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Unidade I - Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação

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Prévia do material em texto

Direito Previdenciário
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profª Me. Karen Diana Macedo Arsenovicz e Prof. Claudio Alves da Silva
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação
• Seguridade Social: Conceito, Divisão, Denominação
e Natureza Jurídica;
• Seguridade Social no Brasil e no Mundo;
• Conceitos Básicos de Previdência Social, Assistência
Social e Saúde;
• Relação do Direito da Seguridade Social com os Demais
Ramos do Direito;
• Princípios da Seguridade Social;
• Competência Legislativa;
• Legislação da Seguridade Social;
• Interpretação, Integração, Vigência e Eficácia das Normas
de Seguridade Social. 
• Estudar os pontos iniciais do Direito Previdenciário: origem, princípios, legislação.
• Tratar os conceitos básicos de previdência social, assistência social e saúde. 
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Introdução à Seguridade Social, 
Princípios e Legislação
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação
Seguridade Social: Conceito, Divisão, 
Denominação e Natureza Jurídica 
Conceito
Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos Poderes Públicos e da sociedade destinadas a assegurar os direitos à saúde, à 
previdência e à assistência social (cf. art. 194, Constituição Federal, 1988).
De acordo com Ibrahim (2009), trata-se de uma rede protetiva formada pelo Esta-
do e particulares, com contribuições de todos, incluindo parte dos beneficiários, para 
estabelecer ações positivas no sustento de pessoas carentes, trabalhadores em geral 
e seus dependentes, providenciando a manutenção de um padrão mínimo de vida.
Denominação
A expressão seguridade social denota provisão para o futuro e engloba a ideia de 
assegurar aos indivíduos e às suas famílias os meios de subsistência básicos, a fim de 
que, na ocorrência de uma contingência, sua qualidade de vida não seja diminuída a 
ponto de não mais se proporcionar sequer a manutenção das necessidades básicas.
Divisão 
A seguridade é gênero que tem por espécies a Saúde, a Assistência Social e a Previ-
dência Social, e somente para a prestação da Previdência Social, exige-se contribuição.
Síntese
Seguridade social
Previdência Social
Assistência Social
Saúde
Natureza jurídica 
É direito público subjetivo fundamental da pessoa humana, irrenunciável, ina-
lienável e intransmissível; um direito especialmente protegido por meio de normas 
gerais de imprescindibilidade. Decorre da lei e não da vontade das partes.
Importante!
O direito público subjetivo configura-se como um instrumento jurídico de controle da atu-
ação do poder estatal, uma vez que permite ao seu titular exigir do Estado os seus direitos. 
Importante!
8
9
Seguridade Social no Brasil e no Mundo 
Evolução no mundo
A ideia de proteção social surgiu com a concepção de família e vem se desenvol-
vendo à medida que a sociedade evolui. Podemos destacar, na história da humani-
dade, vários marcos, como adiante veremos. 
Podemos destacar como exemplos de direitos de seguridade, em Roma: 
1. O pater familias tinha obrigação de prestar assistência aos servos e clientes; 
2. O exército romano guardava duas partes de cada sete partes do salário do 
soldado e, na aposentadoria, este recebia suas economias mais uma gleba; 
3. Havia associações denominadas collegia ou sodalitia visando à garantia de 
seus participantes e assegurando sepultura e despesas dos funerais dos sócios; 
4. Era necessária licença estatal para a mendicância, só concedida aos inca-
pazes de trabalhar.
Pater Familias: Verdadeiro “Pai da Família”. Era a mais elevada posição familiar que, na 
Roma Antiga, era sempre ocupada por homens.
Gleba : Terreno próprio para cultura de produtos agrícolas.
Collegia ou Sodalitia : associação de pessoas, sem finalidade lucrativa, com o intuito de pro-
mover socorro mútuo, além de assegurar sepultamento digno aos corpos de seus associados.
Ex
pl
or
Na Idade Média, as confrarias, as guilras ou guildas tinham a finalidade de con-
ceder assistência a seus associados, em caso de doenças, velhice e pobreza, além 
de prover despesas funerais de seus membros.
Em 1344, registrou-se o primeiro contrato de seguro marítimo. 
Em 1601, a Poor Relief Act – Lei de Amparo aos Pobres – na Inglaterra, foi 
considerada a primeira lei de assistência social. 
Entre 1883 e 1911 foram editadas diversas leis que formaram o sistema alemão 
de seguridade social, introduzido por Otto Von Bismarck, com destaque para a 
criação do seguro contra acidentes do trabalho (custeados pelos empresários) e o 
seguro de invalidez e velhice (custeado pelos empregados, empregadores e também 
pelo Estado). 
Em 1917, no México, surgiu a primeira constituição a prever o seguro social, em 
seu artigo 123. 
9
UNIDADE Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação
Em 1919, foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Esse orga-
nismo internacional editou diversas convenções, versando sobre a matéria previ-
denciária, com destaque para os acidentes do trabalho (ex. Convenções de n. 12, 
em 1921; e de n. 17, em 1927).
A Constituição de Weimar, assinada na Alemanha, em 1919, determinava ao Es-
tado prover a subsistência dos cidadãos aos quais não pudesse proporcionar acesso 
ao trabalho produtivo. 
Em 1935, nos Estados Unidos, houve a aprovação da Social Security Act, que ins-
tituiu a seguridade social naquele país, que inovou ao instituir o auxílio-desemprego.
Na Inglaterra de 1941/1944, foi proposto o denominado Plano Beveridge, um pro-
jeto inglês que visava à segurança social, a ser prestado do berço ao túmulo, protegen-
do os cidadãos de certas contingências sociais quando o trabalho fosse impossibilitado. 
Em 1948, foi adotada pela ONU a Declaração Universal dos Direitos do Homem 
que, nos seus artigos 22, 25 e 28, tratam do direito à seguridade social. 
Artigo XXII
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança 
social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional 
e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos 
econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre 
desenvolvimentoda sua personalidade.
Artigo XXV
I- Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-
-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, 
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito 
à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice 
ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias 
fora de seu controle.
II- A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência espe-
ciais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão 
da mesma proteção social.
Artigo XXVIII
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que 
os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser 
plenamente realizados.
Disponível em: <https://goo.gl/D73F75>. Acesso em: 4 mar. 2019.
Evolução no Brasil 
Em nossa legislação pátria, podemos destacar os seguintes marcos evolutivos:
• No período Colonial, podemos citar a criação das Santas Casas de Misericór-
dia, sendo apontada como a mais antiga a de Santos (1543);
10
11
• No ano de 1795, estabeleceu-se o Plano de Beneficência dos Órfãos e Viúvas 
dos Oficiais da Marinha;
• Em 1821, por intermédio do Decreto de 1º de Outubro, foi concedida aposen-
tadoria aos mestres e professores após 30 anos de serviço e assegurado abono 
de ¼ dos ganhos aos que continuassem em atividade;
• Em 1835, é criado o Montepio Geral dos Servidores do Estado – MONGERAL, 
primeira entidade privada a funcionar no país;
• Em 1888, o Decreto nº 9.912-A concedeu aposentadoria aos servidores dos 
correios, desde que contassem 60 anos de idade e 30 anos de contribuição;
• Em 1890, o Decreto nº 221 instituiu a aposentadoria para os empregados da 
Estrada de Ferro Central do Brasil, posteriormente estendida aos demais ferro-
viários do Estado pelo Decreto 565;
• A Constituição de 1891 previu aposentadoria por invalidez para os servidores 
públicos (art. 75);
• Em 1919, a Lei nº 3.724 criou, no direito pátrio, a proteção para o acidente de 
trabalho, consagrando a responsabilidade objetiva do empregador;
• Em 1923, sobreveio o Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro – a Lei 
Eloy Chaves. Essa norma criou as Caixas de Aposentadoria e Pensão nas 
empresas de estrada de ferro, mediante contribuição dos trabalhadores, das 
empresas e do Estado. As garantias criadas pela Lei Eloy Chaves foram rapida-
mente estendidas às demais categorias profissionais. Note-se que as Caixas de 
Aposentadoria e Pensão eram por empresa, e a primeira empresa a criar sua 
Caixa de Pensão foi a atual FEPASA, então Great Western do Brasil;
• Após a revolução de 1930, o sistema foi reformulado, deixando de existir as 
Caixas de Aposentadoria e Pensão por empresas, passando-se para a cria-
ção dos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP) por categoria profissional.
O primeiro IAP foi o dos Marítimos (IAPM), em 1933, seguido do IAP dos Co-
merciários (IAPC) e o dos bancários (IAPB), em 1934; do IAP dos Industriários 
(IAPI), em 1936; do IAP dos empregados em transportes e cargas, em 1938 
(IAPETC); e do IAP dos Servidores do Estado (IAPSE), fundado em 1938;
• A Constituição de 1934 foi a primeira a utilizar a expressão “previdência”, 
mas não a adjetivava como “social”. Estabeleceu tríplice forma de custeio (ente 
público, empregado e empregador), além da aposentadoria por invalidez e be-
nefícios integrais para empregado acidentado. Para os funcionários públicos, 
garantiu aposentadoria compulsória aos 68 anos de idade;
• A Constituição de 1937 empregou a expressão “seguro social” como sinônima de 
“previdência social” e não trouxe evolução em relação às constituições anteriores;
• A Constituição de 1946 foi a primeira a utilizar a expressão “previdência social”; 
• Em 1960, foi criado o Ministério do Trabalho e da Previdência Social e pro-
mulgada a Lei Orgânica da Previdência Social - LOPS (Lei 3.807), que padro-
nizou o sistema assistencial;
11
UNIDADE Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação
• Em 1963, foi criado o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural - FUNRURAL 
(Lei nº 4.214), o salário-família (Lei nº 4.296), o décimo terceiro salário e o abo-
no anual (Lei nº 4.281);
• Em 1966, o Decreto Lei nº 72 criou o Instituto Nacional da Previdência Social 
(INPS), unificando todos os institutos de aposentadoria e pensão existentes, 
exceto o IAPSE, extinto apenas em 1977;
• A Constituição de 1967 foi a primeira a prever seguro-desemprego;
• Em 1971, a Lei Complementar nº 11 instituiu o Programa de Assistência ao 
Trabalhador Rural, inserindo os trabalhadores rurais como segurados da Pre-
vidência Social;
• Em 1972, os empregados domésticos tornaram-se segurados obrigatórios da 
Previdência Social;
• Em 1977, foi instituído o SINPAS (Sistema Nacional de Previdência e Assis-
tência Social), agregando INPS, INAMPS, LBA, FUNABEM, IAPAS e CEME. 
O SINPAS se submetia à orientação, coordenação e controle do Ministério da 
Previdência e Assistência Social;
• A Constituição de 1988 trouxe um capítulo tratando somente da Seguridade 
Social (art. 194 a 204), englobando, nesse gênero, Previdência Social, Assis-
tência Social e Saúde, marca evidente do Estado de bem-estar social;
• Em 1990, a Lei nº 8.029 criou o INSS, com a fusão entre INPS e IAPAS. 
O SINPAS foi extinto. Também foram extintos o INAMPS (1993), a LBA e 
CBIA – antiga FUNABEM (1995) e desativada a CEME (1997);
• Em 1991, entraram em vigor as duas leis fundamentais da seguridade social: 
Lei nº 8.212 e Lei nº 8.213, tratando, respectivamente, do custeio e dos bene-
fícios previdenciários;
• Em 1993, vem a lume a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei nº 8.742;
• Em 1999, surge outra importante norma jurídica: Decreto nº 3.048, Regula-
mento da Previdência e Assistência Social;
• Em 2001, surgem as Leis Complementares 108 e 109, a primeira traçando 
requisitos entre agentes políticos e entidades de Previdência complementar; e a 
última regulamentando a Constituição no que tange ao regime de previdência 
privada complementar.
Também foram muito importantes as denominadas Emendas Constitucionais:
• EC 20/1998 – estabeleceu aposentadoria por tempo de contribuição; salário-
-família e auxílio-reclusão devidos somente ao dependente do segurado de bai-
xa renda; 
• EC 41/2003 – estabeleceu nova reforma previdenciária para os funcionários 
públicos; 
12
13
• EC 47/2005 – modificou regras de transição da EC 41/2003, relativa a ocupan-
tes de cargos efetivos e vitalícios, pertencentes aos chamados Regimes Próprios.
Conceitos Básicos de Previdência Social, 
Assistência Social e Saúde
Previdência social (art. 201 da Constituição Federal)
De acordo com Castro e Lazzari (2009), é o sistema pelo qual, mediante con-
tribuição, as pessoas vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus de-
pendentes ficam resguardadas quanto a eventos de infortunística (morte, doença, 
invalidez) ou outros que a lei reputa exigirem um amparo financeiro ao indivíduo 
(maternidade, aposentadoria, reclusão), mediante prestações pecuniárias (benefí-
cios previdenciários) ou serviços. 
Assistência social (Lei 8.742/93 – leia também os arts. 203 e 204 da CF/88)
É política de seguridade social não contributiva, que provê os mínimos sociais, 
realizada por meio de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da 
sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.
Segundo a Constituição, a assistência social será prestada a quem dela necessi-
tar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos a 
proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o amparo 
às crianças e adolescentes carentes; a promoção da integração ao mercado de tra-
balho; a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária. Além disso, a assistência social garantirá um salário 
mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem 
não possuirmeios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua fa-
mília, conforme dispuser a lei. 
Saúde (Lei 8.080/90 – leia também os arts. 196 a 200 da Constituição Federal) 
É direito fundamental do ser humano e dever do Estado, mediante formulação 
e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de 
doenças e de outros agravos, e no estabelecimento de condições que assegurem 
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, prote-
ção e recuperação.
A saúde é administrada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, vinculado ao
Ministério da Saúde, e não guarda qualquer relação com o INSS.
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UNIDADE Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação
Relação do Direito da Seguridade Social 
com os Demais Ramos do Direito
A Seguridade Social possui regras (leis) e princípios próprios, mas não deixa de 
se relacionar com os diversos ramos do Direito. Vejamos:
• Direito Constitucional – a estrutura do Sistema de Seguridade Social e os 
princípios gerais do Direito da Seguridade Social estão estampados na Consti-
tuição, que destinou ao tema um capítulo e alguns dispositivos esparsos;
• Direito do Trabalho – Vários conceitos oriundos do direito do trabalho são 
também empregados pelo Direito da Seguridade Social, e diversas questões 
abrangem esses dois ramos do Direito. O relacionamento é tão estreito a ponto 
de alguns doutrinadores preconizarem ser o Direito da Seguridade Social parte 
do Direito do Trabalho;
• Direito Civil – entre outras, pode-se apontar a adoção de conceitos, pelo 
Direito da Seguridade Social, de institutos de direito de família, como caracte-
rização do estado das pessoas, de obrigações, responsabilidade civil, no caso 
de acidentes e doenças ocupacionais; e de sucessões;
• Direito Comercial – a empresa é a principal fonte de recursos da Seguridade 
Social. Desse modo, a escrituração contábil, objeto de estudo do Direito Co-
mercial, é de grande relevância, bem como conceitos como recuperação judi-
cial e falência, especialmente quanto à habilitação de crédito previdenciário;
• Direito Processual – na Lei de Custeio estão previstos privilégios ao ente previ-
denciário na execução fiscal; por outro lado, no processo administrativo de interes-
se do contribuinte ou beneficiário, estão presentes diversos princípios processuais;
• Direito Financeiro – o Direito Financeiro é a parte do Direito Público que 
tem por objeto a ordenação jurídica das atividades financeiras do Estado e dos 
entes públicos descentralizados. É estreito o relacionamento, haja vista que, a 
partir da CF/88, é obrigatória a fixação da receita que será destinada a compor 
orçamento da Seguridade Social e que não pode ser empregada pelo governo 
em outras áreas;
• Direito Penal – o Código Penal tipifica condutas que se constituem em crimes 
contra a Seguridade Social;
• Direito Tributário – vários conceitos de Direito Tributário são empregados no 
Direito da Seguridade Social, tais como: fato gerador, obrigações, sujeito ativo, 
base de cálculo e contribuinte. Lembre-se, também, de que uma das grandes 
controvérsias do direito é o problema da natureza jurídica da contribuição à 
seguridade social;
• Direito Internacional – há diversos tratados e convenções internacionais so-
bre Seguridade Social. A Declaração Universal de Direitos do Homem, de 
14
15
1948, por exemplo, prevê o direito à segurança social. A OIT, por intermédio 
de convenções e recomendações, também estabelece preceitos relativos à Se-
guridade Social, como as Convenções nº 102 (que trata das normas mínimas 
de Seguridade Social); nº 121 (que trata do Acidente de Trabalho); e nº 134 
(que trata da Assistência Médica). Convém destacar, como conhecimento ge-
ral, que o Brasil firma acordos internacionais bilaterais com outros países no 
campo da Seguridade Social. O objetivo é assegurar os direitos de seguridade 
social previstos nas legislações dos dois países aos respectivos trabalhadores e 
dependentes legais, residentes ou em trânsito no país. Os Acordos Internacio-
nais estabelecem uma relação de prestação de benefícios previdenciários, não 
implicando modificação da legislação vigente no país, cabendo a cada Estado 
contratante analisar os pedidos de benefícios apresentados e decidir quanto 
ao direito e condições, conforme sua própria legislação aplicável. O Brasil 
mantém acordo com os seguintes países: Portugal, Itália, Luxemburgo, Chile, 
Grécia, Espanha, Cabo Verde, Uruguai, Paraguai, Argentina e Japão. 
Princípios da Seguridade Social 
Princípios Gerais Aplicáveis à Seguridade
Social e aos demais Ramos do Direito
Igualdade 
Está no caput do art. 5º da Constituição “todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza” (igualdade formal). Consiste em tratar iguais com 
igualdade e conceder a desiguais tratamento desigual na medida da sua desigualda-
de (igualdade material). 
O inciso I do art. 5º estabelece que homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos da Constituição. Assim, conforme previsão constitucional, 
há benefícios e prestações previdenciárias que distinguem homem e mulher, como a 
aposentadoria por idade dos trabalhadores urbanos (mulher aos 60 e homem aos 65).
Legalidade 
Está no previsto inciso II do art. 5º: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa, senão em virtude de lei”. É a expressão maior do Estado De-
mocrático de Direito a garantia vital de que a sociedade não está presa às vontades 
particulares e pessoais daquele que governa. 
Lei é a norma geral e abstrata de comportamento, aprovada pelo Legislativo e 
sancionada pelo Executivo. Esse conceito compreende: leis complementares; leis 
ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos e resoluções. 
15
UNIDADE Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação
Direito adquirido
Existe uma lei dispondo que a aposentadoria se daria aos 50 anos. Todavia, 
José, com 60 anos de idade, não requereu a aposentadoria, por julgar-se plena-
mente capaz de continuar trabalhando. Porém, em dado momento, uma nova lei 
é aprovada para alterar a aposentadoria por idade para 65 anos. Será que José 
poderá pedir sua aposentadoria ou deverá aguardar completar 65 anos a fim de 
fazê-lo?
Pelo princípio do direito adquirido, mesmo vigente a lei nova, José poderá re-
querer a aposentadoria a qualquer tempo (mesmo não estando com 65 anos), por-
que já havia completado, na vigência da lei anterior, os requisitos para se aposentar, 
estando este direito incorporado ao seu patrimônio.
Direito adquirido é aquele que faz parte do patrimônio jurídico da pessoa, po-
dendo ser exercido a qualquer momento. 
O titular do direito adquirido está protegido de futuras alterações legislativas que 
regulem as situações que fizeram surgir o seu direito.
O artigo 6º da Lei de Introdução ao Código Civil dispõe:
A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico per-
feito, direito adquirido e a coisa julgada. (...) § 2º Consideram-se adquiri-
dos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, 
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixado, ou condi-
ção preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
Vale dizer que o direito adquirido é um fato consumado na vigência da lei ante-
rior. Não está sujeito, portanto, à prescrição ou à decadência. Além disso, o direito 
adquirido não se confunde com a expectativa de direito, na qual há a esperança, a 
probabilidade de adquirir o direito no curso do tempo.
É princípio de grande importância no Direito Previdenciário, especialmente em re-
lação às aposentadorias. Direito adquirido em Previdência Social é um direito de aqui-
sição sucessiva, no curso do tempo, e, portanto, complexo. Se houvesse uma mudan-
ça no prazo para concessão de certo benefício e a pessoa já houvesse implementado 
todas as condições para requerê-lo, poder-se-ia dizer que a pessoa já havia adquirido o 
direito à concessão do benefício, de acordocom o prazo anteriormente estabelecido.
Princípios Específicos da Seguridade Social
Solidarismo 
Também denominado solidariedade ou mutualismo, é postulado fundamental do 
Direito da Seguridade Social.
Tem origem na Assistência Social, em que as pessoas faziam uma assistência 
mútua para alguma finalidade e, também com base no mutualismo, de se fazer 
empréstimo ao necessitado.
16
17
Na Assistência Social, percebe-se o solidarismo, a solidariedade de todos em 
benefício dos necessitados, pois, na renda mensal vitalícia, o beneficiário recebe a 
prestação sem nunca ter contribuído para o sistema.
Na Constituição, o inciso I, do art. 3º, informa que é objetivo fundamental da 
República a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. Reflexo desse pre-
ceito, na Seguridade Social, vamos encontrar que aqueles que têm melhores con-
dições financeiras devem contribuir com uma parcela maior para o financiamento 
da Seguridade. 
No art. 40 da Constituição é mencionado que o regime de previdência do ser-
vidor público é contributivo e solidário. Pode ser definido como o espírito que deve 
orientar a seguridade social, de forma que não haja, necessariamente, paridade 
entre contribuições e contraprestações securitárias. 
Esse princípio pode ser analisado sob a ótica vertical ou horizontal. Horizontalmen-
te, representa a redistribuição de renda entre as populações e, verticalmente, significa 
que uma geração deve trabalhar para pagar os benefícios das gerações passadas.
Pelo princípio do solidarismo, o contribuinte deve verter parte de seu patrimônio 
para sustentar o regime protetivo, ainda que nunca tenha a oportunidade de usu-
fruir os benefícios oferecidos.
De acordo com o parágrafo único do art.194 da Constituição Federal de 
1988, compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade 
social com base nos seguintes princípios:
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de 
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a 
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar 
a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações 
urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante 
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos emprega-
dores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Disponível em: <https://goo.gl/npXxe4>. Acesso em: 4 mar. 2019.
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UNIDADE Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação
I - Universalidade 
Postulado básico da Seguridade Social, quer dizer que todos os residentes no 
país farão jus aos benefícios da Seguridade Social, sem distinção. Pode-se falar em 
universalidade da cobertura e em universalidade do atendimento. 
A universalidade da cobertura, também chamada de universalidade objetiva, sig-
nifica que todos os riscos sociais, todas as contingências, devem ser cobertas pelo 
sistema, desde que previstas em lei, como a impossibilidade de retornar ao trabalho, 
a idade avançada, a morte etc. 
É chamada objetiva porque se refere ao objeto da relação jurídica previdenciária, 
isto é, à prestação de benefícios e serviços.
A universalidade do atendimento, ou universalidade subjetiva, quer dizer que to-
dos devem estar cobertos pela proteção social. É chamada subjetiva, pois se refere 
ao sujeito da relação jurídica previdenciária, isto é, o segurado ou o dependente.
Cumpre destacar que a universalidade no atendimento se dá na Saúde, pois 
todos têm direito a socorrer-se ao sistema, independentemente do pagamento de 
contribuição ou condição social.
A Assistência Social, conquanto independa de contribuição, será prestada so-
mente a quem dela necessitar, na forma da lei. Para se ter acesso aos benefícios da 
Previdência Social, somente mediante contribuição. Por isso, há autores que desta-
cam que a Universalidade se constitui em um ideal a ser alcançado. 
Complemento
UNIVERSALIDADE
DE COBERTURA (objetiva): O sistema cobre as contingências previstas em lei.
DO ATENDIMENTO (subjetiva): O sistema presta assistência social àqueles que necessitam.
II - Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços a populações urbanas e rurais 
Desdobramento do princípio da igualdade. A Constituição igualou os direitos das 
populações urbana e rural, dando fim à inaceitável distinção que havia no passado. 
Vale frisar, no entanto, que a uniformidade diz respeito aos aspectos objetivos, 
às contingências que serão cobertas. A equivalência tem por base o aspecto pecu-
niário ou do atendimento dos serviços, que não serão iguais, necessariamente, mas 
equivalentes, consonante ao tempo de contribuição, sexo, idade etc.
Importante!
Apenas a Constituição, com o objetivo de adequar a prestação às características de cada 
atividade, pode trazer algumas diferenças em relação aos benefícios das populações urba-
nas e rurais, como a redução de cinco anos para a aposentadoria por idade do trabalhador 
rural, por exemplo.
Importante!
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III- Seletividade e distributividade na prestação de benefícios e serviços 
Implica escolha das necessidades que o sistema poderá proporcionar às pessoas, 
selecionando-as para poder distribuir. Isso porque o modelo de proteção máxima 
não dispõe de recursos ilimitados para atender às necessidades de toda a população. 
Trata-se, portanto, de um contrapeso ao princípio da universalidade da cobertura. 
A seletividade implica que as prestações dos benefícios e serviços sejam forneci-
das a quem necessitar, desde que se enquadre nas situações que a lei definir. 
A distributividade informa que os recursos captados, de acordo com a capaci-
dade econômica dos contribuintes, são distribuídos para quem precise da prote-
ção previdenciária. Assim sendo, os benefícios e serviços devem ser oferecidos de 
forma seletiva, buscando sempre fazer justiça social, distribuindo os benefícios e 
serviços de acordo com a prioridade de cada grupo populacional. Como exemplo 
de seletividade, podemos citar o salário-família e o auxílio reclusão para segurado 
e dependente de baixa renda.
IV - Irredutibilidade do valor dos benefícios 
Os benefícios não poderão ser reduzidos. Esse princípio visa manter o poder 
real de compra, protegendo os benefícios dos efeitos maléficos da inflação. O poder 
aquisitivo dos benefícios não pode ser onerado, e a forma de correção dos benefí-
cios previdenciários será feita de acordo com o preceituado na lei.
É importante destacar que o valor dos benefícios não está atrelado ao salário 
mínimo, por expressa vedação constitucional (vide art. 7º, IV). Todavia, segundo o 
art. 58 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e entendimento fixado 
pelo Supremo Tribunal Federal na súmula 687, os benefícios de prestação conti-
nuada, concedidos até a data da promulgação da Constituição, terão seus valores 
revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, expresso em número 
de salários mínimos, que tinham na data de sua concessão, obedecendo-se a esse 
critério de atualização até a implantação do plano de custeio e benefícios. 
V - Equidade na forma de participação no custeio 
É um desdobramento do princípio da igualdade. Quer dizer que aqueles que 
estiverem em iguais condições contributivas terão de contribuir da mesma forma. 
Por isso, a título de exemplo, a legislação prevê três alíquotas de contribuição para 
o trabalhador (8%, 9% e 11%), conforme o salário que recebam. 
VI - Diversidade da base de financiamento 
Quer dizer que o financiamento da seguridade social deve ser diversificado e 
não dependente de um exclusivosetor da economia. A Constituição Federal prevê 
formas de custeio por meio da empresa, dos trabalhadores, dos entes públicos, dos 
concursos de prognósticos e do importador de bens ou serviços do exterior. 
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UNIDADE Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação
VII - Caráter democrático e descentralizado da administração 
Informa este princípio da gestão democrática e descentralizada que a administra-
ção dos negócios referentes à Seguridade Social, em todos os níveis, desde a fase 
de planejamento orçamentário, passando pela aplicação destes recursos, chegando 
até o acompanhamento dos programas, deve contar com a efetiva participação dos 
empregados, empregadores, aposentados e governo – por isso se diz que a admi-
nistração da Seguridade Social é quadripartite. 
O caráter democrático decorre do Estado Democrático de Direito previsto no 
preâmbulo e no art. 1º da Constituição e se evidencia pela efetiva participação dos 
representantes dos empregados, empregadores, aposentados e governo.
A descentralização da gestão visa proporcionar o atendimento das necessidades 
básicas dos indivíduos. Resta evidenciada a descentralização por intermédio da 
criação do INSS e do SUS. Exemplos de caráter democrático e da descentralização 
da administração da Seguridade Social são o Conselho Nacional de Previdência 
Social, os Conselhos Estaduais de Previdência Social e os Conselhos Municipais de 
Previdência Social. Também podem ser citados o Conselho de Recursos da Previ-
dência Social e as Juntas de Recurso da Previdência Social. O Conselho Nacional 
da Seguridade Social é composto por seis representantes do Governo Federal; três 
representantes dos aposentados e pensionistas; três representantes dos trabalhado-
res em atividade e três representantes dos empregadores.
Precedência da fonte de custeio 
Está prevista no § 5° do art. 195 da Constituição, que estabelece que nenhum 
benefício ou serviço poderá ser criado ou majorado ou estendido sem a respectiva 
fonte de custeio total. Em outras palavras, se inexistir receita na Seguridade Social, 
não poderá haver benefício ou serviço.
Competência Legislativa 
Quando se fala em competência legislativa, está se tratando de competências 
constitucionalmente definidas para elaborar leis. Há duas modalidades de compe-
tência legislativa na Carta de 1998: a competência privativa, prevista no art. 22, 
na qual a União pode autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das 
matérias do referido artigo; e a competência concorrente, art. 24, que prevê para 
a União estabelecer normas gerais, que poderão ser suplementadas pelos Estados, 
ou, inexistindo a norma geral, as Unidades da Federação gozarão de eficácia plena, 
até que incida norma geral da União.
Nessa última situação, advindo norma posterior da União, a parte da norma do 
Estado ou do DF que lhe for contrária fica com eficácia suspensa. 
20
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Sobre o tema Direito da Seguridade Social, o art. 22, XXIII, da Constituição, 
informa que compete privativamente à União legislar sobre seguridade social. E, no 
art. 24, II, define como competência concorrente da União, Estados e DF, legislar 
sobre previdência social, proteção e defesa da saúde.
Legislação da Seguridade Social 
Constituição 
A Constituição é, por excelência, fonte do Direito da Seguridade Social. A Consti-
tuição de 1988, no seu art. 1°, III, define como fundamento da República Federativa 
do Brasil a dignidade da pessoa, valor supremo que envolve os direitos sociais, entre 
os quais se insere a Seguridade Social, e traz consigo um imperativo de justiça social.
No art. 3°, que trata dos objetivos fundamentais da República, pontuam a segu-
ridade social, ao definir objetivos como construir uma sociedade justa e solidária, 
erradicar a pobreza e a marginalização, promover o bem de todos, sem qualquer 
espécie de discriminação. 
O art. 6° informa que são direitos sociais à saúde, à previdência social, e à assis-
tência aos desamparados. 
O art. 7° define algumas regras sobre seguridades, por exemplo, seguro desem-
prego, aposentadoria, seguro contra acidentes do trabalho, entre outros. 
Há todo um capítulo sobre Seguridade Social (Capítulo II, do Título VIII), no qual 
encontramos os princípios da Seguridade Social, regras sobre as contribuições, 
Saúde, Previdência e Assistência Social.
Outros dispositivos constitucionais importantes para nosso estudo: 
• Arts. 194 a 203;
• Art. 109, I e § 3;
• Art. 149;
• Art. 165; 
• Art. 114, VIII.
Leis da seguridade social 
Leis são também fontes materiais da Seguridade Social. Em matéria de Seguri-
dade Social, podemos destacar as seguintes normas:
• Lei n° 8.080/90 – Lei Orgânica da Saúde;
• Lei n° 8.212/91 – Plano de Custeio da Seguridade Social;
• Lei n° 8.213/91 – Plano de Benefícios da Seguridade Social;
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UNIDADE Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação
• Lei n° 8.742/93 – Lei Orgânica da Assistência Social;
• Lei Complementar n° 108, de 29/05/2001 – dispõe sobre entidades fecha-
das de previdência complementar;
• Lei Complementar n° 109, de 29/05/2001 – dispõe sobre o regime de 
previdência complementar. 
Atos do Poder Executivo 
São fontes secundárias do Direito da Seguridade Social, mas de grande relevân-
cia, porque o sistema protetivo do Estado é demasiado complexo, competindo ao 
administrador buscar preceitos que permitam o atendimento da clientela protegida 
a partir de regras legais de extrema generalidade. Por essa razão, o Executivo emite 
decretos e regulamentos. 
O principal decreto sobre Seguridade Social é o Decreto nº 3.048/99, que deta-
lha as Leis 8.212/91 e 8.213/91.
O Ministério da Previdência Social também expede portarias, ordens de serviço, 
instruções normativas, circulares, resoluções. 
Leis Especiais
Além das normas já citadas, há outras que tratam de regimes especiais, ou 
próprios, de previdência. O fundamento constitucional dos regimes próprios, que 
são mantidos pela União, pelos Estados e por alguns Municípios em favor de seus 
servidores públicos e militares, encontra-se nos artigos 40 (servidores públicos) e 
142, X (militares) da Constituição. 
A Lei n° 9.717/98 trata da organização dos regimes próprios de previdência 
social dos servidores públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A Lei n° 6.880/80 e a Lei n° 3.765/60 tratam do funcionamento previdenciário 
dos militares.
Interpretação, Integração, Vigência e 
Eficácia das Normas de Seguridade Social
Interpretação 
Interpretar uma norma jurídica é determinar o seu sentido e a sua abrangência. 
Para interpretar uma norma, o intérprete pode se valer de vários processos, dentre 
os quais destacamos: 
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• Interpretação gramatical – interpretação literal, baseada nas palavras do texto 
da lei; 
• Interpretação teleológica – na qual se indaga o fim almejado pelo legislador. O 
direito não é fim em si mesmo, mas sim um modo de proporcionar o bem comum;
• Interpretação sistemática – a lei é uma parte de um todo homogêneo. Assim, 
deve-se buscar a interpretação compatível com o ordenamento, verificando-se 
a compatibilidade da lei a ser interpretada com os outros diplomas e com os 
princípios de direito envolvidos. A adoção dessa interpretação permite solu-
cionar conflitos aparentes de normas e possibilita a aplicação do princípio da 
completude do ordenamento jurídico. 
Podemos mencionar também outras formas de interpretação, como a lógica (que 
visa estabelecer uma conexão entre vários textos legais, analisando preposições 
enunciadas pelo legislador); a extensiva (que dá à norma um sentido mais amplo 
ao ser interpretado do que, pela simples leitura, ela teria); a restritiva; a histórica; a 
sociológica e a autêntica.
Importa destacar, no Direito da Seguridade Social, que vamos encontrar o prin-
cípio da aplicação da norma mais favorável ao segurado quando da interpretação 
do texto legal. Tanto assim o é, que, por vezes, a própria legislação contém a ex-
pressão “o que for mais vantajoso” para o beneficiário,como ocorre no inciso VI 
do art. 124 da Lei nº 8.213. 
Integração
Integração difere de interpretação. A integração objetiva o preenchimento de 
lacunas do ordenamento jurídico, de modo a torná-lo completo. As técnicas utili-
zadas na integração são a analogia, a equidade, os costumes e os princípios gerais 
de Direito:
• Analogia – é a aplicação de uma jurídica reguladora de certo fato a outro fato 
não regulamentado pelo ordenamento jurídico, mas semelhante ao primeiro 
fato. A analogia não pode ser empregada para criar obrigações, como exigir 
contribuição social de pessoa não definida em lei como sujeito passivo dessa 
contribuição;
• Costumes – representam as práticas reiteradas, de longa data, pela socieda-
de, e aceitas com a convicção de serem obrigatórias, desde que não contrárias 
à legislação;
• Princípios gerais do Direito – são regras dotadas de grande abstração, que 
fornecem as principais diretrizes do ordenamento jurídico em sua aplicação 
e integração;
• Equidade – confunde-se com o ideal de justiça; é a possibilidade de suprir a 
imperfeição da lei ou torná-la mais branda de modo a moldá-la à realidade. 
Como exemplo, podemos citar as decisões que estenderam o direito à pensão 
por morte à companheira, antes de a regra ser estabelecida em lei. 
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UNIDADE Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação
Vigência e Eficácia 
Eficácia significa aplicação ou execução da norma, e a vigência diz respeito à 
existência jurídica da norma em determinado momento. 
A eficácia da norma jurídica pode ser dividida em relação ao tempo e ao espaço. 
A eficácia no tempo refere-se à entrada da lei em vigor, que geralmente se dá 
na data da publicação, ou inexistindo disposição expressa em lei, 45 dias após sua 
publicação. Há exceções, como o art. 195, § 6º da Constituição da República, que 
introduziu o princípio da anterioridade previdenciária, mitigada ou nonagesimal, o 
qual retém a eficácia de nova lei relativa à contribuição social por 90 dias a contar 
da publicação. 
A eficácia no espaço diz respeito ao território em que vai ser aplicada a norma. 
A lei da Seguridade Social se aplica no Brasil tanto para nacionais como para es-
trangeiros. Podem surgir conflitos de lei no espaço. O Direito Internacional Privado 
estuda os conflitos de leis no espaço. O inciso I, do art. 12, da lei 8.212, dispõe 
sobre certos casos em que se aplica a lei brasileira ao trabalhador brasileiro que 
presta serviços em outro país.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Previdência
Acesse o site oficial da previdência social e descubra que é possível utilizar vários 
serviços on-line.
http://www.previdencia.gov.br
 Livros
Guia Prático da Previdência Social
KERTZMAN, Ivan; MARTINEZ, Luciano. Guia prático da previdência social. 5. ed. 
Sã o Paulo: Saraiva, 2014.
 Vídeos
Introdução ao Direito Previdenciário – Introdução e Princípios 
https://youtu.be/zmoPxqowy7A
Canal Saber Direito
https://goo.gl/aVKzMU
 Leitura
Uma breve introdução ao Direito Previdenciário
Uma explicação rápida do funcionamento da previdência Social.
https://goo.gl/9DJxXA
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UNIDADE Introdução à Seguridade Social, Princípios e Legislação
Referências
CASTRO, C. A. P.; LAZZARI, J. B. Manual de Direito Previdenciário. 11. ed. 
São Paulo: Conceito Editorial, 2009. 
DIAS, E. R.; MACÊDO, J. L. M. Curso de Direito Previdenciário. São Paulo: 
Editora Método, 2009.
HORVATH JUNIOR, M. Direito Previdenciário. 7. ed. São Paulo: Quartier Latin, 
2008.
IBRAHIM, F. Z. Curso de Direito Previdenciário. 14. ed. Rio de Janeiro: 
Impethus, 2009. 
LEITÃO, A. S.; GRIECO, A.; MEIRINHO, S. Manual de Direito Previdenciário. 
São Paulo: Editora Saraiva, 2018.
MARTINS, S. P. Direito da Seguridade Social. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
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