI-MEDINA, N. (Org.) Educação 
ambiental: curso básico à distância: educação e educação ambiental I. Brasília: 
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ROSA, A.C.M. da; LEITE, A.L.T. de E.; SANTOS, E. da C.; QUINCAS, J.S. 
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Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. Disponível em: 
<http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf> 
Acesso em: 22/12/2015. 
 
 
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26 
Atividades 
 Pinto e Zacarias (2010, p.49) afirmam que: “Ao contrário da visão 
reformista, a concepção crítica se define no compromisso de 
transformação da ordem social vigente, de renovação plural da sociedade 
e de sua relação com o meio ambiente. Está relacionada aos movimentos 
sociais e libertários da sociedade civil. Para essa concepção, a crise 
ambiental é uma manifestação da lógica destrutiva do processo de 
produção e acumulação do capital. Isso significa que as condições que 
levam à degradação ambiental têm causas econômicas e políticas: sua 
gênese está ligada às relações sociais que se firmam entre os seres 
humanos a partir da maneira como se distribuem os meios de produção”. 
Com base no texto, marque a alternativa incorreta quanto ao papel da 
educação ambiental e de acordo com a abordagem crítica: 
a. É um processo permanente, no qual indivíduos e comunidades tomam 
consciência das questões relativas ao ambiente e adquirem 
conhecimentos. 
b. Valores e atitudes que possam torná-los aptos a agir, individual e 
coletivamente, no sentido de buscar transformar as causas estruturais da 
crise ambiental. 
c. É um processo fragmentado, intermitente e descomprometido em relação 
aos problemas ambientais. 
d. Emancipatória, que vai além de “ensinar” bons comportamentos em 
relação à natureza e ao meio ambiente. 
e. É uma educação ambiental comprometida com as mudanças de valores 
e a transformação da sociedade. 
 
 
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27 
 O art. 2º, da Resolução CNE/CP nº 2, de 15 de junho de 2012, que 
estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação 
Ambiental, preconiza que a Educação Ambiental é uma dimensão da 
educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao 
desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a 
natureza e com os outros seres humanos [...]. Nesse contexto, qual a 
finalidade da Educação Ambiental? 
a. Torná-la plena de prática educacional e de ética fiscal. 
b. Torná-la parcial de prática ambiental e de ética social. 
c. Torná-la plena de prática educacional e de ética social. 
d. Torná-la plena de prática social e de ética ambiental. 
e. Torná-la parcial de prática ambiental e de ética educacional. 
 
 A Educação Ambiental é um componente essencial e permanente da 
educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em 
todos os níveis e modalidades do processo educativo. Analise as 
afirmativas relacionadas à Educação Ambiental formal e marque a opção 
correta. 
I. Educação Ambiental na educação escolar, desenvolvida no âmbito dos 
currículos das instituições de ensino públicas e privadas. 
II. Desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e 
permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. 
III. A educação ambiental deve ser implantada como disciplina específica 
no currículo de ensino. 
 
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IV. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de 
professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas. 
a. I, II e III. 
b. I, II, III e IV. 
c. I, III e IV. 
d. II, III e IV. 
e. I, II e IV, apenas. 
 
 Entende-se por educação ambiental não formal as ações e práticas 
educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões 
ambientais e a sua organização e participação na defesa da qualidade do 
meio ambiente. Das opções a seguir e de acordo com a Lei nº 9.795,de 
27 de abril de 1999, qual alternativa representa uma ação ou prática de 
educação ambiental não formal? 
a. Semiologia. 
b. Agroecologia. 
c. Naturismo. 
d. Ecoturismo. 
e. Zoneamento ecológico. 
 
 A Educação Ambiental informal é um processo pelo qual o indivíduo 
adquire e acumula conhecimentos, habilidades, atitudes e 
comportamentos através das suas experiências diárias e sua relação com 
o meio ambiente, por meio de vários instrumentos. Assinale a alternativa 
 
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que não está de acordo com a forma e local que a EA informal deverá ser 
realizada: 
a. Jornais e revistas. 
b. Conversas com familiares e amigos. 
c. Rádio e televisão. 
d. Escolas e universidades. 
e. Encartes e propagandas. 
 
Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line!

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