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11 - Constituição e Revisão do Crédito Tributário-2

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
CONSTITUIÇÃO E REVISÃO
Prof. Gustavo Henrique Carvalho da Mata
gustavodamata@mcmadvogados.com.br
Relação jurídico tributária (prevista em LEI)
Partes
Sujeito Ativo – CTN, 119 e 120
Competência x Capacidade – Ver CTN, 7º
Sujeito passivo – CTN, 121 a 123 e seguintes
Contribuinte
Responsável 
Por transferência
Por substituição
Obrigação
Dever a ser cumprido por uma parte, exigível pela outra
Pode ser principal ou acessória
Obrigação Tributária
Principal
CTN, 113 § 1º e 114 (previsão em lei)
Obrigação de dar, de pagar
Abrange o tributo e a multa
Acessória
CTN, 113 § 2º e 115 (previsão na legislação)
Obrigação de fazer, não fazer, tolerar
Inobservância → Multa (obrigação principal – CTN, 113 § 3º)
OBS – A acessória independe da principal e esta independe daquela
Obrigação Principal e Crédito Tributário
Surgimento da obrigação principal (de pagar)
Realização do fato gerador (CTN, 114)
HI ― FI (subsunção do fato à norma) = nascimento da OT
Nasce um débito para o devedor (sujeito passivo) e um crédito para o credor (sujeito ativo)
Crédito tributário x débito tributário – depende da ótica
CTN: Crédito tributário
Mas o sujeito ativo já conhece seu crédito?
Lançamento do Crédito Tributário
Procedimento administrativo com os fins do art. 142 (conceito)
Objetivo: Constituir o CT com os fins do art. 142
Natureza: declaratória, constitutiva ou dúplice/mista?
Competência: autoridade administrativa. Qual?
Indelegável
Crédito Tributário - Nascimento
Decorre da OP e tem a mesma natureza – CTN, 139
O nascimento do CT ocorre com o lançamento
HI ― FG ― OT ― L ― CT
O lançamento confere liquidez e exigibilidade à OT
O CT não surge com o fato gerador, mas sim com o lançamento (STJ. REsp 250.306/DF)
Após o lançamento, o sujeito ativo pode exigir, inscrever em dívida ativa e executar
HI ― FG ― OT ― L ― CT ― Exigência Adm ― Inscrição em DA (CDA) ― EF
Lançamento do Crédito Tributário
Legislação aplicável:
Quanto à OT: A da época do FG, conf. CTN, 144 e princípio da irretroatividade (CR88, art. 150, III, “a” (legislação material)
Natureza declaratória da OT
Quanto aos aspectos formais: A da época do lançamento – CTN, 144 § 1º
Lei 10.174 de 2001 (retroatividade do uso de dados da CPMF – STJ entendeu legal conf. REsp 558.633), LC 105/2001 (Declaração de Movimentação Financeira), IN RFB 1.571/2015 (e- Financeira), acordos internacionais sobre fiscalização
Salvo para atribuir responsabilidade tributária a terceiros
Câmbio – CTN, 143
Lançamento do Crédito Tributário
Atividade plenamente vinculada. CTN, art. 3º e 142, parágrafo único
Presunção de veracidade e legitimidade
Autoexecutoriedade x métodos forçosos de cobrança
Recente questão relacionada aos bloqueios de bens pela própria PFN, sem autorização judicial (Lei 13.606/2018)
Crédito Tributário – Revisão do Lançamento
As modificações no CT não afetam a OT que lhe deu origem – CTN, 140
Modificação, extinção, suspensão e exclusão da exigibilidade do CT só nos casos do CTN – CTN, 141
Art. 145:
Até a notificação a revisibilidade é absoluta
Crédito Tributário – Revisão do Lançamento
Art. 145:
Após a notificação, o lançamento é definitivo, sendo irrevisível, salvo:
Impugnação do sujeito passivo (litigiosa): defesa administrativa que instaura a fase contenciosa ou litigiosa (encerra-se a fase oficiosa com a notificação). Abrange o recurso voluntário.
Recurso de ofício (litigiosa): Recurso da autoridade administrativa, quando possível, face à decisão administrativa de 1ª instância que exonerou o sujeito passivo do pagamento ou deixou de aplicar pena de perda.
Iniciativa de ofício da autoridade nos casos do art. 149 (não litigiosa) 
Somente nesses casos, e de ofício
Autotutela, poder-dever e legalidade (necessidade de sanar vícios)
Lançamento de ofício e revisão de ofício previstas no art. 149
Crédito Tributário – Revisão do Lançamento
Art. 146: Vedação à revisão de lançamentos já efetuados com fundamento em erros de direito
Erro de direito viabiliza adoção de novo critério jurídico na interpretação da norma (nova interpretação) SOMENTE para FG futuro. Novo critério com efeitos somente ex nunc
 Incabível lançamento suplementar sobe o fundamento de erro de direito
Ex: Nova interpretação quanto à classificação de serviços na lista de alíquotas do ISSQN ou quanto à classificação de NCM no ato de importação
Súmula 227 do antigo TFR: “A mudança de critério jurídico adotado pelo Fisco não autoriza a revisão do lançamento”. No STF: RE 100.485
Crédito Tributário – Modalidades de Lançamento
Lançamento é ato privativo do FISCO – CTN, art. 142
Mas pode ocorrer, em alguns casos, alguma atividade do contribuinte que integre o procedimento do lançamento
Modalidades:
Misto ou Por Declaração (CTN, 147)
De Ofício ou Ex Officio:
Direto – inciso I
Suplementar – incisos seguintes
Por Homologação (podendo haver autolançamento) (CTN, 150)
Crédito Tributário – Modalidades de Lançamento
Misto ou Por Declaração (CTN, 147):
Com base na declaração prestada (obrigação acessória)
FG → Declaração → Lançamento (CT) → Pagamento ou impugnação
Ex: II, IE, ITBI 
Art. 147, § 1º: Retificação da declaração visando reduzir ou excluir o tributo. Somente admissível nos casos se comprovado o erro e se der antes da notificação do lançamento. (após o lançamento, haverá revisão)
Crédito Tributário – Modalidades de Lançamento
De Ofício ou Ex Officio:
Fisco age de ofício pois já dispõe dos dados suficientes
FG → Lançamento (CT) → Pagamento ou impugnação
Pode ser:
Direto: inciso I. Ex: IPTU, IPVA, Taxas, Contribuições de Melhoria, Contribuições Corporativas dos Conselhos Profissionais, Contribuição de Iluminação Pública
Suplementar: demais incisos, referindo-se a todos os demais tributos. Trata-se de revisão de ofício, havendo lançamento suplementar de diferenças.
Crédito Tributário – Modalidades de Lançamento
Por Homologação (CTN, 150):
 Sujeito passivo antecipa o pagamento, o qual se sujeita à homologação
A homologação consiste no lançamento
FG → Pagamento → Lançamento (pela homologação)
A homologação pode ser expressa ou tácita (ver § 4º)
Decadência do direito de a fazenda pública realizar lançamento de ofício suplementar
§ 1º: O pagamento extingue o crédito sob condição resolutória de ulterior homologação
Ex: ICMS, IPI, PIS, COFINS, IR
O autolançamento configura lançamento 
Crédito Tributário - Arbitramento
Não é lançamento. Ocorrerá o lançamento de ofício. CTN, art. 148
Técnica indiciária de aferição dos valores
Adoção em circunstâncias extremas e excepcionais
Fisco adota um valor de base de cálculo compatível com o mercado.
Conforme a lei (Valor arbitrado e não arbitrário)
Contraditório: pode-se provar que o fato não ocorreu como arbitrado
Ex: ITBI (quando se declara valor inferior); IRPJ (quando a escrituração é insatisfatória...atraso na escrita não, conf. Sum. 76 TFR); IRPF (caso de depósitos bancários incompatíveis com a renda); IPI (quando se omite valores)
Se é possível definir a verdadeira base por métodos investigativos, não cabe o arbitramento.

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