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2 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial REVISÃO TÉCNICA Sérgio Alves Nepomuceno Instrutor de Metalmecânica Centro de Educação Profissional e Tecnológica Profº. Raimundo Franco Teixeira Pedro Nascimento Sousa Instrutor de Metalmecânica Centro de Educação Profissional e Tecnológica SENAI – Caxias - MA COEPT Rosângela Mota Haidar Revisão ortográfica e gramatical Jacqueline Constance Silveira Furtado Revisão Pedagógica/ Editoração final Werlon Menezes Carneiro Programação Visual/ Editoração SENAI Departamento Regional do Maranhão Av. Jerônimo de Albuquerque, s/nº - 2º Andar Edifício Casa da Indústria - Bequimão CEP: 65060-645 São Luís - Maranhão Fone: (98) 2109-1856 Site: www.fiema.org.br/senai 2013 - SENAI / DR-MA – METROLOGIA DIMENSIONAL FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO MARANHÃO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI DEPARTAMENTO REGIONAL DO MARANHÃO COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – COEPT Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 5 HISTÓRICO 6 1 METROLOGIA 13 2 CONVERSÕES DE MEDIDAS 27 3 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO 31 4 RÉGUA GRADUADA 34 5 PAQUÍMETRO 46 6 MICRÔMETRO 75 7 RELÓGIO COMPARADOR 98 8 GONIÔMETRO 107 9 MEDIÇÃO ANGULAR 111 10 OUTROS INSTRUMENTOS DE VERIFICAÇÃO 115 11 TOLERÂNCIA 118 12 CALIBRADORES 126 13 BLOCO PADRÃO 134 14 RÉGUA E MESA DE SENO 143 CONCLUSÃO 148 REFERÊNCIAS 149 4 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 5 APRESENTAÇÃO Face às novas frentes de globalização tecnológica e exigências do mundo do trabalho, bem como as diversas e significativas transformações na gestão e logística dos mercados ocupacionais, a Educação Profissional tem buscado novas estratégias para a formação de mão de obra qualificada. Diante desse cenário, destaca-se o papel do SENAI e sua importância em traçar novos desafios, que visem articular os meios produtivos e a prática profissional, através da formação de competências e habilidades, vislumbrando a construção de uma sociedade com conhecimento crítico e contemporâneo. Para isso, oportuniza aos seus alunos cursos baseados no princípio do ―aprender fazendo‖, repassando ainda, conhecimentos teóricos/técnicos, que atendem ao perfil profissional demandado pelo mercado de trabalho, na busca constante por profissionais qualificados. Este trabalho descreve o conceito de metrologia, unidades dimensionais, equipamentos de medição, transformação de medidas, ângulos, tabelas, etc. Durante todo o treinamento, o aprendizado estará focado no aprimoramento desses profissionais, tornando-os aptos ao mercado de trabalho. Bom estudo! 6 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial HISTÓRICO Como fazia o homem, cerca de 4.000 anos atrás, para medir comprimentos? As unidades de medição primitivas estavam baseadas em partes do corpo humano, que eram referências universais, pois ficava fácil chegar-se a uma medida que podia ser verificada por qualquer pessoa. Foi assim que surgiram medidas padrão como polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça e o passo. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 7 Algumas dessas medidas-padrão continuam sendo empregadas até hoje. Veja os seus correspondentes em centímetros: 1 polegada 2,54 cm 1 pé 30,48 cm 1 jarda 91,44 cm O Antigo Testamento da Bíblia é um dos registros mais antigos da história da humanidade. E lá, no Gênesis, lê-se que o Criador mandou Noé construir uma arca com dimensões muito específicas, medidas em côvados. O côvado era uma medida-padrão da região onde morava Noé, e é equivalente a três palmos, aproximadamente, 66 cm. Em geral, essas unidades eram baseadas nas medidas do corpo do rei, sendo que tais padrões deveriam ser respeitados por todas as pessoas que, naquele reino, fizessem as medições. Há cerca de 4.000 anos, os egípcios usavam, como padrão de medida de comprimento, o cúbito: distância do cotovelo à ponta do dedo médio. Como as pessoas têm tamanhos diferentes, o cúbito variava de uma pessoa para outra, ocasionando os maiores problemas nos resultados das medidas. Para serem úteis, era 8 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial necessário que os padrões fossem iguais para todos. Diante dessa situação, os egípcios resolveram criar um padrão único: em lugar do próprio corpo, eles passaram a usar, em suas medições, barras de pedra com o mesmo comprimento. Foi assim que surgiu o cúbito-padrão. Com o tempo, as barras passaram a ser construídas de madeira, para facilitar o transporte. Como a madeira logo se gastava, foram gravados comprimentos equivalentes a um cúbito- padrão nas paredes dos principais templos. Desse modo, cada um podia conferir periodicamente sua barra ou mesmo fazer outras, quando necessário. Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir comprimentos eram a polegada, o pé, a jarda e a milha. Na França, no século XVII, ocorreu um avanço importante na questão de medidas. A Toesa, que era então utilizada como unidade de medida linear, foi padronizada em uma barra de ferro com dois pinos nas extremidades e, em seguida, chumbados na parede externa do Grand Chatelet, nas proximidades de Paris. Dessa forma, assim como o cúbito-padrão, cada interessado poderia conferir seus próprios instrumentos. Uma toesa é equivalente a seis pés, aproximadamente, 182,9 cm. Entretanto, esse padrão também foi se desgastando com o tempo e teve que ser refeito. Surgiu, então, um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural, isto é, que pudesse ser encontrado na natureza e, assim, ser facilmente copiada, constituindo um padrão de medida. Havia também outra exigência para essa unidade: ela deveria ter seus submúltiplos estabelecidos segundo o sistema decimal. O sistema decimal já havia sido inventado na Índia, quatro séculos antes de Cristo. Finalmente, um sistema com essas características foi apresentado por Talleyrand, na França, num projeto que se transformou em lei naquele país, sendo aprovada em 8 de maio de 1790. Estabelecia-se, então, que a nova unidade deveria ser igual à décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 9 Essa nova unidade passou a ser chamada metro (o termo grego metron significa medir). Os astrônomos franceses Delambre e Mechain foram incumbidos de medir o meridiano. Utilizando a toesa como unidade, mediram a distância entre Dunkerque (França) e Montjuich (Espanha). Feitos os cálculos, chegou-se a uma distância que foi materializada numa barra de platina de secção retangular de 4,05 x 25 mm. O comprimento dessa barra era equivalente ao comprimento da unidade padrão metro, que assim foi definido: Foi esse metro transformado em barra de platina que passou a ser denominado metro dos arquivos. Com o desenvolvimento da ciência, verificou-se que uma medição mais precisa do meridiano fatalmente daria um metro um pouco diferente. Assim, a primeira definição foi substituída por uma segunda: Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser, na época, a mais facilmente obtida com o gelo fundente.No século XIX, vários países já haviam adotado o sistema métrico. No Brasil, o mesmo sistema foi implantado pela Lei Imperial nº 1157, de 26 de junho de 1862. Estabeleceu-se, então, um prazo de dez anos para que padrões antigos fossem inteiramente substituídos. Metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre entre o Polo Norte e o Equador. Metro é a distância entre os dois extremos da barra de platina depositada nos arquivos da França e apoiada nos pontos de mínima flexão na temperatura de zero grau Celsius. 10 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Com exigências tecnológicas maiores, decorrentes do avanço científico, notou- se que o metro dos arquivos apresentava certos inconvenientes. Por exemplo, o paralelismo das faces não era assim tão perfeito. O material, relativamente mole, poderia se desgastar, e a barra também não era suficientemente rígida. Para aperfeiçoar o sistema, fez-se outro padrão, que recebeu: Seção transversal em X, para ter maior estabilidade. Uma adição de 10% de irídio, para tornar seu material mais durável. Dois traços em seu plano neutro, de forma a tornar a medida mais perfeita. Assim, em 1889, surgiu a terceira definição: Atualmente, a temperatura de referência para calibração é de 20ºC. É nessa temperatura que o metro, utilizado em laboratório de metrologia, tem o mesmo comprimento do padrão que se encontra na França, na temperatura de zero grau Celsius. Ocorreram, ainda, outras modificações. Hoje, o padrão do metro em vigor no Brasil é recomendado pelo INMETRO, baseado na velocidade da luz, de acordo com decisão da 17ª Conferência Geral dos Pesos e Medidas de 1983. O INMETRO (Instituto Nacional de Metro é a distância entre os eixos de dois traços principais marcados na superfície neutra do padrão internacional depositado no B.I.P.M. (Bureau Internacional des Poids et Mésures), na temperatura de zero grau Celsius e sob uma pressão atmosférica de 760 mmHg e apoiado sobre seus pontos de mínima flexão. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 11 Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), em sua resolução 3/84, assim definiu o metro: É importante observar que todas essas definições somente estabeleceram com maior exatidão o valor da mesma unidade: o metro. Sistema Inglês e Americano A Inglaterra e todos os territórios dominados há séculos por ela utilizavam um sistema de medidas próprio, baseado na jarda imperial (yard) e seus derivados não decimais, em particular a polegada inglesa (inch), equivalente a 25,399956mm à temperatura de 0°C, facilitando as transações comerciais ou outras atividades de sua sociedade. Em razão da influência inglesa na fabricação mecânica, emprega-se frequentemente, para as medidas industriais, à temperatura de 20°C, a polegada de 25,4mm. Acontece que o sistema inglês difere totalmente do sistema métrico que passou a ser o mais usado em todo o mundo. Em 1959, a jarda foi definida em função do metro, valendo 0,91440 m. As divisões da jarda (3 pés; cada pé com 12 polegadas) passaram, então, a ter seus valores expressos no sistema métrico: 1 yd (uma jarda) 0,91440 m 1 ft (um pé) 304,8 mm 1 inch (uma polegada) 25,4 mm Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o intervalo de tempo de 1 do segundo. 299.792.458 12 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Múltiplos e submúltiplos do metro A tabela abaixo é baseada no Sistema Internacional de Medidas (SI). MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DO METRO Nome Símbolo Fator pelo qual a unidade é multiplicada Exametro Em 1018 = 1 000 000 000 000 000 000 m Peptametro Pm 10 15 = 1 000 000 000 000 000 m Terametro Tm 10 12 = 1 000 000 000 000 m Gigametro Gm 10 9 = 1 000 000 000 m Megametro Mm 10 6 = 1 000 000 m Quilômetro km 10 3 = 1 000 m Hectômetro hm 10 2 = 100 m Decâmetro dam 10 1 = 10 m Metro m 1 = 1m Decímetro dm 10 -1 = 0,1 m Centímetro cm 10 -2 = 0,01 m Milímetro mm 10 -3 = 0,001 m Micrômetro µm 10 -6 = 0,000 001 m Nanômetro nm 10 -9 = 0,000 000 001 m Picômetro pm 10 -12 = 0,000 000 000 001 m Fentometro fm 10 -15 = 0,000 000 000 000 001 m Atometro am 10 -18 = 0,000 000 000 000 000 001 m Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 13 1. METROLOGIA A metrologia aplica-se a todas as grandezas determinadas e, em particular, às dimensões lineares e angulares das peças mecânicas. Nenhum processo de usinagem permite que se obtenha rigorosamente uma dimensão prefixada. Por essa razão, é necessário conhecer a grandeza do erro tolerável, antes de se escolherem os meios de fabricação e controle convenientes. Finalidade do controle O controle não tem por fim somente reter ou rejeitar os produtos fabricados fora das normas; destina-se, antes, a orientar a fabricação, evitando erros. Representa, por conseguinte, um fator importante na redução das despesas gerais e no acréscimo da produtividade. Um controle eficaz deve ser total, isto é, deve ser exercido em todos os estágios de transformação da matéria, integrando-se nas operações depois de cada fase de usinagem. Todas as operações de controle dimensional são realizadas por meio de aparelhos e instrumentos; devem-se, portanto, controlar não somente as peças fabricadas, mas também os aparelhos e instrumentos verificadores: De desgastes, nos verificadores com dimensões fixas. De regulagem, nos verificadores com dimensões variáveis. Isto se aplica também às ferramentas, aos acessórios e às máquinas/ ferramentas utilizadas na fabricação. Medição O conceito de medir traz, em si, uma ideia de comparação. Como só se podem comparar ―coisas‖ da mesma espécie, cabe apresentar para a medição a seguinte definição, que, como as demais, estão sujeitas a contestações: ―Medir é comparar uma dada grandeza com outra da mesma espécie, tomada como unidade‖. Uma contestação que pode ser feita é aquela que se refere à medição de temperatura, pois, nesse caso, não se comparam grandezas, mas, sim, estados. A expressão ―medida de temperatura‖, embora consagrada, parece trazer em si alguma inexatidão, além de não ser grandeza, ela não resiste também à condição de soma e subtração, que pode ser considerada implícita na própria definição de medir. Quando se diz que um determinado comprimento tem dois metros, pode-se afirmar que ele é a metade de outro de quatro metros; entretanto, não se pode afirmar que a temperatura de quarenta graus centígrados é duas vezes maior que uma de vinte graus e nem a metade de 14 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial outra de oitenta. Portanto, para se medir um comprimento, deve-se primeiramente escolher outro que sirva como unidade e verificar quantas vezes a unidade cabe dentro do comprimento por medir. Uma superfície só pode ser medida com unidade de superfície; um volume, com unidade volume; uma velocidade, com unidade de velocidade; uma pressão, com unidade de pressão, etc. Unidade Entende-se por um determinado valor em função do qual outros valores são enunciados. Usando-se a unidade METRO, pode-se dizer, por exemplo, qual é o comprimento de um corredor. A unidade é fixada por definição e independe do prevalecimento de condições físicas como temperatura, grau higroscópico (umidade), pressão, etc. Padrão O padrão é a materialização da unidade; é influenciada por condições físicas, podendo-se mesmo dizer que é a materialização da unidade, somente sob condições específicas. O metro- padrão, por exemplo, tem o comprimento de um metro, somente quando está a uma determinada temperatura, a uma determinada pressão e suportado, também, de um modo definido.É óbvio que a mudança de qualquer uma dessas condições alterará o comprimento original. Método, Instrumento e Operador. Um dos mais significativos índices de progresso, em todos os ramos da atividade humana, é a perfeição dos processos metrológicos que neles se empregam. Principalmente no domínio da técnica, a Metrologia é de importância transcendental. O sucessivo aumento de produção e a melhoria de qualidade requerem um ininterrupto desenvolvimento e aperfeiçoamento na técnica de medição; quanto maiores são as necessidades de aparatos, ferramentas de medição e elementos capazes. Na tomada de quaisquer medidas, devem ser considerados três elementos fundamentais: o método, o instrumento e o operador. Método a) Medição Direta Consiste em avaliar a grandeza por medir, por comparação direta com instrumentos, aparelhos e máquinas de medir. Esse método é, por exemplo, empregado na confecção de peças/ protótipos, isto é, peças originais utilizadas como referência, ou, ainda, quando o número de peças por executar for relativamente pequeno. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 15 b) Medição Indireta por Comparação Medir por comparação é determinar a grandeza de uma peça com relação a outra, de padrão ou dimensão aproximada; daí a expressão: medição indireta. Os aparelhos utilizados são chamados indicadores ou comparadores-amplificadores, os quais, para facilitarem a leitura, amplificam as diferenças constatadas, por meio de processos mecânicos ou físicos (amplificação mecânica, ótica, pneumática, etc.). Instrumentos de Medição A exatidão relativa das medidas depende, evidentemente, da qualidade dos instrumentos de medição empregados. Assim, a tomada de um comprimento com um metro defeituoso dará resultado duvidoso, sujeito a contestações. Portanto, para a tomada de uma medida, é indispensável que o instrumento esteja aferido e que a sua aproximação permita avaliar a grandeza em causa, com a precisão exigida. Operador O operador é, talvez, dos três, o elemento mais importante. É ele a parte inteligente na apreciação das medidas. De sua habilidade depende, em grande parte, a precisão conseguida. Um bom operador, servindo-se de instrumentos relativamente débeis, consegue melhores resultados do que um operador inábil com excelentes instrumentos. Deve, pois, o operador, conhecer perfeitamente os instrumentos que utiliza, ter iniciativa para adaptar às circunstâncias o método mais aconselhável e possuir conhecimentos suficientes para interpretar os resultados encontrados. Laboratório de metrologia Nos casos de medição de peças muito precisas, torna-se necessária uma climatização do local; esse local deve satisfazer algumas exigências: Temperatura, umidade, vibração e espaço A Conferência Internacional do Ex-Comité LS.A. fixou em 20°C a temperatura de aferição dos instrumentos destinados a verificar as dimensões ou formas. Em consequência, o laboratório deverá ser mantido dentro dessa temperatura, sendo tolerável a variação de mais ou menos 1°C; para isso, faz-se necessária a instalação de reguladores automáticos. A umidade relativa do ar não deverá ultrapassar 55%; é aconselhável instalar um higrostato (aparelho regulador de umidade); na falta deste, usa – se o CLORETO DE CÁLCIO INDUSTRIAL, cuja propriedade química retira cerca de 15% da umidade relativa do ar. 16 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Para se proteger as máquinas e aparelhos contra a vibração do prédio, forra-se a mesa com tapete de borracha, com espessura de 15 a 20 mm, e sobre este se coloca uma chapa de aço, de 6 mm. No laboratório, o espaço deve ser suficiente para acomodar em armários todos os instrumentos e, ainda, proporcionar bem-estar a todos que nele trabalham. Iluminação e limpeza A iluminação deve ser uniforme, constante e disposta de maneira que evite ofuscamento. Nenhum dispositivo de precisão deve estar exposto ao pó, para que não haja desgastes e para que as partes óticas não fiquem prejudicadas por constantes limpezas. O local de trabalho deverá ser o mais limpo e organizado possível, evitando-se que as peças fiquem umas sobre as outras. Terminologia e conceitos de metrologia Metrologia / Instrumentação Inicialmente, vamos estabelecer a definição a dois termos atualmente bastante citados, mas entendidos dos mais diferentes modos: Metrologia é a ciência da medição. Trata dos conceitos básicos, dos métodos, dos erros e sua propagação, das unidades e dos padrões envolvidos na quantificação de grandezas físicas. Instrumentação é o conjunto de técnicas e instrumentos usados para observar, medir e registrar fenômenos físicos. A instrumentação preocupa-se com o estudo, o desenvolvimento, a aplicação e a operação dos instrumentos. O procedimento de medir - medição Medir é o procedimento pelo qual o valor momentâneo de uma grandeza física (grandeza a medir) é determinado como um múltiplo e/ou uma fração de uma unidade estabelecida como padrão. Medida A medida é o valor correspondente ao valor momentâneo da grandeza a medir no instante da leitura. A leitura é obtida pela aplicação dos parâmetros do sistema de medição à leitura e é expressa por um número acompanhado da unidade da grandeza a medir. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 17 Erros de medição Por razões diversas, toda medição pode apresentar erro. O erro de uma medida é dado pela equação: E = M - VV onde: E = Erro M = Medida VV = Valor verdadeiro Os principais tipos de erro de medida são: Erro sistemático: é a média que resultaria de um infinito número de medições do mesmo mensurando, efetuadas sob condições de repetitividade, menos o valor verdadeiro do mensurando. Erro aleatório: resultado de uma medição menos a média que resultaria de um infinito número de medições do mesmo mensurando, efetuadas sob condições de repetitividade. O erro aleatório é igual ao erro menos o erro sistemático. Erro grosseiro: pode decorrer de leitura errônea, de operação indevida ou de dano no sistema de medição. Seu valor é totalmente imprevisível, podendo seu aparecimento ser minimizado no caso de serem feitas, periodicamente, aferições e calibrações dos instrumentos. Fontes de erros Um erro pode decorrer do sistema de medição e do operador, sendo muitas as possíveis causas. O comportamento metrológico do sistema de medição é influenciado por perturbações externas e internas. Fatores externos podem provocar erros, alterando diretamente o comportamento do sistema de medição ou agindo diretamente sobre a grandeza a medir. O fator mais crítico, de modo geral, é a variação da temperatura ambiente. Essa variação provoca, por exemplo, dilatação das escalas dos instrumentos de medição de comprimento, do mesmo modo que age sobre a grandeza a medir, isto é, sobre o comprimento de uma peça que será medida. A variação da temperatura pode, também, ser causada por fator interno. 18 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Exemplo típico é o da não estabilidade dos sistemas elétricos de medição, num determinado tempo, após serem ligados. É necessário aguardar a estabilização térmica dos instrumentos/ equipamentos para reduzir os efeitos da temperatura. Curvas de erro No gráfico de curva de erro, os erros são apresentados em função do valor indicado (leitura ou medida). O gráfico indica com clareza o comportamento do instrumento e prático para a determinação do resultado da medição. Correção É o valor adicionado algebricamente ao resultado não corrigido de uma medição, para compensar um erro sistemático. Sabendo que determinada leitura contém um erro sistemático de valor conhecido, é oportuno, muitas vezes, eliminar o erro pela correção C, adicionada à leitura. Lc = L + C Onde: C = Correção L= Leitura Lc = Leitura corrigida Resolução É a menor variação da grandeza a medir que pode ser indicada ou registrada pelo sistema de medição. Histerese É a diferença entre a leitura/medida para um dado valor da grandeza a medir, quando essa grandeza foi atingida por valores crescentes, e a leitura/ medida, quando atingida por valores decrescentes da grandeza a medir. O valor poderá ser diferente, conforme o ciclo de carregamento e descarregamento, típico dos instrumentos mecânicos, tendo como fonte de erro, principalmente folgas e deformações, associadas ao atrito. Exatidão É o grau de concordância entre o resultado de uma medição e o valor verdadeiro do mensurando. Exatidão de um instrumento de medição. É a aptidão de um instrumento de medição para dar respostas próximas a um valor verdadeiro. Exatidão é um conceito qualitativo. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 19 Importância da qualificação dos instrumentos A medição e, consequentemente, os instrumentos de medição são elementos fundamentais para: Monitoração de processos e de operação. Pesquisa experimental. Ensaio de produtos e sistemas (exemplos: ensaio de recepção de uma máquina/ ferramenta; ensaio de recepção de peças e componentes adquiridos de terceiros). Controle de qualidade (calibradores, medidores diferenciais múltiplos, máquinas de medir coordenadas etc.). Qualificação dos instrumentos de medição A qualidade principal de um instrumento de medição é a de medir, com erro mínimo. Por isso, há três operações básicas de qualificação: calibração, ajustagem e regulagem. Na linguagem técnica habitual existe confusão em torno dos três termos. Em virtude disso, abaixo está a definição recomendada pelo INMETRO (VIM). Observações: O resultado de uma calibração permite o estabelecimento dos valores daquilo que está sendo medido (mensurando) para as indicações e a determinação das correções a serem aplicadas. Uma calibração pode, também, determinar outras propriedades metrológicas, como o efeito das grandezas de influência. O resultado de uma calibração pode ser registrado em um documento denominado certificado de calibração ou relatório de calibração. Ajustagem de um instrumento de medição: operação destinada a fazer com que um instrumento de medição tenha desempenho compatível com o seu uso. Calibração/Aferição: conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição, ou valores representados por uma medida materializada, ou um material de referência e os valores correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões. 20 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Regulagem de um instrumento de medição: ajuste, empregando somente os recursos disponíveis no instrumento para o usuário. Normas de calibração As normas da série NBR ISO 9000 permitem tratar o ciclo da qualidade de maneira global, atingindo desde o marketing e a pesquisa de mercado, passando pela engenharia de projeto e a produção até a assistência e a manutenção. Essas normas são tão abrangentes que incluem até o destino final do produto após seu uso, sem descuidar das fases de venda, distribuição, embalagem e armazenamento. Juntamente com a revisão dos conceitos fundamentais da ciência da medição será definida uma terminologia compatibilizada, na medida do possível, com normas nacionais (ABNT), internacionais (ISO) e com normas e recomendações técnicas de reconhecimento internacional (DIN, ASTM, BIPM, VDI e outras). No estabelecimento da terminologia, procura-se manter uma base técnico-científica. Ainda não existe no Brasil uma terminologia que seja comum às principais instituições atuantes no setor. A terminologia apresentada é baseada no VIM (Vocabulário Internacional de Metrologia), que busca uma padronização para que o vocabulário técnico de Metrologia no Brasil seja o mesmo utilizado em todo o mundo. Unidades de Comprimento m μm mm cm dm km mm μm nm 1 m = 1 106 103 102 10 10-3 1 mm = 1 103 105 1 μm = 10-6 1 10-3 10-4 10-5 10-9 1 μm = 10-3 1 103 1 mm = 10-3 103 1 10-1 10-2 10-6 1 nm = 10-6 10-3 1 1 cm = 10-2 104 10 1 10-1 10-5 1 Å = 10-7 10-4 10 1 dm = 10-1 105 102 10 1 10-4 1 pm = 10-9 10-6 10-3 1 km = 103 109 106 10-5 104 1 1 mÅ = 10-10 10-7 10-6 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 21 Unidades de Área Área ou superfície é o produto de dois comprimentos. O metro quadrado é a unidade SI da área e símbolo é m². m2 μm2 mm2 cm2 dm2 km2 1 m2 = 1 1012 106 104 102 10-6 1 μm2 = 10-12 1 10-2 10-8 10-10 10-18 1 mm2 = 10-6 106 1 10-2 10-4 10-12 1 cm2 = 10-4 108 102 1 10-2 10-10 1 dm2 = 10-2 1010 104 102 1 10-8 1 km2 = 106 1018 1012 1010 108 1 Volume Volume é produto de três comprimentos (comprimento, largura e altura). O metro cúbico é a unidade SI do volume, e o seu símbolo é m3. Unidades de Volume m3 mm3 cm3 dm3 * km3 1 m3 = 1 109 106 103 109 1 mm3 = 10-9 1 10-3 10-6 10-18 1 cm3 = 10-6 103 1 10-3 10-15 1 dm3 = 10-3 10-6 103 1 10-12 1 km3 = 109 1018 1015 1012 1 1 dm 3 = 1 l (litro) Massa O kilograma é a unidade SI de massa, com o símbolo kg. O correto em português é escrever quilograma, entretanto, trataremos a unidade de massa como kilograma por coerência gráfica (kg). O kilograma tem as seguintes características ímpares: a) Única unidade de base com prefixo (kilo = mil). b) Única unidade de base definida por um artefato escolhido em 1889. c) Praticamente sua definição não sofreu nenhuma modificação ou revisão. 22 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial O padrão primário da unidade de massa é o protótipo internacional do kilograma do BIPM. Este protótipo é um cilindro de platina (90%) - irídio (10%), com diâmetro e altura iguais a 39mm. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 23 Outras Unidades 1 milha inglesa = 1609m 1 milha marítima internacional = 1852 m 1 milha geográfica = 7420m 1 légua brasileira (3000 braças) = 6600 m 1 légua brasileira (1000 braças) = 2200 m 1 galão imperial (Ingl.) = 4.546 dm3 1 galão americano (EUA) = 3.785 dm3 1 braça (2 varas) = 2,20 m 1 vara (5 palmos) = 1,10 m 1 passo geométrico (5 pés) = 1,65 m 1 alqueire paulista = 24200 m2 1 alqueire mineiro = 48400 m2 1 short ton (US) = 0,9072 Mg 1 long ton (GB, US) = 1,0160 Mg 1 Btu/pé3 = 9,547 kcal/m3 = 39,964 N m/kg3 1Btu/lb = 0,556 kcal/kg = 2327 N m/kg 1 lb/pe2 = 4882 kp/m2 = 47,8924 N/m2 1 lb/pol2 (=1 psi) = 0,0703 kp/cm2 = 0,6896 N/cm2 Normas gerais de medição Medição é uma operação simples, porém, só poderá ser bem efetuada por aqueles que se preparam para este fim. O aprendizado de medição deve ser acompanhado por um treinamento, quando o aluno será orientado segundo as normas gerais de medição. Normas gerais de medição: Tranquilidade Limpeza Cuidado Paciência Senso de responsabilidade Sensibilidade Finalidade da Posição Medida Instrumento Adequado Domínio sobre o instrumento 24 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Recomendações Os instrumentos de medição são utilizados para determinar grandezas. A grandeza pode ser determinada por comparação e por leitura em escala ou régua graduada. É dever de todos os profissionais zelarem pelo bom estado dos instrumentos de medição, mantendo-se, assim, por maior tempo, sua real precisão. Evite: 1. Choque, queda, arranhões, oxidação e sujeira. 2. Misturar instrumentos. 3. Cargas excessivas no uso, medir provocandoatrito entre a peça e o instrumento. 4. Medir peças cuja temperatura, quer pela usinagem quer por exposição a uma fonte de calor, esteja fora da temperatura de referência. Cuidados: 1 - USE proteção de madeira, borracha ou feltro para apoiar os instrumentos. 2 - DEIXE a peça adquirir temperatura ambiente, antes de tocá-la com o instrumento de medição. Medidas e conversões Apesar de se chegar ao metro como unidade de medida, ainda são usadas outras unidades. Na Mecânica, por exemplo, é comum usar o milímetro e a polegada. O sistema inglês ainda é muito utilizado na Inglaterra e nos Estados Unidos, e é também no Brasil devido ao grande número de empresas procedentes desses países. Porém esse sistema está, aos poucos, sendo substituído pelo sistema métrico. Mas ainda permanece a necessidade de se converter o sistema inglês em sistema métrico e vice-versa. O sistema inglês O sistema inglês tem como padrão a jarda. A jarda também tem sua história. Esse termo vem da palavra inglesa yard que significa ―vara‖, em referência a uso de varas nas medições. Esse padrão foi criado por alfaiates ingleses. No século XII, em consequência da sua grande utilização, esse padrão foi oficializado pelo rei Henrique I. A jarda teria sido definida, então, como a distância entre a ponta do nariz do rei e a de seu polegar, com o braço esticado. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 25 A exemplo dos antigos bastões de um cúbito, foram construídas e distribuídas barras metálicas para facilitar as medições. Apesar da tentativa de uniformização da jarda na vida prática, não se conseguiu evitar que o padrão sofresse modificações. As relações existentes entre a jarda, o pé e a polegada também foram instituídas por leis, nas quais os reis da Inglaterra fixaram que: 1 pé = 12 polegadas 1 jarda = 3 pés 1 milha terrestre = 1.760 jardas Leitura de medida em polegada fracionária 26 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Os numeradores das frações devem ser números ímpares: Quando o numerador for par, deve-se proceder à simplificação da fração: Leitura de medida em polegada decimal A divisão da polegada em submúltiplos de 1/2‖, 1/4‖ ...1/128‖ em vez de facilitar, complica os cálculos na indústria. Por essa razão, criou-se a divisão decimal da polegada. Na prática, a polegada subdivide-se em milésimo e décimos de milésimo. Exemplo: a) 1.003" = 1 polegada e 3 milésimos b) 1.1247" = 1 polegada e 1 247 décimos de milésimos c) .725" = 725 milésimos de polegada Nas medições em que se requer maior exatidão, utiliza-se a divisão de milionésimos de polegada, também chamada de micropolegada. Em inglês, ―micro inch‖. É representado por m inch. Exemplo: .000 001" = 1 m inch Leitura de medida em milímetros Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 27 2. CONVERSÕES DE MEDIDAS Sempre que uma medida estiver em uma unidade diferente da dos equipamentos utilizados, deve-se convertê-la (ou seja, mudar a unidade de medida). 1ª TRANSFORMAÇÃO Transformar Sistema Inglês em Métrico Decimal. 1º CASO - Transformar polegadas inteiras em milímetros. Para se transformar polegada inteira em milímetros, multiplica-se 25,4mm, pela quantidade de polegadas por transformar. Ex.: Transformar 3" em milímetros 2º CASO - Transformar fração da polegada em milímetro. Quando o número for fracionário, multiplica-se 25,4mm pelo numerador da fração e divide-se o resultado pelo denominador. Ex.:Transformar 5/8" em milímetros. 3º CASO - Transformar polegada inteira e fracionária em milímetro. Quando o número for misto, inicialmente se transforma o número misto em uma fração imprópria e, a seguir, opera-se como no 2º Caso. Ex.: Transformar 1¾‖ em milímetros. 28 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 2ª TRANSFORMAÇÃO Transformar Sistema Métrico Decimal em Inglês Ordinário. Para se transformar milímetro em polegada, divide-se a quantidade de milímetros por 25,4 e multiplica-se o resultado pela divisão (escala) de 128, aproxima-se o resultado para o inteiro mais próximo, dando-se para denominador a mesma divisão tomada, e, a seguir, simplifica-se a fração ao menor numerador. Aplicando outro Processo Multiplica-se a quantidade de milímetros pela constante 5,04, dando-se como denominador à parte inteira do resultado da multiplicação a menor fração da polegada, simplificando-se a fração, quando necessário. Ex.: Transformar 9,525mm em polegadas. Ex.: Transformar 9,525mm em polegadas. 3ª TRANSFORMAÇÃO Transformar Sistema Inglês Ordinário em Decimal. Para se transformar sistema inglês ordinário em decimal, divide-se o numerador da fração pelo denominador. Ex.: Transformar 7/8" em decimal. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 29 4ª TRANSFORMAÇÃO Transformar Sistema Inglês Decimal em Ordinário. Para se transformar sistema inglês decimal em ordinário, multiplica-se valor em decimal por uma das divisões da polegada, dando-se para denominador a mesma divisão tomada, simplificando-se a fração, quando necessário. Ex.: Transformar .3125" em sistema inglês ordinário. 5ª TRANSFORMAÇÃO Transformar Sistema Inglês Decimal em Métrico Decimal. Para se transformar polegada decimal em milímetro, multiplica-se o valor em decimal da polegada por 25,4. Exemplo - Transformar .875" em milímetro. .875" x 25,4 = 22,225mm 6ª TRANSFORMAÇÃO Transformar Sistema Métrico Decimal em Inglês Decimal. Para se transformar milímetro em polegada decimal, podemos utilizar dois processos: 1º Processo: Divide-se o valor em milímetro por 25,4. Exemplo: Transformar 3,175mm em polegada decimal. 3,175 : 25,4 = .125‖ 2º Processo: Multiplica-se o valor em milímetro pela constante 0,03937". Observação: A constante .03937" corresponde à quantidade de milésimos de polegada contida em 1 milímetro. 1mm = .03937‖ Exemplo: Transformar 3,175mm em polegada decimal. 3,175 x .03937‖ = .125‖ 30 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Observação: A diferença do resultado entre o 1º e 2º processo, conforme mostram os exemplos acima, passa a ser desprezível, considerando-se ambos os processos corretos. Representação gráfica A equivalência entre os diversos sistemas de medidas, vistos até agora, pode ser melhor compreendida graficamente. Sistema inglês de polegada fracionária Sistema inglês de polegada milesimal Sistema métrico Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 31 3. INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO 3.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO Os instrumentos de medição classificam-se, segundo a sua construção e o procedimento de medição, nos seguintes tipos: Instrumentos de leitura direta: Quando a medida é obtida através de simples leitura. Ex: paquímetro, micrômetro, trena, etc. Instrumentos de Comparação: São aqueles que através dos quais se obtém a medida por comparação, encontrando a diferença entre a grandeza em exame com outra da mesma espécie de valor conhecido. Relógio Comparador 32 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Outro exemplo de instrumento de comparação são os relógios apalpadores. São utilizados onde os relógios normais são inadequados, isto é, onde o acesso é estreito a profundo. Relógio apalpador Instrumentos de Percepção:São aqueles cujas diferenças são obtidas por aproximação sem um valor numérico definido. Não tem escala, por isso essas diferenças são detectadas por percepção visual. Exemplos: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 33 3.2 TIPOS DE INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO SIMPLES Metro Articulado: É um instrumento de medição linear de largo uso nas oficinas de carpintaria, marcenaria, mecânica, serralheria e outras. A sua aproximação é de 1 mm. É normalmente empregado para efetuar medição de pouca precisão. Geralmente é feito de madeira, alumínio ou plástico, constituído por segmentos articulados. Metro Articulado Trena Outro instrumento que é bastante utilizado em medidas de pouca precisão é a escala flexível portátil, também chamada de ―trena‖. 34 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 4. RÉGUA GRADUADA Conceito O mais elementar instrumento de medição utilizado nas oficinas é a régua graduada (escala). É usada para tomar medidas lineares, quando não há exigência de grande precisão. Para que seja completa e tenha caráter universal, deverá ter graduações do sistema métrico e do sistema inglês. Tipos de Graduações Sistema métrico Graduação em milímetros (mm) = 1m 1000 Sistema inglês Graduação em polegadas (―).1‖ = 1 jarda 36 A escala ou régua graduada é construída de aço, tendo sua graduação inicial situada na extremidade esquerda. É fabricada nas dimensões de 150, 200, 250, 300, 500, 600,1000, 1500, 2000 e 3000mm. As mais comuns são as de 150mm (6‖) e 300mm (12‖). A régua graduada, o metro articulado e a trena são os mais simples entre os instrumentos de medida linear. A régua apresenta-se, normalmente, em forma de lâmina de aço carbono ou de aço inoxidável. Nessa lâmina estão gravadas as medidas em centímetro (cm) e milímetro (mm), conforme o sistema métrico, ou em polegada e suas frações, conforme o sistema inglês. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 35 Utilização Utiliza-se a régua graduada nas medições com ―erro admissível‖ superior à menor graduação. Normalmente, essa graduação equivale a 0,5 mm ou 1‖ 32 As réguas graduadas apresentam-se nas dimensões de 150, 200, 250, 300,500, 600, 1000, 1500,2000 e 3000 mm. As mais usadas na oficina são as de 150 mm (6‖) e 300 mm (12’). Tipos e usos Existem cinco tipos de régua graduada: sem encosto, com encosto, de encosto interno, de encosto externo, de dois encostos e de profundidade. Régua de encosto interno Destinada a medições que apresentem faces internas de referência. Régua com encosto Serve para medição de comprimento a partir de uma face externa, a qual e utilizada como encosto. 36 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Régua sem encosto Nesse caso, devemos subtrair do resultado o valor do ponto de refêrencia. Régua de profundidade Utilizada nas medições de canais ou rebaixos internos. Régua de dois encostos Dotada de duas escalas: uma com refêrencia interna e a outra com refêrencia externa. É utilizada principalmente pelos ferreiros. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 37 Régua rígida de aço – carbono com seção retangular Utilizada para medição de deslocamento em máquinas – ferramentas, controle de dimensões lineares, traçagem, etc. Uso da régua graduada Medição de comprimento com face de referência. 38 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Medição de comprimento sem encosto de referência. Medição de profundidade de rasgo Medição de comprimento com face interna de referência. Medição de comprimento com apoio em um plano. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 39 Características De modo geral, uma escala de qualidade deve apresentar bom acabamento, bordas retas e bem definidas, e faces polidas. As réguas de manuseio constante devem ser de aço inoxidável ou de metais tratados termicamente. É necessário que os traços da escala sejam gravados, bem definidos, uniformes, equidistantes e finos. A retitude e o erro máximo admissível das divisões obedecem a normas internacionais. Conservação Evitar quedas e contato com ferramentas de trabalho. Evitar flexiona-la ou torcê-la, para que não se empene ou quebre. Limpar após o uso, para remover o suor e a sujeira. Aplicar ligeira camada de óleo fino, antes de guardá-la. Graduação no Sistema métrico decimal 1 metro = 10 decímetros 1 m = 10 dm 1 decímetro = 10 centímetros 1 dm = 10 cm 1 centímetro = 10 milímetros 1 cm = 10 mm Intervalo referente a 1cm (ampliada) A graduação consiste em dividir 1 cm em 10 partes iguais. 1cm : 10 = 1mm A distância entre traços = 1mm 40 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial No sentido da seta, podemos ler 13 mm. Graduação no Sistema inglês ordinário (―) polegada – 1‖ = uma polegada Representações (IN) polegada – 1IN = uma polegada de polegadas (INCH) palavra inglesa que significa polegada Intervalo referente a 1‖(ampliada). As graduações da escala são feitas dividindo-se a polegada em 2,4,8 e 16 partes iguais, existindo em alguns casos escalas com 32 divisões, conforme figuras abaixo. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 41 Observação: Operando com frações ordinárias, sempre que o resultado é numerador par, devemos simplificar a fração. Exemplo: 1‖ + 1‖ = 2‖ . Simplificando termos: 2 : 2 = 1‖ 4 4 4 4 2 Prosseguindo a soma, encontraremos o valor de cada traço. 42 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Prosseguindo a soma, encontraremos o valor de cada traço. Dividindo- se 1‖ por 32, teremos 1‖:32 = 1‖x 1 = 1‖ 32 32 Prosseguindo a soma, encontraremos o valor de cada traço. A leitura consiste em verificar qual traço coincide com a extremidade do objeto, observando-se a altura do traço, que facilita a indicação das partes em que a polegada foi dividida. No exemplo abaixo, o objeto tem 1 1/8‖ (uma polegada e um oitavo). Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 43 Exemplo de medição e leitura com a régua graduada Para se medir um particular, faz-se coincidir o zero deste instrumento com uma extremidade do particular (A) e encontra-se o valor correspondente a extremidade oposta (B). Na prática, nem sempre o extremo do particular a medir coincide exatamente com uma graduação do instrumento. É então possível duas leituras: uma aproximada por excesso (18) e outra aproximada por defeito (17). Obs.: Neste caso, porém, a experiência permite que façamos uma leitura por aproximação em fração de milímetro, existente na leitura por defeito. Ex.: 17,3mm Cuidados na medição Para efetuarmoscorretamente uma medição é necessário que: a) - O instrumento não apresente deformações ou amassamento que altere a medida. 44 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial b) - A graduação do instrumento se inicia do zero. Quando a parte inicial do instrumento estiver gasta, faz-se coincidir a um extremo da peça a ser medida, outra divisão da régua métrica, por exemplo, 10. Assim encontra-se o valor da medida por diferença. Ex.: 42 - 10 = 32 c) - A extremidade inicial do instrumento coincida exatamente com o extremo da peça. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 45 d) - O instrumento seja perpendicular às duas extremidades da peça a ser medida. e) - Evitar a flexão do instrumento. 46 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 5. PAQUÍMETRO Conceito Enquanto a régua e usada para medir faces, o paquímetro é um instrumento mais utilizado para medir peças, quando a quantidade não justificar um instrumental específico e a precisão requerida não desce a menos de 0,02mm 1/128‖ e 0,001‖. Ele é capaz de especificar dimensões lineares internas, externas e de profundidade da peça. É um instrumento finamente acabado, com as superfícies planas e polidas, o cursor é ajustado à régua, de modo que permita a sua livre movimentação com um mínimo de folga. Geralmente, é construído de aço inoxidável, e suas graduações referem-se a 20° C. A escala é graduada em milímetros e polegadas, podendo a polegada ser fracionária ou milésima. O cursor é provido de uma escala, chamada de nônio ou vernier, que se desloca em frente às escalas da régua e indica o valor da dimensão tomada. Os paquímetros distinguem-se pela faixa de indicação, pelo nônio, pelas dimensões e forma dos bicos. Em geral, os paquímetros são constituídos para faixa de indicação 120 – 2.000 mm, e o comprimento dos bicos de 35 a 200 mm, correspondentemente. Para casos especiais é possível adquirir paquímetros de bicos compridos. O material empregado na construção de paquímetros e usualmente o aço, com coeficiente de dilatação linear α = 11. 5 μm/m . K, de forma equivalente a maioria das pecas. Ppppp ppp Ooooo oo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 47 Erros de leitura Além da falta de habilidade do operador, outros fatores podem provocar erros de leitura no paquímetro, como, por exemplo, a paralaxe e a pressão de medição. Paralaxe Dependendo do ângulo de visão do operador, pode ocorrer o erro por paralaxe, pois devido a esse ângulo, aparentemente há coincidência entre um traço da escala fixa com outro da móvel. O cursor onde é gravado o nônio, por razões técnicas de construção, normalmente tem uma espessura mínima (a), e é posicionado sobre a escala principal. Assim, os traços do nônio (TN) são mais elevados que os traços da escala fixa (TM). Colocando o instrumento em posição não perpendicular à vista e estando sobrepostos os traços TN e TM, cada um dos olhos projeta o traço TN em posição oposta, o que ocasiona um erro de leitura. Para não cometer o erro de paralaxe, é aconselhável que se faça a leitura situando o paquímetro em uma posição perpendicular aos olhos. CERTO ERRADO ERRADO 48 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Pressão de medição Já o erro de pressão de medição origina-se no jogo do cursor, controlado por uma mola. Pode ocorrer uma inclinação do cursor em relação à régua, o que altera a medida. Para se deslocar com facilidade sobre a régua, o cursor deve estar bem regulado: nem muito preso, nem muito solto. O operador deve, portanto, regular a mola, adaptando o instrumento à sua mão. Caso exista uma folga anormal, os parafusos de regulagem da mola devem ser ajustados, girando-os até encostar no fundo e, em seguida, retornando 1/8 de volta aproximadamente. Após esse ajuste, o movimento do cursor deve ser suave, porém sem folga. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 49 Erros de medição Então classificados em erros de influência objetivas e de influências subjetivas. De influências objetivas São aqueles motivados pelo instrumento: o Erros de plenitude. o Erros de paralelismo. o Erros da divisão da régua. o Erros da divisão do nônio. o Erros da colocação em zero. o De influências subjetivas São aqueles causados pelo operador (erros de leitura). Observação: os fabricantes de instrumentos de medição fornecem tabelas de erros admissíveis, obedecendo às normas existentes, de acordo com a aproximação do instrumento. Tipos e usos do Paquímetro Há tipos especiais de paquímetros para medições específicas, como, por exemplo, a medição de profundidade. Para atender as mais diversas necessidades da indústria de mecânica de precisão, foram desenvolvidos diversos tipos de paquímetros, sempre procurando tornar mais fácil tanto o acesso ao lugar de medição como seu manuseio e leitura. 50 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Paquímetro universal É utilizado em medições internas, externas, de profundidade e de ressaltos. Trata – se do tipo mais usado. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 51 Paquímetro duplo Utilizado nas medições de dentes de engrenagens. Paquímetro digital Utilizado para leitura rápida, livre dos erros de paralaxe e ideal para controle estatístico. 52 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Paquímetro com bicos longos e com ajuste fino Para medir peças de grande porte. Capacidade 0 a 1000mm Paquímetro para serviços pesados Com faces de medição interna, arredondadas. Capacidade 0 a 2000mm Paquímetros Especiais Paquímetro com ponta para medição de canais externos. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 53 Paquímetros Especiais Paquímetro para canhotos com haste de profundidade. Paquímetros Especiais Paquímetro com as faces de medição de metal duro, com haste de profundidade. Paquímetros Especiais Paquímetro com bico ajustável e com haste de profundidade. 54 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Paquímetro universal com relógio O relógio acoplado ao cursor facilita a leitura, agilizando a medição. Paquímetro com bico móvel (basculante) Empregado para medir peças cônicas ou peças com rebaixos de diâmetros diferentes. Paquímetro de profundidade Serve para medir a profundidade de furos não vazados, rasgos, rebaixos, etc. Esse tipo de paquímetro pode apresentar haste simples ou haste com gancho. Veja abaixo duas situações de uso do paquímetro de profundidade. [Digite uma citação do documento ou o resumo de um ponto interessante. Você pode posicionar a caixa de Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 55 Traçador de Altura É empregado na traçagem de peças, para facilitar o processo de fabricação e, com auxílio de acessórios, no controle dimensional. Príncipio do nônio A escala do cursor, chamada de nônio (designação dada pelos portugueses em homenagem a Pedro Nunes, a quem é atribuída sua invenção) ou vernier (denominação dada pelos franceses em homenagem a Pierre Vernier, que elesafirmam ser o inventor), consiste na divisão do valor N de uma escala graduada fixa por N.1 (n de divisões) de uma escala graduada móvel. Tomando o comprimento total do nônio, que é igual a 9mm, concluímos que cada intervalo da divisão do nônio mede 0,9 mm. 56 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Observando a diferença entre uma divisão da escala fixa e uma divisão do nônio, concluímos que cada divisão do nônio é menor 0,1 mm do que cada divisão da escala fixa. Essa diferença é também a aproximação máxima fornecida pelo instrumento. Assim sendo, se fizermos coincidir o 1º traço do nônio com o da escala fixa o paquímetro estará aberto em 0,1 mm, coincidindo 2º traço com 0,2 mm, 3º traço com 0,3 mm e assim sucessivamente. Cálculo de resolução (sensibilidade ou aproximação) Para se calcular a aproximação (também chamada de sensibilidade) dos paquímetros, divide- se o menor valor da escala principal (escala fixa), pelo número de divisões da escala móvel (nônio). A aproximação se obtém, pois, com a fórmula: a - aproximação e - menor valor da escala principal (Fixa) n - número de divisões do nônio (Vernier) Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 57 Exemplo: Observação: O cálculo de aproximação obtido pela divisão do menor valor da escala principal pelo número de divisões de nônio é aplicado a todo e qualquer instrumento de medição possuidor de nônio, como: paquímetro, micrômetros, goniômetro, etc. Leitura no sistema métrico Na escala fixa ou principal do paquímetro, a leitura feita antes do zero do nônio corresponde à leitura em milímetro. Em seguida, você deve contar os traços do nônio até o ponto em que um deles coincidir com um traço da escala fixa. Depois, você soma o número que leu na escala fixa ao número que leu no nônio. Para você entender o processo de leitura no paquímetro, são apresentados, abaixo, dois exemplos de leitura. Escala em milímetro e nônio com 10 divisões 58 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Escala em milímetro e nônio com 20 divisões Escala em milímetro e nônio com 50 divisões Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 59 Conservação Técnica de utilização do paquímetro Para ser usado corretamente, o paquímetro precisa ter: Seus encostos limpos; A peça a ser medida deve estar posicionada corretamente entre os encostos. É importante abrir o paquímetro com uma distância maior que a dimensão do objeto a ser medido. O centro do encosto fixo deve ser encostado em uma das extremidades da peça. Convém que o paquímetro seja fechado suavemente até que o encosto móvel toque a outra extremidade. 60 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Feita a leitura da medida, o paquímetro deve ser aberto e a peça retirada, sem que os encostos a toquem. As recomendações abaixo referem-se à utilização do paquímetro para determinar medidas: Externas. Internas. De profundidade. De ressaltos. Nas medidas externas, a peça a ser medida deve ser colocada o mais profundamente possível entre os bicos de medição. Isso evitará erros por folgas do cursor e o desgaste prematuro das pontas dos bicos onde a área de contato é menor. Para maior segurança nas medições, as superfícies de medição dos bicos e da peça devem estar bem apoiadas. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 61 Nas medidas internas, as orelhas precisam ser colocadas o mais profundamente possível. O paquímetro deve estar sempre paralelo à peça que está sendo medida. Para maior segurança nas medições de diâmetros internos, as superfícies de medição das orelhas devem coincidir com a linha de centro do furo. Toma-se, então, a máxima leitura para diâmetros internos e a mínima leitura para faces planas internas. 62 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial No caso de medidas de profundidade, apoia-se o paquímetro corretamente sobre a peça, evitando que ele fique inclinado. Nas medidas de ressaltos, coloca-se a parte do paquímetro apropriada para ressaltos perpendicularmente à superfície de referência da peça. Não se deve usar a haste de profundidade para esse tipo de medição, porque ela não permite um apoio firme. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 63 Sistema inglês ordinário Para efetuarmos leituras de medidas em um paquímetro do sistema inglês ordinário, faz – se necessário conhecermos bem todos os valores dos traços de escala. Assim sendo, se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o traço zero do nônio coincida com o primeiro traço da escala fixa, a leitura da medida será 1/16‖, no segundo traço 1/8‖, no décimo traço, 5/8‖. 64 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Uso do verner (nônio) Através do nônio podemos registrar no paquímetro, várias outras frações da polegada, e o primeiro passo será conhecer qual a aproximação (sensibilidade) do instrumento. Sabendo que o nônio possui 8 divisões, sendo a aproximação do paquímetro 1/128‖, podemos conhecer o valor dos demais traços . Observando a diferença entre uma divisão da escala fixa e uma divisão do nônio concluímos que cada divisão do nônio é menor 1/128‖ do que cada divisão da escala Fixa. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 65 Assim sendo, se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o primeiro traço do nônio coincida com a escala fixa, a leitura da medida será 1/128‖, o segundo traço 1/64‖, o terceiro traço 3/128‖, o quarto traço 1/32‖ e assim sucessivamente. . Observação: para a colocação de medidas, assim como para leituras de medidas feitas em paquímetro do sistema inglês ordinário, utilizaremos os seguintes processos: Processo para a colocação de medidas 1º Exemplo - Colocar no paquímetro a medida 33/128‖. Divide-se o numerador da fração pelo ultimo algarismo do denominador O quociente encontrado na divisão será o número de traços por deslocar na escala fixa pelo zero do nônio (4 traços). O resto encontrado na divisão será a concordância do nônio, utilizando-se o denominador da fração pedida (128). 66 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 2 º Exemplo – Colocar o paquímetro a medida de 45/64‖. Processo para a leitura de medidas 1º Exemplo – Ler a medida da figura abaixo. Multiplica-se o número de traços da escala fixa ultrapassados pelo zero do nônio, pelo último algarismo do denominador da concordância do nônio. O resultado da multiplicação soma-se com o numerador, repetindo-se o denominador da concordância. 2º Exemplo – Ler a medida da figura abaixo. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 67 3º Exemplo - Ler a medida da abaixo. 4º Exemplo – Ler a medida da figura abaixo. Observação: Em medidas como as do exemplo da figura acima, abandonamos a parte inteira e fazemos a contagem dostraços, como se iniciássemos a operação. Ao final da aplicação do processo, incluímos a parte inteira antes da fração encontrada. 68 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Medir diâmetros externos Medir diâmetro externo é uma operação frequentemente realizada pelo Inspetor de Medição, a qual deve ser feita corretamente, a fim de se obter uma medida precisa e sem se danificar o instrumento de medição. Processo de execução 1º Passo - POSICIONE O PADRÃO. a - Observe o número do padrão. b - Apoie o padrão sobre a mesa, com a face numerada para baixo, ao lado esquerda da folha de tarefa. 2º Passo - SEGURE O PAQUÍMETRO. Observação. Utilize a mão direita. 3º Passo - FAÇA A LIMPEZA DOS ENCOSTOS. Observação Utilize uma folha de papel limpo. a - Desloque o cursor do paquímetro. b - Coloque a folha de papel entre os encostos. c - Feche o paquímetro até que a folha de papel fique presa entre os encostos. d - Desloque a folha de papel para baixo. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 69 4º Passo - FAÇA A PRIMEIRA MEDIDA. a - Desloque o cursor, até que o encosto apresente uma abertura maior que a primeira medida por fazer no padrão. b - Encoste o centro do encosto fixo em uma das extremidades do diâmetro por medir. c – Feche o paquímetro suavemente, até que o encosto móvel toque a outra extremidade do diâmetro. d - Exerça uma pressão suficiente para manter a peça ligeiramente presa entre os encostos e - Posicione os encostos do paquímetro na peça, de maneira que estejam no plano de medição. f - Utilize a mão esquerda, para melhor sentir o piano de medição. g - Faça a leitura da medida. h - Abra o paquímetro e retire-o da peça, sem que os encostos a toquem. I - Registre a medida feita na folha de tarefa, no local indicado, de acordo com o número padrão. 70 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 5º Passo - COMPLETE A MEDIÇÃO DOS DEMAIS DIÂMETROS. a - Repita todos os subpassos do 4º passo. 6º Passo - FAÇA A MEDIÇÃO DOS DEMAIS PADRÕES. a - Troque o padrão por outro de número diferente. Sistema métrico decimal Leitura da escala fixa Valor de cada traço da escala fixa = 1mm. Daí conclui - se que, se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o primeiro zero do nônio coincida com o primeiro traço da escala fixa, a leitura da medida será 1mm, no segundo traço 2mm, no terceiro traço 3mm, no décimo sétimo traço 17 mm, e assim sucessivamente. Uso do vernier (nônio) De acordo com a procedência do paquímetro e o seu tipo, observaremos diferentes aproximações, isto é, o nônio com número de divisões diferentes: 10, 20 e 50. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 71 Cálculo de resolução Cada divisão do nônio é menor 0,02mm do que cada divisão da escala. Se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o primeiro traço do nônio coincida com o da escala, a medida será 0,02mm, o segundo traço 0,04mm, o terceiro traço 0,06mm, e o décimo sexto 0,32mm. ESCALA FIXA 72 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Leitura de medidas Conta-se o número de traços da escala fixa ultrapassados pelo zero do nônio (10mm) e, a seguir, faz-se a leitura da concordância do nônio (0,08mm). A medida será 10.08mm. Sistema inglês decimal Graduação da escala fixa Para conhecermos o valor de cada divisão da escala fixa, basta dividir o comprimento de 1‖ pelo número de divisões existentes. 1‖ = 1000 milésimos Conforme mostra a figura abaixo, no intervalo de 1‖ temos 40 divisões. Operando a divisão, teremos:1‖:40 = .025‖. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 73 Se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o zero do nônio coincida com o primeiro traço da escala, a leitura será 0,025‖, no segundo traço .050‖, no terceiro traço .075‖, no décimo traço .250‖, e assim sucessivamente. Uso do vernier (nônio) O primeiro passo será calcular a aproximação do paquímetro. Sabendo-se que o menor valor da escala fixa é .025‖ e que o nônio possui 25 divisões, teremos: a = .025’’ : 25 = .001‖ Cada divisão do nônio é menor .001‖ do que duas divisões da escala. Se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o primeiro traço do nônio coincida com o traço da escala, a leitura será .001‖, o segundo traço .002‖, o terceiro traço .003‖, e o décimo segundo traço .012‖. 74 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Leitura de medidas Para se efetuar a leitura de medidas com paquímetro do sistema inglês decimal, procede-se da seguinte forma: observa-se a que quantidade de milésimos corresponde o traço da escala fixa, ultrapassado pelo zero do nônio .150‖. A seguir, observa-se a concordância do nônio .009‖. Somando-se os valores .150‖ + .007‖, a leitura da medida será .157‖. Exemplo: A leitura da medida é = 1.129‖. Conservação Manejar o paquímetro sempre com todo cuidado, evitando choques. Não deixar o paquímetro em contato com outras ferramentas, o que pode lhe causar danos. Evitar arranhaduras ou entalhes, pois isso prejudica a graduação. Ao realizar a medição, não pressionar o cursor além do necessário. Limpar e guardar o paquímetro em local apropriado, após sua utilização. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 75 6. MICRÔMETRO Conceito O micrômetro e um instrumento de medição de comprimento. No entanto sua precisão é maior que a do paquímetro, permitindo medir, por leitura direta, dimensões de até 0,001 milímetros, ou um mícron, de onde deriva o nome do instrumento. Seu funcionamento baseia-se no avanço de um parafuso micrométrico. Os materiais empregados para fabricação do parafuso micrométrico são aço liga ou aço inoxidável. O aço inoxidável confere ao parafuso micrométrico maior resistência a oxidação, mas por outro lado, a sua dureza é menor quando comparada a um fuso de aço liga. Os parafusos micrométricos são retificados, temperados e estabelecidos com dureza de aproximadamente 63 HRc para garantia de alta qualidade do mesmo. O princípio utilizado é o do sistema parafuso e porca. Assim, se, numa porca fixa, um parafuso der um giro de uma volta, haverá um avanço de uma distância igual a seu passo. 76 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Características do micrômetro Os micrômetros se caracterizam pela capacidade e aproximação da leitura, como se define a seguir. Capacidade: micrometros variam de 0 a 25 mm; de 25 a 50 mm; ...; ate de 1.975 a 2.000 mm. Aproximação de leitura: pode ser de 0,01 mm e 0,001 mm ou de 0,001‖ e 0,0001‖. Nomenclatura Arco É construído de aço especial e tratado termicamente, a fim de eliminar as tensões, e munido de protetor antitérmico, para evitar a dilatação pelo calor das mãos. Parafuso micrométrico É construído de aço de alto teor de liga, temperado a uma dureza de 63 RC. Rosca retificada, garantindo a alta precisão no passo. Contatores Apresentam-se rigorosamente planos e paralelos, e em alguns instrumentos são de metal duro, de alta resistência ao desgaste. Fixador ou trava Permite a fixação de medidas. Luvaexterna Onde é gravada a escala, de acordo com a capacidade de medição de instrumento. Tambor Com o seu movimento rotativo e através de sua escala, permite a complementação das medidas. Porca de ajuste Quando necessário, permite o ajuste do parafuso micrométrico. Catraca Assegura uma pressão de medição constante. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 77 Tipos e usos Para diferentes usos no controle de peças, encontram-se vários tipos de micrômetros, tanto para medição em milímetros como em polegadas, variando também sua capacidade de medição. Micrômetro para medição externa Aplicado para medição externas sempre variando sua capacidade de 25 em 25mm, podendo ter uma resolução de 0,01mm ou 0,001mm. Micrômetro digital Ideal para leitura rápida, livre de erros de paralaxe, próprio para uso em controle estatístico de processo, juntamente com microprocessadores. 78 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Micrômetro para medição de espessura de tubos Este micrômetro é dotado de arco especial e possui o contato a 90° com a haste móvel, o que permite a introdução do contato fixo no furo do tubo. Contador mecânico É para uso comum, porém sua leitura pode ser efetuada no tambor ou no contador mecânico. Facilita a leitura independentemente da posição de observação (erro de paralaxe). Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 79 Micrômetro com discos Para a medição do papel, cartolina, couro e borracha. Também é empregado para a medição de passo de engrenagem. Micrômetro externo – com batente em V Utilizados para medição de ferramentas de corte que possuem número impar de cortes, como: machos, fresas, alargadores, eixos entalhados, etc. O ângulo em V dos micrômetros para medição de ferramentas de 3 cortes e 60°, 5 cortes e 108° e 7 cortes e 128°34’17‖. 80 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Micrômetro externo para medição de roscas. Utilizado para a medição de diâmetro primitivo de roscas triangulares. Este possui as hastes furadas para encaixar as pontas intercambiáveis, conforme o passo para o tipo de rosca a medir. As pontas para o micrômetro de rosca são do tipo cone/prisma, cujo ângulo pode ser diferente conforme o tipo de rosca (60° ou 55°). Micrômetro externo – com arco profundo Utilizado para medições de espessuras de bordas, ou de partes salientes das pecas. Possui pontas de medição de metal duro. Os micrômetros de 300 mm e 600 mm possuem apoio para o arco. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 81 Micrômetro para a medição de profundidade. Conforme a profundidade a ser medida, utilizam-se hastes intercambiáveis que acompanham o micrômetro. Existem também digitais, com base e hastes temperadas, retificadas e lapidadas. Micrômetro interno – tipo paquímetro Utilizado para medidas internas. Tambor e cilindro com acabamento cromo-acetinado. O micrômetro interno com bicos tipo paquímetro é muito utilizado na medição de pequenas dimensões internas acima de 5 mm, com erros menores do que propriamente com um paquímetro. 82 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Micrômetro externo com relógio Utilizado para a medição de peças em série. Fixado em grampo antitérmico. Micrômetro externo – com pontas lisas Mais utilizados em locais de difícil acesso. Pontas de medição em metal duro. Os micrometros com capacidade de 50 mm e superiores são fornecidos com barra-padrão para calibração. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 83 Micrômetro externo – pontas cônicas Utilizado em locais de difícil acesso. Ângulos das pontas para medição: 15° ou 30°. Os micrometros com capacidade de 50 mm e superiores são fornecidos com barra-padrão para calibração. Micrômetro para medição externa, com hastes intercambiáveis. Em um único equipamento pode se regular várias capacidades de medição. Os micrômetros externos com batentes intercambiáveis vêm acompanhados de hastes-padrão, que servem para verificar a zeragem do instrumento a cada vez que os batentes são trocados. 84 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Micrômetro tubular (micrômetro interno de dois contatos) Utilizado para medições internas acima de 30 mm. Devido ao uso em grande escala do micrômetro interno de três contatos pela sua versatilidade, o micrômetro tubular atende quase que somente a casos especiais, principalmente a grandes dimensões. Os micrômetros tubulares podem ser aplicados em vários casos, utilizando – se o conjunto de hastes de extensão intercambiáveis com dimensões de 25 a 2000 mm. As hastes podem ser acopladas umas às outras. Nesse caso, há uma variação de 25 mm em relação a cada haste acoplada. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 85 As figuras abaixo ilustram o posicionamento para a medição. Micrômetro interno de três contatos Usado exclusivamente para realizar medidas em superfícies cilíndricas internas, permitindo leitura rápida e direta. É autocentrante devido a disposição de suas pontas de contato, que formam entre si um ângulo de 120° permitindo um alojamento perfeito do instrumento no furo por medir, encontrando-se facilmente a posição correta de medição. Ele é um instrumento muito importante para medir dimensões internas com tolerâncias mais apertadas. Por outro lado, seu custo é relativamente elevado. . Micrômetro interno de três contatos com pontas intercambiáveis Esse micrômetro é apropriado para medir furos roscados, canais e furos sem saída, pois suas pontas de contato podem ser trocadas de acordo com a peça que será medida. 86 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Leitura de Medidas no Micrômetro com resolução de 0,01 mm Sabendo-se que, nos micrômetros do sistema métrico, o comprimento da escala da luva mede 25,00mm, se dividirmos o comprimento da escala pelo número de divisões existentes, encontraremos o valor da distância entre as divisões (0,50mm), que é igual ao passo do parafuso micrométrico. Inicialmente, observaremos as divisões da escala da luva. Nas figuras abaixo, mostramos a escala da luva do micrômetro com os traços em posições diferentes, porém, sem alterar a distância entre si. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial | SENAI – MA 87 Estando o micrômetro fechado, dando uma volta completa no tambor rotativo, teremos um deslocamento do parafuso micrométrico igual ao seu passo (0,50mm), aparecendo o primeiro traço na escala da luva. A leitura da medida será 0,50mm. Dando-se duas voltas completas aparecerá o segundo traço, e a leitura será 1,00mm. E assim sucessivamente. Leitura do Tambor Sabendo que uma volta no tambor equivale a 0,50mm, tendo o tambor 50 divisões, concluímos que cada divisão equivale a 0,01mm 88 SENAI – MA | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Leitura no micrômetro com resolução de 0,01 mm. 1º passo — leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha. 2º passo - leitura dos meios milímetros,
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