Buscar

Direito penal IV - 1º Bimestre

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito penal IV
Crime contra a dignidade sexual
Art. 213 – Estupro
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
Ao falar de estupro antes de 2009, tínhamos algumas observações, pois o crime de estupro era exclusivamente para a vítima feminina. Antes de 2009 o crime de estupro era crime de ação penal privada, ou seja, até 2009 o artigo falava o seguinte “constranger mulher”, só podia ser vítima a pessoa do sexo feminino. Se a vítima fosse pobre, era ação penal pública condicionada, mas em regra era ação penal privada.
Antes de 2009, quando era ação penal privada, a mulher poderia retratar em qualquer situação e era indispensável a prova pericial. Era indispensável porque para ser estupro, necessariamente tinha que ocorrer a conjunção carnal.
A lei 12.015/2009 mudou toda situação. A primeira mudança foi colocar em prática o princípio da continuidade delitiva em relação ao crime de atentado violento ao pudor.
Quando a vítima era mulher e havia conjunção carnal era tipificado como estupro, só que muitas vezes o cara não fazia conjunção carnal, as vezes fazia sexo oral. Diante dessa hipótese, eram dois crimes e a partir de 2015 ouve o princípio da continuidade delitiva em relação ao crime de atentado violento ao pudor.
Hoje, qualquer ato libidinoso é considerado como estupro. O princípio da continuidade delitiva diz que: “todo mundo que estava respondendo por atentado violento ao pudor não foi solto, porque o crime passou por revogação tácita”.
Hoje entende-se que estupro é constranger alguém a manter conjunção carnal ou ato libidinoso. Para doutrina, ato libidinoso é desde um beijo lascivo à pratica de conjunção carnal. 
Pode ser vítima homem ou mulher. O artigo 214 foi incorporado ao 213.
Houve a extinção da violência real e violência presumida em razão da criação do estupro de vulnerável. Violência real era o boa noite cinderela e violência presumida era o estupro de menor de 14 anos.
A violência real e a violência presumida são os crimes de estupro de vulnerável.
Outra alteração, foi em relação a relevância da palavra da vítima. Antes de 2009, a perícia era indispensável. Agora, a palavra da vítima passou a ser importante porque o crime passou a ser um misto, tendo que haver conjunção carnal ou ato libidinoso. Portanto, leva-se em consideração a relevância palavra da vítima. 
Nos crimes contra a dignidade sexual prevalece a palavra da vítima, pois esses crimes ocorrem em situações que somente a vítima pode relatar.
É uma ação penal pública incondicionada.
Obj. Jurídica - liberdade sexual, pois cada indivíduo pode dispor do próprio corpo.
Sujeito ativo - Qualquer pessoa pode cometer crime de estupro.
Sujeito Passivo - qualquer pessoa, não importando se honesta, recatada, promíscua, virgem, solteira ou casada (estupro marital).
Conduta - Violência força física, violência sexual mediante fraude (tirar o preservativo sem consentimento da vítima). Grave ameaça - promessa de fazer um mal grave.
Estupro simples precisa de violência, já o estupro de vulnerável não precisa de violência para que o crime seja consumado. Por mais que haja consentimento da vítima, o crime está consumado. Vale lembrar que vulnerável não é só o menor de 14 anos, pode ser maior de 18, 20 e etc... uma vez que a vítima esteja em estado de vulnerabilidade (alcoolizada, sob efeitos de remédio e etc.).
Em regra, o crime se estupro é comissivo (é crime praticado mediante ação), porém, há situações em que o agente responderá na forma omissiva, quando era garantidor da vítima. 
  § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
A pessoa que tenha conhecimento que a vítima vai sofrer o crime e permite que este seja consumado, responderá pelo mesmo crime que o autor principal. Nesse caso vai ser o sujeito ativo o autor e o agente garantidor (mãe, pai e etc.) Exemplo: Se o agente penitenciário sabe que o preso vai ser estuprado, este responderá de forma omissiva.
Elemento subjetivo:
Dolo, consistente na vontade livre e consciente de constranger alguém.
Esse dolo tem que ser obviamente especifico, o agente tem que estar obviamente buscando constranger alguém na pratica da conjunção carnal ou ato libidinoso.
 Consumação/ tentativa
Após o constrangimento da vítima mediante violência ou grave ameaça.
O corre a consumação no momento em que o agente pratica qualquer ato libidinoso. Ocorre tentativa quando o agente está tentando praticar o ato e por alguma situação alheia à sua vontade ele não consegue. Vale lembrar que os atos preparatórios não serão caracterizados como atos libidinosos, o ato será consumado com o alcance do objetivo do agente.
Na conduta da conjunção carnal, consuma-se com a introdução total ou parcial. (pena de 6 a 10 anos). 
Conjunção carnal tem que ter penetração total ou parcial, mas a doutrina traz uma possibilidade de crime impossível na modalidade de conjunção carnal. Esse crime impossível se dá quando o agente tem disfunção erétil pré-existente e comprovada. Se a disfunção erétil ocorreu depois de iniciada a conjunção, o agente responderá pelo crime de estupro.
A pena para estupro simples é de 6 a 10 anos.
 Figuras qualificadas 
Quando a vítima for menor de 18 anos haverá qualificação e a pena será de 8 a 12 anos.
Quando ocorrer lesão corporal. 
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos. Obs.: A jurisprudência entende que vai incidir essa qualificadora em qualquer espécie de lesão.
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.  
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos  
Quando resultar em morte a pena será de 12 a 30 anos. Se o agente estupra e logo após o ato mata a vítima, este será enquadrado por crime de homicídio com estupro. Obs.: A morte precisa ser decorrente do estupro.
Ação Penal Pública Incondicionada 
Art. 225.  procede-se mediante ação penal pública incondicionada.
Processos apurados em segredo de justiça 
Art. 234-B.  Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça. 
Não precisa ocorrer requerimento da parte, pois já está na lei o segredo de justiça.
 Causas de aumento de pena 
Art. 226. A pena é aumentada:
De quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas
De metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela.
Preceptor = São pessoas responsáveis pela educação das crianças das creches.
Obs.: Crime de assédio é exclusivo do empregador. Já no crime de estupro, vai ser motivo de aumento de pena.
Estupro coletivo (causa de aumento de pena)
É aquele que é praticado com comunhão de exílios para essa finalidade, vale lembrar que é diferente de concurso de pessoas. No estupro coletivo cada um faz uma parte na preparação do ato. Por exemplo: um indivíduo aluga a casa, outro compra a bebida e outro chama as meninas. Ou seja, estupro coletivo é aquele em que todos os agentes estão com o mesmo animus. 
Estupro corretivo (causa de aumento de pena)
É aquele praticado para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. Por exemplo: o agente vai estuprar a vítima pelo fato dela andar com roupas curtas e etc. Ou estuprar uma lésbica para que ela volte a ser hétero. 
Art. 215 – Violação Sexual Mediante Fraude
Art. 215.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:   
Pena - reclusão, de 2 a 6 anos.  
Parágrafoúnico.  Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
Violação sexual mediante fraude nada mais é que o estelionato sexual, neste crime não tem violência e nem grave ameaça, o agente vai macular a manifestação de vontade.
Obj. Jurídica – A dignidade sexual da vítima
Sujeito ativo – Qualquer pessoa.
Sujeito Passivo – Não se exige qualidade especial do agente, salvo no caso de conjunção carnal que exigirá sujeitos do sexo oposto.
Obs.: Se a vítima for menor de 14 anos, mesmo que tenha sido mediante fraude é estupro de vulnerável.
Conduta – Cuida-se do estelionato sexual caso em que o agente, sem qualquer tipo de violência ou grave ameaça, emprega fraude ou outro meio que impeça a manifestação livre da vontade.
Obs.: A fraude não pode anular a capacidade de resistência da vítima.
Boa noite cinderela não se caracteriza como violação sexual mediante fraude, porque a fraude não pode anular a capacidade de resistência da vítima. Neste caso, a vítima não se encontra em estado de defesa ela se encontra consciente, mas está com a manifestação de vontade maculada.
Violência sexual mediante fraude não pode ter violência e nem grave ameaça. Se começou com violência sexual mediante fraude, mas teve violência ou grave ameaça é caracterizado como estupro. Se for violência sexual mediante fraude envolvendo menor de 14 é caracterizado como estupro de vulnerável.
Obs.: Conjunção carnal nos casos de violência sexual mediante fraude exigirá que o ato seja praticado com a vítima do sexo oposto. 
Tipo Subjetivo - É o dolo, valendo destacar que em caso de objetivo lucrativo será aplicada também ao sujeito a pena de multa.
Não há forma culposa, a finalidade é especifica. O agente tem que ter a intenção de violar a outra pessoa sexualmente mediante fraude. Aqui não vai encaixar algumas situações corriqueiras, como por exemplo naquela situação onde o sujeito já tem relacionamento amoroso, onde o agente chama a companheira para ir se pegar e lá rola ato sexual, isso não se caracteriza como violação sexual mediante fraude.
Consumação – Consuma-se com a prática do ato de libidinagem. Libidinagem (ato libidinoso + conjunção carnal)
O crime se consuma com a prática do ato de libidinagem, ou seja, o agente engana a vítima e pratica outro ato atípico, neste caso já há consumação. 
Obs.: Se o enunciado de uma questão de prova falar que a pessoa estava totalmente embriagada, é estupro de vulnerável. Mas se a vítima estava embriagada, mas manifestou a sua vontade na relação, exclui a ilicitude.
No entendimento majoritário é impossível tentativa de violência sexual mediante fraude. Mas para a corrente minoritária entende que é possível a tentativa.
Ação Penal Pública Incondicionada (art. 225)
Art. 225.  Nos crimes definidos, procede-se mediante ação penal pública incondicionada.
Art. 215 – A- Importunação Sexual – Lei 131718/18
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:
Pena - reclusão, de 1 a 5 anos, se o ato não constitui crime mais grave.
Aqui estamos diante de um crime de autossatisfação. Importunação sexual não era crime, era uma espécie de uma contravenção penal e tinha uma pena pequena. Houve uma revogação formal do art. 61 do crime de contravenção penal.
O crime fala sobre lascívia (desejo sexual). Nesse crime o agente vai satisfazer a lascívia própria ou de terceiros. 
Sujeitos do crime – Não se exige condição especial dos sujeitos, salvo o menor de 14.
Nesse crime a mulher também pode responder. Aqui vale a intenção.
Se envolver menor é caracterizado como crime de satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente. 
Obs.: art. 218 -A
Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.  
Conduta – Praticar contra alguém, ou seja, pressupõe pessoa específica.
Se o ato é destinado a uma pessoa específica é crime de importunação sexual, se não for é crime de ato obsceno. 
Por exemplo: No ônibus o agente se masturba na intenção de uma pessoa que está na sua frente, isso é crime de importunação. Mas se ele pratica a conduta de forma aleatória sem nenhuma pessoa específica, é caracterizado como ato obsceno. 
Só vai ser crime nos casos de autossatisfação, se for algo mais grave exclui esse crime e passa a ser outro, por exemplo estupro.
Tipo Subjetivo – Dolo, consistente na vontade de praticar ato libidinoso contra alguém.
Por exemplo: O agente fica em pé no ônibus para esfregar o pênis na vítima. Mas vale lembrar que não vai ser crime se o agente não tiver dolo.
Obs.: O agente deve atuar com o objetivo de satisfazer a lascívia própria ou de 3º.
Consumação – Com a prática do ato libidinoso, o que ocorrer antes são apenas atos preparatórios.
Princípio da Continuidade Delitiva
A conduta continua penalmente proibida, só saiu de contravenção para categoria criminal.
O crime é subsidiário, pois não se caracteriza importunação sexual se o fato resultar em crime mais grave.
Importunação = Autossatisfação – sem anuência da vítima.
Ação Penal Pública Incondicionada.
Art. 216 - A – Assédio Sexual
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
Pena – detenção, de 1 a 2 anos.   
Assédio sexual é uma situação que deve ocorrer no âmbito do trabalho. 
Obj. Jurídica - Trata-se de delito pluriofensivo resguardando a dignidade sexual e a liberdade de exercício do trabalho.
Digamos que o gerente de um posto de combustível queira fazer sexo com a vítima ameaçando demiti-la. 
Com livre vontade da vítima não é caracterizado como crime de assédio sexual.
Na situação em que a funcionária faz sexo em busca de promoção de cargo, não estaremos diante de um crime de assédio sexual.
Sujeito Ativo - O crime só pode ser praticado por superior hierárquico ou ascendente em relação ao emprego, cargo ou função.
Se não houver superioridade hierárquica não é caracterizado como assédio sexual.
Superior hierárquico = Gerente, chefe e etc.
Ascendente em relação ao emprego, cargo ou função = Pessoa há mais tempo na empresa. 
O motorista que se passa por gerente para praticar sexo com a novata – é um caso de violação sexual mediante fraude, pois não existe superioridade hierárquica.
Tipo Subjetivo - É o dolo, consciente na vontade de constranger a vítima aliado à finalidade especial. (Hierarquia em favor sexual)
O agente que se prevalecer da função para obter o favor sexual será enquadro no crime de assédio sexual.
 Vale afiançar que cantadas (meros gracejos) do patrão não são consideradas como crime de assédio sexual.
Consumação/Tentativa – (Existem duas correntes)
Prevalece as duas correntes.
a) Formal - Se consuma com o simples constrangimento, ou seja, basta o cidadão praticar um único ato, prevalecendo-se da sua função para exigir o favor sexual. 
b) Habitual - É imprescindível a prática de reiterados atos constrangedores.
Não existe nenhum posicionamento firmado, então vale as duas correntes.
Majoração de Pena - § 2º
A pena é aumentada em até um terço se a vítima for menor de 18 anos. 
Conduta:
Constranger alguém para buscar vantagem ou favor sexual prevalecendo-se da condição de superior hierárquico ou ascendente no cargo, emprego ou função;
Não pratica crime de assédio sexual os bispos, pastores e professores, porque entendem que não há hierarquia entre os liderados.
Art. 216-B – Registro não autorizado da intimidade sexual
Obs.: Alteração da lei 13.772/18 (Detenção de 6 meses a 1 ano)
Esse é o crime da vez – Registro não autorizado da intimidade sexual. 
Art. 216-B.  Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes:
Pena - detenção, de6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único.  Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
Obj. Jurídica: Aqui se busca tutelar a liberdade sexual relacionada ao conteúdo com cena de nudez ou ato sexual.
O crime do artigo 216 -b é exclusivamente registro. São várias condutas e o crime é único.
Sujeitos do Crime: Trata-se de crime comum.
Conduta: Registrar, produzir, fotografar ou filmar.
Figura Equiparada: Montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer registro com fim de incluir a pessoa na cena de nudez, ato sexual, libidinoso de caráter. (As mesmas penas incorrem a quem praticar esses atos).
Na figura equiparada o agente realiza a montagem de uma cena pronta. Na conduta do caput o indivíduo promove a situação.
Não precisa ser exclusivamente ato sexual.
Tipo Subjetivo - Dolo
 Aceitação da vítima torna o fato atípico. Não há modalidade culposa. Crime de conduta plurissubsistente.
Se houve aceitação, o fato do registro das imagens será atípico, já outras situações não serão atípicas, no caso de publicação do vídeo o fato não será atípico.
Consumação: Conduta instantânea. Acontece no momento em que o agente proceder a conduta.
Se o agente pensa que está filmando, mas a câmera está descarregada, tem prevalecido a corrente doutrinaria de que nessa situação específica é crime impossível. A tentativa é possível quando o agente iniciar e por circunstâncias alheias a sua vontade o crime não é consumado.
Ação Penal Incondicionada
Obs.: Art. 240 ECA –Se a conduta falar que envolver melhor de 18 anos o crime está relacionado ao art. 240 da eca.
Art. 216-B é diferente do crime do art. 218 – C
216 -B é o cara que registra a cena de sexo, já o 218 – C está relacionado ao cara que compartilha. É possível que o agente seja punido pelos dois crimes, pois ele pode além de produzir e divulgar, ou não produzir e divulgar.
Art. 217- A – Estupro de Vulnerável
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:     
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
Estupro de vulnerável não necessariamente precisa ter violência, basta a prática do ato sexual com a pessoa que esteja descrita no artigo. Basta a pessoa ter conjunção carnal com menor de 14 anos, pessoa que possui enfermidade que gera debilidade, pessoa portadora de deficiência mental, pessoa com ausência de discernimento, pessoa que esteja sem resistência para fazer autodefesa.
Nos casos de menor de 14 anos, se for no dia do aniversário não é mais menor de 14. Se possuir 14 anos será caracterizado como estupro simples. 
Nem sempre haverá estupro de vulnerável com menores de 14 anos. Nos casos de enfermidades são os portadores de síndrome de down e autismo. Se os dois estiverem na mesma situação será fato atípico. A perícia que será feita é para saber o grau da enfermidade ou deficiência que prova a não resistência.
 Pena 8 a 15 anos
Obj. Jurídica - Tutela a dignidade sexual do vulnerável.
Sujeitos do Crime - Qualquer pessoa.
Conduta: Pune-se o agente que tem conjunção carnal ou pratica ato libidinoso com a vítima. Não precisa de violência ou grave ameaça para configurar o estupro de vulnerável, se tiver violência ou grave ameaça não retira o fato de ser estupro de vulnerável. 
Tipo Subjetivo – Dolo, devendo o agente ter ciência de que a vítima é vulnerável. É preciso ter ciência porque é possível a ocorrência de erro de tipo e não há conduta culposa (nos casos de erro de tipo).
Adolescente com corpo avantajado pode enganar o agente e ocasionar erro de tipo, uma vez que o agente não pode perceber que a pessoa era menor de idade.
Prescrição do crime de estupro de vulnerável começa a valer quando a vítima fica maior. Por exemplo, aconteceu um crime de estupro de vulnerável e a vítima completou 18 anos, ela pode processar o indivíduo.
Obs.: Se a vulnerabilidade for transitória, não afasta o crime de estupro de vulnerável.
Vulnerabilidade transitória = é a vulnerabilidade provada por anestesia.
Obs.: Alterações – Lei 13718/2018
Consentimento da vítima – em hipótese alguma o consentimento da vítima afasta o crime de estupro de vulnerável.
Vida Sexual Pretérita – Pouco importa a vida sexual pretérita da vítima.
Nessas duas situações a palavra da vítima tem grande predominância para condenar o agente.
Ação Penal Pública Incondicionada para todos os envolvidos. É perfeitamente possível a forma omissiva desse crime. Por exemplo; a mãe sabia e permitiu que o menor fosse estuprado.
Majorantes:
Lesão grave - 10 a 20 anos
Morte – 12 a 30 anos
Estupro de vulnerável é crime de natureza hedionda. 
Corrupção de Menores – Art. 218
Art. 218.  Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
Isso é o chamado lenocínio crime contra a dignidade sexual, mas que a punição vai ser para outra pessoa.
Corrupção de menores no art. 218 é diferente da corrupção de menores que tem no ECA. Essa corrupção do art. 218 envolve a dignidade sexual do menor. 
Obj. Jurídica – Dignidade sexual do menor de 14 anos.
Sujeito Ativo - Trata-se de crime comum.
Lenão ou mediador (vai responder pelo crime) = Lenão é aquele que vai trabalhar no psicológico do menor para praticar um ato que vai satisfazer a lascívia de um terceiro. 
Obs.: O consumidor nada responde. O consumidor nada responde porque isso é um crime que tem um vendedor e um consumidor. Aqui só responde o agente que pratica o verbo.
Se o consumidor praticar ato libidinoso, este responderá por estupro de vulnerável.
Sujeito Passivo - Menor de 14 anos.
Conduta - Aliciar, Persuadir – Lascívia.
Está limitado a conduta meramente contemplativa. Ex. fantasia.
Tipo Subjetivo - Dolo específico. O agente tem que ter literalmente a intenção de induzir o menor a satisfazer a lascívia de outrem.
Consumação - Com a pratica do ato que importa na satisfação.
Vale observar que este ato não demanda a opinião do consumidor. É irrelevante se o cliente ficou satisfeito ou não, pouco importa. O crime se consuma quando o agente consegue aliciar o menor a satisfazer a lascívia do cliente.
O proxeneta, lenão ou mediador é o cara que faz a intermediação de atos destinados a satisfazer a lascívia de terceiro. É bem diferente do cafetão.
Art. 218-A – Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
Art. 218-A.  Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:  
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
 Esse crime é para pessoas que sentem prazer em praticar relação sexual na frente de um menor de 14 anos. Aqui não existe o crime culposo.
Não precisa o menor estar no mesmo espaço em que está acontecendo a relação sexual. Pode muito bem fazer isso através da internet, mas vale ressaltar que tem que a haver ciência por parte de quem está praticando o ato sexual.
Objetividade Jurídica - Dignidade sexual do vulnerável menor de 14 anos.
Sujeito ativo – Qualquer pessoa
Sujeito passivo – Menor de 14 anos
Conduta: Praticar na presença da vítima, conjunção carnal, ato libidinoso. 
Induzir a presenciar.
Nas duas modalidades é necessário que haja um dolo especifico. O cara tem que ter plena vontade de praticar o ato com este objetivo. Existem algumas situações que geram problemas no estatuto da criança e do adolescente. A doutrina entende que em situações de família que por ventura na hora de dormir esquece que a criança está na localidade e começa a praticar sexo, não haverá dolo especifico, mas pode responder por alguma conduta contida no estatuto da criança e do adolescente.
Neste caso em discussão o crime é satisfazer a lascívia própria ou de outrem mediante a assistência do menor que não está praticando nada e sim na atividade de contemplação.
Tipo subjetivo – Dolo - A idade deve ser de conhecimento do agente.
No mesmo modo que no estupro temerro de tipo, aqui também tem. A idade do menor de 14 tem que ser de conhecimento do agente. Se não for, é erro de tipo e erro de tipo exclui o dolo e o fato passa a ser atípico.
Consumação / Tentativa - Com a efetiva realização do ato sexual.
Este crime vai se consumar no momento em que o casal realizar qualquer ato, seja conjunção carnal ou ato libidinoso na presença do menor de 14 anos.
Um terceiro só responde se participar, ou seja, parte pra cima do menor e pratica alguma coisa. Se praticar ato libidinoso será estupro de vulnerável. 
Ação Penal Pública Incondicionada.
Art. 218 – B – Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual da criança/ adolescente.
Art. 218-B.  Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:  
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
Estamos falando da exploração da prostituição do vulnerável. 
Obj. Jurídica – Dignidade do vulnerável que é submetido a prostituição.
Primeira observação é que prostituição não é crime. O crime é a exploração da prostituição. Se o menor decide por conta própria se prostituir é uma situação peculiar, aí o agente que pagar e usar será acusado por estupro de vulnerável, agora se for maior de 14 será exploração sexual infantil.
 
Sujeito ativo - Crime comum
Sujeito passivo – Menor de 18 anos, enfermo, doente mental (enfermidade que impossibilita não ter necessário discernimento para prática do ato sexual), homem ou mulher.
O crime é: o agente vai recrutar pessoas para explorar na forma de prostituição. 
Tipo subjetivo – Dolo
Dentro do dolo vão existir várias condutas, além das figuras equiparas.
Condutas: Facilitar, induzir, submeter e atrair.
Se o agente submeter, atrair, impedir ou dificultar vai ser crime único, mas se forem em contextos fáticos diferentes vai ser crime único, mas vai ter uma majoração na pena.
Consumação/ Tentativa
Impedir – dificultar – no momento em que o agente obsta o intento.
Se uma pessoa atrai, outra pessoa facilita, induz e submete. Em qualquer uma dessas condutas se houver violência ou grave ameaça vai ocorrer concurso de crimes.
Obs.: Se o crime é cometido com violência ou grave ameaça haverá concurso de delitos.
Responderá pelo favorecimento da prostituição e violência ou grave ameaça. Dentro do contesto de facilitar, submeter ou atrair o crime se inicia com a dedicação da vítima. A dedicação da vítima requer habitualidade, mesmo que não tenha nenhum ato sexual. A doutrina leva em consideração a dedicação.
Vai consumar quando o cara que foi induzido, iniciar a sua atividade. 
Se todas as condutas foram praticadas em contextos diferentes, no momento da dosimetria da pena cada situação se equipara a um agravante.
O cara pode praticar atraindo a prostituição ou impedir ou dificultar o agente a abandonar a prostituição.
Se consuma a forma de impedir ou dificultar no momento em que o agente obsta o intento, ou seja, quando a vítima fala que vai sair e o agente coloca alguns empecilhos ou dificulta.
§ 1º - Agravante especial, pena de multa
Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
Ninguém faz essa situação por prazer e sim com fim de obter vantagem econômica. O STF já pacificou que vantagem econômica é qualquer coisa de cunho pecuniário. 
§ 2º - Figuras equiparadas
§ 2o Incorre nas mesmas penas: 
I - Quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
Agora o consumidor responde. Ele sabe que a menor sofre exploração e mesmo assim pratica ato sexual com ela. 
II – O proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.  
O proprietário, gerente ou responsável pelo local em que está acontecendo a prática referida no artigo. Se o gerente e o responsável têm conhecimento, responderá os dois.
Pena de 4 a 10 anos.
§ 3º - Efeito obrigatório do § 2º II
§ 3o - Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
II – O proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.  
Além da pena privativa de liberdade será condenado a cassação da licença de localização e funcionamento.
Ação Penal Pública Incondicionada.
Art. 218 C - Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável de cena de sexo ou de pornografia.
Art. 218-C.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
Divulgar qualquer espécie de cena que envolva a liberdade sexual. Pode acontecer concurso de crime, pois o cara pode filmar e divulgar.
Esse é chamado de delito subsidiário. 
Obj. Jurídica - A liberdade sexual
Sujeito Ativo – Qualquer pessoa
Sujeito Passivo – Qualquer pessoa
Obs.: Se a vítima for menor de 18 anos, o crime será do art. 241 ou 241 - A do ECA.
Se o fato constituir crime mais grave vai ser a coisa mais grave.
Elemento Subjetivo – Dolo
Não há modalidade culposa.
 Só vai ser punir a título de dolo, não há a modalidade culposa.
Consumação - Crime material, pois se consuma no momento que pratica qualquer das condutas.
Se consuma no momento em que qualquer conduta seja praticada. Não vai admitir nenhuma modalidade do art. 216. Na consumação não necessita ocorrer prejuízo para a vítima.
Ação Penal Pública Incondicionada
§ 1º Aumento de pena
Revenge Porn 
§ 1º - A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. 
§ 2 – Exclusão de ilicitude
§ 2º - Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito) anos.
Em exclusão de ilicitude o fato não chega a ser crime.
Art. 225 – Da Ação Penal
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública incondicionada. (Aquela ação que não depende da vontade da vítima)
Art. 226 - Aumento de Pena
Art. 226. A pena é aumentada:
I – De quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;
II - De metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela;
IV - De 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: 
Estupro coletivo
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;
Estupro corretivo
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. 
Quarta Parte – Concurso de Pessoas
Metade – Ascendente, padrasto, madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou exercer autoridade. (essa qualidade tem que ser do agente, ou seja, qualidade do sujeito ativo)
1/3 a 2/3 - Estupro coletivo ou corretivo.
Estupro coletivo é diferente de concurso de pessoas, a doutrina entende que quando se fala em concurso de pessoas houve um pré-ajuste já no coletivo não há a cogitação.
Estupro corretivo é aquele que o agente pratica para controlar o comportamento da vítima, ou seja, o agente estuprauma pessoa para ela aprender a usar uma roupa longa ou também quando o agente estupra o homem ou a mulher para que mude o seu comportamento sexual.
Art. 227 – Mediação Para Satisfazer Lascívia
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
 Pena - reclusão, de um a três anos.
Esse artigo é diferente do art. 218, pois aqui o que muda é a idade o 218 fala melhor de 14 e esse não fala a idade. Aqui o consumidor não vai responder por este crime se ele ficar assistindo, mas se ele praticar um ato sexual ele irá responder por outro crime que pode ser até estupro. Por outro lado, após a indução o agente pede para realizar ato sexual e a vítima concorda, será um fato atípico. Se for no caso do 218 e houver consentimento da vítima será considerado estupro, porque a legislação diz que independente do consentimento da vítima menor o agente responderá por estupro de vulnerável.
 § 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Objetividade Jurídica - Moral sexual, liberdade sexual
Sujeito Ativo - Qualquer pessoa
Sujeito Passivo – Qualquer pessoa
Conduta:
Aliciar - Persuadir para satisfazer a sensualidade ou luxuria
Tipo Subjetivo – Dolo
Consumação/ Tentativa – Com a prática da indução independente do terceiro ficar satisfeito.
A tentativa diverge opiniões, pois algumas doutrinas entendem que não existe tentativa porque o agente não consegue parar a ideia da pessoa em satisfazer a lascívia. Prevalece a doutrina que entende que é possível a tentativa quando o agente não finalizou a indução, quando o agente está no momento de pensar em fazer.
§ 2º - Forma qualificada
 § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência ou fraude.
Aqui estamos falando de cumulação, por exemplo se o agente pratica o induzimento e uma lesão corporal grave ele vai responder tanto pelo lenocínio quanto pela infração. 
§ 3º - Lenocínio Mercenário
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Aqui é o lenocínio mercenário. Se houver fim de lucro vai ter uma pena acessória que é a pena de multa, vale lembrar que o fim lucrativo não é requisito para a configuração do crime de mediação para satisfazer a lascívia.
Obs.: Caso a conduta seja aliciar, assediar, instigar ou constranger por qualquer meio de comunicação, criança com o fim de com ele praticar ato libidinoso estará incurso no art. 241 do ECA.
 Art. 241-D.  Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: 
Art. 225 – Favorecimento da Prostituição ou Outra Forma de Exploração Sexual
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
Art. 228 - Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual 
Obs.: A narrativa do 228 é a mesma do 218 C, só vai sair de lá o menor de 18 e o vulnerável. A conduta vai ser a mesma. A diferença é o menor e o doente mental.
Art. 228.  Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Qualificadoras
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. 
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Art. 229 – Casa de Prostituição
A lei visa proibir não é o sexo, mas sim a exploração.
 Art. 229.  Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:  
 Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Pode ser sujeito ativo tanto o dando quanto o gerente.
Sujeito Ativo - Qualquer pessoa, não só o proprietário.
Aqui não precisa ter o objetivo financeiro. E não precisa ocorrer o ato sexual, pois o crime é manter a casa com fim de exploração sexual. Nesta situação pode ocorrer erro de tipo quando o agente mantém qualquer um dos estabelecimentos que inicialmente não destinados a esta situação, para o agente responder tem que ter dolo. O sujeito ativo tem que ter a consciência de que está ocorrendo a situação de exploração sexual.
Se apenas o proprietário atua neste ramo e o gerente não sabe, apenas o proprietário vai responder e vice e versa.
Sujeito Passivo - A pessoa explorada
Obs.: Motéis, hotéis, casas de massagem e boates. Inicialmente não configura o crime do art. 229 porque a doutrina entende que esses locais a principio são locais destinados a encontros sexuais amorosos e não é para exploração sexual, mas se por ventura passar de forma habitual a manter o local destinado para exploração sexual vai configurar o crime do art. 229.
Obs.: Vítima menor de 18 e maior de 14 – crime do art. 218 – B, § 2º - II
Menor de 14 o dono/ responsável responderá por estupro de vulnerável.
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.  
Vai responder pela conduta o agente que sabe que a vítima está na situação de exploração. Se o dono ou o responsável saber que aquela prática é oriunda de exploração sexual e mesmo assim permite ele vai responder pelo art. 217 A. 
É uma ação penal pública incondicionada.
Pena reclusão de 2 a 5 anos e multa. O fato da multa aqui não é o mesmo do art. 227 e 228 que diz que só vai ter multa se os fatos ocorrerem com obtenção de lucro. Já aqui não, vai ter multa independente de ter lucro ou não, pois não é característica essencial para configurar isso aqui.

Continue navegando